Patologia Bucal Ii

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Patologia Bucal II

Autoria: Marina Maria Ferreira Falcão


@odontobymari

Autoria: Marina Maria Ferreira Falcão- UPE/FOP -103 Página 1


Sumário
1) Processos Proliferativos Não Neoplásicos (Ppnn)
2) Neplasias Benignas
3) Desordens com Potencial de Transformação Maligna
4) Neoplasias Malignas
5) Tumores odontogênicos
6) Patologia Óssea
7) Patologia das Glândulas Salivares

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1)Processos Proliferativos Não Neoplásicos (Ppnn)

PPNN: Conceito: São lesões que com frequência se desenvolvem nas partes moles da cavidade bucal e raramente
no complexo maxilo-mandibular, basicamente de natureza inflamatória, sem características neoplásicas.
Clinicamente é um aumento tecidual localizado como nódulos ou difusos como massas teciduais. São resultantes
de uma resposta orgânica a inúmeras agressões, tais como cálculos subgengivais, próteses mal-adaptadas, mau
estado de conservação dos dentes, restaurações defeituosas. Ou sua origem associada a processos infecciosos de
origem dentária como raízes residuais, de consistência fibrosa ou flácida; sintomatologia e coloração variável,
base pediculada ou séssil, que frequentemente sangra ao toque; com perda de aspecto de casca de laranja da
superfície. São lesões condicionadas por um estímulo externo que não possuem a capacidade de crescimento
próprio.

 GRANULOMA PIOGÊNICO (GP)


 Natureza: Não neoplásica. Resposta tecidual a uma irritação local ou trauma.
 Características clínicas: Superfície lisa ou lobulada; mais pediculados do que sésseis; ulcerada e varia de
rosa ao vermelho ao roxo; indolor; mais na gengiva pode ser no lábio; língua e mucosa jugal; mais em
crianças e adultos jovens; sexo feminino.
 Características histopatológicas: Proliferação vascular, semelhante ao tecido de granulação com presença
de infiltrado inflamatório: neutrófilo, plasmócito e linfócitos.
 Tratamento e prognóstico: excisão cirúrgica (baixa recidiva) / postergar para gestantes (maior recidiva).

 LESÃO PERIFÉRICA DE CÉLULAS GIGANTES (Epúlide)


 Natureza: Não neoplásica. Crescimento nodular comum causado por irritação local ou trauma.
 Características clínicas: Na gengiva ou rebordo alveolar edêntulo; cor varia de vermelho ao vermelho-
azulado; lesão <2cm de diâmetro; séssil ou pediculada; ulcerada ou não; igual ao Granuloma Piogênico só
que mais azul-arroxeada; 31 a 46 anos; sexo feminino; mandíbula.
 Características histopatológicas: Proliferação de células gigantes multinucleadas – osteoclastos.
 Tratamento e prognóstico: Excisão cirúrgica local e raspagem dos dentes adjacentes.

OBS.: Epúlide Granulomatosa: ocorre crescimento de tecido de granulação que surgem em alvéolos dentários
pós extração (nodular), tecido de granulação reacional.

 FIBROMA OSSIFICANTE PERIFÉRICO (Epúlide fibroide ossificante)


 Natureza: reacional e não neoplásica. Crescimento gengival relativamente comum, patogênese incerta.
Pode surgir de um Granuloma Piogênico, ou de outra maneira.
 Características clínicas: gengiva, nódulo; séssil ou pediculado que usualmente se origina da papila
interdental; cor varia do vermelho ao rosa; mais ulcerada (mas pode não ser); lesões <2cm; adolescentes e
adultos jovens; 10 a 19 anos (pico); mais na maxila e nos incisivos e caninos.
 Características histopatológicas: proliferação de fibroblastos associada a formação de material
mineralizado.
 Tratamento e prognóstico: excisão cirúrgica local e envio para biópsia. (técnicas cirúrgicas periodontais
como os retalhos reposicionados de tecido conjuntivo, podem ser necessários pela estética e recidivas
baixas.

 HIPERPLASIA FIBROSA INFLAMATÓRIA


 Natureza: não neoplásica. Hiperplasia de tecido conjuntivo fibroso, que se desenvolve em associação as
bordas de uma prótese total mal adaptada.
 Características clínicas: se apresenta como uma prega única ou múltiplas de tecido hiperplásico no
vestíbulo alveolar; tecido hiperplásico no vestíbulo alveolar; tecido redundante firme e fibroso; algumas
lesões eritematosas e ulceradas parecida ao Granuloma Piogênico; lesão >1cm a grandes lesões; face
vestibular do rebordo alveolar; adultos de meia idade e idosos; mulheres.

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 Características histopatológicas: hiperplasia de tecido celular fibroso; epitélio de revestimento;
hiperparaqueratinizado.
 Tratamento e prognóstico: excisão cirúrgica + exame microscópico e refazer prótese.

Obs: Pólipo fibroepitelial: ocorre no palato duro abaixo da prótese superior; massa plana de cor rosa; aderido
ao palato por um estreito pedículo.

 FIBROMATOSES GENGIVAIS
 HIPERPLASIA PAPILOMATOSA
 Natureza: reacional e não inflamatória neoplásica. Desenvolve-se abaixo da dentadura, lesão que faz
parte do espectro de estomatite dor dentadura.
 Características clínicas: palato duro; associada a cândida e pacientes com HIV; assistomática; superfície
“pedregosa” ou papilar; relacionado a: prótese removível mal-adaptada, má higiene da prótese removível,
uso por 24 horas da prótese.
 Características histopatológicas: numerosos crescimentos papilares na superfície.
 Tratamento e prognóstico: remoção da dentadura, terapia com antifúngicos T e S, excisão cirúrgica,
curetagem, eletrocirurgia, eriocirurgia, cirurgia a laser.

2) Neplasias Benignas
CONCEITO: São afecções caracterizadas por distúrbios no processo de proliferação e diferenciação celular.
Neoplasia: é considerado como crescimento novo, independente, desordenado , de tecido que, potencialmente, é
capaz de proliferação ilimitada, e que não regride depois de removido o estimulo que produziu as lesões
(crescimento autônomo).

NEOPLASIAS BENIGNAS NA CAVIDADE BUCAL: características histopatológicas: conservação da arquitetura e da


vascularização do tecido de origem, conservação da estrutura normal das células que o compõem, crescimento
expansivo. Classificação: tecido epitelial - papiloma, ceratocisto e nevo melanocítico ; tecido conjuntivo – fibroma,
hemangioma, lipoma e linfangioma; tecido nervoso – neurofibroma e neurolemoma

 TECIDO EPITELIAL
 PAPILOMA
 Natureza: proliferação benigna do epitélio pavimentoso estratificado, induzida pelo HPV, resultando em
uma lesão verruciforme ou papilar
 Características clínicas: os tipos 6 e 11 são os mais comuns, possui baixa taxa de virulência e infectividade.
Ocorre em 1 a cada 250 adultos, representam 3% das lesões biopsiadas, 7 a 8% de todos os crescimentos
orais em crianças. Ligeira predominância em homens. Presente mais em crianças, porem mais diagnosticado
entre 30 e 50 anos. Mais comum no palato na língua e lábios. Lesão mais comum no palato mole. Nódulo
exofílico de consistência amolecida, assintomático, mais pediculado que séssil. Progressões semelhantes a
dedos “couve-flor”, pontiagudas ou embotadas. Lesões brancas ou ligeiramente vermelhas ou de coloração
normal. Solitário, cresce rápido, normalmente mede 0,5 cm, mas pode atingir 3 cm.
 Características histopatológicas: proliferação do epitélio pavimentoso estratificado, arranjados em
progressões semelhantes a dedos com tecido conjuntivo fibromuscular. O tecido conjuntivo pode apresentar
inflamação.
 Tratamento e prognóstico: excisão cirúrgica. Incomum haver recidivas.

 NEVO MELANOCÍTICO ADQUIRIDO (NEVOCELULAR NEVO; MOLE)


 Natureza: proliferação benigna de células névicas derivadas da crista neural, essas podem ser melanócitos
ou primos. As células migram para a epiderme e podem aparecer após o nascimento.
 Características clínicas: mais comum dos “tumores humanos” com media de 10 a 40 nevos cutâneos por
adulto melanoderma. Lesões intraorais são incomuns. Maioria das lesões aparecem antes dos 35 anos, mais
no sexo feminino e em brancos acima da cintura. Ele é dividido em fases: juncional: mácula preta ou castanha

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bem demarcada, com menos de 6 mm; composto: pápula ligeiramente elevada, macia, com superfície
relativamente lisa, a maioria das lesões aparecem marrons; nevo intradérmico: superfície se tona
ligeiramente papilomatosa e com pelos no centro e com menos de 6 mm. Nos casos intrabucais aparecem no
palato, prega mucovesbibular ou gengiva.
 Características histopatológicas: proliferação benigna não encapsulada de células névicas. Nevo juncional:
células névicas confinadas a junção do epitélio e tecido conjuntivo (Tc). Nevo composto: aparece na derme e
lâmina própria. Nevo intradérmico: só no Tc. Quando esta intrabucal é chamado de intramucoso.
 Tratamento e prognóstico: Normalmente não precisa e se precisar faz-se excisão cirúrgica.

 QUERATOCISTO (CERATOCISTO- OMS TUMOR ODONTOGÊNICO QUERATOCISTO OU CISTO NEOPLASICO


BENIGNO- CERATOCISTO)
 Natureza: grande potencial de crescimento, alta recidiva, possível associação com a síndrome do
carcinoma nevoide basocelular
 Características clínicas: representa 3 a 11% de todos os cistos odontogênicos, mais presente na
mandíbula, corpo posterior e no ramo da mandíbula. Quando pequenos podem ser assintomáticos, grandes
podem estar associados à dor, aumento de volume ou drenagem de secreção. Eles tendem a crescer e gerar
expansão óssea. Quando houver múltiplos ceratocistos investigar síndrome do carcinoma nevoide
basocelular (Gorlin)
 Características histopatológicas e radiológicas: área radiolúcida, com margens radiopacas regulares.
Chega ao diagnostico pelo histopatológico, pois diferencia do radicular e do dentígero. Exibe uma cápsula
delgada, friável difícil de ser enucleada do osso em uma única peca. Lúmem pode conter liquido claro
semelhante a um transudado seroso ou material caseoso. No microscópio, Lâmina de queratina, infiltrado
inflamatório na delgada parede fibrosa. Camada de revestimento epitelial é epitélio pavimentoso
estratificado.
 Tratamento e prognóstico: enucleação cirúrgica e curetagem. Alta taxa de recidivas. Alguns cirurgiões
dentistas indicam ostectomia periférica da cavidade óssea com brocas esférica para o osso a fim de reduzir a
ferquencia de recidivas.

 TECIDO CONJUNTIVO
 FIBROMA (FIBROMA DE IRRITAÇÃO; TARUMÁTICO, HIPERPLASIA FIBROSA FOCAL; NODULO FIBROSO
 Natureza: neoplásica. Neoplasia mais comum na cavidade bucal. Questiona-se se ele não é uma
hiperplasia reacional do tecido conjuntivo fibroso em resposta a irritação local ou trauma local.
 Características clínicas: mais presente na mucosa jugal, ao longo da linha de oclusão, conseqüência do
trauma da mordida na bochecha. Pode ser a maturação fibrosa de um granuloma piogênico. Nódulo de
superfície lisa e coloração rosada, mais séssil que pediculado. Geralmente varia de 1,5 cm ou mais de
diâmetro. Da 4º a 6º década de vida e mais em mulheres
 Características histopatológicas: aumento do volume nodular de tecido fibroso, recoberto por epitélio
pavimentoso estratificado. A lesão não é encapsulada e o tecido conjuntivo se mistura com o tecido
conjuntivo vizinho.
 Tratamento e prognóstico: excisão cirúrgica conservadora

 LIPOMA
 Natureza: Neoplasia benigna de gordura. Neoplasia mesenquimal mais comum. Na cavidade bucal e na
região maxilofacial são menos frequentes representando 1% a 4% dos lipomas.
 Características clínicas: aumento de volume nodular de superfície lisa e consistência macia, que podem
ser sésseis ou pediculados. Coloração amarelada ou cor de rosa. Mais frequente ser menor que 3 cm, mais
presente na mucosa jugal e vestíbulo bucal, em pessoas com 40 anos ou mais.
 Características histopatológicas: adipócitos maduros, bem circunscrita e pode apresentar uma fina
cápsula fibrosa. Fibrolipoma: presença de maior componente fibroso + céls. adiposas. Angiolipoma: com
vasos sanguíneos
 Tratamento e prognóstico: excisão local cirúrgica conservadora.

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 HEMANGIOMA E MALFORMAÇÕES VASCULARES
 Natureza: lesões benignas da infância têm uma rápida fase de crescimento com proliferação de células
endoteliais, seguido de involução gradual. Podem não ser reconhecidos ao nascimento, mas aparecem nas
primeiras oito semanas de vida.
 Características clínicas: hemangioma da infância: mais comum tumor da infância – 4% a 5% das crianças
com 1 ano possui. Mais no sexo feminino, em brancos, mais na região de cabeça e pescoço(60%), mais lesões
únicas(80%), cor vermelho claro, rápido crescimento, firmes e borrachudos em pressão. Os profundos podem
aparecer azulados. A fase proliferativa estende-se de 6 a 12 meses, após a qual o hemangioma cresce
proporcional ao crescimento da criança, seguido de uma involução lenta que chega aos 5 anos em 90%.
Aparenta ser menos firme a palpação.
 Hemangioma congênito: ocorrem na infância e tem duas variações Hemangioma congênito de involução
rápida (HCIR): involução total por volta dos 9 aos 14 meses de idade e Hemangioma congênito não
involunivo (HCNI): cresce proporcional a criança e não tem involução. complicações ocorrem em 20% dos
hemangiomas o mais comum é a infecção secundaria pós ulceração. Cada região facial apresenta sua
morbidade. Hemangiomas cervicofaciais podem ser componentes da síndrome PHACES: Anomalias da fossa
cerebral posterior, Hemangioma (mais comum hemangioma segmentar cervical), Anomalias arteriais,
Defeitos cardíacos e coarctação da aorta, Anomalias oculares, Fenda esternal ou rafe supraumbilical.
 Malformações vasculares: presentes no nascimento e persistem ao longo da vida. Manchas tipo “vinho
do porto” são malformações capilares, mais comuns na face, ao longo do nervo trigêmeo. Lesões maculares
de coloraçãom variando do rosa ao roxo. É normal a lesão escurecer ou si tornar nodular.
 Malformações venosas: baixo fluxo que vai de pequenas ectasias isoladas a crescimentos complexos que
envolvem múltiplos tecidos e órgãos: cor azulada. A trombose secundária e a formação de flebólitos podem
ocorrer
 Malformações arteriovenosas: alto fluxo, comunicação direta entre artéria e a veia. Presentes desde o
nascimento, mas pode não ser notada até a vida adulta, a pele fica quente ao toque e há geralmente
trepidração palpebral e entre outros sintomas podem ser incluídos dor, sangramento e ulceração da pele.
 Malformações vasculares intraósseas: representam malformações venosas ou arteriovenosas. Mais
comum em mulheres nos ossos gnáticos e o diagnóstico geralmente são feitos antes da 3º década. Com
maior frequência na mandíbula. Pode ser assintomático ou ter dor e inchaço. Pode haver mobilidade
dentária ou sangramento do sulco gengival pode ter pulsação ou trepidação na ausculta. Lesões com defeitos
radiolúcidos multiloculares essa pode ser pequena ou grande e outras se assemelham a cistos. O angiogrma
pode auxiliar para saber a natureza vascular da lesão.
 Características histopatológicas: aumento de células endoteliais volumosas e lúmens vasculares
geralmente distintos.
 Tratamento e prognóstico: hemangioma da infância – negligência acompanhada para os casos
complicados betabloquador propanolol, corticosteróides sistêmicos também ajudam a reduzir a lesão e a
cirurgia é pouco recomendada, só quando a comprometimento visual, por exemplo. Malformações
vasculares: laser a luz pulsante de curta duração, escleroterapia (etanol a 95%) para lesões problemáticas e
excisão cirugica. Malformações arteriovenosas: ressecção, a embolização guiada. Malformações vasculares
intraósseas: antes com aspiração por agulha de qualquer lesão intraóssea, a biopsia incisional ou extrações
dentais na área da lesão pode ser fatal ou causar hemorragia grave.

 LINFAGIOMA
 Natureza: crescimento benigno hamartomatoso, semelhante a neoplasias dos vasos linfáticos.
Classificação três tipos: 1- macrocístico: compostos de espaços semelhantes a cistos medindo 2 cm de
diâmetro ou mais. 2- microcístico: composto por canais vasculares vasculares menores medindo menos de 2
cm de diâmetro. 3- misto: composto da combinação de espaços macrocísticos e microcísticos.
 Características clínicas: predileção pela região de cabeça e pescoço, 50% a 75% de todos os casos. 50% é
notado ao nascimento, 90% se desenvolvem por volta de 2 anos de idade. Linfangiomas cervicais são mais
comuns no triângulo posterior se apresentam como massas amolecidas flutuantes. Na região anterior
comumente causa dificuldades respiratórias. Podem chegar a 15 cm ou mais e esse crescimento pode ser
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rápido devido a uma infecção respiratória. É mais comum nos dois terços anteriores da língua, as vesículas de
assemelham a ovos de rãs translúcidos e quando a hemorragia de algum vaso ou vesícula se tornam
arroxeados. Pequenos linfagiomas menores que 1 cm aparecem no rebordo alveolar em cerca de 4% dos
recém-nascidos negros, predomina em homens, muitos dos linfagiomas se resolvem espontaneamente, pois
não são observados em indivíduos mais velhos.
 Características histopatológicas: vasos linfáticos que podem mostrar dilatações discretas (microcística) ou
estruturas semelhantes a cistos (macrocística). Podem ficar superficial e de aparência translúcida. Os vasos
também podem se estender para o tecido conjuntivo profundo e para musculatura esquelética.
 Tratamento e prognóstico: depende do tamanho e da localização e subtipo da anomalia. Quando
necessarui excisão cirúrgica ou esclerose percutânea. Doxiciclina na esclerose cutânea. Aumento na cavidade
oral da recorrência.

 TECIDO NERVOSO
 NEURILEMOMA (SCHAWAMOMA)
 Natureza: neoplasia benigna neural com origem nas células de Schwann
 Características clínicas: incomum. Neurilemomas bilaterais do nervo vestibuloauditivo são característica
de uma condição hereditária a neurofibromatose tipo II. Neurolimomas múltiplos também ocorrem em outra
doença genética conhecida como schwannomatose. Assintomático geralmente ele empurra o nervo pro lado
e é de crescimento lento e encapsulado e surge em associação com um troco nervoso. Mais comum em
adultos jovens de meia-idade, variando de mm a muitos cm. Ocorre com maior freqüência na língua, pode
ser intraósseo e produzir expansão óssea, lesão radiolúcida uni ou multiloculares.
 Características histopatológicas: neoplasia encapsulada. Alterações degenerativas podem ser vistas em
lesões antigas: hemorragias, inflamação e fibrose, atipia celular e depósito de hemossiderina.
 Tratamento e prognóstico: excisão cirúrgica. Incomum haver recidivas.

 NEUROFIBROMA
 Natureza: mais comum neoplasia de nervo periférico e se origina os tipos celulares, células de schwann e
os fibroblastos perineurais.
 Características clínicas: lesões solitárias, mais em adultos jovens, indolores e amolecidos e de crescimento
lento, varia de tamanho de pequenos nódulos a grandes aumetnos de volume. Mias na pele, porém
aparecem na cavidade bucal. Mais na língua e na mucosa jugal, raro intraósseo. Radiograficamente uni ou
multiloculares e pode ser mal ou bem definido.
 Características histopatológicas: o neurofibroma solitário é bem definido e circunscrito principalmente
quando a proliferação ocorre no perineuro do nervo envolvido. Outros podem se misturar ao tecido
conjuntivo adjacente. Composto de feixes entrelaçados de células fusiformes, com núcleo ondulado.
 Tratamento e prognóstico: excisão cirúrgica. baixa recidiva. E deve ser avaliado todos com possibilidade
para neurofibromatose.

 CERATOSCANTOSE
 Natureza: proliferação epitelial autolimitada (semelhante ao carcinoma espinocelular), bem diferenciada.
Origem no infundíbulo dos folículos pilosos. Raras as lesões intraorais. Causa desconhecida, dano causado
pelo sol ou pelo HPV (3,26 e 37) têm sido consideradas causas potenciais. Predisposição hereditária para o
desenvolvimento de múltiplos na síndrome de Muir-Torre (neoplasia sebácea, ceratoacantomas e
carcionamas gastrointestinais).
 Características clínicas: mais comum em maiores de 45 anos, em homens, 95% das lesões são solitárias na
pele exposta ao sol, 8% na borda do vermelhão dos lábios. Nódulo firme indolor, bem delimitado, séssil e
com formato de cúpula, porção externa com textura e coloração normais, mas pode ser eritematosa. Possui
3 fases: 1-crescimento: á aumento rápido e típico, o diâmetro é de 1-2 cm dentro de 6 semanas (diferente do
carcinoma espinocelular); 2- estacionária e 3- fase de involução: a de 6 a 12 meses cicatriz depressiva.
 Características histopatológicas: a biopsia deve conter fragmentos de tecido sadio. Apresentam
disceratose considerável, pérolas de ceratina, há superprodução de ceratina na área da cratera, epitélio da

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região lateral ao tumor mostra-se normal, o epitélio abaixo da cratera prolifera para baixo sem atingir as
camadas mais profundas de glândulas sudoríparas e musculares.
 Tratamento e prognóstico: excisão cirúrgica. 4% a 8% de recidivas. Criocirurgia intralesional e imiquimode
tópico.

3) Desordens Com Potencial De Transformação Maligna

• Conceito: tecido com células apresentando processos de proliferação/diferenciação e morfologia alterados


(perda da homeostase) no qual há maior probabilidade de desenvolvimento de câncer. Desordens com potencial
de transformação malignas: leucoplasia, eritroplasia, Queilite actínica, Líquen plano, fissuras e úlceras de contato,
estomatite nicotínica, Fibrose submucosa oral. Lesões pré-cancerosas, pré-malignas, potencialmente cancerizável.
Tecido (ainda) benigno morfologicamente alterado com maior risco de se tornar um câncer. Condição pré-
maligna: a doença ou hábito que não alteram necessariamente a aparência clínica do tecido local, mas que está
associada a um risco maior de lesão pré-maligna ou desenvolvimento de câncer. Oncogênese: célula
geneticamente alterada: hiperplasia, displasia, câncer insitus, invasão cancerosa.

 LEUCOEDEMA:
• Natureza: condição comum da mucosa oral.
 Características clínicas:Mais em negros; Aparência difusa, opalescente e branco-acizentada leitosa da
mucosa; Superfície frequentemente pragueada resultando em estrias esbranquiçadas ou com rugosidades;
As lesões não são destacáveis. ; Normalmente mais bilateral; Mais comum na mucosa jugal.
 Características histopatológicas: aumento da espessura epitelial, com edema intracelular proeminente na
camada espinhosa; superfície epitelial em geral é paraqueratinizada, e as cristas epiteliais são amplas e
alongadas.
 Tratamento e prognóstico: nenhum. Distinguir de outras lesões brancas comuns como a leucoplasia,
candidíase e o Líquen plano.
 Tem que distender a mucosa para excluir alterações edematosas.

 LINHA ALBA: Linha “branca” – comum na mucosa jugal, geralmente associada à pressão, irritação por
fricção ou trauma de sucção das superfícies vestibulares dos dentes.
 Características clínicas: Geralmente bilateral; Pode ser festonada e está localizada na altura da linha de
oclusão dos dentes; Sexo feminino;
 Características histopatológicas: não indicada, se for: hiperortoqueratose recobrindo a mucosa oral
normal, as vezes pode ser visto edema intracelular do epitélio e inflamação crônica leve na lâmina própria.
 Tratamento e prognóstico: Não há necessidade de tratamento.

 MORSICATIO BUCCARUM (Mastigação crônica da bochecha)


 Características clínicas: Mordiscado crônico causam lesões localizadas geralmente na mucosa jugal, na
mucosa labial (morsicatio labiorum) e na borda da língua (morsicatio linguarum)./ Mais comum em pessoas
sobre estresse ou que exibem quadros psicológicos ; Mais em mulheres; maior que 35 anos; Mais bilateral;
Áreas brancas espessas e fragmentadas podem estar entremeadas a Zonas eritematosas, com erosão ou
ulceração traumática focal; Localiza-se na linha de oclusão na porção média da mucosa jugal anterior.
 Características histopatológicas: hiperparaqueratose, superfície dilacerada com projeção de queratina.
 Tratamento e prognóstico: Não tem tratamento. Proteção acrílica bilateral.

 LEUCOPLASIA (Leucoqueratose, eritroleucoplasia)


 “Uma mancha branca ou placa que não pode ser caracterizada clínica ou patologicamente como qualquer
outra doença.” Diagnóstico não apenas clínico, mas pela exclusão de outras doenças que se manifestam
como placas brancas na mucosa oral. Deve-se excluir: Líquen plano, morsicatio buccarun, queratose
friccional, queratose da bolsa de tabaco, estomatite nicotínica, leucoedema e Nevo branco esponjoso.

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 Características clínicas:Lesão potencialmente maligna oral+comum; Sexo masculino; Possíveis causas:
tabagismo em excesso, sinergismo de álcool+tabaco em excesso, uso de erva sanguinária (presente em
enxaguantes bucais; radiação ultravioleta; Queilite actínica, Treponema pallidum da sífilis; Cândida albicans;
trauma); Pessoas acima de 40 anos; Homens média de 60 anos. Mais comum no vermelhão do lábio, mucosa
bucal e gengiva. Leucoplasia leve: aparece como uma placa branca ou acinzentada, plana ou ligeiramente
elevada, podendo ser translúcida, fissurada ou enrugada. Macia com bordas bem delimitadas, fase chamada
de leucoplasia homogênea. 1/3 regride ou desaparece. Algumas lesões desenvolvem acima de
irregularidades de superfície e são chamadas de leucoplasia granular ou nodular. Lesões com projeções
afiadas, rombas ou verruciformes são denominadas Leucoplasia Verrucosa ou verruciforme. Uma forma
especial de leucoplasia de alto risco é a leucoplasia verrucosa. Proliferativo desenvolvimento lento de
múltiplas placas queratóticas. Com projeções rugosas de superfície (Gengiva sítio mais comum) com
crescimento persistente, pode se transformar em Carcinoma epidermoide, raramente regridem,
independente da terapia. leucoplasia verrucosa proliferativa (LVP) é incomum nos leucoplasicos e tem
predileção pelo sexo feminino. Eritroleucoplasia lesão mista de áreas brancas e vemelhas.
 Características histopatológicas: espessamento da camada de queratina (hiperqueratose), aumento da
camada espinhosa (acantose). Algumas leucoplasias demonstram hiperqueratose e atrofia epitelial, além de
infiltrado crônico no tecido conjuntivo subjacente. A Leucoplasia verrucosa exibe projeções papilares
pontiadugas e cristas epiteliais rombas, largos na superfície e espessura variável de queratina. Difícil
diferenciar de um carcinoma verrucosa inicial LVP’s em fase avançada o epitélio se torna francamente
invasivo e menos diferenciado, transforma-se em carcinoma epidermóide. Displasia epitelial leve se
relaciona a alterações limitadas as camadas basais e parabasal. Displasia epitelial moderada da camada basal
até a porção média da camada espinhosa. Displasia epitelial intensa mostra envolvimento da camada basal
ate um nível acima do ponto médio do epitélio. Carcinoma in situ = displasia que envolve a espessura total do
epitélio (não ocorrem metástases), pérolas córneas é rara nesse carcinoma e pode indicar carcinoma
epidermoide localmente invasivo.
 Tratamento e prognóstico: biópsia, ou até várias biópsias para lesões grandes e multifocais. Pode ser
indicado remoção completa, cessar hábitos de fumar, por exemplo. Excisão cirúrgica, eletrocauterização,
criocirurgia ou ablação a laser. Recorrência varia de 10% a 35%. Leucoplasias verruciformes ou granular
exibem taxa de recorrência de 83%.Cada fase da leucoplasia tem um potencial maligno diferente. Há
tratamentos com retinol sistêmico, mas também a recidivas de lesões. Até agora nenhum tratamento clínico
é eficiente na prevenção de progressão de lesões potencialmente malignas em carcinomas epidermoide.

 ERITROPLASIA:
• Placa vermelha que não pode ser clínico ou patologicamente diagnosticada como qualquer outra lesão.
Eritroplasia oral é semelhante clínica e histopatologicamente o genital. Quase todos as eritroplasias
verdadeiras demonstram displasia epitelial, carcinoma in situ ou carcinoma epidermoide.
 Características clínicas:1 por 2500 adultos; Doença da meia-idade
 Assoalho bucal, língua e palato mole; Lesão como mancha ou placa bem delimitada, eritematoses de
consistência macia e textura aveludada.
 Características histopatológicas: 90% das lesões apresentam displasia epitelial intensa, carcinoma in situ
ou carcinoma epidermóide superficialmente invasivo; epitélio atrófico; tecido conjuntivo com inflamação
crônica. Diferenciar de mucosite, candidíase, psoríase e lesões vasculares.
 Tratamento e prognóstico: excisão cirúrgica completa ou ablação. Sugerido longo período de
acompanhamento. Maior recorrência e envolvimento multifocal.

 FIBROSE ORAL SUBMUCOSA: Condição potencialmente maligna de alto risco, caracterizado por
cicatrização crônica progressiva da mucosa bucal.
 Características clínicas:Mais na Ásia; Adultos jovens; Causado por betel quaid (droga); Queixas: trismo,
estomatopirose (queimação generalizada bucal); Primeiros sinais e sintomas: vesículas, petéquias, melanose,
xerostomia e estomatopirose; Mucosa vestibular, área retromolar e palato mole; Posteriormente a mucosa
desenvolve uma mancha pálida com rigidez progressiva.

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 Características histopatológicas: deposição submucosa e justaepitelial de tecido conjuntivo densamente
colagenizado, hipervascular com variável infiltrado inflamatório crônico.
 Tratamento e prognóstico: leves; corticosteroides intralesionais e graves: divisão cirúrgica ou excisão das
bandas fibrosas seguidas, por fisioterapia ao longo da vida. Aumento de recidiva: 19x mais chance de
desenvolver câncer bucal.

 ESTOMATITE NICOTÍNICA: uma das mais comuns da mucosa do palato duro, sofreu perda depois que
houve diminuição do hábito de fumar charuto e cachimbo.
 Características clínicas:Os cigarros são fumados com a ponta acesa para dentro da boca em algumas
culturas e tem potencial para desenvolver displasia ou carcinoma; Mais comum em homens; Exposição a
longo prazo ao calor; maior que 45 anos; Mucosa do palato difusamente cinza ou branco; Pápulas elevadas
com centros vermelhos puntiformes (inflamação das glândulas salivares menores); Mancha marrom nos
dentes pelo tabaco, queratina espessa no palato, hiperqueratose da mucosa jugal.
 Características histopatológicas: hiperqueratose e acantose do epitélio do palato, infiltrado crônico.
 Tratamento e prognóstico: reversível, só cessar o fumo. Se lesão branca não cessar em 1 mês deve ser
considerada leucoplasia e tratado como tal.

 QUEILITE ACTÍNEA (QUEILOSE ACTÍNEA; QUEILOSE SOLAR)


 Características clínicas: Condição potencialmente maligna do vermelhão do lábio inferior, resultado da
exposição crônica à luz Vermelha; Mais comum em clima tropical; Meia idade a idosos de pele clara; Mais em
profissionais muito expostos ao sol; Distúrbios genéticos (albinismo), tabagismo e imunossupressão,
aumenta a probabilidade de evolução para Carcinoma epidermoide; Sexo masculino; Desenvolvimento lento.
 Características histopatológicas: Epitélio pode exibir graus de displasia. Hiperqueratose e epitélio atrófico
ou acantótico. Tecido conjuntivo com faixa acelular amorfa, basofílica conhecida como elastose solar
infiltrado crônico e vasos sanguíneos dilatados podem estar presentes.
 Tratamento e prognóstico: é irreversível, porém é importante cessar a exposição ao sol nos lábios. Deve
ser biopsiado, áreas de endurecimento, espessamento, ulcerações e leucoplasia para excluir carcinoma.
Quando carcinoma é confirmado vermelhectomia.

 LÍQUEN PLANO: doença dermatológica crônica afeta frequentemente a mucosa buca. Doença
mucocutânea imunomediada. Adultos de meia-idade; Sexo feminino; Basicamente existem duas formas de
lesões bucais:
 Líquen plano reticular: mais comum que a forma erosiva, não costuma causar sintomas, região posterior
da mucosa jugal bilateralmente, também borda lateral e dorso da língua, a gengiva, palato e vermelhão dos
lábios. É assim chamado pelo padrão de linhas brancas entrelaçadas (Estrias de Wickham), pode aparecer
como pápula, as lesões brancas. No dorso da língua aparece como placas queratóticas, com atrofia das
pápulas.
 Líquen plano erosivo: lesões sintomáticas clinicamente se observa áreas eritematosas, atróficas, com
graves variáveis de ulceração central, quando a atrofia e ulceração estão confinadas a mucosa gengival é
denominado gengivite descamativa, mas faz biopsia para descartar pênfigo vulgar e o penfigóide das
membranas mucosas. Se houver separação entre o epitélio e o tecido conjuntivo subjacente resulta no
Líquen plano bolhoso.
 Características histopatológicas: são típicas, mas não específicas – graus variáveis de ortoqueratose e de
paraqueratose presentes no epitélio, dependendo de espécime da biopsia. Ser obtido de uma lesão erosiva
ou reticular, classicamente as cristas epiteliais; são pontiagudas ou tem forma de “dentes em serra”,
degeneração hidrópica. Diagnóstico: Líquen plano reticular = mais por achados clínicos; Líquen plano erosivo
= mais difícil por achado clínico, as vezes necessário biopsia.
 Tratamento e prognóstico: Líquen plano reticular = nenhum tratamento necessário, quando com
candidíase sobreposta tratar a candidíase; Líquen plano erosivo = corticosteroides, corticoides tópico
potentes (betametasona), aplica muitas vezes ao dia. Potencial maligno baixo. Acompanhamento necessário
e maior para o tipo erosivo.

Autoria: Marina Maria Ferreira Falcão- UPE/FOP -103 Página 10


4) Neoplasias Malignas
• Conceito: câncer doença crônico-degenerativa, genética/multifatorial. 2º causa de morte por doença no Brasil.
Classificação: 1-carcinoma (células epiteliais-90%); 2-sarcoma (células mesênquimais); 3-leucemia (células
hematopoiéticas). 95% dos cânceres de boca são do tipo carcinoma espinocelular, os outros representam 5%.

 NEOPLASIAS MALIGNAS DE ORIGEM EPITELIAL


 CARCIONOMA EPIDERMOIDE(CARCINOMA ESPINOCELULAR –CEC)
• Natureza: Representam 90% dos cânceres de boca. A causa é multifatorial, mas tanto fatores extrínsecos
(incluem fumo, álcool, sífilis e luz solar) e intrínsecos (desnutrição geral, anemia por deficiência de ferro)
podem está atuando. Podem estar associados a lesões potencialmente malignas, especialmente leucoplasia.
Hábitos que aumentam o risco para CEC: O fumo aumenta em 3x a chance em relação a um não fumante;
álcool mais fumo aumenta de 2 a 4x mais; exposição ocupacional como dos trabalhadores das indústrias que
ficam expostos cronicamente a certos produtos químicos e poluentes ambientais; radiação; deficiências de
vitaminas e minerais como deficiência de ferro e vitamina A; bactérias em associação com o fumo e o álcool;
cândida; vírus com HIV e HPV; imunossupressão; oncogenes e genes supressores tumor.
• Características clínicas: é mais comum em maiores de 65 anos. O Câncer de língua em mulheres
leucodermas é mais comum entre 18 a 44 anos. Mais comum a ocorrência de CEC em homens mais velhos e
levam cerca de 8 meses (8 a 24 meses mais pobres) para procurar o médico estando cientes da lesão. No
início a sensibilidade dolorosa é mínima. As apresentações clinicas são variáveis: exofílica ( aumento de
volume; vegetante, papilífera, verruciforme); leucoplásica (mancha branca); eritroplásica (mancha vermelha);
eritroleucoplásica (áreas vermelhas e brancas). A destruição do osso subjacente quando presente, pode ser
dolorosa ou completamente indolor e aparecerá nas radiografias como uma radiolucidez “em ruído de traça”
com margens mal definidas ou bordas irregulares (aparência similar a osteomielite).
• Carcinoma do vermelhão do lábio: pessoas de pele clara, com exposição crônica a radiação ultravioleta
do sol. 70% possuem ocupações ao ar livre e está associado à queilite actínica que pode surgir no local que o
paciente coloca o cigarro, charuto ou cachimbo. 90% das lesões estão no lábio inferior. Ulceração
endurecida, indolor, crostada, exsudativa que apresenta geralmente menos de 1 cm no seu maior diâmetro
quando descoberta. Crescimento lento e o paciente sabe da lesão de 12 a 16 meses antes do diagnóstico. Em
pacientes negligentes pode ocasionar destruição considerável do lábio.
• Carcinoma Intraoral: a língua é o local mais comum na sua lateral posterior e superfície ventrais e
assoalho da boca. Outros locais incluem gengiva, mucosa jugal, mucosa labial e palato duro. A língua é o local
mais comum em pacientes jovens. Carcinomas com lesões de assoalho bucal são mais prováveis de surgir a
partir de leucoplasia e eritroplasia. Carcinomas gengivais do rebordo alveolar são indolores e surgem mais na
mucosa queratinizada na posterior da mandíbula, está menos associada ao fumo e com predileção pelo sexo
feminino. Esse tipo de assemelha clinicamente ao granuloma piogênico, gengivite e doença periodontal e
quando a exodontia se parece com a epúlide granulomatosa. Carcinomas do trígono retromolar podem se
espalhar para vários locais, incluindo a orofaringe, mucosa jugal, rebordo alveolar e rafe pterigomandibular.
• Carcinoma orofaríngeo: palato mole, base de língua, região tonsilar e parede posterior da faringe. Região
das amígdalas é a mais acometida (70% a 80% dos casos) e estão associados ao HIV. As lesões passam muitas
vezes despercebidas pela sua localização, a proporção e o tamanho são maiores que a dos carcinomas orais e
a proporção de casos com metástase cervical a distancia é maior. Sintomas: dor de garganta persistente,
dificuldade de engolir (disfagia), e dor na deglutição (odinofagia) a dor pode ser surda ou aguda e muitas
vezes é referida para o ouvido.
• Metástase: ocorrem principalmente através dos vasos linfáticos para os linfonodos cervicais ipsilaterais,
um linfonodo cervical que contem carcinoma metastático tem geralmente uma consistência firme a pétrea,
indolor e aumentado. Se houver perfuração da cápsula do linfonodo e células neoplásicas invadirem os
tecidos circundantes, então o linfonodo perderá mobilidade (será sentida durante a palpação). A
disseminação extracapsular está associada a um prognostico desfavorável, incluindo risco de recidiva
localrregional, metástase a distancia e a menor taxa de sobrevida. Os locais mais comuns de metástases a
distancia são os pulmões, fígado e ossos. Os carcinomas de lábio inferior e assoalho bucal tendem a se
Autoria: Marina Maria Ferreira Falcão- UPE/FOP -103 Página 11
disseminar para os linfonodos submentonianos, os localizados na região posterior da boca para os linfonodos
julgulares superiores e digástricos. A drenagem da orofaringe leva as cadeias linfonodais retrofraríngea e
julgodigástrica. O diagnostico tardio leva a ter 50% dos indivíduos linfonodos positivos e metástase a
distância.
• Estadiamento: quantifica os parâmetros clínicos para melhor identificar o prognóstico do paciente. O
protocolo segue 3 características clinicas básicas: 1- tamanho do tumor primário, em cm(T); 2- envolvimento
dos linfonodos locais (N); 3- metástases a distancia (M).
• Características histopatológicas: origina-se do epitélio displásico e é caracterizado por ilhas e cordões de
células epiteliais malignas. A neoplasia invade e destrói o tecido normal e pode se estender em profundidade
para o tecido adiposo, músculo e osso.pode invadir o perineuro que envolve os feixes de nervos (invasão
perineural) ou invadir o lúmem das veias ou vasos linfáticos (invasão vascular), pode induzir fibrose e
neoformação vascular (angiogênese). Grau I- altamente diferenciado e Grau III/IV mal diferenciados ou
anaplásicos. O CEC de orofaringe + HPV positivo com freqüência são pouco diferenciados e não
queratinizados, porém possuem melhores resultados terapêuticos que os HPV negativos.
• Tratamento e prognóstico: Carcinoma do vermelhão do lábio: detectados em fase precoce excisão
cirúrgica possuem excelentes resultados. Casos avançados podem ser tratados com radioterapia ou
associado à quimioterapia e não precisa de dissecção de pescoço. Mas já o carcinoma no lábio superior, raro,
tem alta taxa de metástase recomenda-se esvaziamento de pescoço. Prognóstico é feito a partir do estagio
que se encontra. Carcinoma epidermoide Intraoral: inicial tratada com excisão cirúrgica + e para casos
inoperáveis radioterapia. Para lesões moderadas cirúrgica + radioterapia + quimioterapia. Em casos
avançados: radioterapia de intensidade moderada (IMRT) e braquiterapia (colocação de semente radioativa
minúsculas) e/ou quimioterapia. Se atingir linfonodos é necessário disseccão modificada radial do pescoço e
esvaziamento cervical seletivo. Prognóstico é feito a partir do estagio que se encontra. Carcinoma
orofaríngeo: cirúrgica + radioterapia ou quimioterapia. Prognóstico é bom cerca de 65% se recuperam. Em
caso de carcinomas múltiplos os homens são mais acometidos, mais comuns em quem associa o câncer ao
uso de álcool e fumo, o que leva a neoplasias adicionais e concomitantes (sincrônicas) ou posteriormente
(metacrônica) do epitélio de superfície do trato aerodigestivo superior, esôfago, estomago, pulmões e outros
sítios.

 CARCIONOMA VERRUCOSO (CANCER DO USUARIO DE RAPÉ, TUMOR DE ACKERMAN)


• Natureza: variante de baixo grau do CEC. Relacionado ao uso de tabaco (mascar) e com diversos sítios fora
da boca. Representa 1% a 16% de todos os CEC orais.
 Características clínicas: mais comum em homens maiores de 55 anos. Encontrados com mais frequência
no fundo do vestíbulo inferior, gengiva, mucosa jugal, língua e palato duro. Está lá a 2 a 3 anos antes do
diagnóstico, indolor bem delimitada, placa espessa, difusa, com projeções papilares e verrucosas na
superfície. As lesões são brancas, mas podem aparecer eritematosas. Sem tratamento as lesões destruíram
estruturas subjacentes tais como osso, cartilagem, músculos, glândulas salivares. Linfonodos cervicais
aumentados nesses pacientes geralmente indicam alterações inflamatórias reacionais e metástase.
 Características histopatológicas: aparência microscópica benigna enganosa, é caracterizado por grandes
cristas epiteliais alongadas que parecem “empurrar” o tecido conjuntivo subjacente. Abundante produção de
queratina.
 Tratamento e prognóstico: excisão cirúrgica. Esvaziamento cervical seletivo se for linfademomegalia
evidente. 90% só precisam desse tratamento. Radioterapia é uma opção alternativa menos eficiente que a
cirurgia. Pode se fazer quimioterapia também.

 MELANOMA MALIGNO
• Natureza: neoplasia maligna de origem melanocítica. Pode surgir do novo ou a partir de uma lesão
melanocítica benigna preexistente. Exposição a radiação UV da luz solar, danos agudos do sol podem ser de
maior relevância que exposição crônica. Maior risco em quem tem pele, cabelos e olhos claros, queimaduras
bolhosas solares na infância, sardas.
• Características clínicas: “ABCDE” Assimetria (padrão de crescimento descontrolado), Bordas irregulares,
Coloração irregular (marrom ao negro, branco, azul e vermelho), Diâmetro maior que 6 mm, Evolutivo (muda

Autoria: Marina Maria Ferreira Falcão- UPE/FOP -103 Página 12


de tamanho e forma. 25% surgem na região de cabeça e pescoço. Melanoma em mucosa é muito mais
agressivo. Risco aumentado de 2 a 8 vezes maior quando um parente possui história de câncer. Mais
frequente em adultos entre 50 a 55 anos. Padrão de crescimento 1. radial (nodular com crescimento radial)
e 2. Vertical (nodular sem crescimento radial)

 MELANOMA ORAL
• Natureza: Etiologia incerta
 Características clínicas: baixa prevalência (0,5%). Macular ou ulcerativo. Crescimento agressivo.
Diagnostico diferencial: tatuagem por amalgama, nevo melanocítico, carcinoma basocelular pigmentado
(pele). Estágios: 1- doença localizada; 2-metástase em linfonodo regional; 3- metásase a distância.

 NEOPLASIAS MALIGNAS DE ORIGEM MESENQUIMAL: sarcomas de tecido mole 1% dos cânceres dessa
área.
 FIBROSSARCOMA:
• Natureza: neoplasia maligna de fibroblastos mais comum nas extremidades que na região de cabeça e
pescoço.
• Características clínicas: crescimento lento, atinge tamanho considerável sem dor. Pode ocorrer em
qualquer idade e localização, no nariz ou nos seios paranasais, onde frequentemente resultam em sintomas
obstrutivos.
• Características histopatológicas: diagnostico de exclusão, bem diferenciados consistem em fascículos de
células fusiformes que formam um padrão “espinha de peixe”, pleomorfismo com atividade mitótica mais
evidente.
• Tratamento e prognóstico: excisão cirúrgica com margem de tecido normal adjacente. Recidivas de 50% e
as taxas de sobrevida em 5 anos variam de 40% a 70%.

 LIPOSSARCOMA
• Natureza: neoplasia maligna de origem nos adipócitos. Mais comum dos sarcomas de tecido mole
• Características clínicas: são raros na região de cabeça e pescoço (3%). Mais frequente aos 57 anos.
Aumento de volume mal definido, crescimento lento e consistência amolecida, cor amarelas ou normal . dor
e sensibilidade são incomum. Na região de cabeça e pescoço é mais comum no pescoço. E nas orais na língua
e bochecha.
•Características histopatológicas: classificação: a variante bem diferenciada: mais comum, lembram lipomas,
mas demonstram dispersos lipoblastos e células estromais hipercromáticas atípicas. Lipossarcoma mixoides:
proliferação de lipoblastos em um estroma mixoide que contém rica rede capilar. Lipossarcoma de células
redondas menos diferenciadas. Lipossarcoma pleomorfico : grande pleomorfismo celular e células gigantes
bizarras. . Lipossarcoma desdiferenciado: combinação de lipossarcoma bem diferenciado mais pobremente
diferenciado.
• Tratamento e prognóstico: excisão cirúrgica radial. Recidivas de 20% na cavidade bucal, raras metástases e
morte.

 SARCOMA NEUROGÊNICO (TUMOR MALIGNO DA BAINHA DO NERVO PERIFÉRICO)


• Natureza: 50% em pacientes com neurofibromatose tipo 1. Não é comum na região de cabeça e
pescoço.
 Características clínicas: mais comum em adultos jovens, com media de idade dos pacientes com
neurofibromatose (29 aos 36 anos) e quem não tem essa condição entre 40 e 46 anos. Aumento de volume
expansivo e às vezes apresentam crescimento rápido. É comum dor associada ou um déficit nervoso. Mais
comum no lábio, mandíbula e mucosa jugal. No exame radiográfico: alargamento do canal mandibular ou do
forame mentoniano, com ou sem destruição irregular do osso circundante.
 Características histopatológicas: exibe fascículos de células fusiformes atípicas bem mais irregulares que a
do fibrossarcoma. Pode haver diferenciação para músculo esquelético (tumor de trifan), cartilagem, osso ou
estruturas glandulares.

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 Tratamento e prognóstico: excisão cirúrgica radical, em conjunto com radioterapia e quimioterapia
adjuvantes. Prognóstico pobre e pior para quem tem neurofibromatose.

 FIBROSSARCOMA:
• Natureza: neoplasia maligna de fibroblastos mais comum nas extremidades que na região de cabeça e
pescoço.
• Características clínicas: crescimento lento, atinge tamanho considerável sem dor. Pode ocorrer em
qualquer idade e localização, no nariz ou nos seios paranasais, onde frequentemente resultam em sintomas
obstrutivos.
• Características histopatológicas: diagnostico de exclusão, bem diferenciados consistem em fascículos de
células fusiformes que formam um padrão “espinha de peixe”, pleomorfismo com atividade mitótica mais
evidente.
• Tratamento e prognóstico: excisão cirúrgica com margem de tecido normal adjacente. Recidivas de 50% e
as taxas de sobrevida em 5 anos variam de 40% a 70%.

 LEIOMIOSSARCOMA:
• Natureza: neoplasia maligna com diferenciação em músculo liso. Na cavidade bucal são raros
• Características clínicas: adultos de meia idade e idosos, metade dos casos orais em ossos maxilares,
aumento de volume expansivo que pode ou não ser doloroso. Pode ocorrer ulceração secundaria na
superfície da mucosa.
• Características histopatológicas: células fusiformes com abundante citoplasma eosinofílico e núcleo com
terminação romba em formato de charuto. Grau de pleomorfismo varia de 5 ou mais mitoses por 10 campos
de grande aumento, considerar maligno.
• Tratamento e prognóstico: excisão cirúrgica, em conjunto com radioterapia e quimioterapia, as vezes. Tem
potencial para recidiva e metástase a distância.

 RABDOMIOSSARCOMA:
• Natureza: neoplasia maligna com diferenciação em músculo esquelético. Acomete mais crianças e na região
de cabeça e pescoço.
• Características clínicas: ocorre mais na primeira década de vida, mas também em adolescentes e jovens
adultos. Acomete mais homens. Os rabdomiossarmas embrionários são mais comuns entre 10 e 25 anos, os
pleomórficos em maiores de 40 anos. É um aumento de volume infiltrado, indolor que pode crescer
rapidamente. Mais na face e na órbita, seguido da cavidade nasal. Intraoral acomete o palato e o seio maxilar
• Características histopatológicas: tipo embrionário: pequenas células redondas ou ovais com núcleo
hipercromático e citoplasma indistinto. As mais diferenciadas mostram rabdomioblastos com formato
redondo a ovóide, com citoplasma eosinofílico e material fibrilar ao redor do núcleo. O subtipo botrioide é
esparsamente celular com estroma mixoide exuberante. Tipo alveolar: agregados de células redondas e ovais
pouco diferenciadas separadas por septo fibroso. Perdem coesividade central, resultando em padrão
alveolar.
• Tratamento e prognóstico: excisão cirúrgica + radioterapia + quimioterapia. prognóstico extremamente
ruim. 90% de mortabiliadade.

 LINFOMA NÃO HOGKIN (O LINFOMA DE HOGKIN É RARO NA BOCA E NÃO VAI SER CITADO)
• Natureza: Surgem inicialmente nos linfonodos e tendem a crescer como aumentos de volume sólidos
lentamente. Mais comumente se originam de células da série dos linfócitos B e menos comum derivação de
linfócitos T.
• Características clínicas: acomete mais adultos, em pacietnes que tem problemas imunológicos como
imunodeficiência congênita, AIDS, transplantados, doenças autoimunes como lúpus e atrite reumatóide, EBV
como agente etiopatologênico no linfoma de Burkitt. Na apresentação nodal o paciente geralmente nota um
aumento lento durante meses do volume indolor. Envolve uma coleção de linfonodos locais, a medida que
progride, os linfonodos tornam-se mais numerosos e fixos as estruturas adjacentes ou emarranhados uns nos
outros. Acomete mais o vestíbulo oral e o palato duro posterior ou a gengiva. Tem consistência esponjosa.

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Lesão pode aparecer eritematosa ou púrpura, podendo estar ulcerada ou não. Quando os pacientes usam
prótese total queixam que essa está mal adaptada e apertada, já o osso pode causar dor leve ou desconforto
e parestesia principalmente nas lesões mandibulares. Na radiografia; translucidez definida ou irregular.
• Características histopatológicas: infiltrado monótono de células, ploriferacao de células linfociticas
dependendo do linfoma tem seus tipos diferentes. Na caviade bucal, o linfoma difuso de grandes células B,
classificado como linfoma de alto grau é o mais comum (60% dos casos).
• Tratamento e prognóstico: quimioterapia + radioterapia

 LINFOMA DE BURKITT
• Natureza: malignidade originada nos linfócitos B que representa um linfoma indiferneciado. Mais comum
no nordeste do Brasil. Podem ser responsáveis pela transformação o EBV, HIV, translocações cromocômicas.
• Características clínicas: predileção por ossos gnáticos (50% a 70%). Afeta mais crianças (média de 7 anos) e
homens. Acomete mais a maxila. Linfoma de burkitt esporádico tende a afetar maiores faixas etárias.
Crescimento da neoplasia com aumento de volume facial e proptose, grande mobilidade pela destruição
agressiva dos ossos gnáticos. Na radiografia: destruição agressiva dos ossos gnáticos, com margens
irregulares e mal definidas. Desaparecimento da lâmina dura estágio inicial do linfoma de Burfitt.
• Características histopatológicas: linfoma de células B não elevada, pequena e indiferenciada. A lesão invade
sob a forma de amplas camadas de células tumorais que exibem núcleos redondos com citoplasma mínimo.
Padrao clássico de “céu-estrelado” fenômeno causado pela presença de macrófagos dentro do tecido
tumoral.
• Tratamento e prognóstico: quimioterapia intensiva gera boa resposta. Causa morte de 4 a 6 meses após o
diagnóstico em muitos casos.

5) Tumores odontogênicos

• Conceito: compreendem um grupo complexo de lesões de diversos tipos histopatológicos e comportamentos


clínicos. Algumas dessas lesões são neoplasias verdadeiras e raramente exibem comportamento maligno, outras
malformações (harmatomas). Tumores de epitélio odontogênico são compostos somente por epitélio
odontogênico, sem participação de do ectomesênquima odontogênico. Tumores mistos, compostos por epitélio
odontogênico e elementos do ectomesênquima. Pode haver epitélio odontogênico, mas não participa da
patogênese.

 TUMORES DO EPITÉLIO ODONTOGÊNICO


 AMELOBLASTOMA
• Natureza: tumor odontogênico mais comum. Pode surgir dos restos da lâmina dentária, órgão do esmalte
em desenvolvimento, do revestimento epitelial de um cisto odontogênico ou das células basais da mucosa
oral. Tumores de crescimento lento, localmente invasivo e apresenta um curso benigno na maior parte dos
casos. São divididos em 3 tipos.
• Características clínicas: ameloblastoma intraósseo sólido convencional ou multicístico: variação etária
ampla entre a 3º e a 7º década de vida. Ocorre mais em negros, ou sem predileção. 80% ocorrem na
mandíbula o convencional, especificamente no corpo e no ramo. Os 15% a 20% na maxila nas regiões
posteriores. É um tumor assintomático e quando pequeno só é detectado em exames radiográficos.
Aumento de volume ou expansão dos ossos gnáticos na apresentação clínica. Sem tratamento o tumor
cresce muito, são incomuns dor e parestesia. Radiograficamente: lesão radiolúcida multilocular “bolhas de
sabão” ou “favos de mel” (pequenas). Há geralmente expansão vestibular e lingual das corticais. Pode-se
aparentar ser um cisto periodontal lateral ou uma variedade de lesões odontogênicas. Ameloblastoma
desmoplásico: predileção pelo acometimento das regiões anteriores dos ossos gnáticos. Radiologicamente:
pode não sugerir o diagnóstico de ameloblastoma, pois lembra uma lesão fibro-óssea devido ao seu aspecto
misto radiolúcido e radiopaco. Esse aspecto se deve à metaplasia óssea nos demosseptos fibrosos que
caracterizam a lesão e não em decorrência da produção, pelo próprio tumor, de um produto mineralizado
padrão desmoplásico: contem pequenas ilhas e cordões de epitélio odontogênico em um estroma
densamente colagenizado.

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• Características histopatológicas: macroscopicamente, combinações variadas de características císticas e
sólidas. Microscopicamente, mostram uma combinação de subtipos e padrões microscópicos. Os tipos
folicular e plexoide são os mais comuns. O folicular: ilhas de epitélio que lembram o epitélio do órgão do
esmalte em meio a um estroma maduro de tecido conjuntivo fibroso. Padrão plexiforme: cordões longos e
anstomosados ou lençóis maiores de epitélio odontogênico, cistos são incomuns.
• Tratamento e prognóstico: varia desde a enucleação cirúrgica seguida por curetagem até a ressecção em
bloco. Maior recidiva pela dificuldade em retirar o tumor todo ( 50% a 90%). Não se usa convencionalmente
radioterapia. O ameloblastoma convencional é uma neoplasia persistente, infiltrativa, muito rara levar a
óbito

 AMELOBLASTOMA UNICÍSTICO
• Características clínicas: 50% na segunda década de vida (média de 23 anos), 90% encontrado na mandíbula
(regiões posteriores), assintomático. Radiograficamente: imagem radiolúcida circunscrita que envolve a
coroa de um terceiro molar não erupcionado, lembra clinicamente um cisto dentígero. Clinico pode sugerir
cisto, mas o diagnóstico só será feito após estudo microscópico do espécime.
• Características histopatológicas: três variantes desse tipo de ameloblastoma. 1- luminal: o tumor ta
confinado a superfície luminal do cisto, parede cística fibrosa com um revestimento composto por epitélio
ameloblástico. 2- intraluminal: um ou mais nódulos de ameloblastomas se projetam do revestimento cístico
em direção ao lúmem cístico. 3- mural: a parede fibrosa do cisto está infiltrada por ameloblastoma típico
folicular ou plexiforme.
• Tratamento e prognóstico: inicialmente é tratado como cisto e é feita a enucleação. O diagnóstico do
ameloblastoma é feito após análise microscópico. A enucleação é o tratamento cureta pros tipos luminal o e
intraluminal. No caso do mural ressecção local da área como medida profilática, outros não, menor recidiva.
É necessário acompanhamento a longo prazo.

 AMELOBLASTOMA PERIFÉRICO (EXTRAÓSSEO)


• Natureza: lesão incomum. Tumor surja dos restos da lâmina dentária sob a mucosa oral ou das células
basais do epitélio de superfície. Essa lesão histopatologicamente apresenta as mesmas características que a
variante intraóssea desse tumor.
• Características clínicas: indolor, não ulcerada, séssil ou pediculada, que acomete a mucosa gengival ou
alveolar. Clinicamente, são considerados fibromas ou granuloma piogênico. Mais comum que seja menor que
1,5 cm. Acomete mais pacientes de meia-idade (52 anos) e acomete mais a mandíbula.
• Características histopatológicas: ilhas de epitélio ameloblástico que ocupa a lâmina própria sob o epitélio
superficial.
• Tratamento e prognóstico: ele é inofensivo, responde bem a excisão cirúrgica, já o tipo intraósseo não é
inofensivo para transformação maligna.

 TUMOR ODONTOGÊNICO ADENOMATOIDE


• Natureza: as células tumorais são derivadas do epitélio do órgão do esmalte, epitélio reduzido do esmalte,
dos restos epiteliais de malassez e dos remanescentes da lâmina dentária associada a cordões gubernacular.
• Características clínicas: acomete mais pacientes jovens (2/3 dos 10 aos 19 anos). Mais na região anterior e
mais na maxila. Acomete mais mulheres. Relativamente pequenos, raramente ultrapassa 3 cm. Em geral
assintomático, descoberto em radiografias de rotina. 75% dos casos aparece como lesão radiolúcida
circunscrita unilocular, envolve a coroa do dente não erupcionado (mais no canino). Clinicamente não pode
ser diferenciado das lesões fibrosas comuns da gengiva. Parece cisto dentígero. Pode aparecer sem
associação com um dente, ou ainda entre as raízes de um dente erupcionado (tipo extrafolicular). A lesão
pode se mostrar radiolúcida e conter calcificações delicadas (flocos de neve).
• Características histopatológicas: lesão bem definida por cápsula fibrosa. Quando seccionada a região
central pode ser solida ou mostrar diversos graus de alteração cística. Microscopicamente, composto por
células epiteliais fusiformes que formam lençóis, cordões ou aumentos de volume espirilados de células em
um estroma fibroso escasso.

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• Tratamento e prognóstico: é benigno por completo pode ser facilmente enucleado do osso. Com raras
recidivas.

 TUMOR ODONTOGÊNICO EPITELIAL CALCIFICANTTE ( TUMOR DE PINDBORG)


• Natureza: lesão incomum. As células tumorais apresentam semelhança morfológica com células do estrato
intermediário do órgão do esmalte, dos remanescentes da lâmina dentária.
• Características clínicas: acomete mais pacientes entre 30 e 50 anos. 2/3 dos casos na mandíbula, mais nas
regiões posteriores. Aumento indolor e crescimento lento é o sinal mais comum de apresentação.
Radiograficamente: imagem radiolúcida uni ou multilocular, mais unilocular na maxila. As margens do defeito
lítico com freqüência são festonadas e em geral se apresentam bem definidas. Na grande parte associado a
um dente impactado (1º molar inferior). Pode ser inteiro radiolúcido, porem o defeito das estruturas
calcificadas de tamanho e densidades variadas em geral.
• Características histopatológicas: discretas ilhas, cordões ou lençóis de células epiteliais poliédricas em um
estroma fibroso. O núcleo mostra-se gigante algumas vezes. Grande áreas de material extracelular amorfo,
eosinofílico, hialinizado também aparecem com freqüência.
•Tratamento e prognóstico: recessão local conservadora de forma a incluir uma fina faixa do osso
circundante. Menor recidiva na maxila é mais grave. Poucos casos de transformação maligna e metástase.

 TUMORES ODONTOGÊNICOS MISTOS


 FIBROMA AMELOBLÁSTICO
• Natureza: tumor misto verdadeiro, tanto o tecido epitelial quanto o mesenquimal são neoplásicos.
• Características clínicas: afeta mais os jovens (duas primeiras décadas de vida), acomete mais homens,
assintomático quando pequenos. Nos maiores ocorre aumento dos ossos gnáticos, mais na região posterior
da mandíbula. Raro em tecido mole. Radiograficamente: lesão radiolúcida uni ou multilocular, lesões
menores uniloculares, mais comuns. Associação com dente não erupcionado em 75% dos casos. Podem
atingir grandes dimensões.
• Características histopatológicas: aumento de volume sólido de tecido mole com uma superfície externa
fina, com ou sem cápsula. Microscopicamente, tecido mesenquimal rico em células que lembra a papila
dentaria primitiva, misturado ao epitélio ontogênico em proliferação.
• Tratamento e prognóstico: excisão cirúrgica local simples ou curetagem e raramente recidiva. 35% dos
casos de fibrossarcoma ameloblástico se desenvolvem de um fibroma ameloblástico recidivante.

 FIBRO-ODONTOMA AMELOBLÁSTICO
• Natureza: tumor com características gerais de um fibroma ameloblástico, mas que também contém
esmalte e dentina. Não se basear só pelo histopatológico.
• Características clínicas: acomete mais crianças (10 anos), mais na região posterior da mandíbula, mais em
homens. Assintomático, descoberta após radiografia para identificação de falha na erupção. Grandes lesões
podem aumentar o volume do osso sem causar dor. Radiograficamente: imagem radiolúcida unilocular, bem-
circunscrita, contem quantidade variável de material calcificado. Pode estar incluindo a coroa do dente não
erupcionado ou está a margem da lesão.
• Características histopatológicas: idêntico ao fibroma ameloblástico. Os elementos calcificados consistem
em focos de matriz de esmalte e dentina em formação em intima relação com estruturas epiteliais.
• Tratamento e prognóstico: curetagem conservadora destaca-se facilmente de seu leito ósseo. Tumor bem
circunscrito e não invade o osso adjacente. Prognóstico excelente.

 ODONTOAMELOBLASTOMA
• Natureza: extremamente raro e confundido com o odontoma.
• Características clínicas: acometem mais pacientes jovens, os ossos gnáticos, são possíveis de haver dor,
atraso na erupção dentária e expansão do osso afetado.
• Características histopatológicas: a porção do epitélio tumoral em proliferação apresenta características de
um ameloblastoma, mais frequente do padrão folicular ou plexiforme. Componente ameloblástico está

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entramecido com o tecido dentário. Apresenta ser um odontoma composto ou aumentos de volume
compostos por conglomerados de esmalte, dentina e cemento observado no odontoma complexo.
• Tratamento e prognóstico: múltiplas recidivas após curetagem. Tratam como um ameloblastoma

 ODONTOMA
• Natureza: tipo mais comum de tumor odontogênico. São considerados distúrbios do desenvolvimento
(harmatomas) quando desenvolvidos totalmente consistem em esmalte, dentina e variável quantidade de
cemento e polpa. Divididos em: composto- múltiplas estruturas pequenas, semelhantes a dentes e
complexo- massa amorfa de esmalte e dentina que não exibem semelhança anatômica com um dente.
• Características clínicas: acomete mais pacientes nas duas primeiras décadas de vida, assintomático, sendo
identificado com exame radiográfico de rotina. Geralmente pequenos encontrados mais na maxila e na
região anterior o composto. E o complexo mais na região dos molares de qualquer um dos ossos gnáticos.
Radiograficamente: composto: parece a estrutura de um dente, variados de tamanhos e formas, com delgada
zona radiolúcida. Complexo: massa calcificada com radiodensidade de estrutura dentária, cercada de
margem radiolúcida.
• Características histopatológicas: quantidades variadas de matriz de esmalte estão em geral presentes.
• Tratamento e prognóstico: excisão cirúrgica local simples e prognóstico excelente

 TUMORES ODONTOGÊNICOS CENTRAIS


 MIXOMA
• Natureza: originam-se do ectomesênquima odontogênico. Eles exibem semelhança microscópica com a
porção mesequimal de um dente em desenvolvimento.
• Características clínicas: acomete mais pacientes entre 25 e 30 anos, mais comum na mandíbula. Lesões
menores assintomáticas. Lesões maiores estão associadas à expansão indolor do osso algumas vezes de
crescimento rápido. Radiograficamente: lesão unilocular radiolúcida ou multilocular, que pode deslocar ou
causar a reabsorção dos dentes na região do tumor. Grandes mixomas apresentam padrão “bolhas de
sabão”, indistinguível daquele do ameloblastomas.
• Características histopatológicas: estrutura gelatinosa e frouxa macroscopicamente. Já microscopicamente,
células casualmente arrajadas de formato estrelário, frouxo e mixoide, que contem somente fibrilas
colágenas.
• Tratamento e prognóstico: pequenas curetagem, precisa de acompanhamento. Maiores ressecções mais
extensas.

 CEMENTOBLASTOMA
• Natureza: 1% de todos os tumores odontogênicos. Representa uma neoplasia benigna verdadeira de
cemento.
• Características clínicas: acomete mais a mandíbula, mais na região dos molares e prés. 50% no 1º molar.
Pacientes mais jovens antes dos 20 anos representam 50% e 75% antes dos 30 anos de todos os casos. Dor e
aumento de volume estão presentes em 2/3 dos casos. Responde positivo ao teste de vitalidade pulpar.
Lesão inócua, porem pode haver sinais de agressividade como expansão óssea, erosão cortical, deslocamento
dos dentes adjacentes, envolvimento do seio maxilar e infiltração da câmara pulpar e raízes.
Radiograficamente: massa radiopaca esta fundida a um ou mais dentes e é circundada por um fino halo
radiolúcido
• Características histopatológicas: fusão do tumor ao dente envolvido. Microscopicamente, lençóis e
trabéculas espessas de material mineralizado com lacunas posicionadas de forma irregular e linhas reversas
basofílicas proeminentes
• Tratamento e prognóstico: extração cirúrgica dos dentes juntamente com a massa calcificada anexada.

6)Patologia Óssea

 DOENÇA DE PAGET DO OSSO (OSTÉITE DEFORMANTE)


• Natureza: caracterizada por reabsorção e deposição óssea anárquicas e anormais, resultando em
deformidade e enfraquecimento esquelético. 2º doença metabólica mais comum, afeta adultos mais velhos.
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• Características clínicas: em geral pessoas acima dos 40 anos. Mais comum no gênero masculino. 40%
apresentam dor óssea, a forma assintomática pode ser diagnosticada pelo exame radiográfico de rotina. A
doença surge em um ou mais ossos e sua progressão da doença fica nos ossos de origem. Aumenta
progressivamente a circunferência do crânio. Pode haver surdez e deficiência visual por pressão de nervos ou
de outros mecanismos. Nos ossos gnáticos (17% dos casos), predileção pela maxila. Produzem alargamento
da face e pode haver obstrução nasal, alargamento dos cornetos, obliteração dos seios e desvio de septo.
Pode resultar em uma deformidade fácil semelhante a um leão (leontíase óssea). Radiograficamente: no
inicio, ossos exibem radiodensidade diminuída e alterações no padrão trabeculado. No crânio varias
radiolucências circunscritas (osteoporose circunscrita). No tardio, áreas irregulares de esclerose óssea
formam e tendem a confluir “aparência de flocos de algodão” e o dente pode demonstrar hipercementose
generalizada.
• Características histopatológicas: reabsorção e formação de osso descontrolada. Diagnóstico: clinico +
radiográfico + testes laboratoriais (a cintilografia óssea pode auxiliar a ver a extensão da\ doença.
• Tratamento e prognóstico: só para sintomáticos, terapia sistêmica de biofosfonatos. Analgésicos e AINS
podem ser úteis. Pode haver dificuldade de exodontia pela hipercementose e hemorragia extensas. A
malignicidade é baixa (osteossarcoma- a estimativa é menor que 1% necessário ter cuidado com aumento de
dor aguda e de volume em intervalo curto)

 LESÃO CENTRAL DE CÉLULAS GIGANTES


• Natureza:lesão intraóssea com etiologia desconhecida. Acredita-se que seja reacional ou uma neoplasia
benigna.
• Características clínicas: 60% ocorrem aos 30 anos. Predomina no sexo feminino. 70% dos casos na
mandíbula mais na região anterior dos ossos gnáticos. Classificação: 1- lesões não agressivas: mais comum,
relativamente pequenas e poucos ou nenhum sintoma, crescimento lento e não mostram perfuração da
cortical ou reabsorção radicular e é descoberto pro exames de rotina. 2- lesões agressivas: dor, crescimento
rápido, rompimento da cortical e reabsorção radicular, deslocamento dentário e parestesia.
Radiograficamente: lesões radiolúcidas uni ou multilocular, bem definidas, sem bordas corticais, varia de
5mm a mais que 10 cm.
• Características histopatológicas: poucas a muitas células gigantes multinucleadas em estroma mononuclear
de células ovais e fusiformes.
• Tratamento e prognóstico:curetagem, para recorrentes curetagem adicional ou ressecção em blco. Recidiva
de 20%.

 QUERUBISMO
• Natureza: condição rara dos ossos gnáticos. Geralmente herdado como traço autossômico dominante.
Outros casos mutações. Mais penetrância em homens. Anjos pequenos bochechudos (querubibs)
• Características clínicas: mais comum entre 2 e 5 anos. Casos mais leves demoram ate 10 a 12 anos para o
diagnóstico. Alteração clinica progridem até a puberdade e então estabilizam e regridem letamente.
Expansão e indolor e simétrica da região posterior da mandíbula em casos iniciais linfoadenopatia cervical, já
nos casos graves envolvimento da região inferior, lateral da órbita desloca e os globos oculares para cima e
puxa a pálpebra inferior para baixo. Alem dos efeitos estéticos as lesões podem causar deslocamento ou
falha na erupção dentária. Prejudicar a mastigação, criar dificuldades de fala, obstruir as vias aéreas
superiores e levar a perda da visão ou audição. Radiograficamente: multiloculações radiolúcidas bilatérias
expansivas, pode haver reabsorção das raízes dos dentes e fina camada ou rompimento cortical.
• Características histopatológicas: achados semelhantes aos das lesões de células gigantes. No microscópio ,
tecido fibroso vascular contendo numero variável de células gigantes multinucleadas e hemorragia dispersa.
Acúmulo eosinofílicos em forma de manguitos especifica do querubismo, mas não está sempre presente.
• Tratamento e prognóstico: maioria regride sem tratamento após a puberdade, na 4º década de vida se
aproxima da normalidade. Em caos graves, curetagem, recontorno, ressecção parcial ou completa,
exodontias, implantes e etc.

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 CISTO ÓSSEO SIMPLES (CISTO OSSEO TRAUMÁTICO)
• Natureza: cavidade óssea vazia ou com conteúdo fluido. Sem revestimento epitelial da lesão (pseudocisto).
Etiopatologia desconhecida.
• Características clínicas: acomete mais a mandíbula, mais na região dos molares, prés e sínfise. Acomete
mais pacientes jovens, na 2º década de vida, geralmente assintomático nos ossos gnáticos, 20% tem
aumento de volume indolor. Dor e parestesia são menos frequentes. Radiograficamente: achado em
radiografias de rotina, lesão radiolúcida unilocular bem delimitada. Varia de 1 a 10 cm de diâmetro. Defeito
radiolúcido demonstra projeções em cúpula que se dirigem para cima entre as raízes e a maioria das lesões
são solitárias.
• Características histopatológicas: nunca existe um revestimento epitelial. As paredes do defeito são forradas
por uma camada fina de tecido conjuntivo fibroso vascular. Diagnóstico: é preciso cirurgia, como não é
comum achar tecido na cirurgia,é feito diagnóstico pela clinica, radiografias e nos achados transoperatórios.
• Tratamento e prognóstico: exploração cirúrgica e curetagem. Mais curetagem do pouco material é ótimo
para descartar outras doenças mais sérias. Essa exploração induz a regeneração óssea. Maior recidiva.
Prognóstico excelente.

 CISTO ÓSSEO ANEURISMÁTICO


• Natureza: é um acúmulo intraósseo de espaços de diversos tamanhos preenchidos por sangue e
circundados por tecido conjuntivo fibroso celular e osso reativo. Não possui revestimento epitelial, portanto
é um pseudocisto. Classificação: primário (surgindo de novo) ou secundário (resultante da associação com
outra lesão óssea). Esse cisto é considerado como uma lesão racional: por trauma, malformação vascular,
neoplasia que perturbou a hemodinâmica normal do osso, aumento da hemorragia e osteólise.
• Características clínicas: 2% envolvem ossos gnáticos. Mais jovens são mais atingidos, na 2º década de vida
principalmente. Pouca ou nenhuma predileção por gênero. Mais na mandíbula nos segmentos posteriores.
Rápido aumento de volume, dor (parestesia rara), pode está presente má oclusão, mobilidade e migração ou
reabsorção dos dentes envolvidos. Radiograficamente: lesão radiolúcida uni ou multilocular, associada a
expansão e ao adelgaçamento acentuados da cortical.
• Características histopatológicas: espaços preenchidos por sangue não coagulado de tamanhos variáveis.
• Tratamento e prognóstico: curetagem ou enucleação ou ressecção em bloco.

 LESÕES FIBRO-ÓSSEAS: grupo diverso de doenças caracterizado pela substituição do osso normal do
tecido fibroso contendo material mineralizado neoformado. Compreende displasia fibrosa, displasia óssea,
fibroma ossificante.
 DISPLASIA FIBROSA
• Natureza: condição do desenvolvimento caracterizada pela substituição do osso normal por uma
proliferação de tecido conjuntivo fibroso celularizado entremeado por trabéculas ósseas irregulares.
• Características clínicas: displasia fibrosa monostótica: 70-85% doença limitada a um osso, mais frequente
entre a 2-3º década de vida, sem predileção por gênero, mais na maxila na região posterior. Quando se
estende aos ossos adjacentes (zigoma, esfenóide, etmóide e etc) o termo é displasia fibrosa craniofacial. Sem
dor e edema unilateral são comuns. Crescimento lento. Os dentes envolvidos na lesão em geral ficam firmes,
mas podem ser deslocar pela massa óssea. Radiograficamente: leve opacificação tipo “vidro fosco” com
margens pouco definidas. Cintilografia, ajuda a determinar a extensão e envolvimento e julgar se a doença é
poliostótica. displasia fibrosa poliostótica: envolvimento de 2 ossos. Diagnóstico antes dos 10 anos, amais no
sexo feminino, sinais e sintomas são relatados envolvendo ossos longos, inclui dor, fraturas patológicas,
claudicação discrepância e arqueamento da perna. O envolvimento dos ossos gnáticos pode resultar em
assimetria facial. O envolvimento craniofacial pode ocasionar alterações na visão, deficiência auditiva,
congestão sinusal, e obstrução das vias áreas.
• Características histopatológicas: microscopicamente, trabéculas de osso imaturo de formato irregular num
estroma celular fibroso.
• Tratamento e prognóstico: alguns têm regressão espontânea outros são graves. Pode haver cirurgias
cosméticas e ortognático correção de má oclusão

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 DISPLASIA CEMENTO-ÓSSEA
• Natureza: ocore nas áreas de suporte dos dentes e é a lesão fibro-óssea mais comum na prática clínica
• Características clínicas: 1-displasia óssea focal: 1 sítio de envolvimento. Acomete mais o sexo feminino,
media de 41 anos, predileção pela 3 a 5º década de vida, na região posterior da mandíbula e é assintomático.
A maioria das lesões são menores que 1,5 de diâmetro. Radiograficamente: a lesão varia de completamente
radiolúcida a radiopaca com fino halo radiolúcido na periferia. Lesões ocorrem no ápice das raízes e nas áreas
de exodontia. 2- displasia óssea periapical: mais na região anterior da mandíbula. Lesões solitárias podem
ocorrer, mas múltiplos focos estão geralmente presentes. Sexo feminino, 70% dos casos pacientes
melanodermas. Diagnóstico mais de 30 a 50 anos. Dentes associados são vitais e quase nunca tem
restaurações. Assintomática. Inicio: lesões radiolúcidass circunscritas envolvendo a área periapical, similar
aos granulomas periapicais e aos cistos radiculares. Tardia: aparência mista de radiolucidez e radiopacidade.
No final, as lesões têm uma calcificação densa circunscrita por um halo radiolúcido estreito. O ligamento
periodontal fica intacto e as lesões individuais quase nunca excedem 1 cm de diâmetro. 3- displasia óssea
florida: envolvimento multifocal não limitados a região anterior da mandíbula. Mais nas mulheres,
melanodermas, adultos de meia-idade e idosos, tendência de envolvimento bilateral simétrico. Pode ser
assintomática ou paciente pode se queixar de dor surda, fístula alveolar e exposição do osso avascular na
cavidade bucal. Radiograficamente: semelhante a displasia óssea periapical
• Características histopatológicas: os três tipos padrões semelhantes histopatológicos. Presença de
fragmento de tecido conjuntivo celular, hemorragia entremeada pela lesão e mistura de osso imaturo,
lamelar e partículas semelhantes a cemento. Diagnóstico: tende a ser presuntivo menos no tipo focal.
• Tratamento e prognóstico: assintomático sem tratamento. Quando o cisto ósseo simples surge no foco da
displasia óssea, a exploração cirúrgica é necessária para diagnóstico. Faz-se Curetagem. Prognóstico bom.

 FIBROMA OSSIFICANTE
• Natureza: é uma neoplasia verdadeira com potencial de crescimento, raros. Lembra radiograficamente e
histopatológico a displasia óssea focal. A neoplasia é composta por tecido fibroso que contém uma variável
matura de trabéculas ósseas e esféricas semelhantes a cemento.
• Características clínicas: 3-4º década de vida. Mais no Sexo feminino. Na mandíbula, pré-molares e molares
inferiores. Na maxila, o seio. Lesões pequenas assintomáticas e grande indolor com aumento de volume que
pode causar assimetria facial. Mais lesões solitárias. Radiograficamente: depende da quantidade de
calcificações, mostra área bem definida, unilocular radiolúcida ou mista. Os fibromas ossificantes verdadeiros
apresentam área radiopaca com um halo fino radiolúcido na periferia.
• Características histopatológicas: exploração cirúrgica com fácil separação do osso circundante.
Macroscopicamente: mais lesões bem demarcadas e não encapsuladas e microscopicamente: tecido
conjuntivo fibroso celularizado e contém material mineralizado.
• Tratamento e prognóstico: enucleação fácil. Em grandes, ressecção cirúrgica e enxerto ósseo. Recidiva
incomum. Prognóstico bom

 FIBROMA OSSIFICANTE JUVENIL


• Natureza: distingue-se com base na idade dos pacientes, sítios mais comum e comportamento clinico
variantes trabecular e psamomatoide que é o mais comum. Atinge todas as faixas etárias.
• Características clínicas: crianças, adolescentes e adultos jovens são mais acometidos. Trabecular: 8-12 anos
e psamomatoide dos 16-33 anos. Mais frequente em homens. Variante trabecular: surge nos ossos gnáticos e
o psamomatoide: surge nos seios paranasais e região da órbita. Maxila são mais acometidas em ambos.
Crescimento lento, progressivo e considerável ou crescimento rápido e agressivo. Pode ser achado em
exames de rotina ou com aumento indolor e deformidade facial. Lesões surgem nos seios paranasais e
penetram nas cavidades orbitárias, nasal, craniana. Pode ocorrer obstrução nasal, epistaxe, sinusite, dor de
cabeça, proptose, diplopia e resultar em cegueira. Radiograficamente: lesões radiolúcidas bem circunscritas
ou mistas. Bordas esclerótica (alguns casos), opacificação (vidro fosco) ou padrão multilocular (favo de mel)
podem causar deslocamento dentário, reabsorção da raiz e falha no desenvolvimento dentário
• Características histopatológicas: ambos são bem demarcados, mas não encapsulados. O componente
mineralizado é muito diferente nos dois padrões. A variante trabecular mostra cordões irregulares de

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osteoide altamente celular contendo os osteócitos volumosos e irregulare, já o padrão psamomatoide forma
ossículos esféricos que variam de tamanho podendo ser redondo, oval ou concêntrico. Formação secundaria
de cisto simples e cisto ósseo aneurismático é possível
• Tratamento e prognóstico: lesões pequenas, excisão local completa ou curetagem cuidadosa da lesão. Para
as maiores é necessário uma ressecção mais ampla. Recidivas de 30 a 58%.

 OSTEOMA
• Natureza: neoplasia benigna composta de osso maduro compacto ou esponjoso. O esqueleto craniofacial
raramente envolvem outros ossos (ou nunca). Podem surgir na superfície do osso (periosteal, periférico ou
osteoma exofítico), osso medular (endosteal ou osteoma central). Osteomas esqueléticos localizados no
músculo ou osteoma cutâneo localizado na derme.
• Características clínicas: acomete mais adultos, mais no corpo da mandíbula e côndilo, encontradas mais na
face da lingual próximos aos prés e molares. São solitários, assintomáticos com crescimento lento. Os
periosteais aparecem como massas ou pólipos sésseis e os endosteais só são evidentes quando há expansão.
No côndilo pode causar limitação na abertura da boca ou má oclusão. Dor e edema são passiveis. Há mais
osteomas em seios e o frontal é o que apresenta mais casos, seguidos do etmoidal e maxilar.
Radiograficamente: massas escleróticas circunscritas.
• Características histopatológicas: os compactos: aparência normal mostrando tecido medular mínimo e o
esponjoso: trabéculas ósseas e medula fibrogordurosa. Leve aumento da atividade osteoblpástica.
• Tratamento e prognóstico: observação periódica em assintomáticos. Excisões conservadoras em osteomas
grandes e sintomáticos são removidas mediante cirurgia por ressecção ou condiloctomia. Recidiva baixa.

 OSTEOSSARCOMA
• Natureza: neoplasia maligna de células mesênquimais que tem capacidade de produzir osso imaturo ou
osteoide. Etiologia desconhecida pode ser classificado: em central (dentro da medula óssea), superficial (na
região justacortical) ou raro extraesquelético (dentro do tecido mole). Mais comum é o central.
• Características clínicas: 6% nos ossos gnáticos. 3-5º décadas de vida-33 a 39 anos principalmente-. Mais no
sexo masculino, acomete igual ou mais a mandíbula no corpo, ângulo, sínfise e ramo respectivamente.
Aumento de volume e dor, mobilidade dos dentes, parestesia e obstrução nasal são comuns.
Radiograficamente: radiopacidades ou misto ou radiolúcida mal definida, destruição cortical, expansão
cortical e a reação periosteal podem ser evidentes. Alargamento simétrico do ligamento periodontal pode
ajudar o diagnóstico precose, mas essa característica está presente em outras doenças e lesões malignas.
Tecido conjuntivo importante para detecção de metástases pulmonares
• Características histopatológicas: produção de osteoide por células mesenquimais malignas. Três tipos de
osteossarcomas: osteoblático, condroblástico e fibroblástico.
• Tratamento e prognóstico: ressecção cirúrgica. Quimioterapia e radioterapia podem ser consideradas.
Melhor prognóstico na mandíbula que na maxila. Mortes decorrentes do descontrole e não de metástase.
Sobrevida maior que 80%.

7) Patologia das Glândulas Salivares

• Conceito: glândulas salivares maiores: parótida (serosa) 60% da sua produção de saliva; submandibular (mista);
sublingual (mucosa). glândulas salivares menores: localizadas abaixo do revestimento dos lábios, palato, língua, no
interior das bochechas, nariz, seios paranasais e laringe. Classificação das doenças: 1- do desenvolvimento; 2-
alteração do fluxo salivar; 3-condição metabólica; 4- inflamatórias; 5-pseudo-tumoraus; 6-neoplásicas

Obs: parótida- Stensen. Submandibular- Wharton. Sublingual- Bartholin.

 ANOMALIAS DO DESENVOLVIMENTO
 APLASIA DA GLÂNDULA SALIVAR
• Natureza: é um distúrbio do desenvolvimento raro que afeta uma ou mais glândulas salivares.
• Características clínicas: acometem mais homens, maior problema é a xerostomia decorrente da aplasia. A
língua pode apresentar-se espessa o que leva ao aumenta do desenvolvimento de cáries e erosão dentária.

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Ausência de glândulas salivares maiores pode ser confirmada por cintilografia com pertecnetato de tecnésio-
99m, tomografia computadorizada, ressonância magnética ou ultrassonografia.
• Tratamento e prognóstico: uso de substitutos salivares. Se tiver algum tecido glandular residual funcional
usa-se medicamentos sialogogos para aumentar a produção de saliva. Alem de estimulo por chiquetes sem
açúcar ou bala azedas.

 ANOMALIAS DO FLUXO SALIVAR


 HIPOSALIVAÇÃO
• Natureza: atrofia das papilas linguais (língua rachada), candidíase, carie rampante e sialoadenite retrograda
podem ocorrer. Mais comum em quem tem alterações sistêmicas. Fator local (ex: tumor de base de língua
quem faz radioterapia e a fibrose do parênquima da glândula). Fator sistêmico agentes químicos,
medicamentos, drogas (antidepressivos) e algumas síndromes como a de Sjogren. Para saber se o paciente
tem o fluxo normal ou não faz-se a sialometria: FSR ≤ 0,1 ml/min = hiposalivação em repouso e FSR ≤ 0,5
ml/min = hiposalivação em estimulo. Sintoma sensação de boca seca. A hiposalivação é a diminuição da taxa
de fluxo salivar que pode levar a infecções fúngicas e bacterianas, cárie dentária e disfagia. Na xerostomia:
secura bucal ou constante ou a noite pode levar a disguesia, ardência bucal, secura em locais extrabucais.
Obs: a sialorréia/ hipersalivação: é o aumento do fluxo salivar, que pode ser causado por irritação ou
envenenamento por metais ou por agonistas dos colinérgicos (pilocarpina).

 SÍNDROME DE SJOGREN
• Natureza: doença autoimune crônica sistêmica que envolve principalmente as glândulas salivares e
lacrimais que resultam em xerostomia e xeroftalmia. Os efeitos nos olhos são chamados de
queratoconjuntivite sicca. Duas formas: 1- síndrome de sjogren primária: não tem nenhuma outra doença
autoimune presente e síndrome de sjogren secundária: tem outra doença autoimune presente. Sua causa é
desconhecida.
• Características clínicas: não é rara. Acomete mais o sexo feminino, mais em adultos de meia-idade a forma
secundária é mais associada à artrite reumatoide, e lúpus eritematoso sistêmico. Sintoma principal é a
xerostomia. Podem de queixar de dificuldades de usar próteses removíveis. Língua seca e fissurada e com
atrofia de papilas mucosa oral vermelha. 1/3 tem aumento firme e difuso de glândulas salivares maiores
bilateral indolor ou não. Pacientes com xeroftalmia queixam-se de arranhaduras no Globo ocular ou corpo
estranho e essas manifestações são mais intensas durante o dia. Índice de secreção lacrimal é feito pelo teste
de schirmor (Com papel filtro estéril e valores menores que 5mm são anormais). Pele seca, mucosas nasal e
vaginal. Fadiga é comum. Outros problemas incluem linfoadenopatia, cirrose biliar, nefrite intersiticial e etc. •
Características histopatológicas: infiltração linfocítica nas glândulas salivares que leva a destruição das
unidades acionares. O epitélio ductal persiste e junto às células muoepiteliais circundantes tornam-se
hiperplásicas. Biopsia de glândula salivar labial ou parótida.
• Tratamento e prognóstico: é o de suporte. Nos olhos uso periódico de lágrima artificial, saliva artificiais,
balas e chicletes sem açúcar. Medicamentos sialogogos se tiver tecido glandular viável. risco maior para
linfoma comparado a população normal mais o linfoma não Hodgkin de células B

 ANOMALIAS INFLAMATÓRIAS
 SIALOADENITE
• Natureza: inflamação das glândulas salivares podem surgir por diversas causas infecciosas ou não
infecciosas. A infecção viral mais comum é a caxumba, outros são HIV l, citomegalovírus, parainfluenza e etc.
A maioria das infecções bacterianas surge como resultado de obstrução ductal ou decréscimo do fluxo
salivar, permitindo a disseminação das bactérias pelo sistema ductal. Uma das causas mais comuns é de o
paciente ser mantido sem alimentos e fluidos após cirurgia recente (especialmente a cirurgia abdominal),
Após a cirurgia pode surgir parotidite (caxumba cirúrgica).
• Características clínicas: A sialoadenite bacteriana aguda é mais comum na glândula parótida e é bilateral
em 10% a 25% dos casos. A glândula afetada se apresenta inchada e dolorida, a pele sobrejacente pode se
apresenta quente e eritematosa. Febre baixa e turismo pode estar presentes. Drenagem purulenta comum
quando a glândula é massageada a partir do orifício do ducto. Se persistir a obstrução vira uma sialoadenite

Autoria: Marina Maria Ferreira Falcão- UPE/FOP -103 Página 23


crônica. Inchaços e dor aparecem na hora das refeições pro estímulo salivar. A crônica também pode ocorrer
nas glândulas salivares menores pelo bloqueio do fluxo ductal ou trauma local. Parotidite juvenil recorrente:
comum em crianças, episódios recorrentes de aumento não supurativo da glândula parótida, inicia-se entre 3
e 6 anos e se resolve durante a puberdade. A sialoadenite necrotizante subaguda: ocorre mais em
adolescente e adultos jovens, mais dolorosa, recobertos por mucosa eritematosa intacta. Causas alérgicas
têm sido consideradas pra essa condição
• Características histopatológicas: Acúmulo de neutrófilo dentro do sistema ductal e acinar
• Tratamento e prognóstico: Antibioticoterapia apropriada e reidratação para aumentar o fluxo salivar.
Drenagem cirúrgica em caso de abscesso. Taxa de mortalidade de 20% a 50% devido a sepse.

 SIALOLITÍASE (CÁLCULO SALIVAR; PEDRAS SALIVARES)


• Natureza: São estruturas calcificadas que ser desenvolvem dentro do sistema de ducto das glândulas
salivares. Acredita-se que surgem pela deposição de cálcio dentro da luz do ducto, ao redor de um ninho de
debris (muco espesso, bactérias, células epiteliais ductais ou corpos estranhos). Sua causa é incerta, mas
pode ser promovida pela sialoadenite crônica e obstrução parcial
• Características clínicas: 80% nos ductal da submandibular. Acomete mais as glândulas salivares menores, o
lábio superior e a mucosa jugal. Mais presente em adultos jovens de meia-idade. Dor e aumento de volume
durante as refeições. Nas glândulas salivares maiores são mais comuns. Radiograficamente: massa radiopaca
• Características histopatológicas: Macroscopicamente: massa dura, arredondada ou oval ou cilíndrico e
microscopicamente: exibem laminações concêntricas que podem circundar um ninho amorfo de debris.
• Tratamento e prognóstico: Massagem suaves, no caso das glândulas salivares maiores para retirar o cálculo
do ducto. Nos maiores sialócitos remoção cirúrgica. Para glândulas salivares menores excisão cirúrgica da
glândula associada também.

 ANOMALIAS PSEUDOTUMORAIS
 MUCOCELE(EXTRAVASAMENTO DE MUCO)
• Natureza: Lesão comum, resultante da ruptura de um ducto de glândula salivar e do extravasamento de
mucina para dentro dos tecidos moles vizinhos. Geralmente, resultante de um trauma local, embora muitos
não tenham tido trauma
• Características clínicas: Aumento de volume arredondados de 1 mm a 2 mm a alguns cm. Acomete mais
crianças e adultos jovens. Pode ser azulada superficial ou normocrômicas se mais profundas. Lesão é
flutuante, mas algumas podem ser firmes a palpação. Tempo pode levar de dias a anos. Pacientes relatam
que há um aumento de volume que se rompe periodicamente e libera conteúdo fluido. Acomete mais o lábio
inferior, seguido do assoalho da boca, região anterior do ventre da língua, mucosa jugal, palato e trígono
retromolar. Rato no lábio superior.
Mucocele superficial: desenvolve no palato, região retromolar, mucosa jugal, e essas se apresentam como
vesículas distendidas únicas ou múltiplas de 1-4 mm de diâmetro. As pedires geralmente se rompem, geram
úlceras dolorosas e rasas que cicatrizam em poucos dias.
• Características histopatológicas: Exibe uma área de mucina extravasada, circundada por tecido de
granulação reacional. A inflamação inclui numerosos histiócitos espumosos (macrófagos).
• Tratamento e prognóstico: Alguns precisam de excisão cirúrgica, retirar a glândula salivar menor dentro da
lesão. Deve biopsia fora excluir neoplasia de glândula salivar. Prognóstico excelente

 ANOMALIAS DO FLUXO SALIVAR


 RÂNULA
• Natureza: Termo usado para mucoceles do assoalho da boca, tem sido usado pra descrever outros
aumentos de volume no assoalho incluindo cistos do ducto salivar verdadeiro, cistos dermoide e higromas
císticos.
• Características clínicas: Aumento de volume arredondado flutuante, de cor azulada, mais no assoalho da
boca. Acomete mais crianças e adultos jovens tendem. Ser maiores que as mucoceles. Na lateral da linha
média, pode se romper e formar outra. Uma variante é a rânula cervical ou mergulhante: mucina extravasada
se disseca através do músculo milo-hioide e produz aumento de volume dentro do pescoço. Tem que haver

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lesão bucal para considerar essa hipótese. Exames de imagem como tomografia computadorizadas e
ressonância magnética exibem discreta extensão da lesão dentro do espaço sublingual (sinal de cauda)
• Características histopatológicas: A mucina extravasada incita a formação de tecido de granulação reacional
que em geral contém histiócitos espumosos (igual a mucocele)
• Tratamento e prognóstico: Ou remoção da glândula sublingual ou marsupialização (descompressão)
consiste em remover a porção superior da lesão intraoral, porém não é muito bem sucedida em rânula
grande.

 TUMORES DAS GLÂNDULAS SALIVARES


 ADENOMA PLEOMÓRFICO (TUMOR MISTO BENIGNO)
• Natureza: Neoplasia de glândula salivar mais comum. Derivados de uma mistura de elementos ductais e
mioepiteliais.
• Características clínicas: Aumento de volume firme, indolor e crescimento lento. Paciente nota meses ou
anos antes do diagnóstico. Acomete mais adultos jovens e de meia idade -30 a 60 anos. Mais frequente no
sexo feminino. Palato é a região mais comum de se encontrar a lesão, seguido pelo lábio superior e mucosa
jugal. Mais encontrada na região posterior do palato, um aumento de volume de formato arredondado e
superfície lisa. Se houver trauma, haverá ulceração nesta localização, não é móvel nesta localização, e nas
outras localizações sim.
• Características histopatológicas: Lesão normalmente encapsulada e bem circunscrita. Q cápsula pode ser
incompleta ou exibir infiltração pelas células neoplásicas. Um extenso acúmulo de material mucoide pode
ocorrer por entre as células neoplásicas resultando num fundo mixomatoso
• Tratamento e prognóstico: Excisão cirúrgica. Pra as localizadas no lobo superficial da parótida,
parotidectomia superficial com preservação do nervo facial. Prognóstico excelente cura de 95%. Obs: uma
complicação potência é a transformação maligna. Resultando em carcinoma ex-adenoma pleomórfico ocorre
em 3-4% dos casos e essa porcentagem pode aumentar conforme o aumento do tempo de evolução da
neoplasia.

 CARCINOMA MUCOEPIDERMOIDE
• Natureza: Neoplasia maligna de glândula salivar mais comum. Patogênese incerta, q exposição a radiação é
um fator de risco.
• Características clínicas: Da 2ª-7ª década de vida. Mais comum na parótida. É um aumento de volume
assintomático. Pode desenvolver dor e parestesia do nervo facial, associados a lesão de alto grau. 2 lugar
preferível são as glândulas salivares menores, especialmente as do palato essas flutuantes de coloração
azulada ou vermelha e clinicamente parece uma mucocele. Também presentes no lábio inferior, assoalho e
língua e região retromolar embora seja Incomum lesões de glândulas salivares, o carcinoma
mucoepidermoide é o mais comum nessas localidades.
• Características histopatológicas: Mistura de células produtoras de muco e epidermoide e células
intermediárias que podem proger os dois tipos de células mucosas e epidermoides. Neoplasias de baixo grau
exibem formação cística, atípica celular mínima é uma proporção relativamente elevada de células mucosas,
já o de alto grau consistem em ilhas sólidas de células epidermoides e intermediárias que podem demonstrar
considerável pleomorfismo e atividade mitótica.
• Tratamento e prognóstico: De parótida inicial, parotidectomia subtotal com preservação do nervo facial, já
as avançadas remoção toto da parótida e do nervo facial. A submandibular é tratada com a remoção
completa. E de glândulas salivares menores excisão cirúrgica as de baixo grau e tira um pouco de tecido
saudável e as de alto grau ressecção ampla como no carcinoma espinocelular. Esvaziamento cervical radial
em pacientes com evidência de metástases. Radioterapia pós operatória. O prognóstico piora aumentando o
grau.

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 CARCINOMA ADENÓIDE CÍSTICO
• Natureza: É uma neoplasia malignas de glândula salivar um dos mais comuns e bem reconhecidos devido às
características histopatológicas.
• Características clínicas: Mais comum em glândulas salivares menores e em adultos de meia-idade é raro em
menores de 20 anos. Acomete mais o sexo feminino (mais pouco mais). É um aumento de volume lento, com
dor incômoda constante de baixo grau que aumenta gradativamente de intensidade. O de parótida pode
causar paralisia do nervo facial. No palato pode apresentar superfície lisa ou ulcerada. Os que se originam no
palato ou seio maxilar exibem evidente destruição óssea.
• Características histopatológicas: Mistura de células mioepiteliais e ductais com um arranjo variado. Padrões
histopatológicos: 1- cribriforme: mais clássico e aparência mais bem reconhecida, ilhas de células basolóides,
semelhantes a espaços císticos, pseudoductais lembrando queijo suíço, espaços com material mucoide e as
células tumores são pequenas e cubóides. 2- tubular: células tumorais semelhantes, mas com múltiplos
pequenos ductais ou túbulos dentro de um estroma hialinizado. 3- sólido: grandes ilhas ou menções de
células tumorais com pouca tendência para formar cistos ou ductos. Necrose e atividade mitótica no centro e
tem tendência de invasão peridural por isso dói.
• Tratamento e prognóstico: Tende a recidiva local e a metástase a distância. Em geral excisão cirúrgica.
Radioterapia coadjuvante. O padrão sólido tem o pior prognóstico, pior também no seio maxilar e na
glândula submandibular

 ADENOCARCINOMA POLIMORFO DE BAIXO GRAU


• Natureza: neoplasia maligna exclusiva de glândula salivar menor.
• Características clínicas: Mais comum no palato duro é mole, seguido por lábio superior e mucosa jugal.
Mais em idosos (6ª e 8ª década de vida). Mais em mulheres. Aumento de volume indolor, crescimento lento
ocasionalmente associado a sangramento ou desconforto podendo erodir ou infiltrar o isso subjacente.
• Características histopatológicas: As células apresentam formato arredondado e poligonal, bordos celulares
indefinidos e citoplasma pálido e eosinófilco. Núcleo arredondado,ovóide ou fusiforme as células podem
exibir diversos pastores de crescimento como sólido ou formar cordões, ductos, ou grandes espaços císticos.
Mitoses são incomuns. Estima de natureza mucoide ou pode demonstrar hialinização. Invasão perineural é
comum.
• Tratamento e prognóstico: Excisão cirúrgica ampla, algumas vezes inclui ressecção do osso subjacente.
Metástase para linfonodos incomum. Prognóstico relativamente bom. Recidiva baixa. Morte rara, mas pode
ocorrer secundariamente a extensão direta para estruturas vitais.

BIBIOGRAFIA: Patologia Oral e Maxilofacial, autor: Neville, Dammm,Allen, Chi. 4º edição.

Espero ter ajudado os estudos de vocês e lembrem-se. “Fracasso: Alguns poucos erros de julgamento
repetidos todos os dias. Sucesso: Algumas simples disciplinas praticadas todos os dias.” - Jim Rohn. Um
abraço, Marina.

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