Inspeção Predial
Inspeção Predial
Inspeção Predial
INSPEÇÃO PREDIAL
Arthur Ribeiro Torrecilhas
INSPEÇÃO PREDIAL
1ª edição
Londrina
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
2020
2
© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Presidente
Rodrigo Galindo
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Giani Vendramel de Oliveira
Henrique Salustiano Silva
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinscky Breternitz
Revisor
Gisele Vitor de Oliveira Martin
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Gilvânia Honório dos Santos
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
__________________________________________________________________________________________
Torrecilhas, Arthur Ribeiro
T689i Inspeção predial/ Arthur Ribeiro Torrecilhas, –
Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2020.
43 p.
ISBN 978-65-5903-079-8
CDD 069.2
____________________________________________________________________________________________
Raquel Torres - CRB: 6/2786
2020
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: [email protected]
Homepage: http://www.kroton.com.br/
3
INSPEÇÃO PREDIAL
SUMÁRIO
Metodologia da Inspeção Predial_____________________________________ 05
4
Metodologia da Inspeção Predial
Autoria: Arthur Ribeiro Torrecilhas
Leitura crítica: Gisele V. de Oliveira Martin
Objetivos
• Apresentar os conceitos sobre as ferramentas da
engenharia diagnóstica prediais.
5
1. A engenharia diagnóstica
6
Figura 1 – Componentes da Engenharia Diagnóstica
1.1 Vistoria
7
Vistoria de vizinhança: trata-se da constatação técnica de propriedades
e condições físicas aparentes dos imóveis lindeiros (vizinhos) ou que
possam ser expostos às eventualidades do processo construtivo. Além
disso, ela também pode ser denominada de Vistoria de Cautela.
1.2 Inspeções
8
Inspeção de vizinhança: busca verificar, por meio de análise técnica,
as características e condições aparentes dos imóveis adjacentes ao
local ou proximidades da obra a ser executada, buscando a segurança
e o resguardo de imprevistos em imóveis vizinhos. É uma medida de
segurança contra possíveis infortúnios.
9
1.3 Auditoria
10
Auditoria da acessibilidade: trata-se do atestamento técnico de
conformidade, ou não conformidade, das condições de acessibilidade
das edificações, tendo como base os projetos e normas como a NBR
9.050, por exemplo.
1.4 Perícia
11
geraram as anomalias construtivas em estudo, sejam elas por falha de
manutenção, irregularidades de uso, dentre outros motivos que vieram
a prejudicar a edificação. Sua elaboração e análise deve ser isolada em
grupos distintos, como sistema, elemento ou componente, facilitando
uma possível posterior apuração de responsabilidades.
1.5 Consultoria
12
Consultoria técnica de sistema construtivo: trata-se da consultoria
para apresentação das sugestões técnicas referentes a certo sistema ou
elemento estrutural da edificação, determinando as opções para sua
correta recuperação ou, até mesmo, a prevenção de reincidência de
anomalias ou falhas de manutenção.
Com base item anterior, podemos observar que mais que algumas
características entre as diferentes ferramentas pareçam ser
semelhantes, o objetivo de cada uma é distinto. Por exemplo, segundo
o IBAPE (2014), observa-se que as vistorias e as inspeções buscam uma
verificação superficial do objeto de estudo.
13
Enquanto isso, a auditoria apresenta um aprofundamento maior dos
fatos, devendo compara-los com uma norma, contrato, documentos ou
outros parâmetros.
14
Desse modo, podemos observar que a necessidade de ensaios e
protótipos, como já discutido anteriormente, tem seu início na perícia,
uma vez que a consultoria deve ser iniciada já com os aspectos
determinados na perícia. Caso seja necessário, a fase da consultoria
pode aplicar o uso de protótipos e ensaios.
Assim, você pode observar que a perícia tem como principal objetivo
apresentar a diagnose para facilitar a determinação jurídica dos
responsáveis e das responsabilidades das partes. Logo, a consultoria
tem como função, definir, com base em todos os outros estudos já
feitos, a melhor hipótese a ser tomada diante do problema estudado.
Por fim, ela deve determinar se serão tomadas medidas de intervenção
(demolição, recuperação e reforma) ou interdição do objeto de estudo
(IBAPE, 2014).
15
edificação antiga ou nova? Sua localização é na cidade ou em zona
rural? É uma edificação multifamiliar?
2º. Definir os objetivos a serem cumpridos, questionamentos
a serem respondidos: quando extrajudicial, procure entender
quais os objetivos que o contratante procura atender, verifique
qual a finalidade para sua contratação. Quando judicial, muitas
vezes, é recebido uma lista de questionamentos, esses devem
ser respondidos em tópicos no documento final. Observar os
questionamentos pode definir a dificuldade do trabalho a ser
realizado, os equipamentos necessários, e qual ferramenta é
necessária para conclusão.
3º. Verificar documentação ou informações fornecidas
previamente: busque, antes da visita ao local, reunir o máximo
de informações possível, evitando o retrabalho de várias visitas
ao local para averiguar fatos antes não observados. Essa
documentação é levantada com base no 2º passo e completada
com o 4º passo.
4º. Questionar os usuários, proprietários, ou gestores do objeto
de estudo: procure reforçar o passo 2º com o questionamento
e a entrevista de membros, usuários, proprietários e gestores da
unidade verificada. Desse modo, busque por alterações passadas
ou possíveis futuras, projetos existentes, sinistros já ocorridos
no local, algum histórico que mereça atenção no momento da
Investigação.
5º. Diligência (execução do serviço, investigação): com todos os
passos anteriores executados (quando possível), vá até o local e
realize a diligência, para tal, procure realizar o agendamento com
as equipes e com o contratante.
6º. Classificação das manifestações patológicas observadas:
após levantamento das manifestações patológicas observadas,
classifique-as adequadamente, é uma fissura, uma trinca, uma
rachadura? São por problemas na execução, falta de manutenção
etc.?
16
7º. Conclusões obtidas: com base no levantamento realizado no
local, faça a sua conclusão, apresentando o diagnóstico das
manifestações patológicas.
8º. Fundamentação: em alguns casos, é necessário que seu
diagnóstico seja fundamentado com base em algum modelo já
existente, com normas, legislações, outros padrões, testes, ensaios
ou, até mesmo, com a criação de modelos como fundamentação.
17
• Descrição técnica do objeto de estudo: faça uma descrição do
objeto de estudo, por exemplo, uma residência unifamiliar, com
dois pavimentos, padrão médio, com sacadas etc.).
18
Referências Bibliográficas
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5.674: manutenção de
edificações: requisitos para o sistema de gestão de manutenção. Rio de Janeiro:
ABNT, 2012.
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9.050: acessibilidade a
edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: ABNT,
2020.
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14.037: diretrizes para
elaboração de manuais de uso, operação e manutenção das edificações: requisitos
para elaboração e apresentação dos conteúdos. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15.575: edificações
habitacionais: desempenho. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.
GOMIDE, T. L. F.; FAGUNDES NETO, J. C. P.; GULLO, M. A. Inspeção predial total:
diretrizes e laudos no enfoque da qualidade total e da engenharia diagnóstica. São
Paulo: Pini, 2009.
IBAPE/SP. Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia. Norma de
Inspeção Predial. São Paulo: IBAPE, 2014.
INSTITUTO DE ENGENHARIA. Diretrizes Técnicas de Inspeção Predial. São Paulo:
Instituto de Engenharia, 2013.
SILVA, W. L. Inspeção predial: diretrizes, roteiro e modelo de laudo para inspeções
em edificações residenciais da cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: UFRJ/Escola
Politécnica, 2016.
19
Elementos estruturais e sistemas
de vedação
Autoria: Arthur Ribeiro Torrecilhas
Leitura crítica: Gisele V. de Oliveira Martin
Objetivos
• Apresentar os conceitos e principais manifestações
patológicas nos elementos estruturais.
20
1. Elementos estruturais
21
Figura 1 – Distribuição relativa da incidência de manifestações
patológicas em estruturas de concreto armado aparente
22
1.1.1 Corrosão em armaduras
23
1.1.2 Ninhos de concretagem
Esse erro pode ocorrer por conta de uma dosagem inadequada dos
constituintes do concreto, erro no dimensionamento do tamanho do
agregado graúdo do concreto, formando filtros de retenção entre a
armadura. Além disso, pode vir a ocorrer por causa do lançamento e
adensamento inadequado ou, ainda, pelo fato de a taxa de aço da peça
estar superdimensionada, impossibilitando a penetração correta do
agregado graúdo entre os vãos do aço. Por sua vez, essas manifestações
patológicas podem ser observadas conforme figura a seguir.
24
1.1.3 Flechas excessivas
25
- Fissura:
• Menor gravidade.
• Estreita e alongada.
- Trinca:
- Rachadura:
• É de fácil observação.
26
Dessa maneira, podemos dizer que o surgimento de fissuras nas
estruturas pode se dar por diversos motivos, nem sempre apresentando
uma característica de risco estrutural. Além disso, eles podem ser
apenas fatores estéticos causados por retração química. Entretanto,
essas fissuras podem se desenvolver ao longo do tempo, demonstrando
ser mais do que um problema estético, sendo um problema de
sobrecarga, mal dimensionamento, fundação, recalque ou qualquer
outra manifestação patológica que indique necessidade de correção.
27
Enquanto isso, a Figura 7 apresenta uma fissura ativa na parede de uma
residência, que foi ocasionada ao longo do tempo, tornando-se uma
rachadura.
28
de biodigestão de estações de tratamento de esgoto. Outro exemplo de
ataque químico muito comum às estruturas são os efeitos da maresia,
ocasionando, quando em contato com o aço, a rápida oxidação da
estrutura.
29
Figura 9 – Formação de bolor (fungos) e bactérias em parede
argamassada
30
1.2 Estruturas de madeira
31
2. Elementos de vedação
32
das condições da edificação e o tratamento de correção mais adequado
para cada tipo de manifestação patológica, seja ela de vedação ou
estrutural.
Referências Bibliográficas
CARRARO, C. L.; DIAS, J. F. Diretrizes para prevenção de manifestações patológicas
em Habitações de Interesse Social. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 14,
n. 2, p. 125-139, abr./jun. 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1678-
86212014000200009. Acesso em: 25 nov. 2020.
HELENE, P. Manual para reparo, reforço e proteção de estruturas de concreto.
São Paulo: Pini, 1994.
OLIVEIRA, K. C. de et al. Extensão da vida útil de uma estrutura de concreto armado
dos anos 60, que abriga 42 famílias num condomínio tipo cortiço vertical no centro
de São Paulo. Construindo, Belo Horizonte, v. 4, n. 2, 2 jul./dez. 2012. Disponível
em: http://www.fumec.br/revistas/construindo/article/view/1706. Acesso em: 25
nov. 2020.
PIRES, E. F. C. et al. Modos de ruptura e padrões de fissuração de vigas pré-
moldadas de concreto armado geopolimérico: estudo de caso. Matéria (Rio de
Janeiro), Rio de Janeiro, v. 23, n. 1, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1590/
s1517-707620170001.0318. Acesso em: 25 nov. 2020.
SANTOS, C. F. Patologia de estruturas de concreto. 2014. Monografia (Graduação
em Engenharia Civil)–Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2014.
SILVA, D. M. da. Efeito de biocidas ao comportamento biodeterioativo de fungos
sobre argamassa de cimento Portland. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Edificações e Saneamento)–Centro de Tecnologia e Urbanismo–CTU, Universidade
Estadual de Londrina – UEL, Londrina, 2016.
33
Revestimentos e sistemas de
impermeabilização
Autoria: Arthur Ribeiro Torrecilhas
Leitura crítica: Gisele V. de Oliveira Martin
Objetivos
• Apresentar os diferentes tipos de revestimentos nas
edificações.
34
1. Revestimentos
35
a relação aglomerante/aglomerado e, principalmente, a relação
água/aglomerante.
36
foi aplicada, fissuras já existentes na base e o tipo de material
constituinte.
37
chapisco seja leve e de espessura fina, evitando o acúmulo de peso na
estrutura. Nesse sentido, é importante salientar que para aplicação
do chapisco, a superfície precisa estar livre de poeiras e outros
contaminantes, para que a massa faça a aderência correta na superfície.
38
constituído de superfície ou base de aderência, camada de regularização
(chapisco + emboço argamassado), argamassa adesiva (camada de
fixação) e revestimento (MUSSE et al., 2020), conforme a Figura 2.
39
sobrecargas que geram deformações de serviço, de certa forma,
a estrutura se acomoda conforme os esforços são exercidos nas
peças. Consequentemente, essa movimentação pode acabar sendo
transpassada para as peças de revestimento, provocando fissuras,
trincas e até desplacamento. Um exemplo muito comum desta
situação é o assentamento do revestimento cerâmico logo após o
encunhamento da alvenaria.
40
bolor e as manchas provenientes de sujeiras. Para entendermos melhor
cada uma destas manifestações, vamos explorá-las nos próximos
tópicos.
2.1 Fissuras
41
Essa manifestação patológica afeta apenas parâmetros estéticos,
devendo atentar-se para a atividade de abertura das fissuras, pois, eles
podem representar problemas de infiltração e de desplacamento.
42
próprio e carregamentos. Por estas razões, na última fiada, geralmente,
o bloco de vedação não consegue preencher por completo o vão entre
a penúltima fiada de alvenaria de vedação e a viga superior. Assim,
o executor tem duas opções: fazer o preenchimento desse vão com
argamassa plástica (para trabalhar com as deformações sem repassar a
carga para a alvenaria) ou usar a técnica do encunhamento com pedaços
da alvenaria de vedação (VAZ; CARASEK, 2019).
2.2 Deslocamento
43
2.2.1 Deslocamento por empolamento
44
penetrar profundamente na peça, podem provocar desagregação
profunda nos revestimentos argamassados. Além disso, a eflorescência
pode ser classificada em três diferentes tipos:
45
relacionado à presença de água, seja ela por conta de infiltração ou
até vazamentos. Ainda, a temperatura pode influenciar na proliferação
desses organismos. Essa manifestação, por sua vez, apresenta apenas
efeitos negativos à estética da edificação.
46
um ano de utilização da edificação e, comumente, em pontos localizados
da superfície instalada (PESSANHA et al., 2019).
47
Figura 5 – Exemplos de gretamento em revestimentos esmaltados
4. Impermeabilizantes
48
Argamassa aditivadas com polímeros
Semiflexível Epóxi isento de solventes
Epóxi flexibilizado
Membranas asfálticas
Membranas poliméricas
Membranas
Membranas elastoméricas
Membranas acrílicas
Flexível
Mantas asfálticas
Mantas poliméricas
Manta
Mantas elastoméricas
Mantas plásticas
Fonte: adaptado de Freire (2007).
49
De acordo com a norma, os principais pontos de uma edificação que
necessitam de impermeabilização são: nas fundações e cortinas de
estacas de contenção, reservatórios de fluidos (água por exemplo),
piscinas, coberturas e áreas externas expostas à umidade e calor, áreas
internas das edificações em que estão expostas à umidade (áreas
molhadas e banheiros por exemplo), vigas baldrames (fundação rasa) e
pavimentações (ABNT, 2008).
Referências Bibliográficas
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9.574: execução de
impermeabilização. Rio de Janeiro: ABNT, 2008.
FREIRE, M. A. Métodos executivos de impermeabilização de um
empreendimento comercial de grande porte. 2007. 72 f. Trabalho de Conclusão
de Curso (Graduação em Engenharia Civil)–Departamento de Construção Civil
da Escola Politécnica da UFRJ, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, 2007. Disponível em: http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/
monopoli10011036.pdf. Acesso em: 25 nov. 2020.
LIMA, J. L. de A.; PASSOS, F. U.; COSTA, D. B. Processo integrado de projeto,
aquisição e execução de sistemas de impermeabilização em edifícios residenciais.
Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 13, n. 3, p. 59-77, set. 2013. Disponível
em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1678-86212013000300005&script=sci_
abstract&tlng=pt. Acesso em: 25 nov. 2020.
MUSSE, D. S. et al. Desempenho do revestimento de argamassas reforçadas com
telas: estudo de fissuração e do comportamento mecânico. Ambiente Construído,
[S. l.], v. 20, n. 3, p. 467-491, jul. 2020. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/
ambienteconstruido/article/view/97149. Acesso em: 25 nov. 2020.
PEREIRA, E.; SILVA, I. J. da; COSTA, M. do R. de M. M. da. Avaliação dos mecanismos
de aderência entre argamassa colante e substrato não poroso. Ambiente
Construído, [S. l.], v. 13, n. 2, p. 139-149, jun. 2013. Disponível em: http://dx.doi.
org/10.1590/S1678-86212013000200011. Acesso em: 25 nov. 2020.
PESSANHA, D. F. et al. Ensaio não destrutivo em revestimento cerâmico
utilizando um protótipo para detecção de patologia. Matéria (Rio de Janeiro),
Rio de Janeiro, v. 24, n. 4, 2019. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/s1517-
707620190004.0835. Acesso em: 25 nov. 2020.
SCHIMELFENIG, B. et al. Análise da influência de telas utilizadas como reforço em
revestimento de argamassa de fachada frente a esforços de tração. Matéria (Rio
50
de Janeiro), Rio de Janeiro, v. 23, n. 3, 18 out. 2018. Disponível em: http://dx.doi.
org/10.1590/s1517-707620180003.0534. Acesso em: 25 nov. 2020.
VAZ, F. H. B.; CARASEK, H. Resistência de aderência de revestimentos de argamassa–
contribuição por meio de mapeamento e revisão sistemática de literatura para
futuras pesquisas no tema. Cerâmica, São Paulo, v. 65, n. 374, p. 303-318, jun. 2019.
Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/0366-69132019653742508. Acesso em: 25
nov. 2020.
51
Sistemas hidráulicos, estruturais
e elétricos das edificações
Autoria: Arthur Ribeiro Torrecilhas
Leitura crítica: Gisele V. de Oliveira Martin
Objetivos
• Abordar os sistemas hidráulicos, elétricos e aspectos
estruturais relacionados a esses conceitos.
52
1. Sistemas estruturais
53
verificar se todos os elementos da edificação e seus sistemas conversam
entre si, e se não apresentam nenhuma incompatibilidade que possa
a vir ocasionar um erro construtivo e uma possível manifestação
patológica à edificação. Por exemplo, uma tubulação de água fria
que passa no meio de uma janela de vidro, um ducto (ou conduíte)
corrugado de fiação elétrica que passa pelo centro de uma viga de
madeira, entre outros.
54
Conforme a Figura 1, podemos notar que na imagem A ocorre a
intersecção de uma escada com o cruzamento de um box do banheiro
social do andar inferior. Enquanto na imagem B, podemos observar
a incompatibilidade com os projetos elétricos, sendo que um dos
componentes do sistema elétrico, nesse caso, o quadro de disjuntores,
encontra-se posicionado no centro de uma esquadria do pavimento.
Na imagem C, observa-se a tubulação de ventilação do sistema de
esgotamento sanitário passando por dentro de uma janela. Por
fim, na imagem D, observamos uma prumada elétrica no mesmo
alinhamento vertical que o elemento estrutural viga. Como apresentado
anteriormente, essa condição é usual, porém, apenas quando prevista
previamente em projetos estruturais, em caso contrário, deve ser
tratado como incompatibilidade e revisado.
55
sistema, provocando um curto circuito, nos piores casos, causando um
sinistro na edificação.
2. Sistemas elétricos
56
Em um estudo realizado por Rodrigues (2013), o autor relata que as
manifestações patológicas nas instalações elétricas representam 6,95 %
das reclamações nas edificações (resultado semelhante ao pesquisado
por Boscarriol Jr., em 2013). Desse percentual, 48% apresentam defeitos
com acabamentos, 20% cabos soltos, 20% falta de acabamento, como
falta de espelhos, e apenas 1% erro de fechamento de circuito.
57
aparelho com ausência ou falta de aterramento, infiltração por umidade,
fuga de corrente, sobretensão, curto circuito, entre outros.
58
inspeção elétrica sem a devida proteção de umidade do solo, bem
como a fiação fora dos conduítes ou sem isolamento adequado. Na
Figura 3, você pode observar essas condições, em que em uma caixa de
passagem, com presença de umidade por infiltração, os cabos expostos
e sem adequada proteção podem sofrer deterioração, prejudicando o
sistema de eletricidade da edificação.
59
Ainda, podemos destacar os problemas relacionados com o modo como
os usuários atuam no uso dos sistemas elétricos da edificação, em
muitos casos, ocasionado pelo planejamento incorreto do projeto. Por
exemplo, o projetista não considerou a quantidade de pontos de energia
(tomadas) o suficiente para atender a todos os objetos do cômodo da
edificação, consequentemente, o usuário, se mal instruído, irá utilizar de
maneira indevida os poucos pontos de energia disponíveis, gerando uma
sobrecarga no sistema elétrico, podendo levar a queda do disjuntor,
danificar aparelhos domésticos, curto circuito e, até mesmo, incêndios.
Nesse contexto, suponha que em sua sala de estar existe apenas um único
ponto de energia, em que você precisa conectar um telefone, uma televisão,
um rádio, um aparelho de som e muitos outros equipamentos eletrônicos.
A forma correta de lidar com essa situação seria com a utilização de um
filtro de linha com sistema de proteção contra picos de energia, nesse
caso, um fusível. Entretanto, muitos usuários, por desconhecer dos
perigos quanto as instalações elétricas, acabam fazendo uso de benjamins
(mais conhecido como tê ou adaptador, dependendo da regionalidade),
encavalados com inúmeras conexões, sobrecarregando o sistema elétrico
da edificação, conforme o exemplo da figura a seguir.
60
Esses são os principais problemas causadores de manifestações
patológicas como fuga de corrente, curto circuito e sobretensão nas
redes elétricas. O curto circuito ocorre quando a corrente elétrica
assume uma intensidade elevada por causa da baixa resistência em
um circuito, normalmente, provocados pela perda de isolamento da
fiação ou algum outro elemento do sistema. Para que seja evitado
um curto circuito, recomenda-se o uso de fusíveis ou disjuntores para
distribuir a corrente elétrica. Os disjuntores interrompem a energia
por queda automática, ou seja, desligam a corrente quando detectadas
altas intensidades, já os fusíveis queimam por não resistirem à essas
elevadas cargas, impedindo a continuidade da corrente elétrica aos
demais equipamentos. A vantagem do uso de disjuntores é que eles,
quando isolados por trechos, são desarmados apenas no trecho onde
apresentou sobrecarga, possibilitando uma análise e reparo localizado e
não generalizado.
61
Portanto, em resumo, nota-se a importância dos cuidados com o
projeto, execução, materiais aplicados e uso dos sistemas elétricos da
edificação, evitando possíveis surgimentos de patologias na edificação.
3. Sistemas hidráulicos
62
3.2 Sistema de distribuição de água quente
63
3.4 Sistema hidráulico de águas pluviais
64
3.6 Condições de habitabilidade
Referências Bibliográficas
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5.410: instalações elétricas
de baixa tensão. Rio de Janeiro: ABTN, 2004.
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5.626: sistemas prediais de
água fria e água quente: projeto, execução, operação e manutenção. Rio de Janeiro:
ABNT, 2020.
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6.118: projeto de estruturas
de concreto: procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2014.
BERNARDES, C. et al. Qualidade e custo das não conformidades em obras de
construção civil. São Paulo: Pini, 1998.
BOSCARRIOL JR., R. Patologias em sistemas prediais: hidráulica. Direcional
Condomínios, 2013. Disponível em: http://www.direcionalcondominios.com.br/
sindicos/roberto-boscarriol-jr/item/73-patologias-em-sistemas-prediais-hidraulica.
html. Acesso em: 14 out. 2020.
MARSICO, M. L. et al. Aplicação de BIM na compatibilização de projetos de
edificações. Iberoamerican Journal Of Industrial Engineering, Florianópolis, v. 17,
65
n. 7, p. 19-41, 2017. Disponível em: http://incubadora.periodicos.ufsc.br/index.php/
IJIE/article/download/v9n1702/pdf. Acesso em: 25 nov. 2020.
NASCIMENTO, R. E. Patologia das construções devido ao tempo de uso:
ênfase em instalações. 2014. 44 f. Monografia (Especialização em Patologia
das Construções)–Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2014.
Disponível em: http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/3857/1/CT_
CEPAC_V_2014_10.pdf. Acesso em: 25 nov. 2020.
RODRIGUES, A. C. Levantamento das principais manifestações patológicas
em edificações residenciais de uma construtora de Porto Alegre. 2013. 102 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil)–Departamento
de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013.
Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/78205/000896540.
pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 25 nov. 2020.
SILVA-AFONSO, A.; PIMENTEL-RODRIGUES, C. Certificação de conformidade
técnica de instalações prediais de águas e esgotos: a experiência do Município
de Aveiro. In: ENCONTRO NACIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO/SIMPÓSIO LUSI-
BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 14., 2010. Anais [...] Porto,
Portugal: ENaSB, 2010.
66
BONS ESTUDOS!