Atividades Indígenas No Brasil Colonial

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COLÉGIO ESTADUAL OSÓRIO RODRIGUES CAMARGO.

Bimestre: 4 º Série: 8º ano Turma: 2022


Professor (a): Ana Paula
Disciplina:
Estudante:

INDÍGENAS NO BRASIL COLONIAL

Ao longo de todo o período colonial, os índios


foram enquadrados no universo legal português como
súditos da Coroa. O enquadramento valia tanto para os
que acabaram classificados na legislação como “índios
mansos” como para aqueles que não aceitavam viver
pacificamente ao lado dos portugueses, os “índios
bravios”. Ao longo do período colonial, graças
especialmente aos esforços dos padres jesuítas, foram
sendo reconhecidos tanto o direito à liberdade dessas
populações como a necessidade de um estatuto
especial para garantir-lhes alguns direitos.
Depois de idas e vindas, acabou sendo encontrada
a fórmula da tutela especial do Estado sobre os nativos, capaz de assegurar-lhes direitos como a posse das terras
que ocupavam ou a manutenção de seus costumes nas aldeias.
A Constituição de 1824 muda esta situação. A partir dela, os índios se tornam cidadãos brasileiros com os
mesmos direitos e obrigações de todos os outros. Esta não é uma solução comum na época; nos Estados Unidos,
por exemplo, o texto constitucional considera os índios como habitantes de outras nações, embora enquadre o
território que ocupam como parte daquele do país. Mas apesar da maior inclusão jurídica no Brasil, a
constitucionalização das relações entre habitantes – agora cidadãos – traz consequência semelhante nos dois
casos.
O enquadramento dos índios brasileiros como cidadãos é uma fórmula para anular totalmente seus direitos
tradicionais, inclusive aqueles sobre terras que eventualmente ocupem. Esta fórmula permite a aceleração do
avanço sobre o espaço ocupado pelos nativos, já que não há mais qualquer limitação jurídica para ele. Ao
contrário, para ter direitos sobre terras, agora os nativos precisam pedir o registro de posse segundo as praxes
da lei.
Neste sentido, o projeto de José Bonifácio sobre a civilização dos índios apresentado na primeira
Constituinte, é uma tentativa de salvaguardar os direitos tradicionais dos nativos, recolocando o instituto da
tutela do Estado tanto para o reconhecimento dos direitos tradicionais como redimensionando seu papel como
agente responsável pelo controle das relações com os demais cidadãos. Mas nem esta, nem outras tentativas de
controle vão adiante, e a situação jurídica dos índios no período imperial se torna ainda mais precária que nos
tempos coloniais.

POLÍTICA INDIGENISTA

Chamamos de política indigenista as iniciativas formuladas pelas diferentes esferas do Estado brasileiro a
respeito das populações indígenas. A política indigenista é orientada pelo indigenismo, conjunto de princípios
estabelecidos a partir do contato dos povos indígenas com a sociedade nacional. Política indigenista e
indigenismo são categorias históricas, noções empregadas essencialmente no século 20. A categoria
indigenismo deve ser referida, preferencialmente, às diretrizes vitoriosas no 1º Congresso Indigenista
Interamericano, realizado, no México, em 1940. Aí foram formulados os princípios e metas transformados em
práticas - ou políticas indigenistas - pelos países do continente americano.
No Brasil, desde o século 16, existem instrumentos legais que definem e propõem uma política para os índios,
fundamentados na discussão da legitimidade do direito dos índios ao domínio e soberania de suas terras. Esse
direito - ou não - dos índios ao território que habitam está registrado em diferentes legislações portuguesas,
envolvendo Cartas Régias, Alvarás, Regimentos etc.
No período colonial, a política para os índios envolveu extremos - das guerras justas, descimentos e
escravização de índios e esbulho de terras às ações missionárias nos Sete Povos das Missões. Já a legislação
imperial não é benéfica aos índios, seja pelo Regulamento das Missões de 1845, a lei de terras de 1850 ou as
decisões contrárias aos índios de várias Assembleias Provinciais. No século 19, a política para os índios foi
marcada pela remoção e reunião de aldeias.
Com o advento da República e a criação do Serviço de Proteção aos Índios (SPI), foram estabelecidos ou
reforçados alguns princípios indigenistas, voltados para a prevenção de qualquer coerção ou violência aos
índios, o respeito às instituições e valores indígenas e a garantia à posse de suas terras. Esses princípios foram
transformados em políticas indigenistas através da proteção leiga aos índios pelo Estado.
As políticas indigenistas estavam, então, voltadas ao estímulo ao trabalho e ao desenvolvimento de atividades
produtivas, através da educação e treinamento dos índios e de seus filhos. Entretanto, a uma determinada política
indigenista nem sempre correspondia uma consequente ação indigenista, e o SPI acabou sendo extinto, nos anos
60, por problemas de corrupção, esbulhos de terras indígenas etc.
Em substituição ao SPI, pela Lei nº 5371, de 5 de dezembro de 1967, foi instituída a Fundação Nacional do
Índio (FUNAI).
A partir de então, a política indigenista se baseou nos seguintes princípios: ela Lei 6001, de 19/12/73, foi
sancionado o Estatuto do Índio, que regula a situação jurídica dos índios. Embora
existam, atualmente, outras propostas não regulamentadas do Estatuto em discussão.
Até 1988 a política indigenista brasileira estava centrada nas atividades voltadas à
incorporação dos índios à comunhão nacional, princípio indigenista presente nas
Constituições de 1934, 1946, 1967 e 1969. A Constituição de 1988 suprimiu essa
diretriz, reconhecendo aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e
tradições e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam.
Os índios também ampliaram sua cidadania, já são partes legítimas para ingressar em
juízo em defesa de seus direitos e interesses. Assim, o principal objetivo da política indigenista hoje é a
preservação das culturas indígenas, através da garantia de suas terras e o desenvolvimento de atividades
educacionais e sanitárias.

POLÍTICA INDIGENISTA: DO SÉCULO XVI AO SÉCULO XX

As barreiras à escravização dos índios datam do início da colonização, 1530, mas o cativeiro indígena foi
mais tenazmente combatido somente com a chegada dos jesuítas, em 1549, e a implantação do processo de
aldeamento. Neste combate os jesuítas contaram com o apoio da Coroa.
No quadro abaixo podem ser acompanhadas, a partir do século XVI, as principais medidas de proteção aos
índios e, no século XX, a evolução do processo de conquista de direitos.

Esta lei só permitia a escravização dos indígenas com a


1570 Primeira lei contra o cativeiro indígena
alegação de "guerra justa".
Lei que reafirmou a liberdade dos índios Importante lei que tentou garantir novamente a liberdade dos
1609
do Brasil índios, ameaçada pelos interesses dos colonos.
Estabeleceu a base de regulamentação do trabalho
1686 Decretação do "Regimento das Missões" missionário e do fornecimento de mão-de-obra indígena no
Estado do Maranhão e Grão-Pará.
Aprovado o Directorio, que visava,
1755 através de medidas específicas, à Proibia definitivamente a escravidão indígena.
integração do índio na vida da colônia.
Fim da escravidão indígena: Directorio Secularização da administração dos aldeamentos indígenas:
1758 foi estendido a toda a América abolida a escravidão, a tutela das ordens religiosas das
Portuguesa. aldeias e proclamados os nativos vassalos da Coroa.
O espírito "integrador" desse Diretório conservaria a sua
1798 Abolido o Directorio
força na legislação do Império brasileiro.
Renova o objetivo do Diretório, e visava, portanto, à
1845 Aprovado o Regulamento das Missões
"completa assimilação dos índios".
Criação do Serviço de Proteção aos
1910 O Estado republicano tutelou os indígenas.
Índios - SPI
Rondon criou o projeto do Parque
1952 Objetivo era criar uma área de proteção aos indígenas.
Nacional do Xingu
Criação da Fundação Nacional do Índio - Substituiu o extinto SPI na administração das questões
1967
FUNAI indígenas.
Primeira tentativa de defesa da cultura indígena, importante
1979 Criação da União das Nações Indígenas para a consagração dos direitos dos índios na Constituição de
1988.

ATIVIDADES

1. A partir da Constituição de 1824, os índios se tornam cidadãos brasileiros com os mesmos direitos e obrigações
de todos os outros. Mas apesar da maior inclusão jurídica no Brasil, a constitucionalização das relações entre
habitantes – agora cidadãos – traz consequência semelhante para os indígenas. Cite uma das consequências que
eles tiveram que enfrentar em decorrência da Constituição de 1824.

2. As barreiras à escravização dos índios datam do início da colonização, 1530, mas o cativeiro indígena foi mais
tenazmente combatido a partir de qual evento?

5. Política indigenista e indigenismo são categorias históricas, noções empregadas essencialmente no século.
Descreva para que serve política indigenista?

8. Sobre os Povos Indígenas na Região Centro-Oeste é correto afirmar que


A) a terceira região com maior concentração de indígenas é a região Centro-Oeste.
B) o Mato Grosso era habitado somente por migrantes de outras regiões do Brasil.
C) entre os povos Indígenas do Centro – Oeste, a maior parte pertencia ao Grupo Étnico Charrua.
D) Goiás é o Estado que tem pouquíssimos indígenas.

9. Analise a charge abaixo e responsa as questões:

Disponível:< https://arteemanhasdalingua.blogspot.com/2016/04/atividade-com-charges-sobre-indios.html> acesso 02 de set. de 2020


.
a) O que a charge denuncia?

b) Indique alguma política de proteção aos índios que você tenha conhecimento.

c) Como vivem a maioria dos povos indígenas no Brasil atualmente?


1. O enquadramento dos índios brasileiros como cidadãos é uma fórmula para anular totalmente seus direitos
tradicionais, inclusive aqueles sobre terras que eventualmente ocupem. Esta fórmula permite a aceleração
do avanço sobre o espaço ocupado pelos nativos, já que não há mais qualquer limitação jurídica para ele.
Ao contrário, para ter direitos sobre terras, agora os nativos precisam pedir o registro de posse segundo as
praxes da lei.
2. O cativeiro indígena foi mais tenazmente combatido somente com a chegada dos jesuítas, em 1549, e a
implantação do processo de aldeamento. Neste combate os jesuítas contaram com o apoio da Coroa.

3. Chamamos de política indigenista as iniciativas formuladas pelas diferentes esferas do Estado brasileiro a respeito
das populações indígenas.
8. Alternativa A. A terceira região com maior concentração de indígenas é a região Centro-Oeste.
4.

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