Alegações Finais

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DO JURI DE

AMERICANA - SP

Processo n.º 1009/2015

RAFAEL DOS SANTOS VIANA, já qualificado nos autos do presente processo


crime que lhe move o Órgão de Execução do Ministério Público, vem, por seus
procuradores, in fine assinados, com fulcro no artigo 406 do Digesto
Processual Penal Brasileiro, apresentar, em forma de memoriais, as
pertinentes ALEGAÇÕES FINAIS; o que faz mediante os termos infra aduzidos:

1 - DO BREVE RELATO DOS FATOS

Consta da exordial acusatória, que o acusado teria, por meio de legitima


defesa ceifado a vida da vítima WESLEY ROBERTO DA SILVA, com 10
facadas, conforme consta em laudo de exame necroscópico.

Segundo consta apurado, houve alguns desentendimentos entre o réu e


a vítima no bar (Águas do prado) o qual frequentavam. Inclusive cabe salientar
que o a vitima e o réu se desentenderam alguns dias antes do homicídio o qual
o senhor Rafael tem machucado o braço da vitima com uma garrafa do bar, o
qual não esboçou reação alguma de forma violenta.
Após os fatos narrados por volta de 09:00hs ao abrir o bar o Sr. Rafael já
aguardava o bar abrir para comprar um cigarro, após uns 5 minutos o sr.
Wesley chegou e pediu uma dose de wisk o qual foi entregue e o acusado se
aproximou e deu início a discussão e após ceifou a vida da vitima o que veio a
óbito após alguns minutos de levar os golpes de faca.

2 - DA NEGATIVA DE AUTORIA

O acusado alega legitima defesa.

O Ministério Público, em breve síntese, tal como se vê no arrazoado


derradeiro, consigna deva o acusado ser pronunciado, aduzindo terem restado
comprovados a materialidade e os indícios suficientes de autoria do crime a ele
imputado .

Note-se, no entanto, que não há nos autos nenhuma prova ou indício


capaz de demonstrar que a vítima Wesley tinha por objetivo atentar contra a
vida do Sr. Rafael, que restou comprovado pelas testemunhas que não havia
nenhuma arma para com a vítima.

O Ministério Público ao requerer a pronúncia do primeiro acusado o faz


colacionando trecho do depoimento prestado pelas testemunhas onde não
resta dúvida de que o acusado premeditou tal crime.

Nas mesmas Alegações, o Órgão Ministerial aduz que a pronúncia do


primeiro acusado deve ocorrer, lastreando seu intento no depoimento.

É de se ver Excelência, que a Mãe da vítima, a qual, segundo o


depoimento, utilizado, como visto, pelo Ministério Público em suas Alegações
derradeiras e alçado à categoria de indício suficiente a promover a procedência
da acusação. No entanto, como se denota de seu depoimento, a Mãe da
Vítima, a Senhora SUELI CORTEZ DA SILVA, fora ouvida em Juízo, sob o
crivo do contraditório, tendo alegado o seguinte:
“(....) não presenciou o crime; não sabe se seu filho (vítima) tinha ligação com o
tráfico de drogas; o seu filho trabalhava em 3 empregos; não conhece o
acusado somente ouviu falar. (....) não sabe a razão pela qual o seu filho foi
assassinado. (....)”

A testemunha, Waldir André Agostinho, também nesta urbe, afirmou:

“(....) colega de Wesley e Rafael, alega que pediu carona para o Wesley leva-lo
até o despachante, o qual param no bar qual a vítima fora apunhalada pelas
costas pelo réu, alega que o resgate chegou ao local e que o motivo de
sentimento seria uma camiseta, o qual alega saber não explicar .(....)”

A testemunha, Antônio Gomes do Prado Filho (dono do Bar), também


nesta comarca, afirmou:

“(....) que ao chegar para abrir o estabelecimento o réu já aguardava para


comprar cigarro, após alguns minutos a vítima chegou pediu um wisk e saiu de
seu bar o qual começou a ouvir uma discussão e não saiu para fora para
verificar o que de fato acontecia(....)”

A testemunha, Antônio Gomes do Prado Filho (dono do Bar), também


nesta comarca, afirmou:

“(....) que ao chegar para abrir o estabelecimento o réu já aguardava para


comprar cigarro, após alguns minutos a vitima chegou pediu um wisk e saiu de
seu bar o qual começou a ouvir uma discussão e não saiu para fora para
verificar o que de fato acontecia(....)”

Aliás, ao tratar do tema, já se posicionou o vanguardista processualista


penal Doutor Eugênio Pacelli de Oliveira:

“Se a fase do sumário de culpa é reservada à identificação da


existência, provável e/ou possível, de um crime da competência do Tribunal do
Júri, nada mais lógico que se reserve ao juiz. Sumariante ou singular, uma
certa margem de convencimento judicial acerca da idoneidade e da suficiência
do material probatório ali produzido.
Quando o juiz, após a instrução, não vê ali demonstrada sequer a
existência do fato alegado na denúncia, ou, ainda, não demonstrada a
existência de elementos indicativos da autoria do aludido fato, a decisão haverá
de ser de impronúncia ou de improcedência da peça acusatória (denúncia ou
queixa).”

3 - DO PEDIDO

Ante ao exposto, pugna a Defesa:

Seja decretada, com fulcro no artigo 409 do Digesto Processual Penal


Brasileiro, a IMPRONÚNCIA do acusado RAFAEL DOS SANTOS VIANA,
dando-se por IMPROCEDENTE a Denúncia, em razão da inexistência de
suporte probatório mínimo a indicar a autoria do crime imputado ao acusado;

Termos em que,
Pede Deferimento.

Local e data

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
OAB/ XXXXXXXX

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