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Psicologia Aplicada

Profª . Paula Alessandra de Souza Mantilla Giehl


Criminologia
• A criminologia é uma ciência empírica que se baseia na observação,
nos fatos e na prática, mais que em opiniões e argumentos, é
interdisciplinar e não só se ocupa do crime, senão também do
delinquente, da vítima e do controle social do delito.

• Como interdisciplinar, por sua vez é formada por outra série de


ciências e disciplinas, tais como a biologia, a psicopatologia, a
sociologia, política etc.
• Já existiram várias tendências causais na criminologia. Baseado em
Rousseau, a criminologia deveria procurar a causa do delito na
sociedade, baseado em Lombroso, para erradicar o delito deveríamos
antes, encontrar essa eventual causa no próprio delinquente, e não no
meio.
• Hoje em dia fala-se no elemento biopsicossocial.
• Interessa ao criminólogo as causas e os motivos para o fato delituoso.
Normalmente ele procura fazer um diagnóstico do crime e uma
tipologia do criminoso, assim como uma classificação do delito
cometido. Essas causas e motivos abrangem desde avaliação do
entorno prévio ao crime, os antecedentes vivenciais e emocionais do
delinquente, até a motivação pragmática para o crime.
Tipos Característicos
• Assassinos em Série

• Os Assassinos em Série (serial killers) são uma capítulo à parte na


criminologia e uma dificuldade para a psiquiatria, uma vez que não se
encaixam em nenhuma linha do pensamento específica. Esses casos
desafiam a psiquiatria e acabam virando um duelo entre promotoria e
defesa sobre a dúvida de ser, o criminoso, louco, meio louco, normal,
anormal, etc. Do ponto de vista criminológico, quando um assassino
reincide em seus crimes como mínimo em três ocasiões e com um
certo intervalo de tempo entre cada um, é conhecido como assassino
em série.
• A diferença do assassino em massa, que mata a várias pessoas de uma só vez e
sem se preocupar pela identidade destas, o assassino em série elege
cuidadosamente suas vítimas selecionando a maioria das vezes pessoas do mesmo
tipo e características. Aliás, o ponto mais importante para o diagnóstico de um
assassino em série é um padrão geralmente bem definido no modo como ele lida
com seu crime. Com frequência eles matam seguindo um determinado padrão, seja
através de uma determinada seleção da vítima ou de um grupo social com
características definidas, como p. ex. as prostitutas, homossexuais, policiais etc.
• As análises dos perfis de personalidade estabelecem, como estereotipo dos
Assassinos em Série (evidentemente aceitando-se muitas exceções), homens
jovens, de raça branca, que atacam preferentemente as mulheres, e que seu
primeiro crime foi cometido antes dos 30 anos. Alguns têm sofrido uma infância
traumática, devida a maus tratos físicos ou psíquicos, motivo pelo qual têm
tendência a isolar-se da sociedade e/ou vingar-se dela.
• Estas frustrações, ainda segundo análises de estereótipos, introduzem
os Assassinos em Série num mundo imaginário, melhor que seu real,
onde ele revive os abusos sofridos identificando-se, desta vez com o
agressor. Por esta razão, sua forma de matar pode ser de contato direto
com a vítima: utiliza armas brancas, estrangula ou golpeia, quase
nunca usa arma de fogo. Seus crimes obedecem uma espécie de ritual
onde se misturam fantasias pessoais com a morte.
• A análise do desenvolvimento da personalidade desses assassinos
seriais geralmente denunciam alguma anormalidade importante. Atos
violentos contra animais, por exemplo, têm sido reconhecidos como
indicadores de uma psicopatologia que não se limita a estas criaturas.
Segundo o cientista humanitário Albert Schweitzer, "quem quer que
tenha se acostumado a desvalorizar qualquer forma de vida corre o
risco de considerar que vidas humanas também não têm importância".
• Também Robert K. Resler, que desenvolveu perfis de Assassinos em
Série para o FBI, "assassinos frequentemente começam por matar e
torturar animais quando crianças". Estudos têm agora convencido
que atos de crueldade contra animais podem ser o primeiro sinal de
uma patologia violenta que poderá incluir, no futuro, seres humanos.

• Veja alguns exemplos de assassinos seriais famosos que torturavam


animais.
• Patrick Sherrill, que matou quatorze pessoas em uma agência de
correios e depois atirou em si mesmo, roubava animais de estimação
para que seu próprio cão pudesse atacá-los e mutilá-los.
• Earl Kenneth Shriner, que estuprou, esfaqueou e mutilou um garoto
de sete anos de idade, era conhecido na vizinhança como o homem
que costumava pôr explosivos em ânus de cães e estrangular gatos.
• Brenda Spencer, que abriu fogo em uma escola de San Diego,
matando duas crianças e ferindo outras nove, frequentemente
maltratava gatos e cachorros, geralmente ateando fogo em suas
caudas.
• Albert De Salvo, o "Estrangulador de Boston", que matou treze
mulheres, em sua juventude aprisionava gatos e cães em engradados
de laranja para depois lançar flechas contra as caixas.
• Carroll Edward Cole, executado por cinco dos trinta e cinco
assassinatos dos quais foi acusado, disse que seu primeiro ato de
violência quando criança foi estrangular um filhote de cão.
• A eventual insanidade, frequentemente alegada na tentativa de
absolver o Assassino Serial, quase nunca é constatada de fato pela
psiquiatria pois, o fato do assassino ser portador de algum transtorno
de personalidade ou parafilia não faz dele um alienado mental.
• Quando capturados costumam simular insanidade, alegando múltiplas
personalidades, esquizofrenia ou qualquer coisa que o exima de
responsabilidades mas, na realidade, aproximadamente apenas 5%
dos Assassinos em Série podem ser considerados mentalmente
doentes no momento de seus crimes.
• Para facilitar o entendimento, academicamente podemos dizer que o
Assassino Serial psicótico atuaria em consequência de seus delírios e
sem crítica do que está fazendo, enquanto o tipo psicopata atua de
acordo com sua crueldade e maldade.
• O psicopata tem juízo crítico de seus atos e é muito mais perigoso,
devido à sua capacidade de fingir emoções e se apresentar
extremamente sedutor, consegue sempre enganar suas vítimas.
• O psicopata busca constantemente seu próprio prazer, é solitário,
muito sociável e de aspecto encantador. Ele age como se tudo lhe
fosse permitido, se excita com o risco e com o proibido. Quando
mata, tem como objetivo final humilhar a vítima para reafirmar sua
autoridade e realizar sua autoestima. Para ele, o crime é secundário, e
o que interessa, de fato, é o desejo de dominar, de sentir-se superior.
• Evidentemente que o Assassino Serial não é uma pessoa normal,
mesmo porque esse conceito é muito vago, passa pelo critério
estatístico (estatisticamente não-normais) mas isso não significa
obrigatoriamente que ele não tem consciência do que faz. A maioria
dos Assassinos Seriais é diagnosticada como portadora de Transtorno
de Personalidade Antissocial (sinônimo de Dissocial, Psicopata,
Sociopata). Embora esses assassinos possam não ter pleno domínio no
controle dos impulsos, eles distinguem muito bem o certo do errado,
tanto que querem sempre satisfazer seus desejos sem correr riscos de
serem apanhados.
• Quanto à sua forma de atuar, os Assassinos em Série se dividem em
organizados e desorganizados. Organizados são aqueles mais astutos e
que preparam os crimes minuciosamente, sem deixar pistas que os
identifiquem. Os desorganizados, mais impulsivos e menos calculistas,
atuam sem se preocupar com eventuais erros cometidos.
• Uma vez capturados, os Assassinos em Série podem confessar seus crimes, às
vezes atribuindo-se a característica de serem mais vítimas que aquelas que, na
realidade, assassinaram, de terem personalidades múltiplas, estarem possuídos etc.
• Como no resto do mundo, a maioria dos Assassinos em Série no Brasil são
homens, brancos, tem entre 20 e 30 anos, vieram de famílias desestruturadas,
sofreram maus-tratos ou foram molestados quando crianças.
• As mulheres assassinas em série representam apenas 11% dos casos e, em geral,
são muito menos violentas que os assassinos masculinos e raramente cometem um
homicídio de caráter sexual. Quando matam, não costumam utilizar armas de fogo
e raramente usam armas brancas, sendo a preferência os métodos mais discretos e
sensíveis, como por exemplo o veneno. Elas costumam ser mais metódicas e
cuidadosas que os homens.
• Normalmente as mulheres assassinas planejam o crime meticulosamente e de uma
maneira sutil, se apresentando como verdadeiros quebra-cabeças aos
investigadores. Essa peculiaridade inteligente faz com que possa passar muito
tempo antes que a polícia consiga identificar e localizar a assassina.
• Assassinos Sádicos
• A palavra sadismo deriva de um personagem francês que viveu entre 1740 e 1814,
o Marquês de Sade. Diz a história que Sade, uma vez, contratou os serviços de
uma prostituta, a quem infligiu pequenos cortes na pele e introduziu neles cera
quente pelo simples fato de obter prazer.
• Sade justificou este ato dizendo que o homem era um ser egoísta por natureza, e só
atuando egoisticamente poderia chegar a ser sincero, e o melhor que poderia fazer
um homem sincero, era seguir um estilo de vida de libertinagem criminal.
• Estas ofensas, digamos, morais, levaram Sade à prisão durante 13 anos, durante os
quais o Marquês só pode levar a cabo as estripulias sexuais em sua imaginação.
Durante esse tempo, se dedicou a escrever suas elucubrações em vários tratados,
os quais chegaram a ser muito populares. Entre esses escritos os mais afamados
foram "Os 120 dias de Sodoma", "Justine", "Historia de Juliette".
• Os textos do marquês marcaram de tal maneira a literatura, que o nome de Sade
serviu para derivar na expressão sádico, atribuída à pessoa que obtém um certo
prazer erótico realizando atividades que ocasionam dor ou sofrimento a outros.
• O objetivo do sádico não é, necessariamente, obtenção do prazer pela
agonia do outro. O desejo de infligir dor não é a essência do sadismo,
mas o impulso de exercer domínio absoluto sobre o outro, convertê-lo
num objeto impotente da vontade do sádico. Por essa razão, o
objetivo mais importante é conseguir que sofra, posto que não há
maior poder sobre outra pessoa que o de infligir lhe dor."
• Há quem chame esses criminosos como Assassinos Sexuais Seriais,
outros preferem a denominação de parafilia sádica recorrente.
Obrigada!

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