D.O Menezes Leitão
D.O Menezes Leitão
D.O Menezes Leitão
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Compare-se esta definição com a das Institutiones de Justinianus (3.13.pr.): “obligatio est
iuris vinculum quo necessitate adstringimur alicuius solvendae rei secundum nostrae civitatis jura”
(obrigação é o vínculo jurídico que necessariamente adstringe alguém a solver uma coisa,
segundo os direitos das nossas cidades). Em texto atribuído a Paulus, em D.44.7.3., é referido
que “obligationum substantia non in eos consistit, ut aliquod corpus nostrum aut servitutem nostram
faciat, sed ut alium nobis obstringat ad dandum aliquid, vel faciendum vel praestandum” (a essência
das obrigações não consiste em fazer nosso algum corpo ou servidão, mas sim em constranger
outros a dar-nos algo ou a fazê-lo, ou a prestá-lo). Destas definições já resulta a concepção
da obrigação como uma relação de direito entre duas pessoas, e não como a sujeição de uma
pessoa a outrem. Cfr. Manuel Duarte Gomes da Silva, Conceito e estrutura da obrigação,
Lisboa, s.e., 1943, p. 11.
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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
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Cfr. M anuel de Andr ade, Teoria Geral das Obrigações, com a colaboração de Rui de
Alarcão, 3ª ed., Coimbra, Almedina, 1966, pp. 3 e ss., Inocêncio Galvão Telles, Direito
das Obrigações, 7ª ed., Coimbra, Coimbra Editora, 1997, pp. 9 e ss., Antunes Var ela,
Das Obrigações em geral, I, 10ª ed., Coimbra, Almedina, 2000, pp. 51 e ss., Mário Júlio de
Almeida Costa, Direito das Obrigações, 12ª ed., Coimbra, Almedina, 2009, pp. 65 e ss.,
Menezes Cordeiro, Direito das Obrigações, 1º, Lisboa, AAFDL, 1980 (reimp.), pp. 9 e ss.,
Ribeiro de Faria, Direito das Obrigações, I, Coimbra, Almedina, 1987, pp. 17 e ss.
3
Cfr. Manuel de Andrade, Obrigações, p. 3 e António Menezes Cordeiro, Tratado
de Direito Civil Português, I – Introdução. Fontes do Direito. Interpretação da Lei. Aplicação das Leis
no Tempo. Doutrina Geral, 4ª ed., Coimbra, Almedina, 2012, pp. 896 e ss.
4
Cfr. Menezes Cordeiro, Obrigações, 1º, pp. 253 e ss. e 305 e ss., e Tratado, VI, pp. 360-361.
5
No mesmo sentido, Ribeiro de Faria, Obrigações, I, p. 23.
6
Não concordamos com Ribeiro de Faria, Obrigações, I, p. 25, quando admite a qualificação
do ónus como “dever para consigo próprio”.
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O DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E A DEFINIÇÃO LEGAL DE OBRIGAÇÃO
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Contestando a qualificação do neminem laedere como obrigação em sentido técnico, veja-
se Lodovico Barassi, La Teoria Generale delle Obbligazioni, I – La struttura, 2ª ed. (reimp.),
Milano, Giuffrè, 1963, pp. 117, que salienta que o conteúdo do preceito de agir correctamente
seria demasiado indeterminado e variável para poder ser objecto de uma obrigação.
8
Cfr. Menezes Cordeiro, Tratado, I, pp. 99 e ss.
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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
9
Cfr. Oliveir a Ascensão, Direito Civil. Teoria Geral. I – Introdução. As Pessoas. Os bens,
2ª ed., Coimbra, Coimbra Editora, 2000, pp. 12-13
10
Cfr. Ernst A. Kr amer, em AAVV, Münchener Kommentar zum Bürgerlichen Gesetzbuch,
2- Schuldrecht, Allgemeiner Teil (§§ 241-432), 5ª ed., München, Beck, 2007, Einl, p. 4, nr 1.
11
Assim, K arl Larenz, Lehrbuch des Schuldrechts, I- Allgemeiner Teil , 14º ed., München,
Beck, 1987, § 1, p. 4.
12
Cfr. António Menezes Cordeiro, Obrigações, 1º, p. 17.
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O DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E A DEFINIÇÃO LEGAL DE OBRIGAÇÃO
Cfr. Gernhuber, Das Schuldverhältnis (Begrendung und Anderung, Pflichten und Strukturen,
13
15
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
Para Menezes Cordeiro, Obrigações, 1º, p. 16, o contrato de sociedade seria uma figura
14
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O DIREITO DAS OBRIGAÇÕES E A DEFINIÇÃO LEGAL DE OBRIGAÇÃO
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Cfr. Josef Esser /Eik e Schmidt, Schuldrecht, I – Allgemeiner Teil, 7ª ed., Müller,
Heidelberg, 1992, § 1, I, p. 2.
16
Cfr. Manuel de Andr ade, Obrigações, pp. 13 e ss., Antunes Varela, Obrigações, I,
pp. 25 e ss., Ribeiro de Faria, Obrigações, 1º, pp. 9 e ss.
17
Cfr. Calvão da Silva, Cumprimento e sanção pecuniária compulsória, Coimbra, Separata do
BFD 30, 1987, pp. 54 e ss.
18
Cfr. Esser/Schmidt, § 1 II, p. 7. Entre nós, veja-se António Pinto Monteiro,
Cláusulas limitativas e de exclusão da responsabilidade civil, Coimbra, Separata do BFD 28, 1985,
pp. 3 e ss. e Calvão da Silva, Cumprimento, pp. 32 e ss.
19
Cfr. Esser/Schmidt, § 1 II, p. 12. Cfr. Luís Menezes Leitão, O Enriquecimento sem
Causa no Direito Civil, Lisboa, C.E.F., 1996, pp. 747 e ss., reed. Coimbra, Almedina, 2005,
pp. 720 e ss., Júlio Gomes “O dano da privação do uso”, em RDE 12 (1986), pp. 169-239 e
O conceito de enriquecimento, o enriquecimento forçado e os vários paradigmas do enriquecimento sem
causa, Porto, U.C., 1998, pp. 214 e ss.
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO
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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
3. As teorias realistas 69
3.1. O crédito como um direito sobre os bens do devedor 69
3.2. O crédito como relação entre patrimónios 73
3.3. O crédito como um direito à transmissão dos bens do devedor 74
3.4. O crédito como expectativa da prestação, acrescida de um direito
real de garantia sobre o património do devedor 77
4. As teorias mistas 78
5. As doutrinas sustentando a complexidade do vínculo obrigacional 83
5.1. A obrigação como organismo, como estrutura e como processo 83
6. Posição adoptada 86
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ÍNDICE
PARTE I
DA CONSTITUIÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
533
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
534
ÍNDICE
535
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
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ÍNDICE
bibliografia 509
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