Cabecote EA111 Diagnostico e Reparacao

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Capítulo 1: Diagnósticos e reparos no cabeçote

dos motores EA 111


Por: ​
REDAÇÃO 
O motor de combustão interna é uma máquina termodinâmica composta por um conjunto de 
peças fixas e móveis que transformam a energia química do combustível em energia de calor 
que por sua vez é transformada em energia mecânica. É possível afirmar que o princípio de 
funcionamento físico de um motor a combustão interna depende diretamente de um aumento 
súbito de pressão no interior dos cilindros gerado pela combustão dos gases ali presentes 
 
O diagrama das válvulas é resultado do sincronismo mecânico entre o deslocamento linear do Êmbolo no 
interior do cilindro e a abertura e fechamento das válvulas realizado pelos cames da árvore comando das 
válvulas 
Atualmente o cabeçote tem a função de alojar a árvore de comando das válvulas, as válvulas da 
admissão e do escape. Este conjunto é chamado de mecanismo comando das válvulas e tem o 
objetivo de permitir o acontecimento da dinâmica gasosa nos ciclos de admissão e escape do 
motor. A árvore de comando de válvulas deve estar mecanicamente sincronizado com a árvore 
de manivelas que o aciona por meio de uma correia dentada, tornando­se possível através de 
cames, balancins e tuchos o acionamento no momento exato das válvulas de admissão e escape. 
Nos motores EA 111 RSH o acionamento das válvulas é feito por balancins que possuem 
rolamentos que minimizam as perdas por atrito mecânico. Isto significa que, diferentemente do 
sistema convencional em que ocorre atrito de deslizamento nos tuchos para o acionamento das 
válvulas, o sistema RSH com atrito de rolamento também permite mais possibilidades 
geométricas, que resultaram numa melhor curva de levante das válvulas com cames de 
pequenas dimensões e sem dispositivo de variação. 
É importante destacar que este conceito proporciona o uso de alojamentos menores para os 
tuchos, o que resulta na adoção de câmaras de circulação do líquido de arrefecimento maiores 
proporcionando o uso de taxas de compressão maiores e melhor arrefecimento na parte superior 
do motor. 

 
Funcionamento do sistema hidráulico de apoio 
Substituindo o tucho hidráulico este componente serve de apoio para o balancim e compensa a 
folga da válvula pelo êmbolo. Para isto este componente recebe a pressão hidráulica do sistema 
de lubrificação e possui um êmbolo, um cilindro e a mola do êmbolo. Uma pequena esfera em 
conjunto a mola forma uma válvula de única via na câmara de óleo inferior. 

 
Para eliminar a folga entre a válvula e o rolete, enquanto a válvula não está sendo acionada, a 
mola pressiona o êmbolo para cima até que o balancim se apoie no came. Isso faz com que a 
pressão na câmara inferior diminua. Assim, a válvula de única via se abre para permitir que entre 
óleo na camara inferior. A válvula se fecha quando a pressão de óleo da câmara inferior se 
igualar com a pressão da câmara superior, que é a mesma do circuito de lubrificação. 

 
Quando o came pressiona o rolete ocorre a elevação da pressão na câmara inferior. Como o óleo 
não é compressível, o calço hidráulico formado não permite que o êmbolo ceda suportando a 
pressão. Desta forma o elemento hidráulico de apoio atua como componente rígido sobre o qual 
se apoia o balancim. 

 
O elemento hidráulico de apoio faz o ponto de giro para o movimento do balancim. O came atua 
sobre o rolete e comprime o balancim para baixo. O outro extremo da válvula aciona a válvula. 
Devido a alavanca entre o rolete e o elemento hidráulico de apoio, se consegue um grande 
deslocamento da válvula com uma força relativamente pequena.  

 
A lubrificação entre o came e o rolete é feita entre o elemento hidráulico de apoio e o balancim 
roletado, assim como entre o came e o rolete do balancim, através de um duto de óleo no 
elemento hidráulico de apoio. Assim, o óleo é projetado para o rolete do balancim através de um 
orifício localizado na parte superior do elemento hidráulico de apoio. 

 
A árvore comando das válvulas está montada no cabeçote e é fixada pela própria tampa das 
válvulas que tem a função de mancal superior. Na parte traseira do comando de válvulas existem 
quatro dentes que geram o pulso do sensor de fase do sistema de gerenciamento do motor. 
 
Devido a usinagem dos mancais de fixação e centralização da árvore de comando das válvulas estarem na 
própria tampa, não é possível usinagens devido a empenamentos na tampa e tão pouco a substituição da 
tampa independente do cabeçote 
Atenção: ao remover e instalar a tampa de válvulas dos motores EA 111 de 8 válvulas deve­se 
utilizar, para vedar as superfícies, a junta líquida original AMV 1888001.02. Atente para que a 
junta líquida fique somente na superfície de vedação. 
Nos motores EA 111 de 16 válvulas os comandos das válvulas ficam incorporados á tampa, 
portanto, ao remover a tampa de válvulas remove­se também os comandos formando um 
subconjunto do cabeçote já com os retentores, polias, bobina e sensor de fase. Isto faz com que 
na montagem também seja evitado o aperto das 10 capas de mancais posterior. 
 
Devido a usinagem dos mancais de fixação e centralização da árvore de comando das válvulas estarem na 
própria tampa, não é possível usinagens devido a empenamentos na tampa e tão pouco a substituição da 
tampa independente do cabeçote 
Atenção:​  ao remover e instalar o subconjunto dos motores EA 111 de 16 válvulas deve­se 
utilizar, para vedar as superfícies, a junta líquida original AMV D 1888003.A1. Atente para que a 
junta líquida fique somente na superfície de vedação evitando que invada os orifícios de 
lubrificação das árvores de comando das válvulas. 
Os dutos de admissão e escape apresentam reduzida restrição, portanto, proporcionam alto 
coeficiente de fluxo proporcionando elevado movimento interno da carga de mistura dentro do 
cilindro. Este efeito é chamado de “tumble” que consiste num movimento ordenado em torno do 
eixo perpendicular ao do cilindro durante o tempo de admissão e compressão. Este efeito 
aumenta a velocidade da combustão e diminui a tendência à detonação. A consequência é o 
aumento da eficiência térmica que auxilia a performance e o consumo. 

 
Análises dimensionais no cabeçote, árvore comando das válvulas e sedes 
Existem duas medidas fundamentais para o cabeçote: a altura mínima e a aproximação da árvore 
comando das válvulas das hastes das válvulas. A altura do cabeçote tem influência em duas 
características fundamentais do motor: a taxa de compressão e o sincronismo mecânico. A 
aproximação da árvore de comando da válvula determina o levante das válvulas em relação ao 
movimento linear do êmbolo. 
Ao usinar a face do cabeçote, atente para que a medida mínima “a”: 
• Motores de 8 válvulas seja de 135,6 mm. 
• Motores de 16 válvulas seja de 108,25 mm 
Estando abaixo destas medidas o cabeçote não poder ser mais usinado devendo, portanto, ser substituído 
Atenção:​  o que for rebaixado no cabeçote deve ser também retirado na sede da válvula durante 
a operação de assentamento das válvulas. Este cuidado evitará que ocorra o choque das válvulas 
com os pistões devido a maior proximidade.  
Esta verificação é importante devido ao desvio máximo de paralelismo do cabeçote, também 
conhecido como empenamento. Neste caso atente para a medida máxima de empenamento e, 
caso seja necessário recuperar a planicidade da face do cabeçote, atente para a garantia da 
medida mínima da altura do cabeçote. 

 
Empenamento máximo admissível é de 0,05mm 
Aproximação da árvore, comando das hastes das válvulas 
Para efetuarmos o cálculo da especificação de repasse máxima admissível, deve­se instalar a 
válvula e pressionar firmemente contra a sede da válvula. Caso se substitua a válvula durante os 
reparos, utilizar a válvula nova para a medição. 

 
Agora, meça a distância –a– entre a extremidade da válvula e o canto superior do cabeçote do 
motor. Assim, calcule a medida da retífica máxima da distância medida e a medida mínima, sendo 
esta de 32,1mm para as válvulas de admissão e escape. 
Basicamente, o cálculo é: distância medida menos a distância mínima = medida máxima 
admissível para retificar. Por exemplo: 
 
Medidas básicas das válvulas. Verifique na página 19 
A folga axial do comando de válvulas nos motores de 8 válvulas deve ser verificada no cabeçote 
desde que os balancins estejam removidos. A folga axial máxima do comando de válvulas deve 
ser de 0,15mm. Observe: 
 
Nos motores de 16 válvulas a verificação deve ser feita na própria tampa de válvulas com os 
retentores das árvores dos comandos removidos. Neste caso a folga axial máxima deve ser de 
0,40mm. 

 
 

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