Prescricao Farmaceutica de Formulas Homeopaticas
Prescricao Farmaceutica de Formulas Homeopaticas
Prescricao Farmaceutica de Formulas Homeopaticas
Fórmulas Homeopáticas
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
CAPÍTULO 3
ROTEIRO DE INSPEÇÃO DE FARMÁCIA..................................................................................... 87
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 92
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
Hahnemann era um indivíduo naturalmente questionador. Ao ler sua história sabe-se
que a Homeopatia surgiu por seu descontentamento com as práticas terapêuticas da
época. Estudou, observou e após esse processo, fez uma nova proposição de cuidado
com a saúde e com a doença para a época, a Homeopatia. Depois disso, fez contínuas
progressões em suas ideias. Elaborou seis edições do Organon da Arte de Curar, o mais
importante referencial para a Homeopatia. E a cada edição incorporava novos conceitos
e aprimorava outros.
Mas outros argumentos mais objetivos serão apresentados, como o estado da arte da
pesquisa científica em torno da Homeopatia. Ainda que polêmica, muitos pesquisadores
estão mostrando resultados que sustentam a Homeopatia como prática racional.
Mas como a Homeopatia é uma terapêutica que se afasta, em termos, do mercado
farmacêutico, muitos são seus detratores e nem todos baseados apenas em interesse
sanitários.
Nesse contexto, essa teoria abre espaço para múltiplas interpretações, as chamadas
Escolas da Homeopatia, assim como para as palavras de Hahnemann. Muitos seguidores
importantes de Hahnemann acrescentaram suas próprias concepções e que são
seguidas. Assim, o presente capítulo busca apresentar os conceitos hahnemannianos
clássicos da Semiologia, deixando as variações para estudos futuros e individuais.
Objetivos
»» Apresentar o significado de sintomas para a Homeopatia.
CAPÍTULO 1
Semiologia x semiologia homeopática
Portanto, tratamos semiologia como a arte e a ciência, que nos ajudará a chegar a um
diagnóstico, e com ele chegar ao tratamento apropriado.
Para realizar uma semiologia bem sucedida os profissionais devem ter conhecimentos
de diferentes áreas como anatomia, fisiologia, patologia, microbiologia e farmacologia.
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UNIDADE I │ CONCEITOS DE SEMIOLOGIA PARA PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS
Entre as décadas de 1960 e 1970, nos Estados Unidos, surgiu a Farmácia Clinica, onde
estimulou a participação do farmacêutico em programas de uso seguro de medicamentos
em hospitais, e nos anos 2000 chegou ao Brasil. Mais de uma década depois, sabemos
que hoje é uma prática que pode ser desenvolvidas em hospitais, ambulatórios,
unidades de atenção primária à saúde, farmácias comunitárias, instituições de longa
permanência e domicílios de pacientes, entre outros, e esse conceito se relacionará
muito com a Semiologia Farmacêutica.
II. Semiogenesis: este ramo lida com o estudo da origem dos sinais e
sintomas.
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CONCEITOS DE SEMIOLOGIA PARA PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS │ UNIDADE I
Você terá de estar preparado para uma nova forma de pensar a terapêutica
medicamentosa. A Homeopatia baseia-se em uma lógica diferente da que é aceita pela
ciência atual e a que, provavelmente, você está acostumado.
O homeopata não fica satisfeito se apenas o sintoma pelo qual o paciente o procurou,
veio a melhorar. O profissional busca o que mudou, para melhor ou pior, e se a
vitalidade global da pessoal aumentou ou diminuiu. Por exemplo, se um problema de
pele melhorou mas desenvolveu uma infecção no tórax, o homeopata pode concluir que
a terapia na verdade faz a pessoa piorar.
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UNIDADE I │ CONCEITOS DE SEMIOLOGIA PARA PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS
alemão que emigrou para os Estados Unidos em 1830 e que é considerado o pai da
Homeopatia Americana. Os três princípios gerais do processo de cura homeopático são
conhecidos como as Leis de Cura de Hering ou os Guias de Cura de Hering.
Segundo a primeira das Leis de Hering, a cura progride das partes mais profundas do
organismo, os níveis mentais e emocionais e os órgãos vitais, para as partes externas,
como a pele e as extremidades. A cura está em andamento quando os sintomas
psicológicos da pessoa diminuem e os sintomas físicos aumentam (desde que os
sintomas físicos não sejam gravemente patológicos). Por fim, à medida que a cura chega
ao nível externo, até mesmo os sintomas superficiais são aliviados. Entretanto, se os
sintomas físicos melhoram mas o estado psicológico piora, considera-se que o estado
de saúde da pessoa está se deteriorando.
Dentro de cada um dos três amplos níveis do sistema de defesa, os sintomas que afetam
as funções mais vitais são os mais profundos e os mais ameaçadores à saúde.
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CONCEITOS DE SEMIOLOGIA PARA PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS │ UNIDADE I
referem-se mais a pacientes tratados em estados crônicos, mas mesmo durante uma
doença aguda pode ser observada uma retração no desenvolvimento dos sintomas
depois que é administrado o medicamento.
Já, a Terceira Lei de Hering, diz que a cura progride das partes superiores às mais
inferiores do corpo. Por exemplo, considera-se que a pessoa está se curando se a dor
artrítica em seu pescoço tiver diminuído, embora agora apresente dor nas articulações
dos dedos.
No séc. 19, a Homeopatia surgiu como uma ciência médica altamente sistemática,
pelos esforços do médico alemão Samuel Hahnemann. Antes de desenvolver
a ciência homeopática, Hahnemann foi um médico e químico de renome. Era
o médico pessoal dos integrantes da realeza alemã e autor de uma das mais
respeitadas obras sobre química de seu tempo. Apesar do sucesso, ele acabou
abandonando a prática médica ortodoxa; achava que causava mais mal que bem
com o uso rotineiro de sangrias, doses venenosas de mercúrio e arsênio, além
das outras práticas médicas muitas vezes prejudiciais em voga no seu tempo.
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CAPÍTULO 2
Sintomas em homeopatia
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CONCEITOS DE SEMIOLOGIA PARA PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS │ UNIDADE I
Para Hahnemann (2013, p. 19), a suscetibilidade não é uma condição orgânica, nem a
doença é o resultado de “perturbações mecânicas ou químicas da substância material
do corpo físico”, mas sim a expressão de um desequilíbrio dinâmico. Dinâmico porque
altera a energia vital, elemento que anima o corpo físico, que liga as funções biológicas
com a individualidade que coexiste com o corpo físico.
Assim, os agentes agressores, em contato com o corpo físico, irão alterar a dinâmica
existente entre o princípio vital e o ser, alterando, assim, a maneira como esse equilíbrio
se expressa. Por ser uma condição individual, o desequilíbrio terá um caráter pessoal,
porém Hahnemann chama a atenção para que certas condições se apresentam como
“doenças artificiais” e ressalta a importância para os bons hábitos de vida, como
alimentação, repouso e evitar excessos de toda ordem.
De forma mais clara, comer muito, por exemplo, alimentos gordurosos, irá causar
dispepsia em todos, assim como excesso de bebidas alcoólicas. Altas temperaturas no
ambiente, sem a devida ingestão de água, provocará a desidratação em todos. Todos
os que se expuseram ao fogo, ficarão queimados. Mas mesmo nessas circunstâncias,
dentro de um limite, o organismo irá reagir de forma própria e individual. Portanto,
a cada agente agressor dinâmico, seja ele físicos (inverno ou verão, por exemplo),
químicos (agentes poluentes) ou biológicos (agentes infecciosos), o complexo corpo,
princípio vital e se apresentarão o desequilíbrio de forma própria, em um conjunto de
sintomas. Então, será isso que deverá ser percebido como doença e que o medicamento
homeopático irá recompor.
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UNIDADE I │ CONCEITOS DE SEMIOLOGIA PARA PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS
A ciência hoje sabe que dor é resultado da estimulação de terminais nervosos pela
prostaglandina, por exemplo, como resultado de um processo inflamatório. Essa visão
leva à origem dos medicamentos analgésicos que impedem a produção do mediador
químico responsável pela dor. É importante você lembrar que, Hahnemann não tinha
esse conhecimento, mas, mesmo que tivesse, talvez não estaria muito preocupado com a
informação. Na Homeopatia, os sintomas são apreciados na condição da individualidade.
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CONCEITOS DE SEMIOLOGIA PARA PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS │ UNIDADE I
§ 25, Organon: o único e infalível oráculo da arte de curar, a experiência pura, nos
ensina em todos os ensaios cuidadosos, que é realmente aquele medicamento
que provou poder provocar em sua ação sobre o corpo humano são, o maior
número de sintomas semelhantes que se encontram no caso de doença sob
tratamento; e em doses devidamente potencializadas e diminuídas, remove
rápida, radical e permanentemente todos os sintomas deste estado mórbido,
isto é (§§ 6-16), toda a doença atual, transformando-a em saúde; e que todos os
medicamentos curam, sem exceção, todas as doenças cujos sintomas mais se
assemelham aos seus, sem deixar de curar nenhum. (HAHNEMANN, 2013)
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UNIDADE I │ CONCEITOS DE SEMIOLOGIA PARA PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS
Após ter esse insight, Hahnemann construiu a Homeopatia pelo método indutivo, ou
seja, a partir da observação de fatos, como fator bastante importante. Hahnemann
percebeu a regra similia similibus curentur (semelhante cura o semelhante). Antes de
continuarmos, vamos apresentar essa ideia com um exemplo simples. A picada de uma
abelha irá apresentar um quadro bastante conhecido: a região ficará dolorida, com edema
e eritema pronunciados. Por outro lado, quando um paciente apresentar uma situação
semelhante, como o excesso de exposição ao sol ou alguns casos de conjuntivites, o
medicamento homeopático Apis mellifica, produzido a partir de abelhas, será capaz de
resolver essa situação. Lembrando que a técnica homeopática é própria.
Ao perceber essa regra de cura, ou seja, uma substância cura aquilo que ela capaz de
provocar em um indivíduo são, Hahnemann considerou necessário ir além do que se
sabia àqueles tempos e propôs a investigar novas substâncias e detalhar melhor o quadro
que elas provocavam. Não bastava estudar o que já se sabia, pois o pai da Homeopatia
considerava importante separar o efeito da substância ingerida, daquele produzido pela
doença.
Além disso, muito do que se sabia sobre as substâncias eram derivadas de processo
de intoxicação e ele achava que isso poderia obscurecer algumas informações. Afinal,
as pessoas intxicadas poderiam apresentar quadros muito radicais, incluindo a morte
e Hahnemann passou a considerar em quadro de sintomas mais abrangente. Então
propôs um método científico e revolucionário para à época, o da experimentação. Com
ela, pretendeu descobrir quais possíveis efeitos que uma substância poderia produzir.
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CONCEITOS DE SEMIOLOGIA PARA PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS │ UNIDADE I
A partir da relação dos sintomas causados em um indivíduo são, seria possível elaborar
os medicamentos.
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UNIDADE I │ CONCEITOS DE SEMIOLOGIA PARA PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS
Em uma consulta homeopática, o quadro mental de uma pessoa, com suas angústias,
medos e desequilíbrios não é considerado como uma doença em si, mas como um
conjunto de informações necessário para a escolha do medicamento. Como veremos, o
quadro mental considerado genericamente é uma forma bastante pessoal de expressar
o desequilíbrio do Princípio Mental.
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CONCEITOS DE SEMIOLOGIA PARA PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ CONCEITOS DE SEMIOLOGIA PARA PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS
diluição centesimal sequencial feita por trinta vezes. Isso significa uma substância
original diluída a 1060.
A dose recomendada seria uma vez ao dia, mas poderá ser necessário fazer uso mais
vezes ao dia porque nem todos reagirão na mesma dimensão. Por isso, a palavra “porém
sensível” foi formatado em negrito. Essa sensibilidade também poderia aparecer de
forma diferenciada no mesmo experimentador, daí a importância de fazer esse processo
mais de uma vez.
Apesar de todos esses critérios, e outros mais, a proposta de Hahnemann seria inviável
nos dias de hoje, quando há protocolos mais rígidos para o controle das experimentações,
como a necessidade da aprovação por Comitês de Ética em Pesquisa. Além disso,
Hahnemann não utilizou critérios que garantam a imparcialidade dos resultados, como
a técnica de ensaios randomizados e em duplo cego. Porém, há de ressaltar que não
havia esse tipo de exigência a aquela época.
Disponível em:
<https://www.revistas.usp.br/revistadc/article/download/80006/83924>.
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CONCEITOS DE SEMIOLOGIA PARA PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ CONCEITOS DE SEMIOLOGIA PARA PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS
A razão humana passa a definir as coisas, porém sem descartar os elementos divinos.
Com base em outros filósofos, a ciência vai se tornando exclusivamente experimental,
quantitativa e determinística, em busca de leis gerais. Com isso, ciência estuda coisa
objetivas, deixando para a religião e a filosofia cuidarem das coisas abstratas e divinas.
O dualismo corpo e alma de Descartes impregnou a forma de pensar da ciência, assim
como as questões de saúde e da doença (CASTRO; ANDRADE; MULLER, 2006).
Dualismo que significa que os dois elementos precisam ser pensados separadamente,
deixando de lado o conceito de ser integral.
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CONCEITOS DE SEMIOLOGIA PARA PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS │ UNIDADE I
House of Commons
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UNIDADE I │ CONCEITOS DE SEMIOLOGIA PARA PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS
para agir no processo de cura, pois só assim será possível atingir o princípio vital
desequilibrado, responsável pelo quadro que se apresenta como doença.
Mas é preciso ressaltar que os bons hábitos de vida são fundamentais, mesmo com o
uso da Homeopatia. O indivíduo portador de Diabetes do tipo II terá de se alimentar
adequadamente, manter-se ativo e, eventualmente, emagrecer. Ainda que seja
repetitivo, não há medicamento homeopático para o diabetes, mas “o” medicamento
escolhido para cada caso em particular.
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ANAMNESE UNIDADE II
HOMEOPÁTICA
CAPÍTULO 1
Doenças agudas e crônicas
As doenças agudas, com causa bem definida, produz sintomas semelhantes em várias
pessoas acometidas pelo mesmo problema. Explicando casualmente, uma queimadura
apresenta respostas semelhantes em várias pessoas diferentes. Ou mesmo uma
agressão microbiana, que tem um tropismo por um órgão e, portanto, causa lesões bem
específicas. Os vírus da hepatite (A, B ou C) infectarão e causarão danos no fígado.
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UNIDADE II │ ANAMNESE HOMEOPÁTICA
um resfriado, terá um quadro geral, muito semelhante a todos, mas também poderá
haver expressões próprias derivadas da maneira como a força vital individual foi
afetada. O pai da Homeopatia afirma, nos parágrafos de 152 até 168, que mesmo uma
doença aguda deve ser vista pelos sintomas mais característicos e mais amplos.
Mas essa ideia de gênio epidêmico permite, por outro lado, o uso racional da Homeopatia
em doenças infecciosas. Mais adiante, veremos que alguns laboratórios criaram os
“complexos homeopáticos” procurando elaborar medicamentos que apresentem em
sua anamnese os sintomas mais comuns de determinadas doenças.
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ANAMNESE HOMEOPÁTICA │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ ANAMNESE HOMEOPÁTICA
fumo, estresse etc.) irá gerar uma condição de desequilíbrio do Princípio Vital que a
Homeopatia não conseguirá reverter. Com isso, Hahnemann diferencia o que seria o que
seria de fato uma doença crônica e que ela não pode ser considerada quando derivada de
agressores que poderiam ser retirados. Hahnemann (2013, § 77) apresenta um conceito
extremamente moderno, valorizando o estilo de vida como fator de proteção.
Doença crônica para Hahnemann, portanto, tem outro sentido do aquele assumido
pelo Ministério da Saúde e pela ciência moderna que as denominam de Doenças
Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Essas são aquelas causadas pelo uso do tabaco,
pela inatividade física, pelo uso prejudicial do álcool e por dietas não saudáveis, sendo
responsáveis por cerca de 70% de todas as mortes no mundo. Provocam distúrbios
cardiovasculares, respiratórios crônicos, cânceres e diabetes (MALTA et. al, 2017).
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ANAMNESE HOMEOPÁTICA │ UNIDADE II
Para a Homeopatia, como miasma inicial, gerador de todas as doenças teríamos a Psora.
A Psora, na teoria homeopática, é um obstáculo à cura derivada de alterações no Princípio
Vital causadas por uma infecção no próprio indivíduo ou nos seus antepassados. Na
evolução das ideias homeopáticas, a escola francesa considera o miasma como somente
a predisposição genética, passando para a denominação de diátese (MERIADEC, 1985).
como uma “explosão passageira” do seu estado latente. No parágrafo 80 afirma ser
“[...] a Psora, a única causa fundamental real, produtora de todas as demais numerosas
outras, direi mesmo incontáveis, formas de moléstia [...]”. Mas no parágrafo 82
considera a possibilidade de existir medicamentos específicos que liberem o obstáculo
à cura causado pelos miasmas, mais especificamente pela Psora.
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UNIDADE II │ ANAMNESE HOMEOPÁTICA
Provas homeopáticas
A maioria dos experimentos com drogas conduzidos por pesquisadores médicos
ortodoxos é realizada em pessoas doentes, em animais ou em laboratórios. Em
sua contribuição radicalmente inovadora para a ciência médica, Hahneman foi o
primeiro a recomendar a administração de drogas medicinais às pessoas saudáveis
para avaliar suas características fisiológicas. Essas experiências, chamadas “provas”,
constituem-se da administração diária à pessoa de pequenas doses da substância pura
até trazer à tona os sintomas. A dose usada é extremamente pequena e é escolhida de
acordo com as especificações das propriedades tóxicas do medicamento potencial. São
feitas observações cuidadosas e registros dos sintomas que ocorrem. Cada substância
cria uma variedade de sintomas físicos, emocionais e mentais peculiares à referida
substância.
De início Hahnemann usou em suas provas principalmente ervas e metais pesados como
o mercúrio e o arsênio, que eram as drogas empregadas pelos médicos ortodoxos da
época. Depois ele testou várias usadas na medicina tradicional europeia, e desde então
outros homeopatas têm “provado” medicamentos à base de ervas de muitas regiões,
além de muitas outras substâncias derivadas de minerais e animais.
Matéria médica é uma expressão latina que significa matérias primas dos
medicamentos.
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ANAMNESE HOMEOPÁTICA │ UNIDADE II
Embora a maior parte das provas tenham sido feitas no séc. 19 e início do séc.
20, o Instituto Americano da Homeopatia iniciou um programa para refazer as
provas dos medicamentos nos anos de 1940. Esse trabalho terminou quando
o instituto descobriu que os medicamentos causavam os mesmos sintomas
relacionados anteriormente. Os livros de referência homeopáticos são tão
valiosos hoje quanto eram quando foram inicialmente publicados. No entanto,
diversos pesquisadores têm conduzido provas atualmente para descobrir as
aplicações terapêuticas de medicamentos novos.
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CAPÍTULO 2
Repertorização
Como já discutido diversas vezes ao longo desse módulo, não existe medicamento
homeopático específico para uma doença. Isso significa que não há um anti-hipertensivo,
analgésico ou antiácido. A partir da descrição dos sintomas vivenciados pelo paciente,
os medicamentos serão escolhidos a partir dos sintomas expostos pelo sujeito. Quanto
mais sintomas envolvidos, mais evidente à escolha do medicamento.
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ANAMNESE HOMEOPÁTICA │ UNIDADE II
O uso desses complexos facilita a escolha dos medicamentos, sem precisar fazer uma
anamense aprofundada. No caso acima, a associação dos três medicamentos poderia
ser indicado, por exemplo, para um quadro genérico de sinusite.
Esse mesmo raciocínio poderá ser aplicado para cada uma das patologias. Mais um
exemplo. Cantharis vesicatoria tem forte ação no sistema urinário. A patogenesia
apresenta a necessidade constante de urinar, que pode se apresentar com sangue. Em
Thuya occidentalis, temos a sensação de que a urina continua a escorrer após a micção.
A perda de controle da micção, que se apresenta inesperadamente e com urgência. A
associação dos dois medicamentos pode ser indicada para cistite sem a examinação
profunda do quadro individual.
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UNIDADE II │ ANAMNESE HOMEOPÁTICA
Essa é uma maneira de ver a homeopatia que não é coerente com os escritos de
Hahnemann, mas é uma prática corrente. No cotidiano das farmácias, percebe-se que
algumas pessoas não utilizam a Homeopatia na perspectiva pura hahnemanianna,
porém buscam medicamentos com finalidades específicas. Isso pode ocorrer tanto no
que se refere à automedicação quanto nas prescrições de alguns médicos.
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ANAMNESE HOMEOPÁTICA │ UNIDADE II
mentais e
Patognomônicos gerais
Sintomas locais
da subjetivos
doença mentais
Comuns gerais
locais
Mas afinal, como os sintomas são apresentados? Vamos estudar a Matéria Médica de
Stramonium (Datura stramonium, Figueira do Inferno ou Trombeteira) elaborada pelo
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UNIDADE II │ ANAMNESE HOMEOPÁTICA
518 Ele fala com alguém que não reconhece respondendo como se
estivesse em um estado racional, mas não consegue lembrar da conversa
quando volta a si. [CP H A Costa, in SCHENK, lib. 7, obs. 139.]
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ANAMNESE HOMEOPÁTICA │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ ANAMNESE HOMEOPÁTICA
A rubrica “Delírio”, exemplo dado para comparar com o que foi apresentado acima
com a Matéria Médica de Hahnemann, foi retirada do capítulo denominado “Mental”.
Todos os sintomas, em todos os 42 capítulos (cinco a mais do que os encontrado no
Repertório de Kent), seguirão a mesma lógica.
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ANAMNESE HOMEOPÁTICA │ UNIDADE II
Mas nem todos os sintomas falados na consulta são importantes. Por exemplo, se uma
pessoa que está com febre diz ter sede, essa característica está mais próxima de um
sintoma da doença (patognomônico) e portanto, sem nenhuma particularidade. De um
modo geral, a febre sempre irá trazer a condição de sede. Mesmo os sintomas mentais
precisam ser analisados com cuidado.
No Brasil, o Instituto James Tyler Kent tem procurado divulgar a obra desse
homeopata. Ainda que esse grupo dê muita importância ao aspecto teosófico
na Homeopatia, mantem em seu portal muitas publicações disponibilizadas
gratuitamente.
Publicações
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UNIDADE II │ ANAMNESE HOMEOPÁTICA
E Rosenbaum e Priven (2004) continuam, até quando um sintoma mental pode ser
considerado patológico e significativo de mudança terapêutica.
A crítica que se pode fazer pela opção da totalidade sintomática é a de que, em tese,
a consulta poderia ser feita em um computador, no qual um programa apresentasse
um cardápio de sintomas que seriam escolhidos, pontuados e, ao final, sairia à lista de
medicamentos envolvidos de forma ranqueada.
Essa estratégia deixaria de lado um medicamento pouco pontuado, mas que apresentasse
um sintoma raro, bastante característico de um medicamento. Diferentemente daquele
apontado pela totalidade sintomática também poderá apresentar falha no tratamento. A
ponderação entre esses dois recursos é fundamental para a escolha dos medicamentos.
Nassif (1995) avalia que o ideal é se buscar a “síndrome mínima de valor máximo”, ou
seja, busca-se os sintomas mais peculiares, porém não necessariamente os mais raros.
Ao mesmo tempo, procura-se o “máximo da totalidade” possível. Ressalta que sintomas
patognomônicos (característicos da doença e não do indivíduo), aparentemente sem
importância devido ao seu caráter geral, podem apresentar valor quando a modalização
é específica. Lembrando que a modalização se dá pela caracterização do horário mais
significativo para o sintoma, de forma surge melhora ou piora (se com repouso ou pelo
esforço) e outras detalhes possíveis.
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ANAMNESE HOMEOPÁTICA │ UNIDADE II
No momento, vamos estudar o exemplo apresentado por Dias (2017), que discorre
sobre o processo de repertorização em um caso de clínico. No caso, a monografia
apresenta um quadro de controle de uma doença aguda, a Chikungunya. É interessante
notar que o medicamento escolhido, a partir da repertorização, é a Belladonna, da qual
trataremos em uma perspectiva apenas sintomática no próximo capítulo, mostrando as
possibilidades de uso do medicamento homeopático.
O sintoma diretor define a escolha, uma vez que ele terá de ser considerado na
repertorização. Não foram considerados medicamentos que apresentaram os demais
sintomas, mas não o sintoma diretor. Com isso, evita-se apenas a somatória de sintomas o
que poderia acarretar na escolha apenas de policrestos (medicamentos que apresentam
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UNIDADE II │ ANAMNESE HOMEOPÁTICA
Trinta e oito medicamentos incluiam o sintoma diretor e, pelo menos, mais um dos
cinco sintomas considerados pela autora e são apresentados na Tabela 1, a seguir. Sete
medicamentos que, segundo o Repertório de Ribeiro Filho (1996), cobriam todos os
cinco sintomas. Cada sintoma foi pontuado considerando-se sua relevância na Matéria
Médica, sintetizada no Repertório de um a três, para cada medicamento, levando-se em
conta a hierarquização apresentada acima. Quando o medicamento estava escrito em
negrito, o sintoma pontuava três pontos; em itálico, dois; e em tipo normal, um ponto.
Reveja o exemplo no Saiba Mais sobre Hidrofobia.
Com isso, o medicamento escolhido foi a Belldonna. Ainda falta decidir por qual
dinamização e frequência. Para isso é preciso experiência.
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ANAMNESE HOMEOPÁTICA │ UNIDADE II
Caso queira, analise o caso por completo, apresentado pela autora, acesse o link
disponível em: <https://www.google.com.br/search?q=CURA+DA+CHIKUNGUNY
A+PELA+HOMEOPATIA%3A+RELATO+DE+CASO&oq=CURA+DA+CHIKUNGU
NYA+PELA+HOMEOPATIA%3A+RELATO+DE+CASO&aqs=chrome..69i57.713j0j4-
&sourceid=chrome&ie=UTF-8>.
46
ANAMNESE HOMEOPÁTICA │ UNIDADE II
Os sintomas precisam ser modalizados para que possam adquirir sua real
importância.
47
CAPÍTULO 3
A terapêutica sintomática
Por outro lado, a Homeopatia tem uma prática mais pragmática bastante difundida.
Nessa condição, tem sido apresentada dentro do rol de terapias complementares,
proposta como política de saúde para atender em larga escala as necessidades sociais.
Nessa lógica, a OMS (2013) apresenta a importância da Homeopatia, assim como a
Anvisa elaborou a primeira edição do Formulário Homeopático da Farmacopeia
Brasileira. Nele são apresentados 84 medicamentos em uma única dinamização, com a
indicação organicista. A ideia é que esse rol de medicamentos seja padronizado como os
demais medicamentos alopáticos e que possa ser implantada no SUS.
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ANAMNESE HOMEOPÁTICA │ UNIDADE II
há a sugestão de quatro vezes ao dia, até a melhora dos sintomas, quando se deve espaçar
as tomadas (ANVISA, 2017).
Há um consenso não escrito de que as doses baixas (até 6 CH) são para os casos em
que a similitude não está completa, enquanto que as altas devem ser usadas para o
Similimum. Hahnemann considerava 30 CH uma dose alta e nunca prescreveu além
disso. Porém Kent e seus seguidores trabalham com dinamizações muito mais altas
(KOSSAK-ROMANACH, 2003).
Como será visto no módulo de Farmacotécnica, as altas diluições podem ser preparadas
por métodos distintos como o de Fluxo Contínuo ou mesmo Korsackov.
Hahnemann (2013, p. 163), no parágrafo 270, sem especificar a dinamização fala que
“nas febres agudas, as pequenas doses dos graus menos dinamizados destes preparados
muito mais aperfeiçoados, mesmo os de medicamentos de longo efeito medicamentoso
(por exemplo, a Belladonna), podem ser repetidas em breves intervalos”. Na prática,
percebe-se que muitas prescrições para casos agudos se dão de forma muito intensa,
com repetições a cada cinco ou dez minutos.
Outro aspecto que chama atenção é a de que Belladonna e Aconitum napellus são
medicamentos associados a quadros agudos, pela características de suas patogenesias.
Como podemos ver o que apresenta a Belladonna 6 CH, que recebe a seguinte indicação
no Formulário Homeopático (ANVISA, 2017, p. 36):
49
UNIDADE II │ ANAMNESE HOMEOPÁTICA
Se compararmos essa indicação com o que está descrito na Matéria Médica de Boerick
(1999) perceberemos que a indicação está restrita apenas ao processo inflamatório.
Foram deixadas de lado as características mais amplas como efeito na mente, estômago
ou urina. Isso significa que a semelhança não foi plena. Na prática médica e farmacêutica
esse uso restrito apresenta resultados satisfatórios que tem estimulado a difusão da
Homeopatia e das farmácias.
Aconitum Napellus:
Cold stage most marked. Cold sweat and icy coldness of face. Coldness
and heat alternate. Evening chilliness soon after going to bed. Cold
waves pass through him. Thirst and restlessness always present. Chilly
if uncovered or touched. Dry heat, red face. Most valuable febrifuge
50
ANAMNESE HOMEOPÁTICA │ UNIDADE II
Belladonna:
A febre nesta Matéria Médica é apresentada de forma mais rica. Em Aconitum napellus,
a febre apresenta-se em pele fria, enquanto o indivíduo com quadro característico de
Belladonna se apresenta de forma mais quente. Aconitum napellus tem salvas de calor
e de frio. E Belladonna não apresenta sede durante a febre.
Hahnemann (2013, p. 56) fez a comparação entre esses dois medicamentos considerando
o gênio epidêmico em duas epidemias, purpura e febre escarlate.
Purpura miliaris.
Disponível em:
<https://books.google.com.br/books?id=9-
F X A A A A M A A J & l p g = PA 2 7 8 & o t s = X M d A Q R X c R U & d q = p u r p u r a % 2 0
miliaris&hl=pt-BR&pg=PA278#v=onepage&q=purpura%20miliaris&f=false>.
Nesse caso, a febre é apenas subsidiária para a escolha do medicamento. O quadro mais
característico é a coriza e dores vinculadas. Do mesmo modo, a febre apresenta-se como
coadjuvante em Ferrum phosphoricum (ANVISA, 2017, p. 59): “inflamação do sistema
respiratório de aparecimento progressivo e febre moderada; auxiliar no tratamento de
rinofaringites, otites e bronquites com secreções”.
Por outro lado, outra pesquisa realizada em Macaé, RJ, no qual optou-se pela totalidade
sintomatológica e a pesquisadora (NUNES, 2016) encontrou:
52
ANAMNESE HOMEOPÁTICA │ UNIDADE II
Jurj (2013) estuda como a acne se mostra considerando-se dois medicamentos Arsenicum
album e Pulsatilla nigra, ambos policrestos. O autor apresenta a característica
genérica da acne para ambos medicamentos, e os diferencia a partir de sintomas mais
individualizantes como a face quente com extremidades frias em Pulsatilla ou lábios
secos, sede intensa de pequenas quantidades para Arsenicum album.
Quadro 2. Estudo comparativo dos medicamentos homeopáticos elencados no Formulário Homeopático que
Sintoma Anac. or. Ant. crudum Carduus mar. Lycop. clav. Nux vomica
Sim, na região do fígado que
Dor Sim, no estômago se agrava pela pressão ou Na cabeça
movimento
Excessos
Estômago vazio e Excessos
Piora alimentares ou
trabalho intelectual alimentares
bebidas
Língua Saburrosa
Diarreia presente
Presente, com
Gases
distensão
Irritação e agressividade presentes
Fonte: própria.
Ao se fazer uma busca no Repertório (RIBEIRO FILHO, 1996) o capítulo 16 versa sobre
o tópico “Estômago” é composto por 40 páginas. As diversas rubricas mostram muitas
especificidades. Só a rubrica eructação são cinco páginas e meia. Daí se denota que
cinco medicamentos significa uma redução grande para a Homeopatia.
53
UNIDADE II │ ANAMNESE HOMEOPÁTICA
usado de forma mais genérica. Vidal e colaboradores (2016) em estudo com diarreia
em suínos, comparou o efeito de Nux vomica com o uso de antibióticos e encontrou
resultados significativos de melhora.
Esse mesmo raciocínio pode ser realizado para os demais medicamentos sintomáticos,
aqui tendo como referência o Formulário Homeopático (ANVISA, 2017). Ao se
considerar a insônia como sintoma de referência encontraremos 8 medicamentos:
Cocculus indicus 6 CH; Coffea cruda 6 CH; Ignatia amara 6 CH; Kalium phosphoricum
6 CH; Passiflora incarnata 5 CH; Valeriana officinalis 5 CH; Zincum metallicum 6 CH.
Segundo Ramos Padilla e colaboradores (2015) foi possível atingir um nível de sedação
com Passiflora no 6CH tão efetiva quanto a medicamentos convencionais, com hidrato
de cloral e xarope de difenidramina, para o registro eletroencefalográfico em crianças.
Os autores ainda ressaltam que isso foi possível sem o aparecimento de reações adversas.
54
ANAMNESE HOMEOPÁTICA │ UNIDADE II
55
ÉTICA UNIDADE III
56
ÉTICA│ UNIDADE III
os farmacêuticos, justifica-se, assim, que sua conduta individual seja balizada por
parâmetros coletivos, definido pelos pares e consolidado na estrutura de seu Conselho
Profissional e pelo Código de Ética.
Todo o arcabouço legal que está posto há de ser seguido e o farmacêutico tem de se
manter proativo para que as normas jurídicas estejam sempre em evolução, na busca
do aperfeiçoamento dos serviços farmacêuticos.
57
CAPÍTULO 1
Código de ética farmacêutico
O movimento ético tem analisado essa condição dos animais e buscado mais e mais
defesas jurídico-morais a esses seres. Mas a moral social ainda permite o seu abate para
alimentação, ainda que a legislação tenha exigido cada vez mais um comportamento
de respeito ao ser vivo que irá servir de alimento. A moral da sociedade exige a análise
ponderada e sistemática por parte da ética.
<https://www.youtube.com/watch?v=wtqym2q8I0c>.
E o Bem, de onde emanam os princípios para o código de conduta, não tem a precisão
científica das ciências naturais. A incerteza sobre o real é fundamental para conduzir
nossas ações para a consecução de nossas finalidades. Então a Ética desenvolve seus
58
ÉTICA│ UNIDADE III
princípios e a moral define o que se considera como certo e/ou adequado para a
convivência social.
A deontologia, por sua vez, é o regramento moral a um grupo específico, como a dos
profissionais. O código de ética profissional é uma norma deontológica, moral, balizada
pela ética universal. A deontologia, portanto, evolui, modifica-se com a evolução da
própria sociedade. Por isso, a necessidade de revisões periódicas, incluindo-se questões
que antes não eram abordadas.
59
UNIDADE III │ ÉTICA
A Resolução no 596 (CFF, 2014) é composta por três Anexos, a saber, o Código de Ética
Farmacêutica, o Código de Processo Ético e o terceiro que estabelece as infrações e as
regras de aplicação das sanções disciplinares. O Processo Ético Disciplinar (PED) gerado
em função de uma possível infração ética tem de seguir o rito processual estabelecido
por essa Resolução.
Como já visto, a infração ética é fruto da transgressão das normas jurídicas. Como fato
ocorrido, a infração pode vir de uma denúncia da fiscalização do CRF, de Conselhos
Profissionais de outras profissões (por exemplo, pelo exercício ilegal da profissão), de
qualquer instância do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (municipal, estadual ou
nacional), de autoridades policiais (devido, p. ex., de investigação da comercialização
ilícita de substâncias psicoativas), de autoridades judiciais (processos cíveis ou
criminais) ou mesmo do próprio consumidor do serviço ou produto farmacêutico.
A Resolução no 596 (CFF, 2014), de 21 de fevereiro de 2014, que fala sobre o Código de
Ética Farmacêutica (CEF), diz no art. 10: “o farmacêutico deve cumprir as disposições
legais e regulamentares que regem a prática profissional no país, sob pena de aplicação
de sanções disciplinares e éticas regidas por este regulamento”.
Após a averiguação do fato ocorrido, o CRF inicia o PED internamente seguindo o rito
do Código de Processo Ético. Cada fase interna tem prazos definidos, assim como o
farmacêutico tem de atentar para os prazos em sua relação com o CRF. Nessa fase,
será feita a chamada tipificação, ou seja, em quais artigos e incisos do CEP que o fato
ocorrido poderá ter infringido.
60
ÉTICA│ UNIDADE III
14, inciso XI, que diz ser proibido ao farmacêutico “declarar possuir títulos científicos ou
especialização que não possa comprovar, nos termos da lei” (CFF, 2014). Isso significa
a tipificação do PED.
Qualquer farmacêutico regularmente inscrito no CRF, e que não tenha sobre si um PED,
poderá participar da Comissão de Ética. Nessa fase, o farmacêutico poderá apresentar
argumentos e provas que indiquem a sua defesa. O profissional tem de mostrar que o
fato ocorrido ocorreu a sua revelia, descaracterizando sua culpa/responsabilidade.
Como terceira fase, haverá o julgamento pela Plenária do CRF, constituída pelos
Conselheiros eleitos. Um dos Conselheiros assume o PED como relator, analisa-o
e estabelece a vinculação ou não do farmacêutico como culpado/responsável pelo
fato ocorrido. Nesse mesmo ato, o Conselheiro relator irá apresentar a punição
correspondente e que, atualmente, pela Resolução do CFF no 596 (2014) vincula a
punição à tipificação, ou seja, ao artigo do CEP que o farmacêutico tenha infringido.
O PED é realizado pelos Conselhos Regionais, porém, esses são instâncias delegadas
pelo Conselho Federal para que realizem as ações pertinentes atribuídas pela legislação.
Além das questões referentes à ética, como a fiscalização e PED, os Conselhos Regionais
também são responsáveis pelo registro dos farmacêuticos, que é obrigatório para que
o profissional exerça sua atividade. Esse registro tem um custo anual estabelecido
pelo CFF. Ao CFF cabe normatizar as ações do farmacêutico, estabelecendo o âmbito e
atribuições das áreas farmacêuticas, como a da Homeopatia.
Os indivíduos que veem o trabalho apenas como o lugar onde percebem remuneração,
não encontram razão naquilo que fazem. Estão sempre queixosos, consideram que
ganham menos do que merecem, comparam seu salário aos de outros e sentem-se
continuamente injustiçados.
61
UNIDADE III │ ÉTICA
As Resoluções noS 576 (de 2013) e a 635 (de 2016) definem as atribuições do
Farmacêutico Homeopático.
62
CAPÍTULO 2
Aspectos éticos na prescrição
farmacêutica de medicamentos
Essas concentrações estão elencadas em uma lista emitida pela Anvisa que será discutida
dentro desse módulo em capítulo posterior.
Como segundo ponto polêmico destaca-se que a Resolução RDC no 44 (ANVISA, 2009)
define que é não permitido ao farmacêutico realizar diagnóstico nos serviços realizados
em uma farmácia (Art. 69) e estabelece, no Glossário da mesma Resolução, que a
anamnese farmacêutica deve ser realizada por meio de entrevista.
A Homeopatia é uma opção terapêutica e de vida, para o qual devemos ser coerentes
aos seus postulados, mas não se pode manter a mente obscurecida por dogmas em
detrimento da razão. A proposição Hahnemann não pode ser visto de forma absoluta.
É certo que a racionalidade da Homeopatia é divergente do paradigma da ciência
dominante, mas é preciso manter-se esclarecidos e abertos para a evolução científica.
Hahnemann sempre prezou o escrúpulo da ação do médico, buscando atentar a todos
os cuidados possíveis para com o paciente.
Nessa linha de raciocínio, a Resolução no 596 (CFF, 2014) que trata do Código de Ética
diz, em seu art. 14, inciso IV, ser “proibido ao farmacêutico [...] praticar ato profissional
que cause dano material, físico, moral ou psicológico, que possa ser caracterizado como
imperícia, negligência ou imprudência”. Postergar um tratamento necessário, criar
expectativas infundadas ou minimizar consequências do quadro do paciente, entram
nessa categoria.
64
ÉTICA│ UNIDADE III
Alguns dados científicos: estima-se que 30% das faringoamidalites sejam causadas por
estreptococos e que a prevalência de Febre Reumática seja ao redor de 3% entre as
crianças e os adolescentes brasileiros (BARBOSA JUNIOR et al, 2014). Essa situação traz
maior responsabilidade para com o problema. A Homeopatia, na afirmação categórica
de Hahnemann, assim como está apresentado em vários parágrafos do Organon, é
plenamente suficiente para o tratamento de doenças infecciosas. Porém, nos dias de
hoje, temos mais informações sobre os processos infecciosos e suas complicações.
Então há de se ter critérios para melhor análise. A diferenciação entre a causa viral
ou bacteriana para a infecção da faringe ou das vias aéreas superiores é bastante
difícil utilizando-se apenas aspectos clínicos na propedêutica farmacêutica. Essa é
limitada e insuficiente porque, até o momento, a intervenção farmacêutica tem de estar
apoiada apenas nas informações subjetivas. Uma anamnese malconduzida pode trazer
consequências graves.
65
UNIDADE III │ ÉTICA
[...]
[...]
Outra norma legal que também estabelece limites para a investigação clínica ao
farmacêutico é a RDC no 44/2009 (ANVISA, 2009). Os únicos processos de aferição de
parâmetros fisiológicos e bioquímicos permitidos nessa norma estão no art. 69:
66
ÉTICA│ UNIDADE III
Apesar dessas indefinições, a Resolução do CFF no 635, 14 dez. 2016, diz de forma mais
direta a competência do farmacêutico quanto à prescrição. O parágrafo único, inciso
e, do art. 15 diz que é atribuição do farmacêutico: “realizar o manejo de problemas
de saúde autolimitados, bem como outras atribuições clínicas, conforme previsto nas
Resoluções nos 585 e 586, ambas do Conselho Federal de Farmácia”.
Legalmente, poucos exames são liberados para que o farmacêutico realize por
si só.
O farmacêutico homeopata tem de ter clareza sobre os riscos que ele corre de
uma anamnese e terapêutica malconduzidas.
67
UNIDADE III │ ÉTICA
medicamentos que venham a ser aprovadas pelo órgão sanitário federal para
prescrição do farmacêutico.
I ─atenção farmacêutica:
68
ÉTICA│ UNIDADE III
4. via de administração;
5. número do lote; e
f) orientação farmacêutica;
Um elemento importante está fixado pela Resolução no 586 (CFF, 2013), que exige
o reconhecimento de título de especialista em Homeopatia ou Antroposofia para a
prescrição dessa classe de medicamentos. E ainda veda a modificação das prescrições
de outros profissionais.
69
UNIDADE III │ ÉTICA
O local onde se realiza a prescrição precisa ter autorização sanitária para essa
atividade.
70
LEGISLAÇÃO UNIDADE IV
71
CAPÍTULO 1
Normas jurídicas
[...]
Para o senso comum, toda norma legal é uma “lei”. Na realidade as normas jurídicas
apresentam-se de forma hierárquica dependendo de quem as emite e o seu grau de
abrangência. Obviamente, a Constituição brasileira como lei maior define em caráter
genérico todas as leis. Mas justamente esse caráter genérico exige normas que a
regulamentem.
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
72
LEGISLAÇÃO │ UNIDADE IV
Mas cada item que a Constituição apresenta precisa ser mais bem explicitada em leis
complementares. Os arts 196 a 200 da Constituição Federal referem-se à Saúde. A Lei
no 8.080/1990, Lei Orgânica da Saúde, é uma lei ordinária. A lei orgânica é aquela que
estabelece a estrutura de funcionamento de um serviço público, no caso da saúde. As
demais formas de lei caracterizam-se em situações específicas.
Uma lei somente pode ser modificada parcial ou integralmente por outra lei que tenha
sido oficialmente publicada. A lei precisa ser lida de forma atualizada. O governo
federal mantém uma ferramenta de busca de toda a legislação brasileira e que pode ser
acessado por qualquer cidadão. O endereço eletrônico é: <http://www4.planalto.gov.
br/legislacao>.
Por exemplo, ao estudarmos uma lei qualquer no portal indicado faremos as seguintes
leituras: Em um caso de um artigo, parágrafo ou inciso ter sido incluído:
73
UNIDADE IV │ LEGISLAÇÃO
Caso um artigo tenha sido modificado, a linha tachada representa a redação antiga. O
artigo a seguir exemplifica essa situação na Lei no 5.991/1973.
A realização da busca pode ser feita em diversos campos como: tipo da norma, número,
data ou período de publicação, ano de assinatura, origem (órgão do governo), fonte,
situação (vigente ou revogada), assunto. Não necessariamente todos os campos
precisam ser preenchidos, porém ao menos o tipo da norma e o número. Quanto ao
ano, é importante salientar que os números se repetem ano a ano.
74
LEGISLAÇÃO │ UNIDADE IV
As resoluções são exaradas por órgãos colegiados que aprovam suas decisões em
plenárias. A Anvisa é um órgão colegiado que emite Resoluções Resolução da Diretoria
Colegiada (RDC), assim como o Conselho Federal de Farmácia que também cria normas
no seu âmbito na forma de resoluções que podem ser acessadas no endereço: <http://
cff-br.implanta.net.br/portaltransparencia/#publico/Listas?id=704808bb-41da-
4658-97d9-c0978c6334dc>.
Os órgãos colegiados não podem legislar, ou seja, não podem criar situações que já
não estejam previstas em outros normas jurídicas. Os órgãos colegiados somente
podem regulamentar decisões prévias. Por isso, é necessário todos os “considerando”
que surgem antes do conteúdo específico que trata a resolução. Esses “considerando”
representam as referências prévias para a norma emitida.
Quando uma pessoa ou órgão se sente prejudicado por uma resolução, a discórdia
será resolvida pelo Judiciário. O Conselho Federal de Medicina se sente prejudicado
pelo Resolução do Conselho Federal de Farmácia que habilitou o farmacêutico para a
prescrição com as Resoluções de no 585 e no 586, ambas de 2013. Até o início do ano de
2018, o judiciário deu ganho de causa ao CFF por entender que esse órgão é competente
para isso e que não se contrapõe a outras normas jurídicas, nem à atividade médica.
Além das leis básicas da saúde, as Resoluções emanadas pela Anvisa e pelo CFF
são importantes balizadores da atividade farmacêutica.
75
CAPÍTULO 2
Normas jurídicas em homeopatia
»» LEI:
»» DECRETO- LEI:
»» PORTARIA:
76
LEGISLAÇÃO │ UNIDADE IV
»» RESOLUÇÕES:
»» RESOLUÇÃO RDC:
»» DELIBERAÇÃO:
»» CONSULTA PÚBLICA:
77
UNIDADE IV │ LEGISLAÇÃO
A RDC no 39/2010 que aprovou essa edição, também revoga todas as demais edições.
O artigo terceiro não obriga, porém não proíbe que as farmácias manipulem outras
terapêuticas.
As leis usam denominações típicas da época e que precisam ser atualizadas. O “órgão
federal de saúde encarregado da fiscalização da medicina e farmácia” que trata esse
decreto é a Anvisa criada em 1999. Outros órgãos cuidaram desse setor entre 1965 e
1999.
Apesar da Lei no 5.991 já ter sido modificada em alguns artigos, os seis que tratam da
Homeopatia mantém inalterados. É importante entender que não havendo conflitos, as
normas se sobrepõem.
78
LEGISLAÇÃO │ UNIDADE IV
Esse decreto, como diz a ementa, regulamenta a Lei no 5.991 e praticamente a transcreve,
sem maiores acréscimos.
79
UNIDADE IV │ LEGISLAÇÃO
A PNPIC é apresentada como anexo dessa portaria. É uma proposta para introduzir
oficialmente as práticas integrativas dentro do sistema do SUS. Porém, o SUS não pode
ser confundido com o atendimento público de saúde. O SUS é o elemento estruturante do
sistema de saúde no país e inclui a rede privada de atendimento, no mínimo sob o manto
legal. A introdução do documento remete para o movimento internacional, capitaneado
pela OMS, para o estabelecimento das práticas integrativas e complementares, que
inclui a Homeopatia.
Outras normas
Além de leis, decretos e portarias, a atividade farmacêutica é regulada pela Anvisa por
suas resoluções. A Anvisa tem como função representar o Estado brasileiro no controle
do mercado para que esse não produza malefícios na sociedade, principalmente
considerando-se a diversidade de força, sendo que o interesse capitalista não poderá se
impor ao sanitário (MAIA, 2016).A sua forma de agir, além de ações de fiscalização, é o
de normatizar o mercado farmacêutico emitindo as Resoluções da Diretoria Colegiada.
Essa RDC sofre cinco alterações por outras RDC. Algumas procederam alterações e
outra revogações parciais. A Anvisa tende a regular de maneira única os medicamentos
dinamizados que incluem as três classes citadas: homeopáticos (preparado segundo
a Farmacopeia Homeopática), antroposóficos (preparado baseando-se nas teorias de
Rudolf Steiner) e anti-homotóxicos (preparado segundo a Farmacopeia Homeopática
Alemã).
A Homeopatia faz parte dos medicamentos oficinais e magistrais pois são preparados
baseando-se em Farmacopeia e Formulários. Quando preparado para atender às
prescrições é isento de registro. Porém, a indústria farmacêutica homeopática pode ter
interesse em produzir e comercializar medicamentos homeopáticos em larga escala.
Podem assim, fazer uma notificação simplificada junto à Anvisa para medicamentos
com um princípio ativos, apenas. Ou registrar fórmulas de seu interesse.
80
LEGISLAÇÃO │ UNIDADE IV
Essa lista foi renovada como apresentado pela Anvisa em justificativa publicada em
2 de agosto de 2017, como pode ser acessado no endereço a seguir. Porém, a lista
renovada ainda não está disponível, até o momento. <http://portal.anvisa.gov.br/
documents/10181/2959207/Justificativa+-+CP+373-2017.pdf/85db7a1e-c47f-45da-
84e5-a0abda0cc9ad>.
A lista antiga era composta por 187 publicações e poderá ser acessada no seguinte
endereço eletrônico: <http://www.saude.sp.gov.br/resources/ses/legislacao/2007/
abril/informe-eletronico-de-legislacao-em-saude-n-70-130407/legislacaofederal/
instrucaonormativams-anvsn3de11.04.07.pdf>.
81
UNIDADE IV │ LEGISLAÇÃO
82
LEGISLAÇÃO │ UNIDADE IV
Com isso, a restrição imposta pela Lei no 5.991/1973 resolveu uma questão histórica da
legitimidade da manipulação de medicamentos homeopáticas e alopáticos no mesmo
estabelecimento.
Essa RDC sofreu algumas alterações posteriores pela emissão de outras RDCs, porém
não houve mudança significativa no conceito das exigências para a manipulação
homeopática.
83
UNIDADE IV │ LEGISLAÇÃO
84
LEGISLAÇÃO │ UNIDADE IV
O mesmo tema tem tido uma evolução que começou com a Resolução no 176/1998,
substituída pela Resolução no 232/1992 e assim sucessivamente, Resolução no 319/1997,
Resolução no 335/1998 e, por fim, Resolução no 440/2005.
O CFF tem procurado emitir resoluções para designar de forma ampla diversos âmbitos
profissionais. A referida resolução trata do âmbito homeopático. A norma é bastante
abrangente e aborda vários aspectos. Chama a atenção o inciso I do art. 4o, exigindo
respeito às “especificidades da ciência homeopática”. Pode parecer “letra morta”, mas
há de deixar claro que a opção pela Homeopatia não pode ter apenas caráter comercial
ou de oportunidade de trabalho. Mas, no fundo, a Homeopatia é uma forma de ver o
mundo.
85
UNIDADE IV │ LEGISLAÇÃO
Uma norma mantém-se vigente até ser revogada por outra de igual status.
86
CAPÍTULO 3
Roteiro de inspeção de farmácia
E ainda acrescentam
[...] não deixando de ter respeito pela legislação vigente, esse profissional
deve continuamente promover discussões sobre as regulamentações
que muitas vezes são inapropriadas, insuficientes ou excessivas, já que
ao serem estabelecidas, o legislador muitas vezes ignora ou desconhece
as peculiaridades da farmacotécnica e da terapêutica homeopática.
Esse padrão de qualidade, e sua eventual infração, estão sujeitos à legislação vigente
que espera que haja mecanismos de controle sobre, ao menos, quatro aspectos: a) o
produto oferecido; b) garantia da gestão do uso dos medicamentos; c) desenvolvimento
profissional constante, incorporando a evolução científica e tecnológica; d) agir como
um educador em saúde para a promoção da saúde individual e coletiva.
87
UNIDADE IV │ LEGISLAÇÃO
Lá estão listados os registros mínimos e iniciais para que uma farmácia possa funcionar,
além, obviamente, de toda a legislação sanitária:
<http://portal.crfsp.org.br/component/phocadownload/category/18-
publicacoes-diversas.html?download=252:cartilha-como-abrir-e-fazer-a-
gestao-de-farmacias-e-drogarias>.
<http://ascoferj.com.br/noticias/vale-pena-abrir-uma-farmacia/>.
88
LEGISLAÇÃO │ UNIDADE IV
Todos esses documentos devem estar em local visível. Confira outros documentos em:
<http://portal.anvisa.gov.br/lista-de-documentos-necessarios-para-farmacias-de-
manipulacao>.
Para cada grupo, há um anexo específico exigindo alguns detalhes, como foi apresentado
com o Grupo V para a Homeopatia.
89
UNIDADE IV │ LEGISLAÇÃO
Por outro lado, o laboratório homeopático tem de ser exclusivo para esse fim, não podendo
ser utilizado para a manipulação de nenhuma outra espécie (I). Isso, obviamente para
evitar contaminações, ainda que ínfimas. Lembre-se que a Homeopatia não age na
perspectiva ponderal, da massa das substâncias. Do mesmo modo, os equipamentos
usados em Homeopatia precisam ser higienizados separadamente (N). É possível, na
condição de não existir ambientes distintos, fazer uma escala de lavagem em que cada
tipo de preparo seja feito em momentos distintos (N).
Os insumos inertes precisam ser analisados para garantir a qualidade (N), assim
como os insumos ativos precisam ter laudos dos fornecedores (N). E atenção,
organizados em pastas, em ordem alfabética, por exemplo, e mantidas em arquivo,
mesmo quando elas terminam para que seja possível o rastreamento. As matrizes
precisam ser avaliadas microbiologicamente de tempos em tempos, como a
periodicidade pré-estabelecida (N).
Nas fiscalizações sanitária e ou inspeções, sempre, sem exceção tem que ter a presença
de um profissional farmacêutico. Caso contrário a fiscalização é nula, tendo parecer
a favor da Justiça Federal: <http://portal.crfsp.org.br/images/arquivos/sentenca_
farmaceutico_visa.pdf>.
90
LEGISLAÇÃO │ UNIDADE IV
91
Referências
BIDANI, Navneet. Rev. homeopatia, São Paulo, v. 79, no 1/2, pp. 36-41, 2016.
92
REFERÊNCIAS
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REFERÊNCIAS
DIAS, Janaina de Sousa; MELO, Angelita Cristine de; SILVA, Eduardo Sergio da.
Homeopatia: percepção da população sobre significado, acesso, utilização e implantação
no SUS. Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v. 15, no 2, pp. 58-67, jun. 2014.
94
REFERÊNCIAS
FONTES, Olney Leite et al. Farmácia homeopática. Teoria e prática. São Paulo,
Manole, 2014.
FURUTA, Sergio E.; WECKX, Luc L.M.; FIGUEIREDO, Claudia R. Estudo clínico,
duplo-cego, randomizado, em crianças com amigdalites recorrentes submetidas a
tratamento homeopático. Revista de Homeopatia, São Paulo, v. 80, 2017. Disponível
em: <http://aph.org.br/wp-content/uploads/2017/03/FURUTA-ET-AL.pdf>. Acesso
em: 25 fev. 2018.
95
REFERÊNCIAS
MARINO, Renan. Homeopathy and collective health: the case of dengue epidemics.
Int. j. high dilution., São Paulo, v. 7, no 25: pp.179-185, 2008.
MASTRANGELO, Domenico; LORÉ, Cosimo. The growth of a lie and the end of
“conventional”medicine. Med Sci Monit, New York, v. 11, no 12, pp. SR27-312005,
2013.
96
REFERÊNCIAS
PADILLA, Kenia Ramos et al. Sedación con medicamentos y homeopatía para estudio
electroencefalográfico en niños. Rev Ciencias Médicas, Pinar del Río, v. 19, no 5, pp.
803-810, out. 2015.
97
REFERÊNCIAS
98