Trabalho Termodinâmica
Trabalho Termodinâmica
Trabalho Termodinâmica
INTRODUÇÃO
Dentro dos exemplos citados, é notável a presença intrínseca das reações químicas
acompanhadas da produção de energia. A natureza das reações logicamente implica que
existe um processo energético envolvido, ligações são formadas e quebradas com gasto e
ganho de energia, podendo ser mais fracas ou mais fortes dependendo da energia a ser
despendida para quebrá-las. Átomos em si, são nuvens de interação eletrostática, uma
forma energética, com um núcleo denso de caráter positivo.
A parte da Química como ciência que tem como objetivo a compreensão da energia e das
suas transformações dentro de processos é conhecida como termodinâmica. Essa área de
estudo lança foco nas relações que existem entre trabalho, calor e energia no contexto
dos combustíveis e dos processos a vapor, por exemplo. A termoquímica, por outro lado,
enfoca a compreensão das transformações energéticas dentro do contexto de reações.
Dentro das moléculas e átomos, a energia potencial com que estamos lidando é
principalmente a eletrostática, já que em ligações químicas nas moléculas, as forças
eletrostáticas entre cargas elétricas são o que permitem que elas existam. Como já
mencionado, uma ligação química possui energia potencial eletrostática dentro de si que é
liberada quando essa ligação se quebra. Reações químicas como a combustão, por
exemplo, consistem na quebra de ligações e rearranjo delas para a formação de produtos,
consequentemente, envolvem o consumo e liberação de energia, a energia química.
Quando acontece uma reação como a combustão exemplificada, essa energia química
torna-se energia térmica, liberada em forma de calor, como no motor de um carro.
1 cal = 4,184 J
Existem diferentes tipos de sistemas dependendo das trocas de energia que eles podem
fazer com suas vizinhanças. Um sistema aberto troca massa e energia com sua vizinhança,
como um copo de água gelada deixado ao ar livre, que perderá massa de seu conteúdo
para o ar e trocará calor com o ambiente. Um sistema fechado apenas trocará energia com
a sua vizinhança, o copo de água se tornaria um sistema fechado se transferirmos a água
para uma garrafa propriamente fechada, apenas a diferença de temperatura entre a água
dentro da garrafa e a temperatura do ambiente estariam envolvidos em troca, uma troca
exclusivamente energética.
Um sistema isolado não troca massa ou energia com o sistema, sistemas isolados são
impossíveis em condições reais, mas podemos citar uma garrafa térmica de café como um
sistema teoricamente isolado.
Visualize-se em um dia quente de verão na praia, você entra no mar para refrescar seu
corpo do “calor” que está sentindo. Ao sair do mar, repentinamente, seu corpo se arrepia e
você é imediatamente acometido de uma sensação de “frio”. Entretanto, a temperatura ao
seu redor permanece a mesma, desde que você entrou na água. Por que isso acontece? A
resposta é: existem trocas de calor nessa situação.
Vamos analisar em etapas. Antes de entrar no mar, seu corpo estava quente, assim como o
ambiente ao seu redor, uma troca de energia ocorre entre o ambiente quente e você. O
calor sempre flui meio mais “quente” para o mais “frio”. Portanto, como o ambiente estava
mais quente do que a superfície da sua pele, você sente calor. Quando você entra na água,
a sua vizinhança se torna mais fria do que você, o sistema, portanto, você sente uma
sensação de frescor por estar perdendo energia na forma de calor para a água do mar até
entrar em equilíbrio térmico. Quando seu corpo, agora molhado, sai da água e volta para o
ambiente quente, seu corpo volta a receber energia do ambiente quente e a água recebe a
energia do seu corpo em seguida, essa energia a faz evaporar, este processo “rouba”
energia do seu corpo, fazendo com que você sinta “frio”.
O comportamento do calor e das transferência de energia que ele infere será melhor
explicado pelas Leis da Termodinâmica.
Se a variação de energia interna for positiva, ou seja, se a sua energia ao fim do processo
for maior do que a energia no início dele, o sistema ganha energia da vizinhança. Se essa
variação for negativa, ou seja, menor no fim do processo do que no início, o sistema perde
energia para a vizinhança. Vamos exemplificar em um contexto químico.
Também podemos interpretar essa relação da seguinte maneira: a adição de trabalho, calor
e radiação sobre um sistema aumentam a sua energia interna. Da mesma maneira,
pensando no sentido contrário, quando o sistema adiciona trabalho, calor ou radiação sobre
sua vizinhança, a sua energia interna diminui, pois se transfere para sua vizinhança.
Além disso, a energia interna de um sistema é afetada por diversas variáveis que
expressam as suas condições em determinado momento do processo, como a
temperatura, pressão e quantidade de matéria. O volume também entra como variável
que afeta a energia interna, veremos posteriormente como ele está relacionado com a
quantificação de ΔU, para isso, precisamos introduzir o conceito de entalpia.
Matematicamente, a entalpia é uma função que envolve utilizar da energia interna das
variáveis de estado do sistema que a afetam de forma a quantificar como o trabalho está
relacionado com elas quando existem trocas de calor envolvidas. Entalpia é denotada como
H e se define da seguinte forma:
Como a pressão é uma grandeza que sempre será um número positivo, o sinal dela é
negativo nessa relação para que exista uma conformidade com as relações estabelecidas
em relação aos significados de trabalho positivo e negativo.
5. Sistemas gasosos
As propriedades dos gases são explicadas pelo grande espaçamento entre suas moléculas,
quando pensamos nas moléculas gasosas ocupando o espaço, podemos concluir que um
gás é majoritariamente formado de espaço vazio “polvilhado” por moléculas pequenas
altamente espaçadas. Devido a essa distância, as moléculas comportam-se
independentemente. Quando falamos de gases, existem variáveis de estado que
precisamos levar em consideração para analisar o seu comportamento, vamos dar
destaque à pressão em sistema gasoso primeiro.
5.1 Pressão
Fisicamente, podemos entender a pressão como o quociente entre uma força e a área em
que ela age. Tratando-se de gases, eles irão exercer uma pressão sobre qualquer área em
que estejam em contato. No Sistema Internacional, a unidade de medida de pressão é o
Pascal (Pa), cuja definição é Newton por metro quadrado. Além do Pascal, existem outras
medidas de pressão que a relacionam de acordo com o contexto utilizado, como atmosfera
(atm), bar, libras (psi), torr, etc.
Quando tratamos de entender o estado de um gás, existem quatro variáveis que entram
como fundamentos para determinar estas condições: volume, temperatura, pressão e a
quantidade de gás ou quantidade de matéria. As relações entre cada variável são as Leis
dos Gases, e essas variáveis serão associadas a conceitos de trocas energéticas quando
discorrermos sobre elas.
A primeira lei dos gases relaciona as variáveis pressão e volume, a lei de Boyle, enuncia
que o volume que uma quantidade fixa de gás mantida sob uma temperatura constante é
inversamente proporcional à pressão, ou seja:
PV = constante ou V = k x 1/P
A segunda lei dos gases irá relacionar temperatura e volume, a lei de Charles, e determina
que o volume de uma quantidade fixa de um gás sob pressão constante é diretamente
proporcional à sua temperatura, ou seja:
V/T = constante
A mesma lógica aplica-se para a terceira lei, a lei de Avogadro, que rege que V/n
(quantidade de matéria) é igual a uma constante.
Unindo as leis dos gases, concluímos as relações entre todas as variáveis envolvidas em
transformações gasosas na equação de Clapeyron: PV = nRT
Essas são leis que regem o comportamento de gases ideais, em gases reais existem mais
fatores como as interações entre moléculas e fatores de transformação que afetam os
cálculos envolvidos na relação entre essas variáveis, que tratamos as mudanças como
infinitesimais, integrando os cálculos:
6. Transformações gasosas e a primeira lei da termodinâmica
Nesse tipo de transformação, o sistema não cede nem recebe calor de sua vizinhança, na
prática, esse tipo de processo é a compressão ou expansão de um gás que acontece muito
rapidamente. Como não existe troca de calor ou radiação, Q = 0 e R = 0. Portanto, segundo
a primeira lei, a energia interna deste sistema é igual ao trabalho realizado, ΔU = W
Condições como a temperatura e a pressão são muito importantes para que possamos
aferir a espontaneidade de um processo. As condições de estado do sistema são muito
influentes na direção da espontaneidade, por exemplo, um tablete de manteiga derrete ao
ser deixado fora da geladeira em um dia quente e pode voltar a endurecer, mas não se
submetido à mesma temperatura que o derrete, não é mesmo?
Agora, o que é um processo realmente reversível? Na teoria, como o motor ideal de Carnot
funciona? Vamos pensar da seguinte maneira, as transferências de calor que acontecem no
processo de um motor com trocas reversíveis são infinitesimais, ou seja, as diferenças de
temperatura que ocorrem no sistema são muito próximas de zero, de forma que se existe
uma diferença infinitesimal de temperatura entre sistema e vizinhança, o calor flui de forma
a equilibrar essa diferença, independente da direção. Perceba que o processo reversível é
infinitesimalmente lento.
8. Entropia
Entendemos por entropia a distribuição de energia nas moléculas, mas como isso realmente
acontece? O que acontece dentro das moléculas de um sistema num processo
espontâneo? Vamos tomar como exemplo o processo de expansão de um gás dentro do
vácuo. Os gases podem ser descritos como partículas em conjunto que estão em constante
movimento segundo a Teoria Cinético-molecular dos gases, tomando este conceito vamos
entender a expansão de um gás como suas partículas movendo-se aleatoriamente, de
maneira vibracional, rotacional e translacional por um maior volume de espaço.
Sabemos também que o estado teórico em que uma substância chega a ter seus
movimentos completamente paralisados é o zero absoluto, que é igual a 0 K ou -273,15 ºC.
Além disso, podemos inferir que se um sistema não possui nenhum movimento molecular
em um determinado instante, a quantidade de microestados dela é reduzida a um único
microestado = W.
A terceira lei da termodinâmica enuncia que, considerando uma substância cristalina
perfeita, completamente pura, cuja temperatura é zero absoluto ou 0 K, a sua entropia
será S = 0.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS