Questões Discursivas - Direito Processual Penal
Questões Discursivas - Direito Processual Penal
Questões Discursivas - Direito Processual Penal
Aula 06
Sumário
1. Apresentação ................................................................................................................. 2
2. Questões Propostas Direito Processual Penal .............................................................. 3
3. Questões Propostas Direito Processual Penal ........................................................... 13
1. APRESENTAÇÃO
Olá Pessoal,
O estudo do processo penal para provas discursivas de Delegado de Polícia deve ser
pautado em uma análise de questões relativas aos seguintes temas:
• Inquérito policial:
Aqui o ideal é você ter uma boa leitura dos entendimentos jurisprudenciais acerca do
Inquérito Policial, súmulas e suas interpretações e também alguns pontos doutrinários
que podem ser abordados pela banca, consegui perceber isso ao comentar as 12
questões que seguem.
• Provas:
Apesar de o delegado de polícia não produzir provas durante a investigação, ele apenas
angaria elementos de informação capazes de subsidiar o oferecimento da denúncia por
parte do membro do MP, temos uma série de questões ligadas à busca e apreensão
domiciliar, testemunhas, exame de corpo de delito, interceptações telefônicas, quebra
de sigilos financeiro e bancário que podem ser cobradas de forma pontual nas questões
de processo penal.
• Prisões:
Nesse tema a leitura da lei seca ainda é importante, pois as questões de prisões,
geralmente, trazem em si algumas questões ligadas à legislação.
Os problemas envolvendo prisões são casos práticos em que ele vai perguntar se cabe
a prisão em flagrante, temporária ou ainda a preventiva, então é o momento de ter
uma boa capacidade interpretativa e saber lidar com a legislação em meio a um caso
prático.
Nada obstante a isso, pode ser perguntado ainda sobre temas doutrinários, então fique
atento às principais doutrinas dentro do tema de prisões e a ligação que o tema possui
com o Direito Constitucional, que é bem grande.
Resposta comentada:
O acesso aos autos da investigação pelo advogado não pode ser indeferido pelo
Delegado, uma vez que a Súmula Vinculante n°. 14, de observância obrigatória por
Resposta comentada:
Da mesma forma e pelo mesmo motivo do item anterior, o acesso do advogado deve
ser amplo, mas apenas àqueles elementos que já estão documentados no inquérito,
sendo, portanto, possível o acesso do patrono aos autos da cautelar apensada.
==10f2c5==
Resposta comentada:
Não. Da mesma forma, não pode o Delegado restringir o acesso do advogado apenas
aos documentos referentes ao seu cliente. Isso violaria o que a própria súmula
vinculante n° 14 prevê.
Resposta comentada:
O titular da ação penal goza de todas as prerrogativas que julgar necessárias ao seu
convencimento quanto à justa causa, portanto o delegado deverá intimar João de
Souza, apesar de possuir autonomia garantida.
autoridade policial concluiu que nada havia em face dos suspeitos. Assim, procedeu ao
envio dos autos principais à secretaria da Vara Criminal competente, providenciando de
imediato a inutilização da gravação, que considerou não interessar à prova, e o
apensamento dos autos da interceptação, com o relatório. Indaga-se:
Resposta comentada:
A ação do delegado foi inadequada, pois, de acordo com a Lei n° 9.296/96, a destruição
da gravação que não interessar, porventura, à investigação, será precedida de decisão
motivada da autoridade judicial.
Resposta comentada:
Quanto à manifestação do Ministério Público, a lei não menciona ser necessária a sua
oitiva antes da decisão judicial, entretanto, a praxe na atividade judicante é ouvir o
titular da ação penal antes de decidir.
Resposta comentada:
Poderia, caso houvesse fortes indícios da prática da infração citada e também não
houvesse outro meio para prosseguir na investigação, é o que chamamos de ultima
ratio, a interceptação deve ser sempre subsidiária a qualquer outro meio de
investigação, tendo em vista o caráter invasivo na privacidade do investigado.
Quanto ao crime citado, como ele possui pena privativa de liberdade de reclusão,
cumpre-se o requisito de cabimento para o deferimento da medida.
03. (Direito Processual Penal – IBDH – PCRS – Delegado de Polícia - 2009) Dois
indivíduos foram apresentados a Delegacia de Policia, detidos em flagrante delito,
respectivamente, por trafico de entorpecentes (sujeito "A") e por lesão corporal culposa
na direção de veiculo automotor (sujeito “B"). No que tange a "A", o Delegado de Policia
constatou tratar-se de oferecimento eventual de droga, sem objetivo de lucro, a pessoa
de relacionamento do flagrado, para juntos consumirem. Diante desse enunciado e dos
caminhos processuais que as leis aplicáveis aos casos enunciam, quais os cuidados, em
relação a lavratura ou não do auto de prisão em flagrante, que o Delegado devera ter:
a. Em relação ao sujeito "A"; b. Em relação ao sujeito "B".
Resposta comentada:
Em relação ao primeiro crime, tipificado ao teor do art. 33, §3°, da Lei n° 11.343, trata-
se de crime de menor potencial ofensivo, pois tem como pena máxima cominada a de
1 (um) ano, ou seja, o crime enquadra-se naqueles que devem seguir o rito dos juizados
especiais criminais, previstos na Lei n° 9.099/95.
Quanto ao crime previsto na Lei n° 9.503/97 – CTB, deve-se lavrar também o TCO e
adotado o rito previsto na Lei 9.099/95 para os crimes de menor potencial ofensivo.
Ressalte-se que se qualquer das situações previstas no art. 291, §1°, do CTB estiver
presente no caso concreto, deverá ser instaurado o devido inquérito policial, por não
ser aplicável na hipótese a Lei 9.099/95.
04. (Direito Processual Penal – Vinícius Silva) Conceitue e faça a distinção entre
fonte de prova, meio de prova e meio de obtenção de prova, dando exemplo para cada
um deles.
Resposta comentada:
Fonte de prova é toda fonte que deriva do fato delituoso das quais se consegue extrair
a prova. Independe do processo. Exemplos: gota de sangue e impressões digitais
presentes no local do crime, esperma no corpo da vítima.
Meios de prova, por sua vez são instrumentos através dos quais a prova é introduzida
no processo. São endoprocessuais, ou seja, operam-se dentro do processo, perante a
figura do juiz. Exemplo: Oitiva de uma testemunha.
Veja que cada um dos institutos acima atua dentro de uma fase específica da
persecução penal e não se confundem, sendo, portanto, distintos e exercendo papéis
diferentes na sistemática da investigação e do processo penal.
Resposta comentada:
O fato de o suposto crime praticado contra menores ter sido cometido por meio da rede
mundial de computadores (internet), não atrai, necessariamente, a competência da
Justiça Federal para o processamento do feito.
06. (Direito Processual Penal – NCE – PCDF – Delegado de Polícia - 2007) Qual
é o conceito e âmbito de incidência do princípio da necessidade do processo penal? Este
princípio produz algum efeito no campo pré-processual?
Resposta comentada:
Por outro lado, na esfera penal não é possível desvencilhar o direito material do direito
formal, ou seja, se um crime ocorre, deverá necessariamente ocorrer a persecução
penal para que o preceito secundário da norma penal seja levado a efeito. Ou seja, não
é possível um crime ser cometido e o direito penal ser exercido sem o instrumento
processual.
Resposta comentada:
No caso sob análise o delegado de polícia procedeu de forma inadequada, uma vez que
prevê o art. 5°, XLVIII, da Constituição Federal de 1988 - CF/88, que a pena será
cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade
e o sexo do apenado.
Resposta comentada:
Não houve violação ao princípio do nemo tenetur se detegere, pois a fonte de prova foi
colhida sem que houvesse nenhum ato voluntário do agente delituoso sob investigação.
Resposta comentada:
Assim, deverá o juiz antes de deferir uma medida cautelar de prisão preventiva ou
temporária, verificar se uma das medidas cautelares do art. 319, ou prevista
eventualmente em uma legislação penal extravagante, não é suficiente para acautelar
um direito ameaçado pela liberdade do investigado/indiciado/acusado.
b) Como as medias cautelares, hoje, são bem maiores em quantidade, ou seja, temos
todas aquelas previstas no art. 319, bem como todas eventuais medidas cautelares
diversas da prisão previstas na legislação penal extravagante, o sistema atual é bem
mais amplo do que o antigo sistema bipolar, em que tínhamos apenas a prisão cautelar
ou a Liberdade provisória (com ou sem fiança) como medida cautelar penal.
Resposta comentada:
Quanto ao sigilo interno e externo, o que se pode afirmar, de acordo com a doutrina
majoritária, é que o primeiro diz respeito ao sigilo explicitado no primeiro parágrafo da
resposta, ou seja, o sigilo relativo aos investigados e seus respectivos advogados.
Por outro lado, a segunda espécie (sigilo externo) diz respeito ao sigilo relativo ao
público em geral, ou à mídia, que deve ser absoluto, para boa parte da doutrina, para
que não venha a frustrar o andamento das investigações e o sucesso de várias
diligências.
Resposta comentada:
Essa serendipidade pode ser de duas ordens, de primeiro grau ou se segundo grau. A
primeira espécie ocorre quando o encontro é relativo a algum crime conexo com o crime
que motivou o deferimento da primeira diligência, ou seja, o descobrimento decorreu
naturalmente da investigação do primeiro crime.
Por outro lado, quando o crime descoberto fortuitamente não tem relação alguma com
o desdobramento natural do crime que motivou a diligência, estamos diante da
serendipidade de segundo grau.
Para que a serendipidade de primeiro grau seja aceita, é necessário que seja
comunicada imediatamente a autoridade judiciária competente para que ela seja assim
cientificada do descobrimento de um coautor, ou mesmo de outra notícia de crime,
fruto do cumprimento da diligência inicial.
Por sua vez, quanto à serendipidade de segundo grau, o juiz deve ser comunicado e
assim verificar-se-á a veracidade da fonte de prova e deflagrar-se-á novo procedimento
investigatório por parte da autoridade policial.
b) Cite um exemplo de crime que pode ter a aplicação da fiança pela autoridade
policial, mencionando os limites dela.
Resposta comentada:
a) Os requisitos estão elencados no art. 322, do CPP, e para que seja arbitrada a
fiança pelo próprio delegado de polícia , o crime cometido deve ter pena privativa de
liberdade máxima de 4(quarto) anos, assim como não se pode tratar de crime
inafiançável.
03. (Direito Processual Penal – IBDH – PCRS – Delegado de Polícia - 2009) Dois
indivíduos foram apresentados a Delegacia de Policia, detidos em flagrante delito,
respectivamente, por trafico de entorpecentes (sujeito "A") e por lesão corporal culposa
na direção de veiculo automotor (sujeito “B"). No que tange a "A", o Delegado de Policia
constatou tratar-se de oferecimento eventual de droga, sem objetivo de lucro, a pessoa
de relacionamento do flagrado, para juntos consumirem. Diante desse enunciado e dos
caminhos processuais que as leis aplicáveis aos casos enunciam, quais os cuidados, em
relação a lavratura ou não do auto de prisão em flagrante, que o Delegado devera ter:
a. Em relação ao sujeito "A"; b. Em relação ao sujeito "B".
04. (Direito Processual Penal – Vinícius Silva) Conceitue e faça a distinção entre
fonte de prova, meio de prova e meio de obtenção de prova, dando exemplo para cada
um deles.
06. (Direito Processual Penal – NCE – PCDF – Delegado de Polícia - 2007) Qual
é o conceito e âmbito de incidência do princípio da necessidade do processo penal? Este
princípio produz algum efeito no campo pré-processual?
b) Cite um exemplo de crime que pode ter a aplicação da fiança pela autoridade
policial, mencionando os limites dela.
@profviniciussilva
Vinícius Silva
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Vinícius Silva.