PB Damec 2017 2 27

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA MECÂNICA

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

MAYCON PICOLI COLOMBO

PROJETO DE UM BLOCO DE MOTOR CICLO ATKINSON VISANDO ALTA

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PATO BRANCO

2017
MAYCON PICOLI COLOMBO

PROJETO DE UM BLOCO DE MOTOR CICLO ATKINSON VISANDO

ALTA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Trabalho de Conclusão de Curso de


graduação, apresentado à disciplina de
Trabalho de Conclusão de Curso 2, do
Curso de Engenharia Mecânica da
Coordenação de Engenharia Mecânica –
COEME – da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná – UTFPR, Campus
Pato Branco, como requisito parcial para
obtenção do título de Engenheiro.

Orientador: Prof. Dr. Fabiano Ostapiv

Co orientador: Prof. Dr. Bruno Bellini


Medeiros

PATO BRANCO
2017
FOLHA DE APROVAÇÃO

Projeto de um bloco de motor ciclo Atkinson visando alta eficiência


energética

Maycon Picoli Colombo

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação apresentado no dia 17/11/2017


como requisito parcial para a obtenção do Título de Engenheiro Mecânico, do curso
de Engenharia Mecânica do Departamento Acadêmico de Mecânica (DAMEC) da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Campus Pato Branco (UTFPR-PB). O
candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo
assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora julgou o trabalho APROVADO.

____________________________________
Prof. Me. Paulo Cezar Adamczuk
(UTFPR)

____________________________________
Prof. Dr. Luiz Carlos Martinelli Jr.
(UTFPR)

____________________________________
Prof. Dr. Fabiano Ostapiv
(UTFPR)
Orientador

__________________________________
Prof. Dr. Bruno Bellini Medeiros
Responsável pelo TCC do Curso de Eng. Mecânica

*A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso de Engenharia Mecânica


AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais, avó e irmã, que me incentivaram durante essa
caminhada.
A minha namorada que me auxiliou quando mais precisei de ajuda.
Aos meus professores orientadores pela ajuda passando um pouco dos
seus conhecimentos durante todo esse trabalho.
A Equipe Pato a Jato que me deu várias qualificações durante todo o
tempo que participei ativamente como membro.
RESUMO

COLOMBO, M. P. Projeto de um bloco de motor ciclo Atkinson visando alta


eficiência energética. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso (Dissertação) – Cusro
de Engenharia Mecânica, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato
Branco, 2017.

Este trabalho apresenta o projeto de um bloco de motor Ciclo Atkinson visando alta
eficiência energética. Como o objetivo é a eficiência, portanto economia de
combustível, logo foi escolhido o Ciclo Atkinson para motores a combustão interna,
pois este apresenta maior eficiência comparado ao Ciclo Otto que é comumente
encontrado nos automóveis. O benchmarking, artigos e análise de imagem foram
utilizados para a realização do projeto. O modelo do bloco foi criado, com o
movimento do mecanismo a ser utilizado testado em software. Foi constatado a
necessidade do projeto das outras partes do motor ao mesmo tempo, para se obter
o bloco finalizado.
Palavras-chave: projeto, benchmarking, bloco de motor, ciclo atkinson, eficiência
energética.
ABSTRACT

COLOMBO, M. P. Designing an Atkinson cycle engine block for high energy


efficiency. Trabalho de Conclusão de Curso (Dissertação) – Curso de Engenharia
Mecânica, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato Branco, 2017.

This work presents a manufacturing project of an engine block, which works with
Atkinson Cycle, aiming for high energy efficiency. For greater efficiency and fuel
economy, the Atkinson Cycle was chosen for internal combustion engines, because,
is more efficient than the Otto Cycle, which is meat found in automobiles. A
benchmarking, articles and image analysis where used to carry out the projects. The
model of the block was created with the movement of the mechanism to be used test
in software. It was found necessary to design the others parts of the engine at the
same time, to obtain the finished block.
Keywords: project, benchmarking, engine block, Atkinson Cycle,
LISTA DE SIGLAS

PMS Ponto Morto Superior

PMI Ponto Morto Inferior

PMIa Ponto Morto Inferior para admissão

CNC Comando Numérico Computadorizado

SLM Sistema de Ligações Múltiplas


LISTAS DE FIGURAS

Figura 1 - Ciclo Ideal Otto ...................................................................................................................... 24


Figura 2 - Tempos de Motor Ciclo Otto ................................................................................................. 25
Figura 3 - Motor com Ciclo Atkinson ..................................................................................................... 26
Figura 4 - Comparação entre Ciclo Atkinson e Ciclo Otto ..................................................................... 27
Figura 5 - Eficiência Teórica para Ciclo de Expansão Estendida ............................................................ 28
Figura 6 - Motor EXLink Honda ............................................................................................................. 31
Figura 7 - Fluxograma de métodos........................................................................................................ 35
Figura 8 - Parâmetros Dimensionais SLM.............................................................................................. 40
Figura 9 - Estado Característico SLM ..................................................................................................... 41
Figura 10 – (a) Sistema de Ligações Múltiplas (b) EXLink em Corte ...................................................... 42
Figura 11 - Componentes e Variáveis de Dimensão.............................................................................. 45
Figura 12 - Primeiro Esboço do SLM ..................................................................................................... 48
Figura 13 - Bloco do Motor para a Equipe Pato a Jato - Frontal ........................................................... 50
Figura 14 - Bloco do Motor para Equipe Pato a Jato - Posterior ........................................................... 50
Figura 15 - Especificações das Partes do Bloco - Frontal ...................................................................... 51
Figura 16 - Dimensões do Rolamento 6203-2RSH ................................................................................ 53
Figura 17 - Dimensões do Encosto para Rolamento 6203-2RSH........................................................... 54
Figura 18 - Dimensões do Rolamento W 6000-2RS1 ............................................................................ 55
Figura 19 - Dimensões de Encosto do Rolamento W 6000-2RS1 .......................................................... 55
Figura 20 - Vista Posterior do Bloco ...................................................................................................... 56
Figura 21 - Vista Frontal da Tampa do Bloco ........................................................................................ 57
Figura 22 - Vista Posterior da Tampa do Bloco ..................................................................................... 57
Figura 23 - Montagem do Bloco/Tampa/SLM ....................................................................................... 58
Figura 24 - Montagem da Tampa/Bloco/SLM - sem transparência ...................................................... 59
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Trabalho calculado e perda por ciclo ................................................................................... 29


Tabela 2 - Trabalho calculado e perda de cada ciclo ............................................................................ 29
Tabela 3 - Dimensões aproximadas do Motor EXLink ........................................................................... 31
Tabela 4 - Especificações do Motor ...................................................................................................... 32
Tabela 5 - Variáveis calculadas .............................................................................................................. 46
Tabela 6 - Valores Obtidos pela Análise de Imagem ............................................................................. 47
Tabela 7 - Especificações do Rolamento 6203-2RSH ............................................................................ 53
Tabela 8 - Especificações do Rolamento W 6000-2RS1 ........................................................................ 54
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 21
1.1 Objetivo .............................................................................................................. 22
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 23
2.1 Ciclos de Motores a Combustão Interna ......................................................... 23
2.1.1 Ciclo Otto.......................................................................................................... 23
2.1.2 Ciclo Atkinson................................................................................................... 25
2.2 Motores com Ciclo Atkinson ............................................................................ 30
2.3 Motores a Etanol ............................................................................................... 32
2.4 Bloco de Motor .................................................................................................. 33
2.5 Benchmarking ................................................................................................... 34
3 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 35
3.1 Parâmetros iniciais ........................................................................................... 36
3.2 Análise de forças ............................................................................................... 37
3.3 Benchmarking e Engenharia Reversa ............................................................. 39
3.4 Dimensionamento ............................................................................................. 39
3.5 Seleção de materiais e processo de fabricação ............................................. 43
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 45
5 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 61
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 63
APÊNDICE A – FOLHAS DE PROJETO ............................................................... 67
20
21

1 INTRODUÇÃO

No desenvolvimento de novas tecnologias em motores térmicos são


desejados requisitos como alta eficiência e baixo impacto ambiental. O objetivo de
se obter motores cada vez mais eficientes, procuram atender ambos. Uma maior
eficiência energética dos motores ajuda a minimizar problemas como o consumo de
combustíveis fósseis e emissão de poluentes (EPA, 2017).
A grande maioria dos motores de combustão interna atuais funcionam
com Ciclo Otto, pois seu funcionamento é simples, fácil montagem e custo
relativamente baixo. Ciclos mais eficientes utilizam uma quantidade menor de
combustível na produção de energia mecânica, entre eles o Ciclo Atkinson, criado
pelo engenheiro inglês James Atkinson em 1882 (ATKINSON, 1886).
O Ciclo Atkinson é conhecido por ser utilizado em motores de carros
híbridos, onde a baixa potência produzida é compensada pela adição de um motor
elétrico (HEYWOOD, 1988). Este ciclo consiste em um movimento mais amplo do
pistão durante o ciclo de expansão dos gases na câmara de combustão, ou seja,
com maior trabalho, e uma compressão reduzida quando comparado ao Ciclo Otto
(FUSHUI, 2014). Os motores que utilizam Ciclo Atkinson necessitam de uma
quantidade maior de peças devido ao mecanismo com movimentação diferenciada,
com montagem mais complexa e maior custo, o que torna sua fabricação muitas
vezes inviável para as montadoras de automóveis. Porém, algumas empresas como
a Honda, Ford e Toyota estão utilizando deste ciclo, que foi deixado de lado por um
período de tempo, mas nos tempos atuais se mostra uma boa opção.
O curso de Engenharia Mecânica da Universidade Tecnológica Federal
do Paraná – UTFPR – Campus Pato Branco, possui uma renomada equipe de
acadêmicos que trabalham com eficiência energética automotiva. Esta, nomeada
Pato a Jato, possui atualmente dois protótipos que visam a economia de
combustível, um movido a etanol e outro a gasolina (EQUIPE PATO A JATO, 2016).
A equipe tem por objetivo a fabricação de um motor próprio de Ciclo Atkinson, de
alta eficiência. Considerando a complexidade da construção do motor como um
todo, esse trabalho tem como foco o projeto de um bloco de motor para o Ciclo
Atkinson.
22

1.1 Objetivo

Projetar um bloco de motor para trabalhar em ciclo Atkinson como parte


inicial na construção de um motor para ser utilizado em protótipos automotivos de
alta eficiência energética.
23

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Ciclos de Motores a Combustão Interna

2.1.1 Ciclo Otto

O Ciclo Otto é muito utilizado em motores 4 tempos de automóveis. O


nome deste ciclo ideal padrão a ar vem de um de seus desenvolvedores, o
engenheiro alemão, chamado Nikolaus Otto, que o implementou em 1876. Este ciclo
consiste em 4 etapas, sendo elas admissão, compressão, expansão e exaustão
(PULKRABEK, 2011).
O primeiro tempo em motores com Ciclo Otto é a admissão, que tem
início com o pistão na posição de ponto morto superior (PMS) e fim no ponto morto
inferior (PMI), onde o processo ocorre a uma pressão constante de uma atmosfera.
O segundo tempo consiste na compressão, onde o pistão passa de PMI para PMS,
sendo compressão isentrópica1, porem em um motor real o início do curso é afetado
pela válvula de admissão não estar totalmente fechada até o PMI, e o fim da
compressão é afetado pela fagulha da vela de admissão antes do PMS
(PULKRABEK, 2011).
O processo de combustão tem início perto do PMS, tem seu auge no
PMS e termina um pouco abaixo do PMS. Este libera uma grande quantidade de
energia, que aumenta consideravelmente a temperatura, com volume constante,
resultando em um aumento da pressão. Este aumento na pressão gera o terceiro
tempo, expansão, onde as forças aplicadas na face do pistão são transferidas para a
biela, que por sua vez transfere para o virabrequim, ou seja, produz trabalho e
potência do motor. Em um ciclo ideal este processo é adiabático e sem atrito, porem
em um motor real o início da expansão é afetada pela última parte do processo da
combustão, e o final afetado pela válvula de exaustão iniciando sua abertura antes
do PMI. Durante este processo os valores de temperatura e pressão caem dentro do
cilindro e o volume aumenta passado do PMS para o PMI (PULKRABEK, 2011).
Próximo de terminar o terceiro tempo do motor, a válvula de exaustão se
abre e os gases, do processo de queima da mistura ar/combustível, começam a se
dissipar. O quarto tempo se inicia, a exaustão, tendo início no PMI e término no

1
a entropia permanece constante no sistema
24

PMS, ocorrendo em constante pressão de uma atmosfera devido a abertura da


válvula de exaustão. Ao fim do quarto tempo do motor, o mesmo já realizou duas
revoluções, o pistão volta ao PMS, a válvula de exaustão se fecha e a de admissão
se abre, repetindo os quatro ciclos aqui descritos (PULKRABEK, 2011), que são
mostrados na figura 1, onde mostra o ciclo termodinâmico ideal Otto.

Figura 1 - Ciclo Ideal Otto

PMS PMI

Fonte: adaptado de ZHAO

Na Figura 2 é ilustrado as etapas de funcionamento de um motor de


combustão interna com Ciclo Otto.
25

Figura 2 - Tempos de Motor Ciclo Otto

Fonte: UFRGS

2.1.2 Ciclo Atkinson

O que difere o Ciclo Atkinson dos outros padrões em motores de


combustão interna, é o maior volume no ciclo de expansão. Este ciclo possui quatro
tempos, sendo eles admissão, compressão expansão e exaustão, porém a diferença
está no volume existente no cilindro, durante a admissão e compressão e a
expansão e exaustão. Por efeito do mecanismo existentes na biela do pistão, ocorre
essa variação de volume, ou taxa, no qual o período de compressão é menor que o
de expansão. Originalmente, um motor com Ciclo Atkinson necessita de apenas uma
revolução para ocorrer os quatro tempos de ciclo (HEYWOOD, 1988).
A figura 3 demonstra a diferença nos 4 tempos do funcionamento de um
motor com Ciclo Atkinson, que serão explicados a seguir.
26

Figura 3 - Motor com Ciclo Atkinson

Fonte: adaptado de Wikipédia

A admissão ocorre com o pistão inicialmente em PMS e se deslocando


para um ponto intermediário entre o PMS e PMI, com a válvula de admissão aberta.
Esse ponto intermediário será o ponto morto inferior para o ciclo de admissão
(PMIa). O segundo tempo será a compressão, que percorre a mesma distância do
ciclo de admissão, entretanto, com a válvula de admissão fechada. Perto do pistão
chegar ao PMS, a vela de ignição dá início a combustão da mistura ar/combustível
dentro do cilindro. Chegando ao PMS se inicia o terceiro tempo, expansão, onde o
pistão parte do PMS e termina no PMI, e isso traz como consequência um maior
volume no cilindro. No quarto tempo, a exaustão, o pistão sai da posição de PMI
com a válvula de exaustão aberta, e tem seu fim no PMS (ATKINSON, 1886). Na
figura 4 é mostrada as diferenças entre os ciclos Otto e Atkinson.
27

Figura 4 - Comparação entre Ciclo Atkinson e Ciclo Otto

Fonte: ZHAO (2016)

Watanabe et al (2006) mostram a eficiência de um motor Honda de Ciclo


Atkinson, com 135 cm3 na admissão e compressão e 204 cm3 na expansão e
exaustão, movido a gasolina, com taxa de compressão de 8.5 e taxa de expansão
de 12.5, com aproximadamente 4,6 HP. A pesquisa foi realizada com a eficiência
térmica teórica utilizando a seguinte equação adaptada para um ciclo de expansão
prolongada:

εc: Taxa de Expansão


Cv: Calor específico a volume constante
T0: Temperatura inicial da compressão
Qin: Calor adicional a volume constante
K: Taxa de calor específico (Cp/Cv)

Para melhor entendimento, a taxa de expansão denominada εc é o valor


do volume do cilindro no ponto morto superior na exaustão pelo volume no ponto
morto inferior na expansão. A eficiência térmica teórica tem aumento de 10% ou
28

mais, pelo simples fato de possuir uma razão de expansão aumentada, como
mostrada na figura 5.

Figura 5 - Eficiência Teórica para Ciclo de Expansão Estendida

Fonte: adaptado de WATANABE (2006)

Porém o ciclo térmico teórico mencionado não leva em consideração


perdas por bombeamento durante os cursos de compressão e expansão. Para
estimar com mais precisão esse aumento de eficiência as simulações numéricas
utilizaram um modelo de cálculo que leva em conta o fluxo de ar de entrada e saída
como um fluxo quase-unidimensional.
As simulações mostram que comparando aos motores com ciclos
convencionais, a perda de calor para a parede do cilindro é maior no ciclo de
expansão pelo curso mais longo, o curso de exaustão é mais longo aumentando a
perda por bombeamento na expansão. A temperatura final dos gases na exaustão
diminui devido ao aumento de trabalho decorrente da expansão estendida,
mostrando uma eficiência térmica de 31,3% para o motor de Ciclo Atkinson e 27,6%
e 27,3% para motores convencionais utilizado para comparação, de acordo com a
tabela 1. (WATANABE, 2006)
29

Tabela 1 - Trabalho calculado e perda por ciclo

ATKINSON OTTO
Admissão -3,2 -3,9
Perda em cada tempo Compressão -31,4 -32,9
motor (J/180°) Expansão 178,5 163,3
Exaustão -1,1 -0,7
91,3 82,1
calor rejeitado
31,30% 27,60%

Fonte: adaptado de WATANABE (2006)

Também foi realizada uma comparação com o Ciclo Miller, ciclo em que a
válvula de admissão se mantém aberta por um pouco mais de tempo durante o ciclo
de admissão, onde a perda causada por esse estágio é compensada com um turbo
compressor. A tabela 2 mostra os resultados obtidos com a simulação, perda de
calor para a parede do cilindro e eficiência térmica para cada especificação.
(WATANABE, 2006)

Tabela 2 - Trabalho calculado e perda de cada ciclo

ATKINSON MÜLLER
Admissão -3,2 -8,1
Perda em cada tempo Compressão -31,4 -36,5
(J/tempo) Expansão 178,5 179,2
Exaustão -1,1 -1,2
91,3 94,6
Perda de calor na parede do cilindro
31,30% 29,30%

Fonte: adaptado de WATANABE (2006)

Neste caso, os motores C e D apresentam maior perda nos ciclos de


admissão e compressão em comparação com o de Ciclo Atkinson, causado pelos
30

seguintes aspectos, possuem maior comprimento de curso de admissão e


compressão, por utilizarem uma curva de abertura de válvula realista, a válvula de
entrada produz perda de pressão por asfixia no intervalo de pouca abertura e
fechamento, deste modo a perda por bombeamento no período da admissão e na
compressão aumentam. Os motores Ciclo Miller mostram mais eficiência térmica
que o Ciclo Otto, contudo o Ciclo Atkinson se mostra superior ainda como mostrado
nos resultados das simulações realizadas (WATANABE, 2006). Essas simulações
ajudam a mostrar que a escolha do Ciclo Atkinson para o projeto é viável, mostrando
a maior eficiência que é desejada neste trabalho.
Foram também criados motores com Ciclo Atkinson simulado, onde a
ideia de possuir um ciclo de compressão menor que o de expansão continua
simplesmente modificando o tempo de abertura das válvulas de admissão de um
motor Ciclo Otto, assim você simula um menor volume de cilindro na admissão,
voltando parte da mistura ar/combustível para o coletor de admissão e trazendo
consequentemente menor consumo de combustível.

2.2 Motores com Ciclo Atkinson

Com o desenvolvimento da tecnologia e pesquisas houve a criação de


versões novas baseadas no motor criado por James Atkinson, no qual possui a
passagem pelos 4 tempos de funcionamento, admissão, compressão, expansão e
exaustão, com somente uma revolução do virabrequim (ATKINSON, US-PAT).
Uma variação utilizada em motores de combustão interna para carros
híbridos, como por exemplo no Ford Fusion Hybrid (FORD FUSION, 2017), é o Ciclo
Atkinson simulado, onde um motor de Ciclo Otto tem seu comando de válvula
modificado para funcionar como Ciclo Atkinson. No tempo de compressão a válvula
de admissão não se fecha no PMI, ou seja, o curso de compressão será menor que
o de expansão de maneira igual ao Ciclo Atkinson (MODIFIED ATKINSON, 2017).
Outra variação foi projetada pela Honda, com um sistema totalmente
diferente, onde os 4 tempos do motor com Ciclo Atkinson funciona com 2 revoluções
do virabrequim. Outro diferencial deste sistema inovador da Honda, com motor
nomeado de EXLink, é o funcionamento na qual ligações através de uma conexão
em V, denominado de Sistema de Ligações Múltiplas que será tratado simplesmente
por SLM, engrenagens resultando em uma redução 1:2 e bielas excêntricas resultam
31

em um movimento melhorado do Ciclo Atkinson transferindo a força da combustão


de maneira melhor devido ao ângulo da biela no momento da expansão. Esse
sistema será utilizado neste trabalho como base de projeto. A figura 6 mostra a
montagem do Motor EXLink.

Figura 6 - Motor EXLink Honda

Cores fictícias
Fonte: adaptado de WATANABE (2006)

A Tabela 3 traz os valores aproximados das dimensões do motor EXLink.

Tabela 3 - Dimensões aproximadas do Motor EXLink

Altura (mm) 400


Largura (mm) 390
Profundidade (mm) 270
Fonte: Honda (2017)
32

A tabela 4 mostra as especificações do motor.

Tabela 4 - Especificações do Motor

Cilindro [mm] 53
Curso de Admissão [mm] 50
Curso de Expansão [mm] 74
Volume da Admissão [cc] 110
Volume da Expansão [cc] 163
Taxa de Compressão 12.2 : 1
Taxa de Expansão 17.6 : 1
Rotação Padrão do Motor [rpm] 1,950
Saída de Geração de energia [kW] 1.0
Fonte: adaptado de HONDA (2017)

2.3 Motores a Etanol

O etanol necessita de algumas modificações para sua utilização em


motores convencionais. O seu poder calorifico é menor que o de outros
combustíveis comumente utilizados, gasolina e diesel, isso gera a necessidade de
maior ingestão combustível, gerando maior consumo e menos energia. O seu ponto
de fulgor é de 13 °C, ou seja, nessa temperatura o etanol começa a liberar gases
que podem entrar em combustão caso haja um agente externo que contribua para
(NOVACANA, 2017).
Abaixo do ponto de fulgor o etanol é inutilizável como combustível, logo,
dentro de um motor ele não funcionaria corretamente, por perder sua capacidade de
combustão. O motor especificamente para funcionar a etanol, para ter seu
rendimento e eficiência melhorada, necessita de alguns aspectos sendo eles: maior
taxa de compressão, combustível injetado em maior quantidade, a vela tem seu
ponto de ignição modificada devido a necessidade de mais tempo para o álcool
entrar em combustão, sistema de partida a frio devido a temperatura do ponto de
fulgor (NOVACANA, 2017).
Taxa de compressão em motores movidos a etanol é uma condição
importante. Maior será a temperatura de combustão final alcançada conforme o valor
da taxa de compressão é aumentado em um motor. Para o etanol isto é importante,
33

já que uma temperatura maior trará uma queima melhor do combustível,


consequentemente melhor eficiência e maior força. Porém, cuidados são
necessários, já que uma taxa de compressão muito alta pode elevar tanto a
temperatura que cause pré-ignição, o que não é desejado, e também traz a
necessidade de melhorar os materiais de construção do motor (BARATA, 2015).

2.4 Bloco de Motor

O bloco de motor é o principal componente de um motor a combustão


interna, pelo fato de todos os outros componentes serem fixados no mesmo
suportando a transferência de força do cabeçote para o virabrequim. O virabrequim,
camisas dos cilindros, além de galerias para arrefecimento com água, e galerias de
óleo. O bloco e o virabrequim são a configuração padrão para aplicações
automotivas (BOSCH, 2004).
Ferro fundido cinzento ainda é muito utilizado para a fabricação de blocos
para motores, porém o alumínio também se mostra muito viável, tendo ótima
resistência e densidade relativamente baixa, reduzindo significativamente o peso do
bloco e melhorando a transferência de calor (BOSCH, 2004).
O bloco interfere em muitos outros componentes do motor, onde o projeto
das outras partes depende do mesmo. Há duas formas de projetar um motor de
combustão interna, começando pelo conjunto pistão/biela/virabrequim ou pelo bloco.
Alguns itens são requisitos básicos para a escolha do material no projeto de um
bloco de motor a combustão interna, sendo manufaturabilidade, resistência a
expansão térmica, ser um bom condutor térmico, muito resistente devido as forças
que a combustão causa no mesmo e ser resistente a desgaste. A seleção é feita
somente após análise da possibilidade de fabricação e se irá atender aos requisitos
do cliente. Alguns materiais podem se mostrar bons para a performance do motor,
porém com custo muito elevado inviabilizando a fabricação ou não atender os
requisitos do cliente (SCRIBD, 2015).
Usualmente a fabricação se dá por fundição, na qual um molde de areia é
feito a partir de um modelo do bloco. O Alumínio necessita de maiores cuidados,
onde dependendo do método utilizado pode trazer baixa precisão dimensional, o que
é indesejado. O melhor método para se fabricar um bloco em alumínio é fundição
sobre pressão, resultando em grande precisão dimensional e boa produtividade.
34

Condutividade térmica e expansão térmica são analisadas devido à alta temperatura


de trabalho do motor, necessitando assim uma troca de calor para manter o bom
funcionamento do sistema e a permanência das dimensões do bloco (SCRIBD,
2015).
As prioridades para a fabricação podem ser dispostas da seguinte
maneira por grau de importância, sendo fabricação, resistência mecânica e térmica,
resistência a fadiga e usinabilidade, custo e requisitos do produto.
A espessura da parede do cilindro é dimensionada a partir do esforço que
deve suportar, proveniente da combustão da mistura ar/combustível e da pressão
gerada pela taxa de compressão. Foram tomadas algumas medidas no laboratório
H008 na UTFPR, Campus Pato Branco, em motores utilizados para estudo, modelos
1.0L, 1.6L e 4.1L, resultando em valores que variam de 4 a 5 mm de espessura da
parede do cilindro.

2.5 Benchmarking

O benchmarking é uma prática comum que consiste em melhorias de um


serviço ou produto já existente. Como princípio, o benchmarking parte de que
nenhuma empresa ou produto é o melhor possível. Trazer as melhores experiências
que as empresas tiveram, adaptar a sua necessidade e melhorar possíveis aspectos
é uma ótima maneira de melhorar a performance de uma equipe ou empresa
(CAMP, 1993).
As vantagens deste método de seguir um produto inovador de uma
empresa líder de mercado são muitas, porém alguns cuidados devem ser tomados,
já que muitas empresas tendem a mascarar dados para dificultar a vida da
concorrência (CAMP, 1993).
A falta de equipamentos adequados impedia que se fosse mais utilizada a
engenharia reversa nos anos 90, no entanto a tecnologia avançou e melhorou esse
processo o deixando muito mais confiável. É comum se utilizar de peças ou projetos
já prontos, a fim de diminuir custos e tempo de projeto, porém sempre há a
necessidade de modificações para adequar-se à sua necessidade (GENGHINI,
2013). A utilização deste método também foi importante já poucas informações
foram encontradas sobre o EXLink, principalmente em relação a dimensões.
35

3 MATERIAIS E MÉTODOS

O desenvolvimento deste trabalho se deu na sequência apresentada na


figura 7:

Figura 7 - Fluxograma de métodos

•Pesquisa de Suporte
Revisão
Bibliográfica

•Análise de forças
•Dimensionamento
•Desenho CAD 3D
Detalhamento •Processos de fabricação
•Seleção de material

•Revisão e ajustes do projeto


Projeto Final

Fonte: Autoria própria

 Pesquisa de suporte: o projeto traz a necessidade de


conhecimentos, do básico ao avançado, em tópicos específicos. A
necessidade de se conhecer o Ciclo Otto, ciclo mais utilizado na
fabricação de motores de combusto interna, se mostra importante
para mostrar as diferenças que possibilitam melhor eficiência
térmica para o ciclo utilizado no projeto, o Ciclo Atkinson. Modo
construtivo do motor, onde o bloco é a parte principal servindo de
suporte para as outras peças do motor, tendo melhor entendimento
para dimensionar melhor encaixes e dimensões.
 Projeto: inicialmente é necessário fazer uma análise de forças e
esforços que o bloco do motor sofrerá devido a combustão, onde o
dimensionamento é feito a partir desses dados, ajustando de modo
36

que facilite a fabricação. O desenho do bloco será feito com o


software de modelagem 3D, a partir do dimensionamento, e servirá
para a fabricação. O projeto precisará ser controlado levando em
conta a fabricação, facilitando e possibilitando a usinagem do
mesmo. A seleção do material para o bloco deverá atender as
necessidades de projeto e também as que a equipe Pato a Jato
determinar, já que ela será o cliente. O processo de fabricação
será indicado, podendo ser feito de duas maneiras, em uma fresa
CNC disposta na universidade, no qual os programas em CAM
serão realizados no software Edgecam, com ferramentais como
fresas e brocas caso se encontre um blank2 do material escolhido,
caso contrário deverá achar uma empresa para realizar o serviço
de fabricação por fundição por pressão, o que seria mais
recomendado ao trabalhar com este material.
 Validação: será revisado todos os cálculos e desenhos, com a
finalidade de garantir que o projeto esteja correto, precisão
dimensional, evitar desperdício de material, atender as
necessidades requeridas de projeto e do cliente.

3.1 Parâmetros iniciais

Tendo em vista os objetivos desse projeto, são necessárias algumas


considerações, que foram baseadas em pesquisas e tecnologias já conhecidas
(HONDA, 2017; GONÇALVES, 2008). Os parâmetros iniciais do projeto são:
 Motor 4 tempos
 1 cilindro
 Ignição por faísca
 Ciclo Atkinson real
 Taxa de compressão 15:1
 Curso de compressão 37 mm
 Diâmetro do cilindro 33 mm

2
Pedaço de material forjado.
37

Tendo em vista um modelo pouco usual de motor a combustão interna,


pela procura de uma melhor eficiência, será utilizado como base o motor da Honda
chamado EXLink (WATANABE, 2006) com um sistema inovador para o Ciclo
Atkinson real, redimensionado utilizando parcialmente dados obtidos em uma
dissertação de mestrado desenvolvida na Universidade de Coimbra (GONÇALVES,
2008).

3.2 Análise de forças

O dimensionamento do cilindro foi realizado utilizando a equação 1


(REDDO, 2008), para vasos de pressão:

𝑃.𝑅
𝑒= +𝐶 (1)
𝑆.𝐸−0,6.𝑃

𝒆 = Espessura mínima (mm)


P = Pressão interna (bar)
S = Tensão admissível do material (bar)
E = Eficiência de solda
R = Raio interno (mm)
C = Margem de corrosão (mm)
A força gerada pela combustão da mistura ar/combustível dentro da
câmara de combustão é utilizada na fórmula como P. O valor utilizado foi de 9 MPa,
ajustado para 90 bar, retirado de um trabalho realizado por Gonçalves (2008). O
valor foi obtido a partir do programa “4SSIS”, que simula condições adversas dentro
do cilindro onde:

“O programa “4SSI” é um programa de modelação não-dimensional


(modelação termodinâmica) com discretização apenas no tempo, neste
caso em ângulos de cambota Ɵ, e com valores médios no espaço. A
vantagem desta modelação é a economia de tempo e memória de cálculo.
As desvantagens estão diretamente relacionadas com a não discretização
espacial das diversas variáveis. Assim, não é possível simular a formação
de heterogeneidades, por exemplo, a nível da mistura dos diversos gases
dentro do cilindro”. (GONÇALVES, 2008, p.31)
38

Ainda segundo Gonçalves (2008):

“Os modelos utilizados descrevem as mudanças termodinâmicas e químicas


da mistura durante os processos de admissão, compressão, combustão,
expansão e escape e têm como objetivo prever algumas características de
operação de motores tais como: binário ao freio, potência, consumo
específico, pressão média efetiva e outros.’’ (GONÇALVES, 2008, p.31)

Esse modelo de simulação se inicia baseada na 1ª Lei da Termodinâmica,


onde esta é aplicada ao volume do cilindro para os quatro tempos do motor sendo
admissão, compressão, expansão e exaustão (GONÇALVES, 2008).
Esse estudo foi utilizado devido à falta de condições de gerar valores
referente aos esforços gerados pela combustão no cilindro, valendo-se dos valores
base do trabalho de Gonçalves, como diâmetro do cilindro e taxa de compressão.
O material escolhido para o cálculo foi a liga de alumínio SAE A390,
indicada como material utilizado para a fabricação de blocos de motores de
combustão interna. Oferece características semelhantes a um compósito, com
excelente resistência e a altas temperaturas, baixo coeficiente de expansão térmica,
excelentes características de desgaste e elevado módulo de elasticidade (SAE,
2002). A tensão de escoamento do A390 é de 180 MPa, e com o uso de um
coeficiente de segurança 2, é alcançado o valor de 900 bar para a tensão admissível
do material. Esse coeficiente de segurança resultou em um valor de 3,51 milímetros,
espessura de parede próximo ao dos cilindros de motores medidos em laboratório
que variaram entre 4 e 5 milímetros. O coeficiente nesse valor também possibilita
material extra para retificar o bloco conforme a necessidade, devido a desgastes que
possam vir a ocorrer devido a sua utilização.
A eficiência de solda foi utilizada como 100%, uma vez que o cilindro será
uma peça única, sem solda. O raio interno tem valor de 33 mm, um dos parâmetros
já estabelecidos no início.
Houve a necessidade estabelecer também o valor da força que atua no
pistão, a fim de se obter um valor aproximado do diâmetro do eixo virabrequim. O
cálculo foi realizado a partir da equação 2 (BRUNETTI, 2012):
𝜋.𝐷 2
𝐹𝑝 = 𝑝. 𝐴 = 𝑝. (2)
4

Fp = Força de Pressão
p = pressão existente na câmara
39

A = área projetada da cabeça do pistão


D = diâmetro do pistão

A pressão existente na câmara de combustão, como apresentado na


equação 1, tem valor de 9 MPa (GONÇALVES, 2008). A área projetada da cabeça
do pistão foi aproximada pelo valor do diâmetro do cilindro, logo, utilizou-se um
diâmetro de 33 mm para o cálculo.

3.3 Benchmarking e Engenharia Reversa

Observando o mercado atual, algumas empresas fazem bom uso do Ciclo


Atkinson na motorização de seus produtos, como a Ford ou a Toyota, porém a
Honda mostrou-se mais eficiente com seu trabalho no motor EXLink, referência para
este trabalho.
Foi feito a análise das imagens e informações do motor EXLink
disponibilizadas pela Honda com ênfase nos dados mais relevantes. Em seguida
adaptou-se o material encontrado para o objetivo proposto neste trabalho que é o
projeto de um bloco de motor em Ciclo Atkinson com funcionamento semelhante ao
motor Honda EXLink, porém em escala reduzida. A partir do motor pronto, sempre
será buscado sua melhoria. Estes são os passos utilizados no benchmarking.

3.4 Dimensionamento

A base para o dimensionamento do bloco foi o motor EXLink fabricado


pela Honda. Seu funcionamento mecânico se dá através do SLM que tem seus
comprimentos estipulados pelas equações de (3) a (7), estas que foram retiradas do
artigo de Watanabe (2006).

𝑥 = 𝑙4 𝑐𝑜𝑠∅4 + 𝑙2 sin(∅1 + 𝛼) + 𝑟𝑐 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑐 (3)


𝑙4 𝑠𝑖𝑛∅4 + 𝛿 = 𝑙2 𝑐𝑜𝑠(∅1 + 𝛼) + 𝑟𝑐 𝑠𝑖𝑛∅𝑐 (4)
𝑙5 − 𝑟𝑐 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑐 + 𝑟𝑝 sin(𝜃𝑝 + 𝛾) = 𝑙1 𝑐𝑜𝑠∅1 + 𝑙3 𝑐𝑜𝑠∅3 (5)
𝑙6 + 𝑟𝑝 cos(𝜃𝑝 + 𝛾) + 𝑙3 𝑠𝑖𝑛∅3 = 𝑙1 𝑠𝑖𝑛∅1 + 𝑟𝑐 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑐 (6)
𝜃𝑝 = ƞ𝜃 𝑐 + 𝛾 (7)
40

Onde a figura 8 e figura 9 mostram o local de cada variável das equações


anteriores.
Figura 8 - Parâmetros Dimensionais SLM

Fonte: WATANABE (2006)


41

Figura 9 - Estado Característico SLM

Fonte: WATANABE (2006)

Essas equações foram calculadas com auxílio de planilha eletrônica para


facilitar a obtenção de dados.
Também foi utilizada a análise de imagem, a partir da Figura (10) (a) e (b),
com base nos valores conhecidos do motor EXLink, no artigo de Watanabe (2006).
Através do software Photoshop CS6 traçou-se retas sobre os comprimentos
principais da imagem do motor, que tiveram seus valores transformados em medidas
mais próximas do real. Com os valores obtidos retirou-se o equivalente para o
tamanho desejado, por uma simples transformação de escala, conhecendo o
diâmetro do cilindro do motor EXLink, de 53 milímetros, e o valor desejado para o
diâmetro do cilindro do bloco projetado, de 33 milímetros.
42

Figura 10 – (a) Sistema de Ligações Múltiplas (b) EXLink em Corte

(a) (b)
Fonte: HONDA (2017)

Para indicar um valor de encaixe para o eixo virabrequim, se fez


necessário calcular um valor base para o mesmo (INFINITUM, 2017). As equações
de (8) a (11) nos possibilitam isso.

𝑃
𝑄= (8)
𝑙

Com P sendo o valor da carga que o eixo deve aguentar no apoio, o qual
é o valor dado pela equação 2, Q é a carga distribuída, e o vão carregado se dá por
l.

𝑄.𝑐.(𝐿−𝑐)
𝑀𝑓𝑚á𝑥 = (9)
2
𝑀𝑓
𝑊𝑓𝑛𝑒𝑐. = (10)
𝑇𝑎𝑑𝑚
43

𝑀𝑓
𝑇𝑓𝑙𝑒𝑥ã𝑜 = 𝑊𝑓 (11)

Onde Mfmáx é o momento máximo no eixo, Wfnec. é o momento resistente,


Tflexão é a tensão de flexão. A obtenção dos valores destas equações foi dada a partir
de planilha eletrônica, facilitando sua análise e melhor escolha do material.

3.5 Seleção de materiais e processo de fabricação

Processos de fabricação e seleção de materiais estão diretamente


ligados. O material selecionado para o bloco foi a Liga de Alumínio SAE A390, que
atende nossas necessidades sendo um material muito empregado na indústria
automotiva para blocos de motores a combustão interna, com baixo valor de massa
específica, consequentemente, lhe atribuindo baixo peso. Também possui
excelentes características de desgaste e resistência a altas temperaturas com baixo
coeficiente de expansão térmica (SAE, 2002).
O método de fabricação de mais fácil acesso para a Equipe Pato a Jato é
a usinagem, onde a utilização de uma fresadora CNC facilita a fabricação de várias
peças. Porém o material selecionado é utilizado para fabricação de peças por
fundição, indicando um processo sob pressão de semissólido como sendo o mais
atrativo (SAE, 2002), necessitando assim orientação de professores com experiência
na área, auxiliando em um projeto adequado para fabricar o bloco deste trabalho por
fundição.
Para facilitar o processo, pode ser estudado mais a fundo à possibilidade
de adquirir-se um blank do material que foi selecionado para o dimensionamento.
Facilitaria a fabricação, passando a ser por usinagem utilizando a fresa CNC
disponível na universidade, já que o formato do bloco permite a fabricação por este
meio.
44
45

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

As equações fornecidas pelo artigo de Watanabe (2006), forneceu os


valores das variáveis, possibilitando a elaboração de um esboço. As variáveis das
equações correspondem a valores de distância entre centro de giro do virabrequim e
ponto de fixação do pistão na biela 1, dimensão da biela 1, distâncias e ângulo entre
os furos da ligação em V dos componentes, dimensão da biela 2, distância do
movimento excêntrico entre a fixação da ligação em V e do virabrequim, distância do
movimento excêntrico entre a fixação da biela 2 e a engrenagem de redução. Os
componentes nomeados anteriormente podem ser vistos na figura 11.

Figura 11 - Componentes e Variáveis de Dimensão

Fonte: Adaptado de WATANABE (2006)

Na Tabela 5 temos os valores obtidos das equações de Watanabe (2006),


através de planilha eletrônica, sendo dimensões em milímetros e ângulos em graus.
46

Tabela 5 - Variáveis calculadas

Variáveis Valores
Distância pistão/virabrequim x 99,5 mm
Comprimento ligação biela l1 34 mm
móvel/virabrequim
Comprimento ligação l2 28 mm
biela/virabrequim
Comprimento biela móvel l3 45 mm
Comprimento biela l4 61 mm
Distância horizontal l5 33,7 mm
virabrequim/engrenagem de
redução
Distância vertical virabrequim/ l6 31,2 mm
engrenagem de redução
Comprimento manivela rc 12,5 mm
virabrequim
Comprimento manivela rp 9 mm
engrenagem de redução
Ângulo l1 Φ1 2º
Ângulo l3 Φ3 94,7º
Ângulo l4 Φ4 0º
Ângulo rc Φc 0º
Ângulo entre l1 e l2 γ 89,7º
Ângulo entre l6 e rp α 109,5º
Fonte: Autoria própria

A análise de imagem, realizada na figura 10, resulta em valores que estão


presentes na tabela 6, que possibilitaram comparação com os obtidos nas equações
de Watanabe (2006), assim a partir desses valores, criar um desenho em 3D do
mecanismo, aqui chamado de SLM, facilitando a análise do movimento exclusivo do
motor EXLink da Honda. Assim consegue-se uma versão do motor EXLink da
Honda, porém mais compacto, mostrado ao comparar as dimensões do bloco
47

projetado com as medidas aproximadas do EXLink presentes na Tabela 3 do


Capitulo 2.2.

Tabela 6 - Valores Obtidos pela Análise de Imagem

Variáveis Valores
Distância pistão/virabrequim x 99,6 mm
Comprimento ligação biela l1 34 mm
móvel/virabrequim
Comprimento ligação l2 28 mm
biela/virabrequim
Comprimento biela móvel l3 45 mm
Comprimento biela l4 61 mm
Distância horizontal l5 46,2 mm
virabrequim/engrenagem de
redução
Distância vertical l6 27,9 mm
virabrequim/ engrenagem de
redução
Comprimento manivela rc 12,5 mm
virabrequim
Comprimento manivela rp 9,2 mm
engrenagem de redução
Fonte: Autoria própria

Essas distâncias são de suma importância, por estarem diretamente


relacionados ao funcionamento do SLM. O esboço em 3D feito com o software de
modelagem 3D foi realizado respeitando esses valores, para que posteriormente se
tenha o posicionamento correto dos encaixes no bloco do motor. A figura 12 mostra
o primeiro desenho realizado do SLM com os valores corretos das dimensões
principais do projeto, pois o objetivo deste trabalho é o projeto de um bloco de motor,
logo outros componentes foram somente estimados, podendo deixar espaço para
acertos conforme outros trabalhos venham sendo realizados e completando este,
48

afim de finalmente construir e montar um motor de Ciclo Atkinson com SLM da


Honda.

Figura 12 - Primeiro Esboço do SLM

Fonte: Autoria própria

Os pontos principais de encaixe do bloco, foram definidos com esse


esboço, porém a largura do bloco depende do comprimento desses componentes. O
diâmetro do eixo virabrequim foi estimado utilizando o valor da pressão resultante da
combustão. Aplicando o valor de 9 MPa como pressão, retirado do trabalho de
Gonçalves (2008), na equação (2) já apresentada no capitulo 3.2 temos que:
𝜋. (33𝑥10−3 )2
𝐹𝑝 = (9𝑥106 ). = 7.697,7 𝐾𝑁
4
Utilizando as equações de (8) a (11) estipulamos um valor base para o
eixo virabrequim. O material utilizado para o cálculo foi o Aço 4340, com tensão de
cisalhamento de 6500 [kg/cm2] (SCRIBD, 2017), utilizando um fator de segurança de
1,2 foi obtido a tensão de cisalhamento admissível de aproximadamente 5400
[kg/cm2]. O comprimento utilizado como vão livre foi estimado, com valor de 100
49

milímetros, já o vão carregado foi estimado com valor de 3 milímetros, e o valor


estimado do diâmetro do eixo será de 17 milímetros. Esses valores foram
substituídos nas equações com o auxílio de planilha eletrônica para a obtenção do
resultado, mostrando que a Tensão de Flexão nesse eixo será de 5316,5 [kg/cm 2],
portanto o material resistirá a força, visto que a Tensão Admissível tabelada é de
aproximadamente 5400 [kgf/cm2].
A parede do cilindro tem um papel crucial no funcionamento correto do
bloco, sendo ela que resiste a força da explosão causada pela combustão da
mistura ar/combustível. A equação (1), encontrada no capítulo 3.2, foi utilizada para
este dimensionamento. O valor da pressão utilizada foi de 9 MPa retirada do
trabalho de Gonçalves (2008), a tensão admissível do material selecionado,
Alumínio A390, é de 180 MPa, que transformando para a unidade necessária e
aplicando o coeficiente de segurança, resulta no valor de 900 bar, a eficiência de
solda sendo 1, o raio interno de 33 milímetros, e a margem de corrosão como zero.
Esses valores foram distribuídos em uma planilha do Excel, nos fornecendo um valor
de 3,51 milímetros.
Esses valores iniciais possibilitaram o início da modelagem do bloco do
motor. O bloco se divide em duas partes, sendo elas o bloco do motor e tampa do
bloco. O bloco do motor está representado na figura 13 e figura 14.
50

Figura 13 - Bloco do Motor para a Equipe Pato a Jato - Frontal

Fonte: Autoria própria

Figura 14 - Bloco do Motor para Equipe Pato a Jato - Posterior

Fonte: Autoria própria


51

Para melhor detalhamento das partes do bloco, a figura 15 traz indicações


das partes que constituem o bloco.

Figura 15 - Especificações das Partes do Bloco - Frontal

Fonte: Autoria própria


Seu formato foi elaborado a fim de facilitar a fabricação sendo um motor
compacto, porém, com espaço para mudanças, já que os demais componentes que
completarão o motor não foram projetados juntamente ao bloco. Pode-se observar
uma entrada de óleo na parte superior, e uma saída na lateral direita da vista frontal,
bem próximo ao fundo do bloco. O posicionamento dessa saída é estratégia, já que
um problema no motor atual utilizado pela Equipe Pato a Jato é a necessidade de
virar o motor para o escoamento do óleo, sendo que o mesmo possui somente uma
abertura para entrada e saída do óleo. Um formato que facilite a condução do óleo
para a saída foi adicionado, impedindo óleo estagnado no canto e menor quantidade
do mesmo, necessário dentro do bloco.
Foram adicionadas 5 orelhas para a fixação da tampa do bloco, e seu
furos possuem tamanho para alojar parafusos padrão Allen M6, que foi utilizado para
todas as outras fixações também como bloco/suporte, e cabeçote/bloco. Este
parafuso suporta os esforços a que está exposto e facilita o projeto, possuindo
somente um modelo de parafuso.
52

O cilindro possui o diâmetro especificado, de 33 milímetros, com


espessura de parede projetada de 3,51 milímetros, e uma base para a fixação do
cabeçote com quatro furos padrão M6. Todas as cotas podem ser vistas na folha de
projeto presente no Apêndice A.
Os assentos dos rolamentos possuem valores de acordo com as tabelas
do fabricante. Os rolamentos foram selecionados a partir dos diâmetros estimados
do eixo virabrequim e eixo da engrenagem de redução. Foram escolhidos da
empresa SKF, sendo que para o eixo virabrequim utilizou-se o rolamento rígido de
esferas 6203-2RSH, rolamento blindado, com especificações de acordo com a
tabela 7.
53

Tabela 7 - Especificações do Rolamento 6203-2RSH

Classificação da carga
C 9.95 kN
dinâmica básica
Classificação da carga
C0 4.75 kN
estática básica
Limite de carga de fadiga Pu 0.2 kN
Velocidade-limite 12000 r/min
Fator de cálculo kr 0.025
Fator de cálculo f0 13
Fonte: SKF (2017)

As dimensões deste rolamento podem ser vistas nas figuras 16 e figura


17.

Figura 16 - Dimensões do Rolamento 6203-2RSH

Fonte: SKF (2017)


54

Figura 17 - Dimensões do Encosto para Rolamento 6203-2RSH

Fonte: SKF (2017)


O rolamento utilizado para o eixo da engrenagem foi o W 6000-2RS1,
também blindado, selecionado de acordo com o diâmetro do eixo que foi estimado
em 10 milímetros. Os parâmetros deste rolamento estão presentes na tabela 8.

Tabela 8 - Especificações do Rolamento W 6000-2RS1

Classificação da
carga dinâmica C 3.97 kN
básica
Classificação da
carga estática C0 1.96 kN
básica
Limite de carga
Pu 0.083 kN
de fadiga
Velocidade-limite 19000 r/min
Fator de cálculo kr 0.03
Fator de cálculo f0 12.4
Fonte: SKF (2017)

Onde as dimensões podem ser vistas nas figuras 18 e figura 19.


55

Figura 18 - Dimensões do Rolamento W 6000-2RS1

Fonte: SKF (2017)

Figura 19 - Dimensões de Encosto do Rolamento W 6000-2RS1

Fonte: SKF (2017)

Na parte posterior do bloco pode-se observar duas orelhas que servem


para colocar uma proteção a correia do comando de válvula, isso pensado na
segurança de quem vá manusear o motor ou no powertrain do protótipo. Também se
nota duas orelhas na parte inferior para a fixação do bloco no suporte do motor, que
por sua vez é preso ao chassi. A figura 20 mostra esses itens.
56

Figura 20 - Vista Posterior do Bloco

Fonte: Autoria própria

O bloco tem uma divisão lateral como já pode ser observado nas figuras
anteriores. Isso foi feito para facilitar sua montagem e desmontagem, devido seu
sistema de funcionamento diferenciado. O SLM possui dois eixos que estão em
níveis diferentes, portanto sua montagem sendo lateral facilita o trabalho. A tampa
possui as cinco orelhas que encaixam com as do bloco, estabelecendo um encaixe
perfeito e vedação entre as duas peças, e duas orelhas para a fixação do bloco no
suporte do motor. Também possui furos com o assento dos rolamentos já
selecionados anteriormente. Tanto a tampa como a parede do bloco onde ficam os
rolamentos dos eixos, possuem mesma espessura, selecionada a partir da
necessidade do rolamento, necessitando de 12 milímetros de espessura.
A figura 21 traz a vista frontal da tampa do bloco e a figura 22 traz a vista
posterior da mesma.
57

Figura 21 - Vista Frontal da Tampa do Bloco

Fonte: Autoria própria

Figura 22 - Vista Posterior da Tampa do Bloco

Fonte: Autoria própria


58

Com todos os componentes projetados e desenhados no software de


modelagem 3D, pode-se executa a montagem, para ser observado o tamanho do
conjunto. O modelo do cabeçote foi colocado somente a fim de simula-lo no
desenho. A admissão e exaustão podem ter sua posição indicada já sendo
lateralmente, devido a posição estipulada da correia do comando de válvula. A figura
23 mostra a montagem dos componentes do motor a ser projetado, com o bloco,
tampa e cabeçote transparentes, visualizando o conjunto interno.

Figura 23 - Montagem do Bloco/Tampa/SLM

Fonte: Autoria própria

A figura 24 traz o motor sem a transparência das peças, mostrando mais


claramente seu formato e partes.
59

Figura 24 - Montagem da Tampa/Bloco/SLM - sem transparência

Fonte: Autoria própria

Através do programa utilizado para elaborar os desenhos 3D foi possível


estimar o peso da tampa e bloco montado. Com a densidade do Alumínio A390
sendo 2,73 g/cm3 (TOTALMATERIA, 2017), a tampa e bloco juntos resultam em um
peso aproximado de 1,5 kg.
60
61

5 CONCLUSÕES

Alta eficiência e baixo impacto ambiental são desejados no


desenvolvimento de novas tecnologias. A Equipe Pato a Jato procura desenvolver
tecnologia própria e/ou melhorar certas já existentes. O objetivo desse trabalho foi
iniciar o desenvolvimento de um motor para protótipo de eficiência energética, para a
Pato a Jato, projetando inicialmente o bloco desse motor em um ciclo mais eficiente,
o qual foi escolhido o Ciclo Atkinson.
Partindo dos parâmetros estipulados inicialmente, como cilindrada e ciclo
utilizado, foi estipulado um modelo do sistema de funcionamento que será utilizado
no motor, baseado no motor EXLink. Com alguns componentes estimados e os
principais pontos do SLM identificados, pode-se dar forma ao bloco com espessura
da parede do cilindro projetada de 3,51 milímetros, que se mostrou um valor próximo
ao utilizado em motores comerciais. Ainda houve a necessidade de deixar certo
espaço interno no bloco, já que os componentes do SLM serão ainda projetados,
variando do tamanho estimado neste trabalho.
Foi obtido um projeto de bloco de motor, que com a sequência de
pesquisas e trabalhos será um dos componentes do motor da Equipe Pato a Jato.
Observou-se uma dificuldade em achar referências a respeito do ciclo
termodinâmico escolhido. Outra dificuldade foi não ter o projeto de outros
componentes ao mesmo tempo, assim o projeto do bloco necessitará de ajustes
posteriores. Este trabalho visa a obtenção do um motor mais eficiente, porem essa
eficiência só será comprovada após a finalização o projeto de todos os componentes
do motor, monta-lo e testa-lo na prática, o que resultará em outros trabalhos e
pesquisas para a equipe.
62
63

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Disponível em: <https://www.hondarandd.jp/point.php?pid=313&lang=en>. Acesso
em: 20 out. 2016.

VAN WYLLEN, G.J., Fundamentos da Termodinâmica. 6 ed. [S.L.]: Blucher, 2003.

ZHAO, J., Research and application of over-expansion cycle (Atkinson and Miller)
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APÊNDICE A – FOLHAS DE PROJETO


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