3 Imersões

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3 imersões

Ao entra no programa Radical, sempre acreditei que o intuito nunca foi


somente “enviar voluntários em duplas para campos missionários e lá, falar do
amor e da obra de Jesus”. Por mais que possa parecer somente isso, acredito
que essa ferramenta pode não só transforma em pessoas vocacionais em
missionários capazes, mas também em cristãos atuantes.
Tanto eu quanto minha esposa passamos pelo treinamento missionário.
Ela foi a segunda turma e eu, a terceira. Tivermos a oportunidade de pega dois
coordenadores do treinamento diferente e isso sempre foi algo muito
interessante. Duas direções tecnicamente oposta. Com isso, juntos temos duas
visões de treinamento diferente e hoje temos a nossa própria.
Para não me alongar, irei apenas deixar claro 3 imersões que
acreditamos serem indispensáveis para um treinamento. Porem antes de falar
o que temos que fazer, gostaria de salientar duas atitudes negativas que
devemos ficar longe para não transforma um treinamento missionário em ao a
ser esquecido e mal falado.
1 Treinamento missionário não é treinamento militar.
Disciplina é ao realmente importante. E acredito que no meio cristão isso
tem de ser levado a sério. Fazer com que os voluntario tenho compromisso
com horários, uma boa aptidão física e uma conduta irrepreensível é algo
admirável. Entretanto isso não deve ser feito com o mesmo rigor de um quartel.
Missões é feito com pessoas. Muitas delas são sensíveis, tem traumas e
precisam de ajuda espiritual e medica. Tratar tudo como se fosse “frescura” e
“meninice” não é algo saudável. Cada caso é um caso e deve ser tratado com
respeito e dignidade. Jesus sabia tratar das feridas das pessoas e foi isso que
ele ensinou aos discípulos e estes a igreja de Cristo. A mordomia pode ser
ensinada de um jeito que não machucara o físico nem o emocional de quem é
treinado. As consequências de um treinamento rigoroso, frio e simplesmente
técnico tem consequências tristemente duradoras que podem facilmente ser
vistas no campo missionário. “Tratem a todos com o devido respeito: amem os
irmãos, temam a Deus e honrem o rei”. 1 Pedro 2:17
2 Treinamento missionário não é um S.P.A.
Outro perigo é cair no extremismo. Se por um lado podemos ser
legalistas por outro, podemos ser liberais. Transformar o treinamento em um
lugar de descanso é o mesmo que dizer: “o retiro do carnaval está com as
inscrições abertas!!!”. O treinamento tem que ser um lugar sério e equilibrado.
Os assuntos s tratados ali tem grande importância. Tudo tem sua hora. Hora
de trabalha e hora do lazer. Entender isso é saber dosa todas as atitudes em
uma base missionaria. Respeito e compromisso, honestidade e confiança são
atitudes importantes para que um treinamento funcione bem. Sem eles os
extremismos são utilizados para manter um controle que não deveria ter.
“Sirvam aos seus senhores de boa vontade, como servindo ao Senhor, e não
aos homens, porque vocês sabem que o Senhor recompensará cada um pelo
bem que praticar, seja escravo, seja livre.” Efésios 6:7-8

Depois de vermos como não devemos agir, quero propor três imersões
importantes para que um treinamento missionário funcione de maneira bíblica e
saudável.

1ª imersão: Vida Espiritual.


Acho que seria inútil falar qualquer outra coisa senão começássemos
por isso. Não tenho o intuito de “chove no molhado” por isso serei direto ao
assunto tratado. Se um treinamento não tiver como centro Cristo Jesus, não
tem motivo de existir. Tudo o que fazemos é para louvor de sua gloria (1co
10:31). E um treinamento missionário não seria diferente. Desde o inicio ate o
fim, o motivo tem que ser Jesus. Os voluntários têm quer ver, ouvir, sentir,
cheirar, conversar, amar o Salvador a cada instante. Se mesmo que não
fiquem no campo missionário pelo tempo programado por algum motivo, uma
coisa eles não podem esquecer: Jesus. Pode parecer que estou sendo
repetitivo, entretanto é isso que o treinamento tem quer ser em relação a
comunhão com Cristo: repetitivo. Agora quero tratar aqui duas questões
importantes: uma é a atitude individual e a outra coletiva.
A- Individual: o treinamento tem que ter como o foco a oração e o
relacionamento que cada um tem com o Deus. O coordenado e a
monitoria tem que incentivar isso nos voluntários para que eles
tenham apetite pelo Senhor. A maior ferramenta do aluno tem que
ser sua devocional. Pode parecer que no começo eles achem chato e
cansativo ter um horário para falar com Deus, mas conforme o tempo
passa eles vão acabar entendendo que não tem preço esses
momentos separados que temos com nosso Pai. A base tem que ser
um lugar onde o discipulo tem conforto em falar com o Mestre. Por
isso, nesses momentos a liderança deve criar regras para que em
determinados horários haja silencio ou uma musica ambiente para
que todo o foco enteja em fala com o Eu Sou. A devocional individual
é algo que não pode ser eliminada de maneira alguma. É algo
fundamental para a aprendizagem do jovem para campo missionário.
Pois ao chega lá, esse costume deve continuar para que nada
aprendido seja em vão.

B- Coletiva: Já aqui temos a ação da comunidade de fé ajudando o


aluno a crescer espiritualmente. Cada um deve logo após a sua
própria devocional ter um momento com sua dupla para orar. Isso
trará para cada um a noção de comunhão e fraternidade. Em
seguida, em conjunto com todos os voluntários, um culto matinal
deve ser realizado. A igreja não se faz sozinho e esse pensamento
deve permear o espirito de cada uma. Eles têm que lembrar sempre
que é o espirito santo que os uni e essa união é a prova do amor e
dor cuidado de Deus para o mundo. A liderança tem que mostra
constantemente que os irmãos são pessoas normais, que não existe
super. crente. Começa ali a unidade, o companheirismo, a
oficialidade. Quão bom seria que se das nossas turmas saíssem
pessoas capazes de ouvir os pecados e dores dos outros, que ao
ouvirem com amor e respeito, pudessem libera perdão e
misericórdia. Imagine uma igreja que cuida da igreja. Isso pode
começa com uma simples turma de um treinamento missionário. O
avivamento pode ocorre em qualquer lugar, basta orar.
Quero concluir essa primeira parte dizendo que nunca é pouco demais a
oração. Acredito que deve ser a primeira aula e a última. Deve ser algo
constante. Não podemos amar o campo se não amarmos o Dono dele.

2ª Imersão: Cultura.
Chegamos em uma parte importante do treinamento. É nessa imersão
que a liderança vai apresentar para o aluno como ele deve agir em meio a
cultura que ele estará inserido. Na sociologia utilizasse um termo para
descrever o impacto que alguém de uma cultura tem quando é apresentado a
outra: choque cultural. O papel do treinamento é minimizar os danos desse
choque para que o voluntario já vá ciente algumas coisas e não ser pego de
surpresa.
Porem pode ser que alguém que já é da cultura passe pelo treinamento.
Talvez a liderança ache que não deva se preocupa com esse, mas gostaria de
pontuar algumas coisas importante para um líder autóctone que passe pela
capacitação.
A- Para o estrangeiro: Sim, quis usar o termo pra descrever alguém de
uma cultura diferente em um lugar que não é o seu. Quando sair de
São Paulo e fui para Bahia foi assim que me sentir. Minhas roupas,
meu modo de andar e falar, o modo como eu pedia um pão, tudo era
diferente. Não era como se eu tivesse em outro estado, mas sim em
outro país. O treinamento tem que ajudar aqueles que não são da
região a entender costumes e ritos do local. Poderia destacar alguns
pontos que são essenciais para que quando o “gringo” chegar na
nova terra não cometa erros que pode custar sua reputação inicial na
comunidade. A) Alimentação: inserir no treinamento algumas
comidas típicas da região e alguns temperos vai fazer uma enorme
diferença. Muito tem o que chamo de “paladar infantil” e não come
nada que a mamãe não fazia. A liderança pode ajudar o missionário
em treinamento a perde o medo de comer fígado. Tenho experiência
nisso e posso dizer com propriedade que, uma refeição é uma ótima
estratégia para se criar relacionamentos, mas só com aqueles que
estão dispostos a comer de verdade. B) Clima: pode até parecer
bobo, mas muitos estão acostumados com o ar condicionado e vão
ficar pasmos em saber que a temperatura de 40°C existe. Ir avisando
que é normal as vezes fritar um ovo no asfalto pode diminuir o
choque (ou a queimadura) cultural com a comunidade e fazer que
desde já ele entende que um boné, protetor solar, garrafinha térmica
e uma sombrinha não é algo estranho e sim necessário. C)
Linguagem: é aqui onde o missionário aprender que o silencio as
vezes é bem melhor do que poucas palavras. Alguns termos podem
mudar de sentido em determinada região por isso é importante
apresentar algum vocabulário para se evitar em reunião. Na minha
cidade (Guarujá/sp.) é totalmente tranquilo eu falar no púlpito a
palavra “desgraça”, mas na região onde eu morava, poderia ser
“gentilmente convidado” a me retirar depois do dito. D) Manias e
costumes: obviamente que as superstições não devem ser replicadas
e aprovadas pelo missionário, entretanto saber o modo de vida das
pessoas ao seu redor é totalmente valido. Saber para não se pego de
surpresa ou ate mesmo para não reproduzir de modo que venha a
escandalizar um irmão é aceitável e aconselhável. Um cristão
preparado vale por dois.

B- Para o da terra: Tenho um pensamento sobre esse tema e queria


discuti-lo convosco. Imagine que Maria, uma jovem que aceitou a
cristo através de um missionário decida, depois de um tempo,
participa do Programa Radical. Essa jovem tem o desejo de voltar
para sua terra natal e ali plantar uma igreja, auxiliando o casal de
missionários que está no campo. Talvez você pense que essa moça
não terá um choque cultural que alguém que nunca foi para aquela
região teria porem não só acredito que ela terá como também será
bem mais difícil para ela. Maria voltara para sua cidade como “A
Missionaria Maria”. Sua atitude, mentalidade mudará. As pessoas
que a conheciam antes vão acha estranho. Ela será estrangeira por
que agora seu objetivo é conquistar aquela cidade para cristo. Antes
ele vivia como uma cidadã daquela comunidade, agora ela é uma
cidadã do céu e pertencia a comunidade de Cristo. A liderança vai ter
que ajuda esses líderes autóctones a se acostumarem com esse
novo estilo de vida. Terão que ser um exemplo para um povo que já
conhece eles. Terão que descontruir sua imagem anterior e mostrar
para aquelas pessoas a imagem de Cristo.

3ª Imersão: Conhecimento.

Por fim, mas não menos importante, o treinamento tem que ensinar
todos os fundamentos necessários para que os voluntários possam pregar,
ensinar e agir. A parte teórica pode ser chatas para alguns e possa ter aqueles
que achem desnecessário o conhecimento técnico para o trabalho missionário,
mas é de vital importância que ele não venha a ser esquecido e ridicularizado.
A palavra diz que o obreiro tem que está sempre pronto, perfeitamente perfeito.
Por isso quero destacar três ênfases no ensino acadêmico que podem e devem
ser ensinados em sala de aula.

A- Teologia sistemática.: Acredito que aqui muitos torcem o nariz.


Porem é aqui que muita coisa fara sentido para muitos. Sem uma
boa teologia, muitos missionários podem propaga heresias. A pior
coisa é quando alguém busca e consegue falar de Deus a um
incrédulo e der repente da sua boca sai a mais podre e distorcida
mensagem do evangelho. Temos que tomar cuidado para que os
voluntários que enviamos estejam de acordo, teologicamente, com a
sã doutrina.
A teologia sistemática traz de maneira organizada tudo que é
necessário para que o jovem (ou a jovem) esteja pronto para dar
boas respostas sobre a Palavra de Deus.
B- Teologia Missional.: É sempre bom lembrar que o treinamento é
“missionário” e que esse é o foco do ensino. Entender os conceitos e
termos da missiologia é fundamental para um bom aprendiz na
caminhada evangelística. Será fácil para uma liderança capacitada
fazer sempre um paralelo com a teologia sistemática durante o
ensino. Todas as aulas serão missionarias. Esse será o foco
acadêmico do treinamento e isso trará grandes benefícios no futuro.
C- Teologia “batista”.: Brincadeiras a parte, estamos trabalhando com
uma agencia missionaria da convenção batista e isso tem uma
importância sim na hora que as matérias forem ministradas. Os
alunos têm que entender que estão de baixo de uma doutrina batista
brasileira e não de uma presbiteriana e nem assembleiana. Isso tem
um peso pequeno na hora de leva a mensagem de Cristo (bem
pequeno mesmo) mas tem e deve ser respeitado. A Junta de
Missões Nacionais tem uma coleção de livros da igreja multiplicadora
que pode ser como leitura obrigatória para os alunos. Lá eles
encontraram princípios bíblicos que ajudaram na pregação da
Palavra de Deus.

Considerações finais
Quero pontuar duas coisas antes de encerrar por aqui. A primeira é
sobre a parte física. Deus não que missionários sedentários e isso é importante
ser dito aqui. As atividades físicas têm que estarem presentes no dia-a-dia do
treinamento. Porem de forma certa e simples. Certa pois deve ter alguém
capacitado para realizar as ações necessárias. Isso evitara problemas futuros
que poderão causar dor de cabeça para aqueles que quiserem por contar
própria “ser um educador físico”. Simples por que deve está em segundo plano.
Deve ser um momento bom e revigorante. Lembre-se: não estamos em um
quarte e sim em um treinamento missionário.
Outra coisa seria o lazer. Pode parecer sem sentido, mas é importante.
Em seis dias Deus trabalhou e no sétimo descansou. O missionário deve ter
um descanso. Um momento de descontração. As lições são muitos e o trabalho
também. Tenho certeza que um açaí na segunda-feira pode salvar vidas

Poderia escrever mais. Acredito que pude expressa em palavras ideias


que podem ajudar algumas pessoas. Desde já agradeço ter chegado até aqui.
Obrigado e que Deus lhe abençoe.

Alexandre Freitas da Graça


Colaboração: Kelly Taciane dos Santos Graça

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