Resumo Navegação 002
Resumo Navegação 002
Resumo Navegação 002
FUNDAMENTOS GERAIS
Embarcação é uma construção feita de madeira, ferro, aço, fibra de vidro, ou da combinação
desses e de outros materiais, que flutua e é destinada a transportar pela água pessoas e/ou
algum tipo de carga.
Navio é como denominamos as embarcações de grande porte.
Casco: corpo do navio (ou da embarcação), sem considerarmos seus mastros, acessórios ou
qualquer outro arranjo.
Não possui uma forma geométrica definida e é simétrico de um lado em relação ao outro.
Qualidade de navegação (escoamento da água nas seções do casco) dependerá do formato do
casco.
Seções do casco:
Proa: extremidade anterior de uma embarcação. Em geral a Proa tem uma forma para “cortar” a
água. Não é possível definir onde termina. Se inicia no ponto mais frontal do casco.
Popa: extremidade posterior da embarcação. Sua forma será adequada para facilitar a
passagem dos filetes de água que preencherão o vazio produzido pela embarcação, a medida
em que vai navegando.
Bordos são as duas partes simétricas em que o casco é dividido. Podemos considerar como
sendo as laterais de um navio. Ao visualizarmos ou navio por uma vista superior, de Proa para a
Popa, toda a lateral direita denominamos Boreste. Da mesma forma, toda a lateral esquerda é
denominada Bombordo.
Obras vivas/Carena é como denominamos toda aquela seção do casco que fica abaixo do plano
de flutuação, quando o navio estiver plenamente carregado.
Obras mortas: é toda a parte do casco que fica acima do plano de flutuação em condição de
plena carga..
Linha d´Água: Faixa pintada no casco dos navios, de proa à popa, que representa a transição
entre as “obras vivas” e as “obras mortas”.
Quilha: viga (“coluna vertebral”) que divide o navio em boreste e bombordo. Ela fica na parte
mais baixa de qualquer embarcação e, durante os períodos em que há necessidade de se
realizar reparos dentro de um dique seco, é exatamente a seção que suportará os maiores
esforços advindos do peso do navio.
Bochechas são as partes curvas do costado, localizadas tanto a Bombordo quanto a Boreste,
próximo ao bico de proa.
Alhetas são as partes curvas do costado localizadas tanto a Bombordo quanto a boreste,
próximo ao espelho de popa.
Guinada: movimento oscilatório para Boreste ou para Bombordo conforme o seu eixo vertical.
Ação que corresponde a qualquer alteração da direção em que um navio navega, quando
acionado o leme.
Guinada
TERMINOLOGIA EMPREGADA NOS NAVIOS
Espias: cabos de amarração utilizados para prender o navio ao cais nas atracações e para
auxiliar nas manobras de atracação e desatracação. Devem ser leves e flexíveis, a fim de serem
manejadas com facilidade. Devem ser resistentes para aguentar o navio ao cais.
Ancoragem ou fundear: lançar o ferro do navio com o objetivo de prendê-lo ao fundo do mar.
Amarra: É uma grossa corrente (também de Ferro) que liga o ferro/âncora até o navio. Seu peso
que prende o navio ao fundo do mar.
Navio garrando situação em que todo o conjunto (ferro-amarra) desliza sobre o fundo do mar.
Encalhe: é quando algum(ns) ponto(s) das obras vivas/carena fica(m) diretamente apoiado(s)
sobre o fundo do mar, seja em um banco de areia, sobre uma rocha, sobre recifes de corais, etc.
Calado: distância vertical entre a parte inferior da quilha e a linha de flutuação de uma
embarcação.
Abicada ou trim de proa: a seção da proa estiver apresentando um calado maior que a seção
de popa.
Derrabada ou trim de popa: seção de popa apresentar um calado maior do que a seção de
proa.
Antepara: elemento estrutural que separa um compartimento do outro num mesmo convés.
Capítulo – 3
MANOBRA
Timoneiro:
Elemento responsável pela manutenção do bom governo do navio. Os deveres do Vigia
e do Timoneiro são distintos e o Timoneiro não deverá ser considerado como estando de Vigia,
enquanto estiver governando o navio, exceto em embarcações onde é assegurada uma visão de
360° sem obstrução, da posição de governo e, desde que a diminuição da capacidade de visão
(principalmente à noite) não seja um empecilho para o serviço.
Observações importantes
- Toda voz de manobra/voz de comando dirigida pelo Oficial de Serviço deverá ser repetida
pelo Timoneiro. Isto significará que o Timoneiro compreendeu a ordem e imediatamente
em seguida começará a executa-la.
- Tão logo a ordem de manobra tenha sido cumprida (guinada cumprida, novo rumo na
agulha giroscópica alcançado), o Timoneiro deverá responder: “... A Caminho”.
- “Quebra a guinada!” – Carregar rapidamente o leme para o bordo oposto àquele que se
achava carregado até que a proa pare de guinar, trazendo-o, em seguida, a meio.
- “Nada a Boreste (ou Nada a Bombordo)!” – Governar de modo que a proa não ultrapasse
para Boreste (ou para Bombordo) do rumo indicado.
- “Assim!” – Manter o navio no rumo que a agulha de governo indicar naquele exato momento
da ordem.
- “Rumo zero zero quatro (ou zero um quatro).” – Quando se deseja que o Timoneiro governe
a determinado rumo da agulha, por ex.: 004°, 014°. Uma vez indicado o rumo o Timoneiro, ao
alcançá-lo, informará: “... A caminho!”
- “Bom governo!” – Quando se deseja chamar a atenção do timoneiro que o navio está fora de
rumo.
- “Como governa?” (ou Qual a tendência do leme?)” – Esta pergunta é feita quando se deseja
saber o ângulo do leme necessário para manter o navio a caminho. O Timoneiro responderá: “A
meio, ou a ... graus a Boreste (ou ... a Bombordo)”.
- “Inverte o leme (ou Inverte a guinada)” – Igual quantidade de graus do leme deve ser aplicada
para o bordo oposto ao que se achava o leme carregado.
- “Marque a proa” – Ler, imediatamente, o indicado pela linha de fé da agulha e ao Oficial de
Serviço, sem prejuízo de outras manobras que estejam sendo executadas.
- “Atenção” – Ficar de sobreaviso para receber uma ordem.
- “Como diz o leme?” – Informar o bordo e de quantos graus está carregado o
leme. (“Leme carregado com 5º a boreste”, “Todo leme carregado a boreste”))
- “A caminho” – Comunicação feita pelo Timoneiro, logo que conseguir se firmar no rumo
ordenado, com o leme praticamente a meio (ângulo do leme menor que 5°).
- “Dar um tope em ... graus” – Transmitido TOPE, TOPE, TOPE pelo Timoneiro no momento
em que a linha-de-fé estiver praticamente parada em cima do rumo indicado para o TOPE.
- “Ciente” – Dada somente por quem ordena a manobra (no caso, o Oficial de Serviço ou o
Comandante) ao tomar conhecimento de que a ordem foi corretamente repetida pelo Timoneiro.
Caso não seja respondido o CIENTE, o Timoneiro repetirá a ordem recebida até ouvir o ciente,
por parte do Oficial de Serviço ou do Comandante.
Todas as ordens serão precedidas do apelativo TIMONEIRO.
Tipos de Ferro
Danforth
Almirantado
Patente
Fateixa
Amarras
São as correntes que em uma extremidade têm presas a si o ferro do navio e na outra,
estão presas ao próprio navio, no interior do paiol da amarra. O comprimento das amarras é
informado por uma unidade de medida conhecida como QUARTEL. Um quartel de amarra
corresponde a 27,5 metros. Após cada quartel toda amarra deverá apresentar um elo pintado,
a fim de permitir ao operador do guincho/máquina de suspender quantos quartéis já passaram
pela “coroa de barbotan” da máquina de suspender do navio.
Elo de amarra
Terminologia empregada num fundeio
Vozes de comando:
(1) ao fundear:
- Postos de fundear!
- Preparar para fundear!
- Larga o ferro!
- Como diz a amarra?
- Qual o filame?(comprimento da amarra)
- (O navio) está portando pela amarra?
- Volta aos postos!
(2) ao suspender:
- Postos de suspender! (Equipe do mestre à proa!)
- Preparar para suspender! (Proa pronta!)
- Recolhe (o excesso de) amarra!
- Iça o ferro!
- Como diz a amarra? / Como diz o ferro? (Amarra a pique! Lançante a BB! Ferro pelos cabelos!
Ferro a olho! Ferro no escovém!)
- Qual o filame? (Marca do primeiro quartel no escovem! etc)
- (O navio) está portando pela amarra?
- Volta aos postos!
Vozes de execução:
(1) ao fundear e ao suspender:
- (Ferro) pronto (a largar, ou a suspender)!
- Pronto para dar volta!
- “Picar” a amarra.
Vozes de informação:
(1) filame: (Quanto de amarra já foi pago?)
- Primeira (segunda ou terceira etc.) manilha passou no escovém (ou ao lume d’água, ou na
gateira etc.)! Saíram (ou entraram) dois (ou três etc.) quartéis!
(2) amarra em relação ao navio:
- Amarra a pique de estai! (Quase na vertical)
- Amarra a pique! (perfeitamente na vertical)
- Amarra dizendo para vante (ou para ré, ou para o través)!
- Amarra dizendo para BE (ou para BB)!
- (O navio) portando (ou não está portando) pela amarra!
(3) posição do ferro:
- Arrancou! (Ferro solta do fundo)
- A olho! (Surgindo na água - Esta visível, na superfície ou quase nela)
- Pelos cabelos! (soltou do fundo, mas ainda está submerso e não visível)
- Em cima!
- No escovém!
Cabrestante e Guincho/Molinete
São equipamentos existentes a bordo onde as espias são trabalhadas visando serem
recolhidas, folgadas ou tesadas. Esses equipamentos apresentam grandes roldanas de ferro e
o que diferencia uma das outras é exatamente a posição dessas roldanas. No caso dos
Cabrestantes, a roldana se encontra na posição vertical. Já nos Guinchos (ou Molinetes), a
roldana encontra-se na posição horizontal.
Cabrestante Molinete
Espias:
Aguentar sob volta – Segurar um cabo que esteja portando, dando uma, duas ou mais
voltas redondas para mantê-lo sob mão.
Alar – Exercer tração num cabo para executar qualquer manobra.
Alar de leva-arriba – Alar caminhando sem parar.
Alar de lupada – Alar aos puxões, com os intervalos necessários para que o pessoal
mude a posição das mãos ao longo do cabo. Lupada é cada um dos puxões dados.
Alar de mão em mão – Alar o cabo seguidamente, sem o pessoal sair do lugar,
pagando-o alternadamente com uma ou outra mão; também, neste caso, fica
aguentando numa peça fixa.
Aliviar um cabo em um aparelho – É folgá-lo pouco a pouco.
Amarrar a ficar – Dar um nó ou volta firme, de modo a não se desfazer por si.
Beijar – Fazer encostar duas peças quaisquer. Diz-se de uma adriça quando chega ao
seu lugar; de uma talha quando, içando, seus poleames se tocam.
Boça – Pedaço de cabo ou de corrente empregado para aboçar (amarrar).
Brandear – Folgar um cabo, uma espia, uma amarra etc.; tornar brando um cabo; dar
seio a um cabo que esteja portando.
Coçado – Diz-se de um cabo que está ferido em consequência do atrito.
Colher o brando – Alar um cabo que esteja com seio até que fique sem folga; rondar
um cabo.
Dar salto – Arriar repentinamente parte de um cabo de manobra.
Desaboçar – Desfazer a boça do cabo.
Desbolinar um cabo – Tirar-lhe as cocas.
Desencapelar – Tirar as encapeladuras; tirar o cabo do aparelho onde está amarrado.
Dobrar a amarração – Aumentar o número de pernadas das espias para amarrar um
navio no cais ou a outro navio.
Encapelar – Lançar as encapeladuras nos lugares respectivos. a não poderem trabalhar
regularmente.
Espia – Cabo grosso que se lança de um navio para terra ou para outro navio, a fim de
amarrá-lo.
Fiéis – Cabos finos com que se prendem quaisquer objetos, tais como as fundas dos
escaleres, as defensas etc.
Peias – Nome que tomam os cabos quando prendem a bordo quaisquer peças ou
objetos. Pear é prender qualquer objeto amarrando-o com peias.
Recorrer – Folgar. Deixar que arriem os cabos ou a amarra o quanto for necessário para
aliviá-los.
Solecar – Dar um brando ao cabo, arriando-o um pouco; aliviar o peso ou esforço; dar
mais folga ao seio.
Tesar – Esticar um cabo.
Virador – É um cabo grosso, em geral de aço, empregado para reboque, atracação ou
mesmo para fundeio.
Capítulo – 4
COMUNICAÇÕES:
Alcance:
O sistema VHF possui um alcance de até 60 milhas náuticas (111 km) entre antenas
montadas em navios altos e montanhas e de até 5 milhas náuticas entre antenas montadas em
embarcações pequenas ao nível do mar. É importante salientar que as antenas têm que estar
na posição vertical para que se tenha uma boa recepção.
Operação:
O sistema apenas usa comunicações em simplex, onde uma mensagem pode ser
enviada em apenas uma direção por vez. Um botão no aparelho ou no microfone determina
quando o aparelho opera como receptor ou transmissor, porém a maioria dos canais são
estabelecidos para comunicações em duplex, onde as informações são enviadas em ambas
direções simultaneamente. Cada canal duplex é composto por duas frequências, isto se deve
porque antes dos dias em que os telefones móveis e satélites de comunicações tornaram-se
comuns, os canais duplex podiam ser usados para fazer chamadas no sistema de telefone
público via operadores marítimos e ainda está disponível em algumas localidades, embora o seu
uso tenha, na maioria, acabado.
Utilização:
O procedimento adequado de operação no Serviço Móvel Marítimo inclui:
1) Escutar o canal por 2 minutos antes de transmitir.
2) Usar o Canal 16 apenas para estabelecer comunicações caso se façam necessárias,
e depois mudar para um canal de uso livre diferente.
3) Usar apenas os procedimentos de chamada internacionais, como o Mayday, Pan-Pan
e Securité.
• Perigo Iminente – use somente em situações extremas do tipo seu barco esta afundando.Diga:
“MAY DAY”, “MAY DAY”, “MAY DAY” (em seguida de sua localização e nome da embarcação).
• Urgência – use em situações de emergência, mas onde não existe perigo de perda de vidas,
tipo: seu barco esta fazendo água, mas não vai ao fundo e há necessidade de ajuda. Diga: “PAN”,
“PAN”, “PAN” (em seguida de sua localização, nome da embarcação e o tipo de ajuda que
necessita).
“Faixa do Cidadão”:
Serviço Rádio do Cidadão (Radiocidadão/ Faixa do Cidadão/ PX): é um sistema de
comunicações individual de curta distância via rádio que usa uma banda de frequências altas
(HF). O Serviço Rádio do Cidadão não deve ser confundido com o Serviço de Radioamador ou
Radioamadorismo, que utiliza diferentes frequências. Durante a II Guerra Mundial foi fabricado
para fins militares e em grandes quantidades “walky-talkies". A ideia da criação da banda se
originou em reuniões internacionais, logo após o término da 2ª GM, quando os países desejavam
dar aos seus cidadãos um meio de comunicação mais livre, sem a necessidade de cabos ou fios
e ao mesmo tempo sem muita burocracia para sua execução.
Equipamento básico:
O equipamento para operar na Faixa do Cidadão inclui microfone, transceptor, fonte
de alimentação e antena.
Frequências de Operação:
Para operar, o interessado deve obter uma autorização do serviço e a(s) respectiva(s)
licença(s) de estação junto à Anatel, com validade de até 20 anos. A estação deve estar em
conformidade com a legislação vigente, inclusive seu transceptor que deve ser homologado pela
Anatel. A distribuição de frequências e canalização na faixa de 27 MHz para operação do Serviço
de Rádio Cidadão é regulada pela Anatel, através da Resolução Nº 444 de 28 de setembro de
2006, segundo a qual a faixa de radiofrequências de 26,960 MHz a 27,860 MHz está dividida em
canais com separação de 10 kHz entre portadoras adjacentes (exemplo: Canal 01 – Frequência
de 26,965 MHz; Canal 02 – Frequência de 26,975 MHz; Canal 03 – Frequência de 26,985 MHz;
etc).
Restrições:
I - O canal 9 é restrito ao tráfego de mensagens referentes a situações de emergência em todo
o território nacional;
II - O canal 11 é restrito a chamada e escuta em todo território nacional; e
III - O canal 19 é restrito ao uso em rodovias em todo o território nacional.