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Introdução

A África é um continente muito rico em fontes de energia e recursos


minerais. Sua exploração começou no século XIX, principalmente com empresas norte-
americanas e europeias. Tais empresas empregam mão-de-obra nativa, modernos e
caros equipamentos e exploram os recursos minerais de quase todos os
países. Actualmente, os grupos econômicos externos ao continente dominam a
exploração mineral.

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África o seu potencial natural
Tal como ocorreu com a agricultura, essa exploração sempre atendeu somente os
interesses dos países exploradores. Para conseguir seus objectivos, esses países
aparelharam portos e construíram ferrovias. Nunca, porém, com intenção de integrar
populações ou regiões, mas sim para ligar a zona de mineração com o porto
exportador. Quase toda a produção é exportada em estado bruto e se encaminha para
a Europa, Estados Unidos e Japão.
Com raras excepções, os países africanos não possuem condições para
transformar seus minérios em produtos. Não possuem capitais para aparelhar portos,
construir ferrovias, rodovias e aeroportos, nem para comprar todos os equipamentos
necessários; também não têm tecnologia para construí-los. Além disso, não podem
contar com mão-de-obra especializada em número suficiente.
A África subsaariana é composta por 48 países independentes categorizados em
cinco macro-regiões, quais sejam: África Ocidental, África Central, África Oriental,
África Austral e a região indo-oceânico. Sua superfície é de cerca de 30 milhões de
quilómetros quadrados e possuía em 2006 o maior índice de crescimento demográfico
do mundo. A despeito dos recursos naturais encontrados em determinadas regiões,
contribui apenas com 1,3% das exportações mundiais e possui mais da metade da
população abaixo da linha da pobreza.
A África também é muito rica em fontes de energia. O petróleo é produzido
principalmente na Nigéria, em Angola, na Líbia e na Argélia. O hidroeléctricos rico.
O continente possui um dos maiores potenciais do mundo, explicado pela presença de
grandes e médios rios, correndo em áreas de planaltos. Apesar do grande potencial,
a Africa apresenta pequena produção de electricidade. Como ela não pode ser
exportada, sua exploração não oferece nenhum interesse para os países exploradores.
As reservas de urânio são as maiores do mundo, da mesma forma que sua
produção. Como acontece com os outros minerais, o urânio também é explorado por
grupos econômicos estrangeiros.
Como podemos observar, a África é um continente muito rico em recursos
minerais, mas quando esses recursos são transformados em riquezas, poucos são os
africanos que se beneficiam. Além do mais, os recursos estão espalhados em
seu território, favorecendo os países de maneira muito irregular.

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Indústria
Como já foi dito, no continente africano a indústria é bem modesta.
As indústrias mais comuns são as que transformam as matérias-primas em produtos
para exportação, como por exemplo sinas de açúcar, fábricas de óleos comestíveis,
indústrias de beneficamente de fibras de algodão, lã, sisal, etc.

Nas últimas décadas também começaram a aparecer indústrias com técnicas


avançadas e material caro e sofisticado. Estas, porém, invariavelmente pertencem a
empresas internacionais e visam produzir para a exportação. Instalaram-se
na África pela vantagem de conseguir minérios, mão-de-obra e energia baratos.

As grandes indústrias de base — siderúrgicas, químicas etc. — aparecem em


poucos países, como a África do Sul e o Egipto. As indústrias que visam ao consumo
interno são: alimentares; têxteis, que utilizam as fibras comuns na África,
como algodão, lã e agáve ou sisal; de materiais de construção;  de cigarros e outras.
Os electrodomésticos não são muito consumidos. Uma das causas é a pequena
produção e consumo de energia eléctrica.

Dos países africanos o mais industrializado é a República da África do Sul.


Apesar dos grandes recursos, os países africanos são pouco desenvolvidos
industrialmente. Isso não quer dizer que vários deles não tenham procurado saídas para
o problema.
Em alguns, tem-se tentado reduzir a importação, incentivando
a industrialização de produtos básicos. Actualmente, têm sido feitos também estudos e
panejamentos com a finalidade de evitar desperdícios de recursos.
A evolução da economia mundial não pode ser abordada sem considerar pelo menos três dos
seus pilares fundamentais: a disponibilidade de terra fértil para a produção de alimentos e outras
matérias-primas biológicas, de reservas geológicas para a extracção de matérias-primas minerais, e de
energia para accionar as indústrias, os transportes e comunicações e outros serviços.

Ora o crescimento económico, como entendido pelo capitalismo, conduz mais


cedo ou mais tarde a serem atingidos níveis de produção que já não são sustentáveis
(quando a taxa de reposição natural é excedida) ou a exaurir recursos simplesmente não
renováveis.

A presente crise anunciada como financeira afigura-se de fato multiforme e


global, porque também apresenta sinais sérios de que os limites aqui referidos foram
ultrapassados ou estão em vias de ser atingidos à escala planetária. 

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Agricultura

A área presentemente cultivada em todo o mundo atinge 1.500 milhões de


hectares. O decréscimo da produtividade de solos sobre explorados nuns casos e a
saturação do efeito da adição de fertilizantes noutros, o crescimento da população
mundial, o excesso alimentar em países afluentes e as alterações dietéticas em classes
médias de países em ascensão econômica, pressionam o alargamento da área
agricultada. O negócio agro-alimentar encontra aqui oportunidades para expandir-se e
acumular proveitos.

Sendo já escassa a margem de lucro nos países industrializados, procuram


investir no latifúndio ultramarino, em administração directa ou por subcontratação. A
crise que em 2008 agudizou e se manifestou também no agravamento do custo da
generalidade de comanditeis, incluindo produtos agrícolas, acelerou a corrida a solo
arável por todo o mundo, com maior incidência em África. 

Nos últimos anos tem-se observado a expansão da terra agricultada ao ritmo de


mais 2,7 milhões de hectares por ano (no período 1990-2005); mas atenção, a tendência
é também para a deslocalização da produção agrícola: acréscimo de 5,5 milhões em
países em desenvolvimento em contrapartida a decréscimo de 2,9 milhões em “países
industrializados mais países em transição. A deslocalização e expansão têm-se dado
sobretudo para a África Subsaariana, América Latina e Sueste Asiático.

No período de 2004 a 2008, constatou-se uma verdadeira corrida à terra. As


aquisições de terra atingiram 4 milhões de hectares no Sudão, 2,7 milhões em
Moçambique, 1,6 milhões na Libéria, 1,2 milhões na Etiópia, etc. Os investidores foram
maioritariamente nacionais mas a produção foi ainda relativamente escassa; o cenário
está montado para a subsequente entrada directa ou indirecta de investidores
estrangeiros e em força. Os impactos sociais e ecológicos destes mega projectos são
potencialmente enormes, sobretudo em estados frágeis com governos vulneráveis.

O Banco Mundial estima em 445 milhões de hectares a disponibilidade potencial


de solo fértil não cultivado, situando-se na África Subsaariana e na América Latina o
grosso desse precioso stock. Esse montante é atingido considerando áreas não
florestadas de solo fértil (entendido como apto a atingir 60% de produtividade padrão
em alguma das seguintes culturas “industriais”: trigo, milho, soja, óleo de palma ou
cana de açúcar, com recurso apenas a água precipitada) e com baixa densidade
populacional (inferior a 25 habitantes/km2).

Mas para além de terra fértil inculta, o potencial incremento da produtividade de


solos já em exploração (mediante irrigação artificial e fertilização) também atrai o
investimento estrangeiro. 
Consideremos a água doce para consumo e a produção agrícola e industrial.

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O consumo global atingiu o montante colossal de 7.450 mil milhões m3/ano, em
2000, ou seja 1.240 m3/ano/capita, num largo intervalo que vai de 700 na RP China a
2.480 nos EUA A maior fracção é absorvida pela agricultura, no montante de 6.390 mil
milhões de m3/ano, sendo metade na produção de cereal; mas atenção, a produção de
carne e de certos produtos das indústrias extractivas e transformadoras é muito intensiva
em consumo de água (que não aparece incorporada no produto final, e por tal motivo se
designa “água virtual”). Assim, enquanto a água dispendida na produção de cana-de-
açúcar anda por 175 m3/tonelada e no milho por 909, atinge 15.000 m3/tonelada para a
carne da vaca e 20.000 para o café torrado. 

A disponibilidade de água é um factor indispensável para a produção agrícola e


por tal é vital para as populações residentes e cobiçada, tal como o solo fértil, pelo agro
negócio. O Nilo é a mais extensa rede hidrográfica do mundo, sendo a sua água
partilhada por nove países, desde o Mediterrâneo até aos Grandes Lagos no Centro de
África. É também significativo que no Norte de África existam os dois mais extensos
sistemas aquíferos de água doce do mundo (água subterrânea fóssil, não renovável),
partilhados por seis países – Arenito da Núbia e Sahara Norte. Estas circunstâncias não
são estranhas a disputas, investimentos, e manobras de intervenção por parte das
potências estrangeiras que sabem do enorme valor económico desses recursos –
escassos à escala planetária e sobretudo nos países “desenvolvidos”.

Ao longo da segunda metade do século XX entraram em cena muitos novos


metais e outros produtos minerais com aplicações nas indústrias química e dos
materiais, nas indústrias nuclear, aeroespacial e energética, semicondutores e
electrónica, telecomunicações, informática, etc.

Nas décadas mais recentes, a procura de materiais com propriedades especiais


para aplicações nestes vários domínios técnicos conduziu à inclusão da maioria dos 92
elementos da Tabela Periódica em produtos variadíssimos, e muitos deles integrados em
bens de consumo massivo. 

Nos anos 2000-2008 foi aparente, pela primeira vez a nível global, a escassez
persistente de matérias-primas minerais. Uma análise baseada nos ritmos de
crescimento do volume de produção e de crescimento do preço, identifica 27 produtos
minerais como muito ou extremamente escassos no período de pré-recessão 2000-2008.
E, projectada no período até 2030, essa análise aponta com probabilidade alta ou quase
certa a insuficiência de produção face à procura para 23 produtos, tendo em conta as
reservas geológicas conhecidas e prováveis. Uma vintena de metais parece ter já
passado ou estar próximo de atingir a sua produção máxima.

De 41 minerais examinados, num estudo realizado por iniciativa da Comissão


Europeia, 14 foram identificados como estando em deficit de oferta: antimónio, berílio,
cobalto, florete, gálio, germânio, grafite, índio, magnésio, nióbio, tântalo, tungsténio e
ainda o grupo da platina (seis metais) e as terras raras (dezasseis metais). Enfatizando
ainda que um factor crucial seria a concentração da produção em apenas quatro países:
Brasil, China, Congo e Rússia.

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Um estudo sobre as matérias-primas na economia alemã regista no período
1995-2006 um crescimento acentuado (60%) do custo das matérias-primas para a
indústria transformadora, enquanto o custo do trabalho estagnou (0%) e o PIB cresceu
17% (preços constantes); constata que em 2006 os materiais pesavam já 43% na
estrutura de custos da indústria transformadora (23% para o trabalho e 32% em capital);
e assinala a vulnerabilidade das “tecnologias emergentes” da economia alemã face ao
mercado global de uma vintena de metais especiais.

Como ilustração com particular actualidade tomemos o caso das “terras raras”,
uma série de 16 elementos de transição. Elementos raros na crusta terrestre e avessos à
concentração como minério em depósitos geológicos, têm contudo uma presença
discreta mas essencial e muito vasta nas sociedades industrializadas contemporâneas.
Existem muito poucos grandes depósitos geológicos de “terras raras” a nível mundial.

Para Botsuana, que tem apenas 5% de terras aráveis e disponibilidade de água


inadequada como restrições perenes, um crescimento baseado na agricultura é quase
impossível, e o país tem sido forçado a recorrer a seu sector minerador para a geração
do crescimento económico. Sua dotação de recursos compreende principalmente os
diamantes do Deserto do Kalahari, depósitos de cobre na região de Selebi-Phikwe,
carvão e soda cáustica. As exportações de diamantes respondem por cerca de 75% do
total do país. Amparando-se no investimento directo externo (doravante IDE) para o
desenvolvimento e exportação de seus recursos naturais, Botsuana avançou do grupo
dos países mais pobres do mundo em sua independência (1966) para o grupo dos países
de renda média em 1990. A economia de Botsuana parece, nesse sentido, não ter sofrido
de uma variante da chamada "doença holandesa", já que o crescimento impulsionado
pela actividade mineradora não inibiu um avanço na actividade industrial. Isso não
significa, porém, que o avanço nas taxas de crescimento tenha sido acompanhado por
outros, necessários para que se pudesse caracterizar a experiência do país como um caso
de desenvolvimento sustentável.

O crescimento do PIB foi em média de 7% ao ano entre 1985 e 1999. No mesmo


período, a inflação média foi de 12% ao ano, com forte declínio na segunda metade da
década de 90. Superáveis significativos foram registados na conta corrente e na área
fiscal. Buscando fortalecer os fundamentos macroeconómicos, o governo constituiu
uma reserva de divisas expressiva, ao mesmo tempo em que a política monetária ajudou
a conter a inflação, permitindo a estabilização da taxa cambial. Entre 1995 e 2004, a
taxa média de crescimento anual foi de 5,9%, com forte incremento no sector minerador
(que cresceu 5,3% ao ano no período) e no emprego, 3,4% ao ano, o que aponta também
um crescimento significativo no sector não-mineral.

Grande parte do IDE realizado em países africanos está directamente relacionada


com a dotação de recursos naturais desses países. No caso de Botsuana, a abundância de
recursos naturais, somada à estabilidade política e econômica, fez com que os
investimentos estrangeiros transbordassem para os principais sectores da economia.
Mais de dois terços do investimento privado está concentrado no sector de mineração,
seguido pelo comércio (16% do total), reflectindo a presença de várias subsidiárias de

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empresas sul-africanas no sector varejista. Também há uma participação significativa de
companhias sul-africanas no sector de transportes.

A descrição e análise da experiência de Botsuana formam o duplo propósito da


presente nota. Desta forma, pode-se dizer que, além de possuir riqueza de recursos
naturais, o país conseguiu desenvolver um ambiente macroeconómico adequado, em
uma estrutura com um sistema político democrático. Isto permitiu a Botsuana o acesso a
parte relativamente significativa dos fluxos de IDE dirigidos a países africanos. O IDE
recebido pelo país, apesar de concentrado em actividades intensivas em recursos
naturais, tem se diversificado entre os principais sectores, ao contrário do que acontece
em grande parte dos demais países africanos ricos em recursos naturais.

Há, entretanto, sérios desafios a serem superados para que as elevadas taxas de
crescimento obtidas nas últimas décadas sejam passíveis de sustentação. Alguns deles
merecem destaque: o aperfeiçoamento da estrutura institucional, a qualificação da mão
de obra - de modo a permitir a penetração de investimentos em outros sectores da
economia, que não apenas no minerador - e o controle da AIDS. De fato, estima-se que
entre 20-24% da população adulta esteja contaminada com o vírus da AIDS, o que
impõe diversas consequências econômicas negativas, que serão exploradas adiante.

Riqueza Mineral de África

Com aproximadamente 30,2 milhões de quilómetros quadrados, a África é o


terceiro maior continente. Essa é a região mais pobre do planeta, abrigando os países
com os menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH). O continente africano é
muito conhecido pelos problemas socioeconómicos, conflitos étnicos, subnutrição,
doenças (a maioria dos portadores do vírus HIV reside na África), entre outros aspectos
negativos, entretanto, pouco se comenta da riqueza de seu solo.

A África possui grandes reservas minerais, fato proporcionado em razão de sua


formação geológica, que é da idade pré-cambriana, predominante das eras Arqueológica
e Proterozoica. Portanto, essa região é formada por terrenos muito antigos, apresentando
condições favoráveis para a formação de minérios.

Actualmente, esse continente abriga cerca de 8% das reservas mundiais de


petróleo e gás natural, com destaque para o Congo, Egipto e principalmente Angola,
Argélia, Líbia e Nigéria, que integram a Organização dos Países Exportadores de
Petróleo (OPEP).

Outro importante mineral encontrado no subsolo africano é o urânio – o


continente detém 25% das reservas mundiais. Esse material é de fundamental
importância para a produção de energia nuclear. Os maiores produtores são a África do
Sul e o Gabão. Esse primeiro país também possui grandes reservas de antimónio,
diamante, ouro (maior produtor mundial), manganês, platina, cromo, entre outros.

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Entre as principais nações africanas que abrigam reservas minerais estão:
Marrocos (fosfato), Zâmbia (cobre), Zimbabué (ouro), Guiné (bauxita), Namíbia
(urânio), Uganda (cobre e cobalto), Sudão (ouro, prata, zinco, ferro, etc.), Botsuana,
Congo, República Democrática do Congo, República Centro-Africana, e Gana
(diamante).

Com tantas riquezas minerais, por que o continente africano é pobre


economicamente? A resposta está na forma de exploração dos recursos, visto que são as
empresas transnacionais das nações desenvolvidas (Estados Unidos, Canadá e as nações
europeias) que se beneficiam desses recursos. Nesse sentido, as grandes potências
imperialistas se enriquecem e intensificam a pobreza econômica dos países da África.

Na África Austral, a grande variabilidade fluviométrica e o sempre iminente


risco de seca contam-se entre os condicionalismos mais relevantes do regime hídrico,
principalmente em zonas de sequeiro. A maioria das economias nacionais na região é
dominada pela agricultura. Mais de 70% da população depende da agricultura de
sequeiro como meio de subsistência.

Em países como África do Sul, Suazilândia e Zimbabué, a agricultura é o maior


consumidor de água, sendo que mais de 50% da água doce destinasse à irrigação. Uma
gestão estratégica dos recursos hídricos será a chave para o futuro crescimento agrícola
e económico na região. Assim sendo, há uma premente necessidade de melhorar as
intervenções relativas à gestão da água para uso agrícola na África Austral.

A investigação realizada pelo Instituto Internacional de Gestão da Água,


pretende identificar opções de investimento ambientalmente sustentáveis, socialmente
justas e realistas. Estas terão de dar resposta às necessidades e prioridades regionais e
contribuir para aumentar a produtividade agrária e reduzir a pobreza. Os projectos do
IWMI na África Austral centram-se nos agricultores pobres nas zonas rurais. Uma
prioridade é identificar e desenvolver inovações institucionais, socioeconómicas e
biofísicas. Estas podem contribuir para a supressão dos condicionalismos locais com
vista a garantir a segurança alimentar, melhorar a saúde humana e promover a
emancipação económica dos pequenos agricultores.

A nível regional, também trabalha em iniciativas como o Programa


Compreensivo para o Desenvolvimento da Agricultura em África (CAADP) e o Plano
Indicativo de Desenvolvimento Estratégico Regional (RISDP) da Comunidade de
Desenvolvimento da África Austral (SADC), os quais pretendem reunir conhecimento e
informação para um melhor desenvolvimento agrário. água subterrânea estará sujeita a
uma pressão crescente. O desafio é desenvolver a água subterrânea de modo sustentável
e socialmente abrangente para vários tipos de consumo e consumidores, sem prejudicar
a segurança hídrica. A água subterrânea é um recurso negligenciado cuja compreensão é
deficiente.

Sob investimento na investigação, monitoria e inovação tecnológica prejudica o


uso produtivo e sustentável deste recurso. Soluções: Os investigadores do IWMI
lideram a investigação da água subterrânea na África Austral. Estes trabalhos visam

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compreender melhor o recurso, a sua interacção com a água superficial e outros
ecossistemas, cartografar a sua ocorrência, quantificar o seu uso sustentável na
agricultura e melhorar o seu desenvolvimento, protecção e gestão.

Isto faz-se desde as explorações agrícolas até às organizações de bacias


hidrográficas internacionais, passando por fora regionais como a SADC. Juntamente
com parceiros locais, a Delegação do IWMI na África Austral realiza a sua investigação
desenvolvendo programas de formação específicos sobre gestão da água subterrânea
para as organizações de bacias hidrográficas ao longo de África. Esta metodologia
integrada aborda questões técnicas bem como desafios institucionais a fim de
maximizar o impacto.

Hidrografia

A configuração hidrográfica de Angola tem uma estreita ligação com o seu


relevo uma vez que os rios têm como origem as zonas planálticas e montanhosas
seguindo depois para as regiões de mais baixo-relevo. Os seus leitos são, na sua
maioria, irregulares não faltando os rápidos e as inclinações, alargando-se nas zonas
costeiras.

Existem quatro vertentes de escoamento das águas:

1. Vertente atlântica, com os rios Chiluango, Zaire ou Congo, o rio


Bengo, Kwanza, o rio Queve, o Catumbela e o rio Cunene;

2. Vertente do Zaire, no norte de Angola, com os rios Cuango, Cassai, e seus afluentes,
Cuilo, Cambo, Lui, Tchicapa e Luachimo;

3. Vertente do Zambeze, à qual pertencem os rios do Leste de Angola tais como os


afluentes do Zambeze, o Luena, Lungué-Bungo e o Cuando;

4. Vertente do Kalahari, com muitos rios de regime intermitente de onde se destacam os


rios Cubango e os afluentes Cuchi e o Cuito.

O maior e o mais navegável rio de Angola é o Kwanza, com cerca de 1.000


quilómetros de extensão e cujo afluente o Lucala forma as célebres quedas de
Kalandula, de impressionante beleza e com mais de 100 metros de altura. Para além
destas quedas existem outras e diversos rápidos noutros rios, como as do Bridge,
Chafinda no rio Luena, do Loge, etc. As principais bacias hidrográficas são as dos rios
Zaire, Mbridge, Kwanza (a maior), Queve, Cunene e Cubango.

O principal lago existente em território angolano é o lago Dilolo situado na


província do Moxico, seguido das lagoas do Panguila e da Quilunda na província de
Luanda.

O país possuir 77 bacias hidrográficas, sendo 47 principais e as restantes


litorâneas. As bacias do Zaire, Zambeze e Cubango são sistemas de rios internacionais
importantes com grande volume de água. As terras altas do Huambo, Bié e Moxico
constituem algumas das nascentes mais importantes, e alguns dos rios desaguam no
oceano Atlântico (Zaire, Kwanza e Cunene) e outros atravessam países vizinhos para

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chegarem ao oceano Índico (rios Zambeze, Cuando-Cubango). A formação de água
interior mais importante está na Província do Moxico e contém o maior lago do país.
Vários lagos mais pequenos cobrem uma superfície de 2,000 km2.

Decorrentes do processo de descolonização, durante as décadas de 1950 a 1970,


as guerras civis tornaram-se constantes, uma vez que as fronteiras políticas dos novos
Estados não obedeceram às divisões étnicas, religiosas e linguísticas dos povos nativos.
Por esse motivo, cerca de 20 nações africanas já entraram em guerra. As ricas reservas
de minérios, com enorme potencial para impulsionar o desenvolvimento económico,
funcionam, ao contrário, como motor de alguns conflitos.

A fome, a escassez de água, a degradação ambiental e a subnutrição crónica


em quase 20 países são responsáveis por sérios problemas de saúde pública, entre
os quais se destaca a propagação de epidemias. Cerca de 90% dos casos mundiais
de malária ocorrem na África Subsaariana, e 71% dos portadores do vírus HIV no
planeta vivem na região. Em Botsuana e Zimbabué, a Aids atinge um em cada quatro
adultos. destacam que muitos africanos são atingidos por diversos tipos de doenças de
veiculação hídrica. Com efeito, estima-se que 200 mil pessoas sofram de
esquistossomose.

Cerca de 18 milhões de africanos têm oncocercose ou “cegueira de rio”, doença


transmitida por um tipo de borrachudo que procria em rios poluídos. Em 1997, milhares
de refugiados da guerra civil do Sudão foram contaminados pela ingestão de água
poluída e infectados pela doença-do-sono, transmitida pela mosca tsé-tsé. Alguns
organismos causadores de doenças estão directamente ligados ao tratamento insuficiente
ou inexistente de esgoto. Esse quadro degradante tem reduzido a expectativa de vida dos
africanos. Em 1990, era de 59 anos e até 2005 deve baixar para 45 anos.

Ressaltam, ainda, que grandes somas de recursos financeiros para os pagamentos


das parcelas da dívida externa, durante as últimas décadas, forçaram muitos países
africanos a reduzirem investimentos em infra-estruturas de água e esgoto e que, na
realidade, esses países são apenas alguns do Terceiro Mundo que ainda usam grande
parte de seus orçamentos para pagar dívidas com o Fundo Monetário Internacional e o
Banco Mundial.

De outro lado, o atraso económico coloca o mercado africano em segundo plano


no mundo globalizado. O PIB da África representa apenas 1% do total mundial, e o
continente participa de apenas 2% das transacções comerciais que acontecem no mundo
(participava de 6% nos anos 1960). O resultado é que 260 milhões dos 600 milhões de
habitantes da África vivem com até um dólar por dia, abaixo do nível de pobreza
definido pelo Banco Mundial.

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Conclusão

Depois de um trabalho árduo chegamos a dedução que, África é um continente


com uma superfície de 30 milhões de quilómetros quadrado, um continente
potencialmente rica com seus recursos naturais. Mais de nada serve esta riqueza se nós
não conseguimos usufruir da mesma, deste modo África é considerado a única região do
mundo onde há número de pessoas vivendo sob extrema pobreza, num valor de menos
de 1 dólar por dia.

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