Uso, Manejo E Conservação Do Solo
Uso, Manejo E Conservação Do Solo
Uso, Manejo E Conservação Do Solo
CONSERVAÇÃO DO
SOLO
Sistemas de preparo
e manejo do solo
Francihele Cardoso Müller
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
O crescimento populacional trouxe consigo uma grande demanda por alimentos
e, consequentemente, a necessidade de aumentar a produtividade da agricultura.
Nesse contexto, a atividade agrícola enfrenta um grande desafio, que é o de unir
o aumento dessa produtividade com a preservação e a recuperação ambiental.
Considera-se, portanto, que utilizar técnicas de conservação e conhecer os siste-
mas de preparo e cultivo são aspectos de suma importância para tornar a prática
agrícola menos danosa aos ecossistemas.
Neste capítulo, você conhecerá os diferentes sistemas de preparo do solo e
seus objetivos, bem como estudará os sistemas de cultivo e os seus benefícios a
longo prazo. Além disso, verá como é possível aliar o uso de máquinas para evitar
problemas de degradação das áreas agrícolas.
2 Sistemas de preparo e manejo do solo
2.000 Maturidade
Monocultura
1.500
Consolidação
1.000
ns ns ns
500 Crítica ns
ns ns
ns ns ns
0
Produtividade de soja (SD -PC. t ha–1)
–500
–1.000
2.000
1.500
1.000
Consolidação
500 ns ns
Crítica
0
–500
–1.000
1 2 5 7 9 11 13 15 17 19 21
Anos
Figura 4. Diferença na produtividade de soja (kg ha-1) entre semeadura direta e preparo con-
vencional em diferentes fases no decorrer do período de adoção da SD (crítica, consolidação,
maturidade) em latossolo vermelho na monocultura trigo-soja e na rotação de culturas
tremoço-milho/ aveia-preta-soja/ trigo-soja/ trigo-soja. Embrapa-Soja, Londrina, PR.
Fonte: Adaptada de Bertol et al. (2019).
Figura 5. Aspecto visual da cultura do solo na safra 2008/2009 (cultivar BRS 184), em função
dos diferentes sistemas de preparo do solo.
Fonte: Debiasi et al. (2013, documento on-line).
Figura 7. Sistemas de rotação de culturas com ciclos de três a sete anos indicados para
regiões do Paraná.
Fonte: Gonçalves et al. (2007, p. 4).
Figura 8. Exemplos de produção em rotação sob plantio direto para regiões de clima tropical
no Brasil.
Fonte: Denardin et al. (2012, p. 24).
14 Sistemas de preparo e manejo do solo
Figura 9. Exemplos de produção em rotação sob plantio direto para regiões de clima sub-
tropical do Brasil.
Fonte: Denardin et al. (2012, p. 26).
pois eles dependem do tratamento que será aplicado ao solo. Ainda, é ne-
cessário avaliar os requerimentos de energia nos sistemas de manejo, o que
irá definir a sua viabilidade econômica (ALBUQUERQUE FILHO et al., [202-?]).
Na agricultura atual não é possível separar a mecanização do processo
produtivo, no entanto, é clarividente a necessidade de utilização da mecani-
zação de forma técnica e com conhecimento para que os impactos ambientais
não sejam potencializados, tanto dentro como fora do sistema de produção.
O maquinário agrícola pode gerar efeitos negativos ao ambiente, incluindo
ao solo, que sofre com a pressão do tráfego de rodados e a sua mobilização
pelos equipamentos de preparo. Assim, para confrontar esses impactos, em
algumas regiões do Brasil, é utilizado o tráfego controlado dentro dos talhões,
criando uma área para o tráfego e outra para o cultivo (RADFORD et al., 2007).
A semeadura direta substituiu todos os preparos de solo para semeadura
que eram utilizadas no passado, tornando-se uma prática consolidada no
Brasil. Isso refletiu na redução da frota de tratores nas propriedades rurais,
pois tratores específicos para cada operação passaram a ser utilizados.
Além disso, a qualidade de semeaduras passou a ser verificada não apenas
com relação à distribuição de plantas na linha de semeadura, mas com relação
a aspectos de conservação do solo, mão de obra, entre outros. A interação
entre a semeadora e a superfície do solo é um fator determinante na eficiência
na semeadura direta, assim como a mobilização do solo e o trabalho realizado
diante das adversidades que são encontradas no ambiente.
Diante disso, alguns modelos de máquinas semeadoras já vêm de fábrica
somente como semeadoras e não como semeadoras-adubadoras. Essa possi-
bilidade diminui o custo das máquinas e as tornam mais leves para tracionar,
sendo possível, inclusive, o uso de tratores menos potentes (BERTOL et al., 2019).
Os equipamentos utilizados na colheita, assim como aqueles utilizados
em outras fases do processo produtivo, também passaram por grandes avan-
ços tecnológicos nos últimos anos. As colhedoras tiveram seu desempenho
e capacidade operacional incrementados, em especial pelo aumento do
tamanho. Quando empregadas plataformas despigadoras, como na cultura
do milho, em que apenas as espigas e outras pequenas partes da planta são
processadas, há uma grande vantagem na conservação do solo, pois ocorre
a redução da biomassa residual liberada pelo equipamento, além de reduzir
o problema de distribuição desuniforme da biomassa sobre a superfície do
solo (BERTOL et al., 2019).
Quanto à compactação do solo, um fator importante a ser considerado
na ação das máquinas agrícolas é a interação pneu–solo relacionada ao
desempenho dos tratores. As características de eficiência de um rodado
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Figura 10. Tipos de pneus: radial (a), diagonal (b) e misto (c).
Fonte: Mazetto et al. (2004, documento on-line).
Referências
AITA, C.; GIACOMINI, S. J. Plantas de cobertura de solo em sistemas agrícolas. In: ALVES,
B. J. R. et al. Manejo dos sistemas agrícolas: impacto no sequestro de C e nas emissões
de gases de efeito estufa. Porto Alegre: Gênesis, 2006.
ALBUQUERQUE FILHO, M. R. A. et al. Preparo convencional do solo. Brasília: Embrapa,
[202-?]. Disponível em: https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/milho/arvore/
CONTAG01_32_59200523355.html. Acesso em: 23 abr. 2021.
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