MTP 01 - Intervenção Policial
MTP 01 - Intervenção Policial
MTP 01 - Intervenção Policial
01/2020-CG
MTP 01
INTERVENÇÃO POLICIAL, PROCESSO DE
COMUNICAÇÃO E USO DA FORÇA
BELO HORIZONTE – MG
2020
MANUAL TÉCNICO-PROFISSIONAL
Nº 3.04.01/2020-CG
BELO HORIZONTE - MG
2020
Direitos exclusivos da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG).
Reprodução condicionada à autorização expressa do Comandante-Geral da PMMG.
Circulação restrita.
78p.
CDD - 353.3
CDU - 351.75(815.1)
Bibliotecária responsável: Tatiane Krempser Gandra – CRB 6/2963
ADMINISTRAÇÃO
Comando-Geral da Polícia Militar
Quartel do Comando-Geral da PMMG
Cidade Administrativa Tancredo Neves, Edifício Minas,
Rodovia Papa João Paulo II, nº 4143 – 6º Andar, Bairro Serra Verde
Belo Horizonte – MG – Brasil - CEP 31.630-900
COMANDANTE-GERAL DA PMMG
CEL PM RODRIGO SOUSA RODRIGUES
FOTOGRAFIAS
CAP PM IRAN MARTINS DE OLIVEIRA
1º TEN PM CLÁUDIO JOSÉ VIRGÍLIO
1º SGT PM DANILO TEIXEIRA ALCÂNTARA
REVISÃO DOUTRINÁRIA
TEN CEL PM WAGNER ALAN DE MATTOS
1º TEN PM BRUNO DINIZ CAMPOS
3º SGT PM DANIELLE SUELI VENTURA
REVISÃO FINAL
TEN CEL PM WAGNER ALAN DE MATTOS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1 APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 8
2 PREPARO MENTAL ......................................................................................................... 11
2.1 Estados de prontidão .................................................................................................. 12
2.1.1 Classificação dos estados de prontidão ...................................................................... 12
2.2 Estados de prontidão e a atuação policial-militar ..................................................... 15
3 AVALIAÇÃO DE RISCOS................................................................................................. 18
3.1 Metodologia de avaliação de riscos ........................................................................... 18
3.2 Aplicação ...................................................................................................................... 20
4 PENSAMENTO TÁTICO .................................................................................................. 21
4.1 Quarteto do pensamento tático .................................................................................. 21
4.1.1 Leitura do ambiente .................................................................................................... 24
4.1.2 Alinhamento com os estados de prontidão.................................................................. 25
4.2 Processo mental da agressão..................................................................................... 27
5 INTERVENÇÃO POLICIAL .............................................................................................. 30
5.1 Níveis de intervenção .................................................................................................. 30
5.2 Etapas da intervenção ................................................................................................. 31
5.3 Abordagem policial ...................................................................................................... 33
5.3.1 Fundamentos da abordagem policial a pessoa em atitude suspeita............................ 34
5.4 Requisitos básicos para intervenção policial-militar ................................................ 36
6 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ................................................................................... 37
6.1 Comunicação na intervenção policial ........................................................................ 38
6.1.1 Verbalização durante a abordagem policial................................................................. 41
6.2 Considerações finais ................................................................................................... 48
7 USO DA FORÇA .............................................................................................................. 50
7.1 Princípios do uso da força .......................................................................................... 51
7.1.1 Níveis de comportamento da pessoa abordada .......................................................... 54
7.1.2 Uso diferenciado da força ........................................................................................... 55
7.1.3 Modelo Gráfico do uso diferenciado da força .............................................................. 59
7.1.4 Responsabilidade pelo uso da força ........................................................................... 60
7.2 Arma de fogo................................................................................................................ 61
7.2.1 Regras gerais de controle ........................................................................................... 61
7.2.2 Normas de segurança ................................................................................................. 62
7.2.3 Usar ou empregar arma de fogo ................................................................................. 63
7.2.3.1 Possibilidades de uso ou emprego de armas de fogo: ............................................. 64
7.2.4 Atirar ou disparar arma de fogo ................................................................................... 67
7.2.4.1 Objetivo do disparo .................................................................................................. 67
7.2.4.2 Procedimentos para o disparo da arma de fogo ....................................................... 70
7.2.4.3 Circunstâncias especiais para o disparo de arma de fogo........................................ 72
7.2.4.4 Procedimentos após o disparo de arma de fogo ...................................................... 76
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 77
MANUAL TÉCNICO PROFISSIONAL Nº 3.04.01/2020 – CG
1 APRESENTAÇÃO
Registra-se ainda que o vigor operacional da Corporação, sua força e eficiência devem se
mostrar no esforço e energia diária desprendidos por todos os policiais militares na garantia
da lei e da ordem no Estado de Minas Gerais. Este exercício profissional deve traduzir-se
também, individualmente, na disciplina militar, lealdade, honestidade, espírito de corpo,
iniciativa, dedicação, equilíbrio emocional, coragem, abnegação, vigor físico, civismo e
patriotismo.
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Este Manual Técnico-Profissional nº 3.04.01 (MTP 01) – Intervenção Policial, Processo
de Comunicação e Uso da Força tem como finalidade apresentar orientações básicas para
a efetividade das intervenções policiais e deve ser tomado como referencial obrigatório para
os demais Manuais Técnicos-Profissionais.
Finalizando, a Seção 7 dispõe sobre o Uso da Força, seus diferentes níveis, além de trazer
considerações e orientações sobre o Uso da Arma de Fogo e de Força Potencialmente
Letal, consistindo num referencial para que o policial militar tenha segurança em utilizá-la,
desde que em conformidade com os princípios éticos e legais que regem seu emprego.
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Este conjunto de Manuais Técnicos-Profissionais operacionais denomina-se Prática
Policial-Militar Básica e será composto pelos seguintes documentos:
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2 PREPARO MENTAL
É fato que cada ocorrência policial possui um conjunto de variáveis que a torna única. Cada
intervenção é singular, exigindo que o policial militar seja versátil e capaz de adaptar-se às
peculiaridades de cada situação do cotidiano operacional. Nesse contexto, a segurança do
policial militar, na execução das suas tarefas, está diretamente relacionada ao seu preparo
mental.
A falta do preparo mental do policial militar durante uma intervenção prejudicará o seu
desempenho, levando a um aumento de seu tempo de resposta à agressão e, assim, o uso
da força poderá ser inadequado (excessivo ou aquém do necessário para contê-la). Num
cenário mais grave, o policial militar pode ser levado a uma paralisia ou a um bloqueio na
sua capacidade de reagir, comprometendo, consequentemente, a segurança e o resultado
da ocorrência.
Por isso, o treinamento policial-militar deve ser contínuo, valorizando o preparo mental,
tanto quanto todas as atividades da capacitação profissional.
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LEMBRE-SE: Ao desenvolver o preparo mental, o policial militar
antecipa-se, fazendo uma avaliação preliminar das ameaças e
considera as possibilidades de atuação.
Na atividade profissional, o policial militar lida com diversas situações caracterizadas por
diferentes níveis de risco e complexidade. Cada momento exigirá dele uma habilidade de
antecipar e reagir ao perigo e atuar em um estado de prontidão diferente.
a) Estado Relaxado
Exemplo: o policial militar de folga, em casa, almoçando com sua família, pode se encontrar
no estado relaxado. Por outro lado, em patrulhamento, escutar uma música com fone de
12
ouvido ou usar o celular para assuntos diversos que desviem sua atenção do policiamento
executado, colocará a sua segurança e a de seu grupo em risco, caso tenha que fazer uma
intervenção inesperada.
b) Estado de Atenção
Neste estado de prontidão, o policial militar está atento, precavido, mas não está tenso.
Apresenta calma, porém, mantém constante vigilância das pessoas, dos lugares, das coisas
e ações ao seu redor por meio de uma observação multidirecional e da atenção difusa (em
360º). É representado pela cor amarela.
c) Estado de Alerta
Neste estado de prontidão, o policial militar detecta um problema e está ciente de que um
confronto é provável. Embora ainda não haja necessidade imediata de reação, o policial
militar se mantém vigilante, identifica prováveis riscos que exijam uso da força e calcula o
nível de resposta adequado. É representado pela cor laranja.
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Manter-se no estado de alerta diminui os riscos do policial militar ser surpreendido,
propiciando a adoção de ações de resposta, conforme a situação exigir. Deve-se avaliar a
necessidade de pedir apoio de outros policiais militares e, concomitantemente, identificar
prováveis abrigos (proteções) que possam ser utilizados.
Exemplos: o policial militar acionado pelo rádio por meio do Centro de Operações Policiais
Militares (COPOM) para atender a uma ocorrência em um local considerado zona quente de
criminalidade ou a um chamado de um roubo à mão armada ocorrido na sua região de
patrulhamento, e desloca-se a fim de tentar realizar a prisão dos agentes.
d) Estado de Alarme
Neste estado de prontidão, o risco é real e uma resposta do policial militar é necessária. É
importante focalizar a ameaça (atenção concentrada no problema) e ter em mente a ação
adequada para controlá-la, aliando a intervenção verbal ao uso das demais técnicas
(inclusive de menor potencial ofensivo), ou da força potencialmente letal, conforme as
circunstâncias exigirem. É representado pela cor vermelha.
Exemplos: o policial militar intervindo no atendimento de uma ocorrência, como num conflito
entre vizinhos, e um deles ameaça o outro com uma arma de fogo; ou quando se depara
com um veículo que acaba de ser tomado de assalto, iniciando-se uma perseguição ao
veículo em fuga.
e) Estado de Pânico
Quando o policial militar se depara com uma ameaça para a qual não está preparado ou
quando se mantém num estado de tensão por um período de tempo muito prolongado, seu
organismo entra num processo de sobrecarga física e emocional. É representado pela cor
preta.
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O pânico é o descontrole total que produz paralisia ou uma reação desproporcional,
portanto ineficaz. É chamado assim porque a mente entra em uma espécie de “apagão”, o
que impossibilita ao policial militar dar respostas apropriadas ao nível da ameaça sob a qual
estaria exposto.
Durante uma intervenção, policiais militares podem ser feridos em decorrência de situações
de risco que não anteciparam, não viram ou não estavam mentalmente preparados para
enfrentar. No transcorrer da ação, quando uma mudança de estado de prontidão é exigida,
aumentando o nível de concentração do policial militar (para o estado de alerta - laranja
ou alarme - vermelho), a partida do estado de atenção (amarelo) é muito mais fácil do que
um salto do estado relaxado (branco).
Como já foi dito anteriormente, nesse último caso, partindo do estado relaxado (branco), o
policial militar estaria tão despreparado que poderia até entrar numa situação de pânico
(preto).
Ressalta-se que o estado de atenção (amarelo) pode ser mantido por um período mais
prolongado sem sobrecarregar as funções físicas e mentais. Contudo, o estado de alerta
(laranja) e o estado de alarme (vermelho) podem ser mantidos pelo organismo e pela mente
apenas por períodos de tempo relativamente curtos, pois exigem um dispêndio maior de
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energia. Operar continuamente nesses avançados níveis de prontidão pode desencadear
reações adversas, tanto no âmbito físico quanto psicológico, levando a síndromes de
esgotamento (estresse crônico).
Caso a ocorrência tenha exigido atuação no estado de alarme (vermelho), quando cessada
a situação de ameaça, é importante incentivar o policial militar a retornar ao estado de
atenção (amarelo), se as condições de segurança do ambiente assim permitirem. Essa
medida favorece o retorno do organismo às condições de funcionamento normal, sem muito
desgaste.
Esse processo pode ser conduzido, logo após o desfecho da ocorrência, pelo próprio
comandante da guarnição ou pelo comandante do turno, incentivando o grupo a conversar
sobre a experiência vivida. A manutenção do espírito de equipe e da confiança entre líder e
liderados são fatores importantes para minimizar o desgaste do profissional.
Caso o policial militar sinta os efeitos do estado de pânico, mesmo durante as folgas, é
extremamente recomendado buscar apoio na sua unidade e incentivado o contato com
profissionais da área de saúde, (psicólogos, terapeutas, etc) seja nos Núcleos de Atenção
Integral à Saúde (NAIS), diretamente no Hospital da Polícia Militar (HPM) ou profissionais de
saúde da rede de conveniados.
Caso não haja preocupação com essas medidas, o policial militar estará mais propenso a
desenvolver um quadro de estresse crônico. Comportamentos de irritabilidade, intolerância e
impaciência são sintomas comuns e, agindo sobre os efeitos deste quadro, o policial militar
poderá responder de forma impulsiva quando se deparar com situações de ameaça e perigo,
ou ainda, com reações exageradas mesmo em ocorrências com baixo nível de risco e
complexidade (nível de força incompatível com a análise de risco e reação do abordado).
Tudo isso pode favorecer o surgimento do estado de pânico (preto) durante o serviço
operacional. Medidas que incentivam o retorno ao estado relaxado (branco) são, portanto,
estratégias que contribuem tanto para a prevenção da saúde mental do profissional de
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segurança pública quanto para evitar a banalização de atos de violência nas intervenções
policiais militares.
Quanto melhor preparado mentalmente, melhor condição o policial militar terá para:
17
3 AVALIAÇÃO DE RISCOS
Toda intervenção envolve algum tipo de risco potencial que deverá ser considerado pelo
policial militar. O risco é a probabilidade de concretização de uma ameaça contra pessoa e
bens.
Cada situação exigirá que ele se mantenha no estado de prontidão compatível com a
gravidade dos riscos que identificar, podendo migrar de um estado de prontidão para outro
que a situação exigir. Uma ponderação prévia irá orientar o policial militar sobre a
necessidade e o momento de iniciar a intervenção, escolhendo a melhor maneira para fazê-
lo.
Toda ação policial-militar deverá ser precedida de uma avaliação dos riscos envolvidos, que
consiste na análise da probabilidade da concretização do dano e de todos os aspectos de
segurança que subsidiarão o processo de tomada de decisão em uma intervenção,
formando um componente importante do diagnóstico provável da intervenção.
O risco é incerto, mas é previsível e em sua avaliação o policial militar deverá ter em mente
que, em qualquer processo de tomada de decisão em ambiente operacional, a Polícia Militar
tem o dever funcional de preservar vidas, de servir e proteger a sociedade, preservar a
ordem pública e a incolumidade das pessoas e do patrimônio, garantindo o cumprimento da
lei1.
b) Etapa 2 - avaliação das ameaças: consiste em avaliar as características dos fatores que
ameaçam direitos e garantias. Para tanto, o policial militar deve obter informações do infrator
em potencial (idade, sexo, compleição física, estado emocional e psicológico, motivação
18
para o ato, armas empregadas, trajetória criminal, registro anterior de agressão ou da ação
contra policiais, entre outros);
Risco nível III - caracterizado pela concretização do dano ou pelo risco real e iminente.
São situações nas quais a intervenção policial-militar é de caráter repressivo3. O estado de
prontidão coerente com o risco de nível III é o estado de alarme (vermelho).
Competências profissionais dos policiais militares para agir no cenário em função das
técnicas e táticas adequadas aos tipos de ameaças;
Meios que o policial militar dispõe para intervir de forma efetiva e segura (armamento,
colete balístico, equipamento para comunicação, veículos, entre outros).
3A palavra “repressivo” admite conotação depreciativa relacionada, principalmente, a fatores históricos, políticos,
culturais e ideológicos referentes à tríade classe, raça e gênero. Contudo, no âmbito da atividade policial-militar,
o termo é empregado para caracterizar ações de cunho técnico e profissional voltadas a coibir atos ilícitos que
ameaçam direitos fundamentais.
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e) Etapa 5 – avaliação dos possíveis resultados: é a análise da relação custo-benefício
da intervenção policial-militar diante de cada situação de risco. Cabe ao policial militar
estimar quais serão os resultados de suas ações e seus reflexos na defesa da vida e das
pessoas, no reforço de um cenário de paz social e na imagem da PMMG.
3.2 Aplicação
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4 PENSAMENTO TÁTICO
O pensamento tático é norteado pelo quarteto: área de segurança, área de risco, ponto
de foco e ponto quente.
21
Ao aplicar esses conceitos, o policial militar terá melhores condições para avaliar e reagir
adequadamente aos riscos que possa vir a enfrentar, mesmo sob estresse.
Dividir em diferentes níveis de perigo o local onde se encontra ou para onde se dirige
(“teatro de operações”);
Estabelecer prioridade para dirigir a atenção e determinar pontos que devam ser
controlados;
Os conceitos que se seguem devem ser entendidos de maneira ampla e sistêmica, sendo
adaptáveis às diversas situações operacionais:
a) Área de segurança
É a área na qual a Polícia Militar tem o domínio da situação, não havendo, presumidamente,
riscos à integridade física e à segurança dos envolvidos. É o espaço onde o policial militar
deve, primeiramente, se colocar durante a intervenção, evitando se expor a perigos
desnecessários.
Exemplo: Manter-se abrigado nos arredores de uma residência já cercada por policiais
militares, devidamente protegidos onde, no interior da edificação, se encontra o suspeito da
prática de um delito, armado.
b) Área de risco
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por ainda não ter realizado buscas, torna-se, uma fonte de perigo para ele ou terceiros, e
por isso requer que os riscos envolvidos sejam rigorosamente avaliados (ver Avaliação de
Riscos – seção 3).
c) Ponto de foco
Os pontos de foco são partes dentro da área de risco que requerem monitoramento
específico e demandam imediata atenção do policial militar, uma vez que deles podem
surgir ameaças que representem risco à segurança dos envolvidos, ou seja, elementos no
ambiente para os quais há a convergência do pensamento, acerca do risco real ou potencial
que representa para a atuação policial, e que demandam cautela na conduta operacional.
Portas, janelas, escadas, corredores, partes dos veículos, obstáculos físicos, escavações,
uma pessoa, ou qualquer outro elemento no local de atuação que possa oferecer ameaça,
mesmo que não imediatamente visível ou conhecida.
d) Ponto quente
Os pontos quentes são partes do ponto de foco que possuem um maior potencial de se
tornarem fontes reais de agressão e que, por isso, devem ser cautelosamente monitorados
para garantir a segurança de todos os envolvidos. O policial militar direcionará sua atenção,
energia e habilidade para essas fontes a fim de responder adequadamente, considerando os
princípios e as regras para o uso da força.
Seguindo o exemplo da alínea “c) Ponto de foco”, o ponto quente será o suspeito da prática
de um delito, que está posicionado na porta que dá acesso a um dos cômodos.
É necessário compreender que a definição do que será ponto de foco e ponto quente ocorre
de maneira contínua e dinâmica, decorrente da avaliação de riscos. Isso permite ao policial
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militar reclassificá-los à medida que os locais de onde podem partir as ameaças vão sendo
identificados e/ou controlados, mais especificamente.
No exemplo anterior, no primeiro momento, o suspeito na porta foi definido como um ponto
quente. Contudo, quando o policial militar identifica que ele está com uma arma de fogo, a
partir de então, o abordado será considerado como um ponto de foco e suas mãos passam
a ser o ponto quente.
Outro exemplo: um veículo suspeito será considerado ponto de foco e um indivíduo que está
em seu interior o ponto quente. Esse mesmo indivíduo poderá tornar-se o ponto de foco e
suas mãos serão definidas como o ponto quente. Igual atenção deverá ser dada às janelas,
portas e porta-malas, pois são locais prováveis para o surgimento de ameaças (pontos
quentes).
Existem três questões chaves para uma correta leitura do ambiente, que levam à
identificação dos riscos presentes numa intervenção policial:
Ao se aproximar de uma residência para atendimento de uma ocorrência, uma mulher sai
correndo de dentro da casa na direção ao policial militar. Considere, a mulher, em si mesma,
é uma ameaça?
Onde estão as portas e janelas das quais o policial militar pode ser visto ou atingido por
alguém que se encontre dentro da residência? Que outros locais podem abrigar um
agressor que não foi visto?
Na cena descrita, existem locais de ameaça que o policial militar ainda não controla.
Qualquer foco de ameaça que não esteja sob o controle visual de pelo menos um policial
militar é um risco que não se controla. No exemplo, o policial militar não deve se colocar
parado no passeio em frente à residência, exposto a tais pontos de foco, pois aumenta o
perigo potencial de sofrer um ataque.
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Se esses riscos não estão controlados, como fazer para controlá-los?
Nesse exemplo, o policial militar pode considerar os possíveis abrigos próximos: uma
grande árvore, uma coluna de varanda, um carro estacionado, uma caçamba ou outro meio
de proteção. Abrigado numa área de segurança, o policial militar utiliza a verbalização para
identificar e direcionar a mulher para uma posição segura e, simultaneamente, checa,
periodicamente, o ambiente em sua volta, avalia a área de risco, identifica os pontos de foco
e visualiza os pontos quentes.
Ao identificar um ponto de foco, o policial militar deverá esforçar-se ainda mais para manter
o controle visual da situação. O estado de prontidão poderá subir para o estado de alarme
(vermelho), conforme o caso. O policial militar deverá estar atento e preparado para fazer
uso da força diante de uma possível agressão.
Quando o policial miliatar localiza um risco real no ponto quente, o estado de prontidão
deverá atingir, definitivamente, o estado de alarme (vermelho), contribuindo para que o
policial militar esteja em condições de controlar a ameaça.
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Em algumas situações, a avaliação de riscos leva o policial militar à conclusão de que não
possui condições suficientes (efetivo de policiais, armamento, treinamento, entre outros)
para agir imediatamente (etapa 4 da avaliação de riscos). Nesse caso, recomenda-se ao
policial militar algumas ações de primeiro interventor4:
O policial militar que verbaliza manterá contato visual com o abordado, sempre olhando para
ele. Isso interferirá no processo mental do agressor, reduzindo sua capacidade de reação.
Se uma ameaça real surge de um ponto de foco, a habilidade e o preparo mental para
entender e controlar os seus pontos quentes serão os suportes para a resposta correta do
policial militar. Nesse sentido, duas considerações são importantes:
4Primeiro interventor é o primeiro policial que chega no local da ocorrência e inicia o protocolo de solução de
crise, quando esta extrapola o atendimento rotineiro.
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Não dispersar e não dividir a atenção!
Pode ser possível monitorar mais de um ponto de foco, ao mesmo tempo, pelo policial
militar, dependendo da situação, da distância em que se encontram e do tempo necessário
para a reação. Mas ele não conseguirá controlar, plenamente, mais de um ponto quente por
vez. O estado de alarme (vermelho) demanda muita atenção quando um ponto quente é
identificado, sendo necessário avaliar qual ameaça é a mais séria e imediata e nela
concentrar esforços. Estando ela dominada, a probabilidade de agressão diminui.
Em uma situação de risco iminente, o policial militar deve concentrar toda a sua força e
energia para controlar a ameaça o mais rápido possível. Por outro lado, a “visão em túnel”
ocorre quando o policial militar fixa seu olhar e sua atenção em apenas um ponto, perdendo
a capacidade de percepção do que se encontra à sua volta. Como consequência, poderá
eleger um objetivo incorreto ou um conjunto de ações inadequadas para atingi-lo.
O policial militar, na sua prática operacional diária, deve lidar com a probabilidade de riscos,
preparando-se para enfrentar ameaças onde quer que elas possam ocorrer. Não é possível
eliminar todos os riscos da sua atividade, mas, usando corretamente os princípios do
pensamento tático, haverá uma redução substancial do perigo.
Consiste nas etapas percorridas por uma pessoa que intenciona agredir o policial militar, da
seguinte maneira:
Identificar: captar o estímulo por meio da visão, dos sons ou de outra forma de perceber
a presença do policial militar;
Conhecer esse processo é identificar os estágios de pensamento que uma pessoa seguirá
para agredir o policial militar. Utilizar essa informação no contexto das ações e operações
possibilita minimizar ou evitar uma ameaça direta.
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Usualmente, as etapas do processo mental da agressão percorridas pelo suspeito ocorrem
nesta sequência (IDENTIFICAR, DECIDIR E AGIR), porém, ocasionalmente, podem não
ocorrer nesta ordem. Exemplo: o suspeito pode estar com a arma pronta para disparar,
apontada para a esquina de um beco em um aglomerado urbano, antes mesmo de
identificar um alvo.
Qualquer que seja a ordem, um provável agressor tem apenas esse processo de
pensamento para percorrer. Isso coloca o policial militar em desvantagem, pois, enquanto o
agressor passa por TRÊS fases para executar o ataque, o policial militar passa por
QUATRO fases, a fim de responder a ameaça.
Após identificar a provável agressão, o policial militar deve se certificar para depois decidir e
agir em consonância com os princípios do uso da força (legalidade, necessidade,
proporcionalidade), e com os parâmetros éticos. A interpretação da execução do ato policial
varia de acordo com a situação fática.
a) ocultação: se o agressor não sabe exatamente onde o policial militar está, ele terá
dificuldades em IDENTIFICÁ-LO para um ataque. Assim, poderá atirar ou atacá-lo a esmo,
em um “esforço cego” para atingi-lo, mas, muito provavelmente, sua tentativa será inútil,
caso o policial militar se encontre devidamente abrigado e coberto (oculto) na área de
segurança.
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c) distância: de uma maneira geral, o policial militar deverá manter- se a uma distância que
dificulte qualquer tipo de ação por parte do abordado. Certamente, se um ataque físico é a
preocupação, quanto maior a distância a ser percorrida pelo agressor para atacar, mais
tempo ele demorará para atingir o policial militar que, por sua vez, terá mais tempo para
identificar, certificar, decidir e repelir a ameaça.
Quanto mais próximo de um agressor, maiores são as chances do policial militar ser atingido.
O policial militar estará mais seguro, quando permanecer a uma distância adequada e sob a
proteção de um abrigo. Principalmente considerando se tratar de infratores com armas
brancas, onde o policial poderá usar a regra de Tueller5 ou regra dos 21 pés (6,4 metros).
e) proteção: este princípio é, sem dúvida, o mais importante entre todos. Se o policial militar
pode posicionar-se atrás de algo que verdadeiramente o proteja dos tiros e, ao movimentar-
se, utiliza abrigos, um agressor terá muita dificuldade em atacá-lo com sucesso. O abrigo
também lhe dará mais tempo para identificar qualquer outra ameaça que se apresente.
5 Sargento Dennis Tueller, do Departamento de polícia de Utah (Estados Unidos) criou a Regra de Tueller ou
regra dos 21 pés (6,4 metros). A regra estabelece que esta distância é a mínima para ter possibilidades de se
defender com uma arma de fogo, diante de uma agressão com arma branca, considerando a arma no coldre em
condições de disparo.
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5 INTERVENÇÃO POLICIAL
Entende-se por intervenção policial, a ação ou a operação que empregam técnicas e táticas
policiais, em eventos de defesa social, tendo como objetivo prioritário a promoção e a
defesa dos direitos fundamentais da pessoa. Toda intervenção policial deve ser
transformadora da realidade, objetivando, de modo geral, a prevenção e a resolução de
conflitos, o combate ao crime e à violência, a preservação da ordem e a garantia do
cumprimento da lei.
Uma intervenção da Polícia Militar pode ter como objetivos: o esclarecimento de dúvidas ou
o fornecimento de informações junto a um transeunte; a realização de uma busca pessoal,
em um veículo ou em uma edificação; uma ação de auxílio a uma pessoa acidentada ou
perdida; o cumprimento de mandado de prisão; a imobilização, a algemação e a condução
de pessoas; disparar arma de fogo de acordo com os princípios do uso da força e outras
formas de contato do policial militar com a sociedade.
Ao iniciar uma intervenção, o policial militar deve observar os aspectos éticos, normativos e
técnicos que regulam e orientam a sua execução. O conhecimento do conjunto normativo,
somado ao treinamento diuturno, garantirá o sucesso dessas ações.
30
ameaça à segurança (do policial militar ou de terceiros). Assim, o policial militar deverá
manter-se em condições de respondê-la. (Risco nível II e estado de alerta - laranja). Neste
tipo de intervenção, além das ações descritas no nível 1, podem ser realizadas buscas em
pessoas, veículos ou edificações, pois as equipes envolvidas iniciam suas ações com algum
risco já conhecido (indício) e o policial militar deverá estar pronto para enfrentá-lo.
Exemplo: um infrator avistado no momento de uma ameaça direta à vítima ou que, logo
após, empreende fuga e é perseguido pela polícia; um agente de crimes procurado pela
Justiça e que é identificado pelo policial militar.
Uma intervenção policial-militar deve ser dividida em etapas para garantir o seu sucesso:
b) Etapa 2 - PLANO DE AÇÃO: consiste na decisão, acerca das atribuições de cada policial
militar, dos métodos e procedimentos para alcançar objetivos da intervenção. Os policiais
militares, trabalhando em equipe, devem ter atitudes coerentes entre si, fruto de uma
mesma avaliação de risco e um consequente escalonamento da força. É imprescindível
considerar os dados que subsidiaram o diagnóstico, os fundamentos da abordagem, os
princípios do uso da força e os recursos disponíveis (pessoas e equipamentos). O plano de
ação pode ser elaborado de forma simples e verbal, ou exigir maior estruturação, conforme
a avaliação da complexidade.
31
O policial militar precisa responder às seguintes perguntas:
32
5.3 Abordagem policial
O contato físico, necessário e inevitável em alguns tipos de abordagem (aquelas que geram
busca pessoal, principalmente), se torna um momento crítico, tanto para os policiais
militares quanto para os envolvidos. Por um lado, o abordado pode se sentir constrangido
pela intervenção à qual foi submetido e, por outro, pode oferecer riscos ao policial militar.
Por isso, ao realizar este procedimento, deve-se atuar, respeitando a dignidade e os direitos
fundamentais, sem descuidar-se das medidas de segurança.
A posição em que o policial militar sustenta sua arma durante a abordagem dependerá da
avaliação de riscos da intervenção. O policial militar deve manter-se sempre atento ao
comportamento do abordado e não descuidar da sua segurança.
Quando, inicialmente, o abordado não apresentar indícios de suspeição, como nos casos de
orientação ou assistência, a abordagem poderá ser iniciada com a arma no coldre ou
localizada.
33
ATENÇÃO! Em relação às posições das armas 1, 2, 3 e 4, descritas na
seção 7.2.3 sobre o uso de arma de fogo, LEMBRE-SE SEMPRE:
Ao realizar este tipo de abordagem, o policial militar deverá observar a sigla SSRAU 6 ,
indicativa dos fundamentos da abordagem elencados abaixo, para potencializar suas ações
e assegurar que o objetivo proposto seja alcançado:
a) Segurança: caracteriza-se por um conjunto de medidas adotadas pelo policial militar para
controlar e mitigar os riscos da intervenção policial. Antes de agir, o policial militar deverá
identificar a área de segurança e a área de risco, monitorar os pontos de foco, controlar os
pontos quentes e certificar-se de que o perímetro está seguro. Sempre que possível, o
policial militar deverá agir com supremacia de força;
34
b) Surpresa: caracteriza-se por medidas que dificultam a percepção do abordado em
relação ao policial militar, ou seja, é uma ação inesperada para o suspeito, surpreendendo-o
e reduzindo seu tempo de reação.
d) Ação vigorosa: é a atitude firme e resoluta do policial militar na ação, por meio de uma
postura imperativa, com ordens claras e precisas. Não se confunde com truculência. O
policial militar deve ser firme e direto, porém cortês, sereno, demonstrando segurança,
educação e bom senso adequado às circunstâncias da intervenção;
A educação e a polidez devem sempre ser observadas nas abordagens, uma vez que
alguns desfechos são agravados pela postura inadequada adotada pelo policial militar.
35
5.4 Requisitos básicos para intervenção policial-militar7
36
6 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
A escolha dos meios de comunicação e a utilização das ferramentas disponíveis devem ser
observadas de modo a facilitar todo o processo com o menor índice de ruídos possível. O
sucesso na comunicação não depende só da forma como a mensagem é transmitida, a
compreensão dela é fator fundamental, lembre-se que vivemos em sociedade de cultura
diversificada, e o que às vezes parece óbvio para você para seu interlocutor não é.
37
Simplicidade quer dizer que o emissor transmite uma mensagem para o receptor de forma
clara, fácil e possível de ser entendida.
Emissor é aquele que fala, escreve, desenha, faz mímica; é o ponto de onde parte a
mensagem;
Receptor é aquele que quer ou precisa ouvir e aprender; é o destinatário da mensagem;
Mensagem é o conteúdo do que se quer dizer e comunicar.
O primeiro contato com o abordado é de fundamental importância, haja vista que irá
construir mentalmente uma imagem do policial militar (e da Polícia Militar), por meio da
análise da postura, apresentação pessoal e, principalmente, da fala e gestos. Esses fatores
contribuem para a credibilidade, legitimidade e confiança na autoridade. Mesmo quando não
está realizando um contato, ou fora do serviço, sua postura deve ser exemplar, porque esse
é o primeiro aspecto que se avalia.
Uma boa imagem é representada por detalhes importantes como: fardamento limpo e
adequado e cuidados com a higiene pessoal, dentro dos padrões estabelecidos pelas
normas da PMMG. Outros comportamentos como o uso irregular de cobertura e de
acessórios exóticos ou extravagantes transmitem a ideia de descaso e relaxamento.
Algumas atitudes contribuem para a solução pacífica dos conflitos e o alcance dos objetivos
institucionais e, consequentemente, para a boa imagem e a legitimidade de suas
intervenções. Dentre elas, o policial militar deve ser:
38
firme: agir de forma segura, estável, constante, comunicando de maneira polida e sem
truculência;
cortês: o policial militar deve ser educado, atencioso e solícito. A seriedade e a firmeza
necessárias não podem ser confundidas com indiferença ou grosseria.
O diálogo entre o policial militar e o abordado pode ser prejudicado e sofrer interferências
diante de uma postura que denote agressividade, arrogância ou descaso.
Exemplo: o policial militar que aponta o dedo indicador para o abordado, ou se lhe apresenta
com os braços cruzados ou com o rosto sisudo.
Ao dirigir-se às pessoas, o policial militar não deve fazer uso de gírias ou palavras
vulgares porque transmitem uma má impressão e afetam a credibilidade junto aos
envolvidos. Mantendo uma linguagem firme e cordial, o policial militar demonstra
profissionalismo e controle da situação.
Outro aspecto importante da comunicação é o volume da voz. O policial militar deve atentar
para este aspecto, a fim de facilitar sua comunicação, adequando-o às diversas situações,
podendo modificá-lo para alcançar melhor seu objetivo. O volume da voz deve se adaptar ao
nível de cooperação do abordado, devendo aumentar ou diminuir, conforme o nível de força
empregado. O som da voz deve chegar claramente ao ouvinte, para que ele possa entender
e interagir com o policial militar.
Cabe ao policial militar fazer uma leitura do ambiente, para adequar o uso da voz a cada
situação, lembrando que o volume muito baixo inviabiliza a comunicação, por dificultar o
entendimento, e o volume muito alto, quando desnecessário, pode se tornar agressivo,
incômodo e deseducado. Devem ser levadas em consideração as possíveis interferências
sonoras (ruídos) presentes em um determinado ambiente.
Outros fatores como o timbre (qualidade sonora que identifica a voz de uma pessoa), a
dicção (pronúncia correta dos sons das palavras) e a velocidade com que se fala são
determinantes para a qualidade da comunicação estabelecida. Nos treinamentos, o policial
militar deve buscar o timbre em que sua voz fique mais clara, pronunciar as palavras com
39
calma e correção e em velocidade que possibilite ao interlocutor compreender exatamente o
que está sendo dito. A fala confusa ou vagarosa causa a impressão de indecisão ou
desânimo, gera descrédito e insegurança. Em contrapartida, falar muito rápido denota
ansiedade, dúvida e desatenção.
Outro aspecto a ser considerado é que toda pessoa tem um espaço (área física em seu
entorno) que considera psicologicamente reservado para aqueles que são íntimos a ela. Ao
aproximar-se demasiadamente de uma pessoa, o policial militar invade este “espaço
pessoal” e pode provocar, no abordado, o desejo inconsciente de afastar, fugir, ou defender-
se. Qualquer palavra dita nessa situação poderá soar agressivamente.
Assim sendo, o policial militar deverá estabelecer o contato inicial com o abordado, a uma
distância segura (ver MTP 02), para criar um vínculo verbal e de confiança. Por exemplo,
numa intervenção nível I, pode “quebrar o gelo” com o uso do “aperto de mão”,
demonstrando interesse ao também olhar diretamente nos olhos do interlocutor sorrindo.
Numa intervenção nível II, explicando o que será realizado, antes de se aproximar, exemplo:
40
controle da situação, minimizando, em grande parte dos casos, a possibilidade de uma
reação indesejada.
O modo de agir, de se postar e falar com o abordado interfere diretamente na sua reação,
auxilia no nível de cooperação e no acatamento das ordens. Dessa forma, a postura do
policial militar, durante a abordagem, pode evitar manifestações de descontentamento que
exijam a adoção de medidas coercitivas pela polícia, como os controles de contatos e os
controles físicos, as técnicas de menor potencial ofensivo e, como medida extrema, o uso da
arma de fogo.
Nas teorias de comunicação, diz-se que, uma informação somente é eficaz quando
apresenta, dentre outras, duas características fundamentais:
precisão: grau de detalhamento suficiente para produzir o resultado desejado (ser prático,
objetivo, direto).
O policial militar não deve alimentar a expectativa de que o abordado sempre se disponha a
colaborar de forma espontânea. Assim, deve buscar o controle da situação por meio de uma
verbalização adequada, emitindo ordens legais, claras, objetivas e pertinentes.
Durante a abordagem, o policial militar deve explicar os motivos da intervenção e o
comportamento que se espera do abordado.
8FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Minidicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
1993.
41
Ao abordar, não aponte o dedo indicador para a face do abordado, nem toque no seu corpo,
salvo nos casos em que se faz necessário o controle de contato, o controle físico e a busca
pessoal. Respeitando seu espaço pessoal, será mais fácil obter sua cooperação.
O policial militar deve transmitir ao abordado uma mensagem clara, de que poderá agir em
resposta às suas agressões ou à falta de cooperação. Por meio de um diálogo moderado e
incisivo, o policial militar deve explicar que seus comandos são ordens legais e que o
descumprimento pode configurar infração penal e resultar no uso da força.
O policial militar deve ter consciência da existência de uma insatisfação natural das pessoas
quando são abordadas. O policial militar se apresenta como autoridade, intervindo
momentaneamente no direito de ir e vir, podendo ainda causar uma exposição
constrangedora do abordado perante seus familiares ou o público presente.
Exemplo: possibilidade de se gerar atraso em deslocamentos para compromissos, devido a
operações do tipo Blitz.
42
Um grande número de pessoas não gosta de ser parado pela polícia, ainda que seja para
uma simples verificação de rotina, visto que, na maioria das vezes, seja de senso comum a
ideia de que foi “escolhido” por ter sido considerado suspeito. Nesses termos, é razoável
que o abordado, nas diversas intervenções, tente argumentar ou questionar a forma ou a
legalidade da ação policial militar, não cumprindo de imediato as recomendações, alegando
não admitir ser tratado como “infrator”. É importante diferenciar essa compreensível
sensação de incômodo vivenciada pelo abordado, de outra conduta mais séria que configure
os crimes de resistência, desobediência e/ou desacato.
Dessa forma, o policial militar deve iniciar a comunicação, sabendo que os elementos de
empatia, na maioria das vezes, estarão ausentes. Por isso, deve aumentar sua preocupação
com os aspectos não verbais, de forma a garantir que suas mensagens sejam claras e
precisamente transmitidas.
O policial militar deve variar sua comunicação, de acordo com as diferentes formas de
reação do abordado. O diálogo deve ter uma sequência lógica. A fala do policial militar deve
ser concisa, simples e de fácil execução.
a) Abordado cooperativo
43
Deve utilizar pausas e interromper a sua fala, aguardando a resposta do abordado, para
verificar se houve entendimento da sua mensagem e qual é o nível preliminar de
cooperação demonstrado.
Utilizando comandos simples e sequenciais, o policial militar explica para a pessoa o que
está ocorrendo e, se possível, o que motivou a abordagem.
Terminada a abordagem:
Caso o abordado descumpra algum comando, agindo de forma passiva, morosa, apática ou
indiferente (mas que não constitua agressão), o policial militar deve, inicialmente, alertá-lo
sobre as consequências da desobediência à ordem legal. Persistindo tal comportamento,
deve agir com superioridade de força, usando os meios necessários e moderados para
compeli-lo ao cumprimento da determinação legal.
44
Dessa forma, a entonação da voz do policial militar poderá se tornar mais enérgica e o
volume mais alto, demonstrando a seriedade da situação e impondo a autoridade, caso o
abordado demonstre resistência ao acatamento das ordens.
A desobediência do abordado e a resistência em cumprir as ordens deverão ser entendidas
como indicativos de ameaça. Nesse caso, o policial militar deve estar pronto para responder
a algum tipo de agressão.
Utilize expressões que facilitem a aproximação com o abordado. Não seja ríspido ou
impaciente. Procure alcançar o receptor com seu discurso. Ao invés de responder com
negativas, use afirmativas que desestimulem a sua falta de cooperação:
45
“— Isto é uma advertência, vou usar de força!”
O policial militar deve considerar que poderão existir diversas razões para que o abordado
possa resistir de maneira passiva às ordens dadas pelo policial militar, por exemplo:
quando não acata simplesmente porque quis desafiar a autoridade ou desmerecer a ação
policial-militar, tentando, assim, expô-lo a uma situação humilhante frente ao público, ou
ainda, provocar o uso excessivo de força;
quando tem algo a esconder (armas, drogas, outros) e busca distrair a atenção do policial
militar;
quando quer ganhar tempo para fugir ou enfrentar fisicamente os policiais militares, isto
é, com resistência ativa.
Nesses casos, o policial militar deve se resguardar, podendo fazer uso de tecnologias que
possibilitem gravar a sua ação e, sempre que possível, por meio do testemunho de
pessoas, presumidamente idôneas, que estejam próximas ao local, acionando-as para que
presenciem a repetição da ordem legal emitida e o descumprimento, ou
resistência/relutância do abordado em cumpri-la.
46
força contra ele / foi alertado de que poderá ser preso por
desobediência.”
Os recursos tecnológicos (aparelhos telefônicos celulares que tiram fotos, filmam, gravam
áudio, ou outros similares) que estejam acessíveis para comprovar a atuação legítima do
policial militar e a resistência do abordado, podem ser utilizados. Nesse caso, o policial
militar deve proceder com especial atenção, com relação a sua postura e segurança, de
forma que não se torne vulnerável durante este procedimento, e alertar formalmente ao
interlocutor que estará registrando a intervenção.
Nos casos de resistência física, o policial militar deve mensurar e avaliar as atitudes do
abordado, adaptando a verbalização, sendo mais imperativo e impositivo, alertando
imediatamente o restante da equipe sobre essa resistência do abordado, com foco na
segurança dos policiais e de terceiros.
Diante da agressão, o policial militar deverá repelir a agressão com os meios necessários,
proporcional a ameaça e reforçará o volume de voz, emitindo ordens diretas, devendo
advertir o abordado de que tal procedimento implica crime (desacato ou resistência).
47
Nesse caso, o abordado já iniciou algum tipo de agressão e o policial militar deve estar
pronto para repelir a injusta agressão utilizando os meios necessários.
“— Fulano ... (citar o nome da pessoa presa). Sou o ... (citar o posto
ou a graduação e o nome do policial condutor da prisão).
— Você está preso pelo cometimento do crime de (citar o delito).
— Depois de ser qualificado, você tem o direito de permanecer
calado, durante seu interrogatório.
— Você tem o direito a assistência da sua família e de advogado.
— Você será encaminhado à delegacia... (citar o local onde será feito
o encerramento do BO/REDS).
— Na delegacia, sua família ou a pessoa indicada por você poderá
ser comunicada.”
Algumas atitudes por parte do policial militar podem contribuir para tornar a comunicação
simples, rápida e eficaz, por abrangerem pontos importantes para o sucesso em uma
abordagem, dentre elas:
48
d) ser paciente, pois cada pessoa tem um ritmo, um modo e uma capacidade de internalizar
e compreender a mensagem;
e) demonstrar segurança e confiança.
Uma das principais funções do policial militar moderno é a resolução pacífica de conflitos. A
verbalização é uma ferramenta fundamental colocada à disposição do policial militar na
resolução de conflitos.
O uso correto das técnicas aqui apresentadas aumenta a segurança nas intervenções
policiais militares e diminui, consideravelmente, a necessidade do uso da força em níveis
mais elevados.
49
7 USO DA FORÇA
A força, no âmbito policial, é definida como sendo o meio pelo qual a Polícia Militar controla
uma situação que ameaça à ordem pública, o cumprimento da lei, a integridade ou a vida
das pessoas. Sua utilização deve estar condicionada à observância dos limites do
ordenamento jurídico e ao exame constante das questões de natureza ética. A força, no
âmbito militar, com possibilidade de emprego em missões extraordinárias pela Polícia Militar,
será objeto de Instruções específicas, como em caso de perturbação da ordem, ou grave
perturbação, conflito armado interno ou outras missões.
O uso da força é um tema que engloba muitas variáveis e possibilidades de ação. De acordo
com as circunstâncias, sua intensidade pode variar desde a simples presença policial-militar
até o emprego de força potencialmente letal como o disparo da arma de fogo contra pessoa,
sendo, neste caso, considerado como o único recurso capaz de cessar a ação delituosa e
de medida extrema de uma intervenção policial.
O Estado detém o monopólio do uso da força que é exercida por intermédio dos seus
órgãos de segurança. Assim, o policial militar, no cumprimento de suas atividades, poderá
usá-la para repelir uma ameaça à sua segurança ou à de terceiros e à estabilidade da
sociedade como um todo (uma violência contra o policial militar é um atentado contra a
própria sociedade e pode ser considerado crime hediondo (vide Lei nº 13.142/159).
9A Lei nº 13.142/15 define os crimes de homicídio, lesão corporal de natureza gravíssima e lesão corporal
seguida de morte praticados contra agentes de segurança pública como hediondos, seja no exercício da função
ou em razão dela.
50
A força aplicada por um policial militar é um ato discricionário, legal, legítimo e profissional.
Pode e deve ser usada no cotidiano operacional, sem receio das consequências advindas
de seu emprego, desde que o policial militar cumpra com os princípios éticos e legais que
regem sua profissão.
Deve ficar claro para o policial militar que o uso da força não se confunde com violência10,
haja vista que esta última é uma ação arbitrária, ilegal, ilegítima e não profissional.
O policial militar poderá usar a força no exercício das suas atividades, não sendo necessário
que ele ou outrem seja atacado primeiro, ou exponha-se desnecessariamente ao perigo,
antes que possa empregá-la. O seu emprego eficiente requer uma análise dinâmica e
contínua sobre as circunstâncias presentes, de forma que a intervenção policial resulte num
menor dano possível. Para tanto, é essencial que ele se aperfeiçoe, constantemente, em
procedimentos para a solução pacífica de conflitos, estudos relacionados ao comportamento
humano, conhecimento de técnicas de persuasão, negociação e mediação, dentre outros
que contribuam para a sua profissionalização nesse tema.
O uso da força pelos integrantes da PMMG deve ser norteado pelo cumprimento da lei e da
ordem, pela preservação da vida, da integridade física das pessoas envolvidas em uma
intervenção policial-militar e, ainda, pelos princípios relacionados a seguir:
Legalidade
10O assunto foi discutido no artigo “Uso de Força e a Ostensividade na Ação Policial”, de Jacqueline Muniz,
Domício Proença Junior e Eugênio Diniz, publicado no periódico Conjuntura Política. Boletim de Análise -
Departamento de Ciência Política da UFMG, BELO HORIZONTE, pp:22-26, 20 de abril de 1999.
51
Exemplo: o princípio da legalidade não está presente se o policial militar usa de violência
para extrair a confissão de uma pessoa. A tortura é vedada em qualquer situação e não
justifica o objetivo a ser alcançado, por meio de mecanismos que infringem o direito do
indivíduo de não produzir prova contra si mesmo ou declarar-se culpado.
Processo: considera que os meios e os métodos utilizados pelo policial militar devem ser
legais, ou seja, em conformidade com as normas (leis, regulamentos, diretrizes, entre
outros).
Exemplo: o policial militar não cumpre o princípio da legalidade se, durante o seu serviço,
usar arma e munições não autorizadas pela Instituição, tais como armas sem registro, com
numeração raspada, calibre proibido, munições particulares, dentre outras.
Necessidade
O uso da força num nível mais elevado é considerado necessário quando, após tentar
outros meios (verbalização, persuasão, entre outros) para solucionar o problema, torna-se
único recurso capaz de solucionar a crise, a ser utilizado pelo policial militar. Sendo
necessário utilizar imediatamente um nível de força mais elevado, o policial militar não
precisa percorrer os demais níveis.
Exemplo: o policial militar pode utilizar a força potencialmente letal (disparo de arma de
fogo), para defender a sua vida ou de outra pessoa que se encontra em perigo iminente,
provocado por um infrator, sempre que outros meios não tenham sido suficientes ou
oportunos para impedir a agressão.
Proporcionalidade
O nível de força utilizado pelo policial militar deve ser compatível, adequado e aceitável, ao
mesmo tempo, com a gravidade da ameaça representada pela ação do infrator, e com o
objetivo legal pretendido.
52
Um nível maior de força pode ser empregado quando outros de menor intensidade não
forem suficientes para atingir os objetivos legais pretendidos.
Gravidade da ameaça: para ser avaliada, deverão ser considerados, entre outros aspectos,
a intensidade, a periculosidade e a forma de proceder do agressor, a hostilidade do
ambiente (histórico e fatores que indiquem violência do local de atuação, além de
experiências e relatos de situações semelhantes conhecidas que resultaram em risco de
morte para os policiais e envolvidos) e os meios disponíveis ao policial militar (habilidade
técnica e equipamentos).
53
7.1.1 Níveis de comportamento da pessoa abordada
a) Cooperativo
b) Resistência passiva
54
Exemplo 2: a pessoa, durante uma abordagem, corre na tentativa de empreender fuga para
frustrar a ação de busca pessoal.
c) Resistência ativa
Exemplo: o agressor que desfere chutes contra o policial militar quando este tenta
aproximar-se para efetuar a busca pessoal.
Todo policial militar deverá utilizar equipamentos de proteção individual (EPI) específicos
para sua atuação, além de alternativas de armamentos e tecnologias, quando disponíveis e
se for habilitado para tal uso, para propiciar opções de uso diferenciado de força. Não portar
tais materiais no momento oportuno, muitas vezes por negligência do policial militar, pode
55
levá-lo a fazer uso de técnicas que contrariam os princípios do uso da força. Exemplo: o
policial militar que não se equipou com bastão tonfa, em que pese estar disponível, e usa a
arma de fogo como objeto contundente”.
O emprego de todos os níveis de força nem sempre será necessário em uma intervenção.
Na maioria das vezes, bastará uma verbalização adequada para que o policial militar
controle a situação. Por outro lado, haverá situações em que, devido à gravidade da ameaça,
o uso da força potencialmente letal (disparo de arma de fogo) deverá ser imediato, antes
mesmo de qualquer verbalização.
É fundamental que o policial militar mantenha-se atento quanto às mudanças dos níveis de
comportamento do abordado, para que selecione corretamente o nível de força a ser
empregado.
a) Nível primário
Presença policial-militar:
Verbalização:
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As variações das posturas e do tom de voz do policial militar dependem da atitude da
pessoa abordada. Em situações de risco é necessário o emprego de frases curtas e firmes.
A verbalização pode e deve ser empregada em todos os demais níveis de uso da força. O
treinamento continuado e as experiências vivenciadas proporcionam melhoria na habilidade
de verbalização.
Controle de contato:
São técnicas em que o policial militar faz a intervenção sem recorrer a quaisquer
armamentos, instrumentos ou equipamentos. É realizada por meio de posturas de
abordagem que orienta a distância e a angulação de aproximação, bem como a posição de
mãos e braços do policial militar (ver posturas táticas – MTP 02)
Controle físico:
É o emprego das técnicas de defesa pessoal policial, com um maior potencial de submissão,
para controlar o abordado sem o emprego de instrumentos. Visa a sua imobilização e
condução, evitando, sempre que possível, que resulte lesões do uso da força.
57
ATENÇÃO! Considere que, quando utilizar o IMPO, o risco de morte
ou de graves lesões continua existindo, mas em um nível
significativamente inferior, quando comparado ao emprego de nível
de força potencialmente letal.
Trata-se de opções de posicionamento que o policial militar poderá adotar com sua arma,
para criar um efeito que remova qualquer intenção indevida do abordado e, ao mesmo
tempo, estar em condições de dar uma resposta rápida, caso necessário, sem, contudo,
dispará-la. As posições adotadas implicam percepções diferentes pelo abordado, quanto ao
nível de força utilizado pelo policial militar.
A ostensividade da arma de fogo tem um reflexo sobre o abordado que pode ter sua ação
cessada pelo seu impacto psicológico, que a arma provocar.
Deverão ser empregados em situações que envolvam risco iminente de morte ou lesões
graves para o policial militar ou para terceiros, com o objetivo imediato de fazer cessar a
ameaça ou repelir a injusta agressão.
Tais técnicas são utilizadas em circunstâncias em que o seu uso for inevitável e a força
potencialmente letal representada pelo disparo de arma de fogo torna-se inviável. Exemplo:
agressor atracado ao policial militar, rolando ao solo, tentando tomar-lhe a arma.
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Disparo de arma de fogo:
Consiste também no disparo de arma de fogo efetuado pelo policial militar contra um
agressor, devendo ocorrer em situações, que envolvam risco iminente de morte ou lesões
graves, com o objetivo imediato de fazer cessar a ameaça ou repelir a injusta agressão.
59
A seta dupla centralizada (sobe e desce) indica o processo dinâmico de avaliação e de
seleção das alternativas, bem como reforça o conceito de que o emprego da verbalização e
da presença policial deve ocorrer em todos os níveis.
O uso da força depende da compreensão das relações de causa e efeito entre as atitudes
do abordado e as respostas do policial militar. Isto possibilitará uma avaliação prática e a
tomada de decisão sobre o nível mais adequado de força.
Mentalmente, o policial militar percorre toda a escala de força em um tempo curto e escolhe
a resposta mais adequada ao tipo de ameaça que enfrenta (observar os princípios do uso
da força).
Essa dinâmica, entre os níveis do uso da força, deve ser realizada de um modo consciente,
com ética e profissionalismo, nunca prevalecendo os sentimentos como a raiva, o
preconceito ou a retaliação. A avaliação dessas variáveis propiciará, ao policial militar, o
equilíbrio de suas ações.
60
se recusarem a cumpri-la. Em qualquer caso, a responsabilidade caberá também aos
superiores que tenham dado ordens ilegais;
c) da equipe de policiais militares: qualquer policial militar que suspeite que outro policial
militar esteja fazendo ou tenha feito o uso da violência (ou cometido qualquer crime), deve
adotar todas as providências ao seu alcance, para prevenir ou opor-se, rigorosamente, a tal
ato. Na primeira oportunidade que tenha, deve informar o fato aos seus superiores e, se
necessário, a qualquer outra autoridade com competência para investigar os fatos.
As armas de fogo e munições utilizadas não devem causar danos ou lesões desnecessárias.
Assim, não é permitido alterar as armas e munições com este fim (diminuição do cano
da arma, corte nas pontas dos projéteis, alteração na carga das munições, entre outras).
Cada policial militar é responsável pela guarda, pelo destino e pela utilização da arma e da
munição recebidas (ver Manual de Administração do Armamento e Munição da PMMG).
61
7.2.2 Normas de segurança
Para garantir a segurança de todos os envolvidos em uma intervenção, onde são utilizadas
armas de fogo, é importante observar as seguintes recomendações:
na intendência, ao receber uma arma de fogo, verifique se ela está ou não carregada, e
em perfeitas condições de funcionamento. A manutenção de 1° escalão é de
responsabilidade do usuário;
direcione o cano da arma de fogo para a “caixa com areia”, durante o manejo;
se não for disparar sua arma, mantenha sempre o controle de cano (arma apontada
para uma direção segura) e dedo fora do gatilho;
11Armas sobre o banco ou colo: tudo o que estiver mal acondicionado dentro do veículo, durante uma frenagem
ou manobra brusca será arremessado para a direção inicial do deslocamento, devido a inércia. Neste caso,
aumentará o tempo de resposta a uma ameaça, colocando em risco a vida do policial e da guarnição.
62
Figura 4 - Local para transporte da arma portátil em viatura que não possui cabide.
em casa, procure locais seguros para acondicionar as armas, tipo cofres, armários com
fundo falso, longe do alcance de pessoas sem autorização para uso.
Os verbos usar ou empregar arma de fogo devem ser entendidos como sinônimos e
correspondem às ações do policial militar, de empunhar ou apontar sua arma na direção da
pessoa abordada (com efeito dissuasivo), sem, contudo, dispará-la.
O policial militar, no seu cotidiano operacional, poderá empregar a sua arma, com o objetivo
de preservar a ordem pública e a incolumidade das pessoas e do patrimônio12, no exercício
pleno do seu poder de polícia.
63
ATENÇÃO! O fato de o policial militar somente portar a arma no coldre, como
parte do seu equipamento profissional, não será considerado “uso” ou
“emprego” de arma de fogo. Do mesmo modo, conduzir armas longas em
posição de bandoleira não será interpretado como “uso” ou “emprego”.
A ação do policial militar em levar a mão até a arma (arma localizada) enquanto verbaliza
demonstra ao abordado um grau de força mais elevado do que se estivesse falando com as
mãos livres. A posição com a arma de fogo empunhada, como uma demonstração de força,
permite que o policial militar também esteja pronto para defender-se, caso necessite
dispará-la contra uma eventual agressão letal. De igual maneira, efeito fortemente
dissuasivo pode ser obtido quando, durante a intervenção, já com a arma empunhada,
decide apontá-la na direção do corpo da pessoa abordada.
a) Posição 1 (arma localizada): com a arma ainda no coldre, leva a mão até o punho ou
cabo, como se estivesse pronto para sacá-la, desabotoando o coldre ou acionando a tecla
de liberação da arma no coldre. Com armas portáteis, em bandoleira, caracteriza-se por
colocar as duas mãos no armamento, ainda travado, sendo que a mão forte localiza o punho
e a mão a fraca é posta no guarda mão, dedo fora do gatilho.
Figura 5 - Policial militar com a arma na posição 1 (arma localizada) e suas variações
64
b) Posição 2 (arma em guarda-baixa): com a arma, já empunhada, fora do coldre,
destravada, posicionada na altura do abdome e num ângulo de 45°, cano voltado para o
solo e dedo fora do gatilho. Com armas portáteis, em bandoleira, devidamente empunhada
com as duas mãos, destravada, com a coronha apoiada no ombro, estando a arma
posicionada, em relação ao operador, num ângulo de 45°, cano voltado para o solo e dedo
fora do gatilho.
65
Figura 7 - Policial militar com a arma na posição 3 (arma em guarda-alta) e suas variações
66
O policial militar deve se preocupar em não banalizar o uso da posição 4 (arma em
pronta-resposta) durante a abordagem e, logo que possível, conforme a evolução da
situação, podendo variar as posições de acordo com a circunstância, mantendo ativa a
verbalização e o controle do abordado.
Deve-se evitar iniciar a abordagem com a arma na posição 4, porque além de demonstrar
agressividade, não há flexibilidade de evolução para um nível superior de força que não seja
efetuar o disparo, correndo ainda o risco de disparo acidental com graves consequências.
Os verbos atirar ou disparar arma de fogo devem ser entendidos como sinônimos e
correspondem ao efetivo disparo feito pelo policial militar na direção da pessoa abordada.
Ele disparará (atirará) contra essa pessoa, como último recurso da ação policial, em caso
de legítima defesa própria ou de terceiros, contra perigo iminente de morte ou lesões graves.
O disparo da arma por policiais militares contra uma pessoa constitui a expressão máxima
de uso da força, devido ao efeito potencialmente letal que representa, devendo ser
considerada uma medida extrema no âmbito policial do emprego da força.
Quando um policial militar dispara sua arma de fogo no exercício das suas atividades, como
último recurso na escala de uso diferenciado da força, não o faz para advertir, assustar,
intimidar ou ferir um agressor. Ele o faz para interromper, de imediato, uma ação que atente
contra a vida ou ameace uma pessoa de ferimento grave.
Desta forma, a intenção do policial militar não é matar o agressor, o que afasta de
pronto o conceito de uso da força letal. Se o disparo de sua arma de fogo for o meio
necessário empreendido contra uma agressão injusta atual ou iminente, que atente contra a
sua própria vida ou a de terceiros, o comportamento do policial militar não será de ação e
sim, como regra, de reação para repelir uma injusta agressão, o que evidencia o propósito
de defesa, consolidando como lícita a sua conduta. O policial militar não busca o resultado
67
morte, o que caracteriza a adequação da terminologia uso da força potencialmente letal.
O disparo da sua arma de fogo tem por fim a defesa da vida ameaçada.
Assim, o policial militar preparado técnica e mentalmente não excede na sua reação, mesmo
sob a influência do medo, da pressão ou da fadiga.
Portanto, quando o policial militar atira contra um agressor está fazendo uso da força
potencialmente letal (e não o uso da força letal), reafirmando sua intenção de controlar a
ameaça e não a de produzir um resultado morte.
O policial militar não deve atirar quando as consequências decorrentes do disparo de sua
arma de fogo forem mais graves do que as ameaças sofridas pelas pessoas que estão
sendo defendidas (objetivo legal pretendido).
Os agressores, ao contrário dos policiais militares, quando disparam suas armas de fogo,
não levam em consideração o número de pessoas que podem resultar feridas, nem se dão
conta de alguma limitação técnica (“balas perdidas”). Eles, inclusive, se aproveitam do fato
da Polícia Militar ter que prestar atendimento às pessoas atingidas, para facilitar a sua fuga.
12A inobservância do dever de cuidado existe quando, mesmo o policial militar não querendo, o resultado ocorre
por imprudência, negligência ou imperícia, podendo ser punido pelo excesso culposo.
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Os policiais militares devem dominar as normas de segurança, os fundamentos de tiro e os
aspectos éticos e legais para que possam utilizar adequadamente o armamento, com
segurança e precisão. Para tanto, deverão treinar, regularmente, as técnicas que melhorem
o manejo das diversas armas de fogo disponíveis para o serviço operacional.
c) variáveis não controladas pelo policial militar: compleição física, estado emocional e
resistência orgânica da pessoa atingida.
Nos casos em que o policial militar dispara sua arma de fogo contra uma pessoa, é
importante considerar as diversas circunstâncias que poderão interferir na precisão do tiro,
conforme descrição contida nas “variáveis parcialmente controladas pelo policial militar”.
Tomando-se em conta essas variáveis e, para assegurar que este disparo seja efetivo
(atinja seu objetivo de interromper imediatamente o ataque), o policial militar apontará sua
arma para a parte central do corpo (região torácica) do agressor e efetuará os disparos
necessários para cessar a agressão letal.
Em regra, os disparos devem ser direcionados para a “grande massa”, parte central do
corpo (região torácica) do agressor. Entretanto, podem existir situações em que o agressor
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esteja utilizando proteções balísticas e os disparos nesta região se tornem ineficientes ou
ineficazes; Para tanto, o policial deverá adotar a técnica de alteração de nível, buscando
áreas que não estejam protegidas, tais como, junção do peito com o pescoço, fossa jugular,
queixo, boca, nariz ou cabeça.
A capacitação para realizar esses disparos com efetividade deverá fazer parte do
Treinamento com Armas de Fogo (TCAF), aplicado aos policiais militares que já superaram
o nível básico de treinamento.
A letalidade (morte do agressor) nunca será entendida como o objetivo finalístico do policial
militar ao disparar sua arma de fogo em uma ação operacional. Contudo, o resultado “morte”
poderá ser decorrente dos efeitos lesivos, próprios do instrumento utilizado (arma de fogo).
Esses efeitos estão sujeitos ainda às diversas variáveis descritas, as quais não são
plenamente controladas pelo policial militar.
O policial militar, antes de disparar sua arma de fogo, deve, sempre que possível, abrigar-
se imediatamente, e seguir o protocolo:
a) Identificar-se como policial militar, mesmo estando fardado;
“ —Polícia!
— Largue a arma!”
o fator tempo (ameaça iminente) colocar os policiais ou outras pessoas em risco de morte
ou puder causar-lhes ferimentos graves;
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O disparo de arma de fogo contra a pessoa é um procedimento excepcional. Constitui a
única opção capaz de cessar uma iminente agressão letal e ocorrerá quando os outros
meios se mostrem ineficazes e não garantirem, de nenhuma maneira, que a vida em risco
possa ser preservada.
O perigo de morte a que se refere a regra deve ser iminente, atual, imperioso e urgente,
portanto, não corresponde a uma ameaça remota, potencial, distante, presumida ou futura.
Exemplos: o policial militar não pode disparar contra um agressor, simplesmente baseado
no seu histórico criminal (“delinquente perigoso”). Também não é justificável disparar arma
de fogo contra uma pessoa em fuga, que esteja desarmada ou que, mesmo possuindo
algum tipo de arma, não a utilize de forma a representar um risco iminente ou atual de morte
ou de grave ferimento aos policiais ou a terceiros.
d) O policial militar que disparou sua arma de fogo deverá comunicar o fato verbalmente e
imediatamente aos seus superiores (comandante responsável pela Unidade ou Fração) e
confeccionará o Boletim de Ocorrência (BO) e o respectivo Auto de Resistência (AR),
detalhando todos os motivos de sua intervenção e suas consequências, assim como as
medidas decorrentes adotadas.
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7.2.4.3 Circunstâncias especiais para o disparo de arma de fogo
a) Controle de distúrbio civil: a regra geral é não disparar a arma de fogo nesses tipos de
intervenção. Excepcionalmente, o policial militar que estiver encarregado da segurança da
equipe (grupo ou pelotão) poderá disparar sua arma de fogo, nos casos de legítima defesa
própria ou de terceiros, contra ameaça iminente de morte ou ferimento grave. Esses
disparos devem ser dirigidos a um alvo específico (agente causador da ameaça) e na
quantidade minimamente necessária para fazer cessar a agressão. Somente serão
utilizados quando não for possível empregar outros meios menos lesivos. Antes de atirar,
deverá dedicar especial atenção à segurança do público e empregar munições ou armas
adequadas (tipo, potência e alcance).
b) Pessoas em fuga: a regra geral é não disparar a arma de fogo. Todavia, seu emprego
está autorizado, quando outros meios menos lesivos se mostrem ineficazes e seja
estritamente necessário o disparo, nos casos de legítima defesa própria ou de outrem,
quando o indivíduo, durante a fuga, provocar ameaça iminente de morte ou ferimento grave.
Exemplo: indivíduo que para fugir, utiliza veículo como arma, e dirige em alta velocidade, na
contramão direcional, conduzindo-o de forma perigosa, na direção de pessoas ou dos
policiais.
Não é justificável disparar arma de fogo contra uma pessoa em fuga, que esteja desarmada
ou que não represente um risco iminente ou atual de morte ou de grave ferimento aos
policiais militares ou a terceiros.
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ATENÇÃO! Policiais militares não deverão disparar contra veículos que
desrespeitem um bloqueio de via pública, a não ser que ele represente um
risco imediato à vida ou à integridade dos policiais militares ou de terceiros,
por meio de atropelamentos ou acidentes intencionais (o motorista utiliza o
veículo como “arma”).
c) Disparos com munições de menor potencial ofensivo: são disparos com equipamento
apropriado ou arma de fogo, em que se utiliza munição especial (elastômero - projétil de
látex macio ou similar). Normalmente, é empregada em operações de manutenção da
ordem pública e controle de distúrbios. Suas características e finalidades permitem seu
emprego em situações como as mencionadas, quando o nível de força a ser aplicado for
menor ao que se aplicaria nos disparos de armas de fogo com munições convencionais (ver
Manual de Tecnologia de Menor Potencial Ofensivo).
as especificações técnicas para seu uso, sistemas de disparos, em que podem atirar com
segurança, alcance e trajetória de projéteis, entre outros;
que devem ser evitado disparos para as partes mais sensíveis do corpo, principalmente
locais de risco de lesões graves: cabeça, olhos, ouvidos, entre outros. Os disparos devem
ser dirigidos para a musculatura dos membros inferiores (direcionar disparos com
elastômero para as pernas, mais precisamente região da coxa);
mesmo quando utilizada dentro das regras citadas, o risco de um possível efeito letal ou
de graves lesões continua existindo, mas em um nível bastante inferior, quando comparado
ao uso de munições convencionais para arma de fogo;
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d) Disparos táticos: são realizados para obter uma vantagem tática, para dar mais
segurança ao reposicionamento da equipe de policiais militares no terreno.
São aqueles normalmente efetuados pelo policial militar, para dar cobertura a companheiros
durante confrontos armados (técnica de “fogo e movimento”, tiros de contenção para
resgates de feridos), também, para diminuir a luminosidade de um ambiente, romper a
fechadura de uma porta ou outros obstáculos.
O policial militar que o realiza deve estar devidamente treinado, para não colocar em risco a
sua integridade física e a de outras pessoas.
Se o condutor for atingido, existe a possibilidade de que ele perca o controle do veículo;
Estes disparos tem pouca precisão. A pontaria fica prejudicada pelo movimento do veículo e
pelo balanço provocado por ele, inclusive quando efetuados por atiradores experientes;
Existe a possibilidade que existam vítimas (reféns) estejam no interior do veículo perseguido,
inclusive dentro do porta-malas;
f) Disparo contra animais: poderá ocorrer, após serem tentados outros meios de
contenção, e quando o animal:
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encontra-se agonizante em situação de ferimentos ou enfermidade na qual necessite ser
sacrificado para evitar sofrimento desnecessário e não estiver próximo a veterinário que
possa realizar esta tarefa e não houver condições de atendimento por outros órgãos
responsáveis. Exemplo: animal atropelado, ferido, agonizante e caído em rodovia deserta
em situação de penúria.
Nos disparos feitos para cima, o projétil retorna com força suficiente para provocar lesões ou
morte. Nos disparos feitos contra o solo ou paredes, ele pode ricochetear e também
provocar lesões ou morte;
Estes disparos podem fazer com que outros policiais que estejam atuando nas proximidades
pensem, de maneira equivocada, que estão sendo alvos de tiros de agressores, provocando
neles uma reação indevida;
13Constituição Federal art. 225, § 1º, inciso VII; Lei nº 9.605/98 que trata dos crimes ambientais, em especial o
que dispõe o seu art. 32, caput; Decreto Federal nº 24.645/34; Contravenção penal (art. 64 da LCP).
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7.2.4.4 Procedimentos após o disparo de arma de fogo
O policial militar que disparou sua arma de fogo no serviço operacional, intencionalmente ou
não, deverá reportar tal fato ao seu superior imediato (coordenador de policiamento,
comandante de unidade ou subunidade).
acionar a perícia;
designar um policial militar para contatar com as famílias das pessoas atingidas, inclusive
com a dos policiais, se for o caso. Preferencialmente, tal atribuição dever recair em pessoa
que não seja membro da equipe envolvida no incidente;
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REFERÊNCIAS
MINAS GERAIS. Polícia Militar. Plano Estratégico da PMMG, para vigência no período
de 2020 a 2023. Belo Horizonte: EMPM3, 2019.
MINAS GERAIS. Polícia Militar. Diretriz Geral para Emprego Operacional Nº 3.01.01/2019:
Regula o emprego operacional da Polícia Militar de Minas Gerais. Belo Horizonte:
Comando-Geral, Assessoria Estratégica de Emprego Operacional (PM3), 2019.
MOREIRA, Cícero Nunes; CORRÊA, Marcelo Vladimir . Manual de Prática Policial. Belo
Horizonte: Centro de Pesquisa e Pós-Graduação da PMMG, 2002.
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NORMA DE GESTÃO DE RISCOS – FERMA 2003 (Federation of European Risk
Management Associations).
ROVER, Cees de. Para Servir e Proteger. Direitos Humanos e Direito Internacional
Humanitário para Forças Policiais e de Segurança: manual para instrutor. Genebra. Comitê
Internacional da Cruz Vermelha, 1998, p. 70, 141-152.
SANTOS, Antonio Norberto dos. Policiamento. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1969.
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