C) Cordel muito popular, elaborado com base nos épi-

cos celtas e lendas bretãs, divulgado para a conver-

são de fiéis durante a expansão do Cristianismo pe-
lo Oriente.
D) Peça teatral que serviu para fortalecer o espírito na-
cionalista da Inglaterra, unindo a figura de um go-
vernante invencível a um símbolo cristão.
E) Romance que condensa vários textos, empregado
pela Igreja para encorajar a aristocracia a assumir
01.Constantinopla, aquela cidade vasta e esplêndida, com
uma função idealizada na luta contra os inimigos de
toda a sua riqueza, sua ativa população de mercadores
Deus.
e artesãos, seus cortesãos em seus mantos civis e as
grandes damas ricamente vestidas e adornadas, com
03.Da parte dos bárbaros, tudo parece indicar que a forte
seus séquitos de eunucos e escravos, despertaram
estrutura hierárquica favoreceu a conversão das popu-
nos cruzados um grande desdém, mesclado a um des-
lações, em particular das tribos, uma vez que essa era
confortável sentimento de inferioridade.
RUNCIMAN, S. A Primeira Cruzada e a fundação do Reino de
a forma de estrutura social mais comum. Aqui e ali
Jerusalém. Rio de Janeiro: Imago, 2003 (adaptado). aparecem resistências de chefes, mas no conjunto a
conversão dos chefes leva à conversão da população.
A reação dos europeus quando defrontados com essa (Jacques Le Goff. O Deus da Idade Média, 2017.)

cidade ocorreu em função das diferenças entre Oriente

e Ocidente quanto aos(às) O processo de cristianização dos povos que ocuparam
a Europa Ocidental com o fim do Império Romano do
A) modos de organização e participação política. Ocidente implicou
B) níveis de disciplina e poderio bélico do exército.
C) representações e práticas de devoção politeístas. A) a imbricação dos poderes seculares e eclesiásticos
D) dinâmicas econômicas e culturais da vida urbana. nas sociedades europeias.
E) formas de individualização e desenvolvimento pes- B) a divisão de terras da Igreja com as nações recen-
soal. temente instaladas na Europa.
C) a constituição de um poder político centralizado
02. sobre o conjunto da Europa.
D) a elitização progressiva do culto monoteísta em
meio às populações europeias.
E) a oposição do clero reformista à absorção de cren-
ças pagãs pela Igreja europeia.

04.Um grande manto de florestas e várzeas cortado por

clareiras cultivadas, mais ou menos férteis, tal é o as-
pecto da Cristandade – algo diferente do Oriente mu-
çulmano, mundo de oásis em meio a desertos. Num
local a madeira é rara e as árvores indicam a civiliza-
ção, noutro a madeira é abundante e sinaliza a barbá-
rie. A religião, que no Oriente nasceu ao abrigo das
palmeiras, cresceu no Ocidente em detrimento das ár-
Esta imagem integra o manuscrito de uma das mais vores, refúgio dos gênios pagãos que monges, santos
notáveis obras da cultura medieval. A alternativa que e missionários abatem impiedosamente.
melhor caracteriza o documento é: J. Le Goff. A civilização do ocidente medieval.
Bauru: Edusc, 2005. Adaptado.

A) Fábula que enuncia o ideal eclesiástico, mescla a

aventura cavalheiresca, o amor romântico e as aspi- Acerca das características da Cristandade e do Islã no
rações religiosas que simbolizaram o espírito das período medieval, pode-se afirmar que
cruzadas.
B) Poema inacabado que narra a viagem de formação A) o cristianismo se desenvolveu a partir do mundo ru-
de um cavaleiro e a busca do cálice sagrado; sua ral, enquanto a religião muçulmana teve como base
composição mistura elementos pagãos e cristãos. inicial as cidades e os povoados da península ará-
bica.
 B) a concentração humana assemelhava-se nas clarei- II. Os reinos germânicos, até o século VII, em geral fo-
ras e nos oásis, que se constituíam como células ram monarquias bastante frágeis, com regras de
econômicas, sociais e culturais, tanto da Cristanda- sucessão mal definidas e guiadas por dois sistemas
de quanto do Islã. legais diferentes: o romano, a que se submetiam os
C) a Cristandade é considerada o negativo do Islã, pela habitantes de origem romana; e o germânico, inici-
ausência de cidades, circuitos mercantis e transa- almente um sistema oral e, depois, escrito.
ções monetárias, que abundavam nas formações III. Os primeiros povos germânicos convertidos ao cris-
sociais islâmicas. tianismo eram seguidores da seita de origem orien-
D) o clero cristão, defensor do monoteísmo estrito, tal conhecida como arianismo, o que manteve sua
combateu as práticas pagãs muçulmanas, arraiga- religião diferente do cristianismo romano e con-
das nas florestas e nas regiões desérticas da Cris- correu para tornar mais lento o processo de fusão
tandade ocidental. entre os dois povos até o século VIII.
E) a expansão econômica islâmica caracterizou-se pe-
la ampliação das fronteiras de cultivo, em detrimen- Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s)
to das florestas, em um movimento inverso àquele
verificado no Ocidente medieval. A) I, apenas.
B) III, apenas.
05.A colisão catastrófica dos dois anteriores modos de C) I e II, apenas.
produção em dissolução, o primitivo e o antigo, veio a D) II e III, apenas.
resultar na ordem feudal, que se difundiu por toda a E) I, II e III.
Europa.
Anderson, P. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. Trad. Por- 07.A ideia de Cristandade na Alta Idade Média da Europa
to: Afrontamento, 1982, p. 140.
Ocidental supunha a união entre os povos do continen-
te sob a batuta do alto clero católico. Em termos práti-
O autor refere-se a três tipos de formações econômico-
cos, esta articulação se fundamentava:
sociais nesse pequeno trecho. A esse respeito é cor-
reto afirmar:
A) na organização centralizada da administração ecle-
siástica conduzida pelo alto clero, baseada nas pa-
A) A síntese descrita refere-se à articulação entre o es-
róquias que dividiam o território europeu.
cravismo romano em crise e as formações sociais
B) na difusão da chamada “Idade da Fé”, que assinalou
dos guerreiros germânicos.
o domínio do fervor religioso católico encabeçado
B) O escravismo predominava entre os povos germâ-
por lideranças religiosas populares.
nicos e tornou-se um ponto de intersecção com a
C) na interferência de reis e nobres na administração
sociedade romana.
eclesiástica, o que garantiu um pano de fundo polí-
C) A economia romana, baseada na pequena proprie-
tico ao domínio ideológico católico.
dade familiar, foi transformada a partir das invasões
D) nas guerras entre reinos medievais, cujas regras
germânicas dos séculos IV a VI.
eram estabelecidas pelas lideranças eclesiásticas e,
D) Os povos germânicos desenvolveram a propriedade
por isso, não afetavam a unidade religiosa dos fieis.
privada e as relações servis que permitiram a sínte-
E) no controle da vida religiosa com os mecanismos
se social com os romanos.
de excomunhão e batismo, o que eliminou qualquer
E) A transição para o escravismo feudal foi proporcio-
possibilidade de formação de movimentos heréti-
nada pelos conflitos constantes nas fronteiras ro-
cos.
manas devido à ofensiva dos magiares.

08.A História nos mostra que as concepções acerca do

06.Considere as afirmativas abaixo sobre as origens do
trabalho, suas funções e significações se transforma-
feudalismo europeu entre os séculos V e VIII.
ram ao longo do tempo. A esse respeito, leia o texto
que se segue:
I. Os confrontos militares provocados, no século V,
pelas invasões sucessivas de povos germânicos,
“(...) conforme o esquema trifuncional indo-europeu estru-
pressionados pelos Hunos desde o oriente, apre-
turado por Georges Dumézil, a partir do século XI, a socie-
sentavam características desconhecidas para os
dade cristã é frequentemente descrita como composta de
exércitos romanos, pois os variados contatos eco-
homens que oram (oratores, os clérigos), de homens que
nômicos e culturais anteriores com os ditos bárba-
guerreiam (bellatores, os guerreiros) e, enfim, de homens
ros eram de caráter estritamente pacífico.
que trabalham (laboratores, na época, essencialmente
camponeses). Mesmo que vários textos enfatizem que os
laboratores são inferiores aos oratores e bellatores, o
 surgimento dos trabalhadores no esquema constitutivo No quadro anterior, observa-se a organização espacial
da sociedade exprime a promoção do trabalho e daqueles do trabalho agrícola típica do período medieval. A par-
que o praticam”. tir dele, podemos afirmar que

Jacques Le Goff. Dicionário Temático do Ocidente Medieval, v.II, pp.568-569. A) os camponeses estão distantes do castelo porque
já abandonavam o domínio senhorial, num momen-
Pela análise do trecho, é incorreto afirmar que to em que práticas de conservação do solo, como a
rotação de culturas, e a invenção de novos instru-
A) a crise do feudalismo, a partir do século XI, promo- mentos, como o arado, aumentavam a produção
veu alterações na mentalidade medieval acerca do agrícola.
trabalho, uma vez que, mesmo depreciado, reco- B) os camponeses utilizavam, então, práticas de plan-
nhecia-se sua importância para a própria existência tio direto, o que permitia a melhor conservação do
do mundo feudal. solo e a fertilidade das terras que pertenciam a um
B) mesmo que a Idade Média seja, tradicionalmente, senhor feudal, como sugere o castelo fortificado
um período de depreciação do trabalho manual, que domina a paisagem ao fundo do quadro.
houve inegáveis mudanças nesse sentido, princi- C) um castelo fortificado domina a paisagem, ao fun-
palmente a partir do século XI, como apontado no do, pois os camponeses trabalhavam no domínio de
texto. um senhor; pode-se ver também que utilizavam prá-
C) os bellatores, terceira ordem feudal, responsáveis ticas de rotação de culturas, visando à conservação
pela defesa dos camponeses, determinavam todas do solo e à manutenção da fertilidade das terras.
as concepções acerca do trabalho, uma vez que D) A cena retrata um momento de mudança técnica e
eram os donos das terras e os responsáveis pela social: desenvolviam-se novos instrumentos agríco-
produção agrícola. las, como o arado, e o uso de práticas de plantio di-
D) a divisão tradicional da sociedade medieval em três reto, o que levava ao aumento da produção, permi-
ordens revela a importância que o trabalho adquiria tindo que os camponeses abandonassem o domínio
naquele momento, mas também nos mostra a ne- senhorial.
cessidade de se justificar o domínio sobre os cam-
poneses. 10. [Na Idade Média] Homens e mulheres gostavam muito
E) diferentes civilizações, ao longo da História, neces- de festas.
sitam de justificativas e de padrões culturais acei- Isso vinha, geralmente, tanto das velhas tradições pa-
tos pelo conjunto da sociedade, com o intuito de ga- gãs (...), quanto da liturgia cristã.
rantir o domínio, de certas parcelas, sobre o conjun-
to da população. (Jacques Le Goff. A Idade Média explicada aos meus filhos, 2007.)

09. Sobre essas festas medievais, podemos dizer que

A) muitos relatos do cotidiano medieval indicam que

havia um confronto entre as festas de origem pagã
e as criadas pelo cristianismo.
B) os torneios eram as principais festas e rompiam as
distinções sociais entre senhores e servos que,
montados em cavalos, se divertiam juntos.
C) a Igreja Católica apoiava todo tipo de comemoração
popular, mesmo quando se tratava do culto a algu-
ma divindade pagã.
D) as festas rurais representavam sempre as relações
sociais presentes no campo, com a encenação do
ritual de sagração de cavaleiros.
E) religiosos e nobres preferiam as festas privadas e
pagãs, recusando-se a participar dos grandes even-
tos públicos cristãos.
11.O Islamismo – religião pregada por Maomé e seus se- 12.Na Idade Média, Bizâncio era um importante centro
guidores – tem hoje mais de 1 bilhão de fiéis espalha- comercial e político. Merecem destaques seus feitos
dos pelo mundo, sendo ainda predominante no Oriente culturais, mostrando senso estético apurado e uso das
Médio, região onde surgiu. Um dos principais funda- riquezas existentes no Império.
mentos da expansão muçulmana é a Guerra Santa.
Na sua arquitetura, a igreja de Santa Sofia destacou-se
A respeito dos muçulmanos, é correto afirmar que pela

A) a expansão árabe-muçulmana acabou por islamizar A) sua afinação com o estilo gótico, com exploração
uma série de povos, exclusivamente árabes. dos vitrais e o uso de metais na construção dos al-
B) o povo árabe palestino, atuando na revolução arma- tares.
da palestina, rejeita qualquer solução que não a li- B) simplicidade das suas linhas geométricas, negando
bertação total do Estado de Israel. a grandiosidade como nas outras obras existentes
C) em Medina, a religião criada por Maomé, embora te- em Bizâncio.
nha crescido rapidamente e tenha criado a Guerra C) grande riqueza da sua construção, com uso de mo-
Santa –Gihad – não teve caráter expansionista. saicos coloridos e colunas de mármores suntuosas.
D) a história do Líbano contemporâneo esteve sempre D) imitação que fazia dos templos gregos, com altares
ligada à busca de um certo equilíbrio entre várias dedicados aos mitos mais conhecidos, revelando
comunidades que compõem o país, especialmente paganismo.
as duas mais importantes: xiitas e cristãos. E) consagração dos valores católicos medievais, em
E) a facção dos fundamentalistas islâmicos pertence à que a riqueza interior era importante em toda cultu-
corrente xiita, sendo que os mais radicais repudiam ra existente.
os valores do mundo ocidental moderno.

13.Analise o mapa e o texto a seguir.

 Todos os testemunhos concordam em situar a origem D) O carnaval, que era na Alta Idade Média uma festa
da peste na Ásia Central, onde ela existia em estado rústica, camponesa, com forte conotação pagã, in-
endêmico. O grande viajante Ibn Batouta, que visitou a vade a cidade, urbaniza-se, e aí introduz uma con-
Índia Meridional pouco depois de 1342, assinalou-a ali. testação ideológica, transformando-se em algo que
Em 1347, os próprios mongóis, que sitiavam o estabe- se opõe à quaresma e combate a mentalidade peni-
lecimento mercantil genovês em Caffa, no mar Negro, tencial e ascética da religião cristã.
foram atingidos e, por um requinte de crueldade, envia- E) A desruralização das cidades é um fenômeno do
ram vários cadáveres para a cidade através de suas século XIII. Desde este período, foi abolida do meio
máquinas de guerra. Um navio que partiu de Caffa para urbano qualquer atividade rural, sendo um espaço
a Itália semeou, na passagem, a peste em Constanti- exclusivo de produção de manufaturas, e tendo, in-
nopla [...] depois chegou a Gênova: quando se deram clusive, proibido a criação de animais pelas famílias
conta do mal que transportavam e ordenaram que par- citadinas.
tisse, era tarde demais. A peste atacava a Itália pelos
portos. As cidades do interior não souberam organizar 15.Analise a imagem a seguir.
nenhuma defesa.

Fonte: WOLFF, Philippe. Outono da Idade Média ou Primavera dos Tempos Mo-
dernos? São Paulo: Martins Fontes, 1988. p. 15. (adaptado)

A análise permite associar a rápida propagação da

Peste Negra, na Baixa Idade Média europeia, a fatores,
como

A) o êxito das navegações ibéricas na abertura do ca-

minho marítimo para as Índias orientais.
B) a retomada das peregrinações a Jerusalém após a
vitória dos cristãos europeus nas guerras das Cru-
zadas.
C) o aumento do intercâmbio comercial entre a China e
os países europeus, intercâmbio esse estimulado e
protegido nos domínios do Império Mongol.
D) a intensificação das transações econômicas entre o
Ocidente europeu, em pleno renascimento comerci-
al urbano, e o Oriente, através das cidades italianas
e de Constantinopla.
E) o dinamismo comercial dos Turcos Otomanos, ao
transformarem a Constantinopla bizantina na Is-
tambul moderna.

14.Considerando o espaço urbano, o mundo citadino, Desde a Idade Média, São Tiago Maior foi retratado de
assinale a alternativa correta: várias formas. Nessa imagem do século XVII, que re-
corre à Reconquista na Península Ibérica, sua figura é
A) Os citadinos da Idade Média, diferentemente dos da representada como Matamouros. Com base na ima-
contemporaneidade, não se preocupavam com a gem, conclui-se que essa recorrência alude à
segurança, nem mesmo no período da noite, porque
não havia bandos rurais ou bandos de salteadores A) valorização da cultura islâmica, derivada do contato
urbanos que os atormentassem. com os muçulmanos.
B) As festas medievais eram essencialmente religio- B) apropriação de personagens bíblicos, utilizados pa-
sas e tinham apenas a função do regozijo, que era o ra legitimar a disputa territorial e religiosa.
da glorificação de Deus e de seus santos, não per- C) formação de uma matriz cultural ibérica, renovada
mitindo o repouso dos cristãos por ocasião destas pela fusão entre belicismo islâmico e apostolicismo
festas. cristão.
C) As cidades medievais do século XIII proibiam as pe- D) incorporação do princípio muçulmano da Guerra
ças teatrais, inclusive as Paixões, até mesmo no Santa, favorecida pela expansão árabe.
espaço das catedrais, porque os burgueses não ti- E) adoção do ideal muçulmano de martírio, advindo da
nham interesse em seu desenvolvimento. experiência adquirida nas Cruzadas.
16.As feiras foram muito difundidas pela Europa a partir A) foi um crítico dos costumes da época, sendo parti-
do século XI. Entre os motivos que provocaram tal fe- dário de heresias que incomodavam o clero secular.
nômeno, podemos citar B) se firmou como um dos pensadores importantes da
Igreja Católica, embora tivesse ligações filosóficas
A) a unificação da moeda europeia, que facilitou a ati- com Aristóteles.
vidade dos banqueiros e a aquisição de mercadori- C) negou a necessidade de acreditar em Deus de for-
as. ma institucional, defendendo o pensamento de san-
B) o aumento da produção agrícola, provocado pelos to Agostinho.
desmatamentos, que ampliavam a quantidade de D) influenciou as ideias da Igreja no período da Alta
terras cultiváveis. Idade Média, com sua exaltação da fé individual.
C) a eliminação das práticas feudais, que prendiam os E) se tornou o centro do pensamento cristão no Oci-
camponeses à terra e reduziam a monetarização da dente, construindo uma reflexão a partir de Platão e
economia. dos pré-socráticos.
D) o crescimento urbano, provocado pelas doenças e
epidemias que grassavam nas áreas rurais e provo- 19.No Século XIII, os barões ingleses, contando com o
cavam êxodo em direção às cidades. apoio de alguns mercadores e religiosos, sublevaram-
E) a regionalização das economias, que limitou signifi- se contra as pesadas taxas e outros abusos. O rei Jo-
cativamente a obtenção de mercadorias provenien- ão Sem Terra acabou aceitando as exigências dos
tes de terras distantes. vassalos sublevados e assinou a Magna Carta. Pode-
se afirmar que o documento apresenta importante le-
17.O período conhecido por Baixa Idade Média estendeu- gado do Mundo Medieval porque
se dos séculos X ao XV e foi marcado por profundas
transformações, entre elas o renascimento comercial. A) reafirmava o princípio do poder ilimitado dos mo-
É correto afirmar que essa transformação esteve rela- narcas para fixar novos tributos.
cionada com B) freou as lutas entre os cavaleiros e instituiu o Par-
lamento, subdividido em duas Câmaras.
A) a formação das feiras, que eram pontos de comér- C) assegurava antigas garantias a uma minoria privile-
cio temporário, tendo-se destacado inicialmente as giada, mas veiculava princípios de liberdade políti-
regiões de Champanhe e, posteriormente, a região ca.
de Flandres. D) limitou as ambições políticas dos papas, mesmo
B) o aparecimento de um novo grupo social, os merca- tratando-se de um contrato feudal.
dores, que passaram a ocupar o lugar da nobreza na E) proclamava os direitos e as liberdades do homem
sociedade estamental durante toda a Idade Moder- do povo, através de 63 artigos.
na.
C) o reaparecimento da moeda e das transações fi- 20.Leia o segmento abaixo a respeito da recente popula-
nanceiras, que ficaram limitadas às cidades italia- rização do período medieval.
nas, mais próximas do mercado oriental.
D) o surgimento de hansas ou ligas, poderosas associ- Graças ao cinema e à literatura [...], o período medieval
ações de comerciantes, cujos interesses se choca- tornou-se objeto de numerosas celebrações coletivas,
vam com os dos nobres, que percebiam nas ativi- cujas iniciativas são tanto públicas quanto privadas:
dades daquelas uma ameaça à segurança das ci- filmes, espetáculos, romances, festas medievais, buti-
dades destes. ques e restaurantes, sites, jogos etc. No entanto, essa
E) o surgimento do movimento comunal, uma disputa popularização não significou o triunfo de uma visão
entre senhores feudais e burgueses, em torno das positiva sobre o período medieval. Não são raras as
taxas de impostos cobrados sobre as atividades vezes em que ele é evocado para realçar aspectos ne-
comerciais realizadas nos feudos. gativos da atualidade: a tortura, a intolerância religio-
sa, a submissão da mulher e os crimes hediondos, en-
18.A religião teve importância para a Idade Média em tre outros. Ainda que nenhuma dessas práticas seja
amplos aspectos da sua vida social. Além do seu des- uma exclusividade daquele período, elas são identifi-
taque político, merece ressaltar figuras, como Tomás cadas como ‘medievais’.
de Aquino, pensador influente, que, no período Medie-
val, SILVA. M. C. História medieval. São Paulo: Contexto, 2019. p. 138.

Com relação à construção e ao uso do conceito de

“Idade Média”, considere as seguintes afirmações.
I. Os humanistas italianos definiram o período como
um contexto intermediário, marcado pela ideia de
“trevas”, em contraposição aos valores artísticos e
culturais da antiguidade greco-romana e ao seu “re-
nascimento” a partir do século XIV.
II. O Romantismo elaborou, na primeira metade do sé-
culo XIX, uma valorização do período medieval, a
partir da busca pelas origens culturais e pelos ele-
mentos definidores das identidades nacionais dos
povos europeus.
III. A noção de “Idade Média”, além de conceito usado
para demarcar um período histórico, é utilizada co-
mo um valor de contraponto àquilo que é conside-
rado moderno, progressista e democrático nas so-
ciedades contemporâneas.

Quais estão corretas?

A) Apenas I.
B) Apenas III.
C) Apenas I e II.
D) Apenas II e III.
E) I, II e III.