INTRODUÇÃO

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RESUMO

Diariamente o resíduo do óleo de cozinha gerado é destinado de maneira incorreta em pias e


bocas de lobo dos grandes centros urbanos, danificando os corpos d’água e acarretando em
problemas ambientais como a poluição do meio aquático e prejuízos econômicos como o
encarecimento dos processos das estações de tratamento de efluentes. A Cidade de Luanda
possui diversos restaurantes geradores de óleo usado, assim como em nossas casas, hotéis e
outros lugares e por lá, circulam muitas pessoas que utilizam sabão com fins domésticos
diversificados.

Assim, por meio deste trabalho mostraremos uma das maneiras de reciclagem de óleo de
cozinha que é a produção de sabão artesanal, busca-se incentivar a reciclagem com a adoção
de práticas que visem trazer os benefícios de acordo como a sustentabilidade, que são o bem
estar social, ambiental e econômico.

IINTRODUÇÃO

A limpeza é um ato que demanda certo esforço físico e disciplina. O ato de limpar não significa
a eliminação de todos os germes, mas um ambiente limpo é sinônimo de ambiente saudável, o
que assegura uma sensação prazerosa de bem estar . De acordo com a ANVISA (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária), saneantes são todas as substâncias ou preparações
destinadas à higienização, sendo os sabões e detergentes os mais utilizados no nosso dia a dia.

Sabe-se que hoje a fabricação do sabão caseiro é uma medida sustentável, procura-se
minimizar o descarte do óleo e gordura animal comestível no meio ambiente. Porém, algumas
das substâncias usadas na fabricação caseira do sabão são consideradas nocivas, devido à sua
ação como tóxica de seus compostos, que podem vir a agredir o meio ambiente e a saúde
humana.
O sabão foi inventado pelos fenícios 600 anos A.C. ferviam banha de cabra com água e cinza
de madeira obtendo um sabão cremoso.

Segundo uma lenda Romana a palavra sabão deriva da semelhança com monte sapo nos
arredores de Roma na Itália. A gordura dos animais que eram sacrificados no fogo para os seus
deuses escorria na madeira queimada do altar até a proximidade dos rios onde as mulheres
iam lavar roupas e elas sentia certa facilidade em limpa-las com essa nova substância.

Foi no século VII que os árabes descobriram o processo de saponificação misturando óleos
naturais, gordura animal e soda cáustica. Esta mistura, depois de fervida endurecia. Foi quando
surgiu o sabão sólido. Tendo aprendido

com os árabes, os espanhóis acrescentaram o óleo de oliva à esta mistura para dar-lhe um
cheiro mais agradável.

Nos séculos XV, XVI, várias cidades europeias se tornaram produtoras de sabão, as mais
conhecidas eram: marselha, na frança e savona na Itália; onde foi originada a palavra savon o
diminutivo de savonette ou sabonete.

O sabão branco só apareceu em 1978 ano que marcou o desenvolvimento do sabão moderno.

Foi inventado o sabão branco depois da introdução acidental de ar na solução de sabão antes
da moldagem.

Contudo o sabão surgiu de forma gradual, ao longo da história da humanidade e sua produção
é uma das actividades mais antigas realizadas pelo ser humano.
CONCEITO

São substâncias tensioativas ou sulfactantes « do Inglês surface active agent = surfactantes»


pois eles diminuem a tensão superficial da água ajudam a penetrar melhor nos matérias e
relizar a sua limpeza. A tensão superficial da água é aquela película que se forma em sua
superfície em razão da ligação de hidrogênio entre as suas moléculas, Ex: alguns insectos
conseguem caminhar sobre as águas em razão dessa tensão superficial, objectos leves também
ficam flutuando sobre a superfície da água, mais se a água estiver com sabão essa tensão
superficial é desfeita e o objecto afunda.

Constituído de um sal derivado de ácidos carboxílicos. A reação química que dá origem a esses
sais de ácidos carboxílicos, são reações de saponificação que nada mais do que uma hidrólise
alcalina ou seja um triéster, ( triglicerídeos).

Os triglicerídeos possuem longas cadeias carbónicas, eles são derivados de ácidos graxos, isto é
ácido carboxílicos com mais de 11 carbonos. 3 ácidos carboxílicos reagem com glicerol e
originam os triglicerídeos.

Em geral os triglicerídeos são obtidos principalmente de óleos e gorduras, assim a reação de


saponificação coloca-se uma gordura ou óleo para reagir com uma base que geralmente é a
soda cáustica, hidróxido de sódio, (Na0H) em meio aquoso formando um sal de ácido
carboxílico que é o nosso sabão e o poliálcool que é a glicerina.

Os sabões mais duros são os que possuem sódio e são usados para a limpeza comum.

Para obtenção de sabões mais moles utiliza-se hidróxido de potássio (KOH) no lugar do
hidróxido de sódio, na reação de saponificação.

Os sabões de barra utilizam a gordura animal como matéria prima enquanto os sabonetes que

usamos para higiene pessoal são feitos com óleos vegetais no lugar da gordura.

Comumente o sabão é um produto de limpeza doméstica, detergente para roupa e de higiene


pessoal muito utilizado no nosso cotidiano, possui diversas e formas diferentes, como também
diferentes usos, existem sabões para limpeza de rosto, para acnes, para somente uso
doméstico, para higiene do corpo e outros.
PODER DE LIMPEZA

Como já foi visto, a molécula que constitui o sabão pertence à função química sal;
logo, possui pelo menos uma ligação com característica tipicamente iônica, e portanto,
polar. Essa polaridade, bem como o tamanho da cadeia carbonada apolar, possibilita que o
sabão se dissolva em substâncias polares e apolares e até mesmo em ambas
simultaneamente. É essa propriedade que atribui ao sabão seu poder de limpeza . As
moléculas de sabão ou detergente envolvem as partículas de sujeira de modo a colocá-la em
um envelope solúvel em água, a micela.

COMPARAÇÃO ENTRE O SABÃO E O DETERGENTE

O uso de detergentes com base sulfatos e sulfonatos, é bastante amplo e tem sido o
maior concorrente dos sabões. Todas as indústrias fazem uso, mas destaca-se sua aplicação
na higienização doméstica. Porque os detergentes, sulfatos e sulfonatos, mostram-se
superior ao sabão na sua ação de lavar louça.

Uma explicação, certamente, é um perfeito balanceamento polar/apolar. O grupo


carboxilato no sabão é proveniente do ácido graxo, então um ácido fraco, enquanto os
sulfatos e sulfonatos são derivados do ácido sulfúrico, inegavelmente um ácido forte.
Significa que qualquer acidez na água de lavagem (as origens podem ser restos de molho de
tomate, refrigerante, limão, vinho, vinagre, etc.) conseguem facilmente protonar o sabão e
transformá-lo em ácido graxo, que por sua vez não tem propriedades de limpeza.
Isso não ocorre com os sulfatos/sulfonatos: ácidos orgânicos e o ácido fosfórico
usado em alimentos industrializados, não têm força suficiente para protonar estes
detergentes em quantidades notáveis. Sendo assim, eles continuam atuando com o mesmo
efeito hidrofílico-lipofílico, isto é, com a mesma eficácia detergente, independente do pH da
água do meio de lavagem. Além disso, os detergentes não se perdem por reação com os
íons de dureza da água, Ca2+ e Mg2+.
Porém o sabão tradicional ainda é muito usado na limpeza de mãos e do corpo em
geral, mas é relativamente pouco usado para lavar roupa onde tensoativos sintéticos,
sulfonatos e sulfatos, dominam esta área.
ALGUMAS VANTAGENS E DESVANTAGENS DO SABÃO

• O sabão não só remove a sujeira, mas também parte da gordura natural da


pele. Isto pode, especialmente na lavagem excessiva, levar à pele áspera e
quebradiça. Esse ressecamento da pele é atenuado quando se usa sabão com
elevado teor em glicerina, que automaticamente já está no produto se a
massa não for tratada com salmoura.
• O sabão reage com a água, liberando a base forte hidróxido. Esta, por sua vez,
pode prejudicar o objeto da lavagem, os tecidos e especialmente a nossa
pele.
• Quando encontrar-se em ambiente de caráter ácido, o sabão será facilmente
protonado. Então se transforma em um ácido graxo livre que não tem mais as
características de limpeza.
As vantagens do sabão em comparação aos detergentes líquidos são:

• São biodegradáveis.

• Sabões puros (por exemplo, feito de azeite de oliva) são adequados para
pessoas alérgicas, porque as gorduras naturais são mais bem toleradas por
estas pessoas do que os tensoativos artificiais.

• Sabões ricos em lauril (C 12:0, em alta concentração no sabão de coco) geram


uma espuma fina e gostosa, especialmente agradável na hora de tomar
banho.
Sabões são fabricados a partir de substâncias presentes na natureza viva (os óleos e
as gorduras) e existem muitos microrganismos capazes de degradálos. Já os detergentes
sintéticos podem ou não ser biodegradáveis. Experiências mostraram que os detergentes de
cadeia carbônica não-ramificada (óleos e gorduras utilizados na fabricação do sabão) são
biodegradáveis, ao passo que os de cadeia ramificada não são.

.
MATÉRIA PRIMA PARA A PRODUÇÃO DO SABÃO

Segundo MOTTA (2007) as matérias-primas empregadas na fabricação de sabões


estão divididas em três grupos:

• Essenciais: São os óleos e gorduras e os álcalis.


• Secundárias: São aqueles componentes que, incorporados ao produto,
melhoram a qualidade ou diminuem o custo. Podem ser: resinas, substâncias
de recheio, corantes e perfumes.

• Coadjuvantes: As matérias-primas consideradas como coadjuvantes são


aquelas empregadas como veículo no processo de fabricação. As principais
são a água e o cloreto de sódio.

Os óleos e as gorduras são essenciais para a fabricação de sabão, o óleo ajuda a aumentar a
espuma e a suavidade, já a gordura proporciona dureza ao sabão.
Os óleos e gorduras são formados por diversos compostos simples. Quimicamente, eles são
ésteres. O componente alcoólico é o glicerol (triol, três grupos hidroxilícos) e o componente
ácido é formado pelos ácidos monocarboxílicos não ramificados (ácidos graxos). Sendo um
triol, o glicerol pode formar mono, di ou tri-ésteres. Tais ésteres são designados como mono,
di ou tri-glicerídeos.

HIDROLÍSE DE ÉSTERES

ÁCIDO GRAXO: são ácidos carboxílicos, orgânicos que possuem apenas um grupo carboxíla em
uma das suas extremidades, com cadeias longas que vão de 4 a mais de 20 carbonos, podem
ser saturados e insaturados.

Gordura: são glicerídios de ácidos saturados e são líquidos a temperatura ambiente.

Oléos : são glicerídeos de ácidos insaturados, sólidos e semi- sólidos.

Os glicerídeos geralmente contêm dois ou três ácidos graxos diferentes. Portanto, os óleos e
gorduras são misturas de glicerídeos de diversos ácidos graxos (ésteres de glicerol), cuja
composição é dependente do tipo e origem da matéria prima.
Conforme sua origem, os ácidos graxos, podem ser classificados em: ácidos graxos de origem
animal e ácidos graxos de origem vegetal. Os ácidos graxos, de uma maneira geral:

 Possuem mais de 10 carbonos na cadeia

 Possuem cadeia normal podendo ter ou não ligações duplas

 São monocarboxílicos

 Tem número par de átomos de carbono Exemplos:

Ácido Palmítico: H3C- (CH2)14  CO OH

Ácido Esteárico: H3C- (CH2)16  CO OH

Ácido Oléico: H3C- (CH2)7  CH = CH  (CH2)7  COOH

Conforme a cadeia de átomos de carbono, podem ser classificados em: ácidos graxos não
saturados (insaturados) e ácidos graxos saturados.

Diferenças entre óleo e gordura: Nos óleos predominam glicerídeos de ácidos insaturados e
são líquidos na temperatura ambiente e nas gorduras predominam glicerídeos de ácidos
saturados, são sólidos.

Os ácidos graxos não saturados, conforme o número de ligações duplas existentes na


molécula, podem ser: mono oleofínicos e poli-oleofínicos. Os principais constituintes dos óleos
vegetais são os ácidos com 16 a 18 átomos de carbono e dos marinhos (peixes) são os ácidos
com grande conteúdo de ácidos graxos insaturados são líquidas ou oleosas (o termo óleo
refere-se a consistência e não a estrutura química). Os ésteres mais saturados, por outro lado
sãoconstituintes da gordura. As insaturações podem também, ser hidrogenadas pela adição de
hidrogênio ativado cataliticamente às duplas ligações.

BASES

Hidróxido de sódio ou o hidróxido de potássio desempenham papel de primeira ordem na


fabricação de sabões já que actuam como agente de limpeza, são as bases que são misturados
com os óleos e gorduras que, ao reagirem, desencadeiam o processo de saponificação. A
escolha do álcalino vai influenciar diretamente na dureza do sabão acabado, onde sabões
formulados com hidróxido de potássio formam sabões moles já com hidróxido de sódio
formarão sabões duros.

Soda caustíca: é um produto que quimicamente é uma base altamente tóxica e corrosiva, que
é utilizado em limpeza, desentupimentos no geral e outras utilizações.

CLORETO DE SÓDIO

O cloreto de sódio tem como finalidade separar o sabão da lixívia depois de


verificado o empaste, ou seja, separa o sal sódico de ácido graxo (sabão) de suas soluções em
água, água lixivial e glicerina.
O produto primário da saponificação é uma emulsão grossa que tem a aparência de
uma goma. Nesta, acrescenta-se uma quantidade considerável de NaCl. Como dito
anteriormente, o cloreto de sódio tem o efeito de separar o sistema em duas fases, pois
torna a fase aquosa mais polar e assim repelente frente à fase orgânica. Além disso, a
dissolução do sal aumenta a densidade da fase aquosa - o que facilita a separação do sabão
que é menos densa. Sendo assim, separa-se a lixívia aquosa contendo soda cáustica que foi
acrescentada em excesso, a glicerina e o NaCl do sabão que forma de uma camada superior
que pode ser facilmente separada.

GLICERINA

Popularmente conhecida como glicerina, o glicerol ou 1,2,3-Propanotriol é um


composto orgânico pertencente a função álcool com três hidroxílas de fórmula molecular
C3H8O3. Naturalmente produzida a partir de óleos e gorduras, pode ser obtida como
subproduto na produção de sabão, biocombustíveis, ácidos graxos, álcoois de ácidos graxos,
etc. A demanda industrial de glicerina é bastante alta e esta pode ser vendida na sua forma
bruta (glicerina natural) que geralmente apresenta 80% de glicerol, ou purificada,
classificada como glicerina técnica com aproximadamente 99,5% de glicerol. É adicionada
aos cremes de beleza e sabonetes, pois é um bom umectante, isto é, mantém a umidade da
pele. Em produtos alimentícios ela também é adicionada com a finalidade de manter a
umidade do produto .

BRANQUEADORES OPTÍCOS

Hoje em dia, boa parte dos produtos para lavagem de roupas e tecidos apresentam
substâncias chamadas de branqueadores ópticos, que se fixam nas fibras do tecido, mas não
são removidos durante o enxágue.

Os branqueadores ou alvejantes ópticos são substâncias que se depositam nas


roupas absorvendo radiações invisíveis da luz ultravioleta vindas do Sol, realçando a
brancura, passando a impressão de que o material está mais branco do que realmente é. Os
principais alvejantes ópticos são compostos do diaminoestilbenzeno, cumarim,
benzimidazoles, difenilimidazolonas, benzidina, diaminodefinilurea, e perborato de sódio e
são usados em proporções inferiores a 0,05% em relação ao peso do sabão. O efeito dessas
substâncias é puramente estético (NEVES, 2000).

A estrutura química desses branqueadores ópticos como foi observado é


geralmente complicada e muitos deles são secretos.

AGENTES QUELANTES OU SEQUERANTES

São usados para prevenir que o desempenho do sabão diminua na presença de água
dura. Um dos agentes quelantes mais utilizados é o EDTA (UCHIMURA, 2007).

Fosfatos, como por exemplo, o trifosfato de sódio (Na 5P3O10), que agem como
substâncias básicas neutralizando a eventual acidez da água e ainda ajudam na ação de
sequestrar os cátions Ca2+ e Mg2+ que podem reduzir e prejudicar a ação dos tensoativos
aniônicos presentes nos sabões e detergentes. Esses fosfatos aparecem praticamente em
todas as fórmulas de produtos de limpeza.

ABRASIVOS
São minerais insolúveis ao sabão, tais como o talco, a terra diatomácea, a sílica, o
mármore, a pedra-pomes, etc. para, além de promover limpeza, conferirlhe também
abrasividade, para limpar melhor certos tipos de sujidade .

CORANTES

Visam melhorar o aspecto do sabão. As anilinas solúveis em água são empregadas,


geralmente, para coloração do sabão comum, qualquer que seja o processo de obtenção.

Fragrâncias e perfumes

As fragrâncias têm o objetivo de mascarar o odor característico das matérias-primas


utilizadas no processo produtivo. As mais utilizadas são:

eucalipto, gerânio, limão,coco etc

ESTRUTURA TÍPICA DO SABÃO

Na composição química do sabão que as suas moléculas possuem uma cadeia carbónica longa
que é apolar e uma extremidade polar, razão pelo qual se consegue limpar a gordura e sujeira

A parte apolar é hidrofóbica ou seja tem aversão a água mais é lipofólica isto é interage com as
moléculas da gordura ( que também são apolares) aprisionando- as dentro de uma miscela.
Enquanto isso, as extremidades polares das moléculas do sabão que são hidrofóbicas ficam
voltadas para fora, interagindo com a água, desse modo a sujeira e gordura são arrastadas
com a água.

Algumas das propriedades mais características dos sabões são:

Solubilidade em água: Varia inversamente com o peso molecular do ácido graxo empregado.
Os sabões sódicos são menos solúveis que os potássicos.
• Poder emulsificante: Quando solubilizados em água baixam a tensão superficial aumentando
o poder de molhabilidade.

• Ponto de fusão: São de uma maneira geral elevados, os dos sabões sódicos variam entre 230
a 270 °C.

• Higroscopicidade: Quando secos são higroscópicos, os sabões potássicos são mais


higroscópico que os sabões sódicos.

SAPONIFICAÇÃO

A reação que da origem ao produto a ser estudado aqui neste trabalho é a saponificação que é
a reação que cria um sal orgânico e um álcool por meio de um éster e uma base inorgânica que
resulta em sal orgânico denominado sabão e um poliálcool que é a glicerina.

A reação é exotérmica e autocatalítica. A gordura (triglicerídeo) é atacada pelo álcali, liberando


glicerina e ácidos graxos os quais são neutralizados pela soda formando o sabão.

O índice de saponificação é o número de miligramas de hidróxido de potássio necessários para


saponificar 1 g de óleo ou gordura. Esse índice permite a caracterização de cada óleo, medindo
a quantidade de base necessária para saponificar todo o conteúdo lipídico de uma amostra,
sendo específico para cada óleo e, portanto, importante critério de identificação.

O índice de acidez é o número de miligramas de hidróxido de potássio necessários para


neutralizar os ácidos graxos livres (AGL), que ocorrem em 1g de óleo ou gordura . Esse índice
avalia o estado de deterioração, à medida que mede a quantidade de ácidos graxos,
constituintes do óleo, encontrados no produto.

Ao comparar os óleos entre si, percebe-se um maior índice de acidez no óleo reciclado sem
lavagem e menor no puro. O óleo puro não passou pelo processo de aquecimento e fritação e,
consequentemente, apresentou menor deterioração. O óleo reciclado com lavagem
apresentou índice menor do que o sem lavagem, já que teve um processo de purificação a
mais que possibilitou a retirada de certas impurezas.
O índice de saponificação é característico do óleo e possibilita o cálculo da quantidade de KOH
necessária para saponificação. O seu comportamento foi semelhante ao índice de acidez em
que quanto maior a quantidade de ácido, maior a quantidade de base necessária.

Tabela 1: Índice de saponificação de diferentes gorduras e óleos.


1 Kg de gordura ou óleo precisa para Gramas de soda cáustica
saponificação 99%

Sebo bovino 138 até 143g


Banha de porco 138 até 139,5g
Manteiga de Cacau 137g
Óleo de Babaçu 176g
Óleo de Amendoim 133 até 140g
Óleo de Coco 181 até 188g
Óleo de Palma 140 até 146g
Óleo de Oliva 134 até 140g
Óleo de Linhaça 134 até 138g
Óleo de Girassol 134 até 137g
Óleo de Algodão 137 até 140g
Óleo de Mamona 128 até 130 g
Óleo de Milho 136 até 138 g
Óleo de Soja 137 até 139 g
Gordura vegetal 136 até 140 g
Estearina 141 g

Fonte: (ISENMANN, 2012).


O pH é um índice de extrema importância, pois mede a acidez de uma solução, sendo essencial
para produtos de cosmetologia, pois alterações nele podem causar diversos problemas aos
usuários, tais como alergias e queimaduras. O pH alcalino tem maior ação de limpeza devido a
maior interação com a sujeira, já que as micelas apresentam maior afinidade com o OH. Para
fins dermatológicos, todavia, o pH ideal é em torno de 5,5 para proximidade com o pH da pele,
evitando o seu ressecamento em consequência de não retirar a camada de gordura.

• Semi-Cotura Consiste na fervura da massa com excesso de álcali para garantir uma
saponificação completa, evitando deste modo, a formação de blocos de gordura ou soda que
possam permanecer sem reagir.

• Refino Consiste na separação da massa em duas fases imiscíveis de sabão e glicerina


respectivamente; o processo baseia-se na enorme diferença de solubilidade dos componentes
da massa em salmoura. O sabão fica na superfície devido a sua menor densidade em relação à
solução de salmoura e glicerina (lixívia), a qual é separada pelo fundo do recipiente. Por
processos especiais a glicerina é recuperada, tendo vários destinos de acordo com a sua
qualidade, podendo ser classificada como:

Medicina

Industrial Sabão e Detergentes 16

Dinamite.

A lavagem com salmoura é repetida tantas vezes quantas forem necessárias para obter-se o
teor de sabão desejado. O processo tradicional de refino acima descrito tornou-se anti-
econômico e obsoleto para as grandes indústrias. Modernamente utiliza-se um processo no
qual a solução de salmoura percorre em contracorrente a mistura que contém sabão, numa
torre de lavagem. A medida que progride, a solução de salmoura se enriquece em glicerina.

• Descanso e Acabamento
O sabão processado contem um elevado teor de sal dissolvido na sua massa. Adiciona-se uma
pequena quantidade de água e deixa-se o produto descansar por 24 a 48 horas. Com o
descanso, o conteúdo do recipiente de ferro separa-se em três camadas:

• Superior: Sabão de boa qualidade, alta viscosidade e aspecto claro, contendo até 65% sabão.
• Central: Fluido salgado, escuro contendo até 40% sabão. É chamado de borra.

• Inferior: Líquido salgado e alcalino denominado lixívia da borra.

13. Tratamentos Posteriores A camada superior de boa qualidade é separada e de acordo com
sua coloração é destinada à fabricação de sabão em pedra comum, escamas ou em pó ou a
fabricação de sabonetes.

• Sabão Comum: São adicionados à massa ainda fluída alguns agentes antirancificantes,
enchimentos e corantes e após homogeneização são resfriados em forma de grandes placas as
quais são cortadas. Os sabões resultantes são cunhados e embalados.

• Sabão em Escamas: A massa base adicionada de antirancificantes e agentes óticos é


cilindrada e as raspas são prensadas na forma de escamas.

• Sabão em Pó: Ao sabão pastoso adicionam-se substâncias com propriedades características


como anticorrosivos e tampões (silicato de sódio), alcalinizantes (barrilha), detergentes
auxiliares e amolecedores de água (fosfatos), enchimento (sulfato de sódio) e outros. A massa
é homogeneizada à quente e injetada sob pressão através de bicos atomizadores em uma
torre onde em contracorrente sobe ar quente. As gotas atomizadas à Sabão e Detergentes 17
medida que caem secam e transformam-se em grânulos, os quais são recebidos na parte
inferior da torre, sendo a seguir peneirados, perfumados e embalados.

• Sabonete: A massa fluida passa por um secador de onde saem em forma de raspa, que após
adição de antirancificante é compactada na forma de macarrões. Em um misturador, de
acordo com o tipo de sabonete são adicionados à massa base corantes, perfumes, agentes
óticos e bactericidas. A massa resultante passa por cilindros onde é homogeneizada e
extrusada, cortada em sabonete os quais são prensados e estampados

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