O Período Interbíblico

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O período Interbíblico (os 400 anos de silêncio profético)

Ao lermos o último de livro do Antigo Testamento (Malaquias) e iniciarmos a leitura do primeiro


livro do Novo Testamento (Mateus), não imaginamos que entre esses dois livros há um período muito
importante a ser estudado, porém pouco conhecido e ensinado nas igrejas.
Um período de 400 anos marcado pelo silêncio da era profética e por essa razão apelidada “O Período
Negro”.

*Chamamos esse período de “Período Interbíblico ou Intertestamentário e período do silêncio”

1. Definição

A palavra intertestamentária significa “entre testamentos”. O Período Intertestamentário ou Interbíblico,


para uma melhor compreensão, trata-se do período que se estendeu por 400 anos entre livro de
Malaquias e o evangelho de Mateus.
Durante esse período a promessa do Messias já havia sido profetizada, porém não concretizada. Agora
todos experimentam o silêncio de Deus, não há ninguém inspirado pelo Senhor que fala em seu nome.
Ao observarmos o mundo nesse período, podemos notar transformações significativas quanto as
civilizações que se levantavam para exercer seu domínio, sem falar ainda na vida do povo de Deus (os
judeus), que aguardavam o advento do Messias com o propósito de restaurar a Israel, que viveram sob o
domínio da Pérsia, Grécia e Roma.

2. Os apócrifos

nenhuma obra inspirada por Deus fora produzida, somente obras de cunho humano visando suprir a
escassez da revelação divina com o propósito de consolar o povo e manter a unidade entre eles diante da
dispersão desde Nabucodonosor.
Foi no decorrer do Período Interbíblico que a literatura apócrifa surgiu. Chamamos de Apócrifos, que
significa “livros ocultos, escondidos”.

Lista dos apócrifos do Antigo Testamento

Podemos dividir os apócrifos em três grupos:


1. Históricos - Livro dos jubileus, Vida de Adão e Eva, Ascensão de Isaías, 3ESDRAS, 3MACABEUS, O
testamento de Moisés, Eldade e Medade, História de João Hircano.
2. Didáticos – Testamento dos doze patriarcas, Salmos de Salomão, Ode de Salomão, Oração de
Manasses e 4MACABEUS.
3. Apocalípticos – Livro de Enoque, Ascensão de Moisés, 4ESDRAS, Apocalipse de Baruque, Apocalipse
de Elias, Apocalipse de Ezequiel e Oráculos Sibilinos.

3. O período Persa (450-333 a.C)

A ascensão do Império Persa se deu nas mãos do guerreiro, conquistador e libertador Ciro, O Grande rei
da Pérsia de 559 a 530 a.C. Ciro conquistou a Lídia, a Síria, a Babilônia e outras nações que fizeram
parte de seu império além de ter conseguido incorporar a Média. Ciro na Bíblia é conhecido como aquele
que libertou os judeus cativos após ter invadido a Babilônia. (2Cr 36.22-23; Ed.1.1-4). Esse ato ocorreu
em conformidade com aquilo que o profeta Isaias havia profetizado (Is. 44.26.28; Is. 45.1).
Além de Ciro podemos destacar, também, seus sucessores: Assuero (Xerxes) (486-465 a.C),
protagonista de uma das mais belas histórias da Bíblia, no Antigo Testamento, juntamente com Ester.
Essa união favoreceu a nação judaica, onde através de um decreto se defenderam das perseguições de
seus inimigos; Artaxerxes (465-425 a.C), permitiu que os judeus voltassem para sua nação após decreto
de Ciro, embora muitos resolveram ficar na Babilônia e outros foram para o Egito.
Em 516 a.C, o Templo do Senhor fora reconstruído. Logo em seguida, em 458, milhares de judeus
retornaram a sua terra com o escriba Esdras, esse por sua vez, foi responsável em restaurar o culto ao
Senhor e reensinar a Lei a nação. Por fim, em 445, Neemias conduz a terceira comitiva judia rumo a
Terra Santa, onde ali se tornou construtor e governador.
4. O período Grego (333-323 a.C)

Alexandre o Grande se tornou senhor do antigo Oriente Médio, ao infligir sucessivas derrotas aos persas,
quando das batalhas de Granico.”
Após a conquista dos medos-persas, a cultura grega (helenismo) se expandiu pelo mundo, ocorreu
avanço da ciência e a língua grega tornou-se a língua mais usada e falada nas ruas, graças a Alexandre o
Grande.
Com a morte de Alexandre Magno, seu império fora dividido em quatro partes. Duas dessas partes são
objeto direto de nosso estudo, a dos Ptolomeus e a dos Selêucidas. O império Ptolomeus centralizava-se
no Egito, tendo por capital Alexandria; já o império dos Selêucidas centralizava-se na Síria, com capital
em Antioquia.
Reprimida entre o Egito e a Síria, a Palestina tornou-se vítima das rivalidades entre os Ptolomeus e os
Selêucidas.

A Judéia dos Ptolomeus (323-198 a.C)

Depois da morte de Alexandre (323 a.C.), a Judéia, ficou sujeita, por algum tempo a Antígono, um dos
generais de Alexandre que controlava parte da Ásia Menor. Logo a seguir, caiu sob o controle de outro
general, Ptolomeu I (que havia então dominado o Egito), apelidado Soter, o Libertador, o qual capturou
Jerusalém. Ptolomeu foi bondoso para com os judeus. Muitos deles se radicaram em Alexandria, que
continuou a ser um importante centro da cultura e pensamento judaicos por vários séculos. No governo
de Ptolomeu II (Filadelfo) os judeus de Alexandria começaram a traduzir a sua Lei, o Pentateuco, para o
grego. Esta tradução seria conhecida como a Septuaginta, a partir da lenda de que seus setenta (mais
exatamente 72 - seis de cada tribo) tradutores foram sobrenaturalmente inspirados para produzir uma
tradução infalível.

A Judéia dos Selêucidas (198-166 a.C)

Após 120 anos sob o domínio dos Ptolomeus, Antíoco III (o Grande) da Síria conquistou a Síria e a
Palestina (198 a.C.). Os governantes sírios eram chamados selêucidas porque seu reino, construído
sobre os escombros do império de Alexandre, fora fundado por Seleuco I (Nicator).
Nos primeiros anos de domínio sírio, os selêucidas permitiram que o sumo sacerdote continuasse a
governar os judeus de acordo com as suas leis, todavia, surgiram conflitos entre o partido helenista e os
judeus ortodoxo. Antíoco IV (Epifânio) aliou-se ao partido helenista e indicou para o sacerdócio um
homem que mudara seu nome de Josué para Jasom, esse por sua vez estimulava o culto a Hércules de
Tiro. Jasom, todavia, foi substituído depois de dois anos por um rebelde chamado Menaém (cujo nome
grego era Menelau). Quando os partidários de Jasom entraram em luta com os de Menelau, Antíoco IV
marchou contra Jerusalém (170 a.C). Novamente os judeus são perseguidos, esses tiveram sua cidade
queimada; suas casas saqueadas; seu templo profanado (uma porca foi oferecida sobre ao altar do
holocausto para ofender ainda mais a consciência religiosa dos judeus); sua religião perseguida e muitos
foram mortos ao fio da espada. Enéas Tognini, afirma em seu livro O Período Interbíblico, quanto ao
governo de Epífanio: “O seu atroz governo gera a revolta dos Macabeus.”muitos judeus interpretaram
esta basflemia como sendo o comprimento da profecia sobre a “abominação desolada”(DN11 , 31 e 12 ,
11)

5. Os Macabeus e o início do império romano (166-63 a.C)

Quando os emissários de Antíoco chegaram à vila de Modina, cerca de 24 quilômetros a oeste de


Jerusalém, esperavam que o velho sacerdote, Matatias, desse bom exemplo perante o seu povo,
oferecendo um sacrifício pagão. Ele, porém, além de recusar-se a fazê-lo, matou um judeu apóstata junto
ao altar e um oficial sírio que presidia a cerimônia. Matatias fugiu para a região montanhosa da Judéia e,
com a ajuda de seus filhos, empreendeu uma luta de guerrilhas contra os sírios. Embora o velho
sacerdote não tenha vivido para ver seu povo liberto das mãos da síria, deixou a seus filhos o término da
tarefa. Judas, apelidado “o Macabeu”, assumiu a liderança depois da morte de seu pai (Matatias). Por
volta de 164 a.C. Judas havia reconquistado Jerusalém, purificado o templo e reinstituído os sacrifícios
diários. Após a morte de Antíoco na Pérsia. as lutas contra os reis selêucidas continuaram por quase vinte
anos.
Aristóbulo I foi o primeiro dos governantes Macabeus a assumir o título de “Rei dos Judeus”. Depois de
um breve reinado, foi substituído pelo tirânico Alexandre Janeu, que, por sua vez, deixou o reino para sua
mãe, Alexandra. O reinado de Alexandra foi relativamente pacífico. Com a sua morte, um filho mais novo,
Aristóbulo II, desapossou seu irmão mais velho. A essa altura, Antípater, o idumeu (que por vinte anos
governou Judéia) assumiu o partido de Hircano (etnarca da Judéia), através de um golpe político.
Conseqüentemente, Roma entrou em cena e Pompeu marchou sobre a Judéia com as suas legiões,
buscando um acerto entre as partes e o melhor interesse de Roma. Aristóbulo II tentou defender
Jerusalém do ataque de Pompeu, mas os romanos tomaram a cidade e penetraram até o Santo dos
Santos. Pompeu, todavia, não tocou nos tesouros do templo.
O império Romano já vinha em ascensão por algum tempo. Eles dominaram o Egito, Síria e todo oriente,
logo após a Grécia ter sido subjugada. Cada país tinha seu representante de Roma (governador,
procônsul ou juiz) e publicanos, que arrecadavam impostos.
Herodes, filho de Antipater, fora nomeado ainda adolescente governador da Galiléia. Seu governo é
marcado por crueldade, desrespeito a Lei judaica, matança aos judeus e idolatria. Nas Escrituras,
Herodes é conhecido como o rei que ordenou a morte dos meninos em Belém por temer o Rival que
nascera para ser Rei dos Judeus. Já às vésperas de Herodes morrer, a Judéia é visitada por três
personagens vindos do Oriente para adorar um menino que havia nascido rei dos judeus.

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