1 Relatorio de Lab 1

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Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Engenharia Química

Relatório da prática do estudo de fluido newtoniano e não newtoniano e determinação da


viscosidade dinâmica de fluidos

Ponta Grossa

2017
1) Resumo
Reologia estuda a deformação e o escoamento tanto de corpos sólidos como fluídos,
que são diferenciados pelo número de Deborah, que se relaciona o tempo de relaxamento
do material e o tempo de aplicação de uma tensão. As três principais análises em reologia
são da elasticidade, viscosidade e plasticidade. Na prática busca-se analisar, com a
utilização de um reômetro (equipamento utilizado para medições reológicas) a classificação
do catchup, isso com ajuda de um gráfico que relaciona tensão cisalhante com a taxa de
cisalhamento, a partir do resultado (qual o melhor ajuste para o gráfico de dispersão), caso
o fluído seja não newtoniano, procura-se na literatura a classificação do mesmo. Na
segunda parte, deseja-se calcular a viscosidade de um fluído, isso com ajuda de um
viscosímetro, existem vários tipos, porém utilizar-se-á apenas o copo de Ford. A partir do
volume fixo do copo de Ford, do tamanho orifício escolhido, e tempo obtido pelo
experimento calcula-se a viscosidade cinemática do fluído me questão.
2) Introdução
A Reologia é a ciência que estuda a deformação e o escoamento de corpos sólidos
ou fluídos (gases ou líquidos). Entretanto, a forma mais conveniente e completa de defini-la
seria como a ciência que estuda a deformação e o fluxo da matéria. Usamos reologia para
estudar relações fundamentais, chamadas relações constitutivas, entre forças e
deformações nos materiais.
A Reologia é uma área da física que analisa as deformações ou as tensões de um
material provocadas pela aplicação de uma tensão ou deformação. O material pode estar
tanto no estado líquido, gasoso quanto no estado sólido. A deformação de um sólido pode
ser caracterizada por leis que descrevem a alteração do volume, tamanho ou forma,
enquanto que o escoamento de um fluido que pode estar no estado gasoso ou líquido, é
caracterizado por leis que descrevem a variação contínua da taxa ou grau de deformação
em função da tensão aplicada.
Em Reologia, a classificação entre um material sólido, líquido ou gasoso é
determinada pelo número de Deborah (De). Este número estabelece a relação entre tempo
de relaxamento do material, λr, e o tempo de duração da aplicação de uma deformação ou
tensão, t.
λr (1)
De=
t

→ λr (tempo de relaxamento) - tempo necessário para ocorrer algum movimento molecular;


→ De (Número de Deborah) - relação entre as forças elásticas e viscosas que atuam no
material;
→ t (tempo do experimento) - tempo de aplicação da tensão ou deformação.

Os sólidos elásticos apresentam De →∞ e os fluidos viscosos possuem De→0.


Materiais poliméricos apresentam ∞ < De < 0, os polímeros fundidos apresentam, por
exemplo valores de λr, variando entre 1 e 1000s, dependendo de sua Massa Molar. No caso
de soluções poliméricas diluídas o valor de λr = 10-3s-1, enquanto que a água possui λr
próximo de 10-12 s-1.
Analisando a equação 1, pode-se concluir que um dado material pode ter
características de um sólido por duas razões:

i) Porque seu λr → ∞ ou;


ii) Porque o tempo do processo de deformação é muito rápido (t → 0) e, portanto, o
material não terá tempo suficiente realizar movimentos moleculares.

Líquidos com valores menores de λr podem comportar-se como sólidos em


processos de deformação muito rápidos, em que o t<< λr. Este fato pode ser observado
para óleos lubrificantes passando por entre engrenagens, isto é, quando as engrenagens
estão paradas o material escoa como um fluido viscoso, porque

t >> λr, porém, quando essas engrenagens estão em movimento o material comportar-se-á
como um sólido (t<<λr).

A Reologia inclui propriedades como: elasticidade, viscosidade e plasticidade.

 Elasticidade: é o fenômeno do aparecimento de deformações imediatas e


reversíveis.
Entendem-se por deformações imediatas aquelas que aparecem simultaneamente
com as tensões correspondentes e que permanecem constantes ao longo do tempo se
as tensões correspondentes permanecerem também constantes.

Entendem-se por deformações reversíveis aquelas que se anulam ao se anularem


as tensões correspondentes, ou seja, aquelas que desaparecem integralmente no
descarregamento.

É importante observar que o fenômeno da elasticidade liga-se ao aparecimento de


deformações imediatas e reversíveis, e não à linearidade nas relações entre tensões e
deformações. Embora isso aconteça quase sempre para os materiais estruturais, a
linearidade não é sinônimo de elasticidade, existindo materiais elásticos não-lineares.

Para o estudo dos modelos conjugados, é conveniente o estabelecimento de um


modelo reológico que represente a elasticidade, de modo que se possa indicar
facilmente como a elasticidade entra na composição do modelo conjugado. O modelo
reológico de elasticidade é uma mola, devendo o mesmo ser entendido como um
modelo físico que colocado dentro de um invólucro, ao ser analisado em um ensaio de
tração simples, conduzisse às equações constitutivas da elasticidade, neste ensaio.

 Plasticidade: é o fenômeno do aparecimento de deformações imediatas não


reversíveis, ou seja, de deformações imediatas que não desaparecem no
descarregamento.
O modelo reológico de plasticidade é um sólido pesado que escorrega sobre uma superfície
sob a ação de uma força.

 Viscosidade: É a medida da resistência interna ou fricção interna de uma


substância ao fluxo quando submetida a uma tensão. Quanto mais viscosa a massa,
mais difícil de escoar e maior o seu coeficiente de viscosidade. Um fluido é uma
substância que se deforma continuamente quando sujeito à ação de uma força. Os
fluidos reais (líquidos, gases, sólidos fluidizados) apresentam uma resistência à
deformação ou ao escoamento quando submetidos a uma determinada tensão. Para
os gases, a viscosidade está relacionada com a transferência de impulso devido à
agitação molecular. Já a viscosidade dos líquidos relaciona-se mais com as forças
de coesão entre as moléculas.

Para se calcular a viscosidade usamos um equipamento chamado de viscosímetro. Existem quatro


tipos básicos de viscosímetros:

1. Viscosímetro capilar. A viscosidade é medida pela velocidade de escoamento do líquido


através de um capilar de vidro. É medido o tempo de escoamento do líquido entre duas
marcas feitas no viscosímetro. 
2. Viscosímetro de orifício. A viscosidade é medida pelo tempo que um volume fixo de
líquido gasta para escoar através de um orifício existente no fundo de um recipiente. Esse
recipiente é chamado de copo Ford e dependendo da viscosidade do fluido analisado usa-
se orifícios com diâmetros diferentes.
3. Viscosímetro rotacional. A viscosidade é medida pela velocidade angular de uma parte
móvel separada de uma parte fixa pelo líquido. Nos viscosímetros de cilindros concêntricos,
a parte fixa é, em geral, a parede do próprio recipiente cilíndrico onde está o líquido. A parte
móvel pode ser no formato de palhetas ou um cilindro. Nos viscosímetros de cone-placa,
um cone é girado sobre o líquido colocado entre o cone e uma placa fixa
4. Viscosímetro de esfera. A viscosidade é medida pela velocidade de queda de uma esfera
dentro de um líquido colocado em um tubo vertical de vidro. É medido o tempo que uma
esfera gasta para percorrer o espaço entre duas marcas feitas no viscosímetro.

A escolha do tipo de viscosímetro a ser utilizado depende do propósito da medida e do tipo


de líquido a ser investigado. O viscosímetro capilar não é adequado para líquidos não newtonianos,
pois não permite variar a tensão de cisalhamento, mas é bom para líquidos newtonianos de baixa
viscosidade. O viscosímetro rotacional é o mais indicado para estudar líquidos não-newtonianos. O
viscosímetro de orifício é indicado nas situações onde a rapidez, a simplicidade e robustez do
instrumento e a facilidade de operação são mais importantes que a precisão e a exatidão na
medida, por exemplo, nas fábricas de tinta, adesivos e óleos lubrificantes.

A Lei de Newton da Viscosidade diz que a relação entre a tensão de cisalhamento


(força de cisalhamento x área) e o gradiente local de velocidade é definida através de uma
relação linear, sendo a constante de proporcionalidade, a viscosidade do fluido. Assim,
todos os fluidos que seguem este comportamento são denominados fluidos newtonianos.

Quanto à deformação, os fluidos podem ser classificados em:


- Reversíveis ou elásticos: são sistemas que não escoam; sua deformação é reversível e
o sistema obedece à Lei de Hooke.
- Irreversíveis ou viscosos: são sistemas que escoam; sua deformação é irreversível e o
sistema obedece à Lei de Newton, de viscosidade constante.

Também podem ser classificados quanto à relação entre a taxa de deformação e a


tensão de cisalhamento:
- Fluidos Newtonianos: sua viscosidade é constante, seguem a Lei de Newton, ou seja, a
tensão de cisalhamento é linearmente proporcional à taxa de deformação de cisalhamento.
Esta classe abrange todos os gases e líquidos não poliméricos e homogêneos. Ex.: água,
leite, soluções de sacarose, óleos vegetais.
- Fluidos Não Newtonianos: a relação entre a taxa de deformação e a tensão de
cisalhamento não é constante, ou seja, a tensão de cisalhamento não está linearmente
relacionada com a taxa de deformação de cisalhamento. Como exemplo s podemos citar
lamas e suspensões coloidais, soluções de polímeros, sangue, pasta e massa de bolo.
O gráfico a seguir mostra o comportamento der um fluido newtoniano e de um não-
newtoniano de acordo com a tensão de cisalhamento.
3) Resultados e Discussão
Realizou-se medidas diretas da tensão de cisalhamento e do gradiente de
velocidade através do reômetro. O mesmo mediu o esforço causado para se rodar um
cilindro no fluido em análise, e também mediu a resistência gerada pela ponta de prova em
contato com o fluido. Vários dados são obtidos pelo computador ligado ao reômetro. Para a
análise de fluido Newtoniano ou não Newtoniano, construiu-se um gráfico de tensão de
cisalhamento X taxa de deformação. Assim utilizou-se os dados dispostos na tabela 1:

Shear Stress Shear Rate


013 000
014 000
087 006
089 006
112 012
114 012
115 012
131 018
132 018
145 025
145 025
148 031
156 031
155 031

Tabela 1: Valores de tensão de cisalhamento e taxa de cisalhamento.

Com esses dados plotou-se dois gráficos:

Catchup
180
160 f(x) = 3.90649987084525 x + 47.3869235043442
Tensão de cisalhamento

140 R² = 0.831281019181922
120
100
080
060
040
020
000
000 005 010 015 020 025 030 035
Taxa de cisalhamento

Gráfico 1: Gráfico com ajuste linear.


180
Catchup
160

Tensão de cisalhamento
140
120 f(x) = 19.041787505162 ln(x) + 74.9162094088695
R² = 0.930888974136421
100
080
060
040
020
000
000 005 010 015 020 025 030 035
Taxa de cisalhamento

Gráfico 2: Gráfico com ajuste logarítmico.

Comparou-se as duas curvas e com isso conclui-se que o gráfico com ajuste
logarítmico mostrou-se mais preciso, já que o seu valor de R² foi o que mais aproximou-se
de 1. Assim, o catchup é um fluido não Newtoniano.

3.2 Parte 2: Determinação da Viscosidade Dinâmica de Fluidos


Para determinação da viscosidade de um fluido através do copo Ford utilizamos o
óleo LUBRAX TRM 4 grau SAE 80W.
Algumas informações técnicas desse óleo são disponibilizadas pela Petrobras,
estando as mesmas na tabela 2:

Tabela 2: informações técnicas do LUBRAX TRM 4 grau SAE 80W.

Através de conversões de unidades, obtemos que a viscosidade cinemática a 40ºC é


0,8060 cm²/s. Com densidade igual a 0,8860 g/cm³, obtemos que a viscosidade dinâmica é
0,7141 g/cm*s.
Mediu-se a temperatura do oléo durante a prática, sendo ela de 26ºC.
O copo Ford escolhido foi o de orifício número 5, que possui faixa de viscosidade,
em centistokes, de 200 a 1200.
Nivelou-se o copo Ford, fechou-se o aparelho com o dedo e preencheu-o com o
óleo. Retirou-se as bolhas para que as mesmas não alterem o resultado e removeu-se o
excesso. Retirou-se o dedo do orifício e acionou-se o cronômetro simultaneamente.
Cessou-se o cronômetro na primeira interrupção de fluxo contínuo. Realizou-se o
experimento em triplicata.
Obteu-se os tempos: 28,18s, 27,69s e 27,82s.
Para determinar a viscosidade cinemática utilizou-se a equação correspondente ao
copo Ford 5:
 = 12,1.(t – 2)

Com ela obteu-se os valores de viscosidade cinemática: 1 = 316,78 cSt,


2=310,85 cSt e 3=312,42 cSt. Através de conversão de unidades e transformando a
viscosidade cinemática em viscosidade dinâmica, obteu-se os valores dispostos na tabela 3:

Viscosidade Cinemática (cm²/s) Viscosidade Dinâmica (g/cm*s)


3,1678 2,8067
3,1085 2,7541
3,1242 2,7681
Tabela 3: valores de viscosidade cinemática e dinâmica

Fez-se uma média dos valores encontrados e obteve-se =3,1335 cm²/s e =2,7763
g/cm*s. Comparando-os com os valores presentes na literatura, vemos que ambos os
valores são maiores. Sabemos que a viscosidade diminui com o aumento da temperatura.
Assim os valores obtidos correspondem com a teoria que relaciona viscosidade e
temperatura.
4) Conclusão
Com esse experimento conheceu-se dois equipamentos bastante importantes, o
reômetro e o copo de Ford, e que com o auxílio desses equipamentos pode-se fazer uma
análise bastante apurada das propriedades do fluído que se deseja analisar, como
viscosidade, densidade, etc. Aprendeu-se ainda que podemos analisar o tipo de fluído pelo
gráfico tensão de cisalhamento por taxa de cisalhamento. Conclui-se então, que por análise
do gráfico, que o melhor ajuste é o logarítmico, portanto não newtoniano, que é aquele que
a tensão de cisalhamento não é diretamente proporcional à taxa de deformação, pesquisou-
se então qual era o tipo do fluído newtoniano e obteu-se que o fluído é um plástico do tipo
Bingham, onde a tensão deve atingir um valor mínimo para que o fluido comece a escoar, o
que podemos comprovar já que o catchup só deixa o frasco quando aplicamos uma força
nele. Ainda por meio de cálculos que a viscosidade cinemática do óleo LUBRAX TRM 4
grau SAE 80W é aproximadamente =3,1335 cm²/s.
5) Referências bibliográficas:

AULA REOLOGIA. Disponível em <http://www.quimica.ufpr.br/tonegutti/CQ170/Aula_Reologia.pdf>.


Acessado em 17/03/2017

INTRODUÇÃO À REOLOGIA. Disponível em


<http://www.unicap.br/home/wp-content/uploads/2010/07/aula-1.pdf>. Acessado em 17/03/2017

FUNDAMENTOS DE REOLOGIA DE MATERIAIS POLIMÉRICOS. Disponível em


<http://pec.poli.br/sistema/material_disciplina/fotos/Fundamentos%20Reologia%20polimeros
%20(1).pdf>. Acessado em17/03/2017

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO – REOLOGIA. Disponível em


<http://www.dcc.ufpr.br/mediawiki/images/b/b6/TC031_Reologia_Apostila.pdf>. Acessado em
17/03/2017

REOLOGIA DE FLUIDOS. Disponível em


<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1982920/mod_resource/content/1/REOLOGIA%20DE
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INTRODUÇÃO À MECÂNICA DOS FLUIDOS. Disponível em


<https://lusoacademia.wordpress.com/2015/08/01/introducao-a-mecanica-dos-fluidos/>. Acessado
em 17/03/2017

VISCOSIDADE E SUA MEDIÇÃO. Disponível em


<http://www.gradadm.ifsc.usp.br/dados/20111/FCM0410-1/viscosidade_graduacao.pdf>. Acessado
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FOX, MCDONALD,PRITCHARD. Introdução à mecânica dos fluidos.

ÇENGEL, Yunus A., CIMBALA, John M. Mecânica dos fluidos: fundamentos e aplicações.

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