CRÔNICAS DE LIMOEIRO (3) - Com o ISBN Correto
CRÔNICAS DE LIMOEIRO (3) - Com o ISBN Correto
CRÔNICAS DE LIMOEIRO (3) - Com o ISBN Correto
TOMO I
O Diálogo dos Povos
CRÔNICAS DE LIMOEIRO
TOMO I
O Diálogo dos Povos
Reitor
Dr. João Rodrigues Sampaio Filho
Vice-reitor
Prof. Dr. Douglas Apratto Tenório
Conselho Editorial
Profa. Dra. Claudia Cristina Silva Medeiros
Prof. Dr. Fernando Sérgio Tenório de Amorim
Prof. Dr. Fernando Wagner da Silva Ramos
Prof. Dr. Giulliano Aires Anderlini
Prof. Dr. Jorge Luiz Gonzaga Vieira
Prof. Dr. José Rodrigo de Araújo Guimarães
Prof. Me. Sérgio Venancio da Silva
Catalogação na Fonte
Departamento de Tratamento Técnico Editora CESMAC
B238c Barbosa Filho, Gilberto
Crônicas de Limoeiro: tomo I: o diálogo dos povos índios,
brancos e negros na construção da identidade socioeconômica e
política de Limoeiro de Anadia / Gilberto Barbosa Filho. –
Maceió: Editora CESMAC, 2019.
221p.: il.
ISBN: 978-85-92606-48-0
CDU: 82-32
Bibliotecária: Ana Paula de Lima Fragoso Farias – CRB/4 2195
Gilberto Barbosa
Agradecimentos
Prefácio ......................................................................................11
Prefácio II ...................................................................................15
Limoeiro de Anadia - Resumo Histórico....................................17
Capítulo I
Índios, Brancos e Negros nas Terras de Nossa Senhora –
A Colonização de Limoeiro de Anadia ....................................19
1. Caetés, Cariris e Aratus: A presença indígena na região
de Limoeiro ..........................................................................21
2 A Colonização Branca de Limoeiro ......................................39
3. Entre Sobrados e Mocambos: O escravo negro e a
sociedade patriarcal ..............................................................59
Capítulo II
Coronéis, Comerciantes e Padres no Processo de
Construção da Identidade Política de Limoeiro ........................ 89
1. A Formação da Identidade Política.......................................91
Capítulo III
A Aquisição dos Direitos Civis e a Evolução Histórica de
Limoeiro de Anadia ................................................................109
1. A Emancipação Política ......................................................111
2. O Alvorecer da República - Evolução do Município de
Limoeiro .............................................................................125
Posfácio ................................................................................... 157
Referências .............................................................................. 159
Crônicas de Limoeiro 13
Prefácio II
E acrescenta que,
Crônicas de Limoeiro 23
à época, não eram vistas dessa maneira. Para aquela sociedade as
diferenças existentes entre o índio e o homem branco deveriam ser
corrigidas. Para tanto, os indígenas tinham que ser catequizados
e introduzidos aos hábitos da ―civilidade‖ branca, por meio das
chamadas missões. Nesse sentindo, existiam quatro missões em
Alagoas ―nos Municipios de Penedo, Palmeira, Atalaia, e Porto
Calvo (MELLO, FALLAS, 1842, p.25/26)‖.
Em sua Falla de 1856, o então Presidente da Província
de Alagoas Antônio Coelho de Sá e Albuquerque, ao falar da
existência de aldeias indígenas em Alagoas, ressalta o indígena
como preguiçoso, apresenta uma versão comum em parte da
historiografia brasileira de retratar, sob a ótica do dominante,
uma versão falaciosa da escravidão indígena; fala também, da
existência de trabalho assalariado, da não demarcação de terras,
problema que é recorrente até os dias atuais. Sua versão da
História parece insinuar a lógica do bom negro e do mau índio
fugitivo, insubordinado, o bom índio, seria aquele manso, leia-se
―que obedecia‖. Demonstra o então presidente da província que
existiam oito aldeias indígenas na Província de Alagoas: ―Jacuipe,
Cocal, Urucú, Limoeiro, Atalaia, Santo Amaro, Palmeira, e
Collegio (ALBUQUERQUE, FALLAS, 1856, p.26)‖.
Vale ressaltar que a aldeia de Limoeiro, nada tem a ver
com Limoeiro de Anadia, pois se localizava na antiga vila de
Assembleia, atual cidade de Viçosa. O presidente da Província
alagoana Jose Bento da Cunha Figueiredo Júnior, em relatório de
16 de março de 1870, corrobora conosco, ao demonstrar que ―o
aldeiamento de Limoeiro é no termo de Assembléa, tres leguas
abaixo da povoação de Corrente em Pernambuco (FIGUEIREDO
JUNIOR apud BRANDÃO, 1914, p.15)‖.
Os índios brasileiros tinham características singulares.
No campo religioso, adoravam o deus Tupã, a Lua, o Sol e Rudá,
a deusa do amor. Também acreditavam em seres sobrenaturais,
temiam os ―fenômenos‖ da natureza e o pajé era o intermediário
Crônicas de Limoeiro 25
Senhores de Engenhos. Já em tempo de hum
e meos predecessores aquelles se reunirão,
destruirão, e queimarão algumas propriedades
(MELLO, FALLAS, 1842, p.25/26).
Crônicas de Limoeiro 27
Diante da constatação de que o indígena não era apto ao
trabalho braçal, o homem branco acabou desistindo de mantê-
los sob seus ―cuidados‖ e os substituíram na labuta da terra pelos
africanos, que passaram a fazer os serviços penosos.
Crônicas de Limoeiro 29
eles, pelo menos cinco foram por muitos anos habitados ou devem
sua toponímia aos índios, são eles, os atuais povoados: Cadoz,
Genipapo, Mamoeiro, Taquara e Seu Soubera.
O povoado Genipapo1 recebeu sua denominação devido
à existência do fruto jenipapo, de onde se extraia um líquido
que, em contato com a pele, se transforma em uma tinta preta
que se fixa na pele por até duas semanas. O povoado Cadoz,
em suas origens, recebeu sua denominação devido a uma
substância retirada de árvore copaíba, conhecida por eles
como ―pó - dói‖. Os índios do Genipapo saíam em direção ao
atual Cadoz, para extrair essa substância. Com o passar dos
anos o lugar passou a ser conhecido como ―pó - dói‖, sofrendo
em seguida algumas alternações: Pó - dói, Pau - dói, Ca - dói,
Cadox e finalmente Cadoz.
Os povoados de Mamoeiro, Taquara e Seu Soubera são
um caso à parte. Mediante pesquisas realizadas pela Universidade
Federal de Alagoas, descobriu-se que esses povoados foram locais de
vivência de uma tribo já extinta há pelo menos setecentos anos, e que,
portanto, não tiveram contato com os colonizadores: os Aratus, povos
indígenas que ocupavam algumas regiões do território brasileiro
antes dos índios Tupis-Guaranis, da época da Colonização do Brasil.
Os Aratus são conhecidos pela agricultura (plantio de milho, feijão,
mandioca e amendoim) e produção de peças cerâmicas.
1
Grafia errada, o certo é Jenipapo. Para mudar a toponímia do povoado é preciso um
projeto de lei municipal, já que ―Genipapo‖ com G aparece nos documentos oficiais.
Crônicas de Limoeiro 31
A descoberta chamou a atenção dos limoeirenses e de
moradores de outras localidades. Acompanhados da professora
do curso de Geografia da UNEAL, Ângela Leite, visitamos o
local. Não demorou para que o fato chegasse ao conhecimento da
imprensa. O repórter Davi Salsa, registrou o acontecimento na
edição nº 944 do Jornal Tribuna Independente, de 18 de setembro
de 2010; e a TV Gazeta de Alagoas fez uma reportagem sobre o
achado no dia 22 de setembro, com filmagens e entrevistas feitas
no local.
Dias depois, pesquisadores da UFAL também estiveram
no local para verificar o achado do sítio Seu Soubera. No entanto,
somente em 2012 é que voltaram ao local para fazer os estudos e
as escavações necessárias. Foram encontradas pela equipe mais
três urnas mortuárias atribuídas à antiga nação Aratu. De acordo
com a arqueóloga Rute Barbosa, os primeiros indícios apontam
que as urnas, que devem conter restos mortais de indígenas,
tenham entre 600 e 900 anos. Em seguida, os pesquisadores
também encontraram vestígios do antigo cemitério de Taquara.
É importante ressaltar que existia uma urna funerária no meio de
uma estrada que passa no sítio Olho D‘água, próximo do sítio Seu
Soubera, que também foi retirada pela equipe de pesquisadores.
Uma característica que liga os acontecimentos e as
localidades onde foram encontradas as igaçabas é o fato de os
cemitérios indígenas encontrarem-se próximos de rios, açudes ou
riachos, o que comprova que os índios tinham os mesmos hábitos
das antigas civilizações orientais e africanas: fixar residência
próxima das águas. Entretanto, o que chama atenção nos costumes
Aratus, é a questão da morte. O modo como enterravam seus
entes leva a crer que eles acreditavam na imortalidade da alma.
Com a morte de seus entes, eles colocavam os corpos acocorados
em potes de barro, chamados de igaçabas, protegendo-os, e os
depositavam em covas. Em seguida, davam início a rituais onde
costumavam lembrar os feitos do morto com grande lamentação.
A prova desse costume estava no cemitério de igaçabas, colocadas
Crônicas de Limoeiro 33
A importância desse achado é confirmada por Roberto
Calheiros de Melo. Em relatório produzido por ele no dia
30 de janeiro de 1874, e incluído como anexo I do relatório
anual feito pelo Presidente da Província de Alagoas, Luiz
Romulo Peres de Moreno, datado de 15 de março daquele
ano, Calheiros cita que entre o acervo do Instituto Histórico
encontrava-se ―as igaçabas e ossadas de próximo excavadas
do antiquíssimo jazigo da Taquára, em Anadia (MORENO,
FALLAS, 1874, p.69)‖. No mesmo documento, ele relata a
Luiz Romulo que deveria existir uma atenção maior a fim de
resguardar as instalações e o acervo do Instituto, ―as brochuras
pedem capas, as preciosidades naturaes e artísticas – espaço
e ahi estão os segredos archeologicos da Taquára exigindo
apurada exploração (Idem, Ibidem)‖.
Na verdade as igaçabas eram potes utilizados para o
preparo da farinha de mandioca. Também servia de recipiente
de alimentos sólidos e/ou líquidos, como o cauim – bebida
fermentada feita da mandioca, bebida predileta dos índios. No
entanto, também eram utilizadas para os enterros primários e
secundários 2 dos membros das tribos da região. Dessa forma,
era comum o índio ser sepultado de cócoras com a cabeça
aflorando na boca do vaso com o cocuruto coberto pela tampa,
posição que os especialistas denominam posição fetal. Sobre
esse costume, Gabriel Soares de Souza (1964) descreve que:
―[...] mettem-no em cócoras, atados os joelhos com a barriga,
em um pote em que elle caiba [...] (SOUZA, 1964, p.582)‖.
A versão dos pesquisadores da UFAL pode resolver
a questão sobre o grupo indígena ―dono‖ das igaçabas.
Entretanto, a ―tese‖ defendida por eles é no mínimo curiosa,
haja vista a ausência de fonte bibliográfica em Alagoas que
contenha alguma citação sobre esse grupo indígena no
2
Nos sepultamentos primários em urna, o colpo era depositado em posição fetal
no sentido vertical. Já os secundários, incompletos com os ossos desconectados,
ocorreram em pequena proporção.
Crônicas de Limoeiro 35
Em relatório incluso na Falla do presidente da província
de Alagoas Antônio Alves de Souza Carvalho, Manoel Lourenço
da Silveira diz que são vários os motivos para o abandono
indígena às aldeias
Crônicas de Limoeiro 37
Figuras 6. Identificação e reconstituição de uma das ossadas encontradas.
Segundo os estudos, a ossada pertence a um indivíduo adulto jovem,
com faixa etária entre 15 e 20 anos.
Crônicas de Limoeiro 41
que casarem com Indios, e a seos descendentes
(apud LINDOSO, 2005, p.155).
Crônicas de Limoeiro 43
em vista a criação e ampliação de engenhos, notadamente,
concentrados no litoral alagoano, mas, principalmente pela
necessidade de abastecimento com carne bovina e demais culturas
de subsistência, necessárias à alimentação, especialmente, de
homens e mulheres brancos.
Assim, no final do século XVIII, o capitão Antônio
Rodrigues da Silva, comprou a Amaro Alves Bezerra de Castro
a propriedade Cruzes ou Oitizeiro (conhecida pelas duas
denominações), que de tão vasta compreendia parte dos atuais
municípios de Limoeiro, Taquarana e Coité do Nóia. Entretanto,
ainda não podemos confirmar de quem Amaro Alves (abreviação
de Alvares) teria adquirido ou herdado essas terras (JOBIM, 1881;
MACEDO, 1994).
Algo que pode elucidar a questão é um estudo mais
aprofundado sobre o processo de ocupação do agreste alagoano,
sobretudo sobre as sesmarias doadas ainda no século XVII. A esse
respeito, encontramos dados sobre duas sesmarias nos Campos
de Unhaum, ou Campos de Inhauns3, que pertenciam à família
Alvares, contudo sem ter muito beneficiamento. A primeira
sesmaria4 era a de Belchior Alvares Camelo5 que, segundo um
Relatório holandês de 1643, possuía uma sesmaria de três léguas
de terra, onde possivelmente criava gado próximo ao rio Coruripe
(DIÉGUES JÚNIOR, 2006; RELATÓRIO HOLANDÊS apud
DAMASCENO, 2018).
3
Denominação que abrangia Anadia, Limoeiro de Anadia, São Miguel dos Campos,
Tanque D‘Arca e Maribondo, entre outros.
4
Entende-se por sesmaria uma concessão condicional de terras realizada em nome
do rei. Tal concessão garantia ao beneficiário o domínio útil da terra, porém este
domínio estava condicionado ao fundamento do cultivo que, se não observado,
acarretaria a anulação da doação que voltava ao domínio real e poderia ser
concedida, novamente, em sesmaria a outro sesmeiro.
5
Capitão-mor e primeiro Alcaide-Mor de Penedo e figura célebre na história
pernambucana no século XVII. Entre outras propriedades em Alagoas e
Pernambuco, era um dos nove detentores da primeira sesmaria dos Campos de
Unhaum, com três léguas, e de uma légua em quadra na parte baixa do São Miguel.
Três léguas correspondem a 14,49 km².
6
Belchior e Francisco eram filhos do primeiro sesmeiro, o capitão-mor Belchior
Álvares Camelo. O coronel Belchior era também administrador de um Morgadio
instituído pelo pai nas suas terras; grande criador de gado, vindo a fornecê-los
inclusive aos holandeses durante o governo de Nassau. Pode-se dizer que era a figura
político-militar mais proeminente nas terras ao sul das Alagoas (DAMASCENO,
2018, p.43).
7
Quarenta léguas de terra correspondem a 193,2 km². O alferes Francisco Lopes,
o capitão João da Rocha, Domingos Fagundes, e o capitão Antônio Tinoco e seus
herdeiros, também tiveram parte nessa sesmaria.
Crônicas de Limoeiro 45
Acrescenta ainda que essa carta de doação ―talvez só
buscasse expandir os domínios familiares dos Álvares Camelo‖
na região, já que o patriarca já era detentor da sesmaria citada
no Relatório holandês (DAMASCENO, 2018, p.167). Tudo
corrobora para que sejam dessas terras, ou seja, dessas sesmarias,
a propriedade vendida por Amaro Alves Bezerra de Castro ao
capitão Antônio Rodrigues da Silva.
Em 1690 surge uma terceira sesmaria próxima das
primeiras, a de Gonçalo Rodrigues da Silva. O sobrenome desse
sesmeiro nos leva a pensar numa possível ligação com o próprio
fundador do núcleo que viria a se transformar nas décadas
seguintes na cidade de Limoeiro. Seria Antônio Rodrigues da
Silva herdeiro de Gonçalo, tendo aumentado as suas posses com a
compra das terras de Amaro? É possível. No mais, o assunto ainda
necessita de maiores esclarecimentos.
Ao tomar posse da propriedade outrora adquirida por
compra a Amaro Alves Bezerra de Castro, Antônio Rodrigues,
juntamente com sua segunda esposa, Maria da Silva Dias, seu
filho, o capitão Manoel Francisco da Silva e sua esposa Maria
da Conceição Silva, e escravos, todos procedentes de Taperaguá,
povoação da Vila das Alagoas (atual Marechal Deodoro),
estabeleceram-se às margens do rio Coruripe, para a criação de
gado bovino na região.
Anos depois, alguns membros da família Barbosa, netos
e bisnetos de Antônio Rodrigues da Silva, fixaram-se em outros
locais e foram co-fundadores de futuras cidades como Taquarana
e Coité do Nóia.
Vale lembrar que a saga do capitão Antônio Rodrigues
em solo alagoano já começara bem antes, em meados do século
XVIII. Quando ainda residia em Taperaguá, doou uma parte de
suas terras, juntamente com outros proprietários residentes no
lugarejo, para servir de patrimônio à capela do Senhor do Bonfim,
como atesta a escritura de doação contida na crônica de Morais:
8
Com a morte de sua primeira esposa, Luiza Nunes Gomes da Assunpção, Antônio
Rodrigues casou-se com Maria da Silva Dias, e com ela partiu, juntamente com
parentes e escravos, para os Campos de Inhauns, onde fundaram a povoação de
Limoeiro. Seu filho também teve um segundo matrimônio; com a morte de sua
primeira esposa em 1804, Manoel casou-se com Maria da Anunciação Silva.
9
Gabriel era filho do português Diogo Soares da Cunha, alcaide-mor de Santa
Maria Madalena da Lagoa do Sul; depois Vila das Alagoas, e atualmente Marechal
Deodoro.
Crônicas de Limoeiro 47
Portanto, o fundador de Limoeiro de Anadia descende de
Henrique de Carvalho, sogro de Gabriel Soares da Cunha, fundador
dos engenhos Velho e Novo, no local onde posteriormente surgiu
a Vila de Santa Maria Madalena da Lagoa do Sul, atual cidade de
Marechal Deodoro.
Enquanto homem de fé católica, já residindo em Limoeiro,
Antônio Rodrigues da Silva teria disponibilizado recursos e
escravos, sob as ordens do pedreiro mestre José Ramos de Oliveira10,
para a construção de uma capela ao lado de sua residência que, a
princípio, teria a invocação da Santa Cruz, ganhando, em seguida,
o segundo orago, de Nossa Senhora da Conceição do Limoeiro.
Essa situação parecia demonstrar que ―a ocupação do território
alagoano e a formação dos primeiros núcleos de colonização,
vilas, engenhos, fazendas e povoações não podem ser dissociadas
de um protagonista insubstituível: a Igreja Católica (TENÓRIO,
2006, p.21)‖.
Em outras palavras, o catolicismo, o engenho e as fazendas
de gado, eram fatores motivadores para o processo de ocupação de
Alagoas. Assim, surgem as versões sobre a origem do então povoado
de Limoeiro de Anadia, prevalecendo duas principais: a primeira
versão diz que com o término das obras de construção da capela,
segundo o imaginário popular, teria ocorrido algo aparentemente
místico, para se entender naqueles tempos: o nascimento de
um pé de limão ao lado da capela. Com o desenvolvimento do
povoado próximo da capela e do limoeiro, ficou o lugar conhecido
por Limoeiro. Esta seria, pois, uma das versões populares para a
denominação da cidade. Estaria aí, no misticismo, a razão de em
seus primórdios a capela e a Freguesia Eclesiástica serem conhecidas
como Nossa Senhora da Conceição do Limoeiro.
A outra versão, para a denominação ―Limoeiro‖,
disseminada entre a população local, aponta para o fato de que
10
Sogro do capitão Francisco das Chagas e Silva, neto de Antônio Rodrigues (JOBIM,
1881, p.127).
Crônicas de Limoeiro 49
e, atualmente, ninguém mais se lembra da primeira padroeira. O
certo foi que a historiografia alagoana, passou a atribuir o início do
povoado de Limoeiro a relação indissociável entre o colonizador e
a sua religiosidade.
Não sabemos com exatidão a data da chegada de Antônio
Rodrigues a região que viria a ser Limoeiro. No entanto, é certo
que a conclusão da construção da capela se deu no final do século
XVIII. No dia dez de setembro de 1798, o primeiro edificador, de
comum acordo com sua esposa, filhos e noras
Em seguida,
11
Uma fotografia da primeira década do século XX nos dá a certeza de que a torre
citada nos escritos de Nicodemos Jobim se tratava de uma ―torre baixa‖, quase que
nos mesmo nível da faixada da capela. Outra fotografia, provavelmente de entre 1930
e 1940, demonstra que a torre como a conhecemos hoje somente foi ―aumentada‖ na
reforma feita durante esses anos.
Crônicas de Limoeiro 51
quando o capitão Antônio Inácio da Silva patrocinou a construção
do corredor à esquerda (JOBIM, 1881).
É importante ressaltar que algumas igrejas eram
construídas apenas com uma torre. Esta situação não era comum
na arquitetura, mas
12
Cristãos-novos foi a alcunha dada aos judeus e muçulmanos (mouros) que migraram
para Portugal durante a última década do século XV por causa de sua expulsão do
território espanhol, recém-conquistado.
Crônicas de Limoeiro 53
Além de atividades ligadas à lida da terra e à criação de
gado, Rodrigues também fez carreira militar, como alferes e,
depois, chegando a ser capitão. No ano de 1808, já como capitão,
assumiu, com o capitão Antônio da Fonseca Barbosa, o cargo
de juiz da Irmandade do Santíssimo Sacramento, na Freguesia
de Anadia; e em 1823 ocupou a função de escrivão na mesma
irmandade (JOBIM, 1881).
Não sabemos o período de seu desaparecimento, mas é
provável que Antônio Rodrigues tenha falecido entre 1830 e 1840,
haja vista que teve inicio um processo de revogação da doação
feita por ele para servir de patrimônio da igreja. Somente a sua
morte poderia explicar a remoção ou uma mudança na primeira
doação. O fato é que, aos 22 de abril de 1840, o capitão Manoel
Francisco e sua segunda esposa Maria da Anunciação e Silva,
removeram em permuta a doação feita por seu pai
Crônicas de Limoeiro 55
Figura 8. Capela de Santa Cruz e de Nossa Senhora da Conceição do
Limoeiro, construída em 1798, atual Matriz de Nossa Senhora da Conceição.
Figura 11. Altar da Igreja Matriz de Limoeiro. Nele vemos a lua crescente
―deitada‖ adotada como símbolo pelo Islã no século XIV. A estrela, que
denota soberania e divindade, foi acrescentada mais tarde pelo Islã.
Figura 12. Maria segurando Jesus sobre uma lua crescente ―deitada‖. Na
versão de Reberth, as duas estrelas do altar representam a mãe Maria e
o filho Jesus.
Crônicas de Limoeiro 57
Entre Sobrados e Mocambos
O Escravo Negro e a Sociedade Patriarcal
Crônicas de Limoeiro 61
relação que mostrou e foi reconhecida como
verdadeira, o qual houve por compra que d‘elle
fez a Maria Honorata dos Santos e a Quintino
Lins dos Santos: E pelo Major Elias da Rocha
Guedes foi dito que elle e sua mulher erão
legítimos Senhores e possuidores de duas
moradas de caza (? ilegível) na rua de cima
d‘esta Villa, sendo uma de edificação mais
antiga com quatro portas na frente, e com
uma (? ilegível), e a outra de edificação mais
nova com uma porta e duas janellas ainda em
contrução (Livro nº 3 de registros, folhas 46
verso a 49 verso, do Cartório do Único Ofício
de Limoeiro de Anadia, 1885).
Crônicas de Limoeiro 63
de purgar, onde o açúcar era deixado descansar por vários dias
até chegar ao ponto de ser comercializado, branco ou bruto, a
depender do seu grau de pureza. Para desempenhar um trabalho
de tamanha importância na produção dos engenhos, o senhor de
engenho precisava de escravos especialistas, como o mestre de
açúcar, o purgador, o caixeiro, entre outros (BRANDÃO, 1985;
RAFAEL, 1994).
A produção açucareira escoava por estradas de rodagem
rudimentares e por pequenos percursos navegáveis do Rio
Coruripe. A respeito dos engenhos dos vales dos rios São Miguel
e Coruripe, Messias de Gusmão corrobora:
Crônicas de Limoeiro 65
dispararam em sua propria casa um tiro ás
9 horas da noite de 20 de agosto, ficando o
vigário ferido.
Crônicas de Limoeiro 67
13 - Joaquim, filho de Anastácia, com 6 anos;
400$000
14 - Rita, filha de Anastácia, com 1 ano;
200$000
15 - Maria, filha da escrava Maria, com 40 dias;
50$000 (CASTRO NETO, 2007, p.69-70).
Crônicas de Limoeiro 69
Marques e Melo citam que
Crônicas de Limoeiro 71
contém observações importantes, que foram acrescentadas nos anos
seguintes, como a notícia das mortes dos escravos Luiz, em data
desconhecida, e de Catharina, que morreu no dia dois de novembro
de 1873; a concessão de liberdade da escrava Alexandrina e a venda
do escravo João, em julho de 1874. Outra curiosidade presente no
inventário é a filiação dos escravos, o que reforça a tese de procriação
para aumentar a população escrava do senhor. E, por ultimo, há o
registro de nascimento da escrava Antônia preta.
Nota Nº 68
Art 6º do regulamento n. 4.835 de 1º de
Dezembro de 1871.
Crônicas de Limoeiro 73
Felícia veio da África amarrada por uma
argola presa ao nariz e que teve entre outros
filhos, Faustina, também escrava, que viveu
até os 118 anos de idade morando na casa
grande da família Teófilo, no sítio Brejo
(Maria José Gomes dos Santos, entrevista
concedida em 05/07/2010).
Crônicas de Limoeiro 75
fugindo às próprias regras que tinha forte influência europeia,
muitos donos de escravos espalhados pelo Brasil, seduzidos pela
figura exótica da negra, desposaram suas escravas ou pretas livres.
Foi o que ocorreu com Benedito de Souza Barbosa, membro de
tradicional família limoeirense, que, ao ficar viúvo de Guilhermina
Francisca dos Santos, casou-se no dia dois de maio de 1887, na
capela de Cana Brava, filial da matriz de Limoeiro, com Izabel
Rosa da Conceição, filha natural de Luiza, ex-escrava de Pedro
Vital da Silva, com o matrimônio devidamente registrado no
Livro nº 2 de Casamentos da Casa Paroquial de Limoeiro.
O fato dos senhores de cor branca se casarem ou terem
algum relacionamento com suas escravas ou forras explica o
surgimento de grandes fazendeiros negros. O major Luiz Carlos
de Souza Barbosa, filho do major Carlos de Souza, é exemplo
disso. Negro, num período escravista, herdou as posses do pai,
inclusive o engenho Olho D‘água (do Luiz Carlos) e seus escravos,
adentrou na política, foi vereador em Anadia e, depois, foi
nomeado intendente de Limoeiro. No entanto, isso não era uma
regra, existiram pouquíssimos casos em que os negros e mestiços
obtinham o status de fazendeiro ou de senhor de engenho
mediante herança de seus pais. Na maioria das vezes, eles eram
tratados com desprezo pelos próprios pais.
No que chamamos catolicismo negro, existiu no Brasil
uma organização destinada a representar de certa forma os
negros: a Irmandade do Rosário dos Pretos. Trazida e ―instalada‖
por missionários portugueses no século XVI na região de Santos,
tendo em seguida se propagado para o resto da colônia, onde foi
adotada por senhores potentados e, a partir do fim do período
colonial passa a ser constituída pelos ―homens pretos‖, tendo por
objetivo aliviar-lhes os sofrimentos infligidos pelos brancos.
Nos atos religiosos, os escravos recolhiam as sementes de
um capim, cujas contas são grossas, denominadas ―lágrimas de
Nossa Senhora‖, e montavam terços para rezar. Os principais santos
Crônicas de Limoeiro 77
nascidos a partir daquela data, e estabelecia em seu Art. 3° outro
instrumento libertador, o Fundo de Emancipação dos escravos do
Império do Brasil.
Em Alagoas, também houve o advento do movimento
abolicionista. A Sociedade Libertadora Alagoana é exemplo
disso. A associação, formada por intelectuais e coronéis aos 28
de setembro de 1881, e que tinha entre os seus líderes o coronel
Francisco Domingues da Silva, criou uma escola em Maceió onde
os filhos dos escravos eram educados; e usava doações particulares,
ou mesmo do Fundo de Emancipação, para a compra de cartas de
alforria para os escravos negros.
Em Limoeiro havia uma cota destinada pelo Fundo de
Emancipação para a compra e libertação dos cativos. Foi o que
ocorreu com Avestano, escravo de Gertulino Agripino da Silva
Vital. O seu senhor recebeu da tesouraria geral da província,
sendo representado por seu procurador tenente-coronel
Childerico Cícero da Gama Leite, residente em Maceió, a quantia
de duzentos e sessenta mil réis (260$000) pela libertação de seu
escravo, em nome do Fundo de Emancipação e Cota determinada
a este município de Limoeiro (BRANDÃO, 1988).
Talvez influenciados pelo movimento abolicionista, alguns
donos de escravos os libertaram antes mesmo da abolição da
escravatura, fato ocorrido com um dos maiores proprietários de
terra de Limoeiro, o major Luiz Carlos de Souza Barbosa, do sítio
Olho D‘água. Segundo nos relatou o senhor Nilo Barbosa ―o major
Luiz Carlos havia construído uma relativa amizade com seus
escravos ao ponto de lhes dar a tão sonhada liberdade bem antes
de a Lei Áurea vigorar (Nilo Barbosa em 05/10/2007)‖.
Corroborando com o combate à escravidão e tornando
clara a posição da Diocese de Olinda14 em relação à participação
do clero na escravidão, em 1882 o bispo D. José Pereira da Silva
14
Nessa época, o território alagoano estava sob a jurisdição eclesiástica da diocese de
Olinda.
Crônicas de Limoeiro 79
acelerar o movimento abolicionista de nossa
província. (LINCOLN, ano I, n. 3, 24 de julho
de 1884, p. 1).
Crônicas de Limoeiro 81
Em algumas situações, os senhores faziam questão de
propagar que eram simpatizantes do movimento abolicionista.
15
Três dias de debates.
Crônicas de Limoeiro 83
mais cativos de seus antigos donos, agora a escravidão era movida
pela gratidão de terem recebido a carta de alforria.
Crônicas de Limoeiro 85
Entretanto, tais afirmações acima, da quase perfeita união
entre os escravos ou forros e com seus senhores, na maioria dos
casos, parece uma história repetida várias vezes que, por vezes,
passa-se acreditar como verdadeira. Na verdade, os negros não
tinham para onde ir justamente porque o ato que instituiu sua
―liberdade‖ não foi acompanhado de medidas que permitissem a
eles exercer, de fato sua cidadania.
Outro agravante é que eles não tinham formação escolar
e profissional, segundo o recenseamento de 1872, dentre os
escravos de Limoeiro nenhum sabia ler ou escrever, ou uma
profissão definida. Para a maioria deles a simples emancipação
não mudou sua condição subalterna nem ajudou a promover sua
cidadania ou ascensão social. O que era necessário é que a Lei
Áurea fosse acompanhada, dentre outras coisas, de mudanças
na estrutura agrária brasileira, que possibilitaria aos escravos
forros o direito à propriedade. O problema era que não existia
interesse em assegurar os direitos dos negros e o futuro de seus
afrodescendentes (BRASIL, 1872).
Fernando José de Lira corrobora:
Crônicas de Limoeiro 87
Figura 15. Sabina, filha de escrava, nascida após a Lei do Ventre Livre,
em 1960, no sítio Brejo.
Crônicas de Limoeiro 93
Gulandim, Coité, Oitizeiro, Volta da Telha,
Poço da Pedra de Cima, Poção, Poço da Pedra
de Baixo, Lagoa do Pé Leve, Rio dos Bichos,
Mangabeira, Lagoa do Rancho (JOBIM, 1881,
37-38).
Crônicas de Limoeiro 95
como ―padroado‖, ou seja, a proximidade entre o Estado e a
Igreja Católica.
A primeira razão para a inclusão do clero na política no
Brasil vem da herança deixada pelos anos de dominação colonial.
Aproveitando-se desta dominação, a autoridade religiosa fez-
se mais presente junto à população local, principalmente a do
interior, desprovida de conhecimento, propiciando ao clero a
condução de seu rebanho. Afinal, onde existia um ajuntamento
de pessoas, erigia-se uma capela. Não por acaso, essa foi a origem
da maioria dos povoados brasileiros, fazendo da igreja a primeira
instituição presente nas localidades mais distantes, já que à época
a Igreja fazia forte pressão psicológica nos fiéis, crentes de que,
se não obedecessem, iriam ser punidos devidamente. Como
consequência disso, o padre, com autoridade para mobilizar a
população, assumia funções que ultrapassavam suas tarefas de
cunho religioso, ocupando o vazio deixado pelo Estado.
Numa época em que os lugarejos eram poucos
desenvolvidos, os padres assumiam o papel de líderes das
povoações. Inclusive, as eleições eram realizadas no interior
das igrejas, não havendo situação melhor para que o pároco
indicasse os candidatos apoiados por ele ou pela Igreja, ou ainda,
para se apresentar, ele mesmo, como o melhor candidato. Além
do que, foram eles os primeiros professores, juízes, delegados e
administradores dos pequenos povoados e vilas que se formavam.
Suas ordens eram seguidas pelo povo. Quando não, alguns padres
faziam uso da força para que a ordem fosse estabelecida. Muitos
faziam o papel de coronel, mesmo antes do surgimento destes. E
assim, toda a população era representada pela figura do vigário.
Outra razão para a participação do clero na política era
que a maioria de seus membros eram homens cultos, dotados
de certo grau de estudos. Diferentes da grande maioria da
população iletrada e sem perspectivas de melhoria de vida da
época. Tal situação fez com que membros do clero concorressem
Crônicas de Limoeiro 97
não eram poucos os padres proprietários de
terras e senhores de engenho. Afinal, toda
família senhorial tinha, por obrigação, um ou
mais de um de seus membros ordenados no
sagrado sacerdócio do Senhor. Adquiriam os
imóveis, via de regra, por herança, compra ou
até mesmo doação de algum fiel agradecido
por seu ministério (TENÓRIO, 2006, p.26).
Crônicas de Limoeiro 99
as funções cartoriais: registro civil,
casamento, óbitos, registro de imóveis etc.
Ao se comparar as alterações na legislação
eleitoral com os dados quantitativos
referentes ao número de cadeiras ocupadas
pelo clero no parlamento brasileiro, ao
longo do século XIX, fica claro que o maior
ou menor controle do processo eleitoral por
parte do clero significou, em certa medida,
maior ou menos possibilidade de vitória dos
sacerdotes nas eleições gerais. O último fator
de explicação passa por questões internas à
igreja católica. Ao longo do século XIX, foi
ocorrendo uma progressiva inversão dos
valores religiosos predominantes no interior
do clero brasileiro. Os conservadores que,
a princípio, encontravam-se em minoria,
foram ganhando força dentro da Igreja
no Brasil, acompanhando o movimento
internacional de Romanização das Igrejas
católicas, encabeçado pelo papa Pio IX.
Como consequência, tem-se o progressivo
afastamento dos padres dos espaços oficiais
de poder do Estado. O clero, agora, volta-
se para as questões internas da Igreja,
para o fortalecimento da instituição, para
a melhor formação de seus membros, e,
principalmente, para a luta em prol da
ortodoxia católica. Envolvendo-se menos
com as questões políticas seculares,
embora nunca as tenham abandonado
completamente, o clero brasileiro foi,
cada vez mais, afastando-se da tribuna
parlamentar (SOUZA, 2008, p.136-37).
17
Freguesia é o nome que tinha em Portugal e no Império Português, as menores
divisões administrativas. No Brasil, as províncias eram divididas em municípios
que, por sua vez, eram divididos em freguesias, que correspondiam às paróquias
atuais, mas com maior força política.
Fonte: IBGE.
Datas Memoráveis
Deputados Federais
30
No Brasil essa denominação foi alterada para prefeito por volta de 1925, assim como
de conselheiro para vereador.
(1883-1884)
Manoel Joaquim da Costa Zow (Zô), Manoel Antônio Pereira Guimarães (de
Magalhães), Antônio Francisco da Rosa, José do Carmo e Silva, Domingos
das Chagas e Silva, Jeremias Francisco de Souza Lobo, Luiz José de França e
Fellippe José Salgueiro.
(1892 – nomeados pelo governador)
(1921-1922)
?
(1923-1924)
?
(1925-27)
Capitão Roberto Francisco da Silva, Domingos Canuto da Silva, José Marques
Correia, Francolino Gomes da Silva, Manoel Alexandre da Silva, João Pereira
da Silva, Pedro Ribeiro de Castro, Alcino Marques da Silva, Joaquim Julião de
Castro, Antônio Correia dos Santos.
(1928-30)
Aristeu Carlos Barbosa, Pedro Paulino Sobrinho, Joaquim Ladislau da Silva
Bóia, José Marques Correia, Pedro Barbosa da Silva (Doca), José Aurélio
Faustino da Silva, Manoel Rodrigues de Oliveira, Alcino Marques da Silva,
Antônio Meirelles de Souza, Domingos Canuto da Silva, Oscar Olivense
Carmo.
(1930-47)
Durante esse longo período (1930-47), o poder legislativo foi dissolvido e
ficou inativo em todo o país, devido a Revolução de 1930.
(1947-51)
Gabino Barbosa da Silva, Joaquim da Silva Bóia, Augusto Paulino da Silva,
Manoel Rodrigues de Oliveira, Francolino Gomes da Silva, Antônio Sebastião
da Silva, Cícero de Castro Silva, João Perminio da Silva, Odilon Pereira de
Amorim.
Estado Maior:
Tenente-coronel comandante: Cândido Barbosa da Silva
Tenente ajudante e secretário: Ricardo da Silva Moraes
Tenente quartel-mestre: José Ferreira da Silva Reis
Intendência
Secretário Municipal: Antônio Francisco da Silva Nobre
Procurador: João Vieira de Mello Maniçoba
Fiscal: Antônio José de Souza
Administrador do cemitério municipal: Eduardo Bernardino de
Senna
Coletoria de rendas Gerais
Coletor: José Joaquim da Costa e Silva
Escrivão: Manoel Caetano Tojal
Agente de rendas do Estado
Agente: Elpídio da Silva Moraes (interino)
Escrivão: Caetano da Silva Tojal (interino)
Agencia dos Correios (De 4a classe)
Agente: Elpídeo da Silva Moraes
Inspetores escolares:
Limoeiro: Coronel Cândido Barbosa da Silva. ]
Junqueiro: Capitão Alexandrino Barbosa da Silva.
Cana Brava: Agostinho Ferreira Barbosa.
Conselho Municipal
Secretário do Conselho: Antônio Francisco da Silva Nobre
Intendência
Secretário municipal: João Luiz Pierre de Carvalho
Procurador: Manoel Caetano Tojal
Chefe de recebedoria: Melchiades Raymundo dos Santos
Agentes de recebedoria: José Zeferino de Magalhães, Mizael de
Araújo.
Vigilantes: Antônio Cavalcante de Albuquerque, Candido Cardoso
Alves, José Pires de Almeida, Manoel Timotheo do Nascimento.
Recebedoria das rendas estaduais
Administrador: Caetano Francisco Tojal
Escrivão: Antônio Francisco da Silva Nobre
Coletoria das rendas federais
Coletor Caetano Francisco Tojal
Escrivão: Antônio Francisco da Silva Nobre
Agencia dos Correios (De 4a classe)
Agente de Limoeiro: Caetano Francisco Tojal
Agente de Junqueiro: Maria dos Anjos Alves Lima
Agente de Arapiraca: Honorata Bella de Carvalho
Agente de Cana Brava: Antônio Barbosa de Oliveira
Inspetores escolares
Limoeiro: Antônio Francisco da Rosa.
Junqueiro: Veridiano do Espírito Santo.
Arapiraca: Florêncio Apolinário da Silva.
Cana Brava: João Ferreira Macedo.
Fonte: Almanak do Estado de Alagoas de 1891 e 1894.
JUNQUEIRO:
Lojas de molhados: Antônio Manoel da Costa; Manoel Marques
da Silva; Manoel Rocha.
Lojas de fazenda: Alexandrino Barbosa; Antônio Barbosa Silva
Vital; Felinto Espirito Santo; José Barbosa de Souza; Veridiano do
Espirito Santo.
Padarias: Macário Cardoso; Manoel Antônio da Costa.
Alfaiates: José Candido; Manoel Alves Silva Campos.
Descaroçador de algodão (a vapor): De João Francolino Silva
Reis; De Manoel Leandro; De Manoel Marques da Silva.
Ferreiros: José Café; Lourenço José; Theodoro Manoel do Rosário.
Fogueteiros: Tibúrcio Valeriano; Veridiano do Espirito Santo.
Ourives (negociante de ouro e prata): Antônio Francisco Peretti.
ARAPIRACA:
Lojas de molhados: Azarias Ferreira da Silva; José de Farias; José
Gomes Correia; José Zeferino Magalhães.
Lojas de fazenda: Esperidião Rodrigues da Silva; Florêncio
Apolinário da Silva; Gabriel Pereira dos Santos; Honorato Ferreira
da Silva; Manoel Evaristo da Silva; Manoel Francisco da Silva.
Padarias: Felippe José de Santiago; José Ignacio Correia dos
Santos.
Carpinas (carpintaria): Antônio Leite da Silva; Martins
Rodrigues.
Descaroçador de algodão (a vapor): De Manoel Evaristo da Silva;
Ferreiro: Marcelino José.
Funileiros (fabricação de peças de metal): Antônio Paulino;
João Ferreira de Magalhães; Rosendo Sotero da Silva.
Pedreiros: Azarias Pereira da Silva; João Felix.
Sapateiros: José Gomes Correia; José Tiririca; Manoel José.
Selleiro (fábrica de selas): Fabião Augusto Ferreira de Macedo.
CANA BRAVA:
Lojas de molhados: Joaquim Narciso; Justino Rocha Evangelista;
Manoel Antônio Silva Porto; Manoel Firmino da Rocha; Pedro
Paulino da Silva; Tobias de Almeida; Verdulino Cavalcante;
Lojas de fazendas: José Soares Cavalcante; Justino Pereira da Luz;
Manoel Paulino da Silva; Manoel Pedro da Silva Madeira; Paulino
Antônio dos Santos; Pedro Barbosa da Paixão;
Carpinas (carpintaria): Joaquim Marinheiro; José Capitão; José
Joaquim; Justino da Rocha Evangelista; Manoel Marinheiro.