Beatriz Braga BEZERRA2 PDF
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Resumo
O ressurgimento do cinema brasileiro ou Cinema da Retomada, representou o grande
momento de produção audiovisual do país. Com a promulgação da Lei do Audiovisual em
1993 e outras leis de incentivo, o Brasil voltou a pautar a imprensa com obras fílmicas
repletas de temáticas nacionais e ligadas às polêmicas e contraditórias questões sociais aqui
vividas: pobreza, violência e corrupção. Pretende-se investigar as intertextualidades da
linguagem publicitária com o cinema brasileiro tendo a obra Carlota Joaquina, marco
inicial da produção da Retomada, como foco de investigação.
Introdução
1
Trabalho apresentado no 8º Interprogramas de Mestrado, realizado em 23 de Novembro de 2012 na
Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo.
2
Mestranda no Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco –
PPGCOM/UFPE. E-mail: <[email protected]>. Trabalho orientado por Rogério Covaleski,
professor adjunto (DCOM e PPGCOM/UFPE), doutor em Comunicação e Semiótica (PUC-SP). E-mail:
<[email protected]>.
3
Cannes Lions International Advertising Festival. Criado em 1953 pela SAWA (Screen Advertising World
Agencies), o festival que acontece em Cannes, cidade da França, geralmente ocorre no mês de junho e tem
premiações divididas em Grand Prix, Leão de Ouro, Leão de Prata e Leão de Bronze e recentemente foi
criado o Leão de Titanium, premiação para as ideias mais inovadoras e ousadas da publicidade.
4
Frase de fácil memorização associada à uma marca como assinatura da empresa, serviço ou campanha.
Em 1995, portanto, foi lançado o filme que seria considerado o marco inicial da
Retomada: Carlota Joaquina, Princesa do Brazil, de Carla Camurati.
Quanto aos conteúdos, o Cinema da Retomada se caracteriza pela presença de
temáticas nacionais nas telas, afirmando mundialmente as contradições do país e
dialogando com a produção da década de 1960 que também abordava a realidade do país,
embora no momento a ênfase seja dada à tragédia. Miséria, desemprego e o cotidiano do
sertão e das favelas nas áreas periféricas das cidades vão para as telas, como pontua
Fernanda Salvo (2006), “O cinema da Retomada pôs a nu a tragédia social brasileira a
partir do seu derivado mais visível: a violência urbana” (SALVO, 2006, p.1-2).
Alguns filmes do período são destaque na produção nacional ainda hoje: como
Amarelo Manga (2003), de Cláudio Assis e Central do Brasil (1998), de Walter Salles,
ambos resgatando a realidade urbana do Brasil com enfoque nos conflitos domésticos e
contradições sociais vividas pela população brasileira.
Se na história da publicidade brasileira, na década de 1990, o Brasil era reconhecido
mundialmente por sua premiada produção criativa e empresas estrangeiras buscavam
instalar-se no país para aproveitar a boa fase; o caminho do cinema nacional também
apontava para o sucesso mundial. Filmes brasileiros concorreriam ao Oscar de melhor filme
estrangeiro ainda nessa década: O Quatrilho de Fábio Barreto (1995, indicado em 1996); O
que é isso, companheiro? de Bruno Barreto (1997, indicado em 1998) e Central do Brasil
de Walter Salles (1998, indicado em 1999). Luiz Zanin Oricchio (2003) aponta uma
questão importante:
O autor acrescenta:
5
Um trecho do anúncio está disponível no vídeo Interfaces, disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=M5CQJWTIN18&feature=g-upl&fb_source=message. Acesso em:
15/06/2012.
Considerações Finais
Partindo de um breve panorama histórico sobre a evolução da publicidade brasileira
e detalhando sua estruturação no país, delimitamos parte do cenário da pesquisa a ser
desenvolvida nesse trabalho. O Cinema da Retomada, também abordado em um contexto
social e político, contribuiu para nortear temporalmente o recorte de análise. E, chegando
ao discurso intertextual, motivador da investigação, teorias da linguagem foram
Referências
BERNARDET, Jean-Claude. Cinema Brasileiro: propostas para uma história. São Paulo:
Companhia das Letras, 2009.
CARROLL, Noël. Interpreting the Movie Image. Cambridge University Press: United
Kingdom, 1998.
FIORIN, José Luiz. Introdução ao pensamento de Bakthin. São Paulo: Ática, 2008.
NAGIB, Lúcia. O Cinema da Retomada: depoimentos de 90 cineastas dos anos 90. São
Paulo: Editora 34, 2002.
ORICCHIO, Luiz Zanin. Cinema de novo: um balanço crítico da Retomada. São Paulo:
Estação Liberdade, 2003.
XAVIER, Ismail. Cinema Brasileiro Moderno. São Paulo: Paz e Terra, 2001.