Panátema acorda em um sonho onde encontra Briggite, a deusa Guia. Ela o lembra dos atos que o transformaram em uma entidade da calamidade e o manda procurar um homem em Bahaarata para encontrar ajuda para seu sofrimento. Ao acordar, Panátema decide seguir o conselho de Briggite e viaja em direção a Bahaarata.
Panátema acorda em um sonho onde encontra Briggite, a deusa Guia. Ela o lembra dos atos que o transformaram em uma entidade da calamidade e o manda procurar um homem em Bahaarata para encontrar ajuda para seu sofrimento. Ao acordar, Panátema decide seguir o conselho de Briggite e viaja em direção a Bahaarata.
Panátema acorda em um sonho onde encontra Briggite, a deusa Guia. Ela o lembra dos atos que o transformaram em uma entidade da calamidade e o manda procurar um homem em Bahaarata para encontrar ajuda para seu sofrimento. Ao acordar, Panátema decide seguir o conselho de Briggite e viaja em direção a Bahaarata.
Panátema acorda em um sonho onde encontra Briggite, a deusa Guia. Ela o lembra dos atos que o transformaram em uma entidade da calamidade e o manda procurar um homem em Bahaarata para encontrar ajuda para seu sofrimento. Ao acordar, Panátema decide seguir o conselho de Briggite e viaja em direção a Bahaarata.
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Contos de Bahaarata
Sumário A entidade da calamidade.....................................2
Conto 2................................................................10 A entidade da calamidade
Panátema olhou ao redor, um pouco confuso.
Onde eu estou? O toque da areia em seus pés era agradável. Não muito distante, pouco menos de 3 ou 4 passos largos, enxergava campos de colheita tão imensos e variados que se estendiam para além do horizonte. O homem se moveu, sentindo o peso de suas próprias pernas e o roncar de seu estômago perante a possibilidade de comida. Eu estou sonhando, não estou? – pensou respirando o ar fundo. Há décadas e décadas que eu não posso mais sentir a areia nos meus pés. Talvez já tenha completado um século. Panátema tateou o próprio corpo aproveitando a sensação de estar sem sua armadura. Só consigo pensar em uma explicação para isso. O homem olhou ao redor, buscando pelos olhos negros que havia visto no passado. - Briggite? – perguntou como que para o próprio deserto. Perante o silêncio da deusa, Panátema se despe dos finos trajes que lhe impedem a liberdade total de seu corpo e se deita aos pés de uma árvore que pareceu subitamente aparecer em suas costas. Certo da presença de Briggite o homem continua: - Alguma chance de você ter vindo me libertar? – Silêncio. – É... eu imaginei que não. Como você está? – Silêncio. Mesmo ansioso para finalmente conversar com alguém, decide fechar os olhos e aceitar não apenas o silêncio mas também a benção de um bom sonho. Obrigado... ele pensava com os olhos fechados, concentrado no cheiro de figos trazido pelo vento. - Olá, Panátema. Panátema abriu os olhos e se deparou com a criatura que esperava. Era Briggite, a deusa Guia. - Olá, Guia. Eu sempre me impressiono com a sua aparência. A pequena criatura na sua frente parecia ter cerca de 1,40m, pele acinzentada e olhos que pareciam variar entre completamente pretos ou completamente rubros. Nas suas costas um par de asas roxas com quatro pontas cresciam e permaneciam imóveis. - Briggite, a fada... A fada caminhou até seu lado e se sentou com a cabeça encostada na mesma árvore. - Como tem sido sua existência? – perguntou a guia, admirando a beleza de seu sonho. - Com todo o respeito, madame, você sabe a resposta pra essa pergunta. Eu continuo no deserto. Tento viver perto das fronteiras, onde menos caravanas passam. Continuo preso na minha própria armadura, trazendo tragédias para a vida daqueles que escutam a minha voz. Continuo incapaz de morrer, beber e comer, mas completamente capaz de sentir fome, fraqueza e sede. Continuo... amaldiçoado. - Hmm... - Eu queria...- o homem olha para sua mão, lembrando-se do passado. - O que você queria? - Eu queria uma chance de me redimir pelo que eu fiz. Eu queria que isso bastasse. Eu consigo entender a razão de vocês terem colocado essa maldição em mim, mas... - É nisso que você acredita então? Que nós somos os responsáveis pela sua maldição? A sequência de perguntas deixa Panátema confuso, incapaz de formular uma resposta. A guia então respira fundo, transpassando brevemente uma sensação de impaciência. - Você ainda não entendeu o que você é, mesmo sabendo o que você fez. - É um ato amargo fazer um amaldiçoado como eu pensar em suas culpas. - Não, Panátema. Eu faço isso por gentileza. Por favor, me lembre. O homem respira fundo. Eu não tenho escolha perante essa deusa. - Há... décadas? - Séculos... – Briggite se apieda pelo estado mental do homem. - Há séculos, então, vocês, os Governantes, proporam desenvolver uma nova cidade Ilyria na região próxima da floresta petrificada. Eu acho que vocês queriam tentar evitar a guerra óbvia. Aliás, a guerra ainda existe? - Sim, existe. - Ainda fria? - Cada vez menos. - Entendo... Na minha época existiam oásis pelo continente inteiro. Eu lembro de quando esse deserto era belo, extremamente belo... - Eu também... - Eu era príncipe de Casahá na época. Minha família ainda rege a cidade? – pergunta, curioso. - Não. - Ah... vocês os mataram? Após alguns segundos de silêncio a guia responde. - Sim. Uma lágrima escorre do olho esquerdo do homem. Nada a acompanha. Panátema permanece firme. - Entendi. Eu escolhi os melhores guerreiros e guerreiras, um bando pequeno, e marchamos para a região, onde montei um assentamento militar. Lá nós fizemos festas, tentamos derrubar árvores... nosso objetivo era provocar os Lyrios. Quando eles vieram era tarde demais. Nós invadimos a cidade de Kobold e usamos tudo que a gente tinha. - E no fim? - No fim... a água já não saía mais do solo. A benção divina da vida... foi o que nós retiramos dos Lyrios naquele dia. O homem permanece em silêncio por alguns minutos. - Eu não sei bem como nós morremos. Não entendo bem como tanto poder foi usado contra nós. Por isso eu acho que foram vocês. E que foram vocês que me amaldiçoaram também. - Nenhum de nós tocou em vocês. Não nessa noite. Nenhum de nós criou sua maldição, Panátema. Você é o que você é devido à essência de quem você foi. Do que você faz parte. O homem ri, incrédulo. - E o que eu sou? - Uma entidade da calamidade. Dentro da história você se tornou parte da sua própria existência. Isso é um feito seu, não nosso. - E você veio até aqui para deixar bem claro que a culpa é minha então? - Panátema. – a fada parecia estar se irritando com as palavras do outrora humano – Como eu me chamo? - Briggite. – Responde, preocupado em não irritar a divindade. - De novo. - Briggite, a Guia? - Você está afogado em desespero, Panátema. Há um homem que pode ajudá-lo. Mas para isso você precisa da coragem para viajar. - Viajar até... - Bahaarata. Acorde, - a palavra ecoou como se o próprio céu fosse capaz de gerar este efeito – e vá. Há séculos você existe sem objetivo. Vá.
[...]
Panátema acorda assustado. Seu corpo está como
sempre. A armadura velha e quente permanecia em seu corpo, causando-lhe extremo desconforto. Sua pele continuava etérea, visivelmente morta e perigosa. Sua voz, amaldiçoda. Cobre seu corpo com uma burca e segue na direção que nunca foi. Afasta-se da costa em direção à Cidade-Oásis Bahaarata. Conto 2