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#Urbanism #Architecture

Introdução ao Desenho Urbano by Vicent Del-Rio


A revolução que se iniciou na década de 60 germinou um "Urbanismo mais consciente do passado e do patrimônio instalado" (p.27
holisticamente considerativo da morfologia urbana, do comportamento individual e coletivo e da inseparável conexão entre o social e o
físico.
Não foi gerado, entretanto, uma ideia consolidada sobre o desenho urbano. A participação popular nas decisões, negligenciadas e que
geraram descontentamento dos habitantes em relação aos programas de revitalização urbana, a questão da sustentabilidade, que se
desenvolveu, nao de maneira conjunta, mas pressionada à partir da constatação da necessidade de se pensar as questões ambientais
durante o processo de construção do espaço das cidades; questionamentos acerca do ideário de progresso e desenvolvimento, a forçada
contestação das ideias de produtividade econômica pelas ideias de produtividade social, visando o bem estar, a eficiência dos processos
de mudança quando relacionados ao uso de recursos e de mão de obra etc.. Tudo isso para a promoção de um espaço público mais
coerente.

Evidencia-se também a busca, dentro desse contexto, por novas modos de vida comunitária.

A questão participativa encontra uma barreira também na natureza complexa do problema, que engloba diversos aspectos da vida em
sociedade e que só funciona à partir da integração de todas elas. Neste caso, apenas a consciência das necessidades habitacionais não
garante melhorias já que as reinvindicações perdem força pela representatividade política, que nesse momento se apresentam em um "[...]
crescente distanciamento dos políticos das necessidades reais da população e pelos sistemas políticos" (p.31  se tornaram incapazes de
se atentarem e de atenderem as necessidades coletivas.

A inclusão do processo participativo foi, a partir da urgente necessidade de integração entre as partes políticas e os cidadãos, integrada
como parte indissociável do planejamento urbano e aplicada com êxito em diversos casos.
O autor dá exemplos:
Na Grã-Bretanha. por exemplo. foi aprovada legislação. em 1965. que tornaria obrigatória a participação popular na elaboração de planos
diretores locais. Nos EUA. em 1969. nova legislação federal instituiu a obrigatoriedade de relatórios de impacto ambiental e participação
das comunidades onde seriam aplicados os recursos federais. Logo. em 1974. também passaria a exigir-se a participação das
comunidades de áreas atingidas por programas federais de urbanização para definição de prioridades de investimentos (fig. 20. (p.32

Entretanto, a qualidade e sucesso das intervenções conjuntas se provou diretamente ligado com a capacidade de organização dos grupos
em questão. As mudanças, nesse sentido, possuem uma compartilhada responsabilidade entre a população e os tomadores de decisão.

A participação popular entretanto veio mais da tentativa de lidar com o descontentamento do que pela busca da internalização desses
ideais holísticos no processo de Desenho Urbano. Tanto que os descontentamentos surgiram no contexto dos programas de revitalização
urbana.

Arquitetos em prática nos dias de hoje, no século XXI, estão ainda rompendo barreiras quando se esforçam verdadeiramente para de fato
incluir a comunidade no processo de decisão (Alejando Aravena, projetos de Habitação; Paulo Cássio Acuri, reformulação de área em
comunidade ribeirinha). O entendimento das questões sociais e a reformulação dos métodos em que se analisa e propõem mudanças para
o urbano, não necessariamente enquadra as necessidades populares, o entendimento das necessidades sociais é apenas uma porção
pequena da questão, que serve como guia para o processo, mas que se prova incompleta quando alheia a população do processo
decisório].

Contexto para mudanças disciplinares


 Porque nos anos 60?
 O que gerou a mudança?
 Quais foram as consequências para a sociedade e para a área de estudo em questão?

Viu se nos anos 60 o início de reinvindicações, por parte da sociedade, por melhorias na maneira como o espaço público era executado e
mudanças na maneira que o estudo do espaço urbano acontecia. Dentro do contexto de revoluções técnicas e tecnológicas, viu-se surgir
uma nova postura crítica, novos valores e, por consequência, uma nova exigência visando o aprofundamento e a proposição de
percepções inovadoras sobre o espaço público.
Essas mudanças foram (aceleradas) por transformações sociais, políticas, econômicas e culturais. Vê-se aí a ligação destas questões com
as necessidades das pessoas e, consequentemente, da configuração do espaço físico, nesse caso em uma escala urbana].
Com a mudança na postura crítica geral, houve um ressurgimento do humanismo, como aponta o autor. Questões importantes e relevantes
re emergiram como consequência - a consciência [, de certa forma geral] do excesso de consumismo, a reintegração do patrimônio como
componente integrante da concepção de cidade, a manutenção dos valores tradicionais, da reaproximação à arquitetura vernacular etc.
(p.24

Planos de renovação -

Segunda guerra mundial, destruição das cidades e necessidade de revitalização destas na escala urbana.

Mudanças sociais, econômicas, políticas e culturais.


A partir de uma visão simplista sobre o planejamento urbano, valores importantes foram ignoras e desconsiderados durante o
processo:

" Importantes aspectos seriam ignorados nestes processos, tais como os valores da população e os intensos e longos
investimentos sociais e econômicos das comunidades e do indivíduo no seu ambiente habitacional. As características simplistas e,
não raro, desumanas dos ambientes então gerados desconsideravam a complexidade da vida urbana, de patrimônio histórico, da
integração e inter-relação entre as funções e atividades humanas, a importância das redes sociais estabelecidas, dos valores
afetivos e de tantos outros fatores vitais para o cidadão." P.20 e 21.)

A dimensão cultural e antropológica do espaço urbano [Estudada principalmente por Amos Rapoport], - " as relações entre o ambiente
construído e a cultura, chamando a atenção para valores como a complexidade de significados, as mensagens visuais experimentadas
pelo cidadão e a importância das ricas conotações dos elementos arquitetônicos vernaculares e indígenas." (p.24
Critérios de estudo que definem o conceito de "Morfologia Urbana", que analisa o espaço urbano, suas configurações físicas, de uso e
ocupação, como consequência lógica das forças sociais. Prefácio, p.2

A semiologia também teve seu desenvolvimento fomentado pela necessidade, que principiava a surgir nesse momento, de entender a
ligação entre os fenômenos visuais (signos) na dupla relação definidora entre pessoa-espaço. O espaço, comunicando a todo momento
mensagens carregadas de significados, necessitava ser entendido à partir de seus impactos visuais, já que estes contribuem para o
entendimento da morfologia urbana como uma entidade sujeita as forças sociais.

"segundo VENTU RI 1977. a arquitetura depende da experiência passada e da associação emotiva para a sua percepção e criação."
(p.25.

Pós-modernismo? Arquitetura dos SÍMBOLOS

Qual o impacto concepções teóricas sobre necessidades sociais?


Como relacionar o pós-modernismo com o período em questão?
Não seria o pós-modernismo uma corrente de pensamento que desvalida o já existente/vernacular a partir da ideia de que a
produção de sentido pode ser feita aquém dos valores culturais e tradicionais já existentes?

Community Planning
Cidade Colagem

As criticas tecidas ao modernismo pelo autor apontam a desconexão do movimento (ou estilo), com as necessidades básicas humanas de
conforto e uso e com a necessária integração do projeto arquitetônico com o urbano. No modernismo, exemplifica-se a corrente de
pensamento totalmente oposta às reinvindicações para a maior participação das pessoas na construção e proposição das casas,
habitações sociais e cidades:

"Os conflitos verificáveis entre os usuários e seus ambientes modernistas vão desde insatisfação com a rigidez de
edifícios de "desenho total", onde o arquiteto controlava até os cinzeiros a serem utilizados, como no caso do edifício da
CBS em Nova lorque, estudado por RAPOPORT (1967). até falhas técnicas e estruturais". (p.38)

Analogamente, no urbanismo moderno:


"[...]algo similar aconteceu pois evidenciou-se a falácia de assumir-se um modelo de Homem universal e reduzir a vida urbana a quatro
variáveis: habitar, trabalhar, circular e cultivar o corpo e espírito. Que os seres humanos não são máquinas de comportamento amoldável e
totalmente previsível foi comprovado a duras penas pela população usuária dos ambiente" modernistas." (p. 38

O que se gerou, a partir de uma série de críticas a esse distanciamento, foram importantes ideias norteadoras para o planejamento das
cidades. Os estudos pós-ocupação ganharam relevância e a qualidade do que era produzido passou a ser medida menos pelas qualidades
conceituais desenvolvidas pela arquitetura e mais pela satisfação e atendimento das necessidades de quem usa os espaços.

A introdução da psicologia na analise urbana foi feita por LYNCH, estimulando a participação do usuário a partir do entendimento dos
fenômenos perceptivos.

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