Resumo Navegação 002

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Capítulo-1

FUNDAMENTOS GERAIS
Embarcação é uma construção feita de madeira, ferro, aço, fibra de vidro, ou da combinação
desses e de outros materiais, que flutua e é destinada a transportar pela água pessoas e/ou
algum tipo de carga.
Navio é como denominamos as embarcações de grande porte.
Casco: corpo do navio (ou da embarcação), sem considerarmos seus mastros, acessórios ou
qualquer outro arranjo.

Não possui uma forma geométrica definida e é simétrico de um lado em relação ao outro.
Qualidade de navegação (escoamento da água nas seções do casco) dependerá do formato do
casco.

Seções do casco:

Proa: extremidade anterior de uma embarcação. Em geral a Proa tem uma forma para “cortar” a
água. Não é possível definir onde termina. Se inicia no ponto mais frontal do casco.

Popa: extremidade posterior da embarcação. Sua forma será adequada para facilitar a
passagem dos filetes de água que preencherão o vazio produzido pela embarcação, a medida
em que vai navegando.

Bordos são as duas partes simétricas em que o casco é dividido. Podemos considerar como
sendo as laterais de um navio. Ao visualizarmos ou navio por uma vista superior, de Proa para a
Popa, toda a lateral direita denominamos Boreste. Da mesma forma, toda a lateral esquerda é
denominada Bombordo.

Meia-nau/Meio-navio é como denominamos a parte do casco compreendida entre a proa e a


popa. As palavras proa, popa e meia-nau (ou meio-navio) não definem uma parte determinada
do casco, mas sim uma região cujo tamanho é indefinido.
Não é possível definirmos exatamente onde termina a proa e onde se inicia a meia-nau (e vice-
versa) de uma embarcação.

Obras vivas/Carena é como denominamos toda aquela seção do casco que fica abaixo do plano
de flutuação, quando o navio estiver plenamente carregado.
Obras mortas: é toda a parte do casco que fica acima do plano de flutuação em condição de
plena carga..

Linha d´Água: Faixa pintada no casco dos navios, de proa à popa, que representa a transição
entre as “obras vivas” e as “obras mortas”.

Costado é o invólucro do casco localizado acima da linha d´água.

Quilha: viga (“coluna vertebral”) que divide o navio em boreste e bombordo. Ela fica na parte
mais baixa de qualquer embarcação e, durante os períodos em que há necessidade de se
realizar reparos dentro de um dique seco, é exatamente a seção que suportará os maiores
esforços advindos do peso do navio.

Bochechas são as partes curvas do costado, localizadas tanto a Bombordo quanto a Boreste,
próximo ao bico de proa.

Alhetas são as partes curvas do costado localizadas tanto a Bombordo quanto a boreste,
próximo ao espelho de popa.

Bico de Proa Espelho de Popa

Bochecha de Bombordo Alheta de Bombordo

MOVIMENTOS DE UMA EMBARCAÇÃO

Arfagem ou caturro: rotação da embarcação sobre seu eixo transversal (movimento


longitudinal).

Guinada: movimento oscilatório para Boreste ou para Bombordo conforme o seu eixo vertical.
Ação que corresponde a qualquer alteração da direção em que um navio navega, quando
acionado o leme.

Balanço ou jogo: movimento oscilatório de um navio em qualquer direção, provocado pela


agitação da água.

Guinada
TERMINOLOGIA EMPREGADA NOS NAVIOS

Navio atracado: encostado a um cais ou a outro navio.

Espias: cabos de amarração utilizados para prender o navio ao cais nas atracações e para
auxiliar nas manobras de atracação e desatracação. Devem ser leves e flexíveis, a fim de serem
manejadas com facilidade. Devem ser resistentes para aguentar o navio ao cais.

Navio fundeado ou ancorado: preso ao fundo do mar pelo ferro/âncora.

Ancoragem ou fundear: lançar o ferro do navio com o objetivo de prendê-lo ao fundo do mar.

Amarra: É uma grossa corrente (também de Ferro) que liga o ferro/âncora até o navio. Seu peso
que prende o navio ao fundo do mar.

Navio garrando situação em que todo o conjunto (ferro-amarra) desliza sobre o fundo do mar.

Encalhe: é quando algum(ns) ponto(s) das obras vivas/carena fica(m) diretamente apoiado(s)
sobre o fundo do mar, seja em um banco de areia, sobre uma rocha, sobre recifes de corais, etc.

Navio suspendeu (ou está suspendendo): quando, finda a necessidade de se manter


fundeado, é recolhida a amarra e o ferro e, portanto, o mesmo não mais estiver preso ao fundo
do mar.

Calado: distância vertical entre a parte inferior da quilha e a linha de flutuação de uma
embarcação.

Abicada ou trim de proa: a seção da proa estiver apresentando um calado maior que a seção
de popa.

Derrabada ou trim de popa: seção de popa apresentar um calado maior do que a seção de
proa.

Trim ou compasso: diferença entre o calado avante e o calado a ré.

Conveses: “andares” existentes em qualquer navio.


Convés principal: primeiro convés contínuo que se inicia no bico de proa e segue até o espelho
de popa.
Todos os conveses acima do convés principal são numerados na sequência em que vão
subindo. O primeiro convés acima do convés principal é o convés 02. Acima desse seguem-se
os conveses 03, 04, 05, etc. Os conveses situados abaixo do convés principal recebem por sua
vez a numeração 200, 300, 400, etc, numa sequência crescente, à medida em que vão descendo
e se afastando do convés principal. Todos os conveses são dotados de compartimentos (Ex.:
praça de máquinas e tanques).

Antepara: elemento estrutural que separa um compartimento do outro num mesmo convés.

Vigias: Janelas da embarcação

Afretamento: contratação de navio realizada diretamente com um armador.

Capítulo – 3
MANOBRA

Timoneiro:
Elemento responsável pela manutenção do bom governo do navio. Os deveres do Vigia
e do Timoneiro são distintos e o Timoneiro não deverá ser considerado como estando de Vigia,
enquanto estiver governando o navio, exceto em embarcações onde é assegurada uma visão de
360° sem obstrução, da posição de governo e, desde que a diminuição da capacidade de visão
(principalmente à noite) não seja um empecilho para o serviço.

Vozes de Manobra para os Timoneiros: Voz de comando - colunas (6 esq - 12 dir)


O não cumprimento das vozes de manobra, por má interpretação do Timoneiro é
considerado falta grave e passível de punição, aplicada pelo Comandante.

Observações importantes
- Toda voz de manobra/voz de comando dirigida pelo Oficial de Serviço deverá ser repetida
pelo Timoneiro. Isto significará que o Timoneiro compreendeu a ordem e imediatamente
em seguida começará a executa-la.
- Tão logo a ordem de manobra tenha sido cumprida (guinada cumprida, novo rumo na
agulha giroscópica alcançado), o Timoneiro deverá responder: “... A Caminho”.

Exemplos de vozes de manobra (Oficial de Serviço) e resposta (Timoneiro) a ser seguida:


- “Timoneiro, 10° de leme a Boreste, governar em 235°”. (Voz de manobra do Of. Serviço).
- “Boreste 10 graus, governando em 235 graus”. (Resposta do Timoneiro).
Neste exemplo, o Timoneiro deverá proceder a guinada, acionando o leme e observando
o indicador de leme/guinada o qual deverá estar sobre a indicação de 10° a Boreste. Tão logo
tenha atingido o novo rumo determinado, sobre a marcação de 235° na Agulha Giroscópica e
esta tenha se estabilizado, deverá responder:
- “235° a Caminho”.

Outros exemplos de ordens de manobra e ações a serem seguidas pelo Timoneiro:


- “Leme a Bombordo (ou Boreste)” – Carregar o leme no ângulo padrão de guinada para o
bordo de Bombordo (ou Boreste, se for o caso);.
- “Leme a bombordo (ou boreste) 5°, 10°, 15° etc”. – Carregar o leme no ângulo indicado.
(Esta voz deve ser preferida à anterior).
- “Todo leme a Bombordo (ou Boreste)” – Carregar todo o leme na guinada (exceto em caso
de emergência). O máximo ângulo de leme a ser usado deve ser 2° ou 3° menos que o valor
limite, para evitar que o leme possa ficar preso em fim de curso.
- “Alivia! (ou Alivia o leme)” – Reduzir de 1/3 o ângulo do leme (esta voz é dada para reduzir
a razão de guinada). Essa manobra visa a atenuar a guinada e aumentar o tempo em que o
navio descreverá o giro.
- “A meio! (ou Leme a meio !)” – Pôr o leme a meio, conforme estiver mostrando o indicador
de guinada.
Indicador de Guinada – em geral, fica
posicionado no teto do Passadiço.

- “Quebra a guinada!” – Carregar rapidamente o leme para o bordo oposto àquele que se
achava carregado até que a proa pare de guinar, trazendo-o, em seguida, a meio.
- “Nada a Boreste (ou Nada a Bombordo)!” – Governar de modo que a proa não ultrapasse
para Boreste (ou para Bombordo) do rumo indicado.
- “Assim!” – Manter o navio no rumo que a agulha de governo indicar naquele exato momento
da ordem.
- “Rumo zero zero quatro (ou zero um quatro).” – Quando se deseja que o Timoneiro governe
a determinado rumo da agulha, por ex.: 004°, 014°. Uma vez indicado o rumo o Timoneiro, ao
alcançá-lo, informará: “... A caminho!”
- “Bom governo!” – Quando se deseja chamar a atenção do timoneiro que o navio está fora de
rumo.
- “Como governa?” (ou Qual a tendência do leme?)” – Esta pergunta é feita quando se deseja
saber o ângulo do leme necessário para manter o navio a caminho. O Timoneiro responderá: “A
meio, ou a ... graus a Boreste (ou ... a Bombordo)”.
- “Inverte o leme (ou Inverte a guinada)” – Igual quantidade de graus do leme deve ser aplicada
para o bordo oposto ao que se achava o leme carregado.
- “Marque a proa” – Ler, imediatamente, o indicado pela linha de fé da agulha e ao Oficial de
Serviço, sem prejuízo de outras manobras que estejam sendo executadas.
- “Atenção” – Ficar de sobreaviso para receber uma ordem.
- “Como diz o leme?” – Informar o bordo e de quantos graus está carregado o
leme. (“Leme carregado com 5º a boreste”, “Todo leme carregado a boreste”))
- “A caminho” – Comunicação feita pelo Timoneiro, logo que conseguir se firmar no rumo
ordenado, com o leme praticamente a meio (ângulo do leme menor que 5°).
- “Dar um tope em ... graus” – Transmitido TOPE, TOPE, TOPE pelo Timoneiro no momento
em que a linha-de-fé estiver praticamente parada em cima do rumo indicado para o TOPE.
- “Ciente” – Dada somente por quem ordena a manobra (no caso, o Oficial de Serviço ou o
Comandante) ao tomar conhecimento de que a ordem foi corretamente repetida pelo Timoneiro.
Caso não seja respondido o CIENTE, o Timoneiro repetirá a ordem recebida até ouvir o ciente,
por parte do Oficial de Serviço ou do Comandante.
Todas as ordens serão precedidas do apelativo TIMONEIRO.

Tipos de Ferro
Danforth
Almirantado

Patente
Fateixa
Amarras
São as correntes que em uma extremidade têm presas a si o ferro do navio e na outra,
estão presas ao próprio navio, no interior do paiol da amarra. O comprimento das amarras é
informado por uma unidade de medida conhecida como QUARTEL. Um quartel de amarra
corresponde a 27,5 metros. Após cada quartel toda amarra deverá apresentar um elo pintado,
a fim de permitir ao operador do guincho/máquina de suspender quantos quartéis já passaram
pela “coroa de barbotan” da máquina de suspender do navio.

Elo de amarra
Terminologia empregada num fundeio

Vozes de comando:
(1) ao fundear:
- Postos de fundear!
- Preparar para fundear!
- Larga o ferro!
- Como diz a amarra?
- Qual o filame?(comprimento da amarra)
- (O navio) está portando pela amarra?
- Volta aos postos!
(2) ao suspender:
- Postos de suspender! (Equipe do mestre à proa!)
- Preparar para suspender! (Proa pronta!)
- Recolhe (o excesso de) amarra!
- Iça o ferro!
- Como diz a amarra? / Como diz o ferro? (Amarra a pique! Lançante a BB! Ferro pelos cabelos!
Ferro a olho! Ferro no escovém!)
- Qual o filame? (Marca do primeiro quartel no escovem! etc)
- (O navio) está portando pela amarra?
- Volta aos postos!

Vozes de execução:
(1) ao fundear e ao suspender:
- (Ferro) pronto (a largar, ou a suspender)!
- Pronto para dar volta!
- “Picar” a amarra.

Vozes de informação:
(1) filame: (Quanto de amarra já foi pago?)
- Primeira (segunda ou terceira etc.) manilha passou no escovém (ou ao lume d’água, ou na
gateira etc.)! Saíram (ou entraram) dois (ou três etc.) quartéis!
(2) amarra em relação ao navio:
- Amarra a pique de estai! (Quase na vertical)
- Amarra a pique! (perfeitamente na vertical)
- Amarra dizendo para vante (ou para ré, ou para o través)!
- Amarra dizendo para BE (ou para BB)!
- (O navio) portando (ou não está portando) pela amarra!
(3) posição do ferro:
- Arrancou! (Ferro solta do fundo)
- A olho! (Surgindo na água - Esta visível, na superfície ou quase nela)
- Pelos cabelos! (soltou do fundo, mas ainda está submerso e não visível)
- Em cima!
- No escovém!

Cabrestante e Guincho/Molinete
São equipamentos existentes a bordo onde as espias são trabalhadas visando serem
recolhidas, folgadas ou tesadas. Esses equipamentos apresentam grandes roldanas de ferro e
o que diferencia uma das outras é exatamente a posição dessas roldanas. No caso dos
Cabrestantes, a roldana se encontra na posição vertical. Já nos Guinchos (ou Molinetes), a
roldana encontra-se na posição horizontal.

Cabrestante Molinete

Principais regras do RIPEAM afetas aos Timoneiros


Dentre as 38 regras, destacam-se as seguintes as quais um indivíduo de serviço como
Timoneiro de um navio deve saber:
A) O RIPEAM aplica-se a todo e qualquer navio, embarcação, em mar aberto e em todas
as águas a este ligadas, navegáveis por navios de alto-mar.
B) Embarcação com capacidade de manobra restrita designa uma embarcação que, devido
à natureza de seus serviços, se encontra restrita em sua capacidade de manobrar como
determinado pelo RIPEAM e, portanto, está incapacitada de se manter fora da rota de
outra embarcação. Navios engajados na instalação ou remoção de cabos submarinos,
em levantamentos hidrográficos, em operação de remoção de minas, em operação de
dragagem, lançando ou recolhendo aeronaves e rebocando outra embarcação, são
apenas alguns exemplos de “capacidade de manobra restrita”.
C) Embarcação restrita devido a seu calado designa uma embarcação de propulsão
mecânica que, devido a seu calado em relação à profundidade e largura de água
navegável disponível, está com severas restrições quanto à sua capacidade de se
desviar do rumo que está seguindo.
D) Se ao observar um outro navio, durante algum tempo, e verificar que a marcação desse
navio mantém-se constante, com a distância diminuindo, CUIDADO, OS NAVIOS
ESTÃO EM ROTA DE COLISÃO.

E) Embarcações de menos de 20 metros de comprimento ou embarcações a vela não


deverão interferir na passagem de outra embarcação que só possa navegar com
segurança dentro de um canal estreito. Em canais estreitos, mantenha-se tão próximo
quanto possível do limite exterior do canal.

F) Duas embarcações de propulsão mecânica navegando em rumos que se cruzam, em


situação que envolva risco de colisão, deve manobrar a embarcação que avista a outra
pelo seu próprio Boreste (ou seja, avista o bordo de Bombordo da outra), EVITANDO
CRUZAR A PROA DESSA OUTRA EMBARCAÇÃO.
G) Duas embarcações de propulsão mecânica aproximando-se em rumos diretamente
opostos ou quase diretamente opostos, em situação que envolva um risco de colisão,
deverão cada uma guinar para BORESTE, evitando assim a colisão.

H) Apito significa qualquer dispositivo de sinalização sonora capaz de produzir os sons


curtos e longos prescritos e que atenda as especificações contidas no Anexo III do
RIPEAM.
- “Apito Curto” é um som de duração aproximada de 1 segundo.
- “Apito Longo” é um som de duração de 4 a 6 segundos.
Significado dos sons de apitos:
1 Apito Curto – estou guinando para BE;
2 Apitos Curtos – estou guinando para BB;
3 Apitos Curtos – estou dando máquinas a Ré;
2 Apitos Longos seguidos de 1 Apito Curto – pretendo ultrapassá-lo por BE;
2 Apitos Longos seguidos de 2 Apitos Curtos – pretendo ultrapassá-lo por BB;
1 Apito Longo, 1 Apito Curto, 1 Apito Longo e 1 Apito Curto – OK permitida a sua
ulltrapassagem;
5 Apitos Curtos – não estou entendendo a sua intenção de manobra.

I) As regras referentes às luzes se aplicam do pôr ao nascer do sol e, durante esse


período , não devem ser exibidas outros tipos de luzes.
Definição: luz de mastro, significa uma luz branca contínua; luzes de bordo,
significa luzes contínuas, uma verde a Boreste e uma encarnada a Bombordo; luz de
alcançado significa uma luz branca contínua situada tão próximo quanto possível da
popa da embarcação.

Setores de visualização das luzes de


Bombordo, Boreste e Alcançado

Espias:

São os cabos, normalmente de fibras, utilizados na atracação e desatracação


dos navios.

Amarração: manobra de passar as espias para o cais e encapelá-las aos cabeços do


berço de atracação.
As espias devem ser leves e flexíveis para serem manejadas com facilidade. Ao
mesmo tempo devem ser bastante resistentes para aguentar o navio ao cais. Em geral
navios grandes utilizam espias de 8 ou 10 polegadas de diâmetro.

Termos utilizados ao se trabalhar com espias, conforme o livro Arte Naval:

Aguentar sob volta – Segurar um cabo que esteja portando, dando uma, duas ou mais
voltas redondas para mantê-lo sob mão.
Alar – Exercer tração num cabo para executar qualquer manobra.
Alar de leva-arriba – Alar caminhando sem parar.
Alar de lupada – Alar aos puxões, com os intervalos necessários para que o pessoal
mude a posição das mãos ao longo do cabo. Lupada é cada um dos puxões dados.
Alar de mão em mão – Alar o cabo seguidamente, sem o pessoal sair do lugar,
pagando-o alternadamente com uma ou outra mão; também, neste caso, fica
aguentando numa peça fixa.
Aliviar um cabo em um aparelho – É folgá-lo pouco a pouco.
Amarrar a ficar – Dar um nó ou volta firme, de modo a não se desfazer por si.
Beijar – Fazer encostar duas peças quaisquer. Diz-se de uma adriça quando chega ao
seu lugar; de uma talha quando, içando, seus poleames se tocam.
Boça – Pedaço de cabo ou de corrente empregado para aboçar (amarrar).
Brandear – Folgar um cabo, uma espia, uma amarra etc.; tornar brando um cabo; dar
seio a um cabo que esteja portando.
Coçado – Diz-se de um cabo que está ferido em consequência do atrito.
Colher o brando – Alar um cabo que esteja com seio até que fique sem folga; rondar
um cabo.
Dar salto – Arriar repentinamente parte de um cabo de manobra.
Desaboçar – Desfazer a boça do cabo.
Desbolinar um cabo – Tirar-lhe as cocas.
Desencapelar – Tirar as encapeladuras; tirar o cabo do aparelho onde está amarrado.
Dobrar a amarração – Aumentar o número de pernadas das espias para amarrar um
navio no cais ou a outro navio.
Encapelar – Lançar as encapeladuras nos lugares respectivos. a não poderem trabalhar
regularmente.
Espia – Cabo grosso que se lança de um navio para terra ou para outro navio, a fim de
amarrá-lo.
Fiéis – Cabos finos com que se prendem quaisquer objetos, tais como as fundas dos
escaleres, as defensas etc.
Peias – Nome que tomam os cabos quando prendem a bordo quaisquer peças ou
objetos. Pear é prender qualquer objeto amarrando-o com peias.
Recorrer – Folgar. Deixar que arriem os cabos ou a amarra o quanto for necessário para
aliviá-los.
Solecar – Dar um brando ao cabo, arriando-o um pouco; aliviar o peso ou esforço; dar
mais folga ao seio.
Tesar – Esticar um cabo.
Virador – É um cabo grosso, em geral de aço, empregado para reboque, atracação ou
mesmo para fundeio.

Capítulo – 4
COMUNICAÇÕES:

Sistema VHF – Características:


O sistema opera em VHF (muito alta frequência) e a frequência estende-se de 156 a 174
MHz. O sistema VHF marítimo é uma combinação de um transmissor e um receptor que apenas
operam nas frequências internacionais padrões conhecidas como canais. O Canal 16 (156.8
MHz) é o canal internacional para chamadas entre embarcações e de emergência, em
alguns lugares, porém, o canal 9 também é usado para chamadas. Geralmente quando uma
embarcação precisa enviar uma mensagem à outra embarcação, a mesma faz a chamada no
canal 16 falando claramente o nome da embarcação sendo chamada seguida do nome da
embarcação que está chamando e então ambas embarcações trocam para um outro canal aonde
possam manter uma conversação. Todos os rádios fixos produzidos atualmente têm algum nível
de capacidade de fazer chamadas em DSC (chamadas seletivas digitais). Os equipamentos
com Sistema de Chamadas Seletiva, fornecem todas as funcionalidades de um equipamento de
voz e, adicionalmente, dispõe de outros recursos, tais como:
- o transmissor pode chamar um receptor equipado com DSC automaticamente, usando um
número de discagem (como um de telefone) conhecido como Identificação de Serviço Móvel
Marítimo. A informação do DSC é enviada no canal 70 que é reservado apenas para este
propósito. Quando o receptor atende à chamada, o seu canal é automaticamente mudado para
o canal do transmissor e a comunicação normal por voz pode proceder.
- botão de emergência, que envia automaticamente um sinal digital de emergência identificando
a embarcação e a natureza do problema.
- conexão com um equipamento de GPS, que permite que o sinal de emergência digital
contenha as coordenadas da embarcação.
Alguns rádios mais caros são capazes de funcionar como megafones e alguns poucos
até podem ser conectados à headsets equipados com bluetooth. Os conjuntos de rádio marítimo
podem ser fixos ou portáteis. Um conjunto fixo geralmente tem a vantagem de ter uma fonte
de energia mais confiável, maior potência de transmissão, antena maior e mais eficiente e botões
e display maiores. Um conjunto portátil (na maioria das vezes à prova d'água) pode ser
carregado até um bote salva-vidas em uma emergência e tem sua própria fonte de energia.

Alcance:
O sistema VHF possui um alcance de até 60 milhas náuticas (111 km) entre antenas
montadas em navios altos e montanhas e de até 5 milhas náuticas entre antenas montadas em
embarcações pequenas ao nível do mar. É importante salientar que as antenas têm que estar
na posição vertical para que se tenha uma boa recepção.

Operação:
O sistema apenas usa comunicações em simplex, onde uma mensagem pode ser
enviada em apenas uma direção por vez. Um botão no aparelho ou no microfone determina
quando o aparelho opera como receptor ou transmissor, porém a maioria dos canais são
estabelecidos para comunicações em duplex, onde as informações são enviadas em ambas
direções simultaneamente. Cada canal duplex é composto por duas frequências, isto se deve
porque antes dos dias em que os telefones móveis e satélites de comunicações tornaram-se
comuns, os canais duplex podiam ser usados para fazer chamadas no sistema de telefone
público via operadores marítimos e ainda está disponível em algumas localidades, embora o seu
uso tenha, na maioria, acabado.

Utilização:
O procedimento adequado de operação no Serviço Móvel Marítimo inclui:
1) Escutar o canal por 2 minutos antes de transmitir.
2) Usar o Canal 16 apenas para estabelecer comunicações caso se façam necessárias,
e depois mudar para um canal de uso livre diferente.
3) Usar apenas os procedimentos de chamada internacionais, como o Mayday, Pan-Pan
e Securité.
• Perigo Iminente – use somente em situações extremas do tipo seu barco esta afundando.Diga:
“MAY DAY”, “MAY DAY”, “MAY DAY” (em seguida de sua localização e nome da embarcação).

• Urgência – use em situações de emergência, mas onde não existe perigo de perda de vidas,
tipo: seu barco esta fazendo água, mas não vai ao fundo e há necessidade de ajuda. Diga: “PAN”,
“PAN”, “PAN” (em seguida de sua localização, nome da embarcação e o tipo de ajuda que
necessita).

•Segurança – usado para informar situações perigosas referentes a navegação ou a


meteorológica, tipo: você avistou um contêiner a deriva. Diga: “SECURITÉ”, “SECURITÉ”,
“SECURITÉ” (em seguida de a localização do objeto ou perigo e nome da sua embarcação).

“Faixa do Cidadão”:
Serviço Rádio do Cidadão (Radiocidadão/ Faixa do Cidadão/ PX): é um sistema de
comunicações individual de curta distância via rádio que usa uma banda de frequências altas
(HF). O Serviço Rádio do Cidadão não deve ser confundido com o Serviço de Radioamador ou
Radioamadorismo, que utiliza diferentes frequências. Durante a II Guerra Mundial foi fabricado
para fins militares e em grandes quantidades “walky-talkies". A ideia da criação da banda se
originou em reuniões internacionais, logo após o término da 2ª GM, quando os países desejavam
dar aos seus cidadãos um meio de comunicação mais livre, sem a necessidade de cabos ou fios
e ao mesmo tempo sem muita burocracia para sua execução.

Equipamento básico:
O equipamento para operar na Faixa do Cidadão inclui microfone, transceptor, fonte
de alimentação e antena.

Frequências de Operação:
Para operar, o interessado deve obter uma autorização do serviço e a(s) respectiva(s)
licença(s) de estação junto à Anatel, com validade de até 20 anos. A estação deve estar em
conformidade com a legislação vigente, inclusive seu transceptor que deve ser homologado pela
Anatel. A distribuição de frequências e canalização na faixa de 27 MHz para operação do Serviço
de Rádio Cidadão é regulada pela Anatel, através da Resolução Nº 444 de 28 de setembro de
2006, segundo a qual a faixa de radiofrequências de 26,960 MHz a 27,860 MHz está dividida em
canais com separação de 10 kHz entre portadoras adjacentes (exemplo: Canal 01 – Frequência
de 26,965 MHz; Canal 02 – Frequência de 26,975 MHz; Canal 03 – Frequência de 26,985 MHz;
etc).

Restrições:
I - O canal 9 é restrito ao tráfego de mensagens referentes a situações de emergência em todo
o território nacional;
II - O canal 11 é restrito a chamada e escuta em todo território nacional; e
III - O canal 19 é restrito ao uso em rodovias em todo o território nacional.

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