Direito Das Coisas

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DIREITO DAS COISAS

23/09/2022

Princípio da absolutidade dos reais ou princípio da atipicidade - os direitos reais dado a sua
grande força não são suscetíveis de serem trabalhados no âmbito do princípio da
dispositividade

Direitos reais eficácia absoluta

Só vamos estudar os direitos reais previstos pelo legislador no livro iii do cc e em outros livros
avulsos como o time sharing, pacotes de férias e direito real de habitação permanente criado
em 2019 pelo legislador (artigo da Prof Luísa)

No livro iii encontramos os seguintes direitos reais - propriedade, direitos menores com
sombra de direito da propriedade como usufruto, uso e habitação, superfície, servidões
(direitos reais menores e fisionomias dos direitos de propriedade)

Vamos deixar para o fim o instituto - a posse, instituto anterior ao direito de propriedade,
instituto fundamental, sai nos dois testes, e tem complexidade de perceção, a posse abre o
livro iii

28/09/2022

Introdução

Parte das caraterísticas e princípios de direitos reais

A coisa tem de ser atual e específica

Quanto à matéria de direitos reais ou direito das coisas, vimos a semana passada os direitos
reais focam-se no objeto da relação jurídica, esse objeto que será uma coisa em sentido
jurídico nos termos 202 e ss do cc. Vamos estudar ao pormenor a noção de coisa, tem de ser
atual (apresente) - não há direitos reais sobre coisas futuras, e além da caraterística da
atualidade, temos a caraterística da especialidade - a coisa objeto de direito real tem de ser
certa, autónoma e determinada, por exemplo não há a constituição de um direito real se a
coisa for uma parte integrante, é necessário que essa parte integrante tenha autonomia

Os direitos reais tratam da relação objetiva que liga o sujeito a um determinado bem. É
diferente do direito das obrigações. Portanto, a relação de direitos reias é objetiva, de domínio
entre o sujeito e a coisa. A relação de direito de crédito é intersubjetiva entre o credor e o
devedor. O que está em causa é um direito de crédito que é o direito relativo, têm efiácia inter
partes. Enquanto nos direitos reais, o direito real é um direito absoluto.

A em abstrato pode opor o seu direito em todas as direções porque existe uma obrigação
passiva universal de respeito que é imposta a qualquer sujeito. Os direitos reais constituem um
ramo do direito civil que vão regular a utilização direta das coisas, enquanto que o direito das
obrigações regula os meios de acesso para se tornar proprietário de uma coisa. Em sentido
objetivo os direitos reais constituem o ramo do direito civil que regula o domínio das coisas e
disciplina a sua atribuição e utilização. É um ramo do direito privado, tem uma natureza
patrimonial, não estão aqui em causa direitos pessoais. Em sentido subjetivo a expressão
direitos reais designa uma categoria de direitos subjetivos no caso os direitos absolutos. O
direito subjetivo pode ser um direito relativo direito de créditos e direito absoluto direitos
reais

Relativamente aos tipos de direitos reais, temos 3 tipos ou categorias: gozo, garantia e
aquisição. Os direitos reais de gozo são aqueles em que é atribuído ao seu titular a faculdade
de uso, fruição ou disposição de uma coisa corpórea. O direito real máximo é o direito de
propriedade, depois temos subcategoria direitos reais de gozo limitado. Os direitos reais de
garantia são aqueles em que é conferida uma preferência ao credor no pagamento pelo valor
de certa coisa podendo esse credor ser pago à frente dos restantes evitando os riscos de o
património de o devedor serem suficiente para liquidar todos os seus créditos. Garantia -
penhora, hipoteca, etc. Os direitos reais de aquisição em que é conferida ao seu titular a
possibilidade de pelo seu exercício adquirir um direito real sobre determinada coisa. Aquisição
- contrato promessa com eficácia real, pacto de preferência com eficácia real, direitos legais
de preferência. Vamos nos centrar nos de gozo, seja a propriedade seja os demais.

Caraterísticas principais dos direitos reais

O direito real tem 4 caraterísticas fundamentais que vão conferir uma tutela mais forte a este
direito comparativamente com outros direitos. Desde logo:

1. Direito absoluto - eficácia erga omnes. O direito real é então um direito absoluto, o
que tem implicações ao nível da eficácia porque ao poder direto e imediato que o titular de um
direito real tem sobre a coisa objeto do seu direito vai corresponder à obrigação de todas as
pessoas o respeitarem (obrigação passiva natural de respeito), nada devendo fazer para
dificultar ou impedir o seu exercício. O direito real é um direito de exclusão, está a afastar que
qualquer sujeito interfira com o exercício desse direito real. O caráter absoluto dos direitos
reais justificam muitas das soluções que vamos encontrar no regime jurídico dos direitos reais,
desde logo pelo princípio da tipicidade - determina que só existem os direitos reais que estão
consagrados na lei e nos termos do regime aí consagrado, ou seja, este princípio, e embora
estamos no âmbito do direito civil, é um travão à autonomia da vontade. O direito real confere
ao seu titular um domínio de garantia de atuação, ou seja, o titular do direito real não precisa
de ninguém para retirar as utilidades do seu direito ao contrário do que acontece no direito
das obrigações na colaboração de uma pessoa. O domínio de atuação do direito real deve ser
respeitado por todo. O modo como a eficácia absoluta pode ser exercida perante os sujeitos
depende da categoria do direito real em causa. Nos direitos reais de gozo o titular deste direito
tem à sua disposição as chamadas ações reais que são meios judiciais de reação à violação de
um direito real por exemplo a ação de reivindicação 1311 - 1315. Há meios que o titular do
direitos… Nos direitos reais de garantia é possível a satisfação do crédito em vantagem sobre
todos aqueles que não tenham um direito mais forte a partir do rendimento da coisa no caso
da consignação de rendimentos 656 e ss ou do resultado da alienação da coisa, no caso do
penhor ou da hipoteca 686 e ss. Nos direitos reais de aquisição o caráter absoluto verifica-se a
partir da possibilidade de "perseguir" a coisa, adquirindo-a, independentemente do atual
titular. A caraterística de ser direito absoluta diferencia desde logo o direito real. O caráter
absoluto do direito real poderá perder eficácia ou ser afastado em determinadas situações,
desde logo na situação da proteção do registo. Há determinados bens que estão sujeitos a
registo obrigatório. (879 a) + 408 n3 + 892 + 5n4 + 6 crp)
2. Poder de sequela. Este poder é também chamado por alguns autores o direito de
perseguição. A sequela é o poder que o titular do direito real tem de seguir a coisa sempre que
esta se encontre fora da sua esfera jurídica e de atuar de modo a serem restabelecidos os
poderes necessários ao exercício do seu direito. A proteção do registo conferida no art 5 n4
constitui uma exceção ao poder de sequela. Outras situações: invalidades sequenciais. A
celebra contrato compra e venda relativamente a um imóvel, foi simulado, simulação
absoluto, nulidade, se B decidi alienar o imóvel ao C de boa fé vai registar o bem, o negócio é
válido, porque A continua a ser proprietário, é nulo por venda de coisa alheia, B não tinha
legitimidade, porém se C preencher os requisitos do art 291 cc ele vai poder transformar o seu
direito de oponibilidade relativa em direito absoluta pelo art 291, assim o 291 constitui uma
exceção ao poder de sequela. Também o 243 em específico para a questão da oponibilidade
da simulação.

3. Prevalência/preferência. Desde logo, o direito real prevalece sobre qualquer direito


de crédito, mesmo que tenha sido constituído anteriormente. Além disso diz-nos que em caso
de conflito entre direitos reais, o credor que tenha um direito real de garantia vai ter o seu
direito a prevalecer sobre os demais direitos reais. Se forem direitos reais da mesma natureza,
por exemplo dois direitos reais de propriedade, prevalece o direito constituído em primeiro
lugar salvo as regras do registo. Portanto, direitos reais-direitos de crédito, prevalecem os
direitos reais por causa da eficácia absoluta. O registo pode afastar aqui a prevalência.

4. Inerência. Traduz-se na ligação íntima dos direitos reais às coisas que constituem os
seus objetos e pelas quais passa a satisfação das necessidades dos seus titulares, por isso não
se pode manter um direito real se o objeto mudar. Por exemplo, se o A constitui a favor de B o
usufruto sobre determinado prévio e posteriormente o A e o B pretendem transferir esse
direito para outro prédio, a caraterística da inerência determina que tem de se extinguir o
direito de usufruto já constituído, e só depois se pode constituir o usufruto sobre outro prédio.
A caraterística da inerência também está relacionada com as caraterísticas do objeto do direito
real porque a coisa tem de ser certa atual e autónoma, enquanto isso não acontecer não
temos a constituição de um direito real.

Outras caraterísticas:

Natureza privada do direito real, vai ficar de fora do âmbito dos direitos reais tudo aquilo que
sejam aplicadas normas de direito público

O princípio da autonomia privada tem importância com limitações

Caráter patrimonial dos direitos reais - bens suscetíveis de avaliação pecuniária

Caso Prático

Alexandra proprietária de um dos primeiros computadores portáteis fabricados em Portugal


deu em comodato a Beatriz que pretendia organizar uma exposição sobre a evolução do
fabrico de material informático no nosso país, vendeu o mesmo computador a Catarina
colecionadora de antiguidades que exige agora de Beatriz a imediata entrega do computador.
Esta recusa-se a entregar, alegando que o seu direito foi constituído em primeiro lugar. Terá
razão? Identificar tipos de contrato que estão em causa. Noção do contrato, onde está
consagrado. Temos de analisar o objeto, identificar objeto. Ver se foi comprada a forma.

O problema é de eficácia a favor de Beatriz e o a favor de Catarina. Confronto entre direitos.


Identificar os tipos de contrato em causa

Ambos os contratos têm por objeto um computador, o computador é uma coisa em sentido
jurídico 202, o art 203 que fala-nos das diferentes classificações de coisa e em concreto
classificar como uma coisa móvel 205, o computador já existe, é uma coisa presente, é uma
coisa certa, autónoma e determinada, este objeto reúne as caraterísticas que são necessárias
para ser objeto de um direito real. Num primeiro momento a Alexandra celebrou um contrato
de comodato com a Beatriz, consagrado no 1129, o contrato de comodato não é mais que um
empréstimo, tem os seus efeitos principais no 1135 e o comodato é um direito de natureza
obrigacional, é um direito pessoal de gozo, tem natureza obrigacional, quando a A celebra este
comodato de Beatriz, B não se torna proprietária, é A a proprietária, a B tem um direito
meramente obrigacional, se A é proprietária isso significa que ela tinha direito para celebrar
um contrato de compra e venda com Catarina com determinadas consequências já vamos ver.
O segundo negócio entre A e C é um contrato de compra e venda noção 874 e efeitos 879
como dissemos há pouco que o computador preenche as caraterísticas necessárias para ser
objeto de um direito real isso significa que vai vigorar aqui em pleno o princípio da
consensualidade, Catarina torna-se proprietária no momento da celebração do contrato, 406
n1 princípio da consensualidade, independentemente das obrigações da entrega da coisa e o
pagamento do preço terem de ser realizados. Catarina torna-se proprietária 879 n1 e 408 n1
adquire o direito de propriedade, adquire um direito real, e que tem eficácia absoluta e
chegamos ao principal problema deste caso prático. Sendo a Catarina a nova proprietária do
computador, terá razão a Beatriz a pedir a devolução do computador. Nós temos aqui um caso
de conflito de direitos - direito de Beatriz que é um direito pessoal de gozo e o direito da
Catarina que é um direito real. Atendendo à caraterística da prevalência que está
naturalmente associada à eficácia absoluta destes direitos, direitos reais prevalecem sobre os
direitos obrigacionais mesmo que sejam constituídos em primeiro lugar. Tendo o direito real
uma eficácia absoluta e o direito obrigacional uma eficácia meramente inter partes o direito
real prevalece sobre qualquer direito de crédito que tenha sido constituído isto significa que
Catarina pode opor o seu direito de propriedade a Beatriz na verdade a relação contratual que
existe entre A e B é totalmente indiferente para C, esta relação só produz entre A e B, não
pode opor o seu direito a C, é uma relação meramente obrigacional. C tem direito com eficácia
absoluta, este direito permite ao seu titular seguir a coisa (poder da coisa) com quem ela está
ou onde ela se encontra. Ela pode seguir a coisa pq B recusa-se a entregar o computador, vai
acionar os meios judiciais necessários nomeadamente uma ação de reivindicação 1311. Esta
ação vai permitir à C ver reconhecido o seu direito real de propriedade e também condenar a B
à entrega do computador.

30/09/2022

Introdução de algumas noções e distinções básicas dos direitos reais

Caraterísticas ligadas aos princípios - a professora Diana vai entrar neles depois - princípios que
estruturam a natureza dos direitos reais

Princípio da coisificação, totalidade, compatibilidade ou exclusão, consensualidade na


transmissão dos direitos reais - importante analisar o 408 do cc, numerus clausus, publicidade

Prova diz o código civil no 341 é a demonstração da realidade de um facto


Direito probatório: área material (cc) e área adjetiva (cpc)

Meios de prova: prova por presunção, confissão, documentos, testemunhal, inspeção e pericial

O cpc regulamenta o modo de produzir essa prova

Meios de prova ilação que o tribunal tira a partir de um facto conhecido a prova de um facto
desconhecido

Direitos reais ditos de gozo

Do ponto de vista doutrinal podem agrupar-se em três tipos: gozo, garantia, aquisição

Direitos reais de gozo - livro iii e diplomas avulsos

Há outros direitos com natureza realista e não estão no livro iii

Direitos reais de garantia - livrinho do cc que é o direito das obrigações

Direito real de garantia é por exemplo a hipoteca

O direito de propriedade é o máximo real de gozo

No 1305 o legislador optou por dar uma ideia do conteúdo que o direito de propriedade tem, a
partir daqui percebemos o quanto ele é extenso. O proprietário goza de modo plena das coisas
que são sua propriedade. Esta é a noção relativamente ao direito de propriedade que o
legislador utiliza para dar uma abrangência do direito da propriedade. Quem é proprietário faz
o que quer daquilo que é seu. A hipoteca é um bom exemplo de direito de garantia, mas não
estabelece uma garantia a 100%, é uma garantia de propriedade. Outro direito de garantia é o
penhor. O objeto da hipoteca é o bem imóvel ou equiparado a imóvel, e no penhor é um bem
móvel. O penhor tem uma caraterística muito própria - só se constitui efetivamente quando o
credor toma a posse do móvel. O penhor implica na realidade que a coisa seja entregue ao
credor penhoristíssimo.

Há também um terceiro grupo de direitos reais discutível e que efetivamente não se


confundem nem com uns nem com outros

O direito real de garantia não se confunde com o status do direito real de propriedade

Direitos reais de aquisição - não é uniforme na doutrina - contrato-promessa, que tem eficácia
obrigacional, só tem eficácia entre as partes contratantes, eficácia relativa, as consequências
são obrigacionais, vendedor devolver sinal, o comprador perde o sinal - consequências
obrigacionais, modalidade contrato-promessa com eficácia real - promessa a que as partes
querem atribuir uma força especial 410, 413 - forma especial escritura pública ou documento
particular autenticado, essa promessa vai ficar a constar do registo predial, ao registo vai a
notícia de que foi celebrado um contrato promessa de compra e venda entre A e B, o
comprador tem direito protegido por eficácia real. Essa eficácia real tem que alcance?
Transmite a propriedade do bem para o promitente? Não prescinde da realização do contrato
definitivo. A compra e venda não se confunde com o contrato de compra e venda. A promessa
com eficácia real não transmite nada. Só o contrato a ser celebrado vai transmitir. Promessa
estabelece uma prioridade de aquisição. Execução específica 830 cc. Se por ventura um dos
promitentes não quiser comprar, pode ir a tribunal requerer o cumprimento coercivo da
promessa. A promessa meramente obrigacional tem este tipo de proteção. Há doutrina que
considera que a promessa com eficácia real constitui um direito real de aquisição, outros
consideram uma prioridade de aquisição. Outro exemplo: direito de preferência no caso do
direito real de superfície. O titular do terreno onde está constituída a superfície. A doutrina vê
neste caso um direito real de aquisição.

São estes os três grandes grupos de direitos reais.

O que vamos estudar pressupondo que já demos sobre os direitos reais de obrigações e
aquisições em obrigações e teoria geral

Vamos concentrar nos direitos reais de gozodi

Variantes do direito de propriedade: compropriedade e propriedade horizontal

A posse

07.10.2022
405º liberdade contratual

408º nº1 – diz que a transferência de direitos reais sobre uma coisa determinada d-ase por
mero efeito do contrato, salvo exceções previstas na lei

COISAS

- Enquanto objeto dos direitos reais e qualificação de direitos reais

- A coisa é de facto ara o dto nos termos do 202º tudo aquilo que pode ser objeto de RJ

Há uma ligação interessante incindível e incontornável apesar de em campos distintos, há na


verdade NJ, coisa tem de estar presente para que se possa falar de dto real. Não há DR sem
coisa, é um objeto que tem uma ligação constitutiva com o dto real

Precisamente porque a constituição de direitos reais sobre coisa pode ser variadíssima, pode
haver várias fontes, os modos de constituição de direitos reais podem ser por via legal,
negocial (por contrato) e ainda apodem ser constituídos por uma via (típica da constitutividade
de DR) da aquisição originária. Os direitos tanto se podem adquirir por via originária ou
derivada (é a chamada de transmissão, há um dto que esta na esfera jurídica de A e passa para
a esfera jurídica de B, e esta transmissão pode dar-se por via negocial, legal (sucessão legal,
testamentária). O modo constitutivo da derivação pode ser qualquer uma desde que
admissível e traduz sempre que o dto existia numa EF e passou para outra de outro titular.
Coisa diferente é ficção legal que imagina um dto a nascer na EJ do próprio titular, ou seja, em
x de o dto ser adquirido derivadamente trata.se de um dto que brota na própria esfera jurídica
daquele que é o seu titular – autocriação de um dto na própria EJ do titular –> aquisição
originaria. Regra geral a aquisição originaria tem por fonte a modalidade de usucapião que
permite que em determinadas circunstâncias alguém adquira exnovo (originariamente) um dto
que lhe nasce na EJ daquele que é o seu titular. Há outras formas que não só o usucapião e
que traduzem a aquisição originaria de direitos reias.
Isto significa que os DR, que são direitos que versem sobre uma coisa, entram na nossa EJ ou
pela via originaria ou derivada. A derivada é a mais comum, todos os dias fazemos aquisições
de coisas por via derivada, concretamente através da modalidade que é a maior fonte das
obrigações que é o CONTRATO. O contrato é a fonte por excelência de constituições de
obrigações. O contrato é uma fonte voluntaria.

ART408º esta no dto das obrigações

Nº1 – efeito translativo de DR se dá por mero efeito da celebração do próprio contrato.

Este efeito está profundamente ligado a um p. regra do nosso OJ que é o p. da


consensualidade. Quando falamos deste p. como p. regra significa que é uma trave no nosso
OJ e traduz-se na criação de vínculos, se dá a criação do consenso. O consenso é o ponto de
encontro entre as declarações negociais. Numa declaração negocial, no ponto em que é aceite,
dá-se o consenso. É por essa razão que no nosso OJ não é preciso, em regra, um ato formal de
entrega ou não é imprescindível que o preço esteja pago para que o contrato se considere
validamente celebrado. A titularidade de um dto real sobre uma coisa, nos contratos
translativos, transfere-se por mero efeito do contrato.

Nesse ponto que se cruzam nasce o contrato

Olhando para o 219ºCC diz que os atos J não estão sujeitos a formal legal a não ser ns casos
previstos na lei  é daqui que se retira o p. da consensualidade.

Não há regra sem exceção, o OJ por razões de segurança e equilíbrio dita a necessidade de
publicidade, e é por essas razões que se exige forma. O OJ entende como forma de segurança
a publicidade. Há atos J e por consequência NJ em que o legislador exige forma para as
declarações negociais, se não cumprirmos essa formalidade quando exigida o negócio é
invalido.

O art408º é muito impt pois transmite-nos que por mero efeito dos contratos por força do p
da consensualidade, o efeito translativo de direitos reias sobre coisa determinada dá-se por
esse contrato automaticamente. Uma coisa é o vínculo obrigacional que qualquer contrato
pressupõe e casa contrato é dotado de obrigações principiais e acessórias – art875º. Mas isso é
o plano obrigacional. Só que por fola na norma do nº1 do 408º como o contrato de compra e
venda é um contrato translativo não gera só vínculos obrigacionais, além disso é um contrato
que tem o poder de transmitir um DR sobre uma coisa certa e determinada. O contrato de
compra e venda tem então um efeito obrigacional e um efeito real, ou seja, de transmissão do
DR. Se houver alguma invalidade por nulidade neste negócio o efeito translativo volta para
trás. Se por ex o NJ de uma casa, e faz-se um contrato de compra e venda entre A-B mas não
respeita a formalidade exigida. A priori é uma compra e venda e constitui-se o vínculo
obrigacional e a casa, a priori vai para a mão do comprador no sentido da própria, mas não é
proprietário por se estar a tratar de um contrato invalido porque não houve o preenchimento
das formalidades legais, ele tem a casa na sua posse, mas não é proprietário logo o dto real
sobre a coisa não se transfere, ou seja, o efeito translativo não se deu.
Os contratos translativos pelo simples facto de serem celebrados se forem celebrados
validamente são contratos que também transmitem o dto real sobre a coisa certa e
determinado

Nº2 do art408º também é impt porque fala de uma serie de particularidades que é por ex o
conceito de COISA FUTURA, que é aquilo que ainda não existe quando alguém dispõe dela ou
então na esta na sua disponibilidade. No caso de venda de bem futuro o dto de propriedade só
se transfere quando a coisa estiver disponível no disponível

Os contratos são a fonte + frequente de constituição de vínculos entre as pessoas mas os


contratos não tem de ser apenas translativos. O contrato translativo é sempre o contrato que
a par dos vínculos obrigacionais típicos do contrato também tramite direitos reias sobre coisa
certa e determinada. Dai que contratos translativos são a permuta, prestação de serviços,
comodato

Isto leva-nos ao 202º que nos diz que coisa é tudo aquilo que pode ser objeto de RJ. A coisa é
algo que pode ser objeto de apropriação individual. Trata-se de coisa apropriável (as coisas
imateriais não são tratadas aqui). Aquilo que aqui se trata é as coisas que podemos ser objeto
de RJ mas que possam ser objeto de direitos privados; a propriedade publica esta fora do
nosso estudo, assim como o bem que a própria natureza seja suscetível de ser apropriado
individualmente ou imaterial

Vamos verificar que as coisas classificadas como tal em termo J, ou seja tudo aquilo que é
suscetível de ser objeto de uma RJ de apropriação, o legislador encontrou varias classificações
para as coisas. Estas podem ser classificadas sobre vários primas e as classificações podem ser
cumulativas (algumas). Art203º

 Coisas móveis e imóveis


 Coisas divisíveis e indivisíveis
 Consumíveis e não consumíveis
 Fungíveis e infungíveis

Posso ter uma coisa imóvel que é divisível e que é infungível. Portanto eu posso ter por
camadas sobreposição de classificação de coisas. É a porta de entrada do 203º que o que vem
a seguir são variadas classificações

COISAS MÓVEIS E IMÓVEIS  ART204º E 205º CC

O legislador não dá uma definição de coisas móveis, mas adota outro tipo de
metodologia. Estabelece um conjunto de coisas imoveis e depois diz que tudo o resto que não
esta presente é movel, ou seja, faz uma definição por exclusão. Esta norma é claramente uma
norma imperativa, é tal como está, só é imóvel o que aqui e não pode ser inventado por nos
devido ao p. do numerus clausus dos direitos reais, e que confere e se articula com a
característica da absolutidade que o dto real tem perante 3ºs. é por causa desta delimitação
que o dto real é tao possante e quem é seu titular irradia para fora deste poder

A 1ª categoria que o legislador estabelece em imóveis mexe com o conceito de prédio. O


prédio é na realidade o ponto de partida de uma diferenciação, o legislador separa prédio
rústico do prédio urbano. O 1ª é uma porção de terra, ou seja, aquilo a que chamamos um
terreno. O 2º é uma edificação que tem de estar ligada ao solo com caracter de permanência e
ao estar ligado ao solo com este caracter tem naturalmente uma ligação a terra e tem um
espaço que é próprio, e chamamos a isto logradouro, que normalmente é o quintal ou jardim.

O prédio tem 2 variáveis: rústico e urbano. Em ambos o caso a terra revela.

O terreno pode ser objeto de uma operação legal e transformação do terreno para construção
urbana. Os lotes destinados a construção são frações de terreno que do ponto de vista do dto
já são prédios urbanos porque se destinam a edificação urbana. Pagam também IMI que por
sua vez é mais alta do que o IMI de um prédio rustico assim como o IMT caso haja contrato
translativo de propriedade.

Esta dicotomia entre prédio rústico e urbano também trazem consigo outras questões, e no
meio desta dicotomia há a classificação de prédio misto, são aqueles que têm um aparte
rústica e urbana. Esta importância da dicotomia, é que o prédio urbano não está sujeito a
determinado tipo de limitações a que está sujeito o rustico, o legislador estabelece limitações
ao fracionamento da propriedade rustica. Cada zona do nosso país tem uma área de cultura
prevista predefinida numa portaria. Quem tem um terreno na os pode dividir em área inferior
aquela unidade de cultura, com vista a impedir a fragmentação da propriedade rural. O
legislador estabeleceu outro fenómeno cuja ideia é a de quem é dono de terrenos se
pretender celebrar contratos translativos desse terreno tem que dar dto de preferência ao
confiante vizinho que também tenha terreno. Há preferências de natureza legal.

A 2ª categoria tem a ver com as águas, há águas públicas e privadas. No contexto da


propriedade privada, porque nascem na propriedade privada tem o estatuto de coisas privadas
e são tartadas comos coisas imoveis. O legislador classifica deste modo as águas pelo facto de
ter um leito e margens, no caso de compropriedade de águas o legislador ficciona com uma
linha divisória a meio do leito. Delimitação do curso de água.

12/10/2022

Matéria só teórica de direito das coisas

Princípios gerais dos direitos reais, a prof já foi falando de um ou de outro

Vamos começar pelo princípio da tipicidade ou taxatividade dos direitos reais (1306.º CC),
embora esteja no âmbito do direito da propriedade, aplica-se a qualquer direito real, colocou
no direito de propriedade porque ele é o direito real máximo. Segundo este artg só existem os
direitos reais previstos na lei não sendo possível às partes por força da autonomia da vontade
criar direitos reais ou figuras parcelares a um direito real. As partes têm liberdade de celebrar
um contrato de compra e venda que lhes vai conferir a titularidade de um direito. Este
princípio da tipicidade vincula não só o direito de propriedade mas qualquer direito real.
Porque é que o princípio da tipicidade é tão importante? Uma das razões que vem limitar a
criação de direitos reais é a eficácia destes direitos absoluta e erga omnes. A eficácia absoluta
relacionada com a segurança e certeza jurídica, tem de haver uma previsão sobre que direitos
reais existem levam a que se limite a possibilidade de criar direitos reais. Além disso o princípio
da tipicidade ao limitar a criação de direitos reais pretende evitar o aumento de litígios que
pudessem surgir se fosse permitido às partes atribuir caráter absoluto a um direito. Diz-nos o
art 1306 n1 que não é admitido às partes a criação de figuras parcelares ao direito de
propriedade, bem como eventuais restrições a esse direito, a não ser nos casos previstos na
lei. Este artg deve ser interpretada de forma ampla para todos os direitos reais. Há no entanto
e dentro do princípio da tipicidade uma possibilidade de as partes quanto ao conteúdo do
direito real, temos uma possibilidade de as partes terem liberdade para conformar o conteúdo
de um direito real que esteja consagrado na lei. Esta liberdade de conformação do conteúdo
vai variar consoante o direito real em causa. A distinção entre dr de tipo aberto ou fechado
está relacionado com a possibilidade de as partes conformarem ou não o conteúdo. Nos tipos
abertos poderá admitir-se alguma liberdade conformarem o conteúdo do direito real. É o que
acontece no caso das servidões prediais que permite que o conteúdo da servidão seja
delimitado pelas partes, o mesmo vai acontecer com o direito de usufruto - que é uma
limitação ao direito de propriedade, e vai dar-se a possibilidade de estabelecer para que é este
direito de usufruto. Nos direitos reais de gozo limitado, todos vão deixar liberdade às partes de
conformar o conteúdo, são direitos reais de tipo aberto. O mesmo não vai acontecer nos
direitos reais de conteúdo ou tipo fechado, nestes direitos as partes limitam-se a ter de
obedecer ao regime geral consagrado na lei para a limitação do conteúdo do direito em causa
o que é que acontece quando é violado o princípio da tipicidade? À partida qual é a violação de
um princípio geral, temos a invalidade. A primeira consequência é a invalidade do negócio
jurídico que havia sido celebrado. Contudo, o legislador foi um pouco benéfico pq o 1306 vem
estabelecer a possibilidade de conversão de um negócio jurídico. A conversão implica que esse
negócio seja válido, mas só tenha eficácia obrigacional. As partes se soubessem que aquele
negócio n ia produzir efeitos reais, não levaria à constituição de um direito real, mesmo assim
teriam mantido a vontade de celebrar. 293. Para se um direito real a servidão predial 1544 tem
de ser para beneficiar o prédio.

Princípio da coisificação. O princípio da coisificação diz-nos que o direito real incide sobre
coisas e não sobre pessoas ou bens não coisificáveis. Ficam de fora do objeto dos direitos reais
tudo aquilo que não pode ser integrado no conceito de coisa em regra a doutrina maioritária
entende que estas coisas têm de ser corpóreas, apreendida pelos sentidos e que tenha
existência real. Há no entanto doutrina minoritária de o objeto incidir também sobre coisas
incorpóreas por força do art 303.

Princípio da atualidade. Este princípio diz-nos que o direito real tem de incidir sobre uma coisa
presente, só poder ser direito real se existir e estiver em poder do alienante. Não há direitos
reais sobre coisas futuras. Este princípio decorre da caraterística da inerência do direito real. A
caraterística da inerência diz-nos que tem de existir uma ligação fundamental entre o direito e
a coisa que constitui o seu objeto. Quando uma coisa não tem realidade física falamos em
coisa absolutamente futura. Se já existe mas ainda não está no poder do alienante falamos em
coisa relativamente futura. Se estiver em causa quer uma coisa absolutamente quer
relativamente futura não há constituição de direito real, mas não é por isso que o contrato vai
deixar de produzir efeitos. Doações sobre coisas futuras é nula.

Princípio da especialidade. Também é resultado da caraterística da inerência do direito real e


diz-nos que só pode ser constituído um direito real se a coisa for certa, autónoma e
determinada. Portanto, as coisas têm de ser coisas específicas, não há direitos reais sobre
coisas genéricas, indeterminadas, partes integrantes, partes componentes, para que o direito
real seja constituída é necessário que a coisa seja autónoma, determinada. Encontramos no art
408 n2 em que ocorre a transferência ou constituição do direito real perante uma coisa que
não obedecia às caraterísticas da atualidade e especialidade. O 408 n2 diz nos que se estiver
em causa por exemplo que tem por objeto uma coisa indeterminada. Nesta hipótese o direito
real só se transfere se a coisa for determinada com o conhecimento de ambos os contraentes
é o que nos diz o 408 n2 1 parte. Duas exceções: obrigações alternativas 543 - 549 e
obrigações genéricas 530 a 542, por exemplo celebramos um contrato de compra e venda de
um automóvel, foi estabelecida uma obrigação alternativa dali a 3 meses tem de escolher a cor
vermelha ou azul, no momento não há transferência do direito real, só há quando há a
escolha. No caso das obrigações genéricas a transferência do direito real ocorre no momento
da concentração. Se estiver um contrato de compra e venda que tem coisa futura n reúne a
caraterística da coisa futura. No caso de a coisa ser futura o direito real só se transfere no
momento em que a coisa for adquirida pelo alienante. Imaginem agora o caso particular dos
frutos pendentes. Neste caso o direito real transfere-se no momento da colheita. Compra e
venda de uma coisa que é considerada parte componente ou integrante - neste caso o direito
real apenas se constitui quando estas coisas forem separadas da coisa principal.

Princípio da compatibilidade - determina que a existência de um direito real sobre alguma


coisa depende da compatibilidade com outros direitos reais que já existam sobre essa mesma
coisa. Portanto, tirando o caso da compropriedade não podem coexistir dois direitos de
propriedade sobre a mesma coisa porque estes direitos são incompatíveis entre si por terem o
mesmo conteúdo e a mesma extensão. É o que acontece por exemplo entre a conciliação
entre o direito de propriedade e os direitos reais de gozo limitado. Podemos ter a incidir sobre
a mesma coisa sobre o direito de propriedade e o direito de usufruto. É possível constituir
sobre a mesma coisa mais que um direito real de natureza extinta desde que compatíveis
entre si. O princípio da compatibilidade relaciona-se com o princípio da elasticidade dos
direitos reais. Porque o princípio da elasticidade diz-nos que a coexistência de direitos reais
sobre a mesma coisa só é possível porque os direitos reais apresentam uma estrutura elástica,
é o caso desde logo do direito de propriedade. O direito de propriedade ao se conciliar com o
direito de usufruto está a comprimir-se para permitir a conciliação com outro direito real,
quando se extingue o direito de usufruto volta a ter a sua plenitude máxima.

Princípio da consensualidade. O princípio da consensualidade que no nosso sistema jurídica


está consagrado no 408 n1 diz-nos que em regra para a transmissão da propriedade basta o
mero acordo de vontade. Este mero acordo de vontades não é mais que a existência de um
título. O princípio da consensualidade fundamenta-se no sistema de títulos. Basta existir um
título, é um título constitutivo de direito real, implica que esse título seja válido, por mero
efeito do contrato vontade das partes há transmissão da propriedade. Por mero efeito do
contrato há transferência da propriedade. Vigora entre nós o sistema de título. Há
ordenamentos jurídicos em que vigora o sistema de modo. No sistema de modo que vigora por
exemplo na Alemanha para que haja a constituição de direito real é necessário proceder no
caso de coisas móveis a entrega da coisa. Para a constituição de um direito real sobre coisas
imóveis é o ato de registo, independentemente do título da aquisição. Há ordenamento
jurídicos que ordenam o título e o modo. O nosso sistema de título não é puro porque permite
exceções, nomeadamente, permite a aquisição do direito real contra o título ou apesar do
título. Exceções 5 n4 crp, 591 cc - permitem a aquisição de um direito real apesar de ser
inválido. 291. A usucapião vai permitir a constituição do direito real independentemente da
existência de um título. Além destas situações, temos também algumas situações em que a
validade do título implica uma espécie de modo incluído no próprio válido, ou seja, não basta
um contrato de compra e venda validamente celebrado, implica um ato de entrega, por
exemplo no caso das doações coisa móvel 947 n2

Princípio da boa-fé - não com uma dimensão tão ampla como em direito das obrigações,
presente nos direitos reais pq o titular de um direito real deve pautar a sua atuação, o
exercício do seu direito em conformidade com o exercício da boa-fé sob pena de se verificar
uma situação de abuso de direito art 334. O princípio da boa-fé vai ter relevância pontual em
algumas matérias, como a posse e usucapião. O usucapião é um efeito da posse. É uma forma
de aquisição do direito real. Vai ter relevância para caraterizar o tipo de posse: boa ou má fé
relacionada com o facto de o possuidor ou ignorar que estava a lesar o direito de outrem, bem
como para a contagem do usucapião. Por exemplo, a aquisição por usucapião de um
apartamento, se estiver de má fé só pode adquirir ao fim de 20 anos se for possuidor, se de
boa fé 15. Também para saber se o possuidor pode tirar vantagem dos frutos das coisas.

Princípio da transmissibilidade - os direitos reais podem ser transmitidos por ato inter vivos ou
por sucessão mortis causa. Vamos ver que com a morte de o autor da sucessão há um
conjunto de direitos que são transmitidos aos seus sucessores. Ou o direito é transmitido por
entre vivos ou morte, com exceção de casos de sucessão por morte não há casos em que se
transmite pela morte do titular - usufruto, habitação, servidões prediais - extinguem-se com a
morte do titular.

Princípio da publicidade - a publicidade pode ser espontânea ou provocada. A publicidade


espontânea é assegurada pela posse. A publicidade provocada é assegurada pelos diferentes …
de registo público. O caso da publicidade provocada que é aquela que resulta do registo, se
tiver coisas imóveis ou certas móveis têm de ser registada. Portanto, face à eficácia absoluta
destes direitos, é importante que se proceda ao registo para saber de quem é o proprietário
de determinado bem, possa ir ao registo para ver quem é o proprietário. É necessário que
estas relações jurídicas sejam relações jurídicas estáveis. Dentro do princípio da publicidade
encontramos o princípio da instância que nos diz que o registo predial não é oficioso, é feito a
pedido dos interessados art 41 do crp. Nos termos do art 36 deste código tem legitimidade
para efetuar o pedido qualquer sujeito ativo ou passivo da relação jurídica que se pretende
registar, mas também se estende a legitimidade a qualquer interessado, ainda que não seja
interveniente jurídico na relação jurídica. O art 8 do código do registo predial estabelece no
entanto algumas situações em que há a obrigatoriedade de promover o registo pelos sujeitos
aí elencados. Portanto, a ideia é que os interessados é que têm de proceder ao registo de
determinado bem, tirando as situações pontuais. Apesar de o registo estar dependente do
pedido dos interessados este pedido é obrigatório e não facultativo. Nos termos do art 8A é
obrigatório o registo dos factos que estão elencados no art 2 crp. Se for uma das situações do
art 2 do crp é obrigatório proceder-se ao registo. Além destas, tb é obrigatório no caso do art 3
que diz respeito ao registo de ações ou decisões judiciais relativas aos bens em causa. A lei
prevê alguns casos excecionais em que o registo é facultativo, por exemplo, art 92 n1 que é o
caso do registo provisório por natureza do bem, o caso do registo que diz respeito a bens que
fazem parte de uma herança indivisa - que ainda não foi partilhada. Dentro do princípio da
publicidade, temos o princípio da legalidade previsto no art 68 crp trata-se de uma norma que
diz respeito aos poderes do conservador que vai proceder ao registo, nomeadamente, deve ter
particular cuidado na identificação do prévio. Tem de verificar se as partes ou a parte que faz o
pedido tem legitimidade para o fazer. Tem de verificar se o título sofre ou não de alguma
regularidade formal. Atribuído ao conservador de averiguação quer da legitimidade das partes
quer da concordância do título a que se destina o registo. Um outro princípio importante é o
princípio do trato sucessivo art 34 crp diz-nos que em regra o registo definitivo depende da
prévia inscrição dos bens em nome de quem os onera ou transmite. Sob pena se for violado
este princípio o registo é nulo e a única forma de proteção será por efeito do art 17 n2 crp.
Princípio da prioridade do registo art 6 sempre que forem feitas inscrições sobre o mesmo
bem e que digam respeito a direitos incompatíveis entre si vai prevalecer a inscrição mais
antiga. O art 6 vai dizer que prevalece o direito registado em primeiro lugar. Quanto aos
efeitos do registo, a prof dizia que o registo tendo efeito meramente publicidade, a principal
função do registo é dar a conhecer quem é o titular do direito por uma questão de segurança e
certeza jurídica. Por uma questão de confiança nas relações jurídicas que se pretendem
estabelecer, por isso é que em regra o registo tem efeito meramente consolidativo, não atribui
direitos, vem-se consolidar apenas um direito que já se tem. O registo estabelece a presunção
do art 7 - diz-nos que presume-se que o titular que consta do registo é o titular do direito real
em causa. Há determinadas situações em que o registo tem efeito aquisitivo, ou seja, é por
força deste que alguém vai adquirir um direito real - situações do 5 n4 crp, a situação do 17 n2
do crp, a situação do 122 crp e 291 cc.

CLASSIFICAÇÃO DAS COISAS


Está ligada com outra matéria: princípios que identificam os direitos reais e
caraterísticas desses.
Quando falamos de coisa no contexto dos direitos reais, há um aspeto importante de
compreender; é importante perceber que não há direito real sem uma coisa certa e
determinada sobre a qual o direito incide. É condição inultrapassável para a existência do
direito real, a existência de uma coisa.
A coisa é um pressuposto inultrapassável do direito real. Claro que esse direito real, ao exercer
poder direto e imediato sobre a coisa, é na totalidade – princípio da totalidade. Esse direito é
exercido sobre a coisa toda, até à sua linha de fronteira.

Se houver uma determinada coisa que permita o exercício de diferentes poderes reais sobre
ela, significa que esses poderes diretos e imediatos que qualquer um dos direitos reais
representam, têm que ser compatíveis – princípio da compatibilidade. Se não forem
compatíveis, não podem coexistir; não é possível haver 2 titulares com o mesmo direito real
sobre a mesmo coisa.
A coisa pode ser classificável segundo várias categorias, sobrepostas. Posso ter uma coisa que,
ao mesmo tempo que é um determinado tipo de coisa numa classificação, tem outra natureza
noutra qualificação. Sobre a coisa podem existir esses direitos reais que tenham amplitudes
diferentes. Imaginemos uma casa. Para o direito, é uma coisa; é classificável como coisa,
porque é algo que é suscetível de sobre ela incidirem relações jurídicas. Essa casa, que é coisa,
pode ter várias classificações. Se é uma edificação, à luz da classificação de coisas móveis e
imóveis, é um imóvel. É um imóvel que é uma edificação, o que significa que é um prédio
urbano.
Por outro lado, além disto, pode ser uma coisa que, além de imóvel, é uma coisa indivisível, de
acordo com a classificação de coisas divisíveis e indivisíveis. Por outro lado, pode ser fungível e
infungível, temos que avaliar sob o ponto de vista da relação jurídica concreta.
 As qualidades têm de ser sempre avaliadas sob o ponto de vista concreto, e nunca em
abstrato.
Por exemplo, eu celebro com alguém – um construtor de casas – um contrato no qual eu lhe
compro uma casa de tipologia 4 com piscina, do loteamento que ele tem em curso. Neste caso,
esta coisa que é objeto deste contrato será fungível ou infungível? Até pode ser fungível,
porque eu disse que era uma casa de tipologia 4, não disse que era a casa do lote 23. Pode ser
uma qualquer, uma vez que não especifiquei. Se, por outro lado especificar a casa, aí já é uma
coisa infungível; quero aquela casa e não outra.
Ao mesmo tempo, a mesma coisa suscetível de qualificações em camadas, pode ser alvo de
direitos reais com amplitude diversa. Daí a relação com o princípio da totalidade. É possível
que, sobre a mesma casa, incida mais do que um direito real com amplitudes diferentes. Se o
titular for o mesmo, os direitos reais de amplitude menor vão desaparecer e ficar integrados
nos de maior amplitude.
Numa permuta, se tenho uma coisa que vale 40 e troco com alguém que tem uma coisa que
vale 20, tenho que repor os 20.
Na doação há um negócio gratuito. Transfere-se a totalidade do direito real, na mesma. Quem
era proprietário, deixou de ser.
Quem é proprietário exerce o direito real de propriedade na totalidade com caráter absoluto,
mas pode, à sombra do seu direito, constituir um direito real de natureza limitada, a favor de
outra pessoa. Pode acontecer que A, proprietário de uma casa, constitua B como usufrutuário
da mesma casa. A totalidade do poder do direito real de usufruto centra-se na componente da
usufruição, e não de alienação nem de oneração da casa. Pode haver uma componente de
alienação ou oneração noutro nível? Sim. Apenas no alcance das linhas de fronteira do próprio
direito de usufruto. Pode ser alineado ou onerado o próprio direito de usufruto, não
propriamente a coisa sobre a qual o direito de usufruto incide. No que diz respeito ao poder de
A, tem o poder de fruir dela, de dispor dela e de a onerar. O usufrutuário não tem esse poder
sobre a própria coisa no que diz respeito a alinear ou onerar, mas sim em relação ao direito. A
propósito do art.º 204 d), o direito de usufruto é tratado, pelo ordenamento jurídico, como se
fosse uma coisa imóvel, e todo o ato de disposição ou oneração ou alienação também obedece
a regras de forma e de substância como qualquer negócio jurídico.
 
CLASSIFICAÇÃO DE FRUTO: art.º 212.
Os frutos podem ser NATURAIS ou CIVIS. Naturais são aqueles que a coisa produz
periodicamente; a coisa é a mesma apesar de produzir os frutos. Frutos civis são produto da
criação de artefacto humano.
Ora, imaginemos que um executado tem o direito de usufruto sobre uma loja comercial, de
que ele, se tem o usufruto, é considerado administrador ordinário, pelo que pode arrendar a
loja. A loja não é dele. Arrenda-a e tira de lá 600 euros todos os meses. A renda é um fruto.
Imaginemos que alguém instaura uma ação executiva sobre alguém e vem a saber que esse
alguém tem o direito de usufruto sobre uma loja, e que a está a arrendar.
O exequente pode indicar à penhora o direito de usufruto porque é, ao abrigo do direito de
usufruto, de onde ele tira o dinheiro, o fruto. Portanto, o exequente pode usar isto para a
penhora, penhorando o direito de usufruto do executado e, assim, as rendas (frutos), de
maneira que este dinheiro, em vez de ir para o executado, vá para o processo.
O conceito de fruto também é importante no contexto da posse. A posse tanto pode ser um
exercício de boa-fé como de má-fé e, no caso de boa-fé, o conceito de fruto é importante,
porque o possuidor de boa-fé pode ser protegido relativamente aos frutos da coisa que possui
de boa-fé. O possuidor de má-fé não será tão protegido (pelo contrário).
Não obstante a casa seja detida em propriedade por A, está detida em usufruto por B. Ou seja,
A é proprietário e tem os poderes do art.º 205, constitui o usufruto a favor de B e B está a
receber as rendas da fruição. Não é o proprietário que pode ter o usufruto das rendas, não é
ele que arrenda, mas sim B, e esse sim terá o usufruto. O proprietário é o dono do edifício
onde esta a loja, atribuiu o usufruto a B, B é o que tem o gozo e o único que pode celebrar
contratos de arrendamento.
O usufrutuário não pode, por exemplo, vender a loja. Mas pode fruí-la. O proprietário pode
vender a raiz, mas o direito do usufrutuário mantém-se. (Note-se que o usufrutuário tem o
direito de preferência no caso de querer comprar). O novo proprietário tem que respeitar o
usufruto que foi constituído até ao seu fim, porque o usufruto tem que ser constituído durante
certo tempo. Ao ser temporalizado, mesmo que seja vitalício, tem um fim e não é
transmissível. Com o fim do direito de usufruto, ou com a morte do usufrutuário, o direito
extingue-se. Aí o proprietário vê o seu direito a recuperar a força, passando a ter o poder de
fruir.
O direito de usufruto pode ser trespassado, o que pode causar confusão face ao que vimos em
cima relativamente a não ser possível a alienação. O trespasse é um negócio de alineação de
um estabelecimento comercial. Mas, no caso do usufruto, o legislador prevê o trespasse, mas
constrói uma ficção, o trespasse só vale apenas durante o tempo do usufruto, pelo que está
condicionado à existência do usufruto.
 
A propósito das coisas, há uma outra classificação. Coisas futuras.
 
BENFEITORIAS
Uma outra categoria de máxima relevância. Classificação de benfeitoria. Art.º 216 nr. 1.
Benfeitoria é toda a despesa destinada a manter ou melhorar na sua performance. Em boa
verdade, é essa obra de conservação que é fundamental para que a coisa se mantenha apta a
cumprir o seu papel. O conceito de benfeitoria é independente do agente que faz a
benfeitoria, embora tenha relevância quem a faça.
O legislador, porque isto e suscetível de várias formas de assimilação, e por causa do equilíbrio
que o legislador procura, divide-as em 3 setores:
 setor das benfeitorias necessárias (às vezes também lhe chama urgentes). Aquela que
visa a manutenção da coisa (que ela não se estregue, não perca qualidades, não se
perca). Tem um caráter de relevância em termos de manutenção da integridade da
própria coisa

 benfeitorias úteis. O conceito de utilidade é muitíssimo vago; isto é uma cláusula geral
que tem que ser preenchida caso a caso. O legislador considera útil tudo o que,
embora não  seja urgente, foi necessário para manter a coisa; por força dessa
benfeitoria, a coisa fica mais valorizada. Uma benfeitoria útil é aquela que melhora /
valoriza a performance da coisa

 benfeitorias voluptuárias. O legislador considera que são excessivas, não têm razão de
ser. Do ponto de vista do legislador, não eram nem necessárias nem úteis; raiam um
exagero.
Esta questão coloca-se muitas vezes em causa quando se trata de resolver, por exemplo, um
contrato de arrendamento.
Enriquecimento sem causa. Se alguma coisa foi submetida a uma benfeitoria de luxo, o
legislador tinha de arranjar algo para equilibrar este princípio. O legislador estabelece um
regime intermediário: as benfeitorias não dão direito a indemnização. Desde que não haja
violação da integridade da coisa, pode tirar-se / trazer-se a benfeitoria; caso contrário, a
benfeitoria fica lá.
Esta classificação encontra-se no art.º 216.

19/10/2022

Caso Prático 2

Acordo Adriana e Danilo

Adriana permitiu que ele colhesse as uvas - acordo quanto à colheita teria de ser cumprido até
2024

Entretanto Adriana alienou o terreno à Catarina

Contrato de compra e venda

A questão que vamos ter de responder é perante este segundo negócio temos de saber se a
Catarina está obrigada a deixar o Danilo colher as uvas naquele terreno

Catarina é proprietária, presumimos que foi validamente celebrado, tem um direito real

Confronto ou conflito entre o direito de Danilo e o direito de Catarina

Em relação ao direito da Catarina em virtude da celebração do contrato de venda que se


presume que foi celebrado validamente, Catarina tornou-se proprietária, tem direito de
propriedade direito real de gozo máximo que contém os poderes de uso, fruição e disposição
O grande problema está em delimitar que direito Danilo tem, no enunciado diz que foi feito
um acordo no sentido de Adriana autorizar Danilo colher metade da produção de uvas que
viesse a nascer no seu terreno, portanto Danilo n tem direito de propriedade sobre o terreno
ou uvas, n há um contrato de compra e venda que atribuísse propriedade ao Danilo, só tem
direito real se por força deste acordo conseguir encontrar este direito em algum dos direitos
reais consagrados no código civil, excluir direitos de aquisição e garantia, quanto muito o que
poderia estar em causa era um direito real de gozo limitado, ele estava limitado a esta
colheita, nessa medida podemos encontrar o eventual direito de Danilo num dos direitos reais
previstos na lei? O usufruto é gozo e fruição, esta mero acordo n é suficiente para atribuir a D
um direito real nem sobre metade da produção de uvas que viesse a nascer nem sobre o
terreno porque por um lado existe um princípio da tipicidade e taxatividade, o que foi
constituído foi um direito de crédito pq n está em causa nenhum dos tipos dos direitos reais do
cc, sendo um direito de crédito, é um direito que tem eficácia meramente obrigacional,
relativa, tendo eficácia relativa o direito de D n pode prevalecer sobre o direito de Catarina -
caraterística da prevalência dos direitos reais, apesar de ter sido constituído em primeiro lugar,
n prevalece sobre o contrato de Catarina, a sua posição iria ceder perante o direito de
propriedade que foi transmitido para a Catarina - os direitos reais são absolutos. A intenção do
D e A era constituir um direito real, em virtude desde acordo o D ter um direito real com
eficácia absoluta, tendo esta intenção ele quer saber se vai opor o seu direito a Catarina. A
mera intenção das partes quererem atribuir eficácia real a um direito é irrelevante devido ao
princípio da tipicidade 1306. no âmbito do 1306 n1 temos a regra de que só existem os direitos
reais consagrados na lei, qualquer restrição ou limitação ao direito real tem de estar prevista
tb na lei, e esta interpretação do princípio da tipicidade estende-se ao próprio conteúdo do
direito real. Em regra o conteúdo do direito real é aquele que está definido na lei, sem prejuízo
de existirem alguns direitos reais que são de tipo aberto e permitem alguma margem de
conformação do conteúdo. Este acordo é insuficiente pq o direito de D n preenche as
caraterísticas de nenhum tipo de direito real. Se a intenção deles era atribuir eficácia real,
estavam a tentar violar o princípio da tipicidade, a violação do princípio da tipicidade gera a
nulidade nos termos gerais, no entanto no próprio artigo 1306 n1 o legislador estabelece uma
solução a favor do negócio jurídico que em regra seria nulo - a conversão do negócio de um
negócio que seria nulo por violação do princípio da tipicidade, será considerado válido mas
terá apenas eficácia meramente obrigacional. Só a Adriana está vinculada a deixar o Danilo a
colher as uvas, n transmite para Catarina. Só A estava vinculada. Estava vinculada até 2024, ao
celebrar em 2020 vai obstar o Danilo a continuar poder colher as uvas. Há um acordo que
produzia efeitos obrigacionais, a partir do momento em que produz efeitos obrigacionais e
alguma das partes A obsta à continuidade desta acordo leva ao incumprimento contratual. Se
estivessem preenchidos os requisitos da rcc 798 Adriana teria de indemnizar o Danilo.

Caso Prático 3

Identificar em cada uma das situações identificar o negócio jurídico em causa - base legal,
caraterizar sucintamente esse negócio

Olhar para o objeto - pode ser objeto de um direito real, que objeto isso, móvel ou imóvel…

Tipo de negócio, objeto, em relação ao negócio ver se é necessária forma, se foi cumprida
Primeiro negócio celebrado entre A e B, este primeiro negócio tem por objeto toda a produção
de maçãs que contava obter nesse ano - janeiro, à data da celebração do negócio as maçãs
ainda n existem, entretanto perante uma melhor oferta A decide alienar metade da produção
a C, aqui as maçãs tb ainda n existem junho, Carlos que depois de feita a colheita decide
alienar a sua metade a D só que neste último negócio agosto já foi feita a colheita

Três contratos de compra e venda, o contrato de compra e venda está regulado nos arts 874 e
ss, é o contrato mediante o qual se transfere a propriedade de uma coisa um de um direito
mediante o pagamento de um preço. Este negócio jurídico bilateral pq existem duas
declarações de vontade que embora contrapostas são harmonizáveis entre si, é um contrato
bilateral ou sinalagmático ou perfeito pq faz nascer obrigações de parte a parte - obrigação de
pagar o preço e entrega de coisa, contrato oneroso face à obrigação da entrega do preço,
quanto aos efeitos natureza real transmissão da propriedade que em regra de acordo com o
princípio da consensualidade 408 n1 a propriedade vai transferir-se por mero efeito do
contrato e tal acontece pq na nossa ordem jurídica vigora um sistema de título, basta ser
constituído validamente um título que permita a transmissão para que haja a transmissão da
propriedade, vamos ver que não é um sistema de título puro. Por fim o contrato de compra e
venda é típico e nominado pq o seu regime está tipificado na lei.

Quer no negócio celebrado entre A e B, quer no negócio A e C, vamos ver que as maçãs ainda n
existem, qd são celebrados estes negócios são chamados entre a frutos a produzir.

DISTINÇÃO FRUTOS

Desde logo, quando se fala em frutos para direito das coisas temos que ir ao artigo 212, a lei
define como fruto de uma coisa tudo o que ela produz periodicamente sem prejuízo da sua
substância. Podem ser frutos naturais ou frutos civis. No caso são frutos naturais.

Na classificação dos frutos naturais há que distinguir frutos a produzir, pendentes e parados.

A produzir - aqueles que podem ser produzidos pela coisa num certo lapso de tempo
correspondendo a coisas futuras

Pendentes - aqueles que já foram produzidos pela coisa, mas que ainda n foram separados
desta pelo que vão se integrar na coisa principal e de acordo com o art 204 n1 c) os frutos
pendentes são considerados coisas imóveis e pertencem a quem for proprietário da coisa
principal.

Separados - aqueles que se autonomizaram da coisa principal quer por ação humana quer por
factos naturais.

No contrato entre A e B e B e C são frutos a produzir, no contrato entre C e D já tinham sido


autonomizados

No primeiro contrato o objeto corresponde a toda a produção de maçãs que A pretendia


obter, o objeto configura uma coisa nos termos do 202 do cc, em direito das coisas temos o
princípio da coisificação que diz que o objeto do direito real tem de ser uma coisa corpórea,
tem existência material, pode ser apreendia pelos sentidos. Esta coisa no caso celebrado entre
A e B em concreto como pode ser qualificável? Iriamos chamar o conceito de frutos a produzir,
em regra o conceito de frutos está consagrado no art 212, estamos perante um fruto natural
que deve ser entendido neste negócio à data… A produção de maçãs preenche as
caraterísticas dos direitos reais?

De acordo com o princípio da atualidade só podem ser constituídos direitos reais se estivermos
perante uma coisa presente, significa que existe, existência material e estiverem em poder do
alienante pq em determinados casos vamos ver que… as maçãs ainda n existe é absolutamente
futura, se a coisa existe e n está em poder do alienante estamos perante uma coisa
relativamente futura. Ser presente significa existir e estar em poder do alienante….

Quando em janeiro A vende a B n produz efeito do 408 n1 fica adiado para momento posterior
a transferência da propriedade, tem de haver determinado acontecimento para reunir as
caraterísticas da atualidade e especialidade, 408 n2 a transferência da propriedade fica
dependente do momento da colheita. Em janeiro o contrato já produz efeitos obrigacionais,
neste momento quando A celebra o contato de compra e venda com B tem um direito de
crédito. Art 880 cc diz que o vendedor deve levar acabo as diligências necessárias para que
Benedita possa adquirir as maçãs, se temos efeitos obrigacionais, em janeiro o A continua a ser
proprietário das maçãs, logo tem legitimidade para celebrar o segundo negócio, o segundo
negócio é um contrato de compra e venda, este contrato de compra e venda é semelhante ao
anterior, não há sujeição a forma, vigora a liberdade de forma, n há virtude substancial, podia
celebrar o contrato com C, tb só vai produzir efeitos obrigacionais pq o objeto n reúne as
caraterísticas necessárias e portanto neste momento continua a ser o A a ser proprietário de
toda a produção de maçãs

C e D. o momento da colheita era o momento que fez preencher o objeto do direito real,
transfere-se a propriedade das maçãs, C tinha legitimidade para celebrar o negócio, a situação
de transferência é simultânea. Qd celebra contrato com D as maçãs já existem, preenche as
caraterísticas dos direitos reais, as maçãs no contrato deles reúnem as caraterísticas dos
direitos reais e portanto por mero efeito do contrato nos termos do 408 n1 haveria a
transmissão da propriedade, portanto, por mero efeito do contrato, D, torna-se proprietário
de metade da produção de maçãs, acontece que a nossa B chega à altura da colheita e pensa
que vai ser proprietária de todas. A constituição daqueles direitos reais foi simultâneo. O que é
interessa é o momento em que se dá a transferência do direito real. O problema está com A
que ao celebrar o contrato com C obstou a que pudesse cumprir na totalidade ou em pleno a
obrigação de entrega da coisa, não realizou as diligências necessárias para que toda a
produção fosse entregue, situação de incumprimento do contrato celebrado do contrato
parcial por impossibilidade culposa imputável ao A que n vai conseguir cumprir a obrigação
perante B, requisitos rcc.
POSSE

É um instituto de máxima relevância

Quando entramos na vertente dos direitos reais, o 1º instituto que aparece é a posse e
não o dto real maior da propriedade

A posse não é um dto real propriamente dito, mas corresponde a um estado de facto
que o dto protege e, portanto, aparece no art1201º CC que é uma norma que abre

O instituto da posse  é instituto porque as normas se corelacionam entre si por via de


princípios que todas comungam e todas elas contribuem para uma determinada perceção do
tema J que esta em causa. É uma figura jurídico-legal que é definida harmonicamente pelo
conjunto de normas organizadas entre si que nos permitem obter uma leitura, mas adequada
e fiel do sentido dessa mesma figura. É uma herança normativista, pois o normativismo primou
por uma construção formal do edifício J. temos uma fórmula edificada do edifício J tal modo
que umas normas se explicam pelas outras.

- Pode ser vista como um dto precário, ainda inconsistente, porque a posse é altamente
protegida pelo legislador e este prevê grandes mecanismos para proteger o status desta figura.
É uma temática interessante, mas não é fácil, pois é um instituto que implica refletir e
relacionar os conceitos.

- A posse na realidade tem uma dimensão abstrativa que obriga a algum esforço de construção
e, portanto, para compreender o seu alcance é preciso ter capacidade de construção no
espaço para compreender a volatilidade da posse. Porque efetivamente a posso tanto esta
como não está.

É uma fig que pode ser olhada de vários ângulos e consoante o ângulo do qual olhamos para
ela, ela assume um dado papel, ela é realmente volátil e muito plástica

Em bom rigor, numa 1ª aproximação a posse enquanto status, o legislador dá-lhe uma
definição que vai ao encontro do que doi dito anteriormente. O art1251º diz que a posse é o
poder que se manifesta, que se apreende, que se observa quando alguém atua por forma
correspondente ao exercício do dto de propriedade ou de outro dto real. Isto significa que
quando alguém está a exercer um determinado poder que para um 3º que vê que se
assemelha ao poder do proprietário, o 3º olha para esse individuo e é essa leitura que faz, ou
seja, se alguém passa por mim a conduzir um automóvel a leitura que faço é que eu sou dono
do automóvel. A perceção que temos perante atos de aparente domínio sobre uma coisa que
é isso que os direitos reais tratam, é lido desta forma. No entanto, pode não ser, eu (3º) leio
assim, mas do ponto de vista jurídico pode não ser assim, o carro pode ter sido emprestado.
Ele está a conduzir o carro ao abrigo de um acordo, de um contrato de comodato que não lhe
transfere nenhum poder de domínio. Ele pode ser apenas possuidor do carro e não o
proprietário

O legislador é claro e diz para não confundir domínio (ter o dto real, ter o dto dominial,
exercer o dto real) com a posse (a posse implica uma atuação que parece domínio mas não é
domínio).

o A posse parece mas não é o domínio – conclusão de afastamento – a posse não é um dto
de domínio

o O exercício desses poderes a que se chama posse, é um exercício que se estende ao


conteúdo do domínio, isto é, quem é proprietário tem poder de gozar, usufruir, dispor e de
onerar; o legislador expôs apenas os conteúdos, daí não ter, o legislador, definido um
conceito certo. Cada dominador estende-os até ao limite que a lei permiteart1305ºCC –
Conclusão pela aproximação/pela positiva.

Eu posso distender o meu poder de domínio até a soluções que só eu imagino dentro dos
limites da lei

É um plano extensível de poderes que diz o legislador que a posse corresponde ao poder que
se exerce por semelhança ao dto real, que a posse acaba por declarar esses poderes dominais,
ou seja, ela estende-se também enquanto poder até aos limites da própria fronteira do dto
real

 A posse está para o dto real de domínio como para o casaco e o seu forro, ou seja, ela
encaixa lindamente em todas as costuras do casaco, não fica nada de fora. A posse
corresponde ao forro.

Do ponto de vista J todo o dto real, todo o domínio, pressupõe posse. Não há domínio sem
pressuposição de posse, o que quer dizer que naturalmente se dissermos que o dto de
propriedade corresponde ao casaco e o seu forro à posse do dto de propriedade, sem pensar
no dto de usufruto tenho uma jaqueta, um casaco mais pequeno porque o usufruto não tem
dimensão do dto de propriedade.

 Todo o dto real pressupõe a posse na sua dimensão 


A posse traduz o exercício de um poder, e esse poder corresponde ao conteúdo funcional do
domínio do dto real. A posse corresponde ao conteúdo funcional desse domínio, ou seja, ao
poder de fruição e oneração (q.b)

O legislador na sua construção altamente precisa em termos J a dada altura, dá-nos a tender
que a posse no contexto jurídico-legal aparece em 2 versões:

Versão causal – a posse me termos causais para o legislador corresponde ao reflexo


puro da titularidade do dto real. Leva-nos a conclusão de que todo o domínio pressupõe posse,
logo quem tem domínio reflexivamente também tem a posse correspondente a esse domínio,
isto é a posse dita causal. O proprietário é titilar do domínio, titular do dto real e
reflexivamente é possuidor, é inerente porque corresponde ao conteúdo funcional.

Portanto quando o legislador estrutura o instituto da posse percebe-se que há 2 tipos de


posse, a tal dita causal (tem causa no domínio no dto real, e que é o seu reflexo) e depois há
uma outra possa

Versão autónoma – posse em sentido formal/próprio que é relatada a partir dos


art1251º e ss e é complexa porque é um status/poder capaz de dar um nó ao J e transformar-
se num domínio

E vamos verificar que ambas as versões são importantes mas a 2º versão é aquela que tem
capacidade de ser criadora de novos status, a posse entendida de forma autónoma

Imaginando que A vende ao B uma casa, o que significa que faz com o B é a celebração de um
contrato de compra e venda. Este contrato de compra e venda cria 2 tipos de feixes/efeitos:
um feixe obrigacional e um feixe a que nos chamamos de eficácia real que é o resultado do
que está previsto no art408º. Os contratos são obrigacionais mas os que também sejam
translativos têm eficácia real. Do ponto de vista obrigacional há obrigações principais e
acessórias. Uma das principais é o pagamento do preço, mesmo que B não tenha pago, ao
celebrar o contrato a casa muda de mãos porque apesar do preço não estar pago, o efeito
translativo dá-se por mero efeito do contrato. A casa sai da esféria jurídica de A e passa para a
esfera J de B.

A casa sai da esfera J do A e passa para a de B. do ponto de vista da posse significa que o A ao
vender ao B, em termos normais, também ao transmitir a propriedade e ao entregar a coisa (a
posse não depende de contrato, mas sim de atos materiais de entrega) esta também a passar
a posse. Significa que o B passa a proprietário e também a possuidor da casa. Esta posse tem
exatamente a mesma dimensão que tem a propriedade

Imaginando que o negócio que o A faz com o B não é bem assim, ele diz que vende a casa mas
reserva o usufruto vitalício mas vende-a mais barata. O A com este negócio está a vender ao B
mas reservando o usufruto para si, logo no mesmo momento apesar de ser atos sucessivos, no
momento em que vende os dois constituem um dto real de usufruto a favor do vendedor, o
que quer dizer que por vai do negocio entre eles são constituídos 2 direitos reais: o dto real de
propriedade que é transmitido e o dto real de usufruto que é constituído.

A todo o dto real corresponde posse consoante a sua dimensão. Isso que dizer que com este
2º negócio A ao vender ao b a casa com a constituição do dto real de usufruto a posse que é
possível ser transmitida ao B não é a mesma porque o dto real de propriedade como ficou
onerado como dto de usufruto vai ficar comprimido, por isso a própria posse também vai
comprimir.

Pois a posse acompanha o dto real e nessas situações. tal como o dto real é mais pequeno,
porque corresponde apenas à posse da raiz do dto real porque a grande quantidade dos
conteúdos funcionais passam para o usufruto e a coisa é si uma, ele não duplica. Estes
poderes são todos são todos exercidos ao mesmo tempo sobre a mesma coisa, log tem de
haver aqui conversão. Logo, temos aqui neste negócio um proprietário que acaba com o dto
de propriedade comprimido com uma posse correspondente comprimida e o usufruto que tem
a sua posse própria corresponde ao gozo do dto do usufruto. Este segundo negócio acabou por
alterar aqui o cenário.

Em ambos os casos temos efetivamente casos de posse causal ou autónoma? Em ambos os


casos a posse é causal, a posse é o reflexo da titularidade do dto real. O que é titular de dto
real é quem tem a posse. B comprou logo tem a posse reflexivamente ao dto de propriedade.
Na segunda hipótese não a tem toda porque o dto de propriedade comprimiu, só quando o
usufruto acabar é que a posse se estende com o dto de propriedade porque passa a ser una
sobre a casa. Em ambos os casos a posse é causal. Ou seja, ela pode ficar anos a fio na sombra
do dto real, o que tem visibilidade é o autor o dto de propriedade

- O mesmo acontece se um colega tiver uma moto com a qual vem todos os dias para a uni e
estaciona-a no passeio enquanto tem aulas. Ele é proprietário da moto logo tem posse sobre a
moto, que é titular do dto real logo é causal

Imaginando que para azar do colega, quando chegou ao sitio onde a estacionou reparou que a
tinham furtado. Independente das implicações de natureza criminal, lendo de forma realista,
do ponto de vista dos direitos reais, o que aconteceu é que ele continua a ser o proprietário da
moto mas aparentemente foi desapossado, ou seja os conteúdos do dto de propriedade não o
pode exercer porque a coisa não esta disponível

Isto implica que a posse pode bem ou mal dar a legitimação a situações injustas
aparentemente. Pode acontecer que o que é ilegítimo passe a ser legitimado

Há alguma forma de quem furto a mota pode passar a ser proprietário da mota algum dia?
Sim, mas em condições especiais. Se alguém furtou, teve a intenção de se apossar de uma
coisa que não é sua, logo se se apoderou sobre ela esta a praticar atos de posse sobre ela, logo
não é uma posse causal, é uma posse que nasce da iniciativa prática de algum. Isto traduz a
prática de possa, esta posse que nasce na esfera J de quem se apossou é uma posse que a
legislação trata como posse autónoma
- Numa situação desta o legislador ficciona que a posse desapossada não morre logo perante a
posse de apossamento. Durante um determinado momento, que é um ano elas vão coexistir,
pois se aquele que ficou desapossado for em busca da mota recupera a posse sobre a mota,
mas não se recupera algo que já não existe, então é por isso que o legislador ficciona de
maneira que se possa eliminar a posse de apossamento. Passado 1 ano perde definitivamente
a posse, e nem tem aspirações à posse, sendo que a única posse que fica de pé é a posse do
desapossador. Esta posse sobrevivente e a tal que vai ter condições em determinadas
condicionantes, de caminhar para um estádio que permita fazer nascer o domínio, ou seja, um
dto real.

A posse é uma fig de uma volatilidade gigante

Por esta razão autores, como Orlando Carvalho, diz que “a posse é um bem no presente e um
sinal no futuro”, querendo isto dizer que a posse é protegida pela ordem jurídica, do ponto de
vista do legislador ele não toma como paradigma os casos extremos de furto.

Há imensas situações de posse que traduzem circunstâncias em que é quase certo que aquela
entidade vai ter domínio mas ainda não o tem e é neste sentido que o legislador protege a
posse, entende que a posse é um índice de que uma pessoa ira ter um dia o domínio. E o
legislador o que quer é o estádio do domínio porque são os estádios mais seguros, a posse é
precária. O que o legislador quer é que estádios de posse rapidamente atinjam estádios de
domínio. É um bem no presente porque o regime J protege o possuidor que demonstre que
tem posse, e é um sinal do futuro porque a esse possuidor a ordem jurídica está a perspetivar
que ele no futuro seja aquele que adquire o domínio e portanto, essa posse traz consigo um
sinal de estabilidade, construção que é isso que o legislador quer em termos futuros. A ordem
jurídica deve caminhar para a consolidação.

Posse enquanto exercício de poder, que é todo ele correspondente ao conteúdo funcional do
dto real. Posse que pode ser lida em 2 vertentes: causal e autónoma, podendo passar de um
estádio ao outro como uma facilidade supersónica. E posse que do ponto de vista da sua
relação causal com o domínio também não perde as suas qualidades me termos defensivo.
Pois o dominós que é o titular do dto real ao qual corresponde a posse pode por ex em
determinadas circunstancias ter interesse em defender o seu dto nos tribunais não enquanto
dto de propriedade, mas por ex enquanto possuidor

Eu posso instaurar a ação na qualidade de proprietário e possuidora e fazendo prova de que


sou possuidor a ação passa

Ser titular do domínio e também ter a posse causal não é inócuo, pode ter interesse pratico.

26/10/2022
Caso Prático 4

Se é proprietário pode acionar um conjunto de meios. A pretensão em causa é saber se é


proprietário e pode reaver os painéis.

Analisar os diferentes negócios realizados.

1.º contrato compra e venda entre J e A regulado no 874 contrato mediante o qual o J irá
transmitir a propriedade de uma coisa ou direito mediante o pagamento de um preço a pagar
pelo Nuno

O contrato de compra e venda que tens dois efeitos obrigacionais e um real, o efeito real da
transmissão da propriedade transmissão da propriedade que em regra atendendo ao princípio
da consensualidade a transmissão da propriedade dá-se por mero efeito do contrato. Vigora
entre nós sistema de título de acordo com o qual basta a existência de um título - contrato de
compra e venda - que tenha sido validamente constituído para que haja a transferência da
propriedade. Princípio da consensualidade 408 n1. negócio jurídica bilateral 2 declarações de
vontade opostas mas harmonizáveis entre si. Sinalagmático ou perfeito. Oneroso pq implica
um sacrifício patrimonial.

É um contrato que é real quanto aos efeitos e é um contrato típico e nominado pq encontra o
seu regime consagrado na lei. Identificado o negócio, vamos olhar para o objeto. o objeto é o
painel que desde logo pode ser considerada uma coisa nos termos do art 202. é corpórea pq
tem existência material, pode ser apreendida pelos sentidos, respeita-se o princípio da
coisificação, só as coisas podem ser objeto de uma relação jurídica e em concreto dentro da
classificação das coisas que encontramos no 203 e ss. À data de celebração do contrato entre J
e N, é móvel 203 n1 e) + n.º 3 por ser parte integrante, esta incorporação tem caráter de
permanência. Às vezes este caráter é meramente eventual. A parte integrante pode ser
separada da coisa principal sem que isso acarrete prejuízos para a funcionalidade da coisa
principal. Seria uma parte integrante mas no entanto não foi vendido enquanto coisa imóvel.
Isto significa em termos de classificação da coisa, foi vendido como coisa móvel futura. O
painel existe, está afixado no prédio, não está em poder do alienante. Só podem ser
constituídos direitos reais se estivermos perante coisas presentes. Enquanto o painel estiver
ligado ao imóvel, esta coisa móvel perdeu autonomia. Se perdem autonomia, falta a
caraterística da especialidade do direito real. O painel de azulejos à data da celebração do
contrato entre J e N não preenche a caraterística da especialidade do direito real, tem de ser
certa, autónoma e determinada. Como se trata de uma parte integrante, perdeu autonomia e
só voltará a ser autónoma no momento em que ocorra a sep aração. O painel n reune as
caraterísticas necessárias para que possa haver com a conclusão do contrato a transferência
automática da propriedade. 880. o painel foi arrancado em setembro e arroga-se titular do
direito de propriedade. No momento em que foi arrancado o painel. Nuno - direito de sequela.
A constituição do direito de propriedade ocorre simultaneamente. J tinha cumprido logo a
entrega do painel em relação à Carlota. Nuno poderia uma indemnização por incumprimento
contratual. Nuno não pode reivindicar o painel à Carlota.

Caso Prático n.º 5


A permitiu a constituição de uma servidão de passagem direto ao rio onde gostava de se
banhar. Março 2012

A celebrou um contrato de compra e venda relativamente ao prédio com Carlos. Dezembro


2012

Carlos em agosto de 2016 vendeu a produção de laranjas que só colheriam em março 2017.
Agosto de 2016

Carlos vende o prédio a Eduardo. Janeiro 2017

Para saber quem é o proprietário do prédio rústico e laranjas, temos de analisar todos os
negócios, e ver a sua validade e eficácia.

A constitui uma servidão de passagem a favor de B. há um direito real que se aproxima do


direito que A e B quiseram constituir - direito real de gozo limitado denominado de servidão
predial. A servidão predial encontra o seu regime no 1543 e ss. Encargo imposto a prédio em
proveito de outro prédio. É uma limitação ao direito de propriedade mas compatível com este
direito. Pode limitar temporariamente dos poderes de propriedade lhe conferem constituindo
uma servidão para beneficiar outro prédio. Uma das caraterísticas das servidões prediais
traduz-se na ligação objetiva de proveito ao prédio dominante.

A servidão predial enquanto direito real é constituída para beneficiar o prédio e n para
beneficiar o titular que seja o proprietário desse prédio. A servidão foi constituída pq B gostava
de se banhar ao rio. A servidão no nosso caso n preenche o requisito da ligação objetiva pq foi
constituída com um caráter pessoal para beneficiar o dono do prédio dominante e n para
beneficiar objetivamente esse prédio. Estamos perante uma servidão predial atípica, e isto
significa que mesmo que a intenção de A e B que cumpriram o formalismo fosse atribuir
natureza real ao direito de Belmiro, a vontade não basta, tem de estar previsto na lei -
princípio da tipicidade 1306 n1. quanto muito teria a natureza obrigacional. Só vincula as
partes A e B. A celebra um novo contrato agora com C. É um contrato de compra e venda.
Identificar a noção, falar dos efeitos, explicar de forma geral as principais caraterísticas do
contrato. Passar a analisar o objeto. o prédio é uma coisa. pode ser objeto de relações jurídicas
202. é corpórea. Apreendida pelos sentidos e existência material. Respeita o princípio da
coisificação. Imóvel 204 n1 a). Preenche as caraterísticas. Analisar forma e substância. Neste
contrato tendo o objeto as caraterísticas necessárias, foi cumprida a forma, por mero efeito do
contrato 408 n1 qd chegam a acordo sobre as condições essenciais do contrato, vamos ter a
transferência da propriedade do Américo para o Carlos. C procedeu corretamente ao registar.
Facto sujeito a registo art 2 crp. O registo em regra tem natureza meramente consolidativa,
tem como fim dar publicidade a determinado ato para segurança e certeza jurídica. Carlos ao
registar vem consolidar o direito de propriedade que já tinha em todas as direções. Carlos
procedeu corretamente ao registar. Há obrigatoriedade do registo nestas situações à luz do art
8A do CRP. À data de dezembro de 2012, C é proprietário do Carlos e não está obrigado a
deixar B passar, extinguiu-se o vínculo obrigacional. Entretanto C vende a produção de laranjas
a D. Contrato de compra e venda explicar. Objeto. neste caso o objeto é a produção de
laranjas. Estamos perante uma coisa. é uma coisa corpórea. À data de agosto estamos perante
frutos a produzir que são coisas absolutamente futuras, desde logo se estamos perante frutos
remissão para o 212, é um fruto a produzir, não um fruto pendente pq estes são aqueles que
já estão ligados à coisa principal, já existem na coisa principal, está em causa uma coisa móvel
futura, atendendo à futura separação das laranjas. Se está em causa uma coisa móvel futura,
não impõe observância de forma, mas além de não preencher a caraterística da atualidade,
não está também a da especialidade. Abordagem sobre o princípio da especialidade - no caso
dos frutos enquanto estiverem ligados à coisa principal serão considerados não autónomos,
não preenchem a caraterística da especialidade, em agosto de 2016 qd celebraram o contrato,
o mesmo só produzirá efeitos obrigacionais. A eficácia real do direito real do contrato de
compra e venda será diferida para um momento posterior, nomeadamente, é no momento da
colheita que passamos a ter uma coisa presente e é uma coisa autónoma. O vendedor tem
obrigação de levar a cabo as diligências necessárias para que efetivamente a produção de
laranjas venha a ser adquirida pelo D. Antes de março de 2017, o Carlos decidiu alienar o
prédio ao E. Contrato de compra e venda. Objeto já identificado. N é nos dito quanto à forma
presume-se que a forma foi cumprida. C tinha legitimidade para alienar pq era proprietário do
prédio. O contrato é perfeitamente válido. Por mero efeito do contrato - p. consensualidade -
há transferência da propriedade sobre o prédio de C para E, adquirindo este o dto de
propriedade, deve registar esta aquisição, E torna-se proprietário do prédio e das laranjas. E
torna-se proprietário de tudo. Incumprimento contratual do contrato - a partir do momento
que C celebra o contrato com E n vai estar em condições de cumprir a obrigação da entrega
das laranjas, e não realizou as diligências necessárias para que D recebesse as laranjas. O que o
D é acionar o Carlos estando preenchidos os requisitos da responsabilidade contratual 798 cc
pode exigir de C uma indemnização pelo incumprimento deste contrato por causa que lhe é
imputável.

Hipótese 2: Carlos quer vender um dos dois automóveis a Fernando. Não tinha escolhido. É um
contrato de compra e venda, 874, nos termos que já foi explicado na al. anterior. Objeto
automóvel. Coisas 202. corpórea. Móvel 205. sujeita a registo. Este objeto preenche as
caraterística do objeto dos direitos reais? Atualidade, sim, ele existe, e estar em poder do
alienante. Específica, estamos perante obrigações alternativas.

O objeto à data da celebração do contrato não está determinado. O objeto não está
determinado por isso não preenche a caraterística da especialidade. Estamos perante
obrigações alternativas, em que F pode escolher entre um dos dois. Sair da regra do 408 n2, e
vamos ao artigo 543. é no momento da escolha art 543 que o objeto se vai tornar determinado
sendo que no caso prático é F que vai proceder a essa escolha em abril de 2019, portanto, até
abril de 2019 é C que continua a ser proprietário dos dois automóveis. A partir do momento
em que F procede à escolha, o objeto reúne a caraterística da especialidade, no exato
momento da escolha dá-se a transferência da propriedade para o F.

POSSE (CONTINUAÇÃO)

Aspetos que são da identidade da posse

Corresponde a um estádio de facto altamente protegido pelo legislador e com um


peso enorme em termos de regime jurídico

Possuidor e aquele que tem de exerceres operações materiais sobre a coisa mas tem de estar
animado dessa intencionalidade, e é o que distingue o possuidor do puro detentor.
Em quaisquer dos direitos reais temos as teorias pro, teorias contra e teorias ecléticas (as 2
juntas)

Nos direitos reais, no conceito da posse, temos quem se agarre a uma visão subjetiva de posse
e uns objetivistas, por causa da norma do 1251º - a posse é um poder quando alguém atua
por forma correspondente

Aquele que é o possuidor, na qualidade de possuidor, não é quem tem o domínio ou pode
não ser. A posse pode ser causal ou autónoma. O ex da posse corresponde ao ex do poder
funcional, de gozo, de fruição que esta imbuído no direito real. Mas só quem é titular de
domínio normalmente também é possuidor, não quer dizer que seja, por isso se diz que quem
é titular é possuidor, tem posse causa, posse que é reflexo do dto real

No estudo da natureza J da posse há entendimentos diferente quanto a sua natureza, há uns


que defendem que realmente, o legislador consagra uma visão objetivista da posse – dizem
que da leitura do art1251 a posse se traduz no ex concreto de um poder sobre a coisa e que o
elemento subjetivista da intenção esta implícita na pratica do poder, ou seja, quem prática
poder tem implicitamente a intenção/a intenção esta presumida no corpos  estes ao exercer
o poder aquele e que o exerce presume a intenção, ou seja, quando exerce o poder é porque
tem a intenção de o prática e de se assumir como titular de um dto real; só que há um
problema sendo este o do que o legislador diz no 1253º quando fala de simples detenção – do
ponto de vista da corrente subjetivista o legislador distingue os 2 elemento: corpos e animus,
pode haver ex do poder sem intenção, não se pode presumir a intenção – aquele que exerce o
poder sem intenção de agir como titular do dto não é possuidor, mas meros detentores ou
possuidores precários. O legislador separa as coisas, separa aquele que atua daquele que atua
com intenção. Não é possível presumir a intenção no ex do poder, porque pode haver ex do
poder sem intenção. Separa o elemento corpóreo -poder de facto, e o elemento subjetivo –
intenção.

Quem atua só com corpos e sem animus nunca será um possuidor mas sim um detentor ou
possuidor precário. Isto porque não há animus, intenção

Ex de andar no carro emprestado do meu irmão, quem vai na rua e me vê presume que sou
possuidor mas na realidade não sou, eu exerço o poder de facto de conduzir o carro mas não
sou possuidora do carro

INVERSÃO DO TÍTULO DE DETENTOR – aquisição de um dto real


Um mero detentor a partir de dada altura inverter o titulo, ou seja, passar de detentor
precário a possuidor. Muda a assimilação subjetiva da situação: passa de uma situação em que
apenas tem o corpos, ou seja, mera detetora, para uma situação em que estou animada de
intenção de me apropriar do carro. Assume-se como possuidor a quem não tem o titulo de
dto, é um aposse autónoma

Dentro da visão objetivista e subjetivista importa referir que o nosso legislador defende uma
visão subjetivista, não prescinde dos 2 elementos constitutivos. Mas por outro lado também
temos de reconhecer que o nosso legislador dá ao possuidor uma determinada proteção muito
forte que por x também estende aquele que não é possuidor, mas é mero detentor. Ele faz a
dissuasão ente o corpos e ânimos, e para definir possuidor conjuga os dois, e aceita ainda que
pode haver apenas corpos

 São casos excecionais que temos detentores que soa beneficiados com meios de proteção
dos possuidores, mas continuam a ser meros detentores

O estatuto de possuidor é crucial em termos de posse considerada do ponto de vista


autónomo porque é aquele que possibilita a detenção de um dto real

A posse dá um certo estatuto a quem a tem. A posse pode ser sujeito a fenómenos de
transmissão. A posse pode ser objeto de sucessão e isto pode ser muito impt para o sucessor
1255º

Sucede também na posse que ele vinha exercendo? Sim porque como vamos ver a posse além
de determinados caracteres carece de epo para se consolidar na posição de possuidor e de
permitir-lhe a aquisição de um dto real. Aquele que lhe sucede tem o beneficio de somar a
posse que agora se inicia, a posse dos anos do que faleceu. Ele inicia a posse mas já tem atras
10 ou 15 a os por ex da posse daquele que morreu. A posse pode ser sucessivelemente
transmitida

Do mesmo modo, a posse além de poder ser sucessiva pode ser objeto de um fenómeno de
acessão – 1256º. A acessão através de ex significa: contratos translativos como contratos que
tem a eficácia de transmitir direitos reais e nestes contratos (contrato de compra e
venda/permuta/doação) se o vendedor de uma coisa vende ao comprador, por via de efeito
translativo recebe o direito de propriedade mas também recebe a posse causal, a posse que
tem como justificação o dto real porque ela é reflexa do dto real. Isto significa que o comprado
que vai exercer a posse pode ter interesse de juntar a posse do anterior titular – acessão da
posse: a posse do anterior cola-se à posse do anterior. A posse é adquirida por vai translativa e
os caracteres da posse anterior somam-se a posse atual
O legislador ficciona estas coisa para proteção do direitos e estádios de facto

Estes fenómenos explicam esta face que a posse tem, tão volátil que ela tem

Isto permite dizer que adquirir a posse e perder a posse também é duas penadas, isto e, a
volatilidade da posse permite que a aquisição e perda da posse seja lago que acontece
facilmente precisamente pela volatilidade. A posse perde-se nos termos da al d)1267º pela
posse de outrem durante 1 ano 1 dia. Também se pode perder a posse pelo abandono, que
pressupõe que deixe de praticar atos corpóreos e que deixa de ter a intenção de retomar,
também se perde a posse pela destruição, não assim se a coisa destruída for substituída.
Também se perde pela cedência, eu posso ceder a posse, posso negociar a minha posse, eu
possuidora posso cede-la. Eu perco a minha posse mas o novo possuidor exerce a sua posse
mas com os seus contornos pessoais

A volatilidade da posse também se mostra nestes casos

02/11/2022

Caso Prático 6

Gabriela num primeiro momento na hipótese da a) a vender o quadro a Patrícia, entretanto,


tinham combinado que o pagamento do preço e entrega da coisa seria feito posteriormente,
vê uma melhor proposta e vende o quadro à Clara

Identificar os negócios jurídicos em causa, olhar e ver o objeto dos negócios, esse objeto
preenche a caraterística do objeto de direitos reais, ele quanto muito está apenas pendurado
numa parede, este é o pormenor importante para qualificar o objeto

Analisar a validade e eficácia dos diferentes negócios

Identificar e caraterizar os diferentes negócios jurídicos em causa

874 e ss

879

Tinha legitimidade para celebrar o contrato de compra e venda com a Clara que seria um
contrato válido sob o ponto de vista formal e substancial, torna-se proprietária do quadro, não
podendo Patrícia reivindicar um direito de propriedade não tem, não seria assim se tivesse
feita documento escrito.

O estatuto jurídico do animal

Qual o estatuto, quais os direitos subjacentes


A lei n.º 8/2017 de 3 de março veio estabelecer o novo estatuto jurídico dos animais. Levou
alterações legislativas do CC, CPC, CP. Esta alteração legislativa aconteceu ou foi
fundamentada no reconhecimento da natureza dos animais enquanto seres vivos dotados de
sensibilidade e assente no seu reconhecimento como seres jurídicos que merecem uma
valorização autónoma na medida do seu direito ao bem-estar. Notem que não foi atribuída
personalidade jurídica autónoma aos animais, no entanto o legislador passou a conferir aos
animais e a todos os animais a proteção necessária ao seu bem-estar e daí resultando um
conjunto geral de deveres e obrigações positivas e negativas que vão recair sobre os seus
donos ou cuidadores. Não é o animal que tem o dever obrigação, é o dono proprietário
cuidador. Em termos sistemáticos e no âmbito do dto privado este reconhecimento implicou a
eliminação existente no nosso OJ da distinção clássica entre pessoas e coisas. Distinção entre
pessoas, coisas e animais. Os animais saíram da classificação de coisa do 202. Podemos ter
pessoas, coisas e os animais. Esta mudança levou à introdução no CC a um conjunto de artigos
específicos ao direito dos animais. Antes da noção de coisa temos 3 artigos que se dedicam ao
regime jurídico dos animais 201 B, C, D. O animal não é uma coisa, têm sensibilidade. Houve o
reconhecimento da sensibilidade dos animais, do seu bem-estar. Há o reconhecimento a
consciência de que o animal não deve ser tratado como um objeto, deve ser tratado, garantido
o mínimo de cuidados. A Áustria em 1988 retirou o conceito de animal do Coisa. Alemanha
1990. França 2015. Portugal 2017. Olhando para os arts introduzidos no CC o âmbito de
valoração autónoma dos animais justificou que fosse criada uma tutela legal própria que está
demarcada no 201 B do CC. No 201 encontramos a noção geral de animal, são seres dotados
de sensibilidade, o legislador nunca nos dá um conceito de animal, neste conceito do 201 pode
caber qualquer animal. 201 C diz que a proteção jurídica dos animais por força das disposições
do cc e legislação especial.

O 201 D estabelece o regime subsidiário. Basicamente o 201 D diz que na ausência de lei
especial vão ser aplicadas as disposições relativas às coisas – aplicação subsidiária, norma alvo
de críticas. Quanto ao direito de propriedade e normas que foram adaptadas face a esta
alteração jurídica, vamos ter o art 1302, o 1305, 1305 A, 1318, 1305 A. Todos estes arts têm
comum a ideia de que o animal continua a poder ser objeto de uma relação jurídica
nomeadamente no âmbito do dto de propriedade embora seja tratado de forma autónoma em
relação às coisas, face a esta perspetiva.

Foi introduzida uma norma 493 A do CC – direito à indemnização em caso de morte animal

1793 A

1733 – efeitos patrimoniais n1 h) – vai determinar a incomunicabilidade dos animais de


companhia, se já leva o animal para o casamento, é um animal próprio daquele cônjuge

Posse 1251 cc

A posse não está apenas ligada ao direito de propriedade. Desta noção do art 1251 podemos
retirar duas notas importantes sobre o conceito de posse. Uma nota em sentido positivo que
resulta do facto de a posse corresponder ao exercício de facto sobre determinado objeto que
vai permitir ao possuidor o exercício das faculdades que seriam reconhecidas ao titular de um
direito real. Temos o poder de facto sobre uma coisa e esse poder de facto vai implicar um
conjunto de faculdade. Podemos retirar uma nota em sentido negativo que resulta deste art
1251 que não é exigido que o possuidor seja o legítimo titular do direito real. Apenas é exigido
que de facto exerça os respetivos poderes. Isto significa que a posse é independente da
legitimidade substantiva do exercício do direito em causa, daí que o A vende a B coisa alheia o
B vai poder tornar-se possuidor independentemente da legitimidade substantiva do negócio
jurídica, o que interessa é o exercício dos poderes de facto.

A posse causal é aquela que é acompanhada da legitimidade do exercício do direito em causa.


A posse em sentido formal é aquela que não é acompanhada da titularidade do direito real. Se
A celebra com B um contrato de compra e venda que tem objeto por imóvel e é celebrado
verbalmente, vício de forma, à luz do direito substantivo A é proprietário, mas e se B começa a
habitar o prédio? Se A nada fizer a lei permite a invocação da usucapião. Neste caso do B
quando passa a habitar o imóvel, ele tem aquilo a que chamamos de posse em sentido formal.

A posse vai distinguir-se da detenção. Se olharmos apenas para a letra da lei no art 1251
encontramos a noção de posse. No 1253 temos os casos de detenção. Divergência doutrinal no
art 1253. Teorias requisitos necessários para ser considerado possuidor. Duas teorias. Em
relação à posse, temos a teoria subjetiva e a objetiva. A teoria subjetiva que é aquela que é
adotada pela generalidade da doutrina, vai conciliar a conjugação do 1251 + 1253. De acordo
com esta teoria subjetiva e de forma muito simples, para se ser possuidor é necessário que
cumulativamente se verifiquem dois requisitos. Por um lado, temos o chamado o corpus –
elemento material ou objetivo.

O corpus 1251 corresponde ao poder de facto que se tem sobre uma coisa. poder de facto –
deter fisicamente uma coisa diretamente ou por interposta pessoa. Além deste poder de facto,
temos de ter o animus possidendi. De acordo com esta teoria, além do corpus, o segundo
requisito é o animus possidendi – vontade de possuir a coisa – vontade de atuar como titular
de um direito real sobre a coisa e, portanto, se apenas se tiver o corpus estamos perante uma
mera detenção. Daí que este animus possidendi tem de ser determinada em conjugação com o
1251 e 1253 à contrário.

Para a teoria subjetiva, o 1253 não é taxativo. O detentor detém fisicamente a coisa, mas em
nome alheio. Quem celebra um contrato de arrendamento, comodato, sempre que tivermos
um contrato meramente obrigacional é apenas detenção, não é posse.

Qual é a forma de sabermos se estamos um mero detentor ou possuidor? A partir do 1253 cc


segundo esta teoria pq segundo eles este art é uma norma taxativa. A posição seguida é a
teoria subjetiva a ideia de que é necessário articular o 1251 e 1253 para definirmos os
requisitos da posse. Só é possuidor quem tiver o corpus e animus possidendi.

Diferenças entre posse e detenção

Só a posse permite a invocação do dto de propriedade por usucapião

Caso Prática 8

a) É nulo, se é nulo A continua a ser proprietário. Se por força deste contrato ainda que
nulo se Baltazar habitar o apartamento, adotar atos como proprietário, saber se se
tornou possuidor ou um mero detentor. B tem o corpus pq tem o poder de facto sobre
a coisa, detém fisicamente a coisa ou apartamento, além disso tem o animus
possidendi ele celebrou o contrato de compra e venda, independentemente de ele ser
nulo, ele tem intenção de agir como tal. Ele pratica um conjunto de atos como se fosse
o proprietário, as faculdades do dto de propriedade estão na sua esfera
b) Houve coação moral. À luz do dto substantivo teríamos uma causa de anulabilidade. A
anulabilidade produz provisoriamente todos os seus efeitos. Provisoriamente o
Baltazar até era proprietário, saber se Baltazar por força deste contrato se torna
detentor ou possuidor. Ele tem o corpus. Tem o poder de facto sobre o carro. Tem
então o corpus. Além disso em o animus possidendi.
c) Se passa a habitar o prédio tem o corpus. Embora seja só para enganar os credores
detém o apartamento. Não tem animus porque tem falta de vontade. A simulação
absoluta não permite a constituição da posse, estamos perante uma mera detenção.
Na simulação relativa temos de analisar autonomamente o negócio dissimulado.
d) Automóvel furtado. Este furto atribuiu a Baltazar a qualidade de possuidor. Tem o
corpus. Temos o animus possidendi, se o furtou tinha intenção de ficar com ele. Não é
uma forma legítima de adquirir. Posse não titulada, de má-fé.
e) Primeira doação relativamente a um bem imóvel que tem de obedecer a forma e não
foi respeitada. Substancialmente a doação é nula por falta de forma 947 n1 + 220. A
continua a ser proprietário. Baltazar passa a habitar aquela casa. Tem o corpus.
Baltazar tem o animus possidendi por qualquer ato jurídico que ele pratique. Ao
celebrar o contrato de rendimento, já age como proprietário. Como não era
proprietário jurídico n podia celebrar o contrato. O contrato de arrendamento n gere a
posse, só efeitos obrigacionais.

- Art1251º - a posse é um ex de um poder de facto que alguém adora, ex esse correspondente


a um determinado dto real. UMA AÇÃO QUE se traduz em atos materiais ter o corpus

- 1253º a)- não basta exercer atos materiais sobre uma coisa, é necessário ter a intenção de
adquirir um certo estatuto dominial

- Impt que o legislador da ao status possessório

- Situações de pura detenção existem todos os dias, poe x quando podemos praticar certos
atos sobre uma coisa que não é nossa mas o possuidor deixa, ou quando se possui em nome
de outrem (o caso do arrendatário, o arrendatário não é proprietário, ele apenas usufrui mas
não tem vontade de apropriar a coisa para si)

- Pode-se ser possuidor e não proprietário – adm ordinária.

- A complexidade dos vários tipos das RJ que a Ordem J permite nas várias áreas podem
interligar-se com situações sucessórias. A posse é muito difícil de prender devido à sua
volatilidade

PERDA DA POSSE art1267º -


1. O possuidor perde a posse:

a) Pelo abandono;
b) Pela perda ou destruição material da coisa ou por esta ser posta fora do comércio;

c) Pela cedência;

d) Pela posse de outrem, mesmo contra a vontade do antigo possuidor, se a nova posse houver durado por
mais de um ano.

2. A nova posse de outrem conta-se desde o seu início, se foi tomada pùblicamente, ou desde que é conhecida do
esbulhado, se foi tomada ocultamente; sendo adquirida por violência, só se conta a partir da cessação desta.

MODOS DE AQUISIÇÃO DA POSSE

Na verdade quem rege sobre isto, embora não esteja todos os fenómenos de aquisição
mas o art principal nesta matéria é o art1263º, mas por ex o desapossamento que corresponde
a um ato que se designa esbulho (desapossar algo de forma violenta) e também é um ato de
aquisição da posse mas não esta elencado no art1263º. Aquele que esbulha adquire posse por
um ato próprio mesmo contra a vontade do anterior possuidor.

Existe uma certa confusão entre os modos de aquisição ordinária (não depende de um
ato de transmissão) e derivada/translativa (dependem, como os contratos translativos) –
clausula geral do nº1 do art404º, da TGDC, e no contraponto esta o modo de aquisição de
direitos reais por vai ordinária e não translativa, em que o legislador ficciona que na própria
esfera J de uma pessoa nasce um dto real sem ser transmitida. O legislador ficciona isto pelo
instituto da usucapião, que permite essa aquisição originaria mas também outros: acessão e
ocupação. Tudo isto que falamos em TGDC diz respeito a aquisição de direitos reais, contudo,
aqui estamos a falar de posse, e não do dto real. Mas a posse também pode ter modos de
aquisição derivada ou originaria. Ou seja, a posse é suscetível de ser adquirida derivadamente
ou originariamente

Art1263º

a) – refere-se a um modo de aquisição originaria


b) – aquisição derivada ou translativa da posse
c) – aquisição derivada ou translativa da posse
d) Aquisição originaria
A posse, quanto pratica de atos materiais com a intenção de agir de acordo com o dto real,
adquire-se originariamente pelo modo mais vulgar: a pratica reiterada com publicidade de atos
materiais correspondentes ao ex do dto. Esta forma originária de atuar, por iniciativa própria,
daquele que é sempre possuidor, animado de intenção de exercer um dto real sobre essa
coisa, de se querer apropriar, de querer ser dono, com publicidade, a vista de toda a gente.

ALÍNEA A)

Quando fala de publicidade na al a) é o conceito de publicidade em geral, praticar atos em


publico, sem estar as escondidas

No geral enquanto modo de aquisição originaria da posse, o facto de eu que não sou dona de
uma coisa mas praticar atos sobre ela como se fosse dona, significa que em termos originários
estou a assumir-me possuidora, se o fizer em frente de todos estou a adquirir posse
ALÍNEA D) INVERSÃO DO TÍTULO DA POSSE

Casos em que estamos perante não um possuidor, mas sim detentor que a dada altura
passa a ser possuidor. Enquanto detentor não pode possuir a coisa nem pode adquirir um dto
real sobre ela

Transforma-se de detentor em possuidor, e a partir desse momento começa a contar o


prazo de vida da posse

A inversão também é um tipo de aquisição da posse nos termos da al d)

ALÍNEA B)

A al b) apresenta um modo de aquisição da posse que é aquele que corresponde a um


modo derivado de aquisição porque implica transmissão. Ex que o A vende uma casa a B,
sendo um negócio translativo logo o direito de propriedade é transmitido por vai do contrato
do A para o B desde que respeitado a forma legal, e uma x que se trata de um bem imóvel tem
forma solene a compra e venda. Logo a casa sai da esfera J do A para a do B. o A quando faz o
negócio com o B é também o possuidor, tem uma posse de tipo causal, esta posse
naturalmente é a posse dele, mas por força desta transmissão aquele que adquire o dto real
também passa a exercer posse.

O que é que produz a transmissão da posse do A (vendedor) para o B (comprador)? A fonte de


aquisição da posse neste caso não é, mesmo no caso em que há aquisição translativa do dto
real e a posse do comprador não deriva diretamente do contrato de compra e venda (nº1 do
art408º que se refere ao efeito real, da eficácia real destes contratos), mas é de direitos reais!.
Não é na posse. o que transmite aqui é a tradição, a entrega da coisa ao comprador.

Temos a entrega material efetiva ou entrega simbólica. A partir do momento em que me são
as chaves da casa de que me venderam a posse transmite-se.

A posse é dissociável do contrato, na verdade sou possuidora e isto pode ser objeto de
proteção, não sou titular da propriedade

O titulo que justifica a posse na verdade não é o contrato translativo mas a entrega material ou
simbólica

ALÍNEA C)

Constituo possessório é um modo de aquisição de posse  rr art1264º

Ex: o caso de o A tem uma quinta e vende ao B que é emigrante e portanto o B quer
investir e compra a quinta mas ele não esta ca e não consegue olhar pela quinta, ele pode
fazer uma cordo com a possa que lhe entregou o terreno e enquanto ele não esta ca ele, o A,
pode continuar a plantar e a tirar vantagens do terreno. Ora neste ex o adquirente adquirir a
propriedade e a posse, contudo aquele que lhe transmitiu a posse vai continuar a exercer
poderes de facto mas na qualidade de detentor. O que é que pode aqui acontecer e porque é
que o constituto possessório constituí um modo de aquisição de posse? porque ele
efetivamente transmitiu a posse, continua a atuar como detentor e o que vai continuar a fazer
é uma mera tolerância do dono e possuidor. Imaginando que passam os anos e B não regressa
e algo muda na cabeça de A, passando a identificar perante a aledei como o dono, vende e
cultiva, atua como se a quinta voltasse a sua titularidade. O A esta a inverter o titulo, e
portanto ele esta a assumir-se como possuidor, novamente. O que esta na base disto é o
constituto possessório, pois a posse não deixa de ser constituída

CARACTERES DA POSSE

Para adquirir não basta a posse, é necessário também o tempo e isto é o que traduz o
fenómeno aquisitivo da usucapião

Estes caracteres são sinais identificativos que tem de ser analisando relativamente a
fotografia de cada posse. cada posse entendida de forma autónoma, não interessa para a
posse causal. É a posse autónoma que tem de ser lida nestes 4 caracteres, que se analisam
pela negativa e pela positiva:

 Titulada ou não titulada – 1259º


 De boa-fé ou de má-fé – 1260º
 Pública ou oculta – 1262º
 Pacifica ou violenta – 1261º
 Todos eles se defendem que por um lado positivo e negativo, quer dizer que toda a posse é
analisada de acordo com estas 4 perspetivas e têm de ser analisadas relativamente a cada
posse porque na equação posse + tempo, o tempo depende destes 4 caracteres. O tempo para
adquirir a posse pode ser mais ou menos elástico consoante os tipos de caracteres que a posse
demonstra. ART1258º

TITULADA OU NÃO TITULADA e POSSE DE BOA-FÉ E DE MÁ-FÉ

Titulada é aquela que é fundada em qualquer modo legitimo de adquirir


independentemente quer do dto do transmitente quer da validade do negócio substancial do
negócio J.

O modo legitimo de adquirir aqui tem a ver com a entrega que alguém fez, portanto,
há título no caso da aquisição derivada quando a coisa é entregue e é entregue de uma forma
aparentemente legitimidade.

Na posse de tipo originário, como é o caso da prática reiterada com publicidade de


atos materiais correspondentes ao ex do dto, por ex se eu tomo qualquer coisa que eu achei
(não tem dono para mim) e passo a exercer atos sobre dela, praticando atos de apropriação
dela animado de intenção é um modo de aquisição e naturalmente implica título. Porque eu
achei logo desconheço que haja dono logo é um modo legitimo de adquirir. Por sua x o
desapossamento não é um modo legitimo de adquirir.

O modo legitimo de adquiri é que determina haver título ou não. Título no que diz
respeito a posse diz respeito a modo de adquirir que seja legitimo e não tem nada a ver com
documento escrito.
A posse ser titulada traz um grande benefício ao possuidor, pois o legislador prevê uma
presunção: se a posse é titulada presume-se que é de boa-fé, logo havendo título esta ligada
ao 2º caracter de boa-fé.

A posse não titulada presume-se de má-fé 1260ºnº2. Neste caso a presunção que o
legislador estabelece do título a boa-fé e o não título à má-fé é uma presunção ilidível
mediante prova em contrário

A posse de boa-fé facilita o fator tempo e todo o possuidor é possuidor bastando para
isso que tenha corpus e animus possidendi. A existência da posse é determinada pela
conjugação de corpus e animus, os caracteres as impt mas apenas para levar a viagem de
aquisição do dto real.

A boa-fé ou má-fé aqui tem um alcance um pouco diferente do dto das obrigações,
aqui ano tem a ver com a consciência das circunstancias exatas juridicamente relevantes. Em
termos obrigacionais aferimos a boa e a má-fé por um critério de natureza jurídica mas aqui
não é isso que se passa.

Tudo em torno da posse acaba por ser muito empírico, isto é, o possuidor de boa-fé e
aquele que em termos psicológicos desconhecia que estava a lesar o dto de alguém quando
adquiriu a posse, trata-se de um fenómeno puramente psicológico

Nº1 do art 1260 º - posse de boa-fé – ignorância puramente psicológica, basta a pura
ignorância para que se pode dizer que estava de boa-fé

A capacidade de adquiri posse basta a capacidade de entender – art1256º.

O título não pode ser um titulo que se presuma, o legislador ano aceita o titulo
putativo (aquele que só existe na cabeça). Aquele que invoca que é possuidor tem de
demonstrar os atos materiais e a intenção com que atua – nº2

POSSE PUBLICA OU OCULTA

O possuidor pode possuir a ocultas/às escondidas. Possuir as escondidas no que toca a


coisa moveis é muito difícil mas as imoveis são fáceis de ocultar. Quando o legislador diz que a
posse é publica e a que não seja assim não é pública mas sim oculta, diz que uma posse em
termos de caracteres é publica e não oculta quando é exercida de modo a ser conhecida por
aqueles que a poderiam impugnar – interessados. Se a posse não for exercida em condições de
ser conhecida pelos interessados discute-se o critério da publicada ou ocultação da mesma.

POSSE PACÍFICA OU VIOLENTA

Se foi adquirida sem violência é pacifica, mas não é porque o legislador a seguir explica
o que quer dizer violência. Dizendo que a posse só é violenta se tiver sido usada com coação
moral ou física na sua aquisição.

CONSEQUÊNCIA DA POSE DE NATUREZA NEGATIVA: OCULTA OU VIOLENTA


Toda a posse cujos caracteres negativos sejam de ocultação ou violência ou os 2 em
simultâneo é um aposse que não anda, ou seja, é uma posse que não faz o percurso necessário
para a passagem dos prazos para adquirir por usucapião do dto real – 1297º. Os prazos para a
aquisição do dto real com base na posse com usucapião, portanto a posse fica estagnada. Só
retoma o seu percurso, os prazos só voltam a andar, se a violência ou a ocultação ou se os 2
cessarem, no caso de haver os 2.

09/11/2022

Caso Prático n.º 9

No primeiro momento a celebração de um contrato de compra e venda que tem por objeto
um prédio rústico, celebrado por documento particular. Pretenderam ocultar um comodato.

Posteriormente, temos um segundo negócio em que B faz doação de um prédio por escritura
pública a C. E C a D contrato de compra e venda por escritura pública.

INTRODUÇÃO:

O objetivo deste caso prático é saber quem pode adquirir o direito de propriedade sobre o
prédio rústico, invocando a usucapião que é o principal efeito da posse. Se nos é perguntado
quem pode adquirir o direito real, estamos perante matéria de posse. Depois de identificada a
pretensão, identificar a matéria em que estamos, o que é, a partir do 1251. A definição de
posse consagrada no 1251 é uma definição de posse em sentido formal. O 1251 tem conceito
de posse em sentido formal. A posse em sentido formal é aquela que n pressupõe a existência
de um direito real anterior válido ao contrário da posse causal. A posse causal é aquela que é
acompanhada pela titularidade do direito cujos termos se processa o respetivo exercício. A
posse é considerada um direito real de gozo que tem natureza provisória, direito real de gozo
suis generis, é um direito real que tem uma natureza provisória.

Quanto ao objeto, pode existir posse em relação aos direitos reais de gozo e sobre coisas
corpóreas, no nosso caso estamos efetivamente perante um direito real de gozo e o objeto
desse direito de propriedade é uma coisa corpórea. No caso o que está aqui em questão é se
pode adquirir o direito real de gozo e esse direito terá por objeto o prédio 204 n1 a). Para
saber se há posse, existem duas teorias – objetivista e subjetivista. Objetiva – n é aquela que
adotamos, a objetiva entende que a posse consiste efetivamente num exercício de poder de
facto sobre uma coisa – corpus, e além disso, tanto o possuidor e detentor podem ter o
animus, a distinção entre ambos decorrem do 1253 cc. Seguimos a teoria subjetiva em que
conjugamos o 1251 e 1253 à contrário, é necessário que se verifique o poder de facto sobre
uma coisa. O possuidor tem de deter fisicamente essa coisa. Ele detém fisicamente a coisa. O
corpus é o elemento objetivo, material. Além disso, falta o animus possidendi – intenção de
agir atuar como fosse titular do direito em causa. Esta intenção é manifestada pela prática de
atos materiais, atos jurídicos. De acordo com a teoria subjetiva o detentor só tem o corpus, ou
seja, o poder de facto, a vontade do detentor é uma mera vontade de exercer esse poder de
facto em nome alheio. Quanto às caraterísticas da posse, desenvolver só as caraterísticas
chamadas ao caso. É caraterizada nos termos do 1258 a 1262. Desenvolver aquelas que se
suscitarem. Identificar os modos de aquisição da posse. Há formas de aquisição originárias ou
derivadas de adquirir a posse, remeter para o 1263 e ss.

Analisar cada um dos negócios para efeitos de usucapião.

Olhando para a primeira situação temos A que é proprietário de um prédio rústico, faz acordo
com B em relação ao prédio, vende por documento particular, queriam ocultar um comodato,
ou seja, empréstimo deste prédio. Negócio é um contrato de compra e venda 874 e ss. Foi
celebrado pela forma correta? Foi documento particular. Apresenta vício formal pq o contrato
foi celebrado por documento particular e o 875 exige a celebração por documento particular
autenticado ou escritura pública sob pena de nulidade. Este contrato de compra e venda tem
uma nulidade falta de forma. Temos uma simulação, visava ocultar um comodato. Falta de
vontade 240. A simulação pode ser absoluta ou relativa. Na simulação absoluta não existe
qualquer outro negócio que as partes quisessem celebrar. Na simulação relativa por detrás do
negócio simulado existe um outro que as partes quiseram celebrar – o negócio dissimulado.
Consequência da simulação – nulidade 240 n2. Simulação relativa, temos de verificar o negócio
dissimulado. Olhar para o negócio dissimulado e ver se podemos aproveitar esse negócio. O
negócio dissimulado é o contrato de comodato. Quando tivermos uma simulação absoluta
nunca pode haver posse, se há falta de vontade, acordo para enganar alguém, não há atitude
de tratar como direito real. Em relação ao negócio dissimulado será que pode haver posse?
Verificar em relação ao negócio dissimulado se este contrato de comodato atribuiu a posse a
B. Se temos nulidade, A continua a ser proprietário do prédio. No nosso caso a simulação
relativa vai retirar ou não vai permitir a constituição da posse em relação a B pq se trata de um
negócio jurídico de natureza obrigacional. O contrato de comodato reveste natureza
obrigacional. Isso significa, portanto, que n há intenção como se fosse o titular do direito real
em causa que é o direito de propriedade. Quem celebra um contrato desta natureza não tem
intenção de ser proprietário, estamos perante uma mera detenção. B é mero detentor nos
termos do 1253 a). Mas B que era mera detentora 2 anos depois decide doar o prédio a
Cristina. A B ao doar o prédio a Cristina está a atuar como proprietária – inversão do título da
posse. B mera detentora ao fazer a doação do prédio a Cristina não está a atuar como
detentora, mas está a atuar como possuidora. O ato de doação demonstra a intenção da B
atuar como proprietária. No momento que faz a doação ela tem o animus possidendi. E
adquiriu a posse pela figura da inversão do título de posse por ato próprio – 1263 d) + 1265. A
inversão do título de posse é aquela situação em que alguém que era mero detentor passou a
possuidor. Identificar como modo de aquisição originária da posse. Vai-se tornar possuidor
porque pratica algum ato, seja material, seja jurídico. É inerente ao proprietário. Temos a
inversão do título de posse. Caraterizar a posse de B. para saber se é titulada ou não, o modo
como ela se tornou possuidora em abstrato por título legítimo (contrato de compra e venda,
permuta e doação)? Os vícios formais retiram o título. A B tornou-se possuidora por inversão
do título de posse. A posse de B é uma posse n titulada, a inversão de título de posse não é um
modo legítimo em abstrato de adquirir um direito real, a posse é momentânea. Sendo uma
posse não titulada, vai vigorar uma presunção: presume-se de má-fé 1260 n2. O conceito de
boa-fé no 1260 é um conceito subjetivo, embora não haja referência à questão da culpa. A
doutrina maioritária entende como desconhecimento desculpável não censurável. Posse
adquirida sem violência, ou seja, pacífica, e que também é pública. NOTA: Quando o 1259 fala
nos modos legítimos em abstrato de adquirir um direito real refere-se naturalmente aos
modos de adquisição do direito real. Isto significa que tem de estar em causa um ato ou
negócio capaz de transmitir ou permitir a aquisição desse direito real. Se estiver em causa um
ato que não é suscetível de constituir um direito real – se estiver um nj meramente
obrigacional ou uma situação em que existe vício formal ou inversão de título de posse, furto
ou roubo – todas essas situações consubstanciam modos ilegítimos de constituir direito real. B
torna-se possuidora por inversão. Para saber se C se tornou possuidora. Ela tornou-se
possuidora porque passa a ter poder de facto sobre o prédio e tem o animus possidendi.
Doação de coisa alheia. A própria posse é independente de vícios substanciais. É posse titulada
– o título é doação que em abstrato permite a aquisição do direito de propriedade e além disso
não existe qualquer vício formal pq foi celebrada por escritura pública. A Cristina torna-se ela
uma possuidora titulada. Presume-se de boa-fé. 1260 n1 e n2. Posse pacífica. Posse pública.
Em relação às formas de aquisição da posse, sabemos que foi por força da doação, traduz-se
na aquisição derivada da posse no caso estamos perante a tradição real explícita. Por tradição
devemos entender colocar a coisa à disposição do novo possuidor. Esta tradição pode ser
explícita ou simbólica – será pela entrega da coisa em mão, apreensão da coisa, a tradição
simbólica pode ser entrega de documentos, chave. C celebra um contrato de compra e venda
que tem objeto o prédio. Venda de coisa alheia 892. Era só possuidora. Esse contrato de
compra e venda poderá levar Daniela a tornar-se possuidora? Nulo por ilegitimidade do
transmitente, a posse é independente disso. D torna-se possuidora, tem poder de facto sobre
o prédio. Se celebra um contrato de compra e venda tem intenção de agir como proprietário.
Torna-se possuidora porque tem corpus e animus possidendi. É necessário caraterizar esta
posse 1258 e ss. É titulada – compra e venda, no caso de imóvel escritura pública, o contrato
de compra e venda que tenha por objeto um prédio desde que seja celebrado em escritura
pública é um modo legítimo em abstrato de adquirir o direito real, esse contrato efetivamente
foi celebrado por escritura pública, não há vício formal. Boa-fé. Provavelmente pública e
pacífica. D é o último possuidor que está em condições de invocar a usucapião. É a D que está
em condições de invocar a usucapião. É o efeito principal da posse. Consiste no facto de a
posse do direito de propriedade ou outro direito real mantida por certo tempo conferir ao
possuidor em regra a aquisição do direito correspondente à sua atuação. É a que encontramos
no 1287. A capacidade para adquirir a posse está no 1266, basta uma mera capacidade natural
de entender e querer os seus atos. No caso estamos perante uma posse titulada, de boa-fé,
que é pacífica, pública, há condições para se iniciar a contagem dos prazos da usucapião. Tem
por objeto uma coisa corpórea, um imóvel, um prédio rústico. Vamos ter normas para bem
móvel e imóvel. Se não nos for dito nada, presumimos que não houve registo.

Neste caso estando em causa um prédio rústico. Ao fim de quanto tempo pode invocar a sua
posse e adquirir o direito de propriedade? 1296 – 15 anos no caso de boa-fé. O prazo desta
posse para invocar usucapião é de 15 anos. 2023. Ela tem de invocar a usucapião. De acordo
com o prazo do 1296 em condições normais D pode adquirir a propriedade do prédio rústico
por usucapião a partir de janeiro de 2023 estaria em condições de invocar a usucapião para
adquirir o direito de propriedade.

TEMÁTICA DA DEFESA DA POSSE (ainda sai no teste)


A posse é um instituto altamente protegido pelo legislador, por diversos mecanismos a
vários níveis, ou seja, por camadas. Também é impt ficar com a ideia clara de que quando se
fala em meios de defesa da posse o que mais impt é defender a posse. Posse é sempre posse
independentemente dos caracteres enquanto posse autónoma. A posse implica única e
exclusivamente que haja corpus e animus que estejam interligados.

Os caracteres são impt para um determinado caminho que a posse, no entretanto,


pode encorrer, que é o caminho da aquisição de um domínio. O domínio corresponde ao dto
real, a titularidade do dto real. O possuidor não é titular de um dto real mas poderá vir a ser.
Mas para isso é fundamental conjugar as variáveis: posse, caracteres da posse e tempo. Para
que a posse possa dará origem a constituição de um dto real, de um domínio, é preciso que a
conjugação se faca nesta equação. Quando se fala de defesa da posse, só se pensa na posse
em si mesma, independentemente dos caracteres e do tempo é suscetível de ser defendida,
por variadas razoes por ser um instituto que corresponde a um estádio que o legislador
protege, porque parte sempre de uma lógica positiva. Ao legislador interessa a perspetiva de
que normalmente quem é possuidor é indiciário de alguém que pode vir a alcançar o domínio,
ou seja, é alguém tendo em conta o modo legitimo de adquirir vir a alcançar um domínio. Pode
haver situações em que a posse advém de um modo que não é legitimo, mas isto é um
acidente de percurso.

O que esta na preocupação nuclear é proteger um status possessório que pode dar
origem a aquisição de um dto e que por motivos jurídico-económicos merece a proteção

A posse pode ser defendida por um status, que determina uma certa fruição que pode
ser abalada e protegida, porque mesmo no caminho de aquisição do domínio, é longo e pode
acontecer que haja fenómenos que se atravessam no caminho da posse e possam prejudicar o
andamento normal do caminho do possuidor. E portanto, os mecanismo de defesa da posse
fazem todo o sentido

O status possessórios enquanto tal beneficia de uma série de mecanismos de proteção


de acordo com a qualificação J da situação concreta

ART1276º E SS + normas que estão no CPC

1º observação: sabemos que a propósito do art1º do CPC a ninguém é licita de fazer justiça
pelas próprias mãos, hoje para fazer justiça temos os tribunais, logo não é licito a ninguém
fazer valer a sua razão pelas próprias mãos, embora haja situações excecionais, como a ação
direta, l.f, estado de necessidade, dto de retenção (despesa feitas na coisa ou por causa dela e
pode reter detendo). Mas para a posse interessa outros.
Os mecanismos de defesa são:

 AÇÃO DIRETA E LEGITIMA DEFESA

Interessa para a Tutela da posse – nada impede que desde que se verifique os pré-
requisitos da ação direta 336º CC e 1277º, no entanto tem se entendido que também é
suscetível de defesa da posse, quer por via da l.d quer por ação direta são meios suscetíveis de
ser utilizados para várias camadas de proteção da posse.

O possuidor pode aperceber-se que se prepara alguma ação que lhe posse prejudicar a
posse ou até retirar, ainda não aconteceu. O dto só se importa com aquilo que se reflete na
vida concreta, em atos concretos, o que não passa da cabeça não tem relevo. Neste caso, em
que de facto o possuidor tem conhecimento de circunstâncias que pode demonstrar de que
alguém de alguma maneira atingir ou prejudicar a sua posse, tem ao dispor a AÇÃO DE
PREVENÇÃO prevista pelo legislador e está, esta ação de prevenção, pensada como uma
medida preventiva para obviar ao desenho de um prejuízo da posse, isto em termos de ação
de prevenção. Art1276º - do ponto de vista d apropria dinâmica processual.

A ação de prevenção anda nuclearmente à volta da alegação e prova de um pré-


requisito da tutela cautelar que é o justo receio ou preiculo in mora. A dita ação de prevenção
do perigo da posse ser atingido de alguma forma assenta na alegação e prova de um pré-
requisito da tutela cautelar. Uma ação é diferente de uma tutela cautelar. Será que posso
transformar em tutela cautelar de prevenção?

- A Tutela é preventiva ou mesmo repressiva mas de emergência. Mas no contexto da


tutela cautelar funciona um princípio regra que é a relação entre a especialidade e
generalidade, ou seja, o legislado prevê um formato tipo para determinadas situações porque
entende que esses formatos para quela situação são os mais eficazes e eficientes para tingir o
objetivo da tutela cautelar que é evitar um mal maior. Logo interessa que o procedimento seja
o mais eficiente, o legislador previu meia dúzia de formas pré-estabelecidas mas de acordo
com o princípio regar do art2º do CPC de que a todo o dto há que corresponder um modo de
defender no tribunal mas pode haver situações que não aconteça, então o legislador prevê um
PROCEDIMENTO CAUTELAR COMUM que permite que perante uma situação concreta eu
invente uma forma de tutela cautelar para encaixar naquela situação. Encontramos os
procedimentos de restituição da posse mas que não vão dirigidos à prevenção da posse
porque os 1ºs pensam que a posse foi retirada dai terem de ser restituídos

A prevenção implica que a posse não foi retirada ao possuidor mas este esta com receio que a
tirem

Art1276º - ação de prevenção no caso da posse ainda estar na titularidade do


possuidor mas este saber de fonte de segura que se esta a preparar qualquer atuação para
perturbar ou retirar a posse e neste caso tem ao seu dispor a ação de prevenção – art362º
mecanismo geral que permite criar procedimento cautelar diferente dos que estão previstos
nos especificados, criando então tutela cautelar para além dos que estão previstos no 377º e
ss
Já falamos então de 4 meios de defesa: Autónomos (AÇÃO DIRETA E LEGITIMA
DEFESA 1277º), AÇÃO DE PREVENÇÃO 1276º, PROCEDIMENTO CAUTELAR DE PREVENÇÃO
como inominado/comum para o efeito da dita ação de prevenção (não esta prevista nas
especificadas mas pode-se inventar à luz do 362º. Antes de ir para a ação instaurar com
carácter de urgência um procedimento de prevenção de ataque à posse). A própria ação de
prevenção baseia-se no justo receio, mas esta ação não é um meio urgente ao contrário de
procedimento cautelar, 363ºCPC. Os prazos no decurso de um processo cautelar não se
suspendem nas férias judiciais, nas ações param de contar no contexto das férias judiciais
LOSJ.

Esta defesa da posse estabelece-se por camadas:

1. Prevenção de algum ataque a posse


2. Estado positivado de ataque à posse
 Posse atacada mas não é retirada, só é perturbada
 Posse atacada ma sé retirada – desapossamento que pode ser violento como
não
 Isto significa que a luz da terminologia jurídica, quando falamos de perturbação da posse o
legislador fala de “turbação”, mas não retira-la, porque se houver retirada da posse ao
possuidor temos o desapossamneto que o legislador chama esbulho

Esta 2º e 3º camada são as mais graves.

O ART1253º - o desapossamento não está previsto mas indefere-se no sistema jurídico quando
falamos de posse. no entanto se adquirida será um aposse não titulada porque não é um
modo de legitimo de aquisição

1278º

Ação para casos de turbação - AÇÃO DE MANUTENÇÃO DA POSSE  quando a posse é apenas
perturbada

Ação para casos de esbulho – AÇÃO DE RESTITUIÇÃO DA POSSE quando a posse é


verdadeiramente desapossada

O legislador tal impt aos mecanismos de defesa que ate chegou ao ponto que com base nisto
há um fenómeno que implica reflexão, que é que princípio do pedido que significa (primeira
parte do nº1 do art3º) os tribunais cíveis não se autoativam, precisam de ser estimulados para
debruçar-se sobre a ação, há um ónus de impulso para quem quer intentar uma ação tendo de
elaborar uma PI para dar inicio ao processo nº1 do 259º. Este princípio do pedido tem o
alcance de ser através de um pedido formulado que se dá início a uma ação judicial, atividade
do magistrado. Mas tem mais 2 alcances: mas ao mesmo tempo condiciona o conteúdo da
ação durante toda a sua vida, ou seja, não é possível as partes alterar o pedido, o pedido é
determinante numa ação porque é sobre esse pedido que o tribunal se vai proceder. O que o
tribunal diz é se considera procedente ou improcedente, dando ou não razão ao autor ou não.
Quem faz o pedido é o autor e conforme o pedido é feito condiciona a ação do tribunal. O réu
tem uma forma de se tornar-se em autor que é a reconvenção e aí formula um pedido mas é
só nessa vertente que se torna autor. O princípio do pedido condiciona a pretensão, o
andamento da ação e o pedido condiciona o desfecho porque diz o 609º CPC – limites da
condenação – que o tribunal não pode condenar em objeto diferente nem em quantidade
superior daquela que é pedida. O que significa que se o pedido determina 5 o tribunal não
pode dar 5,1 mas pode dar 4,9. Os limites da condenação do 609º são uma expressão do
princípio do pedido

A impt da defesa da posse é tao grande que chega ao ponto de o legislador constranger o
princípio do pedido por causa da adequada defesa da posse – 609ºnº3 – exceção ao princípio
do pedido  as vezes é difícil conseguir determinar se o possuidor foi perturbado ou
desapossado. E entende que o possuidor pode intentar uma ação de manutenção da posse
mas o juiz quando averigua vê que afinal devia ter o pedido a restituição porque já está
desapossado, logo senão houvesse a exceção do nº3 o tribunal de acordo com o princípio do
pedido tinha de indeferir a ação, mas o legislador prevendo isto e preocupação com a proteção
da posse estabeleceu essa proteção, logo neste caso se o autor pedir uma manutenção e o juiz
verificar depois de um estudo era sim a restituição - o tribunal pode convolar e sentenciar a
restituição em x da manutenção

PROCEDIMENTO DE RESTITUIÇÃO PROVISORIA DA POSSE COM ESBULHO NÃO VIOLENTO

Fenómenos a ver com a urgência e aqui efetivamente temos de ir para o CPC, pois na realidade
se a posse tiver sido desapossada tem de haver uma restituição da posse, tendo o legislador o
cuidado de prever uma modalidade de restituição provisória de posse a titulo de
procedimento cautelar. E de tal maneira esta proteção é relevante que o legislador no
contexto da construção deste processo acaba por facilitar a vida ao possuidor, 377º, o
legislador prescinde da alegação e prova do periculo in mora tendo só de alegar a posse que
foi esbulhado com violência – pressupostos. Este art 337º prevê a providencia cautelar de
restituição provisória da posse a titulo de esbulho violento

PROCEDIMENTO CAUTELAR COMUM EM RESTITUIÇÃO DA POSSE COM ESBULHO NÃO


VIOLENTO

O legislador atento ao facto de que pode haver esbulho e não haver violência e se assim for a
posse esbulhada, vai defenda-a com o procedimento cautelar comum – 379º, logo o 379º rr
para o art372º e ss
EMBARGO DE OBRA NOVA

397º. Estabelece uma outra providencia cautelar para proteger a posse, cos os fundamentos
que estão no art

ARROLAMENTO

Art403º e ss CPC, também permite

EMBARGOS DE 3ºS

Art342º e ss CPC + 1285ºCC

No caso da posse ser perturbada por meio judicial de apreensão de bens (penhora e arresto),
se a posse de alguém for prejudicada por meio de apreensão de bens

 meios suscetíveis de proteger a posse, só podemos usar se cumprirmos na alegação e prova


os fundamentos que la estão

PRAZOS

O prazo que condiciona a proteção d aposse através de qualquer um destes meios é o


prazo de vida da posse que se pretende proteger

ART 1267º - a posse no caso de desapossamento esta posse desapossada de acordo


com o nº1 al d) só sobrevive durante 1 ano. O LEGSIADR ficciona que a nove posse do
desapossador e a posse do desapossado coexistem para permitir que o desapossado possa ir
ainda no encalço atras da sua posse. passado 1 ano a única posse que mantem vida é a do
desapossador.

Ora os meios de proteção da posse que foi desapossada só podem ser utilizados
durante 1 anos

O prazo de caducidade do ex de qualquer um destes meios defensivos é o o prazo de


1anos nos termos do art1282º que esta em consonância coma. Regra de que uma posse
despassada só subiste no prazo de 1 ano após o desapossamento

No contexto do dto rela há um fenómenos impt que é o fenómeno da contitularidade –


significa que um dto real sobre coisa certa e determinado pode ser contitulado por mais do
que 1 cabeça, ou seja, o mesmo dto pode ser contitulado por mais do que uma pessoa, mas
isso é nos direitos reais. Mas o legislador estende a posse chamando de composse que é nada
mais nada menos de haver mais do que um possuidor sobre uma mesma coisa certa e
determinado, isto é, o corpus e o ânimos é exercido em forma de contitularidade por mais que
uma pessoa. E tem variedades consequências: desde logo se a transformação de uma
situações possessória em domínio através da usucapião for possível a um compossuidor esse
facto estende-se a outro compossuidor.

Quando falamos de defesa da posse, 1286º, alerta para se aquisição do domínio no caso de
composse aproveita os outros, não tem de implicar a presença de todos os compossuidores.
Numa situação de defesa de posse basta que um deles atue para que esta defesa cubra os
outros compossuidores. A eficácia da defesa da posse no caso de composse pode ser praticado
por um só, e aqui aproveita os outros – art1286º.

Isto são fenómenos que atestam clarissimamente a importância que o legislador dà à posse
porque estabelece em seu beneficio de um numero de medidas protetivas da posse, como
nenhum outro instituto apresenta no contexto do nosso direito.

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