Brigada de Incêndio

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 38

DESCRIÇÃO

Compreensão dos tipos de brigadas de incêndio e o seu papel na análise de riscos de incêndio e combate a esses incêndios.

PROPÓSITO
As brigadas de incêndio são essenciais para análise dos riscos em edificações e parametrização das ações de combate ao incêndio. Por
isso, é essencial para a formação de um engenheiro de segurança conhecer os diferentes tipos de brigadas.

PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o estudo deste conteúdo, tenha uma calculadora ou use a calculadora de seu smartphone/computador. Além disso, baixe a
tabela A.1, e a mantenha em mãos para acompanhar o tema.

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Analisar os tipos de brigadas e os métodos de avaliação de risco de incêndio das edificações

MÓDULO 2

Relacionar as definições e os procedimentos das brigadas

MÓDULO 3

Descrever o dimensionamento das brigadas e o comportamento humano nas situações de emergência


DESVENDANDO AS BRIGADAS DE INCÊNDIO

AVISO: Orientações sobre unidades de medida

ORIENTAÇÕES SOBRE UNIDADES DE MEDIDA

Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o
Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais
escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades.

MÓDULO 1

 Analisar os tipos de brigadas e os métodos de avaliação de risco de incêndio das edificações


LIGANDO OS PONTOS

Você sabe qual o assunto tratado na brigada de abandono? Conseguiria identificar quais os tipos de brigada? Para entendermos os
conceitos envolvidos, tomando por base uma situação prática, vamos analisar o case da empresa: HM Bompreço.

A HM Bompreço é uma empresa grande, cujo terreno possui área total de 196.000m², sendo 98.000m² dessa área ocupada por
edificações. Devido ao seu tamanho, a empresa contratou um engenheiro de segurança para implementar uma brigada de incêndio, de
acordo com a NR-23. O engenheiro então montou uma equipe e apresentou a elas um treinamento de análise de riscos e combate a
incêndio. Além disso, promoveu um treinamento de capacitação a todos os funcionários da empresa. Nessa capacitação, foram
apresentados: a brigada de incêndio e sua edificação, equipamentos de proteção e combate a incêndio, informações sobre a periodicidade
da manutenção dos equipamentos, e informação sobre a periodicidade do treinamento de pessoal. Além disso, pelo fato de a empresa
possuir uma brigada própria, foram apresentados também os tipos de brigada de incêndio e suas funções. Em seguida, o engenheiro abriu
inscrição para atuação voluntária de funcionários na brigada.

Feito isso, o engenheiro de segurança se encarregou de emitir certificados a todos os participantes e programou a próxima orientação para
um período de 3 meses, no qual haverá um novo workshop, durante uma semana, com duração total de 8 horas.

Como o número de voluntários foi alto, o engenheiro decidiu também implementar uma brigada de abandono e definiu que todo mês essa
brigada seria responsável por fazer exercícios de simulação de abandono das edificações em caso de incêndio.

Com essas ações (da implementação das brigadas de incêndio e de abandono, de acordo com a NR-23), os donos da HM Bompreço
acreditam estar cuidando da integridade da vida de seus funcionários e de seu empreendimento.

Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar os pontos?

3. VOCÊ FOI CONTRATADO COMO ENGENHEIRO PARA IMPLEMENTAÇÃO DOS


PROCESSOS REFERENTES A BRIGADAS. CABE A VOCÊ ESQUEMATIZAR OS
PILARES DA SEGURANÇA E DEFINIR O TIPO DE BRIGADA. SE A HM
BOMPREÇO COMEÇAR A TRABALHAR COM PRODUTOS PERIGOSOS, QUAL
PROCEDIMENTO VOCÊ DEVE ADOTAR PARA QUE A EMPRESA ESTEJA
PREPARADA PARA ABARCAR A ATIVIDADE COM PRODUTOS PERIGOSOS, NO
QUE TANGE A SEGURANÇA OFERECIDA POR BRIGADAS DE INCÊNDIO?
RESPOSTA

A brigada de incêndio deve estar preparada para combater os riscos de incêndio apresentados pela empresa
Hm Bompreço. Esse risco envolve periculosidade, o que traz a necessidade da implementação de uma
brigada de emergência. Os equipamentos de combate a incêndio devem ser adquiridos visando ao combate
adequado, e os treinamentos devem ser voltados para o tipo de combate em incêndio que aquele local deve
sofrer, pois de nada adiantará ter bons equipamentos se as pessoas, que são o principal pilar de combate ao
incêndio, não estiverem treinadas adequadamente.

TIPOS DE BRIGADAS E SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

CONTEXTUALIZANDO AS BRIGADAS DE INCÊNDIO


Ao longo do tempo, ficou constatado que uma das grandes problemáticas da humanidade era com relação ao combate ao incêndio, tendo
em vista que esses sinistros possuem efeitos catastróficos quando não ocorre a aplicação das medidas de controle e contenção em seu
combate.

Com o passar dos anos, o homem evoluiu e, atrelado a isso, veio a mudança de perspectiva em relação às técnicas de prevenção e
combate a incêndio, ou seja, já estava se pensando em uma equipe técnica envolvida no combate às chamas, que atualmente é chamada
de brigada de incêndio.

Dentro do processo de segurança contra incêndio, temos a presença de três ações basilares, que são:

EQUIPAMENTOS INSTALADOS


MANUTENÇÃO


PESSOAL

Confira mais detalhes sobre cada um deles:

EQUIPAMENTOS INSTALADOS
Os equipamentos devem obedecer ao risco da edificação, como também possuir usos específicos para combate a incêndio. Vale ressaltar
que esses equipamentos estão atrelados à área e à quantidade de ocupantes.

MANUTENÇÃO
O programa de manutenção deve ser periódico e possuir uma equipe técnica qualificada para a prestação da assistência técnica pontual.
O projeto deve ser eficaz.

PESSOAL
Deve possuir um corpo técnico operacional treinado e os colaboradores precisam ser munidos de equipamentos necessários e em perfeito
estado de uso e conservação.
O SURGIMENTO DAS BRIGADAS

TUDO NASCEU DA PALAVRA-CHAVE “NECESSIDADE”.


Havia chegado o período que era fundamental para o homem controlar o fogo, pois esse elemento, quando se encontra fora de controle,
causa grandes danos ao meio. O controle do fogo, portanto, virou uma questão de sobrevivência para os humanos.

Após a centralização desse pensamento, a primeira civilização a aderir, de forma prática e conceitual, foi a Roma Antiga. Por volta de 27
a.C., a brigada romana era conhecida como vigiles e tinha a segurança das ruas como ação principal, e o combate ao incêndio como ação
complementar.

 Construções da Roma antiga

Contudo, como era de se esperar, o processo de combate às chamas era um desafio de grande escala, pois a brigada não possuía
métodos eficazes de combate.

 SAIBA MAIS

Na Inglaterra, a metodologia utilizada era baseada em cartas de seguros, ou seja, era composta por várias seguradoras que apresentavam
planos de compensação financeira, com a finalidade da reestruturação da edificação atingida pelo sinistro.

No Brasil, o processo de formação de brigadas foi motivado por um gigantesco incêndio, que ocorreu por volta de 1732 no Rio de Janeiro,
resultando na destruição do Mosteiro de São Bento, que ficava nas proximidades da atual Praça Mauá.

Como em grande parte do mundo, no Brasil, também era difícil a implantação das ações de combate a incêndio em pleno século XVIII,
pois as condições conceituais e práticas não eram favoráveis. Fazendo uma análise da infraestrutura do Brasil no século XVIII, a estrutura
física do país estava resumida a casas de madeira, muitas vielas, sistemas de alarme ineficientes e sistema de abastecimento de água
ineficaz.

Dando ênfase maior aos alarmes, os sistemas sonoros da época eram os sinos das igrejas, ou seja, com precisão muito abaixo dos
padrões necessários. Em 1763, foi criado o Arsenal de Marinha, escolhido para ter uma repartição preparada para extinguir os incêndios
na cidade, levando-se em conta a experiência que os marinheiros possuíam em apagar o fogo em suas embarcações.

TIPOS DE BRIGADAS

Vamos agora conhecer os principais tipos de brigadas e as principais características das tipologias:
BRIGADA DE INCÊNDIO
BRIGADA DE ABANDONO
BRIGADA DE EMERGÊNCIA

BRIGADA DE INCÊNDIO

Nessa modalidade, a principal função é o combate a incêndio, possui em sua composição um grupo de colaboradores com treinamento
específico para o combate a incêndio.

BRIGADA DE ABANDONO

Essa modalidade tem como principal função a retirada dos ocupantes do prédio (edificação), possuindo, em sua composição,
colaboradores com treinamento específico em abandono de área e identificação das rotas de fuga. Esse tipo de brigada é muito utilizado
em shopping centers. Um detalhe importante é que esta modalidade não está incluída na brigada de incêndio.

BRIGADA DE EMERGÊNCIA

Essa modalidade possui um comportamento misto, ou seja, possui a ação de combate a incêndio e uma ação conjunta de abandono de
área. Essa tipologia possui ações diretas e especificas para cada tipo de ocorrência, tais como: inundações, vazamentos de produtos
perigosos – (anexos presentes na Norma regulamentadora 16), vazamentos de fornos etc.

MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE RISCO DE INCÊNDIO NAS


EDIFICAÇÕES

A avaliação de risco atrelada ao acontecimento e à propagação de incêndios gerou, nos especialistas, a vontade de desenvolver um
método que quantifica precisamente a quantidade de equipamentos, os meios de prevenção e as quantidades exatas dos brigadistas.

Por volta de 1960, a Associação contra Incêndio da Suíça deu início às pesquisas para buscar a tão esperada exatidão no cálculo do risco
de incêndio. Cinco anos mais tarde, a equipe de pesquisa suíça publicou o Método de Gretener, desenvolvido por Max Gretener, com o
objetivo de calcular o risco de incêndio nas edificações e construções de grande porte.

O método leva em consideração:


LEVANTAMENTO DAS CARACTERÍSTICAS DO COMPARTIMENTO DE INCÊNDIO.

LEVANTAMENTO DOS PERIGOS POTENCIAIS DAS CARACTERÍSTICAS


CONSTRUTIVAS DA EDIFICAÇÃO.

MEDIDAS CONTRA O DESENVOLVIMENTO DO INCÊNDIO.

RISCO EFETIVO DE INCÊNDIO.

COEFICIENTE DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO.

Após 36 anos de sua publicação, o método passou pela sua última revisão. No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT
CE 24:201-03) escolheu esse método para basificar as normativas no tocante ao potencial de risco de incêndio nas edificações. O método
de Gretener quantifica o fator de exposição ao perigo (B) da seguinte maneira:
P
B =
N ⋅ S ⋅ F

Onde:

- Perigo potencial: fator que classifica o material ou sistema (elétrico, por exemplo) com potencial para iniciar um incêndio.

- Medidas normais: fator que classifica as medidas normais de combate a incêndio.

- Medidas especiais: fator que classifica as medidas especiais de combate a incêndio.

- Medidas de construção: fator que classifica a edificação baseada nos materiais utilizados para sua construção.

 VOCÊ SABIA

A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT CE 24:201-03 adotou esse método como base para os cálculos dos potenciais de
riscos de incêndio das edificações.

A seguir, vamos conhecer a norma técnica (14/2020 ‒ Carga de Incêndio nas Edificações e Áreas de Risco) que retrata as medidas do
método estudado.

TREINAMENTOS EM COMBATE A INCÊNDIO

OS TREINAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIO ESTÃO PARAMETRIZADOS PELA NORMA


TÉCNICA Nº 14/2020.
Essa norma classifica os tipos carga de incêndio, o que ajuda a definir o combate mais apropriado e auxilia aos brigadistas, no que diz
respeito aos cálculos probabilísticos e determinísticos de um incêndio. Para compreender esses elementos, vamos ver o que diz a norma
sobre os tipos de carga e cálculos:

CARGA DE INCÊNDIO
É a soma das energias caloríficas possíveis de serem liberadas pela combustão completa de todos os materiais combustíveis em um
espaço, inclusive os revestimentos das paredes, divisórias, pisos e tetos.
CARGA DE INCÊNDIO ESPECÍFICA
É o valor da carga de incêndio dividido pela área de piso do espaço considerado, expresso em mega joule (MJ) por metro quadrado (m²).

MÉTODO DE CÁLCULO PROBABILÍSTICO


É o método de cálculo baseado em resultados estatísticos do tipo de atividade exercida na edificação em estudo.

MÉTODO DE CÁLCULO DETERMINÍSTICO


É o método de cálculo baseado no prévio conhecimento da quantidade e qualidade de materiais existentes na edificação em estudo.

PRINCIPAIS ATIVIDADES PERIGOSAS COM BASE NA NR-16

Um dos problemas mais graves envolvendo incêndios é quando ele ocorre em locais que desempenham atividades consideradas
perigosas. Nesses casos, é necessário haver uma brigada de incêndio de emergência, com pessoas treinadas e equipamentos
específicos, tanto para o combate ao incêndio quanto para os primeiros socorros às possíveis vítimas.

ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM EXPLOSIVOS

O quadro a seguir mostra as atividades com caracterização periculosa dentro do anexo 01 da NR-16, revelando também que os
colaboradores possuem direito ao adicional de 30% sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou
participações nos lucros da empresa, sendo-lhes ressalvado o direito de opção por adicional de insalubridade eventualmente devido.

ATIVIDADES ADICIONAL DE 30%

Todos os trabalhadores nessa atividade ou que permaneçam na área de


Armazenamento de explosivos
risco

Transporte de explosivos Todos os trabalhadores nessa atividade

Transporte de explosivos
Operação de escorva dos cartuchos de
explosivos

Operação de carregamento de explosivos

Detonação

Verificação de detonações falhadas

Queima e destruição de explosivos deteriorados

Operações de manuseio de explosivos

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Quadro: Atividades com caracterização periculosa. Elaborado por Hermerson Martins de Lima

VOCÊ DEVE ESTAR SE PERGUNTANDO: QUAIS SÃO AS ÁREAS CONSIDERADAS DE


RISCO?
São consideradas áreas de risco os locais de armazenagem de pólvoras químicas, artifícios pirotécnicos e produtos químicos usados na
fabricação de misturas explosivas ou de fogos de artifício.

 A armazenagem de fogos de artifício deve ser cautelosa.

A seguir, apresentamos como armazenar os materiais pirotécnicos. Para compreendermos as informações de maneira assertiva, devemos
ler a tabela da seguinte maneira:

Podemos armazenar até 4.500kg de pólvoras químicas, artifícios pirotécnicos e produtos químicos usados na fabricação de
misturas explosivas ou de fogos de artifício em um terreno, desde que haja uma distância mínima de 45 metros entre suas
paredes externas e qualquer outra edificação.
FAIXA DE TERRENO ATÉ A DISTÂNCIA MÁXIMA DE
QUANTIDADE ARMAZENADA EM QUILOS
(metros)

Até 4.500 45

Acima de 4.500 No máximo 45.000 Acima de 4.500

Acima de 45.000 No máximo 90.000 Acima de 45.000

Acima de 90.000 No máximo 225.000* Acima de 90.000

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

* Quantidade máxima que não pode ser ultrapassada.


Tabela: Requisitos de distanciamento de edificações para armazenamento de material explosivo pirotécnico. Elaborado por Hermerson
Martins de Lima

Na tabela a seguir, apresentamos como podemos armazenar os materiais iniciadores de chamas. Para compreendermos as informações
de maneira assertiva, devemos ler a tabela da seguinte maneira:

Podemos armazenar até 20kg de explosivos iniciadores em um terreno, desde que haja uma distância mínima de 75 metros entre
suas paredes externas e qualquer outra edificação.

QUANTIDADE ARMAZENADA (EM QUILOS) FAIXA DE TERRENO ATÉ A DISTÂNCIA MÁXIMA (metros)

até 20 75

20 No máximo 200 220

200 No máximo 900 300

900 No máximo 2.200 370

Acima de

2.200 No máximo 4.500 460

4.500 No máximo 6.800 500

6.800 No máximo 9.000* 530


 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

*
Quantidade máxima que não pode ser ultrapassada.
Tabela: Requisitos de distanciamento de edificações para armazenamento de material explosivo iniciador de chama.
Elaborada por Hermerson Martins de Lima

ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM INFLAMÁVEIS

As atividades e operações com inflamáveis são consideradas perigosas, conferindo aos trabalhadores que se dedicam a elas, bem como
àqueles que operam na área de risco, o adicional de 30% sobre o salário. No quadro a seguir, apresentamos as atividades consideradas
perigosas com armazenamento ou manipulação de materiais inflamáveis:

ATIVIDADES ADICIONAL DE 30%

Todos os trabalhadores da produção,


Produção, transporte, processamento e armazenamento de gás liquefeito. transporte, processamento e
armazenamento de gás liquefeito.

Transporte e armazenagem de inflamáveis líquidos e gasosos liquefeitos e de Todos os trabalhadores da área de


vasilhames vazios não desgaseificados ou decantados. operação.

Postos de reabastecimento de aeronaves.

Locais de carregamento de navios-tanque, vagões-tanque e caminhões-tanque, e


enchimento de vasilhames com inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos.

Locais de descarga de navios-tanque, vagões-tanque e caminhões-tanque com


inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos, ou de vasilhames vazios não
desgaseificados ou decantados.
Todos os trabalhadores dedicados a estas
atividades ou que operam na área de risco.
.
Serviços de operações e manutenção de navios-tanque, vagões-tanques,
caminhões-tanques, bombas e vasilhames, com inflamáveis líquidos ou gasosos
liquefeitos, ou vazios não-desgaseificados ou decantados.

Operações de desgaseificação, decantação e reparos de vasilhames não


desgaseificados ou decantados.

Operações de testes de aparelhos de consumo do gás e seus equipamentos.


Transporte de inflamáveis líquidos e gasosos liquefeitos em caminhão-tanque.

Transporte de vasilhames (em caminhões de carga), contendo líquido inflamável,


em quantidade total igual ou superior a 200 litros. Motorista e ajudantes.

Transporte de vasilhames (em carreta ou caminhão de carga), contendo


inflamável gasoso e líquido, em quantidade total igual ou superior a 135 quilos.

Operações em postos de serviço e bombas de abastecimento de líquidos Operador de bomba e trabalhadores que
inflamáveis. operam na área de risco.

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Quadro: Apresentação das atividades perigosas com materiais inflamáveis.


Extraído de Norma regulamentadora 16.

 SAIBA MAIS

As informações mostradas são embasadas na NR-16. Esses conceitos ajudarão o engenheiro a realizar uma conexão entre as normas
regulamentadoras, aqui, em específico, a NR-16, e o processo de brigada de incêndio, criando uma rede que interliga as ações dos
prevencionistas e dos brigadistas.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 2

 Relacionar as definições e os procedimentos das brigadas

LIGANDO OS PONTOS
Você sabe quais as responsabilidades da brigada? Conseguiria identificar quais fatores para a composição de uma brigada? Para
entendermos os conceitos envolvidos, tomando por base uma situação prática, vamos analisar o case da empresa do Sr. Emënisne.

A empresa do Sr. Emënisne é uma madeireira que funciona em um terreno não pavimentado, com chão contendo terra batida e pequena
pedras dispersas. Todavia, o Sr. Emënisne é muito preocupado com a segurança de seus funcionários, por conta disso cuida
rigorosamente da segurança contra incêndio, promovendo sempre treinamentos de evacuação do terreno e combate ao incêndio, assim
como treinamento de primeiros socorros.

No último treinamento, o Sr. Emënisne contratou uma empresa de consultoria, a Yduqvs prevenção a incêndio, e pediu para que fosse
dada ênfase ao treinamento de primeiros socorros às vítimas que sofreram queimaduras, não só em pele e músculos, mas também em
vias respiratórias.

Tal treinamento teve uma duração de 40 horas, sendo concluído em 15 dias úteis. Ao fim do treinamento, no 16° dia útil, todos os
funcionários passaram por uma simulação surpresa, com um incêndio controlado. Além de a evacuação ter sido feita de forma correta, o
fogo também foi controlado e extinto pelo uso dos equipamentos que compõem a segurança contra incêndios da empresa, que foram
utilizados pelos funcionários que compõem a brigada de incêndio da madeireira.

Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar os pontos?

3. DENTRO DO PROCESSO DE COMPOSIÇÃO, FOI SOLICITADO A VOCÊ, COMO


ENGENHEIRO, A ESQUEMATIZAÇÃO DA FORMAÇÃO, DIVISÃO DE FUNÇÕES E
TÉCNICAS DE PRIMEIROS SOCORROS DA BRIGADA DE INCÊNDIO DA
EMPRESA DO SR. EMËNISNE. QUAL ESQUEMA DE AÇÃO VOCÊ ADOTARIA?

RESPOSTA

1º PASSO – A formação da brigada - no processo de formação, o engenheiro relacionará os seguintes


critérios: condições da edificação, planejamento de brigada e a seleção dos brigadistas.
2º PASSO - A divisão da brigada – montagem de um organograma com as seguintes funções: brigadista,
líder, chefe de brigada e coordenador geral.

3º PASSO – Procedimentos de primeiros socorros - os brigadistas devem receber treinamentos embasados


na técnica norte-americana conhecida como “DR. ABCDE”

PRINCIPAIS RESPONSABILIDADES DAS BRIGADAS

CONCEITUAÇÃO SOBRE AS BRIGADAS

Para dar início às esquematizações das brigadas, vamos abordar os objetivos das brigadas, tendo por base os aparatos normativos que
estabelecem requisitos básicos e mínimos. Esses objetivos são os seguintes:

composição;
formação;

implementação;

reciclagem da brigada.

ESSAS PARAMETRIZAÇÕES SÃO UTILIZADAS PARA DIRECIONAR E OTIMIZAR O


PROCESSO DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO COM A UTILIZAÇÃO DAS
BRIGADAS.
A brigada é uma equipe com uma organização, em muitas vezes com organograma, e linha de ação, tendo em vista o bom treinamento e a
capacitação para uma atuação eficaz no combate e prevenção de incêndios. Além disso, as brigadas possuem boa atuação em primeiros
socorros e abandono de áreas.

 SAIBA MAIS

As brigadas possuem uma regulamentação normativa pela Portaria nº 3214/78, de 08 de junho de 1978, do antigo Ministério do Trabalho e
Emprego, em sua Norma Regulamentadora 23, como também possui regulamentação na ABNT/NBR 14276/20 - Brigada de Incêndio e
Emergência - Requisitos e procedimentos. As regulamentações estaduais não devem ser deixadas de fora.

Os brigadistas devem passar por cursos de formação, os quais possuem ênfase nos riscos presentes na classe de ocupação da indústria
ou do comércio. O engenheiro precisar ter ciência de que os cursos possuem prazos para as suas reciclagens, no caso específico das
brigadas, o prazo máximo é de 12 meses.

RESPONSABILIDADE E ATRIBUIÇÕES DA BRIGADA


Agora, vamos falar sobre a responsabilidade da brigada com base na Norma Técnica nº 17/2014. Mostraremos as principais ações de
prevenção e emergência da cartilha de responsabilidade das brigadas. Clique nas abas a seguir e confira.

AÇÕES DE PREVENÇÃO
As ações de prevenção são medidas conjuntas que envolvem: investigação dos tipos de cargas de incêndio presentes na edificação,
planejamento de rotas de fuga, instalação de equipamentos de alarme e combate a incêndio, manutenção de equipamentos de combate a
incêndio e treinamento de pessoal. Quando é feita uma vistoria para determinação de ações preventivas a incêndio, um engenheiro de
segurança deve realizar:

Análise dos riscos presentes no local.

Vistoria dos equipamentos de combate a incêndio.

Vistoria das rotas de fuga, sempre checando se estão desobstruídas.

Criar um relatório pontuando as falhas encontradas.

Direcionar o relatório para a alta administração.

Mostrar as diretrizes e orientações para a população fixa e flutuante.

Aplicar as ações práticas, tais como simulados.

AÇÕES DE EMERGÊNCIA
Em caso de incêndio em uma edificação, vidas estão em risco. Essa é uma situação emergencial. Você já ouviu aquele ditado que diz:
situações extremas requerem medidas extremas? Então, em situações emergenciais, são requeridas ações emergenciais. Essas ações
vão desde a evasão da edificação, de forma não caótica, ao combate contundente ao incêndio. Veja, a seguir, o que deve ser realizado em
uma situação emergencial de incêndio (seja ele de qualquer intensidade):

Localização da situação emergencial.

Acionamento dos alarmes.

Seguir as rotas de fuga para o abandono de área.

Autorizar o corte da energia elétrica, esse tipo de ação evita o agravamento da situação.

Entrar em contato com o corpo de bombeiro.


Ações de primeiros socorros.

Combate ao princípio de incêndio.

Trabalhar em conjunto com o corpo de bombeiros.

PONTOS PRINCIPAIS PARA A COMPOSIÇÃO DO PROGRAMA DE


BRIGADA

Vamos conhecer os pontos principais para a composição do programa de brigada com base na Norma Técnica nº 17/2014. A seguir,
abordaremos os principais pontos para a elaboração da programação das brigadas, tendo em vista que esses programas devem seguir
alguns requisitos mínimos, tais como:

CONDIÇÕES GERAIS DA EDIFICAÇÃO


COMPOSIÇÃO DA BRIGADA

CONDIÇÕES GERAIS DA EDIFICAÇÃO


A edificação, seja comercial seja industrial, deve possuir um sistema de proteção e combate a incêndio, obedecendo às legislações
pertinentes ao tema.

A programação da brigada deve ser disponibilizada para todos, em um local de fácil acesso, em qualquer turno. Esse programa deve
sempre ser disponibilizado em sua versão mais atual e essa versão deve conter itens como: principais riscos (carga de incêndio –
Instrução Técnica nº 14/2020, Produtos e atividade perigosos – Norma regulamentadora 16), memorial complementar, apresentação dos
meios de fuga e divulgação das técnicas de combate a incêndio, além de mostrar as especificações da reserva técnica de incêndio.

Veja algumas descrições de conceitos relacionados ao memorial complementar:

a) Vizinhança – deve ter sua posição e ocupação demonstrada por croqui.

b) Riscos em potencial – deve pontuar os riscos presentes.

c) População – deve realizar a indicação tipo: fixa (frequenta a edificação todo dia), flutuante (frequenta a edificação temporariamente) e
total (soma da população fixa e flutuante).

d) Meios de escape – mostrar todos os meios de saídas possíveis, tais como: elevadores, passarelas entre outros.

e) Meios de Ajuda externa – indicar os sistemas de brigadas das edificações adjacentes, corpo de bombeiros entre outros.

COMPOSIÇÃO DA BRIGADA
Agora, vamos pontuar e descrever as principais funções de liderança de uma brigada. Veja, a seguir, quais são os cargos e as descrições
das principais atribuições da linha de chefia das brigadas.

a) Brigadista – esses componentes fazem parte da linha de frente e executam tarefas.

b) Líder – tem como responsabilidades a organização e a execução das ações de emergências. É selecionado por processo seletivo.
c) Chefe da brigada – responsável pela brigada em uma edificação com mais de um pavimento. É selecionado por processo seletivo.

d) Coordenador geral – responsável pela brigada em uma edificação, mas com um diferencial: esse componente responde por uma
planta completa e possui sua escolha atrelada a um processo seletivo.

DEFINIÇÕES COM BASE NA ABNT NBR 14276

A NORMA DA ABNT NBR 14276 APRESENTA AS CONSIDERAÇÕES MÍNIMAS PARA QUE


SEJA POSSÍVEL MONTAR UMA BRIGADA DE INCÊNDIO DE FORMA COMPLETA.
Uma brigada de incêndio deve atender aos requisitos descritos por essa norma, pois, caso contrário, não terá autorização para funcionar,
logo a própria empresa não poderá exercer suas atividades. Por isso, cumprir essa norma é de extrema importância, além garantir a
segurança de todos os frequentadores da empresa (fixa + flutuante).

O treinamento de pessoal é de suma importância para a composição da brigada, pois de nada adianta ter os melhores equipamentos sem
que eles sejam utilizados de forma correta, no momento da emergência (acidente ou incidente).

Para que um treinamento seja efetivo, é necessário escolher com cautela o instrutor, uma vez que é necessário garantir que ele terá todo o
conhecimento de combate a incêndio e primeiros socorros que a sua empresa necessita. Como exemplo, deve-se certificar se ele tem
especialização em combate a incêndio em locais que abrigam produtos explosivos, ou produtos que ao serem queimados, provocam
nuvens tóxicas.

 VOCÊ SABIA

Pode-se ter um instrutor perito (ou instrutores) em cada assunto como:

1 instrutor perito em incêndio em redes elétricas.

1 instrutor perito em primeiros socorros a vítima de choques elétricos.

1 instrutor perito em incêndio a materiais tóxicos.

1 instrutor perito em primeiros socorros a vítimas que tiveram contato com materiais tóxicos.

Como parte do treinamento é sempre importante haver simulações de abandono da edificação e combate ao incêndio, se possível, até
mesmo, com incêndios controlados. Para que essas simulações surtam efeito no momento da situação emergencial (de fato), é necessário
que esteja muito bem definido:

GRUPO DE APOIO PERMANENTE (GAP)


GRUPO DE APOIO TÉCNICO (GAT)
GRUPO DE CONTROLE DE EMERGÊNCIA (GCE)

GRUPO DE APOIO PERMANENTE (GAP)

Grupo de pessoas com especialização nas atividades de segurança, saúde do trabalhador e proteção do meio ambiente.
GRUPO DE APOIO TÉCNICO (GAT)

Grupo de pessoas com conhecimento técnicos em formas de energia (em especial a eletricidade, pois percorre toda a edificação),
equipamentos (aqueles utilizados no momento da emergência, tais como uma mangueira de incêndio e/ou um extintor de incêndio) e
veículos (todo aquele que pode ser utilizado no momento de emergência, tal como uma ambulância).

GRUPO DE CONTROLE DE EMERGÊNCIA (GCE)

Pessoas que idealizam o plano de emergência, tanto para combate quanto para fuga. São essas pessoas que gerenciam a situação
emergencial.

Para que o plano de controle de emergência haja com efetividade, e que as equipes citadas anteriormente atuem de maneira eficaz, é
necessário saber identificar a situação de acidente ou incidente. Continue lendo...

Tanto o acidente como o incidente pegam todos de surpresa, requerendo uma ação rápida, imediata e coordenada, para que a situação
seja controlada o mais rápido possível, a fim de se evitar vítimas. Por isso, é imprescindível que as equipes cumpram rigorosamente o
plano de emergência idealizado pelo GCE.

OUTRO PONTO ESSENCIAL A SER TRATADO SÃO SITUAÇÕES EXTREMAS PARA


MANTENIMENTO DA VIDA, POIS PODE OCORRER DE ALGUÉM SE FERIR GRAVEMENTE. E
SE ISSO ACONTECER? O QUE SE DEVE FAZER?
Devem existir, dentre as pessoas treinadas, pessoas que conheçam técnicas não invasivas e invasivas ao corpo para salvar vidas, como,
por exemplo, uma traqueostomia. Mas por que isso? Imagine que um indivíduo que ficou tempo demais dentro de uma edificação em
chamas teve suas vias aéreas queimadas por respirar aquele ar quente, além de ter inalado muitos gases tóxicos como o CO2 e fuligem.

Ela agora respira com dificuldade e sua saturação de O2 está cada vez mais baixa. Uma das técnicas utilizadas para salvar a vida desse

acidentado é a traqueostomia, na qual se faz um determinado furo na traqueia e coloca-se uma cânula (tipo um canudo de metal ou
plástico), para facilitar a entrada de ar nos pulmões.

Para que as vidas sejam salvas, tudo depende da capacitação das pessoas!

TÉCNICAS DE PRIMEIROS SOCORROS


AS TÉCNICAS DE PRIMEIROS SOCORROS POSSUEM AÇÃO FUNDAMENTAL NOS
PROCEDIMENTOS DAS BRIGADAS.
Essas ações têm, por função, a garantia da integridade física da vítima até a chegada da unidade de atendimento. O brigadista, em seu
treinamento, precisa ter uma preparação voltada para as intervenções diretas, conhecimento básico para situações, tais como: convulsões
e desmaios.

O brigadista deve ter também um portfólio de ações, tais como: técnicas de desobstrução das vias respiratórias, RCP (ressuscitação
cardiopulmonar) e entendimento sobre hemorragias. Os brigadistas também devem dominar as ações de transporte e manuseio de
vítimas.

O brigadista na ação de análise da vítima deve fazer uso da técnica de análise conhecida como “Dr. ABCDE”, conforme mostrado a seguir:

D – DANGER /
PERIGO
Segurança do cenário

R – RESPONSIVE /
RESPONSIVIDADE
Etapa está atrelada à consciência da vítima.

A – AIRWAY /
VIAS AÉREAS
Etapa relacionada com a liberação das vias aéreas. Cabe ao brigadista verificar se na boca da vítima não há nenhum tipo de objeto.
B – BREATHING /
RESPIRAÇÃO
Técnica para checar a sequência de respiração da vítima.

C – CIRCULATION /
CIRCULAÇÃO
Nesse procedimento, o brigadista deve verificar se a vítima tem pulso.

D – DISBILITY /
INCAPACIDADE
Nessa etapa, o brigadista deve verificar se a vítima possui distúrbios neurológicos.

E – EXPOSITION /
EXPOSIÇÃO
Expor ferimentos, traumas e fraturas.

 ATENÇÃO

O brigadista deve oferecer assistência emergencial à vítima, mas sem se esquecer de chamar a emergência, para que a vítima receba um
atendimento médico completo.

O socorro deve ser chamado e, logo em seguida, o brigadista deve checar os sinais vitais da vítima (verificar se o coração está batendo),
verificar se suas vias respiratórias estão desobstruídas e, se necessário, realizar processos de ressuscitação, tais como respiração boca a
boca. A imagem a seguir mostra o passo a passo aqui discutido:

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 3

 Descrever o dimensionamento das brigadas e o comportamento humano nas situações de emergência


LIGANDO OS PONTOS

Você sabe quais os critérios para dimensionar uma brigada? Conseguiria identificar qual o prazo de validade do simulado de brigada? Para
entendermos os conceitos envolvidos, tomando por base uma situação prática, vamos analisar o case da empresa: HM Serviços Prediais.

O gerente da empresa HM Serviços Prediais contratou um engenheiro para realizar o dimensionamento da brigada de incêndio da
empresa. Em um primeiro momento, o engenheiro leva em consideração critérios como: determinação do número de brigadistas, os turnos
de trabalho, natureza do risco de incêndio da edificação. O engenheiro responsável deve ficar atento ao seguinte critério: sempre que o
cálculo para o número de brigadistas resultar em um número fracionado, caberá ao responsável arredondar para o maior, ou seja, se der
8,5 vai adotar 9 pessoas para a brigada de incêndio.

No quesito dimensionamento (composição da brigada) o engenheiro usou a expressão matemática que facilita na hora de realizar o
cálculo. Coube a ele fazer o uso correto e ter o conhecimento dos componentes da fórmula, que são: número da população fixa em cada
pavimento e porcentagem de cálculo com base em valores tabelados. Tendo em vista que os critérios serão multiplicados entre si.

Fórmula:

= [ popula çã o fixa por pavimento ]


N º de brigadistas
× [%de c á lculo da tabela A.1]

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Dentro desse processo de dimensionamento, o engenheiro constatou que a empresa HM Serviços Prediais possui duas subclasses de
ocupação. A primeira está relacionada com as atividades administrativas (subclasse IV) e a segunda está relacionada com setor industrial
(subclasse VIII -2). O especialista, tendo conhecimento normativo, percebeu que nesse caso, para fins de dimensionamento, o número de
brigadista terá como base de cálculo a subclasse que possuir o maior grau de risco, nesse caso em específico a escolhida foi a (subclasse
– VIII -2), relacionada com o setor industrial.

Após as operações de dimensionamento o engenheiro elaborou um portfólio para os exercícios de simulado, tendo em vista que os
simulados possuem um prazo de validade máximo de 12 meses para a reciclagem.

O engenheiro também montou a esquematização para a reunião extraordinária (realizada após os simulados), que teve como foco
principal a detecção de falhas encontradas nas atividades de simulados e, com isso, otimizar os sistemas. No último momento, o
engenheiro mostrou, para a alta administração da empresa, a importância do estudo do comportamento humano para uma situação de
emergência. Vale ressaltar a importância do psicólogo em palestras corporativas.

Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar os pontos?
3. VOCÊ FOI CONTRATADO PARA DIMENSIONAR A BRIGADA DA PLANTA 25 DA
HM SERVIÇOS PREDIAIS. SABENDO QUE NESSA PLANTA A POPULAÇÃO FIXA
É DE 215 PESSOAS E FAZ PARTE DA (SUBCLASSE – VIII -2), QUAL O NÚMERO
DE BRIGADISTAS ADOTADO POR VOCÊ APÓS O DIMENSIONAMENTO?

RESPOSTA

Sabendo que:

Área industrial (subclasse de ocupação VIII -2)

População fixa = 215 pessoas.

Calculando, temos:

1º passo - Fórmula:

= [ popula çã o fixa por pavimento ]


N º de brigadistas
× [%de c á lculo da tabela A.1]

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

2º passo - Cálculo:

 N º de brigadistas por pavimento  = 10 × 50% + (215 − 10) × 7%


= 5 + 205 × 7% = 5 + 14, 35 = 19, 35

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

3º passo - Resultado:

 N º de brigadistas  = 20 pessoas 

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Arredondando, o número de brigadistas adotado foi de 20 pessoas.


PRINCIPAIS ETAPAS PARA O DIMENSIONAMENTO DE
BRIGADAS

DIMENSIONAMENTO DAS BRIGADAS DE INCÊNDIO

Neste módulo, vamos focar nosso estudo nas principais observações para o dimensionamento e composição das brigadas de incêndio.

Como primeiro ponto, para a determinação das quantidades de brigadistas, deve-se levar em consideração os turnos de trabalho, como
também a natureza e os eventuais e imprevisíveis afastamentos.

No momento do cálculo, o engenheiro precisa ficar atento, pois caso o número de brigadista resulte em um número fracionado, caberá ao
engenheiro arredondar para mais, ou seja, para o número inteiro mais próximo. Para compreender melhor, clique na aba a seguir e confira
um exemplo.
EXEMPLO
Vamos realizar o cálculo da quantidade de pessoas que compõem uma brigada de incêndio, para atender a uma indústria em um único
setor (divisão I-3 – risco alto), que possui uma população fixa de 90 pessoas. Para realizar o cálculo, vamos acompanhar os seguintes
passos:

1º PASSO: População fixa até 10 pessoas = 8 brigadistas (Tabela A.1).

2º PASSO: População fixa acima de 10 = 80 (população fixa total por pavimento) – 10 = 70 pessoas = 80/10 (mais um brigadista para cada
grupo de até 10 pessoas para risco alto) = 8 brigadistas.

3º PASSO: Número de brigadistas eventuais no período diurno = 08+08=16 brigadistas.

O engenheiro precisa estar atento para o fato de que sempre que o número de pessoas for superior a 10, o cálculo do número de
brigadistas por pavimento deverá levar em conta o percentual de até 10 pessoas. O exemplo abaixo descreve o cálculo da quantidade de
brigadista no setor de escritório em um único setor (divisão D-1 – risco baixo) com uma população fixa de 40 pessoas:

1º PASSO: - População fixa até 10 pessoas = 2 brigadistas (Tabela A.1).

2º PASSO: População fixa acima de 10 = 40 (população fixa total) – 10 = 30 pessoas = 30/20 (mais 1 brigadista para cada grupo de até 20
pessoas para risco baixo) = 1,5 = 2 brigadistas.

3º PASSO: Número de brigadistas = 2 brigadistas (população fixa até 10) + 2 brigadistas (população fixa acima de 10)

4º PASSO: Total de brigadistas eventuais da planta = 4

Quando a edificação possuir mais de uma divisão de ocupação, o número de brigadistas deve ser calculado levando-se em conta a divisão
de ocupação que oferecer maior risco. Tendo em vista essa situação, o engenheiro só pode calcular por divisões apenas quando as
unidades em análise forem divididas por compartimento ou possuírem riscos isolados. Vamos mostrar a seguir o cálculo para edificações
compartimentadas e para edificações sem compartimentos, para que você veja a diferença na hora do dimensionamento.

Primeiramente, vamos trabalhar com as edificações com pavimentos compartimentados ou riscos isolados (calcula-se o número de
brigadistas separadamente por divisão):

a) escritório administrativo em um único setor (divisão D -1 – risco médio) com população fixa: 30 pessoas por pavimento (2
pavimentos):

1º PASSO: População fixa até 10 pessoas = 4 brigadistas (Tabela A.1).

2º PASSO: População fixa acima de 10 = 30 (população fixa total por pavimento) – 10 = 20 pessoas = 20/15 (mais um brigadista para cada
grupo de até 15 pessoas para risco médio) = 1,26 = 2 brigadistas.

3º PASSO: Número de brigadistas por pavimento = 4 brigadistas (população fixa até 10) + 2 brigadistas (população fixa acima de 10).

4º PASSO: Número de brigadistas por pavimento= 6.

5º PASSO: Total de brigadistas eventuais no escritório = 6 brigadistas por pavimento x 2 pavimentos = 12

b) Indústria em um único setor (divisão I-3 – risco alto) com população fixa: 150 pessoas

1º PASSO: População fixa até 10 pessoas = 8 brigadistas (Tabela A.1).

2º PASSO: População fixa acima de 10 = 150 (população fixa total por pavimento) – 10 = 140 pessoas = 140/10 (mais um brigadista para
cada grupo de até 10 pessoas para risco alto) = 14 brigadistas.

3º PASSO: Número de brigadistas na indústria = 8 brigadistas (população fixa até 10) + 14 brigadistas (população fixa acima de 10).

4º PASSO: Número de brigadistas na indústria = 22.

5º PASSO: Total de brigadistas da planta = Total de brigadistas no escritório + Total de brigadistas na indústria. Total de brigadistas
eventuais da planta = 12 + 22 = 34.

Agora, vamos apresentar outra situação para o dimensionamento. Nessa nova situação, a edificação não apresenta compartimentações
nem isolamentos dos riscos. Assim, o engenheiro deve calcular o número de brigadistas por meio da subclasse de ocupação de maior
risco.
Vamos começar calculando o número de brigadistas da área administrativa.

a) Escritório administrativo em um único setor contendo comunicação através de aberturas com área industrial de risco alto
(usar a classificação da indústria divisão I-3 – risco alto) com população fixa: 40 pessoas por pavimento (5 pavimentos):

1º PASSO: População fixa até 10 pessoas = 8 brigadistas (Tabela A.1).

2º PASSO: População fixa acima de 10 = 40 (população fixa total por pavimento) – 10 = 30 pessoas = 30/10 (mais um brigadista para cada
grupo de até 10 pessoas para risco alto) = 3 brigadistas.

3º PASSO: Número de brigadistas por pavimento = 8 brigadistas (população fixa até 10) + 3 brigadistas (população fixa acima de 10).

4º PASSO: Número de brigadistas por pavimento = 11.

5º PASSO: Total de brigadistas eventuais no escritório = 11 brigadistas por pavimento x 5 pavimentos = 55 pessoas para os 5 pavimentos.

b) Indústria em um único setor (divisão I-3 – risco alto) com população fixa: 250 pessoas.

1º PASSO: População fixa até 10 pessoas = 8 brigadistas (Tabela A.1).

2º PASSO: População fixa acima de 10 = 250 (população fixa total por pavimento) – 10 = 240 pessoas = 240/10 (mais um brigadista para
cada grupo de até 10 pessoas para risco alto) = 24 brigadistas.

3º PASSO: Número de brigadistas na indústria = 8 brigadistas (população fixa até 10) + 24 brigadistas (população fixa acima de 10)

4º PASSO: Número de brigadistas na indústria = 32.

RESUMO GERAL: Total de brigadistas da planta = Total de brigadistas no escritório + Total de brigadistas na indústria. Total de brigadistas
eventuais da planta = 55 + 32 = 87.

 ATENÇÃO

A composição da brigada de incêndio deve levar em conta a participação de colaboradores de todos os setores da fábrica. Caso dentro da
planta industrial haja segurança patrimonial ou bombeiro civil, esses profissionais devem participar e colaborar com programa de brigada
de incêndio, porém não podem ser computados para efeito de dimensionamento de brigada, por conta de suas atribuições específicas.

Agora vamos analisar o anexo da Norma Técnica nº 17/2014, que apresenta as caracterizações mínimas para o dimensionamento, que
são: grupo, divisão, descrição, grau e os níveis de treinamentos.

ANEXO A

Tabela A.1 – Composição mínima da brigada de incêndio por pavimento, níveis de treinamento e da instalação

População fixa por pavimento


Grau Nível do
Grupo Divisão Descrição de treinamento
Até Até Até Até Até Acima de
risco (Anexo B)
2 4 6 8 10 10

A– Habitação
A-1 Baixo Isento Isento
Residencial unifamiliar

Habitação 80% dos funcionários da edificação e 1 (um) brigadista


A-2 Baixo Básico
multifamiliar para cada pavimento
Habitação
A-3 coletiva (nota Baixo 1 2 3 4 4 (nota 5) Básico
2)

Hotel e (nota 5) e
B-1 Médio 1 2 3 4 4 (nota 8)
B - Serviço assemelhado (nota 6)

de
hospedagem Hotel (nota 5) e
B-2 Médio 1 2 3 4 4 (nota 8)
residencial (nota 6)

C-1 Comércio Baixo 1 2 2 2 2 (nota 5) Básico

Médio 1 2 3 4 4 (nota 5) (nota 1)

C– C-2 Comércio
Comercial Alto 2 2 3 4 5 (nota 5) (nota 8)

Shopping
C-3 Médio 2 4 5 6 8 (nota 5) (nota 8)
Centers

Local para
Baixo 1 2 2 2 2 (nota 5) Básico
prestação de
serviço
D-1
profissional
ou condução
Médio 1 2 3 4 4 (nota 5) (nota 8)
de negócios

Agência
D-2 Baixo 1 2 3 4 4 (nota 5) Básico
bancária
D - Serviço
profissional
Serviço de
Baixo 1 2 2 2 2 (nota 5) Básico
reparação
D-3 (exceto os
classificados
Médio 1 2 3 4 4 (nota 5) (nota 8)
em G4)

Baixo 1 2 2 2 2 (nota 5) Básico

D-4 Laboratório

Médio 2 3 4 5 6 (nota 5) (nota 8)

E- Escola em
E-1 Baixo 1 2 3 4 4 (nota 5) Básico
Educacional geral
e cultura
física E-2 Baixo 1 2 2 2 2 (nota 5) Básico
Escola
especial

Espaço para
E-3 Baixo 1 2 2 2 2 (nota 5) Básico
cultura física

Centro de
E-4 treinamento Baixo 1 2 3 4 4 (nota 5) Básico
profissional

80% da
E-5 Pré-escola Baixo 2 4 6 8 8 população Básico
fixa

Escola para
80% da
portadores
E-6 Baixo 2 4 6 6 8 população Básico
de
fixa
deficiências

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Acabamos de ver exemplos do dimensionamento das brigadas de incêndio e estudo das tabelas de composição de brigada. Agora, vamos
prosseguir o nosso estudo conhecendo os equipamentos da brigada de incêndio, assim como os exercícios, simulados e procedimentos
complementares com base na Instrução Técnica nº 12/2020.

EQUIPAMENTOS DA BRIGADA DE INCÊNDIO COM BASE NA


INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº 12/2020

Em nosso estudo, teremos como base os principais equipamentos e procedimentos das brigadas citados na Instrução Técnica nº 12/2020,
da Diretoria de Atividades Técnicas do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, tendo em vista ações que mostrem as quantidades e as
condições dos equipamentos, como também os locais e setores de condicionamento dos equipamentos.

Clique nas abas a seguir e confira alguns conceitos que ajudarão o brigadista em suas ações com os equipamentos de combate.
5.7.1
Para que a brigada de incêndio possa atuar, esta deverá dispor de equipamentos em quantidades adequadas ao número de brigadistas e
para o tipo de situações ou riscos que possam ser encontrados no local.

5.7.1.1
Na edificação, espaço destinado a uso coletivo ou evento temporário, deve haver, a critério do proprietário/responsável pelo uso,
responsável técnico e responsável pela segurança, material compatível com o risco a proteger, seja relacionado à carga incêndio,
existência de substâncias tóxicas, atividades em altura, retirada de pessoas com dificuldade de locomoção ou outros riscos identificados
no local.

5.7.2
Os equipamentos poderão estar acondicionados em locais como: baús de brigadistas, armários para brigada de incêndio, cômodos ou
salas próprias para tal.

5.7.2.1
Esses locais de acondicionamento, preferencialmente, devem estar junto aos locais de encontro da brigada, próximos das portas das
saídas finais da edificação ou em outros locais de fácil acesso da brigada.

5.7.2.2
Poderá haver mais de um local de acondicionamento e a quantidade de equipamentos poderá ser dividida, por setor ou andar, sempre
para um mínimo de 02 (dois) brigadistas.

5.7.2.3
Esses locais de acondicionamento poderão estar trancados, mas, obrigatoriamente, deverá haver uma chave para cada brigadista e a
mesma chave deverá permitir abrir qualquer local de acondicionamento de equipamentos.

5.7.2.4
Os locais de acondicionamento deverão possuir placa de identificação, conforme IT 15 (Sinalização de Emergência).

5.7.2.5
Em locais de acesso restrito a pessoas, recomenda-se que haja o acondicionamento de equipamentos antes do ingresso a esses locais.

5.7.2.6
Caso sejam usados baús ou armários, ambos poderão estar nos corredores, halls ou saguões, desde que não comprometam a largura
mínima exigida nas rotas de fuga desses locais.

5.7.2.7
Os locais de acondicionamento de equipamentos da brigada poderão abrigar outros equipamentos, desde que sejam dimensionados para
tal e que sejam esses equipamentos de segurança contra incêndio e/ou de resgate e salvamento, como, por exemplo, ferramentas de
arrombamento, kits de primeiros socorros, líquidos geradores de espuma, extintores, mangueiras, entre outros.

5.7.2.8
Para áreas de preservação florestal, recomenda-se, conforme legislação do órgão responsável e seus critérios, a criação de casamatas,
com resistência ao fogo de 240 minutos, providas de equipamentos de combate a incêndios florestais, entre outros materiais, para, no
mínimo, 4 (quatro) combatentes, inclusive para a acomodação destes.

5.7.3
Os tipos de equipamentos e suas quantidades deverão ser determinados em função do risco a proteger e do número de brigadistas na
edificação.
5.7.4
É de responsabilidade do Proprietário ou Responsável pelo uso da edificação a aquisição, conservação, manutenção, o perfeito
funcionamento e/ou a reposição, se for o caso, dentro das datas recomendadas pelos fabricantes desses equipamentos da brigada de
incêndio, com o auxílio da brigada.

SIMULADOS DAS ATIVIDADES DE BRIGADA

A seguir veremos as principais etapas dos simulado de brigada com base na Instrução Técnica nº 12/2020, da Diretoria de Atividades
Técnicas do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais. Os assuntos abordados têm relação com os prazos de realização, horário do evento,
tempo gasto no abandono e no retorno, comportamento da população, as falhas dos equipamentos e operacionais.

Os simulados possuem grande relevância na atividade profissional do brigadista. Clique nas abas e confira mais a respeito
deles.

5.5.3.1
5.5.3.2
5.5.3.3

5.5.3.1

Deve ser realizado, a cada 12 (doze) meses, no mínimo um exercício simulado no estabelecimento ou local de trabalho com participação
de toda a população.

5.5.3.2

Após o simulado, deve ser realizada uma reunião extraordinária para avaliação e correção das falhas ocorridas.

5.5.3.3

Deve ser elaborada ata na qual conste:

horário do evento;

tempo gasto no abandono;

tempo gasto no retorno;

tempo gasto no atendimento de primeiros socorros;

atuação da brigada;

comportamento da população;
participação do Corpo de Bombeiros e tempo gasto para sua chegada;

ajuda externa (PAM – Plano de Auxílio Mútuo);

falhas de equipamentos;

falhas operacionais;

demais problemas levantados na reunião.

PROCEDIMENTOS COMPLEMENTARES

Vamos conhecer agora os principais procedimentos complementares para as aplicações das brigadas com base na Instrução Técnica nº
12/2020. Esses pontos são embasados nas seguintes etapas: identificação da brigada de incêndio, comunicação interna e externa, ordem
de abandono, ponto de encontro e grupo de apoio à brigada de incêndio. Clique nas abas e confira:

5.6.1 IDENTIFICAÇÃO DA BRIGADA DE INCÊNDIO


5.6.1.1 Devem ser distribuídos em locais visíveis e de grande circulação, quadros de aviso ou similar, sinalizando a existência da
brigada de incêndio e indicando seus integrantes com suas respectivas localizações.

5.6.1.2 O brigadista deve utilizar, constantemente, em lugar visível, um crachá, colete ou braçadeira que o identifique claramente
como membro da brigada. No caso de uma situação real ou simulado de emergência, o brigadista também poderá usar capacete
para facilitar sua identificação e auxiliar na sua atuação.

5.6.1.3 É proibido o uso de insígnias, emblemas, denominações e símbolos de uso exclusivo do CBMMG ou de outras instituições
militares nos trajes, uniformes e elementos de identificação dos brigadistas.

5.6.2 COMUNICAÇÃO INTERNA E EXTERNA


5.6.2.1 Nas plantas em que houver mais de um pavimento, setor, bloco ou edificação, deve ser estabelecido previamente um sistema
de comunicação entre os brigadistas, a fim de facilitar as operações durante a ocorrência de uma situação real ou simulado de
emergência.
5.6.2.2 Essa comunicação pode ser feita por meio de telefones, quadros sinópticos, interfones, sistemas de alarme, rádios, alto-
falantes, sistemas de som interno etc.

5.6.2.3 Deve-se estabelecer previamente um componente da brigada ou do grupo de apoio à brigada de incêndio para realizar a
comunicação com meios externos (Corpo de Bombeiros ou Plano de Auxílio Mútuo) em casos de sinistros.

5.6.3 ORDEM DE ABANDONO


5.6.3.1 O responsável máximo da brigada de incêndio (Coordenador geral, Chefe da brigada ou Líder, conforme o caso) determinará
o início do abandono, devendo priorizar o(s) local(is) sinistrado(s), o(s) pavimento(s) superior(es) a este(s), o(s) setor(es) próximo(s)
e o(s) local(is) de maior risco.

5.6.4 PONTO DE ENCONTRO


5.6.4.1 Em simulados e durante a atuação da brigada em situação de emergência, devem ser previstos um ou mais pontos de
encontro dos brigadistas, para distribuição das tarefas conforme item 5.4.

5.6.5 GRUPO DE APOIO À BRIGADA DE INCÊNDIO


5.6.5.1 O grupo de apoio à brigada de incêndio é formado com a participação da Segurança Patrimonial, de eletricistas,
encanadores, telefonistas e técnicos especializados na natureza da ocupação.

5.6.5.2 Poderá ser empregado quando da necessidade de ação conjunta, em que se exige conhecimentos técnicos por parte da
equipe, não sendo necessário que esse profissional faça parte da brigada de incêndio.

COMPORTAMENTO HUMANO NAS SITUAÇÕES EMERGENCIAIS

O COMPORTAMENTO HUMANO SOFRE VARIAÇÕES PRIMEIRAMENTE QUANDO O


SINISTRO PÕE EM RISCO A INTEGRIDADE FÍSICA DE INDIVÍDUO.
Nos incêndios, o indivíduo, na maioria das vezes, apresenta uma tensão nervosa, que retarda sua capacidade de reação e, em muitos
casos, o atraso na comunicação provoca a lentidão na reação, ou seja, o indivíduo quando se dá conta do incêndio já é tarde demais.

Dentro do processo de combate a incêndio, uma das partes fundamentais é o comportamento humano diante da situação de emergência.
Logo, o estudo com ênfase no comportamento das pessoas (sejam ocupantes fixos/flutuantes ou até mesmo profissionais empenhados no
combate às chamas) possui fundamental importância para o novo conceito de combate a incêndio.

Esse estudo aplicado possui procedimentos básicos que facilitam a saída dos ocupantes da edificação com a utilização das rotas de fuga,
dentro dos procedimentos de segurança. Os profissionais envolvidos no processo devem ficar atentos a fatores fundamentais presentes na
cultura de combate a incêndio do Brasil, pois esses fatores podem auxiliar nas escolhas das saídas mais adequadas no momento de
situação de emergência.

Dentro do processo de conhecimento humano em um incêndio, alguns fatores ganham destaque, tais como: estudo de doenças (como as
doenças cardíacas), síndromes (como síndromes do pânico), fatores de origem psicológicas e emocionais (como as depressões e as
mudanças comportamentais). Esses pontos fazem toda a diferença na hora da tomada de decisão em uma situação emergencial e pânico.

O ESPECIALISTA NA ÁREA DE COMBATE A INCÊNDIO PRECISA TER O ENTENDIMENTO DE


QUE O COMPORTAMENTO HUMANO INFLUENCIA O ABANDONO DE ÁREA.
O engenheiro de segurança deve sempre que possível realizar a atualização dos treinamentos e procedimentos de evacuação, colocando
sempre as especificações dos locais e buscando sempre a otimização do processo de evacuação e a atualização das plantas de
evacuação.

COMPORTAMENTO HUMANO: INCÊNDIO PREDIAIS

Nos incêndios em prédios, algumas características são peculiares, tais como: temperaturas altas, fumaça densa, baixo campo de visão,
baixo nível de oxigênio, ou seja, muita dificuldade de respiração.

Vejamos um caso recente: os incêndios nas torres gêmeas do World Trade Center (WTC) - provocados pelo maior atentado terrorista
desde 2001. Dentro dessa situação, temos a presença de características e índices críticos, tais como: temperatura acima de 75 graus,
nível de oxigênio do ambiente abaixo de 10%, como também a concentração de monóxido de carbono bem próxima de 5000ppm.

 O atentado às Torres Gêmeas foi capa dos principais jornais do mundo.


Com essas condições, muitos ocupantes perderam o controle e começaram a pular pelas janelas das gigantes torres do World Trade
Center, se tornando uma das maiores tragédias noticiadas pelos jornais espalhados pelo mundo. Essa situação deixa clara a importância
do comportamento humano nas situações emergenciais.

VOCÊ DEVE ESTAR SE PERGUNTANDO: QUAIS SOLUÇÕES OS PROJETISTAS DE


COMBATE A INCÊNDIO DEVEM BUSCAR EM SEUS PROJETOS PREDIAIS A FIM DE
PRESERVAR A VIDA HUMANA?
Os projetistas, na concepção de projeto, devem estabelecer rotas de fuga que possuam pontos de acesso em qualquer local da edificação,
levando os ocupantes para um lugar seguro, ou seja, que não ofereça nenhum tipo de risco para os ocupantes. Essas rotas não devem
necessitar de ajuda exterior para o seu funcionamento eficaz.

 SAIBA MAIS

Os projetistas de combate a incêndio em seus projetos prediais devem buscar algumas soluções que visem à preservação da vida
humana, tais como: iluminação de emergência, sistema de chuveiros automáticos, rotas de fugas de fácil acesso e desobstruídas, sistema
eficiente de exaustão como também a presença das portas e paredes corta-fogo.

No Brasil, temos também exemplos de situações de incêndios prediais, como o ocorrido no edifício Joelma, localizado na Avenida Paulista
em São Paulo. O incêndio, ocorrido em 1974, teve início no décimo segundo andar do edifício. Em aproximadamente 3 horas, as chamas
tinham se alastrado e destruído quatorze andares, ocasionando aproximadamente 187 óbitos e 300 feridos.

 Incêndio do Edifício Joelma.

Com a análise da engenharia, foi identificado que o sistema construtivo do prédio era de concreto armado, mas o que ajudou na rápida
proliferação das chamas foram os utensílios que estavam dentro do edifício, tais como: móveis de madeira, carpetes, cortinas, além dos
botijões de gás de cozinha (GLP) com seus efeitos destruidores.

MAS, O QUE PODERIA SER FEITO PARA MINIMIZAR O RISCO DE INCÊNDIO NAS
EDIFICAÇÕES?
O especialista deve ter o entendimento de que nos complexos das edificações devem constar métodos e sistemas de segurança (como os
detectores de fumaça, sistemas de alarmes, sistemas de chuveiros automáticos dentre outros) que minimizem o risco de incêndio em sua
fase inicial, como esses sistemas devem trabalhar de forma que limite a propagação do calor.

Trabalhando desse modo, diminuirá o efeito negativo da fumaça. Todas essas medidas visam a uma boa evacuação, ou seja, uma saída
que contemple tempo e segurança dentro de padrões eficientes. O brigadista deve ter noções básicas que alguns fatores influenciam na
hora de optar pela saída de emergência mais adequada, tais como: fumaça, idade dos ocupantes, calor entre outros fatores.

Para finalizar o nosso estudo, vamos abordar sobre as normativas NBRs 14.276 e 15.219.
NBR 14.276

Trata dos requisitos e procedimentos das brigadas, que são: prevenção e combate a incêndio, abandono de área e as técnicas de
primeiros socorros.

NBR 15.219

Está relacionada a treinamentos e planos de fuga.

Ambas as normativas consideram o comportamento humano, sendo esse o ponto fundamental de interação entre as duas
normas.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mostramos a importância das brigadas no processo de combate a incêndio, tendo em vista a análise dos tipos de brigadas e os métodos
de avaliação de risco das edificações, como também a relação das definições e os procedimentos das brigadas.

Demos ênfase às técnicas de primeiros socorros e mostramos uma vasta variação de normativas de englobam esse assunto. Mostramos
também uma técnica de primeiros socorros conhecida como “Dr. ABCDE”.

Além disso, trouxemos conceitos do dimensionamento das brigadas, os quais descreveram os grupos, a divisão das edificações, as
atividades realizadas, o grau de risco, mostrando também a diferença com relação aos cálculos da população fixa até 10 pessoas e acima
disso. Tratamos, finalmente, sobre o comportamento humano nas situações de emergência.

 PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 15219: Plano de emergência — Requisitos e procedimentos. Rio
de Janeiro, 2020.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 14276: Brigada de incêndio e emergência - Requisitos e
procedimentos. Rio de Janeiro, 2020.

BRASIL. Portaria nº 3.214, 08 de junho de 1978. Norma Regulamentadora nº 16 (NR-16): Atividades e Operações Perigosas. Diário
Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, 1978c. Acessado na Internet em: 13 set. 2021.

CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Instrução Técnica nº 12/2020 - Brigada de incêndio. Minas Gerais, 2020.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS. Norma Técnica nº 14/2020 - Carga de incêndio nas edificações e áreas
de risco. Goiás, 2020.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS. Norma Técnica nº 17/2014 - Brigada de incêndio. Goiás, 2020.

EXPLORE+
Explore um pouco mais sobre combate a incêndio lendo as seguintes normas:

NBR 15219: Plano de emergência — Requisitos e procedimentos. Rio de Janeiro, 2020.

NBR 13434-2/2004 - Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – Parte 2: Símbolos e suas formas, dimensões e cores.

NBR 14100/1998 - Proteção contra incêndio - Símbolos gráficos para projeto.

NBR 10898/2000 – Sistema de iluminação de emergência.

Instrução Técnica Nº 16/2018 - Plano de Emergência. São Paulo, 2018.

CONTEUDISTA
Hermerson Martins de Lima

Você também pode gostar