Brigada de Incêndio
Brigada de Incêndio
Brigada de Incêndio
Compreensão dos tipos de brigadas de incêndio e o seu papel na análise de riscos de incêndio e combate a esses incêndios.
PROPÓSITO
As brigadas de incêndio são essenciais para análise dos riscos em edificações e parametrização das ações de combate ao incêndio. Por
isso, é essencial para a formação de um engenheiro de segurança conhecer os diferentes tipos de brigadas.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o estudo deste conteúdo, tenha uma calculadora ou use a calculadora de seu smartphone/computador. Além disso, baixe a
tabela A.1, e a mantenha em mãos para acompanhar o tema.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o
Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais
escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades.
MÓDULO 1
Você sabe qual o assunto tratado na brigada de abandono? Conseguiria identificar quais os tipos de brigada? Para entendermos os
conceitos envolvidos, tomando por base uma situação prática, vamos analisar o case da empresa: HM Bompreço.
A HM Bompreço é uma empresa grande, cujo terreno possui área total de 196.000m², sendo 98.000m² dessa área ocupada por
edificações. Devido ao seu tamanho, a empresa contratou um engenheiro de segurança para implementar uma brigada de incêndio, de
acordo com a NR-23. O engenheiro então montou uma equipe e apresentou a elas um treinamento de análise de riscos e combate a
incêndio. Além disso, promoveu um treinamento de capacitação a todos os funcionários da empresa. Nessa capacitação, foram
apresentados: a brigada de incêndio e sua edificação, equipamentos de proteção e combate a incêndio, informações sobre a periodicidade
da manutenção dos equipamentos, e informação sobre a periodicidade do treinamento de pessoal. Além disso, pelo fato de a empresa
possuir uma brigada própria, foram apresentados também os tipos de brigada de incêndio e suas funções. Em seguida, o engenheiro abriu
inscrição para atuação voluntária de funcionários na brigada.
Feito isso, o engenheiro de segurança se encarregou de emitir certificados a todos os participantes e programou a próxima orientação para
um período de 3 meses, no qual haverá um novo workshop, durante uma semana, com duração total de 8 horas.
Como o número de voluntários foi alto, o engenheiro decidiu também implementar uma brigada de abandono e definiu que todo mês essa
brigada seria responsável por fazer exercícios de simulação de abandono das edificações em caso de incêndio.
Com essas ações (da implementação das brigadas de incêndio e de abandono, de acordo com a NR-23), os donos da HM Bompreço
acreditam estar cuidando da integridade da vida de seus funcionários e de seu empreendimento.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar os pontos?
A brigada de incêndio deve estar preparada para combater os riscos de incêndio apresentados pela empresa
Hm Bompreço. Esse risco envolve periculosidade, o que traz a necessidade da implementação de uma
brigada de emergência. Os equipamentos de combate a incêndio devem ser adquiridos visando ao combate
adequado, e os treinamentos devem ser voltados para o tipo de combate em incêndio que aquele local deve
sofrer, pois de nada adiantará ter bons equipamentos se as pessoas, que são o principal pilar de combate ao
incêndio, não estiverem treinadas adequadamente.
Com o passar dos anos, o homem evoluiu e, atrelado a isso, veio a mudança de perspectiva em relação às técnicas de prevenção e
combate a incêndio, ou seja, já estava se pensando em uma equipe técnica envolvida no combate às chamas, que atualmente é chamada
de brigada de incêndio.
Dentro do processo de segurança contra incêndio, temos a presença de três ações basilares, que são:
EQUIPAMENTOS INSTALADOS
MANUTENÇÃO
PESSOAL
EQUIPAMENTOS INSTALADOS
Os equipamentos devem obedecer ao risco da edificação, como também possuir usos específicos para combate a incêndio. Vale ressaltar
que esses equipamentos estão atrelados à área e à quantidade de ocupantes.
MANUTENÇÃO
O programa de manutenção deve ser periódico e possuir uma equipe técnica qualificada para a prestação da assistência técnica pontual.
O projeto deve ser eficaz.
PESSOAL
Deve possuir um corpo técnico operacional treinado e os colaboradores precisam ser munidos de equipamentos necessários e em perfeito
estado de uso e conservação.
O SURGIMENTO DAS BRIGADAS
Após a centralização desse pensamento, a primeira civilização a aderir, de forma prática e conceitual, foi a Roma Antiga. Por volta de 27
a.C., a brigada romana era conhecida como vigiles e tinha a segurança das ruas como ação principal, e o combate ao incêndio como ação
complementar.
Contudo, como era de se esperar, o processo de combate às chamas era um desafio de grande escala, pois a brigada não possuía
métodos eficazes de combate.
SAIBA MAIS
Na Inglaterra, a metodologia utilizada era baseada em cartas de seguros, ou seja, era composta por várias seguradoras que apresentavam
planos de compensação financeira, com a finalidade da reestruturação da edificação atingida pelo sinistro.
No Brasil, o processo de formação de brigadas foi motivado por um gigantesco incêndio, que ocorreu por volta de 1732 no Rio de Janeiro,
resultando na destruição do Mosteiro de São Bento, que ficava nas proximidades da atual Praça Mauá.
Como em grande parte do mundo, no Brasil, também era difícil a implantação das ações de combate a incêndio em pleno século XVIII,
pois as condições conceituais e práticas não eram favoráveis. Fazendo uma análise da infraestrutura do Brasil no século XVIII, a estrutura
física do país estava resumida a casas de madeira, muitas vielas, sistemas de alarme ineficientes e sistema de abastecimento de água
ineficaz.
Dando ênfase maior aos alarmes, os sistemas sonoros da época eram os sinos das igrejas, ou seja, com precisão muito abaixo dos
padrões necessários. Em 1763, foi criado o Arsenal de Marinha, escolhido para ter uma repartição preparada para extinguir os incêndios
na cidade, levando-se em conta a experiência que os marinheiros possuíam em apagar o fogo em suas embarcações.
TIPOS DE BRIGADAS
Vamos agora conhecer os principais tipos de brigadas e as principais características das tipologias:
BRIGADA DE INCÊNDIO
BRIGADA DE ABANDONO
BRIGADA DE EMERGÊNCIA
BRIGADA DE INCÊNDIO
Nessa modalidade, a principal função é o combate a incêndio, possui em sua composição um grupo de colaboradores com treinamento
específico para o combate a incêndio.
BRIGADA DE ABANDONO
Essa modalidade tem como principal função a retirada dos ocupantes do prédio (edificação), possuindo, em sua composição,
colaboradores com treinamento específico em abandono de área e identificação das rotas de fuga. Esse tipo de brigada é muito utilizado
em shopping centers. Um detalhe importante é que esta modalidade não está incluída na brigada de incêndio.
BRIGADA DE EMERGÊNCIA
Essa modalidade possui um comportamento misto, ou seja, possui a ação de combate a incêndio e uma ação conjunta de abandono de
área. Essa tipologia possui ações diretas e especificas para cada tipo de ocorrência, tais como: inundações, vazamentos de produtos
perigosos – (anexos presentes na Norma regulamentadora 16), vazamentos de fornos etc.
A avaliação de risco atrelada ao acontecimento e à propagação de incêndios gerou, nos especialistas, a vontade de desenvolver um
método que quantifica precisamente a quantidade de equipamentos, os meios de prevenção e as quantidades exatas dos brigadistas.
Por volta de 1960, a Associação contra Incêndio da Suíça deu início às pesquisas para buscar a tão esperada exatidão no cálculo do risco
de incêndio. Cinco anos mais tarde, a equipe de pesquisa suíça publicou o Método de Gretener, desenvolvido por Max Gretener, com o
objetivo de calcular o risco de incêndio nas edificações e construções de grande porte.
Após 36 anos de sua publicação, o método passou pela sua última revisão. No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT
CE 24:201-03) escolheu esse método para basificar as normativas no tocante ao potencial de risco de incêndio nas edificações. O método
de Gretener quantifica o fator de exposição ao perigo (B) da seguinte maneira:
P
B =
N ⋅ S ⋅ F
Onde:
- Perigo potencial: fator que classifica o material ou sistema (elétrico, por exemplo) com potencial para iniciar um incêndio.
- Medidas de construção: fator que classifica a edificação baseada nos materiais utilizados para sua construção.
VOCÊ SABIA
A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT CE 24:201-03 adotou esse método como base para os cálculos dos potenciais de
riscos de incêndio das edificações.
A seguir, vamos conhecer a norma técnica (14/2020 ‒ Carga de Incêndio nas Edificações e Áreas de Risco) que retrata as medidas do
método estudado.
CARGA DE INCÊNDIO
É a soma das energias caloríficas possíveis de serem liberadas pela combustão completa de todos os materiais combustíveis em um
espaço, inclusive os revestimentos das paredes, divisórias, pisos e tetos.
CARGA DE INCÊNDIO ESPECÍFICA
É o valor da carga de incêndio dividido pela área de piso do espaço considerado, expresso em mega joule (MJ) por metro quadrado (m²).
Um dos problemas mais graves envolvendo incêndios é quando ele ocorre em locais que desempenham atividades consideradas
perigosas. Nesses casos, é necessário haver uma brigada de incêndio de emergência, com pessoas treinadas e equipamentos
específicos, tanto para o combate ao incêndio quanto para os primeiros socorros às possíveis vítimas.
O quadro a seguir mostra as atividades com caracterização periculosa dentro do anexo 01 da NR-16, revelando também que os
colaboradores possuem direito ao adicional de 30% sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou
participações nos lucros da empresa, sendo-lhes ressalvado o direito de opção por adicional de insalubridade eventualmente devido.
Transporte de explosivos
Operação de escorva dos cartuchos de
explosivos
Detonação
Quadro: Atividades com caracterização periculosa. Elaborado por Hermerson Martins de Lima
A seguir, apresentamos como armazenar os materiais pirotécnicos. Para compreendermos as informações de maneira assertiva, devemos
ler a tabela da seguinte maneira:
Podemos armazenar até 4.500kg de pólvoras químicas, artifícios pirotécnicos e produtos químicos usados na fabricação de
misturas explosivas ou de fogos de artifício em um terreno, desde que haja uma distância mínima de 45 metros entre suas
paredes externas e qualquer outra edificação.
FAIXA DE TERRENO ATÉ A DISTÂNCIA MÁXIMA DE
QUANTIDADE ARMAZENADA EM QUILOS
(metros)
Até 4.500 45
Na tabela a seguir, apresentamos como podemos armazenar os materiais iniciadores de chamas. Para compreendermos as informações
de maneira assertiva, devemos ler a tabela da seguinte maneira:
Podemos armazenar até 20kg de explosivos iniciadores em um terreno, desde que haja uma distância mínima de 75 metros entre
suas paredes externas e qualquer outra edificação.
QUANTIDADE ARMAZENADA (EM QUILOS) FAIXA DE TERRENO ATÉ A DISTÂNCIA MÁXIMA (metros)
até 20 75
Acima de
*
Quantidade máxima que não pode ser ultrapassada.
Tabela: Requisitos de distanciamento de edificações para armazenamento de material explosivo iniciador de chama.
Elaborada por Hermerson Martins de Lima
As atividades e operações com inflamáveis são consideradas perigosas, conferindo aos trabalhadores que se dedicam a elas, bem como
àqueles que operam na área de risco, o adicional de 30% sobre o salário. No quadro a seguir, apresentamos as atividades consideradas
perigosas com armazenamento ou manipulação de materiais inflamáveis:
Operações em postos de serviço e bombas de abastecimento de líquidos Operador de bomba e trabalhadores que
inflamáveis. operam na área de risco.
SAIBA MAIS
As informações mostradas são embasadas na NR-16. Esses conceitos ajudarão o engenheiro a realizar uma conexão entre as normas
regulamentadoras, aqui, em específico, a NR-16, e o processo de brigada de incêndio, criando uma rede que interliga as ações dos
prevencionistas e dos brigadistas.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
LIGANDO OS PONTOS
Você sabe quais as responsabilidades da brigada? Conseguiria identificar quais fatores para a composição de uma brigada? Para
entendermos os conceitos envolvidos, tomando por base uma situação prática, vamos analisar o case da empresa do Sr. Emënisne.
A empresa do Sr. Emënisne é uma madeireira que funciona em um terreno não pavimentado, com chão contendo terra batida e pequena
pedras dispersas. Todavia, o Sr. Emënisne é muito preocupado com a segurança de seus funcionários, por conta disso cuida
rigorosamente da segurança contra incêndio, promovendo sempre treinamentos de evacuação do terreno e combate ao incêndio, assim
como treinamento de primeiros socorros.
No último treinamento, o Sr. Emënisne contratou uma empresa de consultoria, a Yduqvs prevenção a incêndio, e pediu para que fosse
dada ênfase ao treinamento de primeiros socorros às vítimas que sofreram queimaduras, não só em pele e músculos, mas também em
vias respiratórias.
Tal treinamento teve uma duração de 40 horas, sendo concluído em 15 dias úteis. Ao fim do treinamento, no 16° dia útil, todos os
funcionários passaram por uma simulação surpresa, com um incêndio controlado. Além de a evacuação ter sido feita de forma correta, o
fogo também foi controlado e extinto pelo uso dos equipamentos que compõem a segurança contra incêndios da empresa, que foram
utilizados pelos funcionários que compõem a brigada de incêndio da madeireira.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar os pontos?
RESPOSTA
Para dar início às esquematizações das brigadas, vamos abordar os objetivos das brigadas, tendo por base os aparatos normativos que
estabelecem requisitos básicos e mínimos. Esses objetivos são os seguintes:
composição;
formação;
implementação;
reciclagem da brigada.
SAIBA MAIS
As brigadas possuem uma regulamentação normativa pela Portaria nº 3214/78, de 08 de junho de 1978, do antigo Ministério do Trabalho e
Emprego, em sua Norma Regulamentadora 23, como também possui regulamentação na ABNT/NBR 14276/20 - Brigada de Incêndio e
Emergência - Requisitos e procedimentos. As regulamentações estaduais não devem ser deixadas de fora.
Os brigadistas devem passar por cursos de formação, os quais possuem ênfase nos riscos presentes na classe de ocupação da indústria
ou do comércio. O engenheiro precisar ter ciência de que os cursos possuem prazos para as suas reciclagens, no caso específico das
brigadas, o prazo máximo é de 12 meses.
AÇÕES DE PREVENÇÃO
As ações de prevenção são medidas conjuntas que envolvem: investigação dos tipos de cargas de incêndio presentes na edificação,
planejamento de rotas de fuga, instalação de equipamentos de alarme e combate a incêndio, manutenção de equipamentos de combate a
incêndio e treinamento de pessoal. Quando é feita uma vistoria para determinação de ações preventivas a incêndio, um engenheiro de
segurança deve realizar:
AÇÕES DE EMERGÊNCIA
Em caso de incêndio em uma edificação, vidas estão em risco. Essa é uma situação emergencial. Você já ouviu aquele ditado que diz:
situações extremas requerem medidas extremas? Então, em situações emergenciais, são requeridas ações emergenciais. Essas ações
vão desde a evasão da edificação, de forma não caótica, ao combate contundente ao incêndio. Veja, a seguir, o que deve ser realizado em
uma situação emergencial de incêndio (seja ele de qualquer intensidade):
Autorizar o corte da energia elétrica, esse tipo de ação evita o agravamento da situação.
Vamos conhecer os pontos principais para a composição do programa de brigada com base na Norma Técnica nº 17/2014. A seguir,
abordaremos os principais pontos para a elaboração da programação das brigadas, tendo em vista que esses programas devem seguir
alguns requisitos mínimos, tais como:
COMPOSIÇÃO DA BRIGADA
A programação da brigada deve ser disponibilizada para todos, em um local de fácil acesso, em qualquer turno. Esse programa deve
sempre ser disponibilizado em sua versão mais atual e essa versão deve conter itens como: principais riscos (carga de incêndio –
Instrução Técnica nº 14/2020, Produtos e atividade perigosos – Norma regulamentadora 16), memorial complementar, apresentação dos
meios de fuga e divulgação das técnicas de combate a incêndio, além de mostrar as especificações da reserva técnica de incêndio.
c) População – deve realizar a indicação tipo: fixa (frequenta a edificação todo dia), flutuante (frequenta a edificação temporariamente) e
total (soma da população fixa e flutuante).
d) Meios de escape – mostrar todos os meios de saídas possíveis, tais como: elevadores, passarelas entre outros.
e) Meios de Ajuda externa – indicar os sistemas de brigadas das edificações adjacentes, corpo de bombeiros entre outros.
COMPOSIÇÃO DA BRIGADA
Agora, vamos pontuar e descrever as principais funções de liderança de uma brigada. Veja, a seguir, quais são os cargos e as descrições
das principais atribuições da linha de chefia das brigadas.
b) Líder – tem como responsabilidades a organização e a execução das ações de emergências. É selecionado por processo seletivo.
c) Chefe da brigada – responsável pela brigada em uma edificação com mais de um pavimento. É selecionado por processo seletivo.
d) Coordenador geral – responsável pela brigada em uma edificação, mas com um diferencial: esse componente responde por uma
planta completa e possui sua escolha atrelada a um processo seletivo.
O treinamento de pessoal é de suma importância para a composição da brigada, pois de nada adianta ter os melhores equipamentos sem
que eles sejam utilizados de forma correta, no momento da emergência (acidente ou incidente).
Para que um treinamento seja efetivo, é necessário escolher com cautela o instrutor, uma vez que é necessário garantir que ele terá todo o
conhecimento de combate a incêndio e primeiros socorros que a sua empresa necessita. Como exemplo, deve-se certificar se ele tem
especialização em combate a incêndio em locais que abrigam produtos explosivos, ou produtos que ao serem queimados, provocam
nuvens tóxicas.
VOCÊ SABIA
1 instrutor perito em primeiros socorros a vítimas que tiveram contato com materiais tóxicos.
Como parte do treinamento é sempre importante haver simulações de abandono da edificação e combate ao incêndio, se possível, até
mesmo, com incêndios controlados. Para que essas simulações surtam efeito no momento da situação emergencial (de fato), é necessário
que esteja muito bem definido:
Grupo de pessoas com especialização nas atividades de segurança, saúde do trabalhador e proteção do meio ambiente.
GRUPO DE APOIO TÉCNICO (GAT)
Grupo de pessoas com conhecimento técnicos em formas de energia (em especial a eletricidade, pois percorre toda a edificação),
equipamentos (aqueles utilizados no momento da emergência, tais como uma mangueira de incêndio e/ou um extintor de incêndio) e
veículos (todo aquele que pode ser utilizado no momento de emergência, tal como uma ambulância).
Pessoas que idealizam o plano de emergência, tanto para combate quanto para fuga. São essas pessoas que gerenciam a situação
emergencial.
Para que o plano de controle de emergência haja com efetividade, e que as equipes citadas anteriormente atuem de maneira eficaz, é
necessário saber identificar a situação de acidente ou incidente. Continue lendo...
Tanto o acidente como o incidente pegam todos de surpresa, requerendo uma ação rápida, imediata e coordenada, para que a situação
seja controlada o mais rápido possível, a fim de se evitar vítimas. Por isso, é imprescindível que as equipes cumpram rigorosamente o
plano de emergência idealizado pelo GCE.
Ela agora respira com dificuldade e sua saturação de O2 está cada vez mais baixa. Uma das técnicas utilizadas para salvar a vida desse
acidentado é a traqueostomia, na qual se faz um determinado furo na traqueia e coloca-se uma cânula (tipo um canudo de metal ou
plástico), para facilitar a entrada de ar nos pulmões.
Para que as vidas sejam salvas, tudo depende da capacitação das pessoas!
O brigadista deve ter também um portfólio de ações, tais como: técnicas de desobstrução das vias respiratórias, RCP (ressuscitação
cardiopulmonar) e entendimento sobre hemorragias. Os brigadistas também devem dominar as ações de transporte e manuseio de
vítimas.
O brigadista na ação de análise da vítima deve fazer uso da técnica de análise conhecida como “Dr. ABCDE”, conforme mostrado a seguir:
D – DANGER /
PERIGO
Segurança do cenário
R – RESPONSIVE /
RESPONSIVIDADE
Etapa está atrelada à consciência da vítima.
A – AIRWAY /
VIAS AÉREAS
Etapa relacionada com a liberação das vias aéreas. Cabe ao brigadista verificar se na boca da vítima não há nenhum tipo de objeto.
B – BREATHING /
RESPIRAÇÃO
Técnica para checar a sequência de respiração da vítima.
C – CIRCULATION /
CIRCULAÇÃO
Nesse procedimento, o brigadista deve verificar se a vítima tem pulso.
D – DISBILITY /
INCAPACIDADE
Nessa etapa, o brigadista deve verificar se a vítima possui distúrbios neurológicos.
E – EXPOSITION /
EXPOSIÇÃO
Expor ferimentos, traumas e fraturas.
ATENÇÃO
O brigadista deve oferecer assistência emergencial à vítima, mas sem se esquecer de chamar a emergência, para que a vítima receba um
atendimento médico completo.
O socorro deve ser chamado e, logo em seguida, o brigadista deve checar os sinais vitais da vítima (verificar se o coração está batendo),
verificar se suas vias respiratórias estão desobstruídas e, se necessário, realizar processos de ressuscitação, tais como respiração boca a
boca. A imagem a seguir mostra o passo a passo aqui discutido:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
Você sabe quais os critérios para dimensionar uma brigada? Conseguiria identificar qual o prazo de validade do simulado de brigada? Para
entendermos os conceitos envolvidos, tomando por base uma situação prática, vamos analisar o case da empresa: HM Serviços Prediais.
O gerente da empresa HM Serviços Prediais contratou um engenheiro para realizar o dimensionamento da brigada de incêndio da
empresa. Em um primeiro momento, o engenheiro leva em consideração critérios como: determinação do número de brigadistas, os turnos
de trabalho, natureza do risco de incêndio da edificação. O engenheiro responsável deve ficar atento ao seguinte critério: sempre que o
cálculo para o número de brigadistas resultar em um número fracionado, caberá ao responsável arredondar para o maior, ou seja, se der
8,5 vai adotar 9 pessoas para a brigada de incêndio.
No quesito dimensionamento (composição da brigada) o engenheiro usou a expressão matemática que facilita na hora de realizar o
cálculo. Coube a ele fazer o uso correto e ter o conhecimento dos componentes da fórmula, que são: número da população fixa em cada
pavimento e porcentagem de cálculo com base em valores tabelados. Tendo em vista que os critérios serão multiplicados entre si.
Fórmula:
Dentro desse processo de dimensionamento, o engenheiro constatou que a empresa HM Serviços Prediais possui duas subclasses de
ocupação. A primeira está relacionada com as atividades administrativas (subclasse IV) e a segunda está relacionada com setor industrial
(subclasse VIII -2). O especialista, tendo conhecimento normativo, percebeu que nesse caso, para fins de dimensionamento, o número de
brigadista terá como base de cálculo a subclasse que possuir o maior grau de risco, nesse caso em específico a escolhida foi a (subclasse
– VIII -2), relacionada com o setor industrial.
Após as operações de dimensionamento o engenheiro elaborou um portfólio para os exercícios de simulado, tendo em vista que os
simulados possuem um prazo de validade máximo de 12 meses para a reciclagem.
O engenheiro também montou a esquematização para a reunião extraordinária (realizada após os simulados), que teve como foco
principal a detecção de falhas encontradas nas atividades de simulados e, com isso, otimizar os sistemas. No último momento, o
engenheiro mostrou, para a alta administração da empresa, a importância do estudo do comportamento humano para uma situação de
emergência. Vale ressaltar a importância do psicólogo em palestras corporativas.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar os pontos?
3. VOCÊ FOI CONTRATADO PARA DIMENSIONAR A BRIGADA DA PLANTA 25 DA
HM SERVIÇOS PREDIAIS. SABENDO QUE NESSA PLANTA A POPULAÇÃO FIXA
É DE 215 PESSOAS E FAZ PARTE DA (SUBCLASSE – VIII -2), QUAL O NÚMERO
DE BRIGADISTAS ADOTADO POR VOCÊ APÓS O DIMENSIONAMENTO?
RESPOSTA
Sabendo que:
Calculando, temos:
1º passo - Fórmula:
2º passo - Cálculo:
3º passo - Resultado:
N º de brigadistas = 20 pessoas
Neste módulo, vamos focar nosso estudo nas principais observações para o dimensionamento e composição das brigadas de incêndio.
Como primeiro ponto, para a determinação das quantidades de brigadistas, deve-se levar em consideração os turnos de trabalho, como
também a natureza e os eventuais e imprevisíveis afastamentos.
No momento do cálculo, o engenheiro precisa ficar atento, pois caso o número de brigadista resulte em um número fracionado, caberá ao
engenheiro arredondar para mais, ou seja, para o número inteiro mais próximo. Para compreender melhor, clique na aba a seguir e confira
um exemplo.
EXEMPLO
Vamos realizar o cálculo da quantidade de pessoas que compõem uma brigada de incêndio, para atender a uma indústria em um único
setor (divisão I-3 – risco alto), que possui uma população fixa de 90 pessoas. Para realizar o cálculo, vamos acompanhar os seguintes
passos:
2º PASSO: População fixa acima de 10 = 80 (população fixa total por pavimento) – 10 = 70 pessoas = 80/10 (mais um brigadista para cada
grupo de até 10 pessoas para risco alto) = 8 brigadistas.
O engenheiro precisa estar atento para o fato de que sempre que o número de pessoas for superior a 10, o cálculo do número de
brigadistas por pavimento deverá levar em conta o percentual de até 10 pessoas. O exemplo abaixo descreve o cálculo da quantidade de
brigadista no setor de escritório em um único setor (divisão D-1 – risco baixo) com uma população fixa de 40 pessoas:
2º PASSO: População fixa acima de 10 = 40 (população fixa total) – 10 = 30 pessoas = 30/20 (mais 1 brigadista para cada grupo de até 20
pessoas para risco baixo) = 1,5 = 2 brigadistas.
3º PASSO: Número de brigadistas = 2 brigadistas (população fixa até 10) + 2 brigadistas (população fixa acima de 10)
Quando a edificação possuir mais de uma divisão de ocupação, o número de brigadistas deve ser calculado levando-se em conta a divisão
de ocupação que oferecer maior risco. Tendo em vista essa situação, o engenheiro só pode calcular por divisões apenas quando as
unidades em análise forem divididas por compartimento ou possuírem riscos isolados. Vamos mostrar a seguir o cálculo para edificações
compartimentadas e para edificações sem compartimentos, para que você veja a diferença na hora do dimensionamento.
Primeiramente, vamos trabalhar com as edificações com pavimentos compartimentados ou riscos isolados (calcula-se o número de
brigadistas separadamente por divisão):
a) escritório administrativo em um único setor (divisão D -1 – risco médio) com população fixa: 30 pessoas por pavimento (2
pavimentos):
2º PASSO: População fixa acima de 10 = 30 (população fixa total por pavimento) – 10 = 20 pessoas = 20/15 (mais um brigadista para cada
grupo de até 15 pessoas para risco médio) = 1,26 = 2 brigadistas.
3º PASSO: Número de brigadistas por pavimento = 4 brigadistas (população fixa até 10) + 2 brigadistas (população fixa acima de 10).
b) Indústria em um único setor (divisão I-3 – risco alto) com população fixa: 150 pessoas
2º PASSO: População fixa acima de 10 = 150 (população fixa total por pavimento) – 10 = 140 pessoas = 140/10 (mais um brigadista para
cada grupo de até 10 pessoas para risco alto) = 14 brigadistas.
3º PASSO: Número de brigadistas na indústria = 8 brigadistas (população fixa até 10) + 14 brigadistas (população fixa acima de 10).
5º PASSO: Total de brigadistas da planta = Total de brigadistas no escritório + Total de brigadistas na indústria. Total de brigadistas
eventuais da planta = 12 + 22 = 34.
Agora, vamos apresentar outra situação para o dimensionamento. Nessa nova situação, a edificação não apresenta compartimentações
nem isolamentos dos riscos. Assim, o engenheiro deve calcular o número de brigadistas por meio da subclasse de ocupação de maior
risco.
Vamos começar calculando o número de brigadistas da área administrativa.
a) Escritório administrativo em um único setor contendo comunicação através de aberturas com área industrial de risco alto
(usar a classificação da indústria divisão I-3 – risco alto) com população fixa: 40 pessoas por pavimento (5 pavimentos):
2º PASSO: População fixa acima de 10 = 40 (população fixa total por pavimento) – 10 = 30 pessoas = 30/10 (mais um brigadista para cada
grupo de até 10 pessoas para risco alto) = 3 brigadistas.
3º PASSO: Número de brigadistas por pavimento = 8 brigadistas (população fixa até 10) + 3 brigadistas (população fixa acima de 10).
5º PASSO: Total de brigadistas eventuais no escritório = 11 brigadistas por pavimento x 5 pavimentos = 55 pessoas para os 5 pavimentos.
b) Indústria em um único setor (divisão I-3 – risco alto) com população fixa: 250 pessoas.
2º PASSO: População fixa acima de 10 = 250 (população fixa total por pavimento) – 10 = 240 pessoas = 240/10 (mais um brigadista para
cada grupo de até 10 pessoas para risco alto) = 24 brigadistas.
3º PASSO: Número de brigadistas na indústria = 8 brigadistas (população fixa até 10) + 24 brigadistas (população fixa acima de 10)
RESUMO GERAL: Total de brigadistas da planta = Total de brigadistas no escritório + Total de brigadistas na indústria. Total de brigadistas
eventuais da planta = 55 + 32 = 87.
ATENÇÃO
A composição da brigada de incêndio deve levar em conta a participação de colaboradores de todos os setores da fábrica. Caso dentro da
planta industrial haja segurança patrimonial ou bombeiro civil, esses profissionais devem participar e colaborar com programa de brigada
de incêndio, porém não podem ser computados para efeito de dimensionamento de brigada, por conta de suas atribuições específicas.
Agora vamos analisar o anexo da Norma Técnica nº 17/2014, que apresenta as caracterizações mínimas para o dimensionamento, que
são: grupo, divisão, descrição, grau e os níveis de treinamentos.
ANEXO A
Tabela A.1 – Composição mínima da brigada de incêndio por pavimento, níveis de treinamento e da instalação
A– Habitação
A-1 Baixo Isento Isento
Residencial unifamiliar
Hotel e (nota 5) e
B-1 Médio 1 2 3 4 4 (nota 8)
B - Serviço assemelhado (nota 6)
de
hospedagem Hotel (nota 5) e
B-2 Médio 1 2 3 4 4 (nota 8)
residencial (nota 6)
C– C-2 Comércio
Comercial Alto 2 2 3 4 5 (nota 5) (nota 8)
Shopping
C-3 Médio 2 4 5 6 8 (nota 5) (nota 8)
Centers
Local para
Baixo 1 2 2 2 2 (nota 5) Básico
prestação de
serviço
D-1
profissional
ou condução
Médio 1 2 3 4 4 (nota 5) (nota 8)
de negócios
Agência
D-2 Baixo 1 2 3 4 4 (nota 5) Básico
bancária
D - Serviço
profissional
Serviço de
Baixo 1 2 2 2 2 (nota 5) Básico
reparação
D-3 (exceto os
classificados
Médio 1 2 3 4 4 (nota 5) (nota 8)
em G4)
D-4 Laboratório
E- Escola em
E-1 Baixo 1 2 3 4 4 (nota 5) Básico
Educacional geral
e cultura
física E-2 Baixo 1 2 2 2 2 (nota 5) Básico
Escola
especial
Espaço para
E-3 Baixo 1 2 2 2 2 (nota 5) Básico
cultura física
Centro de
E-4 treinamento Baixo 1 2 3 4 4 (nota 5) Básico
profissional
80% da
E-5 Pré-escola Baixo 2 4 6 8 8 população Básico
fixa
Escola para
80% da
portadores
E-6 Baixo 2 4 6 6 8 população Básico
de
fixa
deficiências
Acabamos de ver exemplos do dimensionamento das brigadas de incêndio e estudo das tabelas de composição de brigada. Agora, vamos
prosseguir o nosso estudo conhecendo os equipamentos da brigada de incêndio, assim como os exercícios, simulados e procedimentos
complementares com base na Instrução Técnica nº 12/2020.
Em nosso estudo, teremos como base os principais equipamentos e procedimentos das brigadas citados na Instrução Técnica nº 12/2020,
da Diretoria de Atividades Técnicas do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, tendo em vista ações que mostrem as quantidades e as
condições dos equipamentos, como também os locais e setores de condicionamento dos equipamentos.
Clique nas abas a seguir e confira alguns conceitos que ajudarão o brigadista em suas ações com os equipamentos de combate.
5.7.1
Para que a brigada de incêndio possa atuar, esta deverá dispor de equipamentos em quantidades adequadas ao número de brigadistas e
para o tipo de situações ou riscos que possam ser encontrados no local.
5.7.1.1
Na edificação, espaço destinado a uso coletivo ou evento temporário, deve haver, a critério do proprietário/responsável pelo uso,
responsável técnico e responsável pela segurança, material compatível com o risco a proteger, seja relacionado à carga incêndio,
existência de substâncias tóxicas, atividades em altura, retirada de pessoas com dificuldade de locomoção ou outros riscos identificados
no local.
5.7.2
Os equipamentos poderão estar acondicionados em locais como: baús de brigadistas, armários para brigada de incêndio, cômodos ou
salas próprias para tal.
5.7.2.1
Esses locais de acondicionamento, preferencialmente, devem estar junto aos locais de encontro da brigada, próximos das portas das
saídas finais da edificação ou em outros locais de fácil acesso da brigada.
5.7.2.2
Poderá haver mais de um local de acondicionamento e a quantidade de equipamentos poderá ser dividida, por setor ou andar, sempre
para um mínimo de 02 (dois) brigadistas.
5.7.2.3
Esses locais de acondicionamento poderão estar trancados, mas, obrigatoriamente, deverá haver uma chave para cada brigadista e a
mesma chave deverá permitir abrir qualquer local de acondicionamento de equipamentos.
5.7.2.4
Os locais de acondicionamento deverão possuir placa de identificação, conforme IT 15 (Sinalização de Emergência).
5.7.2.5
Em locais de acesso restrito a pessoas, recomenda-se que haja o acondicionamento de equipamentos antes do ingresso a esses locais.
5.7.2.6
Caso sejam usados baús ou armários, ambos poderão estar nos corredores, halls ou saguões, desde que não comprometam a largura
mínima exigida nas rotas de fuga desses locais.
5.7.2.7
Os locais de acondicionamento de equipamentos da brigada poderão abrigar outros equipamentos, desde que sejam dimensionados para
tal e que sejam esses equipamentos de segurança contra incêndio e/ou de resgate e salvamento, como, por exemplo, ferramentas de
arrombamento, kits de primeiros socorros, líquidos geradores de espuma, extintores, mangueiras, entre outros.
5.7.2.8
Para áreas de preservação florestal, recomenda-se, conforme legislação do órgão responsável e seus critérios, a criação de casamatas,
com resistência ao fogo de 240 minutos, providas de equipamentos de combate a incêndios florestais, entre outros materiais, para, no
mínimo, 4 (quatro) combatentes, inclusive para a acomodação destes.
5.7.3
Os tipos de equipamentos e suas quantidades deverão ser determinados em função do risco a proteger e do número de brigadistas na
edificação.
5.7.4
É de responsabilidade do Proprietário ou Responsável pelo uso da edificação a aquisição, conservação, manutenção, o perfeito
funcionamento e/ou a reposição, se for o caso, dentro das datas recomendadas pelos fabricantes desses equipamentos da brigada de
incêndio, com o auxílio da brigada.
A seguir veremos as principais etapas dos simulado de brigada com base na Instrução Técnica nº 12/2020, da Diretoria de Atividades
Técnicas do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais. Os assuntos abordados têm relação com os prazos de realização, horário do evento,
tempo gasto no abandono e no retorno, comportamento da população, as falhas dos equipamentos e operacionais.
Os simulados possuem grande relevância na atividade profissional do brigadista. Clique nas abas e confira mais a respeito
deles.
5.5.3.1
5.5.3.2
5.5.3.3
5.5.3.1
Deve ser realizado, a cada 12 (doze) meses, no mínimo um exercício simulado no estabelecimento ou local de trabalho com participação
de toda a população.
5.5.3.2
Após o simulado, deve ser realizada uma reunião extraordinária para avaliação e correção das falhas ocorridas.
5.5.3.3
horário do evento;
atuação da brigada;
comportamento da população;
participação do Corpo de Bombeiros e tempo gasto para sua chegada;
falhas de equipamentos;
falhas operacionais;
PROCEDIMENTOS COMPLEMENTARES
Vamos conhecer agora os principais procedimentos complementares para as aplicações das brigadas com base na Instrução Técnica nº
12/2020. Esses pontos são embasados nas seguintes etapas: identificação da brigada de incêndio, comunicação interna e externa, ordem
de abandono, ponto de encontro e grupo de apoio à brigada de incêndio. Clique nas abas e confira:
5.6.1.2 O brigadista deve utilizar, constantemente, em lugar visível, um crachá, colete ou braçadeira que o identifique claramente
como membro da brigada. No caso de uma situação real ou simulado de emergência, o brigadista também poderá usar capacete
para facilitar sua identificação e auxiliar na sua atuação.
5.6.1.3 É proibido o uso de insígnias, emblemas, denominações e símbolos de uso exclusivo do CBMMG ou de outras instituições
militares nos trajes, uniformes e elementos de identificação dos brigadistas.
5.6.2.3 Deve-se estabelecer previamente um componente da brigada ou do grupo de apoio à brigada de incêndio para realizar a
comunicação com meios externos (Corpo de Bombeiros ou Plano de Auxílio Mútuo) em casos de sinistros.
5.6.5.2 Poderá ser empregado quando da necessidade de ação conjunta, em que se exige conhecimentos técnicos por parte da
equipe, não sendo necessário que esse profissional faça parte da brigada de incêndio.
Dentro do processo de combate a incêndio, uma das partes fundamentais é o comportamento humano diante da situação de emergência.
Logo, o estudo com ênfase no comportamento das pessoas (sejam ocupantes fixos/flutuantes ou até mesmo profissionais empenhados no
combate às chamas) possui fundamental importância para o novo conceito de combate a incêndio.
Esse estudo aplicado possui procedimentos básicos que facilitam a saída dos ocupantes da edificação com a utilização das rotas de fuga,
dentro dos procedimentos de segurança. Os profissionais envolvidos no processo devem ficar atentos a fatores fundamentais presentes na
cultura de combate a incêndio do Brasil, pois esses fatores podem auxiliar nas escolhas das saídas mais adequadas no momento de
situação de emergência.
Dentro do processo de conhecimento humano em um incêndio, alguns fatores ganham destaque, tais como: estudo de doenças (como as
doenças cardíacas), síndromes (como síndromes do pânico), fatores de origem psicológicas e emocionais (como as depressões e as
mudanças comportamentais). Esses pontos fazem toda a diferença na hora da tomada de decisão em uma situação emergencial e pânico.
Nos incêndios em prédios, algumas características são peculiares, tais como: temperaturas altas, fumaça densa, baixo campo de visão,
baixo nível de oxigênio, ou seja, muita dificuldade de respiração.
Vejamos um caso recente: os incêndios nas torres gêmeas do World Trade Center (WTC) - provocados pelo maior atentado terrorista
desde 2001. Dentro dessa situação, temos a presença de características e índices críticos, tais como: temperatura acima de 75 graus,
nível de oxigênio do ambiente abaixo de 10%, como também a concentração de monóxido de carbono bem próxima de 5000ppm.
SAIBA MAIS
Os projetistas de combate a incêndio em seus projetos prediais devem buscar algumas soluções que visem à preservação da vida
humana, tais como: iluminação de emergência, sistema de chuveiros automáticos, rotas de fugas de fácil acesso e desobstruídas, sistema
eficiente de exaustão como também a presença das portas e paredes corta-fogo.
No Brasil, temos também exemplos de situações de incêndios prediais, como o ocorrido no edifício Joelma, localizado na Avenida Paulista
em São Paulo. O incêndio, ocorrido em 1974, teve início no décimo segundo andar do edifício. Em aproximadamente 3 horas, as chamas
tinham se alastrado e destruído quatorze andares, ocasionando aproximadamente 187 óbitos e 300 feridos.
Com a análise da engenharia, foi identificado que o sistema construtivo do prédio era de concreto armado, mas o que ajudou na rápida
proliferação das chamas foram os utensílios que estavam dentro do edifício, tais como: móveis de madeira, carpetes, cortinas, além dos
botijões de gás de cozinha (GLP) com seus efeitos destruidores.
MAS, O QUE PODERIA SER FEITO PARA MINIMIZAR O RISCO DE INCÊNDIO NAS
EDIFICAÇÕES?
O especialista deve ter o entendimento de que nos complexos das edificações devem constar métodos e sistemas de segurança (como os
detectores de fumaça, sistemas de alarmes, sistemas de chuveiros automáticos dentre outros) que minimizem o risco de incêndio em sua
fase inicial, como esses sistemas devem trabalhar de forma que limite a propagação do calor.
Trabalhando desse modo, diminuirá o efeito negativo da fumaça. Todas essas medidas visam a uma boa evacuação, ou seja, uma saída
que contemple tempo e segurança dentro de padrões eficientes. O brigadista deve ter noções básicas que alguns fatores influenciam na
hora de optar pela saída de emergência mais adequada, tais como: fumaça, idade dos ocupantes, calor entre outros fatores.
Para finalizar o nosso estudo, vamos abordar sobre as normativas NBRs 14.276 e 15.219.
NBR 14.276
Trata dos requisitos e procedimentos das brigadas, que são: prevenção e combate a incêndio, abandono de área e as técnicas de
primeiros socorros.
NBR 15.219
Ambas as normativas consideram o comportamento humano, sendo esse o ponto fundamental de interação entre as duas
normas.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mostramos a importância das brigadas no processo de combate a incêndio, tendo em vista a análise dos tipos de brigadas e os métodos
de avaliação de risco das edificações, como também a relação das definições e os procedimentos das brigadas.
Demos ênfase às técnicas de primeiros socorros e mostramos uma vasta variação de normativas de englobam esse assunto. Mostramos
também uma técnica de primeiros socorros conhecida como “Dr. ABCDE”.
Além disso, trouxemos conceitos do dimensionamento das brigadas, os quais descreveram os grupos, a divisão das edificações, as
atividades realizadas, o grau de risco, mostrando também a diferença com relação aos cálculos da população fixa até 10 pessoas e acima
disso. Tratamos, finalmente, sobre o comportamento humano nas situações de emergência.
PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 15219: Plano de emergência — Requisitos e procedimentos. Rio
de Janeiro, 2020.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 14276: Brigada de incêndio e emergência - Requisitos e
procedimentos. Rio de Janeiro, 2020.
BRASIL. Portaria nº 3.214, 08 de junho de 1978. Norma Regulamentadora nº 16 (NR-16): Atividades e Operações Perigosas. Diário
Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, 1978c. Acessado na Internet em: 13 set. 2021.
CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Instrução Técnica nº 12/2020 - Brigada de incêndio. Minas Gerais, 2020.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS. Norma Técnica nº 14/2020 - Carga de incêndio nas edificações e áreas
de risco. Goiás, 2020.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS. Norma Técnica nº 17/2014 - Brigada de incêndio. Goiás, 2020.
EXPLORE+
Explore um pouco mais sobre combate a incêndio lendo as seguintes normas:
NBR 13434-2/2004 - Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – Parte 2: Símbolos e suas formas, dimensões e cores.
CONTEUDISTA
Hermerson Martins de Lima