2023-3 Família Comboniana
2023-3 Família Comboniana
2023-3 Família Comboniana
Profissões perpétuas
Esc. Andalesossi Koku Delanyo Lomé Cacaveli (T) 2 Fevereiro 2023
(Crépin)
Esc. Djato Wilfried Lomé Cacaveli (T) 2 Fevereiro 2023
Esc. Kasereka Edgard Valyene Kimwenza (DRC) 8 Fevereiro 2023
Esc. Nsinga Rombert Ngeta (U) 5 Fevereiro 2023
Esc. Mugerwa John Bosco Ngeta (U) 5 Fevereiro 2023
Esc. Idro Denis Ngeta (U) 5 Fevereiro 2023
Esc. Joseph Etabo Lopeyok Utawala (KE) 10 Fevereiro 2023
Esc. David Oduor Ochieng Utawala (KE) 10 Fevereiro 2023
Ordenações sacerdotais
Muhindo Michel Butembo (DRC) 16 Fevereiro 2023
Kyasalya
Kasoso Rab-Saba Raoul Kinshasa (DRC) 18 Fevereiro 2023
Abril
Por quantos vivem nas periferias dos grandes aglomerados urbanos,
para que encontrem acolhimento, oportunidades de participação e de
liberdade, promoção e respeito, a fim de que as cidades readquiram um
rosto humano. Oremos.
Festividades significativas
MARÇO
1 Nascim.to S. Daniel Comboni
5
1 São Patrício, bispo LP (London Province)
7
1 São José, esposo de Maria África Central
9
El Salvador, América Latina
2
S. Óscar Arnulfo Romero Dia de oração e jejum em memória
4
dos missionários mártires
2 B. Giuseppe Ambrosoli (dia da morte)
7
ABRIL
DCA (América Central,
São Pedro de São José
25 Costa Rica, Guatemala,
de Betancur, religioso
El Salvador, Nicarágua
Publicações
Enzo Santângelo, mccj – Heitor Frisotti, mccj, Cristo da África ao
Brasil – Messias e Profetas, Alô Mundo, São Paulo, Janeiro 2023.
Neste novo livro, o P. Enzo Santângelo e o coautor, o falecido P. Heitor
(Ettore) Frisotti, apresentam um panorama de figuras extraordinárias,
uma recolha de biografias, uma exemplificação viva do amor a Deus e ao
próximo. Com um estilo desenvolto e cingido ao essencial, sem retórica,
aborda-se também o problema do apartheid e da discriminação religiosa
na África e no Brasil.
CONGO
CÚRIA
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O P. Tesfaye iniciou a Eucaristia agradecendo a todos os superiores
provinciais e delegados «por ter aceitado o gesto de confiança dos
confrades e por estar hoje aqui como eles “servos e coordenadores”. À
volta da mesa de Jesus – onde ele está ao centro – começamos este
tempo de formação permanente […]. Pedimos a Deus, nosso Pai, que
continue a cuidar da sua vinha. É ele o agricultor. Jesus é a videira. Nós
somos chamados a ser os ramos».
Depois da missa, os Superiores e os membros da Direcção-Geral
reuniram-se na sala capitular para uma breve auto-apresentação e para
tomar conhecimento da agenda proposta para as três semanas do seu
encontro.
Segunda-feira 27, foi um dia de retiro, orientado pelo P. Teresino Serra.
Terça-feira 28, tiveram início os trabalhos de grupo, seguidos de
plenários. Dois temas: “A vida do Instituto” e “O serviço da autoridade”.
Duas as questões colocadas para facilitar a reflexão e a partilha: “Que
sinais de vida, desafios e sonhos vês para o Instituo e a tua província no
início do teu mandato?”, e “Como nos vemos e sentimos no início deste
período de serviço? Compartilha expectativas, receios e esperanças, e o
peso e o valor da experiência passada».
Os trabalhos prosseguiram apontando a temas precisos: “Expectativas
para o sexénio e implementação”; “O serviço da autoridade”, “Gestão de
situações particulares”, “Acompanhamento dos confrades”, Gestão das
problemáticas de saúde”… O objectivo do encontro é claro: escolheram-
se “os melhores”, mas agora pretende-se que se tornem “óptimos”.
Durante o dia de domingo 26, os superiores provinciais e delegados das
circunscrições receberam com profunda dor a notícia do naufrágio de um
barco que, por causa do vento forte e do mar alterado, embateu contra
as rochas na praia de Steccato de Cutro (Crotone/Itália), causando a
morte a cerca de 70 migrantes, entre os quais muitas crianças. Os
superiores manifestaram-se em total comunhão com a Família
Comboniana (Combonianos, Combonianas, Seculares e Leigos
Combonianos) presentes em Itália, a qual reagiu ao trágico
acontecimento com um comunicado, em que se apela às autoridades
competentes da Itália e da União Europeia para que façam todo o
possível a fim de que tragédias semelhantes não voltem a acontecer, e
se empenhem em acolher os refugiados e as refugiadas provenientes do
Sul do mundo, porque são seres humanos que pedem para viver com
mais dignidade.
ESPANHA
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XXXV Encontro sobre a África
Dias 4 e 5 de Fevereiro realizou-se em Madrid o XXXV Encontro sobre a
África, organizado pela revista Mundo Negro e pelos Missionários
Combonianos da província de Espanha. Com o título “Transformadoras”,
esta edição deu espaço ao protagonismo das mulheres africanas, sobre
as quais se centraram as cinco cativantes conferências efectuadas por
outras tantas mulheres, três das quais provenientes do continente
africano.
O encontro foi aberto pela camaronesa Sonia Mankongo, que ilustrou a
um público de cerca de 120 pessoas a situação geral das mulheres em
África, com as suas lutas, dificuldades e conquistas. A ela seguiram-se
outras três oradoras que abordaram aspectos mais específicos: Maria
Luna, membro do grupo Justiça e Solidariedade da Conferência
espanhola dos religiosos (CONFER), apresentou as conquistas civis das
mulheres de Maiduguri, no Estado nigeriano do Borno; Asha Ismail,
fundadora de ‘Save a Girl Save a Generation’ (‘Salva uma rapariga, e
terás salvado uma geração’), recordou em primeira pessoa a sua luta
contra as mutilações genitais femininas, uma prática tradicional que
causa ainda imensa dor entre as mulheres africanas, mas não só; Maria
Luisa Puglisi, religiosa das Irmãs Adoradoras Servas do Santíssimo
Sacramento e da Caridade (desde 2000 referente regional para a Europa
de Talitha Kum, a Rede Internacional da Vida Consagrada contra o
tráfico de pessoas) ilustrou o trabalho que a sua congregação
desenvolve em Espanha, acolhendo e acompanhando mulheres, na
maioria africanas, vítimas do tráfico e da exploração.
A atracção principal do evento foi a participação da Senhora Yvete
Mushigo, coordenadora da rede Synergy of Women for Peace and
Reconciliation, com sede na cidade congolesa de Bakavu, que recebeu o
“Prémio Mundo Negro pela Fraternidade 2022” das mãos do superior
provincial, Padre Miguel Ángel Llamazares González. Yvete Mushigo é
congolesa e coordena uma rede de mulheres da RD do Congo, Burundi
e Rwanda, com o objectivo de pôr fim aos discursos de ódio, criar
coesão e sensibilizar a gente sobre os direitos das mulheres, ainda muito
pouco respeitados nas zonas de conflito do leste da RD do Congo.
Domingo 5 de Fevereiro, o XXXV Encontro sobre a África encerrou com
uma missa celebrada segundo o rito congolês, presidia pelo Padre
Boniface Gbama na igreja paroquial da Santíssima Trindade de Madrid.
ITÁLIA
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As novidades da Associação Comboniana Serviço Emigrantes e
Refugiados (ACSE) em Roma
As actividades da ACSE continuam com o solícito e generoso empenho
de sócios e colaboradores. Desde 31 de Janeiro, há um novo serviço
oferecido aos assistidos: foi de facto acordada uma nova convenção com
a Faculdade de Farmácia e Medicina, da Universidade de Roma “La
Sapienza”, para iniciar actividades de “Estágio de higiene dentária”.
Inscrição nos serviços – As inscrições nos cursos de italiano e
informática, nos cuidados de higiene oral, e na possibilidade de receber
pacotes de víveres continuam, sempre com novos pedidos. Hoje os
assistidos são mais de 700: 170 estão inscritos nos cursos de italiano,
informática, inglês e “corte e costura”; 140 recebam cuidados de higiene
oral; cada semana, cerca de 400 pessoas recebem pacotes de víveres.
O ano passado, foram distribuídos 2987 pacotes de víveres para 404
pessoas (cerca de 20 toneladas de alimentos).
Os migrantes assistidos provêm de 48 países diferentes, entre os quais
Egipto, Somália, Bangladesh, Peru, Afeganistão, Tunísia, Síria, Uganda,
Camarões, Albânia, Venezuela, Guiné-Bissau, Mali, Gâmbia, Costa do
Marfim, Eritreia, Senegal, Serra Leoa, etc. Cerca de 20 são Ucranianos.
Bolsas de Estudo – Foi lançada a iniciativa Adopta um estudante
universitário. Graças à colaboração de pessoas singulares, dos Institutos
Combonianos e da Migrantes nacional, este ano serão distribuídas 40
bolsas de estudo de 900 euros cada. Não se trata de uma grande
quantia, mas para os estudantes é verdadeiro maná vindo do céu. Nos
últimos dois anos, pelo menos 12 migrantes, ajudados pelas nossas
bolsas de estudo, licenciaram-se. Um deles, Kone Abdoul, refugiado
político, recebeu o prémio destinado aos 500 estudantes mais
merecedores de todas as universidades italianas.
Cursos de italiano e informática – Em 2023, os estudantes dos cursos
de Italiano estão repartidos em 11 grupos: 4 online e 7 presenciais. Os
cursos são do A0 ao A1, A2, B1 e B2. Sempre mais numerosos são os
pedidos para o exame do nível “Celi B1”, válido para a obtenção da
cidadania italiana. Além dos cursos de língua, oferecemos iniciativas
culturais, como a visita ao Quirinal, ao Palácio das Exposições, Museus
capitolinos, visitas guiadas ao Centro histórico de Roma, etc.
São dois os cursos de informática oferecidos: um de base e outro para a
obtenção da Certificação Internacional de Alfabetização Digital
(International Certification of Digital Literacy, ICDL).
Estudo em cuidados de higiene oral – A actividade ambulatória de
cuidados de higiene oral prossegue regularmente com cinco turnos
semanais, entre manhã e tarde. Os turnos são cobertos por cinco
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dentistas que trabalham ao lado de dois ou três colaboradores. São
tratados cerca de 30/35 pacientes por semana.
Linhas-guia – O P. Venanzio Milani, Presidente da ACSE, faz questão
de especificar as linhas-guia de acção da Associação: 1. Favorecer a
cultura do respeito da vida e das pessoas; 2. Qualificar os serviços
prestados; 3. Promover o voluntariado; 4. Estar presentes em
campanhas a favor dos migrantes; 5. Interagir com outras associações
ou organismos similares. E precisa: «Qualificar sempre mais
profissionalmente os serviços actualmente prestados e procurando
outros novos, segundo as novas exigências, permanece uma nossa
prioridade. Mas devemos ter presente que, para além dos serviços
oferecidos, é preciso amadurecer uma atenção e uma sensibilidade
relevantes face a cada pessoa dos migrantes, procurando conhecê-los
na sua identidade e valores. O conhecimento é essencial para quem
procura acompanhá-los no caminho da inclusão social e da inter-acção
cultural».
MÉXICO
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passagens: “ver”, “julgar/interpretar” e “agir” como um povo redimido por
Jesus Cristo, sob o olhar amoroso de Santa Maria de Guadalupe.
Entre os vários empenhos, está também aquele, muito concreto, de
«identificar e acompanhar os grupos vulneráveis da nossa sociedade:
migrantes, mulheres maltratadas, sem-abrigo, vítimas das contínuas
calamidades naturais, jovens em risco, doentes e presos, entre outros».
Há três aspectos missionários muito evidentes no projecto pastoral: o de
uma “Igreja em saída”, que reforça a experiência da Missão Continental;
o da missão Ad Gentes, que nos torna presentes em todas as periferias
existenciais-geográficas; e o do reconhecer e assumir nos nossos
processos pastorais a conversão pastoral, a sinodalidade e a riqueza do
chamado “Método Guadalupino de Evangelização”.
Como já o fizera o Papa Francisco, também os bispos do México se
dizem felizes por constatar que a vitalidade, a alegria e o espírito de
festa do povo mexicano se podem notar em particular nos adolescentes
e nos jovens do País. Os bispos confiam neles, e convidam a «realizar
projectos pastorais dirigidos a acompanhar e ajudar os jovens em risco
de violência, tráfico de droga, prostituição, tráfico de seres humanos,
etc…, providenciando-lhes lugares mais saudáveis e capazes de os
ajudar a desenvolver o seu espírito juvenil».
MOÇAMBIQUE
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com o sacro Crisma, a entrega do livro dos Evangelhos, do anel, da mitra
e do peitoral, a investidura e o abraço de paz. Ritos que manifestam o
serviço a que é chamado o bispo: apascentar, juntamente com todos os
bispos, com mansidão, fidelidade e plenitude de coração, o rebanho de
Deus espalhado por toda a terra.
Durante a homilia, o Arcebispo da Beira exortou o seu auxiliar a assumir
a missão que o Senhor lhe confia, procurando doar-se ao serviço da
Igreja e das pessoas mais necessitadas. «Que as mães das zonas
rurais, que nunca viram um bispo, se sintam apoiadas pela tua missão
pastoral», sublinhou D. Claudio.
Por seu lado, no seu primeiro discurso como bispo, D. Bogaio
Constantino disse ter recebido a nobre, espinhosa e difícil missão de
pastor com «temor e tremor», mas movido pelo grande desejo de «servir,
servir e servir a Igreja». Dirigindo-se depois a D. Claudio, seu superior no
episcopado da Beira, prometeu colaborar com ele, acrescentando: «A
tua dor será a minha dor, e a tua alegria será a minha alegria». Dirigindo-
se à assembleia, o novo pastor lançou o seguinte desafio: «Contai
comigo, como eu conto convosco, mas cada um tem de assumir as suas
responsabilidades». Aos seus confrades disse: «Agora sou bispo, mas
sem deixar de ser missionário comboniano».
NAP
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anos de serviço na Franciscan Media (sociedade multimédia que
compreende a revista O Mensageiro de Santo António – St. Anthony
Messenger). Recentemente, assumiu também o papel de perita de
comunicação para as Irmãs da Divina Providência em Melbourne, no
Kentucky. Em cada novo cargo, Katie aprendeu novas competências
para enriquecer um curriculum já excepcional.
«O trabalho de Katie como redactora da revista Comboni Missions
Magazine procura sempre um bom equilíbrio entre as notícias do mundo
católico, as histórias pessoais chegadas das missões, e as difíceis
realidades que se encontram na vida de missão», continuou Lindsay na
sua carta de motivação. «O mundo pode estar cheio de sombras, mas a
luz supera sempre a obscuridade. Katie contribui para fazer emergir esta
luz na nossa revista. As histórias, que por vezes focalizam situações
difíceis, levam sempre esperança. E isto porque a própria Katie procura
o melhor em cada pessoa capaz de oferecer à revista o seu idealismo,
para depois o partilhar com o mundo».
Foi acertada a decisão de entregar o prémio deste ano no Centro
Missionário Comboniano, permitindo assim aos colaboradores e aos
amigos missionários de Katie tomar parte na bela celebração. O P.
Ezama Ruffino, superior provincial da Comboni North American Province,
celebrou a missa com o Padre Dan Dorsey dos Glenmary Home
Missioners. Um jantar, a entrega do prémio e o discurso de um orador de
renome completaram o serão.
No seu discurso de aceitação, Katie disse: «Escrever é realmente muito
importante. Os nossos missionários são incríveis. É realmente fácil
escrever belas histórias quando se tem belas histórias para contar.
Tenho a sorte de contar histórias que são também magníficas. É um
privilégio trabalhar para as irmãs e os missionários».
A Associação Salesiana é uma comunidade de comunicadores católicos
da Greater Cincinnati. Ela oferece aos seus membros a possibilidade de
cultivar recíprocas relações espirituais e experienciar uma verdadeira
proximidade com o seu Criador, através de um espírito de comunhão, fé
partilhada e diálogo comunitário. Trata-se de uma organização muito sui
generis: não tem quotas sociais, não tem funcionários, e realiza apenas
uma reunião por ano. Mantém-se activa desde 1944.
QUÉNIA
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encontravam-se dois jovens confrades, Joseph Etabo Lopeuok e David
Oduor Ochieng, que se aprestavam a emitir os seus votos perpétuos e a
receber a ordenação diaconal. A festejá-los encontrava-se, por sua vez,
toda a comunidade paroquial, as duas famílias dos ordinandos, e
numerosos membros da Família Comboniana presente no Quénia. A
profissão perpétua teve lugar sexta-feira 10; a ordenação, sábado 11.
Os dois eventos foram momentos de grande festa e de profunda
espiritualidade. A alegria estava no auge, mesclada com orgulho sadio.
Etabo é o primeiro membro do grupo étnico dos Turkana a fazer a
profissão perpétua no Instituto dos Missionários Combonianos, que se
preparam para celebrar o 50º aniversário da sua presença no Quénia.
Durante a homilia, o superor provincial, Padre Andrew Wanjohi, falou da
alegria de pertencer à Família Comboniana e da disponibilidade de cada
confrade a ser “enviado”. Dirigindo-se directamente aos dois neo-
professos, recordou-lhes que, embora sejam agora “membros radicais da
província do Quénia”, são chamados a permanecer sempre dispostos a
obedecer, com espontânea e respeitosa adesão da vontade, às
exigências de todo o Instituto.
Referindo-se à passagem evangélica do dia, Marcos 7, 31-37, que narra
a cura de um surdo-mudo realizada por Jesus numa localidade da
Decápole (região pagã), o Padre Andrew pôs em evidência como o
homem curado, não obstante a imposição de Jesus de «não falar a
ninguém do sucedido», não pôde guardar para si a graça recebida, e
começou a proclamar a todos a beleza do seu encontro com Jesus e a
alegria sentida pela cura obtida. E acrescentou: «Também vós, neo-
professos, deveis sentir a necessidade e a urgência de gritar a todos a
alegria do vosso encontro com Jesus».
11 de Fevereiro foi o dia da ordenação diaconal. Cristãos provenientes
de várias partes do Quénia encheram de cores a celebração, ostentando
os trajes mais típicos das suas próprias culturas. A presidir à celebração
esteve D. Bert van Megen, Núncio Apostólico no Quénia e Sudão do Sul.
Conhecedor e sincero amigo dos combonianos desde há muito,
comentando a recente visita do Papa Francisco ao Sudão do Sul, não
pôde deixar de falar com afecto e nostalgia do papel desempenhado
pelos missionários combonianos naquela nação dilacerada.
A primeira leitura da missa ritual falava de Moisés, e D. Megen sublinhou
que, só depois de ter adquirido a mansidão, é que o grande condutor
pôde interceder pelo povo. Daqui o seu convite claro dirigido a todos –
cristãos e missionários – a caminhar ao lado da gente, partilhando a sua
vida, para poder interceder por eles. Não só: deverão também ter a
coragem de opor-se a todo o tipo de injustiça e denunciar abusos
perpetrados por lideranças corruptas. Como Moisés, também os neo-
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ordenados deverão assumir o papel de profetas sofredores. De resto, os
combonianos têm uma longa tradição de luta e resistência ao lado das
populações oprimidas e crucificadas, pagando esta sua coragem a caro
preço. Mas isso não surpreende num instituto fundando por um amante
da Cruz como S. Daniel Comboni. «O cosso Fundador sabia que
precisava de missionários corajosos, generosos e prontos para tudo,
dado o ambiente de trabalho em que se encontrariam. Sede dignos
sequazes de tal Pai e Fundador». A cerimónia terminou cum um bom
almoço, preparado pelos paroquianos e pela comunidade de Utawala.
UGANDA
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experiências que os nossos confrades estão a fazer num contexto de
missão. A tónica foi posta no “sonho”, articulado pelo XIX Capitulo Geral,
de ajudar os nossos confrades a fazer uma transição significativa da
Formação Inicial à Formação Permanente.
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Em Outubro de 2022, o P. Benito é levado para Castel d’Azzano
(Verona), para o Centro para combonianos doentes. Chega em
condições de saúde muito precária, com dificuldades auditivas e de fala.
Vive sobretudo no silêncio e na oração. Chega a ser internado no
hospital por problemas surgidos no seu estado de saúde, e aí
permanece algumas semanas. Regressa a Castel d’Azzano. Parece ter-
se restabelecido um pouco, mas os sinais de crescente debilidade são
evidentes. Dia 30 de Janeiro de 2023, o Padre Benito apaga-se
serenamente no sono, enquanto o P. Luigi Cadé lhe estreita a mão.
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Foi ordenado sacerdote a 26/6/55 na Catedral de Milão pelo então
cardeal Giovanni Battista Montini, depois Papa Paulo VI, canonizado
pelo Papa Francisco a 14 de Outubro de 2018.
O P. Carlo recém-sacerdote começou a desenvolver o seu serviço
missionário em Itália durante quatro anos (1955-59) como formador dos
seminaristas combonianos em Trento e Pesaro. Passou depois dois
anos em Londres para aprender a língua inglesa, fundamental para a
sua futura obra missionária em África. Aqui chega em Julho de 1961 e,
carregado de entusiasmo, oferece o seu serviço no Uganda nestas
missões: Morulem, Gulu, Aboke, Opit e Moroto (Norte do Uganda) onde
durante três anos colabora na formação dos candidatos da Congregação
dos Apóstolos de Jesus, fundada pelo confrade P. Marangoni.
Em 1974, o próprio P. Marangoni chama-o a Nairobi onde colabora na
formação dos sacerdotes chamados “Apóstolos de Jesus”.
Em 1980 foi encarregado de desenvolver a congregação masculina dos
missionários denominados “Evangelizadores Contemplativos”
(Contemplative Evangelisers) e é eleito Padre Geral da mesma, tendo
sido reconhecida a sua grande capacidade formativa.
Missionário apaixonado de Cristo e das almas a conduzir para Ele,
oferece-se para multíplices serviços de ministério sacerdotal – sempre
no Quénia – de 1987 a 2015. Diversas missões têm o privilégio de o ter
com eles: Moyale, Gilgil, Rongai, Amakuriat, Ongat, Nairobi e Marsabit.
Naqueles anos de fecundo apostolado, o P. Carlo ocupa-se de
catecismo, evangelização dos adultos, assistência aos doentes e aos
necessitados, sempre com um sorriso nos lábios que o tornava próximo
de todos.
Ele pôs verdadeiramente em prática o mandamento de Jesus: aprendei
de mim que sou manso e humilde de coração (Mt 11, 29).
Homem de profunda cultura e inteligência vivaz, o P. Carlo focalizou os
seus talentos e as suas energias no mundo da escola. Tinha
compreendido que só apostando na educação da juventude masculina e
feminina a África poderia alcançar a capacidade de acabar com a sua
situação secular de pobreza e dependência do mundo colonial e chegar
assim ao verdadeiro progresso e civilização segundo as linhas mestras
da doutrina social da Igreja.
Passam os anos também para o P. Carlo, e a 1 de Julho de 2015,
malgrado seu, tem de deixar a amada África para voltar para Itália. Tem
86 anos e é destinado à comunidade comboniana de Rebbio (Como) que
acolhe e assiste os confrades idosos ainda auto-suficientes. Fisicamente,
o P. Carlo vive a sua transformação comum a todos os idosos. Um dia
chega a bengala que o ajuda a evitar quedas. Depois vem o andarilho
para se apoiar. Mas a sua cabeça está em ordem e ele, através do
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telefone, o computador e o Skype, continua imperturbável as suas
relações com os amigos do Quénia e de Londres. Os seus familiares não
o abandonam e a turnos vêm visitá-lo para o levar a algum sítio para um
bom almoço coroado pelo gelado preferido. Além disso, de vez em
quando, levam-no para casa deles para lhe dar a alegria do calor
familiar.
Até que chega lentamente a progressiva fraqueza nas pernas e depois
as quedas repentinas. O P. Carlo compreende que a chamada de Deus
se aproxima. Domingo, 26 de Fevereiro, o P. Carlo deita-se gravemente
no seu quarto. Naquele dia, o último da sua vida, Deus dá à sua família a
grande graça do último adeus (estão presentes a irmã, o irmão, o
sobrinho Maurizio e outros).
Esta despedida comovente foi abençoada pela oração feita pela sua
família juntamente com alguns confrades com a graça do sacramento da
Unção dos Enfermos, que a Igreja dá aos doentes para infundir
serenidade, saúde, paz, e a remissão dos pecados. Sacramento que,
para o crente, se torna no terno abraço de Jesus e da mãe celeste Maria.
Depois de uma noite passada serenamente, segunda-feira 27 às 8h30, o
P. Carlo abriu os olhos encontrando a Luz daquele Deus pelo qual tinha
consumado toda a sua longa vida. Agradeço-te Pai Celeste por teres
doado o P. Carlo à sua família, à família comboniana, à África e ao
mundo. Agora toca a ti caro P. Carlo rezar por todos, para que um dia
nos reencontremos contigo num abraço eterno. (P. Egidio Tocalli, mccj)
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