Livro
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Vegetal
Indaial – 2020
1a Edição
Elaboração:
Prof.ª Juçara Elza Hennerich
H515f
ISBN 978-65-5663-183-7
ISBN Digital 978-65-5663-184-4
CDD 581.1
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
A fisiologia vegetal estuda o funcionamento dos organismos vegetais. É,
originalmente, um ramo da biologia, do estudo da vida que busca a compreensão de
como funciona a planta como um organismo vivo. Seu entendimento perpassa pelos
conhecimentos básicos de anatomia, morfologia, biologia celular, bioquímica, ecologia
e biofísica, todos interconectados nos processos que proporcionam o ciclo de vida de
um vegetal e do próprio ecossistema. São diversos processos físicos e químicos que
têm, por responsabilidade, formar a base para o desenvolvimento de outras espécies
vegetais e animais, compondo a base da pirâmide alimentar.
GIO
Você lembra dos UNIs?
ENADE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.
TÓPICO 1 — FOTOSSÍNTESE................................................................................................. 71
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 71
2 FOTOSSÍNTESE.................................................................................................................. 71
2.1 CONCEITO E IMPORTÂNCIA................................................................................................................ 72
2.2 RADIAÇÃO FOTOSSINTETICAMENTE ATIVA.................................................................................. 73
2.3 PIGMENTOS FOTOSSINTETIZANTES............................................................................................... 74
2.4 GÁS CARBÔNICO E ÁGUA.................................................................................................................. 77
2.5 FASE CLARA DA FOTOSSÍNTESE.....................................................................................................78
2.6 FASE ESCURA DA FOTOSSÍNTESE, SUAS VARIAÇÕES E ADAPTAÇÕES EVOLUTIVAS..... 80
2.6.1 Plantas C4....................................................................................................................................82
2.6.2 Plantas CAM................................................................................................................................83
2.7 INIBIÇÃO DA FOTOSSÍNTESE............................................................................................................85
2.7.1 Luz...................................................................................................................................................85
2.7.2 Concentração de CO2. ..............................................................................................................86
2.7.3 Temperatura................................................................................................................................86
2.8 DESTINO DOS PRODUTOS DA FOTOSSÍNTESE............................................................................87
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................... 88
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................. 89
TÓPICO 2 - RESPIRAÇÃO..................................................................................................... 91
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 91
2 RESPIRAÇÃO NAS PLANTAS............................................................................................ 91
2.1 RESPIRAÇÃO E FOTOSSÍNTESE........................................................................................................ 91
2.2 O FLUXO DE CARBONO NA CÉLULA ..............................................................................................92
2.2.1 Glicólise.........................................................................................................................................93
2.2.2 Ciclo de Krebs.............................................................................................................................94
2.2.3 Quociente respiratório.............................................................................................................. 97
2.2.4 Cadeia de transporte de elétrons..........................................................................................98
2.3 VARIAÇÕES NO PROCESSO RESPIRATÓRIO.................................................................................99
2.3.1 Inibição........................................................................................................................................100
2.3.2 Estado Fisiológico...................................................................................................................102
2.3.3 Fatores Internos.......................................................................................................................103
2.4 RESPIRAÇÃO NOS TECIDOS E ÓRGÃOS VEGETAIS...................................................................104
2.4.1 Raízes..........................................................................................................................................105
2.4.2 Caule...........................................................................................................................................105
2.4.3 Folhas.........................................................................................................................................106
2.4.4 Flores e frutos..........................................................................................................................106
2.4.5 Sementes.................................................................................................................................. 107
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................109
AUTOATIVIDADE................................................................................................................. 110
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................231
UNIDADE 1 -
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!
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2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA VEGETAL:
CONCEITOS, APLICAÇÕES E FUNDAMENTOS
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Neste tópico, você adentrará no universo da fisiologia vegetal.
Faremos uma pequena introdução e conceituação e, posteriormente, revisaremos os
aspectos gerais de uma célula vegetal, tecidos e órgãos de uma planta.
Uma visão comum do reino vegetal nos tempos atuais está baseada na produção
vegetal como um recurso para retorno financeiro pontual, reduzindo a real importância,
além da complexidade que perfaz a cadeia alimentar.
2 FISIOLOGIA VEGETAL
A fisiologia vegetal é, originalmente, um ramo da botânica que estuda os
processos vitais para o desenvolvimento e reprodução das espécies vegetais. O
estudo da fisiologia vegetal abrange, além dos processos e funções que envolvem o
funcionamento do organismo vegetal, as respostas das variações do ecossistema em
seus fatores bióticos e abióticos.
3
2.1 IMPORTÂNCIA E APLICAÇÕES DA FISIOLOGIA VEGETAL
Os maiores impactos do estudo da fisiologia vegetal estão concentrados na
agricultura, em suas diversas cadeias produtivas. Para Prisco (2007, p. 2) algumas das
conquistas responsáveis pela elevação da produtividade foram:
4
2.2 RELAÇÃO DA FISIOLOGIA VEGETAL COM OUTRAS
CIÊNCIAS
A fisiologia está diretamente relacionada à biologia, botânica, veterinária,
medicina, nutrição, entre outras áreas ligadas à produção de alimentos e às saúdes
humana e animal, porém, é importante entendermos que está ainda relacionada às
ciências econômicas, sociais e culturais, sempre na perspectiva do entendimento de
que a produção vegetal está na base da existência da vida animal.
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Fisiologia Vegetal
Citologia Anatomia
Funções do organismo vivo
Fotossíntese Respiração Nutrição Mineral Desenvolvimento
FIGURA 1 – MAPA CONCEITUAL DA FISIOLOGIA
6
Na base de todos esses processos e funções que ocorrem nas plantas está
a estrutura fundamental, a célula, presente desde um musgo frágil até uma sequoia
gigante. A partir dessa unidade medida em micrômetros, com diferentes formas e
funções, se compõem os tecidos e o órgão da planta.
5 A CÉLULA VEGETAL
Tendo a célula vegetal como base estrutural para o desenvolvimento vegetal,
segue uma breve revisão de seus componentes principais e funções, responsáveis
pela produção de moléculas simples, como óxido nítrico, até aquelas complexas, como
lignina, celulose e fosfolipídios.
A célula pode ser definida como uma unidade anatômica e fisiológica presente
em todos os seres vivos. Nos eucariontes, de nosso interesse, os componentes principais
são a membrana celular, citoplasma, organelas celulares, núcleo e, nas células vegetais,
a parede celular celulósica.
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FIGURA 2 - ESTRUTURA BÁSICA DE UMA CÉLULA VEGETAL
DICAS
No link https://www.youtube.com/watch?v=4dudveftZNs, você terá acesso a
uma aula de morfologia da célula vegetal e poderá relembrar quais são seus
componentes e suas funções. Não deixe de conferir!
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ESTUDOS FUTUROS
No decorrer da Unidade 1 e na Unidade 2, você terá detalhes dos vasos
condutores, sua estrutura, função e importância na fisiologia vegetal.
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LEITURA
COMPLEMENTAR
Introdução
Fica claro que as plantas verdes são muito mais que figuras paisagísticas ou
ornamentais, pois elas respiram, realizam fotossíntese, crescem, produzem sementes e
frutos, ou seja, apresentam uma intensa vida metabólica e silenciosa.
A célula vegetal
Esta unidade, a célula, começou desde que a vida surgiu na Terra e a evolução
separou os procariontes dos eucariontes a partir da mistura da sopa primordial que
eram os oceanos primitivos na infância de nosso planeta.
10
Na planta, encontra-se uma variedade de formas e funções de células, desde a
raiz até as flores, que produzem diversos metabólitos, desde moléculas simples, como o
óxido nítrico e o etileno, até moléculas mais complexas e díspares, como, por exemplo,
celulose, lignina e fosfolipídios.
Por isso, este documento começa pela célula vegetal que, por um lado, é o
verdadeiro crisol onde se forjam todas essas moléculas e milhares de outras mais; por
outro lado, é o tijolo fundamental desse andaime estrutural que vai desde um fino e
delicado musgo da mata atlântica até uma colossal e robusta árvore da selva amazônica.
Esta palavra foi descrita pela primeira vez pelo polêmico e erudito cientista inglês
Robert Hooke, em 1695, em seu livro Micrographiae. Curiosamente, esta descoberta
esteve relacionada com uma célula vegetal e, a partir de então, os biólogos não deixaram
de esquadrinhá-la.
Célula
Parede celular
É uma estrutura lignocelulósica das plantas que recobre a célula por fora dando
proteção contra bactérias, fungos e insetos, além de servir como suporte mecânico
para o crescimento e desenvolvimento das plantas. Nas plantas, quando a parede
celular é retirada por enzimas, a célula passa a se chamar protoplasto. Como sistema,
11
a parede celular envolve três elementos estruturais: a parede primária, secundária e a
lamela média. A parede primária é rica em celulose e, em menor grau, hemicelulose,
pectina e proteína. A parede secundária está presente em células que pararam de se
multiplicar, de crescer e se especializaram. São abundantes no sistema xilemático,
em cuja composição é frequente a lignina. A terceira parede é uma estrutura de união
entre células, caracterizada por seu alto conteúdo de pectinas em cuja composição
entra o ácido galacturônico, rico em grupos carboxílicos (COO-), que lhe conferem
capacidade de intercâmbio catiônico à célula, especialmente na raiz. Em fungos, o
constituinte principal da parede celular é a quitina, mas em bactérias é a mureína, que
possui oligopeptídeos com L e D-aminoácidos; estes últimos são raros na natureza.
Antibióticos, como penicilina e ß-lactâmicos, inibem a formação da parede celular em
bactérias. Está claro que estes diferentes constituintes da parede celular são regulados
pela expressão gênica celular.
Celulose
Hemicelulose
Pectina
12
das plantas (lamela média), no caso de alguns frutos (melão, pera, maçã, laranja), e
são extraídos apenas com água quente. As pectinas, especialmente aquelas de caráter
homopolímero, têm a propriedade de formar gel com a sacarose. As pectinas constituem
fibras solúveis de importante função digestiva para humanos.
Lignina
É um polímero que forma parte da parede celular das plantas, reforçando-a. Está
formada por unidades de fenilpropanoides e monolignoles, os quais são polimerizados
pelas peroxidases e lacases, formando uma rede dessas unidades e conformando a
estrutura da lignina da parede secundária das células xilemáticas apoptóticas. A via
metabólica da síntese de lignina é complexa e tem sido intensamente estudada por meio
de seus genes e enzimas de diferentes plantas de interesse econômico, como alfafa,
pinus e eucalipto, bem como em plantas modelos como Zinnia, Coleus e Arabidopsis.
Sem dúvida, a lignina continua sendo uma molécula desconhecida em muitos aspectos
e representa um grande problema na obtenção da celulose para a fabricação de papel
e etanol de segunda geração. Juntamente com a celulose, formam parte importante do
ciclo do carbono na natureza.
FONTE: CID, L. P. B.; TEIXEIRA, J. B. Fisiologia vegetal – definições e conceitos. 2017. Disponível em:
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1082840. Acesso em: 18 maio 2020.
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Os principais sistemas de órgãos vegetativos das plantas com sementes são a parte
aérea e a raiz. A parte aérea é composta por dois tipos de órgãos: o caule e as folhas.
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AUTOATIVIDADE
1 A fisiologia vegetal atua de forma direta e transversal com diferentes áreas
do desenvolvimento. Algumas das conquistas responsáveis pela elevação da
produtividade, que podemos associar direta ou indiretamente às conquistas da
fisiologia vegetal, são, EXCETO:
15
16
UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
RELAÇÕES HÍDRICAS EM CÉLULAS E TECIDOS
VEGETAIS
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, neste tópico, conheceremos as relações hídricas da célula
e dos tecidos vegetais. Assim, entenderemos a estrutura e propriedades da água e,
posteriormente, como essa molécula participa de fundamentais processos fisiológicos.
2 RELAÇÕES HÍDRICAS
A água é uma substância essencial para a vida, por ser um solvente ideal para a
ocorrência de processos bioquímicos. Nas plantas em crescimento, a água origina de 80
a 90% da massa, utilizando grande quantidade de água. Para cada 2g de matéria orgânica
produzida, aproximadamente, 1 L de água é absorvido pelas raízes (KERBAUY, 2004). Do
total de água absorvido, mais de 90% é perdido em evaporação para a atmosfera.
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3 ESTRUTURA E PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DA
ÁGUA
A célula vegetal é composta por diversas estruturas funcionais que conferem
propriedades necessárias para o desenvolvimento de cada um de seus órgãos. Juntas,
são responsáveis pela fisiologia de cada espécie.
Ponte de hidrogênio
0,177 nm
Ligação covalente
0,0965 nm
18
DICAS
A complexa e importante estrutura química da água e suas propriedades
estão detalhadas no vídeo que você pode acessar pelo link https://www.
youtube.com/watch?v=6MU-cp1bE1g. Confira!
• Solvente
FONTE: A Autora
19
Na solvatação, as pontes de hidrogênio entre macromoléculas e água reduzem
a interação entre as macromoléculas e ajudam a trazê-las para a solução (TAIZ; ZEIGER,
2009; KERBAUY, 2004).
4 PROPRIEDADES TÉRMICAS
As propriedades térmicas da água são consideradas atípicas e biologicamente
importantes, com elevados valores de ponto de fusão e de ebulição, de calor latente de
fusão e vaporização e de calor específico (BASTOS et al., 2011):
• Coesão e adesão
O resultado da forte atração entre as moléculas de água e entre estas e outras su-
perfícies carregadas é conhecido como propriedades de coesão e adesão, respectivamente.
Uma consequência da coesão é que a água tem uma elevada tensão superficial,
a qual é mais evidente nas interfaces entre a água e o ar (PIMENTEL, 2004). A tensão
superficial surge porque as forças coesivas entre as moléculas de água são mais
fortes do que a interação entre a água e o ar. Para aumentar a área de superfície da
interface água e ar, torna-se necessária a quebra de pontes de hidrogênio. Essa energia
necessária é, portanto, a tensão superficial.
20
As mesmas forças que atraem as moléculas de água (coesão) são aquelas
que atraem as moléculas de água a superfícies sólidas (adesão). Juntas, elas são
fundamentais para o transporte da água em tubos de pequeno diâmetro.
• Fluxo de massa
• Difusão
• Osmose
21
As membranas das células vegetais são seletivamente permeáveis, ou seja, elas
permitem que água e outras pequenas substâncias sem carga atravessem mais pronta-
mente do que solutos de partículas grandes e substâncias carregadas (KERBAUY, 2004).
A água entra na célula por osmose até que o potencial osmótico seja balanceado
pela resistência da parede celular. A água pode manter a célula firme, ou túrgida, e a
pressão que se desenvolve contra as paredes celulares, como “resultado da entrada
da água no vacúolo celular, é chamada de potencial de pressão ou potencial de turgor”
(USP, 2001, p. 17).
22
• Componentes do potencial hídrico
Ψw = Ψs + Ψp + Ψm + Ψg
23
vez que é difícil decidir se as partículas são solutos ou sólidos, de forma que Ψm é,
muitas vezes, incluído em Ψs (JONES, 1992). Comum em valores elevados em
tecidos meristemáticos e sementes secas (LACERDA, 2007).
• Potencial gravitacional (Ψg): Relaciona a ação do campo gravitacional sobre a
energia livre da água. É o trabalho necessário para manter a água em um determinado
ponto em relação à atração gravitacional. A sua importância é desprezivel para as
relações de raiz e folhas, mas torna-se importante para o movimento da água em
árvores de grande porte. O movimento ascendente em um tronco de árvore deve
vencer uma força gravitacional de, aproximadamente, 0.01 Mpa m-1 acima da altura
do solo (JONES, 1992).
Ψw = Ψs + Ψp
24
é colocada em água pura, a água irá se mover para o simplasto até que o Ψw se iguale
ao do apoplasto, no caso de a água pura se igualar a zero. Nessa condição de equilíbrio,
a célula atingirá sua capacidade total de turgor.
IMPORTANTE
É importante destacar que as discussões tratam de uma célula hipotética. “As
paredes celulares, na realidade, não são totalmente rígidas, mas elásticas,
implicando numa variação de volume celular em função da pressão de
turgescência” (UFC, 2001, p. 23). A modificação no volume celular ocasiona
uma variação no Ψs, uma vez que há entrada de água e a concentração da
solução da célula é alterada.
Membrana
Plasmática
Núcleo
Vacúolo
Citoplasma
Célula Vegetal Plasmólise Plasmólise Desplasmólise
Normal Avançada
FONTE: Adaptado de Magdalena et al. (2019)
25
Para Pes e Arenhardt (2015) a manutenção da turgescência celular é fundamental
para diversos processos e situações, como:
A água, no solo, é também retirada pelas raízes das plantas e, depois, evapora
no interior das folhas, com transferência, para a atmosfera, pela transpiração (LACERDA,
2007). O processo conjunto que envolve a evaporação do solo e a transpiração das
plantas é denominado de evapotranspiração. O ciclo é fundamental para que o vapor
de água volte à atmosfera e, consequentemente, realimente o ciclo da água. A taxa da
evapotranspiração depende, basicamente, da demanda da atmosfera, da intensidade
de radiação e da disponibilidade de água no solo (LACERDA, 2007).
• Água no solo
26
Líquida: solução aquosa diluída consiste, essencialmente, de água e materiais
solúveis dissolvidos (minerais e moléculas orgânicas). Ela ocupa parte dos poros do solo,
podendo ocupar praticamente todos os espaços vazios em solos saturados. À medida que
o solo perde água, os poros maiores (macroporos) se esvaziam e a água passa a ocupar
apenas os poros menores (microporos), os quais possuem poder de retenção de água.
O mesmo autor considera que o solo ideal deve ter 50% dos seus espaços
preenchidos pela parte sólida, 30% pela solução do solo e 20% pelo ar do solo. Essas
proporções, entretanto, são variáveis, dependendo do tipo de solo e de suas propriedades
físicas (principalmente textura, estrutura e densidade). É importante ressaltar que a
estrutura do solo está diretamente ligada à quantidade de macro e microporos, ou seja,
à capacidade de retenção de água e ar.
27
Para solos úmidos, o Ψp encontra-se perto de zero em situação de capacidade
de campo (CC). Quando o solo começa a secar, reduz o Ψp e, consequentemente, o Ψw.
À medida que as plantas absorvem água do solo, elas a esgotam junto às raízes.
Tal esgotamento reduz ainda mais o Ψp da água próxima à superfície das raízes, esta-
belecendo um gradiente de pressão em relação às regiões vizinhas do solo, onde o Ψp é
mais elevado. Dessa forma, a água se move em direção às raízes por fluxo de massa, obe-
decendo a um gradiente de pressão. No processo, além do gradiente de pressão, a con-
dutividade hidráulica do solo deve ser considerada para a determinação da taxa de fluxo.
Solos arenosos, com espaços grandes entre partículas, têm alta condutividade
hidráulica, já solos argilosos, com espaços pequenos entre as partículas, possuem con-
dutividade hidráulica consideravelmente menor. Quando a quantidade de água reduz, a
sua condutividade hidráulica também reduz, principalmente pela ocupação dos espa-
ços (macroporos) entre partículas de solo pelo ar. A ocupação força a água a migrar para
a superfície das partículas sólidas do solo, restringindo o movimento da água à periferia
dos canais, dificultando, reduzindo a condutividade hidráulica (TAIZ; ZEINGER, 2009).
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• Absorção e movimento radial da água nas raízes
No ponto inicial do ciclo está, portanto, o contato direto da raiz com o solo, que
determinará a área de superfície de contato com a água do solo. Fatores importantes
são o crescimento da raiz e a presença dos pelos radiculares.
ATENÇÃO
Relembrando que uma raiz jovem apresenta, em corte transversal, a
epiderme, córtex, endoderme e cilindro central, contendo xilema e floema
(LACERDA, 2001).
29
FIGURA 6 – CORTE TRANSVERSAL EM RAIZ NA ZONA DOS PELOS RADICULARES, MOSTRANDO AS TRÊS
VIAS DO MOVIMENTO RADIAL DA ÁGUA
Endoderme Xilema
Movimento
simplástico
Movimento
transcelular
Bandas de Floema
Cortex Caspary
Movimento
Periciclo
apoplástico
NOTA
Precisamos considerar, também, que o sistema radicular é uma característica
genética da espécie, e seu desenvolvimento integral depende de condições
do ambiente do solo, como acidez, compactação, disponibilidade de
nutrientes, retenção de água etc.
30
• Transporte de água para a parte aérea da planta
O movimento de água das raízes para a folha, via xilema, pode ocorrer devido a
uma pressão positiva na base (raiz) ou a uma pressão negativa (tensão) no topo (folha)
(TAIZ; ZEIGER, 2009).
A pressão radicular pode ser entendida como uma pressão hidrostática positiva
no xilema. Ocorre a partir da absorção de íons pela raiz provindos da solução do solo.
Estes são conduzidos para dentro do xilema. Quando a transpiração é muito lenta ou
ausente, como no período noturno, as células da raiz podem secretar íons de dentro do
xilema, onde ficam acumulados, considerando que o tecido vascular da raiz é circundado
pela endoderme, com presença das estrias de Caspary, (camada de células com paredes
impermeáveis à água e aos íons), impedindo que os íons saiam do xilema da raiz.
31
A pressão positiva no xilema provoca exsudação da seiva através dos hidatódios,
estruturas localizadas próximas aos traqueídeos terminais do feixe na margem das folhas.
As gotas de gutação podem ser vistas nos ápices e margens de folhas, principalmente
quando a umidade relativa do ar é alta, como ocorre durante as primeiras horas do
dia. Esse processo é mais comum em plantas de baixo porte, visto que as pressões
produzidas não são de grandes magnitudes (UFC, 2001).
• Capilaridade
Nas plantas vasculares, a água segue do solo pelas raízes até as folhas pelo
xilema, este que forma uma intrincada rede de vasos no limbo foliar. Quando as plantas
estão transpirando, o fluxo de água do solo para as folhas é proporcional ao gradiente
de potencial hídrico, e inversamente proporcional ao somatório das resistências
concentradas na raiz, no xilema e na folha, respectivamente. A resistência ao movimento
de água das paredes celulares (na folha) para a atmosfera exterior é bem maior. Na
realidade, a resistência coincide com a diferença de potencial hídrico que existe entre
as paredes das células do mesofilo foliar e o ar exterior (LACERDA, 2007).
32
menos água, ou seja, o potencial hídrico é menor na atmosfera. Assim, a planta perde
água das folhas para o ar durante a transpiração e, conforme as folhas perdem água,
suas células absorvem a seiva inorgânica dos vasos xilemáticos, provocando uma
pressão de sucção que puxa a coluna de água no interior dos vasos do xilema.
• Transpiração
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A cutícula que cobre a superfície exposta da planta serve como uma barreira
efetiva para evitar a perda de água e, assim, proteger a planta da dessecação (LACERDA,
2007). A continuidade da epiderme imposta pela cutícula é interrompida por pequenos
poros que fazem parte do complexo estomático. Esses poros são circundados por
duas células especializadas chamadas de células-guarda, que operam o tamanho da
abertura do poro.
• Difusão do vapor d’água dos espaços intercelulares para a atmosfera por intermédio
dos estômatos.
• Evaporação da água das superfícies das paredes celulares que estão em contato
com os espaços intercelulares ou espaços aeríferos do mesófilo.
Outro fator que afeta a perda de água por transpiração é formado pelas
resistências ao fluxo de vapor. Essa resistência está associada à difusão através dos
estômatos, ou chamada resistência estomática, que indica o grau de abertura dos
estômatos. Quanto maior a resistência estomática, menor o grau de abertura.
34
• Sudação da planta
• Exsudação
O número de estômatos nas folhas varia entre 1000 e 100.000 por centímetro
quadrado (em cactáceas e em algumas plantas decíduas, respectivamente). “O tamanho
médio dos estômatos varia de 3 a 12 µm de largura por 7 a 40 µm de comprimento
e, quando abertos, 100 µm quadrados de área. Os estômatos ocupam, em uma folha,
cerca de 1 a 2% da área foliar total” (SANTOS, 2005, p. 1).
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FIGURA 7 – ESTRUTURA DO ESTÔMATO EM CORTE TRANSVERSAL DA FOLHA
Vista
externa
Em
corte
Câmara Parênquima
subestomática clorofiliano
DICAS
O texto Estômatos, de Durvalina Maria Mathias dos Santos, esclarecerá de-
talhes da estrutura e funcionamento do importante mecanismo. Confira:
https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/biologia/DURVALINAMA-
RIAM.DOSSANTOS/TEXTO-24-Estomatos%202005.pdf!
A abertura do estômato ocorre durante o dia (alta taxa de luz, temperatura), en-
quanto o fechamento ocorre durante a noite (redução de luz e temperatura). O padrão é
encontrado na maior parte das plantas vasculares, porém, algumas espécies de regiões
36
áridas abrem seus estômatos somente durante a noite, como forma de economizar água, já
que as temperaturas são mais amenas e, portanto, os processos fisiológicos são reduzidos.
Essas espécies são conhecidas como plantas CAM (metabolismo ácido crassuláceo), que
possuem uma especialização na realização do processo fotossintético. O CO2 é capturado
de noite e armazenado na forma ácida para a realização dos processos de formação de mo-
léculas (fotossíntese), esta que será realizada durante o dia (TAIZ; ZEIGER, 2009).
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Mecanismo hidropassivo: como já vimos, a absorção e perda de água pelas
células mudam sua turgescência e modulam a abertura e fechamento estomático.
Como as células são expostas à atmosfera, elas podem perder água diretamente por
evaporação, ocasionando a perda de turgescência e o fechamento estomático. Esse
mecanismo é conhecido como fechamento hidropassivo e ocorre quando a umidade do
ar é muito baixa e a perda de água por evaporação é muito alta (KERBAUY, 2004).
NOTA
Os mecanismos de abertura estomática possuem diversas variáveis
complexas e interligadas. Podem ser influenciados pela luz, pelas
concentrações de CO2, pela temperatura, deficiência de água, umidade do
ar, ventos, potássio, efeitos do estado hídrico do solo e da planta, idade da
folha e espécie vegetal.
• Déficit hídrico
38
durante o dia, como já discutimos anteriormente (LACERDA, 2007). Durante a noite
(em condições normais), a planta praticamente não transpira e a taxa de absorção de
água, embora seja pequena, mantém-se maior em relação à transpiração, promovendo
a hidratação dos tecidos.
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Quando a molécula de água chega até a raiz, ela segue seu curso via limbo foliar por
via apoplástica, simplástica ou transmembranar.
• A maior taxa de transpiração ocorre por difusão, através dos poros do aparelho
estomatal, os quais são, geralmente, mais abundantes na superfície abaxial da folha.
• A abertura dos estômatos ocorre devido à absorção osmótica de água pelas células,
aumentando o turgor e a pressão hidrostática no ambiente. O aumento e composição
da parede celular das células provocam a abertura do ostíolo e proporcionam as
trocas gasosas essenciais para a fotossíntese.
40
AUTOATIVIDADE
1 Sobre a estrutura e as propriedades físico-químicas das moléculas de água, marque
V nas sentenças verdadeiras e F nas sentenças falsas:
41
3 Sobre os movimentos da água no interior da planta, analise as afirmativas a seguir:
A alternativa CORRETA é:
42
5 A abertura dos estômatos está diretamente ligada à capacidade fotossintética dos
vegetais, vista sua possibilidade de trocas gasosas durante o processo de transpiração.
Sobre a abertura estomatal, marque a alternativa INCORRETA:
43
44
UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
NUTRIÇÃO VEGETAL
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Neste tópico, nós estudaremos os aspectos amplos da
nutrição vegetal, considerando desde as fontes dos nutrientes, suas especificidades
de participação nos processos fisiológicos até as formas de identificação da deficiência.
O solo tem origem nas rochas que, pela ação do intemperismo, perdem sua
estrutura, se desgastam e liberam pequenas partículas minerais, íons, materiais
inorgânicos que interagem com materiais orgânicos e fatores bióticos e abióticos do
meio, fatores que irão compor as características nutricionais do solo.
2 NUTRIÇÃO VEGETAL
A nutrição corresponde a uma série de processos fisiológicos associados e
fundamentados na composição dos elementos minerais.
45
A intervenção na nutrição do solo é um dos métodos mais rápidos e com
certa segurança de retorno para produção vegetal. Como técnicas, podemos citar a
calagem, a adubação mineral e as intervenções físicas, que proporcionam a produção
de alimentos, fibras e energia. “Como o homem come planta, ou planta transformada,
e a planta tem que se alimentar, somente alimentando a planta adequadamente que
é possível alimentar o homem e ainda fornecer energia alternativa e a vestimenta que
necessita” (FAQUIN, 2005, p. 6). Portanto, é preciso justificar os esforços no estudo e
desenvolvimento da nutrição vegetal.
• Fontes de nutrientes
46
ação de microrganismos que vivem em simbiose com as plantas. Pequenas quantidades
de amônia (NH3) e dióxido de enxofre (SO2) podem ser assimiladas pela planta a partir da
atmosfera (FAQUIN, 2005).
Do solo, as plantas retiram a água em grandes quantidades. Ainda que a maior par-
te da água absorvida pelas raízes seja perdida pela transpiração, uma pequena parte (0,2
%) é utilizada em reações metabólicas, como nas reações de hidrólise do amido. A água é,
também, um reagente nas reações da fotossíntese diretamente dependentes da luz.
A definição inicial de Arnon e Stout (1939) aceita, até a atualidade, que o elemento
é considerado essencial quando atende aos três critérios seguintes:
• Critérios de essencialidade
Como vimos no item anterior, essenciais são os nutrientes minerais, sem os quais
a planta não vive, sendo determinados por critérios diretos e indiretos de essencialidade
(FLOSS, 2006):
47
Critérios diretos: determinam que o elemento é essencial quando faz
parte de um composto essencial à célula vegetal ou quando participa de uma reação
fundamental para os processos fisiológicos que tornam a vida vegetal possível (PES;
ARENHARDT, 2015).
48
2015). O Al+3 também interfere negativamente em processos fisiológicos das plantas,
como a fotossíntese e a respiração, além de interferir no metabolismo de nutrientes
essenciais, reduzindo os teores de quase todos e interferindo na absorção, transporte
e uso de nutrientes, como Ca, P, Mg, Cu, Zn, Mn e Fe. Ainda, podem ser considerados
tóxicos: cromo (Cr), flúor (F), chumbo (Pb) e bromo (Br) (PES; ARENHARDT, 2015).
49
5.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES: ABSORÇÃO, TRANSLOCAÇÃO
E REDISTRIBUIÇÃO DE ELEMENTOS
São inúmeras as variáveis presentes no processo de absorção dos elementos e
que são responsáveis pela nutrição das plantas. Dessa forma, algumas definições sobre o
processo são importantes (FAQUIN, 2005):
• Absorção: processo pelo qual o elemento mineral passa do substrato (solo, solução
nutritiva) para uma parte qualquer da célula vegetal (parede, citoplasma, vacúolo).
• Transporte ou translocação: é a transferência do elemento, em forma igual ou
diferente da absorvida, de um órgão ou região de absorção para outro qualquer (da
raiz para a parte aérea).
• Redistribuição: é a transferência do elemento de um órgão ou região de acúmulo
para outro ou outra em forma igual ou diferente da absorvida (de uma folha para um
fruto; de uma folha velha para uma nova).
50
A absorção pode ser efetivada via apoplasto (passiva) ou simplasto (ativa).
Como visto, as proteínas não têm somente uma função estrutural, mas,
frequentemente, têm função enzimática, sendo responsáveis por reações bioquímicas.
Aquelas que se estendem através das membranas formam canais entre as duas faces
(interna e externa), ponto importante para a passagem de partículas hidrofílicas, como
moléculas de água e íons inorgânicos (FAQUIN, 2005).
51
Durante o transporte ativo primário, o ATP ou pirofosfato (Pi) é hidrolisado
de forma a fornecer energia para estabelecer o gradiente iônico (COSTA, 2014). As
proteínas responsáveis pelo transporte ativo primário são chamadas de bombas
(bombas de prótons ou força motiva de prótons), já as proteínas responsáveis pelo
transporte ativo secundário são chamadas de cotransportadores e usam o gradiente
iônico causado pelo transporte ativo primário, movendo um segundo íon contra o seu
gradiente eletroquímico. Esses cotransportadores (cotransporte próton/ânion) movem
dois solutos simultaneamente através da membrana, um no sentido decrescente do
seu potencial eletroquímico e outro no sentido contrário, isto é, contra o gradiente
decrescente do potencial eletroquímico (JONES et al., 2013).
52
(variável y). Quanto menor o valor de km, maior é a afinidade dos sítios transportadores
do soluto (por exemplo, potássio). Conclui-se, portanto, que de acordo com a cinética
de absorção, em alguns casos, a resposta (velocidade e absorção) parece ser alterada
quando se varia a concentração do soluto (CID; TEIXEIRA, 2017).
DICAS
A nutrição vegetal é um processo com inúmeras características, funções e
desdobramentos na fisiologia das plantas. Acesse o link https://www.youtube.
com/watch?v=P6_QSBQWX5s e confira mais detalhes dos processos.
53
• Sinergismo: a presença de um elemento favorece a absorção de outro elemento,
proporcionando efeito benéfico para a planta. Um exemplo de sinergia é o Nitrato,
que facilita a absorção do Potássio.
O espaço livre é denominado espaço livre aparente por causa das cargas
negativas no apoplasto e das restrições provocadas pelos movimentos de solutos com
carga. Essas restrições ocorrem porque as paredes celulares têm cargas negativas devido
às hidroxilas livres, então, nos microporos, nos quais o espaço para o deslocamento dos
íons é muito pequeno, ocorre a repulsão dos ânions, já nos macroporos, o espaço para
o movimento dos solutos é grande. Os ânions, então, não passam perto das paredes
celulares e não são repelidos (SANTOS, 2010).
54
Os cátions são atraídos quando um cátion está ligado à parede, porém, ele
pode ser substituído por outro cátion de maior carga, processo denominado de troca
de cátions ou troca catiônica. Os íons presentes no espaço livre ainda não podem ser
considerados absorvidos pelas plantas porque absorção é o processo de passagem por
membrana, e eles estão nas paredes celulares ou nos espaços entre células. Assim, o
movimento de íons no apoplasto é caracterizado por interações eletrostáticas com a
parede celular e no chamado Espaço Livre Aparente (ELA). O ELA corresponde a mais
ou menos 5% do volume da raiz, sendo que a relação entre o ELD e o ELA é de 20%
para 80%. O ELD é responsável pela CTC da raiz, que não é constante, variando com o
ambiente, e é regulada por enzimas, como a pectina metilesterase (UFC, 2005).
55
Em todos os casos, o íon deve entrar no simplasto antes que ele chegue ao
cilindro central, devido à presença das estrias de Caspary nas células da endoderme.
Clarkson (1985) enumera diversos parâmetros que são utilizados nos modelos
matemáticos para explicar a absorção de nutrientes do solo:
56
Ainda, devemos observar todos esses fatores relacionados com o manejo da
planta e do solo e com as possibilidades e especificidades do sinergismo, antagonismo e
inibição entre os elementos. Dessa forma, é possível prever características e condições
de velocidade de absorção, porém, dependentes de inúmeras variáveis e de um conjunto
de elementos a ser considerado.
Na fase sólida que está a reserva de nutrientes, como K+, Ca2+, Mg2+, Fe2+.
Também associadas à fase sólida estão as partículas orgânicas (decomposição de
restos orgânicos), com elementos essenciais, como N, P, S etc.
Os gases, como O2, CO2 e N2, estão dissolvidos na solução do solo, porém, sua
absorção pelas raízes ocorre, predominantemente, nas bolhas de ar entre as partículas
do solo.
57
ricos em matéria orgânica, possuem grande superfície de cargas expostas e, portanto,
maior CTC. Um solo que tem alta CTC possui maior reserva de nutrientes minerais. A
fertilidade desse solo será completa se a maior CTC for devido à elevada percentagem
de saturação de bases (Ca2+, Mg2+, K+, NH4+) (RONQUIN, 2010).
58
• Respostas à aplicação dos micronutrientes são quase que imediatas e,
consequentemente, as deficiências podem ser corrigidas durante a estação de
crescimento.
• Suspeitas de deficiências podem ser facilmente diagnosticadas por meio de ensaios
simples de aplicação via foliar.
• Permeabilidade da cutícula.
• Idade da folha.
• Estado iônico interno da planta.
• Via de assimilação do carbono.
• Estado fisiológico da cultura.
59
A absorção foliar é obrigatoriamente cuticular. Estudos efetuados com a
cutícula foliar isolada enzimaticamente mostraram que é permeável à difusão de cátions
e ânions, mais no sentido de fora para dentro (influxo) (FAQUIN, 2005).
60
ideal de 6,0 a 6,5, considerando que variações acima ou abaixo podem causar redução
na solubilidade do P e de micronutrientes, além da precipitação de alguns nutrientes
para pH acima de 7. Para valores abaixo de 4, há toxicidade às plantas.
Macronutrientes
Forma de
Nutriente Função Deficiência
absorção
Aminoácidos, proteínas, nu-
No3 (ou O amarelecimento ou clorose
Nitrogênio cleotídeos, ácidos nucleicos,
NH4+) das folhas mais velhas.
clorofila e coenzimas.
Absorvido Distúrbios no metabolismo
sob a Compõe os ácidos nucleicos e desenvolvimento, menor
forma e composto de “alta” energia perfilhamento, redução de
Fósforo
de PO4-3, como o ATP, função de frutos e sementes, coloração
HPO42- ou armazenamento e estrutural. verde, bronze, ou violeta nas
H2PO4. folhas velhas.
Abertura e fechamento dos es-
tômatos, síntese e estabilidade Necrose das margens das
Potássio K+
de proteínas, relações osmóti- folhas mais velhas.
cas e síntese de carboidratos.
Clorose entre as nervuras e,
Ativação enzimática, estabilida-
Magnésio Mg+2 posteriormente, em todo o
de de ribossomos, fotossíntese.
limbo.
61
Ativação enzimática, parede Clorose nas margens das
Cálcio Ca+2 celular e permeabilidade da folhas jovens e morte da
membrana. gema apical.
Aparece na composição de
certos aminoácidos e, conse-
Clorose desde a nervura
SO4 (solo) quentemente, proteínas.
Enxofre central até o meio da lâmina
SO2 (ar) Cisteina, cistina, sulfolipídeos,
das folhas jovens.
coenzimas e metabólitos se-
cundários.
Micronutrientes
Grupo ativo de enzimas, Lâmina foliar verde com ner-
síntese da clorofila, citocromos vuras verdes. Posteriormen-
Ferro Fe2+ e Fe3+.
e ferredocina, transportadores te, folha totalmente amarela
de elétrons. e, depois, esbranquiçada.
Metabolismo do nitrogênio, do Folhas novas se curvam
Cobre Cu+2 carbono e de compostos secun- para cima em S ao longo da
dários, catalisador de reações. nervura.
Folhas jovens com interner-
Catalisador em nível de
vuras verdes, com pontua-
Mn+2, fotossíntese e ciclo de Krebs,
Manganês ções amarelas, folhas velhas,
quelatos. metabolismo secundário de
necrose nas pontas progre-
ácidos graxos.
dindo para a região basal.
Folhas pequenas e irregulares,
Participação na síntese das
Zinco Zn +2
nervuras verdes contra um
auxinas, clorofila e enzimas.
fundo amarelo.
Manchas verdes amareladas
se alongando no sentido das
Fixação de nitrogênio e nervuras secundárias com
Molibdênio MoO4-2
redução de nitrato. necrose na região central. As
folhas se curvam para baixo
até que as pontas se toquem.
Atua nos processos de trans-
Morte das gemas apicais,
locação, transporte de carboi-
HBO3-2, folhas estreitas, requeima,
Boro dratos, combinação com fe-
H2BO3 folhas retorcidas com bordas
nóis e ativação de reguladores
irregulares.
de crescimento.
Osmose, equilíbrio iônico,
Cloro Cl- essencial na fotossíntese para Enrolamento das folhas.
ativação das enzimas.
FONTE: A Autora
62
Conforme já discutido, devemos considerar, no processo de nutrição, os elementos
úteis, que, relembrando, são elementos não essenciais, porém, sua presença é capaz de con-
tribuir para o crescimento, produção ou para a resistência/tolerância a condições desfavorá-
veis de meio (clima, pragas e moléstias, compostos tóxicos do solo ou do ar) (FLOSS, 2006).
São consideradas três zonas distintas para análise correta do nível de deficiência
do nutriente na planta (FAQUIN, 2005):
63
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• As plantas trocam solutos e água com seus ambientes e entre seus tecidos e
órgãos. Esses processos de transportes (curtas e longas distâncias) são controlados
por membranas celulares.
• Quando um íon entra na raiz, ele pode ser absorvido através do citoplasma de uma
célula epidérmica ou pode se difundir pelo apoplasto para dentro do córtex e entrar
no simplasto por uma célula cortical ou endodérmica. Do simplasto, o íon é carregado
para dentro do xilema e se dirige à parte aérea da corrente de transpiração.
64
AUTOATIVIDADE
1 Sobre nutrição vegetal, analise as afirmativas a seguir:
a) A área superficial das raízes tem grande capacidade para absorver íons inorgânicos
em baixas concentrações na solução do solo, tornando a absorção mineral, pela
planta, um processo difícil e lento, que pode ser potencializado pela ação de fungos
e bactérias específicas.
b) O elemento mineral é considerado essencial para a planta quando: está direta e/ou
indiretamente envolvido no metabolismo da planta, quando impede a conclusão do
ciclo de vida ou quando somente macronutrientes podem fazer suas funções.
c) O Al+3, considerado um elemento tóxico, interfere negativamente nos processos
fisiológicos das plantas, no metabolismo de nutrientes essenciais e na absorção de
Ca, P, Mg, Cu, Zn, Mn e Fe.
a) ( ) Absorção: processo pelo qual o elemento mineral passa do substrato para uma
parte qualquer da célula vegetal, sendo, inicialmente, absorvido no ápice do
sistema radicular.
b) ( ) Translocação: ou sistema de transporte, é a realocação do elemento, de forma
igual ou diferente da absorvida, de um órgão ou região de absorção para outro
onde será utilizado normalmente nos processos fisiológicos.
c) ( ) Redistribuição: é a transferência do elemento de um órgão ou região de acúmulo
para outro, de forma igual ou diferente da absorvida (de uma folha para um fruto;
de uma folha velha para uma nova).
3 Sobre o caminho que os solutos, presentes na solução do solo, percorrem até chegar
ao vacúolo celular, analise o exposto a seguir e marque V para as Verdadeiras e F para
as Falsas:
65
( ) Inicialmente, os elementos penetram através da parede celular das raízes e da
membrana plasmática até o citoplasma.
( ) O caminho via apoplasto é passivo e específico para solutos de baixa massa
molecular, como alguns íons, ácidos orgânicos, aminoácidos e açúcares.
( ) A baixa permeabilidade da bicamada lipídica da parede celular impõe limitações à
absorção, dessa forma, algumas substâncias polares e iônicas devem atravessar
as membranas biológicas através de outros mecanismos, por outras regiões, e não
por simples difusão.
( ) A absorção ativa se refere à ocupação do simplasto radicular quando o elemento
mineral se desloca de uma região de menor concentração para outra de maior
concentração. É uma forma de absorção considerada rápida e irreversível.
( ) A parede celular pode constituir uma barreira efetiva aos solutos com alto peso
molecular, exigindo a ação de facilitadores, como as proteínas presentes nos
espaços da membrana.
( ) O processo de transporte via membrana, que envolve a facilitação pelas proteínas,
ocasiona, impreterivelmente, o gasto de energia (ATP) pela célula.
( ) O transporte ativo via membrana pode ser considerado primário ou secundário,
facilitado pela força motiva de prótons ou pelos cotransportadores.
( ) Com relação à direção do movimento ativo primário, pode ser simporte (dois solutos
atravessam a membrana na mesma direção) ou antiporte (um soluto se move em
uma direção e, o outro, em uma direção oposta).
( ) Solos argilosos têm partículas menores, maior superfície de contato e maior CTC.
( ) Solos com menor CTC podem ser considerados mais pobres do ponto de vista da
fertilidade natural.
( ) A CTC pode ser mais elevada quando sua saturação de bases for maior.
( ) A disponibilidade de nutrientes “reserva” no solo está relacionada, exclusivamente,
ao seu material de origem.
66
( ) A falta, redução ou excesso de um elemento pode interferir na absorção de outro.
( ) Algumas doenças e ataque de parasitas podem produzir sintomas semelhantes
aos da deficiência nutricional.
( ) O estágio de desenvolvimento da planta, a forma e a intensidade de absorção
podem variar.
( ) Dependendo do nutriente e da severidade, o sintoma pode aparecer em estágio
irreversível de desordem metabólica do vegetal.
67
68
UNIDADE 2 —
FOTOSSÍNTESE E
TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – FOTOSSÍNTESE
TÓPICO 2 – RESPIRAÇÃO
TÓPICO 3 – TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
69
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
Acesse o
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70
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
FOTOSSÍNTESE
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Nesta unidade e tópico, você aprenderá o processo de
fotossíntese, seus mecanismos e reações. Faremos uma pequena introdução e
conceituação e, posteriormente, revisaremos os aspectos gerais das fases da
fotossíntese, os pigmentos fotossintetizantes e a radiação fotossinteticamente ativa.
2 FOTOSSÍNTESE
O processo de fotossíntese, que será abordado e explicado adiante, evidencia
como a vida na biosfera é cíclica. Observamos que, para realizar a fotossíntese, a planta
utiliza CO2 e água, resultando em carboidrato e oxigênio, atuando como produtora na
cadeia alimentar que, por sua vez, alimenta seres herbívoros. Estes se apresentam
como consumidores primários, alimentos de animais carnívoros, que fazem o papel de
consumidores secundários. Prosseguindo, após a morte desses seres, os organismos
decompositores iniciam seu papel na cadeia. Então, esses seres incorporam, ao solo,
nutrientes que são absorvidos pelas plantas e fazem parte dos processos, reiniciando o
ciclo da cadeia alimentar.
71
FIGURA 1 – O FLUXO DE MATÉRIA E ENERGIA PELOS ECOSSISTEMAS
Sol
Produtor
Consumidor
Primário Consumidor
Decompositores
Secundário
FONTE: <https://conhecimentocientifico.r7.com/fotossintese-o-que-e/a3-61/>.
Acesso em: 26 ago. 2020.
NOTA
A palavra fotossíntese sugere um processo de síntese que ocorre por meio
da luz.
É do sol que deriva essa luz, além da energia da qual depende a vida na Terra.
A fotossíntese é o processo que converte a energia vinda do sol em forma luminosa em
energia química. Essa energia química é utilizada pelos seres autótrofos, ou seja, as
plantas, algas e bactérias fotossintetizantes, suprindo suas necessidades energéticas.
A fotossíntese pode ser expressa por meio de uma equação:
72
O físico holandês Jan Ingenhousz foi o cientista que deu início às descobertas
que levaram à explicação da fotossíntese, em 1779, baseando-se em estudos de
Priestley, o qual descobriu o oxigênio. Ingenhousz indicou que as plantas produziam
o oxigênio na presença de luz solar e que, na escuridão, expeliam gás carbônico, além
disso, que o balanço entre oxigênio e gás carbônico expelido era diferente, indicando
que uma parte da massa das plantas vinha do ar, e não somente do solo. Mais tarde, em
meados de 1782, Senebier salientou que, além da necessidade luminosa, o dióxido de
carbono também se faz necessário para que ocorra a fotossíntese (TAIZ; ZEIGER, 2017).
FONTE: <https://conhecimentocientifico.r7.com/fotossintese-o-que-e/a3-61/>.
Acesso em: 26 ago. 2020.
73
Muitos trabalhos científicos ressaltam a eficiência do aproveitamento da radiação
fotossinteticamente ativa pelas plantas. Indicam que apenas uma pequena porcentagem
de energia luminosa captada é convertida em energia química. Essa variação depende
não somente da espécie e do tipo de folha, mas também de aspectos agronômicos,
como o estádio vegetativo, a posição das folhas, geometria foliar, sombreamento e
condições do ambiente, como temperatura, vento e umidade (MOTA, 1985).
A luz visível do sol aparenta ser branca, mas, na verdade, é composta por
múltiplos comprimentos de onda de luz, as cores. Você pode ver essas diferentes cores
quando uma luz branca atravessa um prisma. Devido aos diferentes comprimentos de
onda de luz se desviarem em ângulos distintos à medida que passam pelo prisma, eles
se espalham e formam o que nós conhecemos como arco-íris.
74
FIGURA 3 – REFRAÇÃO DA LUZ ATRAVÉS DO PRISMA
75
Os diferentes comprimentos da onda da luz do sol não são utilizados igualmente
na fotossíntese. Os organismos fotossintéticos, que contêm moléculas que absorvem luz,
absorvem apenas comprimentos de onda específicos de luz visível. Esse comprimento
absorvido por um determinado pigmento é considerado o seu espectro de absorção, en-
quanto os demais comprimentos são refletidos, configurando as cores que enxergamos.
Por exemplo, as plantas parecem verdes para nós, porque elas contêm muitas moléculas
de clorofila, principal pigmento da fotossíntese que absorve luz nos comprimentos das
ondas violeta, azul e vermelho, refletindo a cor verde. A maioria dos organismos fotos-
sintéticos tem uma variedade de pigmentos fotossintetizantes diferentes, então, eles
podem absorver energia de uma faixa ampla de comprimentos de luz.
NOTA
A clorofila “a” é considerada o principal pigmento fotossintetizante. As
clorofilas b, c e d são consideradas pigmentos acessórios.
76
extremamente reativo, segue em frente, reagindo e danificando
muitos componentes celulares, especialmente os lipídeos. Os
carotenoides exercem sua ação fotoprotetora por meio da rápida
retirada dos estados excitados da clorofila. O estado excitado dos
carotenoides não possui energia suficiente para formar oxigênio
singleto, de modo que decai de volta ao estado-base enquanto perde
sua energia sob forma de calor (TAIZ et al., 2017, p. 196-197).
77
2.5 FASE CLARA DA FOTOSSÍNTESE
Em resumo, a fotossíntese pode ser dividida em duas fases: uma que depende
diretamente da luz, fase fotoquímica ou fase clara, e outra que não depende, fase
química ou fase escura. A primeira produz ATP e um transportador de elétrons reduzido
(NADPH + H+) e, a segunda, usa o ATP, NADPH + H+ e CO2 para produzir carboidratos.
78
cascata de reações de oxirredução, produzindo energia utilizada para formar ATP. No
fotossistema I (P700), a absorção de fótons causa a liberação de elétrons que reduzem
a ferrodoxina, ficando na sua forma oxidada de P700+. A clorofila P700 é reduzida
pelos elétrons libertados nas reações de oxirredução do fotossistema II. Os elétrons do
fotossistema I são necessários no fim da fotofosforilação não cíclica com prótons, para
a redução da molécula NADP+ para NADPH + H+ (TAIZ; ZEIGER, 2017).
79
FIGURA 5 – ILUSTRAÇÃO DAS ETAPAS E COMPONENTES DA FOSFORILAÇÃO CÍCLICA
81
2.6.1 Plantas C4
As plantas que vivem em ambientes secos e quentes, como resultados do
processo evolutivo, produzem compostos orgânicos com 4 carbonos, em vez de
3, como primeiros produtos da fixação do CO2 durante o ciclo de Calvin-Benson. As
plantas C4 possuem um ciclo de Calvin-Benson semelhante ao das plantas C3, apenas
com uma reação prévia extra que fixa o CO2 sem perder carbono para a fotorrespiração,
aumentando a eficiência da fotossíntese.
82
DICAS
Acadêmicos, confiram o artigo Comparação entre os sistemas fotossintéticos
C3 e C4, de Marcos S. Buckeridge, que pode ser encontrado em http://www.
saulcarvalho.com.br/wp-content/uploads/2016/10/sistemas-c3-c4.pdf. É um
importante reforço para os seus estudos.
83
De maneira geral, plantas CAM são plantas de regiões com restrição hídrica ou
com estrutura fisiológica específica de captação da água.
84
2.7 INIBIÇÃO DA FOTOSSÍNTESE
Vários fatores interferem na fotossíntese, podendo ocasionar a inibição, como
temperatura, teores de oxigênio e de gás carbônico, nível de luminosidade etc. O
conhecimento das suas interferências tem auxiliado no desenvolvimento de tecnologias,
maximizando a produtividade agrícola e possibilitando o zoneamento agroclimático de
muitas culturas. Existem fatores internos nas plantas, assim como fatores externos, que
podem afetar o processo de fotossíntese.
2.7.1 Luz
Existem evidências que o excesso de luz pode interferir no crescimento vege-
tal e levar à redução da produtividade. O aparelho fotossintético é apropriado para ab-
sorver uma grande quantidade de energia luminosa e convertê-la em energia química.
O excesso de energia, no entanto, pode acarretar a produção de espécies químicas
tóxicas que provocam a foto-oxidação ou fotoinibição de componentes celulares (li-
pídios de membrana, proteínas etc.).
85
Caso a segunda linha de defesa não seja suficiente, os produtos tóxicos,
formados pelo excesso de energia, podem danificar certas moléculas-alvo que são
susceptíveis, especialmente a proteína D1 do fotossistema II. O processo produz a
conhecida fotoinibição. No entanto, as plantas possuem um sistema de reparo que
envolve a remoção, a degradação e a “síntese de novo” da proteína D1, que é novamente
inserida no centro de reação do fotossistema II. As outras partes do centro de reação
parecem ser recicladas. Assim, a proteína D1 é o único componente que necessita ser
sintetizado de novo.
2.7.3 Temperatura
A temperatura, como sabemos, interfere nas reações enzimáticas de todos os
processos, inclusive os da fotossíntese. O efeito da temperatura sobre a fotossíntese
depende da espécie e das condições ambientais nas quais as plantas estão inseridas.
Plantas, como milho e sorgo, as quais crescem bem em climas quentes, usualmente,
possuem temperaturas ótimas para a fotossíntese, diferentemente do observado em
culturas, como trigo, ervilha, centeio e cevada, as quais são cultivadas em regiões frias.
86
Quando comparamos plantas C3 com plantas C4, observamos que estas
últimas possuem maiores temperaturas ótimas para a fotossíntese. Essas diferenças são
ocasionadas pelas diferentes taxas de fotorrespiração. Quando elevamos a temperatura,
a taxa de fotorrespiração aumenta consideravelmente nas espécies C3, reduzindo a
fotossíntese líquida. As plantas C4, graças ao mecanismo de concentração de CO2, reduzem
a taxa de fotorrespiração a níveis desprezíveis, mesmo em elevadas temperaturas. As
temperaturas ótimas para plantas C4 variam de 30 a 45 oC e, para as C3, de 20 a 25 oC.
87
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A vida terrestre é cíclica. A fotossíntese utiliza o CO2 e água para dar origem ao
carboidrato e oxigênio. Quando nos alimentamos, respiramos ou fazemos a queima
de combustíveis, revertemos esses compostos novamente em CO2 e água com o
coincidente consumo de O2.
• Em resumo, a fotossíntese pode ser dividida em duas fases: uma que depende
diretamente da luz, fase fotoquímica ou fase clara, e outra que não depende, fase
química ou fase escura. A primeira produz ATP e um transportador de elétrons
reduzido (NADPH + H+), já a segunda usa o ATP, NADPH + H+ e CO2 para produzir
carboidratos.
88
AUTOATIVIDADE
1 No processo de fotossíntese, os pigmentos fotossintetizantes são responsáveis pela
captação de luz em diferentes espectros e funções. Sobre esses pigmentos, analise
as afirmativas a seguir e marque, com X, a alternativa CORRETA:
89
a) ( ) As afirmativas “b”, “c” e “d” estão corretas.
b) ( ) As afirmativas “a”, “c” e “d” estão corretas.
c) ( ) Nenhuma afirmativa está correta.
d) ( ) Somente a afirmativa “c” está correta.
3 Em resumo, a fotossíntese pode ser dividida em duas fases: uma que depende
diretamente da luz, fase fotoquímica ou fase clara, e outra que não depende, fase
química ou fase escura. Sobre as fases da fotossíntese, é CORRETO afirmar:
90
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
RESPIRAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Neste tópico, aprenderemos sobre a respiração, considerando
a fotossíntese, a glicólise, o ciclo de Krebs etc., além das suas especificidades quanto à
respiração nos tecidos e nos órgãos vegetais.
91
A fotossíntese e a respiração geram energia química utilizável, na
forma de (ATP), cuja síntese é mediada por um gradiente de hidrogênio
transmembrana. A respiração aeróbica envolve a oxidação de
moléculas orgânicas em CO2 com redução do O2 em H2O e dissipação
de energia em forma de calor. A fotossíntese envolve dois processos
ligados: a oxidação de H2O em O2 mediada pela luz e produção de ATP,
fase Foto, e a redução do CO2 em moléculas orgânicas, em que o ATP
é utilizado, fase Síntese (KLUGE, 2008, p. 1).
O tipo de substrato que está sendo respirado pode ser indicado, medindo as
quantidades relativas de CO2 liberado e O2 consumido, permitindo calcular o quociente
respiratório (QR).
92
inúmeras outras funções da célula também requerem a fonte de energia. Assim, o fluxo
de carbono, através da respiração celular, deve representar um balanço entre a deman-
da metabólica por ATP e o requerimento de poder redutor e de esqueletos de carbono.
Por exemplo, quando a demanda por ATP é alta, uma maior percentagem dos substratos
pode ser completamente oxidada, para produzir a fonte de energia (UFC, 2001).
2.2.1 Glicólise
A glicólise é uma via metabólica comum a todos os seres vivos. De forma
resumida, consiste na oxidação incompleta da glicose em piruvato e ocorre no citosol
de seres eucariontes e procariontes, podendo ocorrer na presença e na ausência de
oxigênio.
93
FIGURA 8 – REAÇÕES QUE CONVERTEM A MOLÉCULA DE GLICOSE COM 6 ÁTOMOS DE CARBONO (6C)
EM DUAS MOLÉCULAS DE PIRUVATO COM 3C, COM PRODUÇÃO DE 2 ATPS E REDUÇÃO DE 2 NAD+ EM
NADH + H+
94
As mitocôndrias possuem duas membranas: uma externa (sem invaginação) e
outra interna, que se apresenta completamente invaginada, formando as conhecidas
cristas mitocondriais. A fase aquosa, contida dentro da membrana interna, é conhecida
como matriz, e a região entre as duas membranas é conhecida como espaço
intermembranar (UFC, 2001).
95
NOTA
No citosol:
Fosfoenolpiruvato + CO2 → Oxaloacetato + Pi + NADH Malato + NAD+
Na Mitocôndria:
enzima málica
Malato + NAD+ Piruvato + CO2
96
FIGURA 9 – ILUSTRAÇÃO COM O RESUMO DAS REAÇÕES DO CICLO DO KREBS
97
No caso da oxidação de lipídeos, que são ricos em hidrogênio, como em sementes
de muitas espécies, o QR assume valores entre 0,2 e 0,9, pois grandes quantidades de
oxigênio são requeridas para converter o hidrogênio em água e o carbono em CO2.
Na reação, o QR é 18/25,5=0,71
Por outro lado, quando ácidos orgânicos ricos em oxigênio são oxidados, os
valores de QR oscilam entre 1,0 e 1,4. Igualmente, os valores de QR são maiores que 1,0
quando a oxidação ocorre pela via fermentativa, a qual não necessita de oxigênio.
98
O papel da CTE é a oxidação de NADH e FADH2. No processo, utiliza-se parte
da energia liberada para gerar um gradiente eletroquímico de H+ através da membrana
interna da mitocôndria, utilizado para sintetizar ATP.
99
Ao discutir controle da respiração de imediato, é tida a ideia de demanda de ener-
gia, no caso, da disponibilidade de substrato que sobrepõe a taxa respiratória. Sob baixos
níveis de substrato (carboidratos e ácidos orgânicos), a atividade respiratória pode estar
limitada. Quando os níveis de substrato aumentam, a respiração pode exceder a demanda
por energia metabólica. Nessas condições, a atividade da rota alternativa do metabolismo
respiratório (cianeto-resistente) é aumentada. Como visto anteriormente, a via alternativa
permite a oxidação dos substratos e a redução dos agentes redutores (NAD[P]H, FADH2)
sem, no entanto, produzir grandes quantidades de ATP (OLIVEIRA, 2013).
2.3.1 Inibição
Grande parte das informações a respeito da cadeia respiratória foi obtida por
meio do uso de inibidores e, em contrapartida, isso gerou o conhecimento sobre o
mecanismo de ação de diversas substâncias tóxicas. Elas podem ser classificadas como
inibidoras da cadeia respiratória, inibidoras da fosforilação oxidativa ou desacopladoras
da fosforilação oxidativa.
100
O complexo IV, oxidase do citocromo c é especificamente inibida pelo cianeto,
azida e monóxido de carbono. Cianeto e azida se ligam fracamente à forma férrica do
citocromo a3, enquanto o monóxido de carbono se liga apenas à forma ferrosa. As
ações inibidoras do cianeto e da azida, no sítio, são muito potentes, enquanto a principal
toxicidade do monóxido de carbono reside na sua afinidade pelo ferro da hemoglobina.
Sabendo-se que os animais carregam muitas moléculas de hemoglobina, eles precisam
inalar uma quantidade muito grande de monóxido de carbono para morrer. Esses mesmos
organismos, contudo, possuem, comparativamente, poucas moléculas de citocromo a3.
Assim, uma exposição limitada ao cianeto pode ser letal. Essa ação repentina do cianeto
atesta para uma constante e imediata necessidade do organismo pela energia suprida
pelo transporte de elétrons.
Existe uma importante classe de reagentes que afeta a síntese de ATP, mas
de uma maneira que não envolve ligação direta a nenhuma das proteínas da cadeia
transportadora de elétrons ou à partícula FoF1-ATP sintase. Esses agentes são
conhecidos como desacopladores, porque eles corrompem o fino acoplamento que
existe entre o transporte de elétrons e a ATP sintase. Esses desacopladores agem pela
dissipação do gradiente de prótons através da membrana mitocondrial interna, criado
pelo sistema de transporte de elétrons. Exemplos típicos incluem o 2,4-dinitrofenol,
dicumarol e o fluorocarbonil-cianeto fenilhidrazona ou FCCP (OLIVEIRA, 2013).
101
Os compostos apresentam duas importantes peculiaridades comuns: caráter
hidrofóbico e próton dissociável. Como desacopladores, eles funcionam como carrega-
dores de prótons através da membrana interna. Sua tendência é adquirir prótons na su-
perfície citoplasmática da membrana, ou espaço intermembrana, onde a concentração
de prótons é grande, carregando os prótons para o lado da matriz, portanto, destruindo
o gradiente de prótons que acopla o transporte de elétrons e a ATP sintase. Na mito-
côndria tratada com desacopladores, o transporte de elétrons continua, e os prótons
são levados para fora da membrana interna. Contudo, eles retornam para dentro tão
rapidamente, via desacopladores, que a síntese de ATP não ocorre. Consequentemente,
a energia liberada no transporte de elétrons é dissipada como calor (UFC, 2001).
102
2.3.3 Fatores Internos
• Concentração de O2
O dióxido de carbono tem um efeito inibitório direto muito limitado sobre a taxa
respiratória em concentrações entre 3 a 5%, que estão bem além da concentração de
0,036% (360 ppm) normalmente encontrada na atmosfera. A concentração atmosférica
de CO2 está aumentando rapidamente, como resultado de atividades humanas,
projetando-se uma duplicação, para 700 ppm, antes do fim do século XXI (PACHECO;
HELENE, 1990).
• Saturação de água/baixo O2
• Temperatura
103
De maneira contrária, a redução da temperatura reduz também a taxa de
respiração, fato muito utilizado para manipular produtos em pós-colheita, como frutas e
verduras. A redução deve, porém, obedecer aos limites de cada espécie para menos ou
para mais, sob a condição de não haver retardamento nos processos de amadurecimento,
decomposição ou brotação ou, ainda, em outro extremo, danos por causa do frio.
• Lesões e ferimentos
104
2.4.1 Raízes
As raízes são órgãos que respiram muito e intensamente. O substrato utilizado
no processo é constituído por carboidratos vindos da parte aérea, pelo floema, a partir
das folhas, que são os órgãos responsáveis pela fotossíntese.
O oxigênio para as raízes pode ter origem no solo, quando bem arejado, ou na
parte aérea, quando a atividade respiratória for intensa.
2.4.2 Caule
Os caules verdes, suculentos, que apresentam estrutura primária, fazem
trocas gasosas com o meio através da epiderme, enquanto naqueles com crescimento
secundário, geralmente, o O2 é proveniente das folhas. Nesses caules, a respiração é
mais intensa no câmbio vascular e felogênio, onde novas células estão se formando,
crescendo e se diferenciando.
As trocas gasosas nos caules com crescimento secundário são muito baixas
e, por isso, o O2 se difunde pelas células caulinares. Alguns tipos de caule podem
apresentar estruturas conhecidas como lenticelas, que facilitam as trocas gasosas com
o meio (OLIVEIRA, 2013).
105
Em cactáceas, as trocas gasosas ocorrem somente à noite, com a abertura dos
estômatos. Em caules subterrâneos, o O2 se difunde de célula em célula, como no caso do
Allium cepa (alho) e Solanum tuberosus (batata). Os caules aquáticos apresentam grande
quantidade de aerênquima que, além da flutuação, acumula O2 para facilitar a respiração
(p. ex.: Nymphaea, Victoria amazônica) (OLIVEIRA, 2013).
2.4.3 Folhas
As folhas são os principais órgãos da planta responsáveis pelas trocas gasosas
com o ambiente, feitas através dos estômatos. A relação segue o teor de CO2 por cm2 da
área foliar e é mais intenso em folhas jovens.
106
climatéricos (abacate, maçã, banana), ocorre a produção de etileno (outro hormônio
vegetal), acelerando o amadurecimento (hidrólise de amido, síntese de pigmentos)
e senescência. Tratamentos com etileno aceleram o amadurecimento de frutos
climatéricos, sendo o procedimento comumente utilizado para fins comerciais.
2.4.5 Sementes
Durante o processo de germinação, com o aumento da entrada de água por
embebição, o metabolismo celular é reativado. Essa reativação metabólica provoca
uma série de mudanças fisiológicas. Uma das consequências é o aumento da taxa
respiratória, associado à necessidade da utilização das reservas energéticas existentes
no endosperma ou nos cotilédones.
107
Alguns tipos de sementes germinam pouco ou mesmo na ausência de oxigênio
disponível, como é caso do chamado arroz de várzeas. As condições de germinação
são praticamente anaeróbicas e a obtenção de energia se dá através do processo de
anaerobiose (fermentação). Sementes de plantas de manguezais utilizam também a
fermentação para a germinação, sendo, o processo anaeróbico, a única alternativa para
que as sementes liberem H+ dos NADH + H+ acumulados (OLIVEIRA, 2013).
108
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A glicólise pode ser dividida em dois grupos de reações: Fase de ativação, em que
é fornecida energia da hidrólise do ATP à glicose para que se torne quimicamente
ativa e se dê início à degradação; e Fase de rendimento, na qual a oxidação dos
compostos orgânicos permite aproveitar energia libertada para a produção de ATP.
109
AUTOATIVIDADE
1 O ciclo de Krebs consiste em oito etapas catalisadas por enzimas. Dessa forma,
marque, com V, as alternativas verdadeiras e, com F, as falsas:
3 Sobre a respiração nos tecidos e órgão vegetais, é correto afirmar que a taxa
respiratória é variável, de acordo com o tipo de órgão, idade, ambiente, estação etc.
Sobre o assunto, marque V para Verdadeiro e F para falso:
110
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, neste tópico, entenderemos como ocorre a translocação nas
plantas e tecidos vegetais. Assim, é preciso observar a estrutura do floema, o fluxo e
velocidade da circulação dos solutos pela planta.
2 TRANSLOCAÇÃO DE SOLUTOS
A translocação de solutos ocorre, nas plantas vasculares, pelos vasos
condutores, xilema e floema.
Pelo xilema, dá-se o transporte de água e sais minerais desde as raízes até as
partes aéreas das plantas. No floema, ocorre o transporte dos produtos da fotossíntese,
principalmente, os açúcares das folhas maduras para as áreas de crescimento e
armazenamento, incluindo as raízes (TAIZ et al., 2017).
111
2.1 ESTRUTURA DO FLOEMA
Os vasos condutores se prolongam por toda a planta. O floema, geralmente, lo-
caliza-se externamente aos sistemas vasculares primário e secundário. Nas plantas com
crescimento secundário, o floema forma a casca viva. Embora seja externo ao xilema, o
floema também é encontrado na região mais interna em algumas espécies de angiosper-
mas. Nessas famílias, o floema se encontra nas duas posições e é denominado floemas
externo e interno. As células do floema responsáveis por conduzir açúcares e outros com-
postos orgânicos pela planta são conhecidas como elementos crivados (TAIZ et al., 2017).
112
Os elementos crivados apresentam espaços característicos nas suas paredes,
nas quais poros ligam as células condutoras. Os poros da área crivada variam em diâ-
metro de menos de 1 μm até, aproximadamente, 15 μm. Nas angiospermas, as áreas
crivadas podem se diferenciar em placas crivadas. Essas placas possuem poros maiores
e, em geral, são encontradas nas paredes terminais dos elementos de tubo crivado. As
células individuais são unidas para formar séries longitudinais denominadas tubos cri-
vados (TAIZ et al., 2017).
Existem proteínas no floema que servem para realizar a vedação dos elementos
crivados quando danificados, são proteínas estruturais chamadas de proteínas P. Os
elementos de tubo crivado, maioria angiospermas, são ricos em proteína P, incluindo todas
as dicotiledôneas e muitas monocotiledôneas. A proteína é ausente em gimnospermas.
Ela se apresenta de vários formatos diferentes (tubular, fibrilar, granular e cristalina),
dependendo da espécie e do estágio de maturação da célula (TAIZ et al., 2017).
113
Cada elemento do tubo crivado possui uma ou mais células companheiras,
estas que se formam a partir da divisão de uma célula-mãe, formando o elemento do
tubo crivado e a célula companheira. Inúmeros plasmodesmas cruzam as paredes
entre os elementos do tubo crivado e suas células companheiras. Os plasmodesmas
são complexos e ramificados no lado da célula companheira. As células companheiras
atuam com um papel importante no transporte dos produtos fotossintéticos das células
produtoras das folhas maduras até os elementos crivados nas nervuras foliares menores
(TAIZ et al., 2017).
Há, pelo menos, três tipos distintos de células nas nervuras menores das folhas
maduras exportadoras. Taiz e Zeiger (2017, p. 290) explicam cada um dos tipos de células
companheiras, além do tipo de transporte e suas características:
114
FIGURA 12 – COMPONENTES DO FLOEMA EVIDENCIANDO AS CÉLULAS COMPANHEIRAS
Plasmodesmos
Invaginações
da parede
Célula de Elementos
transferência crivados
Célula parenquimática
Célula companheira Elementos Célula
ordinária crivados intermediária
DICAS
Caro acadêmico, é importante relembrar as estruturas vegetais básicas, vistas
nas aulas de Botânica. A seguir, você encontrará uma aula específica de tecidos
vasculares. Confira em https://www.youtube.com/watch?v=Q_H06eeLJWo.
115
de nitrogênio para a planta, porém, é considerado baixo quando comparado com
o transporte de carboidratos. Os aminoácidos e aminas são encontrados no floema,
geralmente, na forma de glutamato e aspartato, além das suas respectivas aminas
glutamina e asparagina (TAIZ; ZEIGER, 2013; KERBAUY, 2004).
Tratando-se dos fatores que determinam a força com que o dreno demanda
os fotoassimilados da fonte, o que mais se destaca é a proximidade. Normalmente, as
fontes fornecem nutrientes para os drenos que estão mais próximos. De forma geral,
as folhas superiores da planta transmitem nutrientes para as folhas novas e caules em
crescimento, e as folhas da porção basal tendem a enviá-los para o sistema radicular. Já
as intermediárias exportam seus produtos para as partes superiores e inferiores. Durante
o desenvolvimento, a importância dos drenos é alterada. No crescimento vegetativo,
os ápices caulinares e radiculares são os principais drenos, já no desenvolvimento
reprodutivo, os drenos são os frutos (TAIZ; ZEIGER, 2013).
116
A quantidade total de carbono fixada disponível para a folha é dada pela taxa
fotossintética, porém, a quantidade de carbono disponível para a translocação depende
dos eventos metabólicos posteriores. A regulação do direcionamento do carbono fixado
para os vários caminhos metabólicos é chamada de alocação (TAIZ; ZEIGER, 2013). Os
fotoassimilados não utilizados pela folha são transportados para outros órgãos,
entrando em crescimento. Normalmente, o transporte da água e os solutos na planta
ocorrem a favor de gradientes de concentração, sempre no sentido da maior para a
menor concentração. No caso do transporte de solutos orgânicos, via floema, ocorre a
favor do gradiente de pressão, independentemente do gradiente de concentração ou do
potencial da água (TANAKA; FUGITA, 1979).
117
apoplástica, há necessidade de gasto de energia, o qual é fundamental para gerar o
gradiente eletroquímico necessário para que as proteínas carregadoras da sacarose
façam o transporte de uma região de menor concentração para uma região de maior
concentração (LOUREIRO, 2003).
118
• No descarregamento simplástico, o transporte das moléculas ocorre sempre via
plasmodesmas.
• Na via apoplástica de descarregamento, os assimilados têm que atravessar, pelo
menos, as membranas de uma das células. Entre as outras células, podem, as
moléculas, seguir via os plasmodesmas.
• No tipo 1 de descarregamento apoplástico, ocorre uma descontinuidade entre a
célula companheira e a célula da bainha vascular.
• No tipo 2 de descarregamento apoplástico, a descontinuidade entre os citoplasmas
(ausência de transporte via plasmodesmas) ocorre entre as células da bainha
vascular e as células do parênquima de reserva dos órgãos dreno.
• O tipo 2b difere do tipo 2ª, devido à descontinuidade do transporte via plasmodesma
ocorrer “mais distante” do feixe vascular. O tipo 2 de descarregamento apoplástico é
normalmente observado em sementes.
Uma mesma planta pode apresentar diversos tipos de descarregamento durante o seu
desenvolvimento. Em tubérculos de batata, por exemplo, nos momentos iniciais do desenvolvi-
mento do tubérculo, o descarregamento é apoplástico. Com o término do período de divisão ce-
lular, começa a expansão celular, momento no qual se formam as conexões plasmodesmáticas,
predominando o descarregamento simplástico a partir dessa fase (SANTOS, 2004).
119
2.4 VELOCIDADE DE TRANSLOCAÇÃO DOS SOLUTOS
As unidades atualmente utilizadas (unidades SI) são metros (m) ou milímetros
(mm) para comprimento, segundos (s) para tempo e quilogramas (kg) para massa. A
taxa de movimento de materiais nos elementos crivados pode ser expressa de duas
maneiras: como velocidade, a distância linear percorrida por unidade de tempo, ou como
taxa de transferência de massa, a quantidade de material que passa por determinada
secção transversal do floema ou elementos crivados por unidade de tempo. Os valores
das taxas de transferência de massa variam entre 1 e 15 g h–1 cm–2 de elementos crivados
(em unidades SI, 2,8-41,7 μg s–1 mm–2) (TAIZ et al., 2017).
A maioria das teorias propostas, tanto ativas quanto passivas, indica gasto de
energia. Nas fontes, a energia é demandada para sintetizar os materiais para o transporte
e, em alguns casos, é preciso mover o conteúdo a ser transportado para os elementos
crivados por transporte ativo de membrana (carregamento do floema). Nos drenos, a energia
é essencial para alguns aspectos dos elementos crivados para as células-dreno, as quais
armazenam ou metabolizam o açúcar (descarregamento do floema) (TAIZ et al., 2017).
120
receptora da rota de translocação, o descarregamento do floema ocasiona menor
concentração de açúcar nos elementos crivados, gerando um potencial de soluto mais
alto e, consequentemente, mais positivo, dos elementos crivados dos tecidos-dreno.
À medida que o potencial hídrico do floema se eleva acima daquele do xilema, a água
tende a deixar o floema, provocando um decréscimo na pressão de turgor nos elementos
crivados do dreno (PORTES, 2018).
A seiva derivada do floema transloca mais por fluxo de massa. Assim, nenhuma
membrana é deslocada durante o transporte de um tubo crivado para outro, e os solutos
se movem na mesma velocidade das moléculas de água. Dessa forma, o fluxo de massa
pode ocorrer de um órgão-fonte com um potencial hídrico mais baixo para um órgão-
dreno com potencial hídrico mais alto, ou vice-versa, dependendo dos tipos de órgão-
fonte e dreno (TAIZ et al., 2017).
121
LEITURA
COMPLEMENTAR
TRANSPORTE NO FLOEMA E PARTIÇÃO DE FOTOASSIMILATOS
Floema
O floema e xilema fazem parte dos tecidos vasculares das plantas. O floema
é responsável pelo transporte de várias substâncias sintetizadas nas folhas á outros
órgãos da planta, bem como água e alguns minerais. O floema tem função importante no
transporte de elementos minerais e da água à regiões meristemáticas, aonde inexiste um
adequada corrente transpiratória para suprir via o xilema os minerais e a quantidade de
água necessários, ou mesmo devido à ausência de conexões destes tecidos com o xilema.
122
Anatomia do floema
Com frequência, 90% das substâncias (solutos) transportadas pelo floema são
carboidratos, e dentre estes, a concentração de sacarose pode chegar até 1,5 M. O elemento
mineral nitrogênio é transportado na forma de aminoácidos e amidas. Ácidos orgânicos,
proteínas, íons, hormônios e até vírus são encontrados em concentrações muito baixas.
123
As macromoléculas também podem ser transportadas no floema. Muitos dos
estudos sobre o transporte no floema foram feitos com o uso de substâncias corantes,
como a carboxifluoresceína e o corante Lúcifer Yellow, os quais eram aplicados ou no
floema ou no apoplasto de diferentes tecidos e transportados para outros tecidos ou
órgãos via o floema. Seja qual rota envolvida no transporte de substâncias no floema,
sempre estarão os plasmodesmatas envolvidos, sendo esses elementos essenciais ao
transporte pelo floema.
Dois modelos são propostos para explicar esse transporte, sendo que em um
deles é postulada a presença de receptores codificados pela planta que interagiria com
a proteína do movimento, permitido o transporte da virose.
124
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Pelo xilema, ocorre o transporte de água e sais minerais desde o sistema de raízes
até as partes aéreas das plantas.
125
AUTOATIVIDADE
1 Para que ocorra a translocação, diversos mecanismos estão envolvidos. Dentre eles,
fontes e drenos, fluxo de massa, potencial hídrico e outros conceitos. Assinale as
alternativas CORRETAS:
a) ( ) O carregamento da sacarose no floema pode ser feito via rota simplástica ou via
rota apoplástica.
b) ( ) ATP produzida na fotossíntese é transportada para o citossol, onde a sacarose é
sintetizada.
c) ( ) A sacarose do mesofilo se movimenta até as vizinhanças do floema,
simplasticamente, de célula a célula. A fase é um transporte que envolve
pequenas distâncias, ou seja, algumas células.
3 Sobre as duas rotas de transporte nas plantas, xilema e floema, marque V para
verdadeiro e F para falso.
126
a) ( ) Pelo xilema, dá-se o transporte de água e sais minerais desde as raízes até as
partes aéreas das plantas.
b) ( ) No floema, ocorre o transporte dos produtos da fotossíntese, principalmente, os
açúcares, das raízes para as áreas de crescimento e armazenamento.
c) ( ) As duas rotas de transporte nas plantas se denominam floema e xilema, e se
prolongam por toda a planta.
d) ( ) As rotas de transporte nas plantas foram desenvolvidas devido às dificuldades
que o ambiente impunha.
e) ( ) O floema, geralmente, localiza-se externamente aos sistemas vasculares primário e
secundário. Nas plantas, com crescimento secundário, o floema forma a casca viva.
f) ( ) As células do floema responsáveis por conduzir açúcares e outros compostos
orgânicos pela planta são conhecidas como elementos crivados.
127
128
UNIDADE 3 —
METABOLISMO DO NITROGÊNIO,
REGULADORES, CRESCIMENTO
E DESENVOLVIMENTO DAS
PLANTAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
129
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!
Acesse o
QR Code abaixo:
130
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
METABOLISMO DO NITROGÊNIO NAS PLANTAS
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Neste tópico, abordaremos o metabolismo do nitrogênio
nas plantas. Faremos uma breve revisão dos fundamentos desse elemento, além do
detalhamento do seu ciclo de desenvolvimento até a incorporação deste nos compostos
orgânicos das plantas.
131
2 METABOLISMO DO NITROGÊNIO NAS PLANTAS
O nitrogênio está presente em diferentes compostos no ambiente natural,
principalmente, por sua capacidade de ligações químicas, e pela presença abundante
na atmosfera, sendo o componente principal, com, aproximadamente, 78% de presença
na sua composição (MARTINS et al., 2003). O nitrogênio atmosférico é composto de
dois átomos ligados por seis elétrons que formam a tripla ligação covalente (N ≡ N). Essa
“força de ligação é notavelmente elevada e a energia de dissociação é de 225,2 kcal/
mol”, fato que garante alta estabilidade para a molécula (GARCIA; CARDOSO, 2013, p.
1468). Essa ligação torna a molécula praticamente inerte e indisponível para absorção
direta pelos animais e plantas, necessitando de grande energia para a quebra e posterior
formação dos novos compostos (VIEIRA, 2017).
132
O exposto a seguir apresentará o entendimento geral do ciclo do nitrogênio, com
seus diversos componentes e reações, que serão detalhados, com suas especificidades,
na sequência do tópico.
133
potencial tóxico para o ambiente. Segundo Vieira (2017), a produção de amônia gera
problemas ambientais, seja pela energia gasta para a produção das crescentes
quantidades de fertilizante industrial utilizado na agricultura e pecuária (1 a 2% do
suprimento mundial de energia), seja pela carga lançada de mais de 300 milhões de
TM de CO2 na atmosfera. Ainda, segundo a mesma autora, a deposição de NH3 em
ecossistemas naturais afeta, de forma negativa, o balanço de nutrientes e a diversidade
biológica, considerando as macros e micros flora e fauna.
a) Fixação biológica de N
134
• Fixadores não simbióticos ou de vida livre.
• Fixadores associativos, que formam uma relação casual e pobremente estruturada
com raízes ou porções aéreas das plantas.
• Fixadores simbióticos, que fixam o N2 em associações organizadas com plantas
superiores.
135
fitoalexinas, flavonoides) pelas raízes. Esses exsudados podem provocar, em alguns,
e inibir, em outros, o crescimento de microrganismos específicos, como os rizóbios,
que estabelecem comunicação com a planta hospedeira pela produção de moléculas
químicas chamadas de fatores nod. Quando estes são reconhecidos, ativam os E-nod,
que são genes de nodulação.
136
FIGURA 3 – ILUSTRAÇÃO DA SEQUÊNCIA DE PASSOS DO PROCESSO DE NODULAÇÃO PARA FBN
FONTE: <http://www.ledson.ufla.br/assimilacao-e-transporte-de-nitrogenio-2/fixacaobiologica-do-nitroge-
nio-fbn/como-ocorre-a-nodulacao/>. Acesso em: 30 jul. 2020.
137
FIGURA 4 – FORMAÇÃO DE BACTEROIDES E PROCESSO DE NODULAÇÃO
138
FIGURA 5 – AÇÃO DO COMPLEXO ENZIMÁTICO NITROGENASE NA FIXAÇÃO DO
NITROGÊNIO EM LEGUMINOSAS
FONTE: <http://www.ledson.ufla.br/assimilacao-e-transporte-de-nitrogenio-2/fixacaobiologica-do-nitroge-
nio-fbn/nitogenase-como-funciona-essa-enzima/>. Acesso em: 30 jul. 2020.
139
Atualmente, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA),
pela Instrução Normativa SDA/MAPA 13/2011, especifica normas, garantias, registro,
embalagem e rotulagem dos inoculantes destinados à agricultura, além das relações
dos microrganismos autorizados e recomendados para produção de inoculantes nos
pais. No Art. 1º:
DICAS
Acesse o vídeo a seguir para o uso de inoculantes no processo de fixação
biológica do nitrogênio na produção da soja: https://www.youtube.com/
watch?v=Y4Awm_YDNsg.
140
Processos de transformação e assimilação do nitrogênio no solo
N = Np + Nb + Nf + Nu + Nm - Npl - Ng - Ni - Nl – Ne
141
FIGURA 6 – CICLO DO NITROGÊNIO, MOBILIDADE E TRANSFORMAÇÕES NO SOLO
142
Após, ocorre a fase denominada de nitrificação, na qual ocorre a
oxidação do amoníaco, com produção de energia, que é utilizada
por bactérias, denominadas de autotróficas quimiossintéticas, para
reduzir o dióxido de carbono. Todo o processo é dividido em duas
fases: uma ocorre com a atuação de bactérias Nitrosomonas,
que convertem NH3 em nitrito (NO2) [...]. O nitrito é tóxico para as
plantas superiores, mas, raramente, acumula-se no solo. A outra é a
conversão do NO2 em nitrato (NO3) pelas bactérias Nitrobacter, forma
sob a qual quase todo o nitrogênio se move do solo para o interior das
raízes (SIMIONI et al., 2014, p. 8).
143
nitrato é reduzido por meio da ação de microrganismos sob N2O ou N2, gases perdidos
para a atmosfera, sendo, o primeiro, considerado um dos gases responsáveis pelo
efeito estufa (GUARÇONI, 2014).
144
O exposto a seguir detalhará os caminhos e transformações do nitrogênio após
sua entrada, intermediada por transportadores, nas células das raízes da planta. Pode
ser utilizado para a manutenção ou, ainda, em formato de NO3-, ser direcionado a outros
órgãos da planta, como as folhas e frutos. Esse mesmo caminho pode ser feito pelo
nitrogênio em formato de amônio, porém, também, por intermédio de transportador, a
molécula segue pelos plastídios e cloroplastos, respectivamente, na raiz e na folha.
Nota: NO3-: nitrato; NO2-: nitrito; NH4+: amônio; GLN: glutamina; GLU: glutamato; RN: redu-
tase do nitrato; RNi: redutase do nitrito; GS: sintetase da glutamina; GOGAT: sintetase do
glutamato; T: transportador.
145
NOTA
Transportadores uniporte, simporte e antiporte
A redução dos nitratos ocorre, principalmente, nas raízes e folhas dos vegetais
pela ação da enzima redutase do nitrato (RN). Apesar da maior ocorrência da RN (principal
porta de entrada do N no processo de assimilação pela planta) ser nas folhas, a ação
dessa enzima e a disponibilidade de nitratos no solo permeiam e determinam a ação e
a importância da raiz no processo de redução. Mesmo assim, a eficiência do processo
de assimilação do NO3– é maior na folha, visto que, na raiz ou em outros tecidos não
verdes, a redução do NO3– e a assimilação de NH4+ dependem da energia química do
metabolismo de fotoassimilados fornecidos pelas folhas. Dessa forma, há consumo da
energia fotoquímica utilizada na fixação do gás carbônico.
146
O exposto a seguir demonstrará a redução do NO3- na célula, considerando a
ocorrência de duas etapas, que envolvem doadores específicos de elétrons.
FONTE: <http://www.ledson.ufla.br/assimilacao-e-transporte-de-nitrogenio-2/assimilacao/reducao-do-ni-
trato/>. Acesso em: 30 jul. 2020.
• Catalisado pela enzima nitrato redutase (NR), o NO3- é reduzido a NO2- com o
consumo dos elétrons. A fonte de poder redutor para a NR pode ser o NADH ou
NADPH, dependendo da isoenzima.
• A nitrito redutase (NRi) catalisa a redução NO2- a NH4+ com um gasto de seis elétrons
fornecidos pela ferredoxina.
147
A redução de NO3- em células fotossintéticas pode ser considerado um
processo fotossintético, visto que utiliza o fluxo fotoquímico de elétrons pela presença
da ferredoxina. Já nos tecidos aclorofilados, como as raízes, o poder redutor vem da
oxidação de carboidratos na via glicolítica e na respiração aeróbia (MICROQUIMICA,
2015). É importante constar que a regulação dos processos e os caminhos do N na planta
consideram a presença e quantidade de NO3-, o fator luz, a presença de citocianinas, os
níveis de CO2, o ritmo circadiano, e a presença de compostos de carbono e nitrogenados,
como a sacarose e a glutamina, que desempenham um papel regulador.
O NH4+ pode ser absorvido diretamente pelas raízes, composto pela redução do
NO ou, ainda, pelas diferentes reações metabólicas dos processos de assimilação do N.
3
-
Não pode ser acumulado nos tecidos vegetais, por ocasionar o desacoplamento do fluxo
de elétrons e a fosforilação oxidativa ou fotofosforilação, sendo, portanto, tóxico para as
células. Dessa forma, assim que o composto é absorvido, é, imediatamente, incorporado
nos esqueletos do carbono, gerando os aminoácidos glutamina e glutamato. As reações
de incorporação são (MICROQUIMÌCA, 2015):
• A síntese de proteínas;
• A formação de compostos intermediários dos hormônios vegetais endógenos;
148
• A participação nos complexos reativos de diferentes nutrientes vegetais;
• A participação, ainda em estudo, na emissão de sinais de defesa das plantas
em relação ao estresse hídrico, a altas temperaturas e à tolerância ao ataque de
doenças e pragas.
149
FIGURA 10 – MODELO DE CONTROLE DA TAXA DE ABSORÇÃO DE NITROGÊNIO DURANTE RÁPIDO CRESCI-
MENTO VEGETATIVO (A) E ENCHIMENTO DE GRÃOS (B)
Legenda: Durante o crescimento vegetativo (a), o nitrogênio é, rapidamente, absorvido pelas raízes e trans-
portado para as folhas. Nas folhas, a redução do nitrato produz aminoácidos (AA), os quais são incorporados
à proteína foliar. Durante o enchimento de grãos (b), ocorre a remobilização do N foliar, e a exportação
de aminoácidos é alta. Consequentemente, o floema fica enriquecido com AA, o que inibe a absorção e a
redução de nitrato nas raízes.
150
• Incorporação do nitrogênio em compostos orgânicos nas plantas
• Via desidrogenase glutâmica (GDH) nas mitocôndrias das folhas e raízes, formando
o ácido glutâmico;
• Via glutamina sintetase (GS), glutamato sintase (GOGAT), gerando ácido glutâmico
nos cloroplastos.
151
transaminase de glutamato: piruvato (GPT). A maioria dos tecidos ve-
getais apresenta alta atividade dessas enzimas. As aminotransfera-
ses teriam o papel de dar sequência ao sistema GS/GOGAT, tendo em
vista que o glutamato é substrato de AspAT e AlaAT. Também desem-
penham um papel importante nas folhas das plantas, com alguns
dos tipos de mecanismo C4 (MICROQUÍMICA, 2015, s.p.).
DICAS
Caro acadêmico, acesse o texto Aplicação foliar de aminoácidos e adubação
nitrogenada de cobertura na cultura do milho safrinha, que mostra que o uso do
nitrogênio pode influenciar, entre outras variáveis, a altura das plantas, a altura
de inserção de espiga, o número de grãos por espiga e o número de grãos por
fileira. O estudo pode ser encontrado no seguinte link: http://www.scielo.br/
pdf/rbeaa/v18n7/v18n07a05.pdf. Boa leitura!
152
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
153
• “A absorção de N é, portanto, modulada pela: a) presença dos carregadores espe-
cíficos; b) pela afinidade desses carregadores em relação ao nitrato ou amônio; c)
pela quantidade de N presente no solo” (BREDEMEIER; MUNDSTOCK, 2000, p. 367).
154
AUTOATIVIDADE
1 O N2 ou substância simples de nitrogênio é um gás incolor, inodoro e insipido que,
apesar de ser essencial às plantas e animais, não pode ser absorvido por esses
organismos na sua forma simples. Sobre as formas de absorção do nitrogênio pelas
plantas, marque, com um X, a alternativa INCORRETA:
2 Estima-se que a fixação biológica de nitrogênio (FBN) tenha uma contribuição global
para os diferentes ecossistemas da ordem de 258 milhões de toneladas de N por ano,
sendo que a contribuição na agricultura é estimada em 60 milhões de toneladas.
Sobre FBN, analise as afirmativas a seguir e marque, com X, a alternativa CORRETA:
155
Assinale a alternativa CORRETA:
156
Analise a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – V – F – F – V.
b) ( ) F – V – V – F – F.
c) ( ) V – F – V – F – V.
d) ( ) V – F – F – F – V.
a) ( ) V – V – F – F.
b) ( ) F – V – V – F.
c) ( ) V – F – V – F.
d) ( ) F – V – F – V.
157
158
UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
REGULADORES DO CRESCIMENTO VEGETAL
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmicos! Neste tópico, estudaremos os reguladores do crescimento
vegetal, iniciando pela conceituação, suas funções e propriedades. Ainda, detalharemos
os principais reguladores conhecidos e suas especificidades no desenvolvimento
vegetal.
159
2 REGULADORES DO CRESCIMENTO VEGETAL
A conceituação de reguladores do crescimento vegetal apresenta diferenças e
complementariedades aos fitormônios ou hormônios vegetais e estimulantes vegetais:
160
• NAA: Ácido naftaleno acético 2,4-D: é uma auxina sintética com diversos usos,
desde enraizamento de estacas até redução na queda de frutos.
• Ácido 2, 4-diclorofenoxiacético: da família dos herbicidas clorofenoxiacéticos,
herbicida hormonal do grupo fenoxiacético, com formulação à base de amina e
éster, utilizado no controle de invasoras dicotiledôneas.
• BA–6-benzilamino purina: citocinina sintética, usada para indução da brotação.
Provoca o crescimento das plantas, fixação de flores e estimula a divisão celular. Nas
folhas, regula o metabolismo; nos frutos, estimula a divisão celular e o crescimento.
• Cinetina–furfurilaminopurina: citocinina sintética, usada para o preenchimento de
vagens, indução a brotações e com outros reguladores ou nutrientes.
• Ethephon: Ácido 2-cloroetil-fosfônico: regulador vegetal e estimulante pertencente
ao grupo químico do ácido fosfônico. Acelera o amadurecimento das frutas.
Utilizado, ainda, para melhorar a coloração dos frutos e antecipar a colheita, com
efeitos benéficos sobre os atributos de qualidade dos frutos, como acidez, teor de
sólidos solúveis e firmeza da polpa.
2.1 FITORMÔNIOS
Fitormônios ou hormônios vegetais são compostos orgânicos sintetizados
e translocados nas plantas. Em baixa concentração, causam respostas fisiológicas
determinadas, como promoção ou inibição de processos metabólicos.
161
A importância ecológica dos hormônios vegetais está na sua função de
substância transdutora, como a emissão de um sinal que segue a percepção dos estímulos
ambientais. Assim, todas as partes da planta são informadas sobre situações específicas
do meio ou, até mesmo, a ocorrência em outras partes do vegetal, por meio da síntese ou
de mudanças de concentração de um ou mais fitormônios (LARCHER, 2000).
162
Os eventos que envolvem o modo de ação geral dos hormônios vegetais serão
descritos a seguir.
163
Como exemplo, podemos roteirizar uma situação na qual uma raiz percebe a
redução da umidade do solo, que configura a mudança do ambiente, ou seja, o sinal. Na
sequência, produz o hormônio ácido abscísico (ABA), por exemplo, é o seu mensageiro
primário. O mensageiro primário (ABA) é translocado para as folhas, nas quais altera a
concentração de mensageiros secundários, no caso, íons de cálcio (Ca2+) e inositol fos-
fato (IP3) no citosol das células-guardas. Assim, os mensageiros secundários amplificam
o sinal, provocando a turgidez e murchamento das células-guarda e, consequentemen-
te, o fechamento estomático como resposta final.
2.1.1 Auxinas
A descoberta da auxina data de 1926, por Charles Darwin, quando a substância
foi assim nominada com derivação do grego, “auxein”, que significa “crescer”. A primeira
auxina identificada na sua estrutura química, em 1930, foi o Ácido Indol-3-Acético
(AIA), que permanece como a auxina de maior importância para a fisiologia vegetal até
a atualidade. No decorrer das pesquisas, outras auxinas naturais foram descobertas,
como o Ácido Fenil-Acético e o Ácido 4-Cl –Indol-3-Acético.
164
FONTE: Jordán e Casaretto (2006, p. 4)
165
Quanto à localização, a auxina pode estar presente nas folhas, caule, raiz, frutos
e sementes, atuando como mediador de processos fisiológicos vitais e estruturais. Como
uma das principais funções desse fitormônio é, portanto, a regulação do crescimento
por alongamento de caules jovens e coleóptilos, é importante acrescentar, porém, que
baixos níveis de auxina são também necessários para o alongamento da raiz, embora
altas concentrações atuem inibindo o crescimento desse órgão (TAIZ; ZEIGER, 2004).
166
FIGURA 13 – MOVIMENTO DA AUXINA NA PLANTA E SUA REAÇÃO À LUZ
Quando uma planta é exposta à luz, a auxina tende a migrar para o lado
contrário, provocando o crescimento e alongamento das células no ambiente de menor
luminosidade, o que causa a curvatura do órgão vegetal (fototropismo). Em outra
reação, a auxina influencia, também, o geotropismo ou gravitropismo, que provoca o
crescimento do caule no sentido oposto ao da gravidade, embora, nessa ação, outras
substâncias se somam como agentes causais.
167
TABELA 2 – SÍNTESE DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES DAS AUXINAS
Características Descrição
Sintetizados, principalmente, a partir do triptofano, primariamente,
Sítios de
em primórdios foliares e folhas jovens, e em sementes em
biossíntese
desenvolvimento.
Transportado de célula para célula. O transporte para as raízes,
Transporte
provavelmente, é feito, também, pelo floema.
Alongamento celular, divisão celular, diferenciação de tecidos vas-
culares (estimulam a diferenciação de floema e xilema), formação de
Efeitos principais raízes (estacas, segmentos nodais etc.), tropismos (fototropismo e
geotropismo), dominância apical, senescência foliar (inibe), abscisão
de folhas e frutos (inibe ou promove via etileno), retardo do amadure-
cimento de frutos e florescimento (florescimento em bromeliáceas).
FONTE: Adaptado de Mello (2002)
2.1.2 Giberelinas
A descoberta da Giberelina aconteceu em 1926, ocasionalmente, pelo fisiologista
japonês E. Kurosawa, durante um estudo da “Bakanae”, uma doença que causa o crescimento
desordenado em espiral e a posterior queda de plântulas de arroz. A a causa do problema
era o fungo, Gibberella fujikuroi, responsável pela produção da giberelina, causadora dos
sintomas observados no arroz (MELLO, 2002). Em pesquisas posteriores, a substância foi
isolada e, aos compostos, foram dados os nomes de giberelina A e B. Somente na década
de 1950 que pesquisadores norte-americanos e ingleses entenderam, detalhadamente, a
estrutura do material purificado do fungo, e o denominaram de ácido giberélico (GA3).
168
A função de imediata associação às giberelinas é a promoção do crescimento
do caule e altura da planta, porém, as GAs executam importantes papéis, com uma
variedade de fenômenos fisiológicos.
Legenda: Da esquerda para a direita, ácido giberélico GA3, GA13 e GA4. As setas
marcam pequenas diferenças na estrutura química das giberelinas.
169
relacionados à tentativa de diminuir os custos de produção, usando diversas técnicas,
como seleção e manipulação genética dos microrganismos, otimização das condições
de cultura e de nutrientes, desenvolvimento dos novos processos fermentativos. Com
relação aos substratos utilizados, pode-se destacar o resíduo do processamento do
mexilhão (MPW) com sabugo de milho, farelo de trigo, glucose e farinha de arroz, casca
de café, casca de café e bagaço da mandioca, glucose e farinha de arroz, farelo de trigo
e amido solúvel, bagaço da mandioca e casca de arroz.
170
TABELA 3 – PRINCIPAIS AÇÕES DA GA3 E SEUS INIBIDORES NA PRODUÇÃO VEGETAL
Aplicação Ação/benefício
Bacillus subtilis Aumento da produção de α-amilase.
Estimula o alongamento do entrenó, maior produção de
Cana
biomassa da cana e açúcares.
Infecção das folhas de
Inibição dos esporangiosporos do parasita.
batatas por P.infestans
Conservação pós-
Manutenção da cor verde da casca.
colheita lima “Tahiti”
Aumenta o comprimento da haste do cacho de videiras,
favorecendo o crescimento dos frutos. Na mistura de
Produção de frutos benziladenina (uma citocinina) e GAs (GA4+GA7), provoca o
alongamento do fruto da maçã. Em frutos de citrus, provoca o
retardamento da senescência.
Acelera a hidrólise de reservas da semente pela indução da
Produção de cerveja
produção de enzimas hidrolíticas na camada de aleurona.
Germinação de Ativa o crescimento do embrião, hidrólise e mobilização de reser-
sementes vas do endosperma e quebra de dormência em algumas espécies.
Estabelecimento do Favorece o estabelecimento do fruto do crescimento inicial
fruto até a polinização.
Transição da fase
Regula a mudança do estágio juvenil para o adulto, e vice-versa.
juvenil para a adulta
Crescimento do caule Promove o crescimento internodal em muitas espécies vegetais.
Podem substituir dias longos ou frios, sendo capazes de
Iniciação floral e
substituir os estímulos ambientais para o florescimento em
determinação do sexo
algumas espécies.
Os retardantes do crescimento modificam a arquitetura da
planta, inibem o crescimento do ápice caulinar, reduzem o cres-
Inibidores da síntese cimento da altura, intensificam a pigmentação verde das folhas
de GA e o crescimento radicular, modificam a relação raiz/parte aérea
em favor do crescimento das raízes. Usados para a redução do
acamamento das plantas, crescimento das árvores, tolerância a
estresses ambientais e indução do florescimento.
FONTE: Adaptado de Universidade Federal do Ceará (2014)
171
Muitos fatores são importantes na manutenção da homeostasia hor-
monal, incluindo o balanço relativo entre a síntese e a desativação.
Parte da resposta de uma planta para a GA bioativa é diminuir a bios-
síntese de GA, estimulando a desativação para evitar o alongamento
excessivo do caule. A diminuição da biossíntese é atingida por regu-
lação negativa, inibição da expressão (regulação por retroalimentação
negativa, negative feedback regulation) de alguns dos genes GA20ox
e GA3ox, que codificam as duas últimas enzimas na formação da GA
bioativa. O aumento da desativação da GA também é importante para
a manutenção da homeostasia do hormônio, e é obtido por regulação
positiva (estímulo) na expressão de alguns genes GA2ox, que codificam
a enzima que desativa GA. A capacidade de GA, de promover a expres-
são de genes envolvidos na sua própria desativação, é denominada
regulação por feed-forward positiva (positive feed-forward regulation)
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2014, p. 239).
Além dos fatores ambientais, o metabolismo das GAs pode ser influenciado por
outros hormônios. Assim, a razão das GAs bioativas e o ABA, com a sensibilidade relativa
de tecidos diferentes a esses dois hormônios, podem ser um fator importante para a
regulação do metabolismo das giberelinas, considerando que o ABA pode atuar como
inibidor da biossíntese e evitar, por exemplo, um crescimento indesejado entre os nós da
planta. A inibição da biossíntese das giberelinas é uma ferramenta muito utilizada para
retardar os desenvolvimentos da altura nas plantas comerciais, redução de distância
entre nós do colmo, melhoria do aspecto foliar e precocidade de florescimento, entre
outras diversas ações desejáveis na produção vegetal.
Características Descrição
Sintetizados a partir do ácido mevalônico nos tecidos jovens de
Sítios de
brotos e em sementes em desenvolvimento e em menor concen-
biossíntese
tração nas raízes.
Transporte Transportados pelo floema e xilema.
Crescimento do caule, indução da germinação das sementes, indu-
Efeitos principais ção da produção das enzimas durante a germinação, crescimento
dos frutos, indução da masculinidade nas flores dioicas.
FONTE: Adaptado de Mello (2002)
2.1.3 Citocininas
Substância capaz de promover a divisão celular ou citocinese em vegetais. Descoberta
por pesquisadores da Universidade de Wisconsin, em 1956, a citocinina foi registrada em 1963,
pela descoberta da ocorrência da zeatina nas plantas Zea mays, a primeira citocinina de
ocorrência natural no reino vegetal (UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 2001).
172
Os estudos contemplaram, inicialmente, a descoberta da adenina, uma base
nitrogenada participante da molécula de DNA com efeito promotor da divisão celular. Na
mesma busca, identificou-se a cinetina, molécula que, na presença de auxinas, estimula
a proliferação de células em cultura de tecidos, com derivação da adenina.
173
Como citocininas sintéticas, há as principais, que são a cinetina e a benziladenina
(BA). Possuem uma cadeia lateral ligada ao N-6 da adenina, o que parece ser um
requisito estrutural de moléculas para ação, como a citocinina. Como exceções, algumas
moléculas com fraca atuação e, similarmente, compostos de modificações químicas no
anel da purina que competem pelo receptor das citocininas, capazes de bloquear a
ação. Nesse grupo de hormônios sintéticos, destacam-se, ainda, o clorfenuron (CPPU)
e o thidiazuron (TDZ).
174
Dessa forma, pela transferência do grupo IPP (precursor de citocinina) para
AMP, ADP ou ATP, tem início a biossíntese das citocininas, catalisadas pela enzima IPT.
Esta pode utilizar diferentes extratos, dependendo da espécie vegetal, e, pela reação,
obtém-se o ribotídeo isopentenil adenina (um grupo ribose e um, dois ou três grupos
fosfato). Esse produto é, então, convertido nas formas livres da citocinina, que podem
ou não ser catabolisadas (pela enzima oxidase) para compostos inativos, produzindo
adenina e derivados utilizados pela planta para regulação do hormônio. Na sucessão de
reações, os fatores influenciadores estão relacionados aos locais de síntese, às concen-
trações e às espécies vegetais.
IPT
CATABOLISMO
FONTE: Universidade Federal do Ceará (2014, p. 253)
175
NOTA
Os hormônios vegetais trabalham em paralelo em relação ao balanço hormonal.
Dessa forma, mesmo nos casos em que a resposta se dá pela aplicação de um
único hormônio, o tecido pode conter hormônios endógenos que contribuem
para a resposta final.
Características Descrição
A biossíntese acontece por modificações bioquímicas da adenina,
Sítios de que ocorrem nos meristemas radiculares (ápice da raiz) e sementes
biossíntese em desenvolvimento. Podem ser encontradas como substâncias
livres, ou associadas a açúcares, ao fósforo e RNAt.
São translocadas para o caule pelo xilema. A seiva xilemática,
Transporte
proveniente das raízes, é rica em citocininas.
Divisão celular, morfogênese, quebra da dominância apical, cresci-
mento dos brotos laterais, expansão foliar, retardo da senescência
Efeitos principais
foliar, abertura dos estômatos, desenvolvimento dos cloroplastos
(aumento do conteúdo da clorofila).
FONTE: Adaptado de Mello (2002)
2.1.4 Etileno
Único hormônio na forma de gás, o etileno foi observado, primeiramente, pelo
efeito causado pelo gás produzido na queima do carvão utilizado em lâmpadas nas ruas,
durante o século XIX, quando foi identificado que as árvores sob a luz desfolhavam mais
intensivamente. Ainda não se sabia que se tratava de um hormônio, porém, observou-
se que o gás era capaz de danificar os tecidos vegetais. Assim, em 1901, o etileno foi
identificado como componente responsável pelo efeito sobre os vegetais. Na busca
de mais informações, Dimitry Neljubovos e um grupo de pesquisadores observaram,
em laboratório, que plântulas de ervilha submetidas ao crescimento em ambiente sem
luz apresentaram aumento no crescimento lateral e anormalidade no crescimento
horizontal, a “tripla resposta” (redução do crescimento longitudinal, engrossamento do
sistema caulinar e mudança da orientação do crescimento vertical para o horizontal).
Quando o ar do mesmo laboratório era descontaminado, o crescimento normalizava.
Novamente, o etileno foi o componente do ar identificado como causador da anomalia
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2014).
176
O etino (C2H4), produzido em, praticamente, todos os vegetais, é um hormônio
vegetal volátil, que pode se difundir a partir das fontes endógenas e exógenas, biológicas
e não biológicas, desempenhando um papel fundamental no amadurecimento e
senescência dos frutos (VILAS BOAS, 2002). É considerado um composto orgânico
simples que, além de ser um produto natural do metabolismo das plantas, é produzido
em todos os tecidos vegetais das plantas superiores e por alguns microrganismos.
Considerado uma molécula simples, mais leve do que o ar, o etileno pode ser
facilmente oxidado para o óxido de etileno, que está factível à hidrolise para etileno glicol.
Em diferentes tecidos vegetais, o etileno pode ser completamente oxidado até CO2.
177
O aminoácido metionina é o precursor biológico do etileno em todas
as plantas superiores, e é convertido em etileno pela via da biossín-
tese que compreende dois passos com reações enzimáticas. Na pri-
meira reação, o S-adenosil-metionina (SAM) é convertido em ácido
1- carboxílico-1-aminociclopropano (ACC) pela ação da enzima ACC
sintetase (ACCS). O ACC é, então, metabolizado pela enzima ACCoxi-
dase (ACCO), por uma reação de oxidação que necessita de O2 e ferro,
e que é ativada pelo CO2 para produzir etileno. Outra importante rea-
ção é o chamado ciclo de Yang, que recupera o enxofre e ressintetiza
o SAM. Em alguns casos, o etileno regula sua própria produção, ge-
rando uma nova síntese de ACCS e ACCO. O ACC, precursor imediato
do etileno, pode ser convertido, ainda, em malonil-ACC, sob a ação
da enzima Nmaloniltransferase (NMT) e, então, transportado, nessa
forma, para os vacúolos (WINKLER et al., 2002, p. 634).
178
• É comum, também, o uso do Carbeto de Cálcio (conhecido, vulgarmente, como
“Carbureto”). Esse composto reage com a água e produz acetileno (C2H2) que, em
altas concentrações, pode atuar de forma semelhante ao etileno.
• A preservação de frutos climatéricos, estocados, também está associada ao etileno.
Um bom tempo de estoque pode ser obtido, controlando-se a atmosfera com baixas
concentrações de O2 e com baixas temperaturas, fatores que inibem a biossíntese
de etileno pelos frutos armazenados, ou com o uso das altas concentrações de CO2,
este que inibe a ação do etileno.
Características Descrição
Sítios de É sintetizado pela maioria dos tecidos vegetais em resposta ao
biossíntese estresse.
Transporte Move-se por difusão a partir do sítio de síntese.
Quebra de dormência (gemas e sementes), epinastia (curvatura da folha
Efeitos
para baixo resultante do crescimento desigual), floração (em algumas
principais
espécies), abscisão das folhas e frutos e amadurecimento dos frutos.
FONTE: Adaptado de Mello (2002)
179
O ABA está presente em fungos, briófitas, pteridofitas e vegetais superiores, e
pode ser detectado em todos os órgãos e tecidos vegetais, regiões meristemáticas, raiz,
caule, folhas, sementes e frutos. A síntese ocorre, em geral, em tecidos verdes, ou em
todos aqueles que contenham cloroplastos ou amiloplastos. Pode ser encontrado na
forma livre (citosol/plastídeos) ou conjugado com monossacarídeos. A estrutura química
do ABA se assemelha à porção terminal de algumas moléculas dos carotenoides.
Os 15 átomos de carbono do ABA formam um anel alifático com uma dupla ligação,
três grupos metil e uma cadeia lateral insaturada que possui um grupo carboxílico.
180
ácido mevalônico, localizada nos plastídios (no caso, o IPP é derivado
do piruvato + 3-fosfoglicerato). A zeaxantina (C40) é convertida
para violaxantina. Esta é convertida para 9’-cisneoxantina, o qual
é clivado para formar o xantoxal (C15), um composto formado por
15 átomos de carbono com propriedades químicas similares às do
ABA. A localização da clivagem da 9’-cis-neoxantina não é conhecida
(pode ocorrer no cloroplasto). Finalmente, o xantoxal é convertido
para ABA, via intermediário ABA-aldeído, no citosol (UNIVERSIDADE
FEDERAL DO CEARÁ, 2014, p. 275-276).
NOTA
A biossíntese e as concentrações do ABA podem variar muito em tecidos
específicos durante o desenvolvimento ou em resposta às mudanças das
condições ambientais. Nas sementes em desenvolvimento, por exemplo,
os níveis do ABA podem aumentar 100 vezes em poucos dias, chegando
a quantidades micromolares e, depois, decair para níveis muito baixos, à
medida que a maturação prossegue. Sob condições de estresse hídrico,
o ABA, nas folhas, pode aumentar 50 vezes dentro de quatro a oito horas
(TAIZ; ZEIGER, 2013).
181
TABELA 7 – SÍNTESE DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES DO ABA
Características Descrição
É sintetizado a partir do ácido mevalônico nas raízes e folhas
Sítios de maduras, principalmente, em resposta ao estresse hídrico. As
biossíntese sementes também são ricas em ABA, sendo, seu acúmulo, via
transporte das folhas ou produzido in situo.
É exportado a partir das raízes pelo xilema e a partir das folhas pelo
Transporte floema. Pode circular, indo para as raízes pelo floema e, em seguida,
retomando os brotos pelo xilema.
Fechamento de estômatos, dormência das gemas, senescência e
Efeitos principais
abscisão, indução da síntese das proteínas nas sementes.
FONTE: Adaptado de Mello (2002)
NOTA
Caros acadêmicos, entre os fitormônios, estão, ainda, os brassinosteroides,
considerados reguladores da expansão e do desenvolvimento celular. O
ácido salicílico é importante na floração e termogênese; os jasmonatos,
com efeitos semelhantes ao etileno e com grandes descobertas da sua
atuação na produção das proteínas de defesa das plantas contra pragas e
doenças; as poliaminas, ainda em discussão sobre sua caracterização, como
hormônios vegetais, porém, com importantes efeitos na permeabilidade
da membrana, nas interações com ácidos nucleicos, síntese das
macromoléculas, tamponamento do pH celular, entre outros aspectos da
morfogênese vegetal.
182
Considerando esses aspectos, é importante analisar as zonas, os órgãos, os
processos da atuação dos principais fitormônios vegetais e, consequentemente, das
substâncias sintéticas comerciais que visam potencializá-los ou inibi-los. Nesse sentido,
o exposto a seguir apresentará, de forma sintetizada, as principais zonas da atuação dos
principais fitormônios vegetais.
183
No aprimoramento das técnicas e possibilidades de uso dos reguladores
vegetais, surgiram os estimulantes vegetais, ou bioestimulantes, que, relembrando o
conceito registrado no início deste tópico, são a mistura de reguladores vegetais, ou
de um ou mais reguladores, com compostos de natureza bioquímica diferente, como
aminoácidos, nutrientes, vitaminas etc. (RAMOS, 2011).
184
LEITURA
COMPLEMENTAR
REGULADORES DE CRESCIMENTO PARA FRUTÍFERAS DE CLIMA TEMPERADO
INTRODUÇÃO
185
ácido abscísico, que ocorrem, naturalmente, em todas as plantas, e atuam em todos os
processos fisiológicos isoladamente ou em interações. Recentemente, as poliaminas, a
florigen, os brassinosteroides, o ácido salicínico e os jasmonatos vêm sendo considerados
um novo grupo de hormônios vegetais.
Diante das variações de uso e dos resultados, este livro tem, por objetivo,
divulgar os resultados obtidos no Brasil e informações da literatura internacional sobre
o uso de reguladores e seus aspectos fisiológicos relacionados aos diversos processos,
procurando mostrar informações que facilitem a compreensão das respostas obtidas.
186
1 HORMÔNIOS VEGETAIS E PRINCIPAIS REGULADORES DE CRESCIMENTO PARA
USO NA FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO
1.1 HORMÔNIOS
FONTE: PETRI, J. L.; HAVERROTH, F. J.; LEITE, G. B.; SEZERINO, A. A.; COUTO, M. Reguladores
de crescimento para frutíferas de clima temperado. Florianópolis: Epagri, 2016.
187
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
188
AUTOATIVIDADE
1 São funções principais dos reguladores de crescimento: promover, retardar ou inibir o
crescimento vegetativo e/ou o florescimento; aumentar a frutificação efetiva; provocar
o raleio dos frutos; aumentar o tamanho dos frutos; evitar a abscisão; controlar a
maturação e a senescência; promover o enraizamento; e quebrar a dormência
das sementes e gemas. Essas funções podem ser exercidas por bioestimulantes,
reguladores vegetais ou fitormônios. Sobre a conceituação dessas substâncias,
associe os itens, utilizando o código a seguir:
I- Bioestimulante.
II- Fitormônio.
III- Regulador vegetal.
a) ( ) I – II – III.
b) ( ) II – III – I.
c) ( ) III – II – I.
d) ( ) III – I – II.
189
IV- O etileno, mesmo em concentrações muito baixas, exerce efeito sobre o vegetal,
induzindo, como respostas fisiológicas, o amadurecimento e a senescência das
folhas e frutos.
V- O ABA age como regulador negativo do crescimento da parte aérea e do movimento
estomático. Ainda, atua na regulação da dormência das sementes.
a) ( ) V – V – F – F.
b) ( ) F – V – V – F.
c) ( ) V – F – V – F.
d) ( ) V – F – F – V.
4 O modo de ação dos hormônios vegetais possui agentes específicos, porém, também,
aspectos gerais, comuns a todos, que envolvem uma sequência de eventos: a
percepção do sinal; a via de transdução e amplificação do sinal; e a resposta final.
Sobre esses eventos, assinale, com X, a alterativa INCORRETA:
190
a) ( ) O modo de ação dos hormônios envolve a interação destes com um receptor
específico em sítios específicos, com concentrações consideradas extremamente
baixas, a partir das quais surgem diversos processos fisiológicos.
b) ( ) Os hormônios que são sintetizados pelas plantas, nutrientes inorgânicos, como
Ca2+ e K+, que causam importantes respostas para as plantas, também são
considerados hormônios.
c) ( ) Outras substâncias orgânicas sintetizadas pelas plantas, como sacarose,
aminoácidos, ácidos orgânicos, vitaminas etc., podem estar envolvidas no modo
de ação. Não se incluem no conceito de hormônio, pois são encontradas com
elevadas concentrações nas plantas.
d) ( ) Na transdução e amplificação do sinal, o complexo ativo hormônio-receptor
inicia uma série de eventos bioquímicos e moleculares que compõe a resposta
final. Esses eventos podem ser intermediados por mensageiros considerados
primários e secundários.
a) ( ) A AIA foi a primeira auxina descoberta, e foi a base para muitas auxinas
sintéticas, entre as quais estão o Ácido Indol-3- Propílico – AIP ou IPA; Ácido
Naftaleno Acético – ANA ou NAA, usado como herbicida seletivo; e o Ácido 2,4
diclorofenoxiacético – 2,4 D, usado como indutor do sistema radicular.
b) ( ) A auxina promove o crescimento através do alongamento celular, exercendo efeito
sobre a parede celular e, consequentemente, expansão celular, principalmente,
nas regiões dos meristemas secundários.
c) ( ) Quanto à localização, a auxina pode estar presente nas folhas, caule, raiz, frutos e
sementes, atuando como mediador de processos fisiológicos vitais e estruturais,
porém, em maior concentração nos tecidos em senescência.
d) ( ) O movimento da auxina é chamado de transporte polar, porque ele é sempre
unidirecional, do ápice dos meristemas para a base. Esse transporte polar requer
energia e não é influenciado pela gravidade.
191
192
UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS
PLANTAS
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, neste tópico, trataremos do crescimento e do desenvolvimento
vegetal, pontuando e discutindo as diversas etapas dos processos, desde a germinação
até a senescência, como forma de entender o complexo de ações fisiológicas
interdependentes que permite o desenvolvimento e a perpetuação das espécies
vegetais tão importantes para a cadeia alimentar.
NOTA
A ontogenia estuda o desenvolvimento do ser, vegetal ou animal, a partir
da célula-ovo ou zigoto até a formação definitiva. Soma dos processos de
crescimento e desenvolvimento, a chamada ontogênese.
193
2 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
Para o entendimento fundamental do processo de desenvolvimento vegetal,
são necessárias as conceituações de crescimento e desenvolvimento, considerando os
fatores e percepções envolvidos em cada termo e que designam os processos.
194
fitomassa, considerada, internacionalmente, como o método padrão para a estimativa da
produtividade biológica ou produtividade primária das comunidades vegetais. A medição
é feita, normalmente, pela massa seca, massa orgânica ou energia do material vegetal.
195
3 FISIOLOGIA DA GERMINAÇÃO
Diversos autores propõem divisões e discussões dos estádios do processo de
germinação da semente pelas interpretações dos eventos fisiológicos.
Embebição: fase da captação da água pela semente. A absorção da água faz com que
as sementes comecem a estourar, ativando as enzimas e aumentando a respiração das
células vegetais, que se duplicam.
Indução do crescimento: na fase, a absorção da água é reduzida, surgem novos
tecidos, e ocorre a ativação do metabolismo.
Crescimento do eixo embrionário: na fase, acontecem a ruptura do tegumento e a
expansão celular.
196
As monocotiledôneas e eudicotiledôneas apresentam diferenças básicas
estruturais em suas sementes, que compõem a sua própria denominação, a presença
de um ou dois cotilédones, respectivamente.
DICAS
Caro acadêmico, acesse http://portal.virtual.ufpb.br/biologia/novo_site/
Biblioteca/Livro_3/3-Biologia_e_sistematica_das_plantas_vasculares.pdf
e observe as principais diferenças morfológicas entre angiospermas e
gimnospermas. O texto foi elaborado pela professora Rita Baltazar de Lima.
Boa leitura!
197
Mesmo apresentando diferenças, as sementes podem ser vistas, funcionalmente,
pelas estruturas comuns, que, como já vimos, são tegumento, tecido de reserva e tecido
meristemático, cada um constituinte e com funções específicas.
Componentes Descrição/função
É o envoltório protetor da semente, originário dos tegumentos do óvulo.
Sua resistência, em geral, relaciona-se com a consistência do pericarpo.
Tegumento
Em algumas sementes, o tegumento é constituído por duas partes: a testa,
que é externa e espessa, e o tégmen, que é a parte interna, mais delgada.
Corresponde à nucela do óvulo, um tanto modificada depois da
Amêndoa fecundação. É protegida pelo tegumento, em geral, com duas partes:
embrião e albúmen.
É responsável pela origem do novo vegetal, quando há germinação
da semente. Pode ser considerado um vegetal em estado potencial,
com seus órgãos rudimentares representados pela radícula, caulículo
e gêmula. A radícula dá origem à raiz, o caulículo origina o colo ou nó
Embrião
vital (região de transição entre a raiz e o caule), a gêmula se respon-
sabiliza pelo desenvolvimento do caule e das folhas, e os cotilédones
são folhas modificadas que se traduzem em reservatórios de alimen-
tos, utilizados pelo vegetal nos primórdios do seu desenvolvimento.
É a reserva alimentar acumulada na semente, fora dos cotilédones.
Pode ser o amiláceo, tendo amido como componente principal,
Albúmen
os cereais, oleaginosos, com predominância dos lipídios, como a
mamona, córneo, quando se apresenta rígido, como o café.
Arilo É a estrutura que deriva do funículo (pedúnculo do óvulo) após a
fecundação, e envolve o óvulo parcial ou totalmente.
Estrutura mucilaginosa que envolve a testa da semente, que se torna
Sarcotesta
pulposa. Exemplo: mamão.
Hilo A cicatriz deixada pelo funículo na base da semente.
A parte do hilo que permanece unida ao tegumento, especialmente
Rafe
presente em óvulos anátropos (curvados).
198
Micrópila A cicatriz deixada pela micrópila do óvulo, geralmente, não visível a olho nu.
Estrutura carnosa, presente na extremidade micropilar da semente de
muitas Euphorbiaceae, resultante da proliferação de células do tegu-
Carúncula
mento externo. Além de atuar na dispersão, a carúncula tem papel na
germinação, por ser higroscópica e absorver água do solo para o embrião.
FONTE: Adaptado de Universidade Federal de Uberlândia (2007)
199
alimentares. Em outro ângulo, a composição química também é a responsável por
proporcionar nutrientes e energia necessária para as funções vitais da própria semente
e para a plântula na fase de germinação.
200
TABELA 9 – PRINCIPAIS RESERVAS ARMAZENADAS EM SEMENTES DE ESPÉCIES DE INTERESSE ECONÔMICO
201
São considerados os fatores externos ou extrínsecos da germinação mais
importantes no processo:
202
6 CONTROLE HORMONAL DA GERMINAÇÃO
O balanço hormonal é primordial para o desenvolvimento vegetal. Na etapa
da germinação, assume papel determinante, principalmente, para aquelas espécies
que necessitam da quebra de dormência da semente para desencadear o processo
germinativo. Como hormônios de maior ação no processo de germinação, destacam-se
as giberelinas, o ácido abscísico e a citocinina.
203
7 ESTÁGIOS DO PROCESSO GERMINATIVO
A germinação é um processo composto por três fases: embebição (Fase I),
ativação de processos metabólicos (Fase II) e iniciação do crescimento do embrião
(Fase III) (BORGHETTI, 2004). O período de tempo de duração de cada fase é
determinado por características da semente, como a permeabilidade do tegumento,
o tamanho da semente e demais propriedades morfofisiológicas e suas relações com
os fatores abióticos, considerando, principalmente, a temperatura, que influencia a
velocidade da absorção da água, a germinabilidade, a velocidade, a uniformidade da
germinação e as reações bioquímicas que determinam todo o processo.
204
O exposto anterior ilustra o processo de germinação e o desenvolvimento da
plântula da semente do feijão. Após a embebição e a ativação do metabolismo, ocorrem
o desenvolvimento do embrião, o rompimento dos tecidos internos e do tegumento e
a imersão da radícula, com posterior desenvolvimento dos cotilédones e imersão da
plântula. Os itens a seguir descreverão, de forma detalhada, as fases da germinação da
semente, com suas principais ações e funções:
Por sua vez, a iniciação do ciclo celular é dependente da nova síntese de ácidos
nucleicos (DNA e RNAs), de proteínas e enzimas que são essenciais à reativação celular
e, energicamente, dependentes da reativação da atividade respiratória do embrião.
205
Fase III: iniciação do crescimento do embrião com a retomada do ciclo celular,
com a ativação de parte dos processos da biossíntese, que atuam para a recuperação
de membranas, material genético e proteínas. Após todos os processos metabólicos e
sintéticos iniciados, a indução do crescimento começa com a translocação de reservas
para os pontos de crescimento, radícula e caulículo. Essas estruturas são originárias do
embrião da semente, cujas células começam a se expandir e a se dividir. Geralmente, a
radícula é a primeira estrutura do embrião a ficar saliente. Paralelamente ao crescimento
do embrião, ocorrem a digestão das reservas armazenadas e a translocação dos produtos
para os locais de crescimento. A digestão das reservas significa transformar compostos
insolúveis em solúveis, sendo, fundamental, a atuação das enzimas no processo. Esses
compostos solúveis são assimilados pelo embrião, dando início à formação das primeiras
estruturas da planta, até a formação da plântula, assim considerada quando a maior parte
dos compostos necessários para o desenvolvimento ainda é oriunda dos cotilédones, ou
seja, quando mais de 50% dos cotilédones ainda estão presentes e funcionais.
8 VERNALIZAÇÃO E CONSEQUÊNCIAS
A vernalização relaciona temperatura e fotoperíodo, dois fatores que exercem
determinante influência no desenvolvimento vegetal. Como técnica, é preciso expor,
sementes hidratadas ou plântulas, a baixas temperaturas, não congelantes, como
forma de tornar a planta menos exigente a baixas temperaturas e fotoperíodo. A
faixa de temperatura ideal para a vernalização e o tempo de exposição dependem da
morfofisiologia de cada espécie vegetal. De maneira geral, a técnica possibilita a redução
do período de tempo de desenvolvimento até a floração.
206
A vernalização, como tratamento artificial, permite o cultivo de espécies em
regiões onde as condições de temperatura e luz não são naturalmente adequadas, com
aumento da resistência ao frio e redução do ciclo produtivo até a floração.
9 DORMÊNCIA E QUIESCÊNCIA
Além de haver o genoma da espécie, as sementes estão susceptíveis aos
estímulos do ambiente durante ou após sua completa formação como órgão vegetal
ligado à planta-mãe, este que pode ser analisado com a própria adaptação aos estímulos
do ambiente para a sequência da sobrevivência da espécie. Nesse sentido, a dormência
das sementes representa uma habilidade da espécie que pode garantir sua perpetuação
e sobrevivência.
207
Quando conhecidos a forma e os componentes da dormência, podem ser
aplicados alguns mecanismos capazes de superá-la, que podem ser naturais ou
artificiais, como o uso da escarificação mecânica, imersão em ácidos, imersão em água
fervente, imersão em água quente, exposição a temperaturas específicas etc. A quebra
da dormência possibilita a germinação e, em algumas espécies, pode reduzir ou adaptar
os ciclos produtivos.
10 LONGEVIDADE DA SEMENTE
A longevidade da semente é uma característica de cada espécie vegetal
que está, também, relacionada a fatores externos de exposição e/ou conservação.
A conservação das sementes assume um caráter de grande importância para a
manipulação das espécies, para a produção agrícola, seja para o consumo da própria
semente como parte da alimentação humana ou animal, seja como fundamento do
cultivo das espécies. Nas duas formas de uso das sementes, é necessário considerar
a relação entre armazenamento e manutenção da qualidade, fortalecendo o termo e a
busca da longevidade.
Dessa forma, “a longevidade das sementes pode ser definida como o período
máximo que uma semente permanece viável em função do tempo de armazenamento,
quando realizado em condições ambientais favoráveis” (SANTOS, 2018, p. 23). O mesmA
Autora afirma que, biologicamente, a longevidade das sementes é uma relação direta da
capacidade que a semente possui de estabilizar seu sistema ao longo do tempo, por meio
da suspensão das suas atividades metabólicas, retardando as reações de deterioração.
208
A constituição química da semente, o estádio de maturação, a viabilidade inicial,
a umidade e a temperatura do ar e o grau de infecção por microrganismos e insetos
são alguns dos fatores que influenciam a longevidade, perfazendo uma gama mista de
fatores internos e externos.
11 JUVENILIDADE DA PLANTA
A juvenilidade sucede a germinação. A fase da plântula, no gradiente de desen-
volvimento vegetal, é caracterizada pelo rápido crescimento vegetativo, e tem, como
função biológica, assegurar as condições morfofisiológicas para a função reprodutiva.
209
Condições que retardam o crescimento, como deficiências minerais,
intensidade luminosa baixa, estresse hídrico, desfolhamento e
temperatura baixa, tendem a prolongar a fase juvenil ou, até mesmo,
causar reversão para juvenilidade de caules adultos. Por outro
lado, condições que promovem o crescimento vigoroso aceleram a
transição para a fase adulta (TAIZ et al., 2017, p. 593).
12 CINÉTICA DO CRESCIMENTO
O crescimento vegetal está relacionado a uma série de fatores que antecede
toda a fase da juvenilidade, e outros que atuam, de forma mais específica, nessa fase,
como a disponibilidade de nutrientes no solo, o balanço hormonal da planta e os fatores
ambientais. A luminosidade parece assumir importância diferenciada com o ritmo
circadiano de cada espécie:
210
Diante do grande número de variáveis envolvidas no processo de crescimento
vegetal, produzir um parâmetro numérico que possa expressá-lo em função do tempo
é um desafio constante e particular ao universo das variáveis em questão. Assim, um
modelo possível é aquele que considera a cinética do crescimento e todas as forças e
mudanças desse movimento.
FONTE: <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-87052005000400009>.
Acesso em: 3 ago. 2020.
211
13 TIPOS DE JUVENILIDADE
A juvenilidade de um organismo vegetal pode ser quantitativa, quando a planta
está apta para o crescimento, necessitando, apenas, de um estímulo externo, para
que o fenômeno ocorra, ou qualitativa, quando a planta não está apta para a floração,
independentemente de qualquer estímulo externo. Embora a fase juvenil esteja quase
sempre relacionada à incapacidade de produzir flores, a floração, não é, em alguns
casos, o melhor parâmetro para indicar o fim da juvenilidade ou o início da maturidade,
pois mesmo plantas que completam sua fase juvenil podem não florescer, pela razão de
não disporem de condições ambientais adequadas.
14 FITOCROMO E FLORAÇÃO
As plantas respondem a estímulos luminosos, convertendo luz em substra-
to para o seu próprio desenvolvimento. Essas respostas ocorrem pela capacidade de
percepção desses estímulos, feita por meio de fotorreceptores. Os fotorreceptores são
diferentes pigmentos que promovem respostas fotomorfogênicas, sendo, os mais im-
portantes, aqueles que absorvem as luzes vermelha e azul, e estão relacionados às
células-guarda e ao fotoperiodismo. O fotorreceptor envolvido no fotoperiodismo é o
fitocromo, uma proteína de cor azul-esverdeada que influencia, diretamente, nos pro-
cessos de floração. Fotorreceptores são:
212
O fitocromo possui diferentes funções ecológicas, como a recepção dos estímu-
los luminosos, que medeiam o fotoperiodismo das plantas e são determinantes para o
processo de floração. A capacidade de absorver a luz solar nos dois comprimentos de
onda permite que, durante o dia, as plantas apresentem duas formas de fitocromos (Pr
e Pfr), com predominância do fitocromo Pfr. Durante o período noturno, o fitocromo Pfr,
mais instável, converte-se, espontaneamente, em fitocromo Pr. Se o período de escuri-
dão for longo, essa conversão pode ser total, e a planta, ao fim do período de escuridão,
pode apresentar, apenas, o fitocromo Pr. A capacidade é chamada de fotorreversibilidade,
e atua em função da fisiologia das plantas, com características de dias curtos e longos.
• Fotoperiodismo
213
Como respostas das plantas ao controle do fotoperiodismo e dos ritmos circa-
dianos, estão a iniciação do florescimento, a reprodução assexual, a formação de órgãos
de reserva e a indução de dormência (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2012).
• Estado fotoestacionário
214
modo similar, a pouquíssima quantidade de luz vermelho distante
absorvida pelo Pr torna, impossível, a conversão completa do Pfr
em Pr pela luz vermelho distante de espectro amplo. Em vez disso, é
atingido um equilíbrio de 98% de Pr e de 2% de Pfr. Esse equilíbrio e
denominado de estado fotoestacionário (TAIZ; ZEIGER, 2017, p. 453).
A indução floral é a primeira fase da floração, e refere-se aos eventos que sinalizam,
à planta, a alteração do programa de desenvolvimento. Na indução, o meristema caulinar
se reestrutura para produzir um primórdio floral. O processo ocorre, principalmente,
nas folhas, podendo, também, dar-se em outros órgãos. Diferentes fatores atuam,
simultaneamente, para sinalizar e concretizar a indução, sejam endógenos, como o
estado nutricional, os teores hormonais e os ritmos circadianos, sejam ambientais, como
o fotoperíodo, a irradiação, a temperatura e a disponibilidade de água.
215
FIGURA 23 – FORMAÇÃO DAS FLORES D. CAROTA SUBSP. HALOPHILUS IN VITRO
Legenda: Formação das flores in vitro. a) Aspecto de um meristema de inflorescência (mi): são visíveis vá-
rios meristemas florais (mf) em formação. b) Flores com diferenciação, sendo notórios os diferentes órgãos
florais em formação: c-carpelos, a-anteras e p-pétalas. c) e d) Fases mais adiantadas da diferenciação floral
em que os órgãos florais estão já diferenciados: c-carpelos, a-anteras e p-pétalas.
216
• Pigmentos das flores
• Frutificação
217
É importante relembrar os aspectos botânicos da formação das flores. Estão
presentes os componentes básicos para a formação dos frutos em espécies sexuadas e os
dois indivíduos haploides inteiramente separados, chamados de gametófitos masculino
e feminino, que produzem as verdadeiras estruturas sexuais das angiospermas.
218
ou fisiológicos direcionados a impedir a autogamia e a posterior autofecundação. Como
mecanismos, é possível citar a autoesterilidade, a heteromorfia ou heterostilia, dicogamia
e hercogamia. Esses esforços evolutivos visam garantir o cruzamento de genomas, o
vigor, a diversidade e a adaptabilidade genética proporcionada pela polinização cruzada.
DICAS
Caro acadêmico, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=cgqEhGN1Qvo.
Você poderá assistir ao documentário da vida das plantas, contendo
detalhes e curiosidades da morfologia das flores e da polinização. Confira!
219
Os frutos podem ser partenocárpicos, sem a presença de sementes (sem
fecundação ou por aborto do embrião antes da maturidade). O processo também pode
ser alcançado pela manipulação de reguladores do crescimento e por condições do
ambiente, como baixas temperaturas, altas intensidades luminosas e fotoperíodo.
DICAS
Acadêmicos, a publicação da Universidade Federal de Uberlândia, dispo-
nível em http://www.anatomiavegetal.ib.ufu.br/pdf-recursos-didaticos/mor-
fvegetalorgaFRUTO.pdf, apresenta detalhes da classificação e diferenciação
de frutos. Boa leitura!
220
Com o estabelecimento do fruto e a contínua expansão do ovário, ocorre o
processo de maturação, que permanece até o ponto de crescimento final, quando o
órgão atinge o ápice do desenvolvimento. O amadurecimento é mais observado nos
frutos carnosos, nos quais promove mudanças que os tornam atraentes e prontos para
o consumo. De maneira geral, as mudanças são referentes à coloração, amolecimento,
hidrólise do amido, acumulação de açúcares, produção de compostos do aroma e
desaparecimento de ácidos orgânicos e compostos fenólicos, incluindo os taninos. Para
os frutos secos, não há um processo de amadurecimento propriamente observado,
porém, possuem genes específicos que controlam a deiscência.
• Senescência
Assim como a necrose, a senescência leva à morte dos tecidos atingidos, porém,
é diferente da necrose, que se relaciona, especificamente, com a morte ocasionada
por dano físico, venenos ou outros impactos externos. Corresponde a um processo
específico com transformações deletérias no organismo.
Morte celular programada (MCP): é uma denominação geral referente à morte geneti-
camente regulada de células individuais. Durante a MCP, o protoplasma e, às vezes, a pa-
rede celular, sofrem autólise. A MCP é um aspecto essencial do desenvolvimento normal
da planta, mas também pode ser induzida em resposta aos estresses abiótico e biótico.
221
Senescência de órgãos: refere-se à senescência de folhas inteiras, ramos, órgãos
de flores ou de frutos e ocorre em vários estágios dos desenvolvimentos vegetativo
e reprodutivo. Geralmente, inclui a abscisão do órgão senescente, sendo fortemente
influenciada pelo fotoperíodo e pela temperatura. Pode ser induzida com o uso de
reguladores vegetais e outras práticas agrícolas.
Senescência da planta inteira: envolve a morte de toda a planta. Em termos de
tempo, é muito mais variável, pois pode variar desde poucas semanas até dezenas e
centenas de anos.
• Fisiologia pós-colheita
222
Alguns fatores assumem a determinação do processo, como a taxa de respira-
ção, a característica de maturidade fisiológica e climatério, as práticas adotadas durante
todo o desenvolvimento do vegetal, pré-colheita e colheita, além dos mecanismos uti-
lizados na pós-colheita, seja para remoção, acondicionamento, conservação, embala-
gem e distribuição.
• Perecibilidade
223
TABELA 10 – PRINCIPAIS CAUSAS E MEIOS DE CONTROLE DE PERDAS EM PRODUTOS PERECÍVEIS DE
ORIGEM VEGETAL
Frutos Climatéricos: são frutos que, mesmo depois de colhidos, apresentam alta taxa
respiratória. Esses frutos, como consequência, continuam amadurecendo. Por causa
disso, também são muito perecíveis e precisam de cuidados para o armazenamento,
além de um rápido transporte até o consumidor, para diminuição das perdas. São
exemplos de frutos climatéricos: maçã, abacate, figo, kiwi, nectarina, pêssego, tomate,
ameixa, damasco, banana, jaca, manga, mamão, pera e melancia.
Frutos não climatéricos: são frutos que, depois de colhidos, têm uma baixa taxa res-
piratória, por isso, não seguem amadurecendo. Devem ser colhidos já maduros, e alguns
são mais fáceis de transportar, além de possibilitar transporte a distâncias maiores. Exem-
plos: amora-preta, cereja, uva, lima, laranja, abacaxi, tangerina, framboesa e morango.
• Controle de maturação
224
O manejo da maturação dos frutos pode ser realizado por meio do uso de
estratégias que reduzem a formação do etileno, entre outras que serão descritas a
seguir, que podem ser aplicadas para induzir a maturação ou retardar.
DICAS
Você pode acessar o Capítulo 13, do Livro de Anatomia Vegetal, através do
seguinte link: http://twixar.me/S2Wm. No material, você poderá relembrar as
estruturas e funções básicas da flor como órgão reprodutivo. Bons estudos!
225
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
226
• A polinização ocorre com a deposição do grão de pólen sobre o estigma do pistilo. A
locomoção do pólen pode acontecer de diferentes maneiras: pelo vento, por insetos,
artificialmente ou, ainda, de maneira natural, por autofecundação.
227
AUTOATIVIDADE
1 O primeiro estádio do processo de germinação está na polinização, seguido da divisão
celular, fecundação do óvulo e a dessecação ou não das sementes antes da dispersão.
Sobre o processo, classifique V para as sentenças verdadeiras e, F, para as falsas:
a) ( ) V – V – F – F – V.
b) ( ) F – V – V – F – F.
c) ( ) V – F – F – F – V.
d) ( ) V – F – F – V – F.
228
III- Em relação à luminosidade, é correto observar que ocorre uma ampla variação das
respostas germinativas das sementes, podendo ser inibida ou promovida a germinação
da semente, correlativamente, com a temperatura e o tempo de exposição.
IV- As probabilidades de germinação da semente são relacionadas, exclusivamente, a
fatores internos, sem relações com outros fatores, como solo e manejo.
229
c) ( ) A duração crítica ou fotoperíodo crítico é o tempo-limite que a planta pode
ficar exposta ao fator luminoso sem que ocorra a inibição ou indução do evento
fisiológico.
d) ( ) A sensibilidade ao fotoperíodo deve ser considerada, também, em relação à
latitude do local de cultivo pretendido: quanto mais próximo da linha do Equador,
menor é a amplitude do fotoperíodo ao longo do ano.
a) ( ) V – V – F – F – V.
b) ( ) F – F – V – F – V.
c) ( ) V – F – V – F – F.
d) ( ) V – F – F – V – V.
230
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