Apostila de HTP

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Técnica Projetiva de Desenho

H.T.P (House-Tree-Person)

Criação da técnica

 A técnica do HTP de John N. Buck, proposta em 1948, consiste na sistematização de


vários procedimentos envolvendo a expressão gráfica.
 Buck cria o HTP a partir das técnicas já apresentadas por Karl Koch (Desenho da
árvore) e Karen Machover (Desenho da Figura Humana), acrescentando o desenho da pessoa.
 Em 1991, Hammer acrescenta a fase cromática (uso de cores) ao HTP.
 O HTP consiste em uma técnica projetiva de desenho que possibilita obter
informações sobre a personalidade do indivíduo.
 Contexto de uso: diversas áreas da atividade clínica.
A escolha dos temas

 Casa, árvore e pessoa são temas familiares a todos e os preferidos pelas crianças
quando solicitados.
 Estimulam verbalizações mais francas e livres.
 Revelam representações da imagem que o indivíduo tem de si mesmo.
 O teste permite identificar áreas de conflitos e características do ambiente do
examinado.

Significado de cada desenho

Casa: estimula associações conscientes e inconscientes referentes ao lar e reflete as relações


interpessoais íntimas. Representa a capacidade do indivíduo para agir sob estresse e tensões
nos relacionamentos íntimos e analisar criticamente problemas domésticos.

Árvore: estimula associações subconscientes e inconscientes, representa os sentimentos mais


profundos relativos a si mesmo, recursos da personalidade para obter satisfação no e do
ambiente, ciclos das fases da vida (crescimento, reprodução e morte).
Pessoa: estimula conflitos mais conscientes, inclusive a imagem corporal. Representa a visão de
si mesmo, relação interpessoal e com o ambiente.

Condições de aplicação

 Adequado para indivíduos acima de 8 anos de idade.


 Aplicação individual, situação face a face.
 Ambiente deve ser silencioso, sem distrações, limpo, organizado, iluminado, etc.
 Tempo da aplicação: de 30 a 90 minutos (conforme número de desenhos solicitados
pelo examinador).
 Para o desenho da casa, apresenta-se uma folha em branco na posição horizontal e
para os desenhos da árvore e da pessoa, a folha deve ser apresentada na posição vertical.

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Material necessário para a aplicação

 Folhas brancas A4(quatro a oito),


 Lápis nº 2 preto,
 Borracha,
 Folhas de inquérito
 Cronômetro.
 Conjunto de oito gizes de cera (preto, marrom, violeta, azul, verde, amarelo,
laranja, vermelho),

Instruções

 Preencha os dados do sujeito na folha de protocolo.


 Entregue uma folha branca na posição horizontal .Segundo o manual, na folha deve
estar escrita a palavra CASA.
 Dar as seguintes instruções: “Eu quero que você desenhe uma casa. Você pode
desenhar o tipo de casa que quiser. Faça o melhor que puder. Você pode apagar o quanto
quiser e pode levar o tempo que precisar. Apenas faça o melhor possível”.
 Escrever em Observações Gerais na folha de protocolo de interpretação (pág. 1), o
Tempo de Latência (TL), a sequência dos detalhes desenhados, duração das pausas e em qual
detalhe ocorrem, expressões de emoção e o tempo total (TT).
 Fazer o mesmo com o desenho da árvore e da pessoa, lembrando que estas devem ser
entregues na posição vertical.
 Um desenho adicional do sexo oposto pode ser solicitado.
 Caso o examinado solicite uma régua, dizer que o desenho é para ser feito à mão
livre.
 O sujeito tem o tempo que precisar, mas deve ser anotado para o controle do
aplicador.
 Após o término dos desenhos acromáticos, realiza-se o INQUÉRITO, através de
algumas perguntas sugeridas no protocolo de interpretação, mas outras podem ser formuladas
para esclarecer melhor o conteúdo e contexto de cada desenho.

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 Após o inquérito, pede-se para o examinado desenhar um sol e linha de solo nos
desenhos que não possuem estes detalhes.

 HTP CROMÁTICO: Pedir para o sujeito nomear as cores do giz de cera, para
detectar possível daltonismo. Dar as instruções da mesma forma que no acromático, retirando
o item sobre o uso da borracha. Fazer o inquérito somente com as perguntas com asterisco (no
protocolo de interpretação).
 O uso da cor acentua o aparecimento de aspectos emocionais; o giz de cera impede o
controle mais refinado no desenho; a impossibilidade de apagar os erros deixa o sujeito mais
vulnerável; nível de frustração aumenta; expõe um nível mais profundo da personalidade;
revela de forma mais evidente os conflitos, as defesas e os recursos psicológicos.

Resumindo:
 1ª fase: fazer um desenho acromático da casa, árvore e pessoa, podendo ser incluído
também a pessoa do sexo oposto.
 2ª fase: inquérito posterior ao desenho;
 3ª fase: desenhos cromáticos;
 4ª fase: Inquérito posterior ao desenho, porém perguntas com asteriscos..

Posição das folhas:

Interpretação

 Atitude frente à tarefa: Aceitação? Indiferença? Hostilidade? Rejeição?

 Tempo: não há limite de tempo. Tempo médio: 2 a 30 minutos (acromático) e até 90


minutos (com a fase cromática).
Muito rápido: livrar-se da tarefa.

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Muito lento: relutância para desenhar ou significado emocional no símbolo envolvido, mania
ou obsessividade.
Pausas maiores que 5” indicam conflito na área desenhada.

 Capacidade crítica: alguns comentários autocríticos são comuns; em excesso é sinal


de patologia, principalmente se não tenta corrigir. Se o resultado melhora é favorável, se
piora a forma ou há excesso de meticulosidade é desfavorável.
As rasuras são sinais de incerteza, indecisão, autocrítica, ansiedade ou conflito.

 Comentários:
Escritos: colocar nomes no que faz, pessoa, árvore, rua, etc. Indica necessidade compulsiva de
estruturar a situação, por insegurança.
Falados: falar o que desenha: indica necessidade compulsiva de estruturar a situação:
insegurança, preocupação, busca de apoio no aplicador.

 Consistência: Investigar presença dos detalhes essenciais, qualidade geral na


seqüência dos desenhos, se há melhora nos desenhos ou piora, a medida que os desenhos são
realizados.

 Prognóstico: Positivo: árvore desenhada deve transmitir uma impressão mais


saudável do que a pessoa, os desenhos coloridos devem apresentar um nível de ajustamento
melhor do que os acromáticos e HTP melhor que o Rorschach.
O contrário disso indica um prognóstico negativo.

Analisar:

.1. Proporção: tamanho do desenho em relação à página e dos detalhes em relação ao desenho.
Refere-se aos valores atribuídos pelo indivíduo aos objetos, situações e pessoas.

Esperado: de 1/3 a 2/3: adequação em relação aos elementos da realidade envolvidos no


significado do desenho. Capacidade para julgar criticamente os problemas básicos
apresentados pelo meio e solucionar adequadamente problemas concretos.

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<1/3: pequeno: sentimento de inadequação, tendência a se afastar do ambiente ou rejeição ao
tema principal do desenho.
>2/3: grande: sentimento de frustração, hostilidade em relação a um ambiente restrito, tensão
e irritabilidade com sentimento de imobilidade.
Detalhes de tamanho maior: interesse e preocupação com o significado do detalhe.
Detalhes de tamanho menor: rejeição em relação ao que o item simboliza.

.2. Perspectiva: localização do desenho na página (horizontal e vertical). Representa a


capacidade do indivíduo para reagir com sucesso a aspectos mais complexos, abstratos e
exigentes da vida, medida de compreensão do indivíduo.
Esquerda: retraimento, regressão, comportamento impulsivo, busca de satisfação imediata e
direta das necessidades e impulsos.
Direita: comportamento estável, controlado, propensão a adiar a satisfação das necessidades e
impulsos, preocupação com o futuro.
Inferior: insegurança, sentimento de inadequação, depressão no humor. Tendência a visão
concreta e busca de satisfação mais na realidade do que na fantasia.
Superior: busca de satisfação na intelectualização ou na fantasia.
Central: rigidez para compensar ansiedade e insegurança. Comum em crianças pequenas.

.3. Rotação:
Mudança da posição da página: tendências agressivas ou negativistas.
Rotação: oposicionismo.

.4. Utilização das margens da folha: desenho cortado pelo papel.


Inferior: necessidade de apoio.
Lateral: sentimento de constrição.
Superior: medo ou fuga do ambiente.
Impedindo completamento do desenho: organicidade.

.5. Posição e relação com o observador:

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Mesmo nível, próximo e de frente: esperado.
Visão de minhoca (vista de baixo): retraimento, inferioridade.
Visão de pássaro (vista de cima): rejeição, grandiosidade compensatória.
Distante, longe: manter-se afastado ou inacessível, retraimento.
De lado ou de perfil: afastamento, oposicionismo, paranóia.
.6. Linha de solo:
Presente: necessidade de segurança.
Faz após solicitação: verificar se o sujeito a faz de maneira adequada.
No alto de uma colina: isolamento, exibicionismo e/ou dependência materna.
Inclinada para baixo e direita: futuro percebido como incerto ou perigoso.

.7. Transparência:
Comprometimento no teste de realidade, orientação pobre em relação aos aspectos da
realidade, falha na função crítica. Na pessoa, desenhar órgãos internos indica psicose. Comum
em crianças pequenas.

.8. Movimento:
Deve ser analisado em função da intensidade, sentimento provocado (prazer X desprazer) e se
é voluntário ou não.

CASA: Fumaça saindo da chaminé revela sentimento de pressões ambientais, explorar para
que direção a fumaça está indo.
Movimentos incoerentes (telhado voando, paredes caindo) indicam patologia envolvendo
colapso do ego.

ÁRVORE: Vento soprando revela pressões ambientais.


Folhas caindo sugere sensação de estar psicologicamente despido, perdendo a capacidade de
ocultar pensamentos, emoções e fortes sentimentos de culpa.
Maçãs caídas é comum em crianças e indica sentimento de rejeição.
Galhos caídos ou caindo revela sensação de perda da capacidade para lidar com pressões
ambientais.

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PESSOA: Andando pode indicar ajustamento satisfatório, vitalidade.
Pessoa correndo “às cegas” pode indicar estados de pânico (investigar). Pessoa correndo
numa maratona indica necessidade de realização.
Pessoa sendo empurrada pelo vento revela fortes pressões ambientais.
.9. Detalhes (Essenciais/Não essenciais/Irrelevantes):

Essenciais: necessários à estrutura do desenho. A ausência de um detalhe essencial pode ser


vista como séria, um potencial para patologia.
Uso mínimo: retraimento e/ou conflito na área representada ou simbolizada pelo detalhe.
Comum em pessoas com retardo mental, lesão cerebral ou pessoas deprimidas.
Uso excessivo ou perseverado: preocupação exagerada com o significado do detalhe.

CASA: no mínimo uma porta, uma janela, uma parede e um telhado. (Chaminé ou saída para
fumaça não é comum no Brasil).
ÁRVORE: tronco e pelo menos um galho.
PESSOA: cabeça, tronco, braços, pernas, traços faciais.

Sol: representa a figura de maior autoridade ou maior valência emocional dentro do ambiente
do indivíduo.

Não essenciais: complementos da estrutura.


Uso limitado: bom contato com a realidade e interação sensível, bem equilibrada com o
ambiente.
Uso excessivo: preocupação exagerada com o ambiente ou a área simbolizada pelo detalhe.
Comum em obsessivo-compulsivos.

Irrelevantes: complementos externos ao desenho.


Uso limitado: insegurança moderada, necessidade de estruturar a situação de maneira segura.
Uso excessivo: ansiedade “flutuante” existente ou potencial na área simbolizada pelo detalhe.
Forte necessidade de afastamento. Comum em estados maníacos.

Ênfase no detalhe: comentários ou expressões emocionais claras, sequências pouco comuns


em volta do detalhe, excesso de rasuras, lentidão ao desenhar o detalhe, combinações bizarras
ou lesões desenhadas (ex. cicatizes).

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DETALHES DA CASA:

Chaminé: desenhada com facilidade e sem distorções, indica maturidade e equilíbrio sensual
satisfatório.
Ênfase: preocupações sexuais. Omissão: falta de calor no lar. Fumaça excessiva: tensão
intensa no lar. Em ângulo reto: regressão.

Porta: representa a acessibilidade.


Ausência: inacessibilidade, isolamento. Grande: dependência. Pequena: reserva, inadequação,
indecisão. Com dobradiça/fechadura: atitude defensiva. Aberta: necessidade de calor.

Telhado: representa o ego do indivíduo.


Ênfase: introversão, fantasia. Linha simples: constrição. Beiral enfatizado: desconfiança.
Ênfase nas calhas: defesa, desconfiança. Grande (em relação à casa toda): satisfação na
fantasia.

Paredes: representam o ego do indivíduo.


Finas ou fracas: limites do ego fracos. Ênfase: esforço para manter o controle do ego.
Ausência: contato pobre com a realidade. Perspectiva dupla: regressão. Transparentes:
comum em crianças pequenas. Ênfase horizontal: pressões ambientais. Ênfase vertical:
contato pobre com a realidade, preocupações sexuais.

Janelas: representam a acessibilidade.


Ênfase: ambivalência social. Ausência: retraimento. Muitas: exibicionismo. Abertas: controle
do ego pobre. Sem vidraça: hostilidade. Ênfase nas cortinas: retraimento, evasão. Venezianas
fechadas: retraimento.

Outros detalhes: Nuvens, sombras: ansiedade.


Montanhas: defensividade.
Degraus e caminhos longos ou estreitos: retraimento.

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Arbustos excessivos: insegurança, formalidade nos contatos.
Planta dos andares desenhada: conflito severo, paranóia, organicidade. Chuva: fortes pressões
ambientais.

DETALHES DA ÁRVORE:

Galhos: representam os recursos de obtenção de satisfação no meio e do meio.


Excessivos: compensação, mania. Muito altos: esquizoidia. Quebrados/mortos: possibilidade
de suicídio, impotência. Cobertos de algodão: culpa. Como espelho das raízes: psicose.
Reforçados: sentimento de inadequação na busca de satisfação.

Tronco: representa o sentimento básico de poder do indivíduo.


Base larga: dependência. Base estreita: perda de controle. Longo: regressão, inadequação.
Cicatrizes: trauma. Unidimensional: organicidade. Animais: regressão (comum em crianças
pequenas). Ênfase vertical: contato com a realidade pobre, preocupações sexuais. Buraco de
fechadura: oposição, hostilidade. Ênfase na casca da árvore: ansiedade, depressão,
meticulosidade, obsessividade compulsiva.

Raízes: representam a fonte de satisfação elementar e estabilidade das forças da


personalidade.
Omitidas: insegurança. Garras: paranóia. Finas/ chão transparente/ mortas: contato pobre com
a realidade.

Folhas: representam o contato mais imediato e direto com o ambiente. Soltas: falha nos
mecanismos de superar dificuldades. Grandes: compensação. Arbustos excessivos:
insegurança.

Copa: Em forma de nuvens: fantasia. Rabiscada: labilidade. Achatada: pressão do ambiente,


negação.

Frutas: dependência, rejeição se estiverem caindo.

Tipo: Frutífera ou de natal: dependência, imaturidade. Morta: distúrbios severos. Árvore com
muda: regressão. Trepadeiras: perda de controle.

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Pássaros ou animais desenhados na árvore: podem representar uma pessoa com forte
valência para o indivíduo (investigar no inquérito posterior ao desenho).

DETALHES DA PESSOA:

Cabeça: representa a área da inteligência, controle e fantasia.


Grande: regressão, grandiosidade (comum em crianças pequenas). Pequena: inadequação.
Irregular ou não ligada: organicidade, psicose. Apenas de costas: paranóia. Desenhada por
último: psicopatologia severa.

Cabelo: Enfatizado ou omitido: preocupações sexuais.

Traços faciais: Omitidos ou leves: retraimento. Ênfase: dominação social compensatória.


Perfil: paranóia. De animal ou bizarros: psicose. Sombreamento ou outra cor que não a cor da
pele: psicopatologia severa.

Olhos: receptores de estímulo visual; são reveladores da constelação facial. Ênfase:


paranóia. Pequenos/fechados/omitidos: introversão, voyeurismo. Pupilas omitidas: contato
pobre com a realidade (comum em crianças pequenas).

Boca: receptora das sensações mais precoces de prazer.


Ênfase: dependência. Omitida: agressão oral, depressão. Dentes: agressão.

Orelhas: Ênfase excessiva: paranóia, alucinações auditivas. Omissão: alucinações auditivas


ou indivíduos com retardo, mas bem ajustado.

Nariz: Ênfase: preocupações sexuais.

Tronco: sede das necessidades e impulsos físicos básicos.


Ausente: negação de impulsos corporais. Aberto/corpo aberto/fragmentado ou omitido:
psicopatologia severa, organicidade. Seios: imaturidade. Linha mediana vertical:
inferioridade, dependência. Ombros quadrados ou enfatizados: hostilidade.

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Linha da cintura: coordenadora dos impulsos de poder (parte superior do tronco) e impulsos
sexuais (parte inferior do tronco).
Enfatizada: conflito sexual. Linha da cintura apertada: explosividade. Cinto muito sombreado:
conflito entre a expressão e o controle dos impulsos sexuais.
Braços: representam instrumentos de controle ou para fazer mudanças no ambiente.
Ênfase: grande necessidade de realização, agressão, punição se não for desenhada a própria
pessoa. Muito finos: dependência, organicidade. Omitidos/muito pequenos/ocultos: culpa,
inadequação. Em forma de asa: esquizoidia.

Pernas: representa a visão de autonomia no ambiente. Omitidas/diminuídas/cortadas:


desamparo, perda da autonomia. Posição juntas: rigidez, tensão. Posição afastadas: agressão.
Posição instável: insegurança, dependência.

Pés: instrumentos refinados para modificar e controlar a remoção.


Omitidos ou cortados: desamparo, perda da autonomia, preocupações sexuais. Dedos dos pés
em figura vestida: agressão.

Mãos/dedos: instrumentos refinados de ações defensivas e ofensivas no ambiente. Luvas:


agressividade reprimida. Pontiagudos: “acting out”. Pétalas: imaturidade.

Pescoço: Coordenação entre a cabeça (área do controle) e corpo (área dos impulsos).
Ênfase: necessidade de controle. Muito fino: psicose. Omitido: impulsividade.

Roupas: Muita ou pouca: narcisismo, desajustamento sexual. Ênfase em botões: imaturidade,


regressão. Ênfase no cinto: preocupação e interesse sexual excessivo. Ênfase na gravata:
preocupação fálica e sentimentos de impotência.

Genitais desenhados: patologia, exceto em crianças muito novas.

Bengalas, espadas, armas: agressão, preocupação sexual.

Gênero: Oposto desenhado primeiro: conflito com a identificação de gênero.

Figura palito: deficiência mental ou lesões orgânicas.

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.10. Sombreamento:
Saudável: produzido de forma rápida, leve e com poucos rabiscos. Indicam abstração e
sensibilidade ao ambiente.
Patológico: produzido lentamente com atenção e força excessivos ou sem respeitar os
contornos, indicando ansiedade e conflito.

.11. Seqüência dos detalhes do desenho: desvios na seqüência dos detalhes indicam
potencial para a patologia.
Casa: telhado, paredes, porta, janela. Ou linha de solo, paredes, telhado.
Árvore: tronco, galho, folhas. Ou parte superior, galhos, tronco.
Pessoa: cabeça e face, pescoço, tronco, braços, pernas e pés.
.12. Qualidade da linha:
Forte: tensão, ansiedade, energia, organicidade.
Leve: medo, insegurança, indecisão, força do ego fraca, relutância com o detalhe.
Fragmentação: organicidade.
Interrompidos: indecisão, falha do funcionamento do ego.
Retos contínuos: rigidez interna.

.13. Uso das cores:


Verificar uso adequado das cores nos três desenhos.

Casa: a casa pode ser produzida em qualquer cor sem violar a realidade do ponto de vista
cromático.

Árvore: troncos tendem a serem desenhados em marrom ou preto, galhos marrom ou preto,
folhagem em verde, amarelo, vermelho, marrom e preto, frutas em vermelho, amarelo e verde,
flores em vermelho, laranja, azul e violeta.

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Pessoa: cores típicas utilizadas são o marrom e o preto para o contorno; cabelos em preto,
marrom, amarelo ou vermelho, olhos na cor azul, marrom e preto, lábios vermelho e preto,
ternos pretos e marrons, sapatos nas cores preto, marrom, verde, vermelho e azul.

.14. Considerar dados relevantes do inquérito:


Objetiva esclarecer aspectos dos desenhos, proporcionando ao indivíduo a oportunidade de
projetar sentimentos, necessidades, objetivos e atitudes através da verbalização acerca dos
desenhos produzidos.

.15. Síntese dos dados obtidos:


Junção das interpretações realizadas, considerando os dados do inquérito posterior ao
desenho, contextualizando com a temática dos desenhos.

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Referência:

Buck, John N. HTP: casa-árvore-pessoa, técnica projetiva de desenho: manual e guia de


interpretação. Tradução: Renato Cury Tardivo. Revisado por Irai Cristina Boccato Alves. 1.
Ed. São Paulo: Vetor, 2003.

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ANEXOS

CASO L.A. (PRONTO)

FOLHA DE INTERPRETAÇÃO EM BRANCO

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HTP – EXEMPLO CASO L.A.

Nome: L.A
Idade atual: 26 anos
Escolaridade: Superior Completo
Estado civil: Solteira
Profissão: Analista de Sistemas

ATITUDE Aceitação

TEMPO Muito rápido: Livrar-se da tarefa. Pouca implicação,


descuido.

CRÌTICA Apagou a parede, apagou a boca e pé. Não exige uma


produção refinada, cuidadosa.

COMENTÁRIOS

CONSISTÊNCIA OK

PROGNÓSTICO Positivo: desenho da árvore mais saudável do


que o da pessoa.

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INTERPRETAÇÃO DA CASA
Menor do que 2/3 – Inadequação, tendência a se afastar do
PROPORÇÃO ambiente ou rejeição ao tema.

PERSPECTIVA Direita inferior. Preocupação com o ambiente, antecipação


do futuro, estabilidade e controle, capacidade de adiar a
gratificação. Insegurança, inadequação, depressão no
humor, tendem a ser concretos e buscar satisfação na
realidade.

ROTAÇÃO Não

MARGENS Não

POSIÇÃO Distante: manter-se afastado ou inacessível, retraimento.

LINHA DE SOLO

TRANSPARÊNCIA Não

MOVIMENTO Fumaça saindo, tensão em função ao futuro, pode ser


também calor interno.

DETALHES Contém os detalhes essenciais para a estrutura do desenho.


Fumaça para direita: medo do futuro.
Portas e janelas fechadas: dificuldades de lidar com
contatos interpessoais.
Chaminé desproporcional ao tamanho da casa.

SOMBREAMENTO Não

SEQUÊNCIA OK

QUALIDADE DA LINHA Há debilidade egoica das linhas. Predomínio de traços retos,


tendência racional.

COR Não
Janelas e portas fechadas. Apego à infância. Precisa
DADOS DO INQUÉRITO construir uma casa aconchegante.
SÍNTESE: Na relação familiar e nas situações domésticas, ela apresentou rejeição, distancia-
mento, insegurança, inadequação e depressão no humor. Tende a ser introspectiva. Revela se

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preocupar com o ambiente e como futuro demonstrando boa capacidade para adiar a gratifica-
ção. Em sua relação com o ambiente demonstra dificuldades com contatos interpessoais,
principalmente com o irmão e o pai com quem mantém relações conflitivas. Busca aconchego e
proteção ao lado da mãe e da irmã.

INTERPRETAÇÃO DA ÁRVORE
2/3 - Recursos para a obtenção da satisfação.
PROPORÇÃO

PERSPECTIVA Central - Rigidez

ROTAÇÃO Não

MARGENS Não

POSIÇÃO Mesmo nível - esperado.

LINHA DE SOLO Ausência inicial - Dificuldade de adaptação à realidade.

TRANSPARÊNCIA Não

MOVIMENTO Vento ( no inquérito): Pressões ambientais.

DETALHES Cicatrizes - Traumas

Base estreita - perda de controle

SOMBREAMENTO Não

SEQUÊNCIA OK

QUALIDADE DA LINHA Predomínio de traços contínuos. Há flexibilidade entre


traços fortes e leves..

COR Não

DADOS DO INQUÉRITO Ser podada - Necessidade de limites/ e ou cuidados.


Árvore forte, solitária que necessita de cuidados.
Tem a mãe como referência.

SÍNTESE: Em relação às características mais profundas de sua personalidade revela ter


recursos para a obtenção de satisfação. Apresenta sofrimento em relação a sentimentos de
pressão de forças ambientais, pessoais e situacionais.
Revela alguns traumas, além de demonstrar necessidade de limites e cuidados. Tem a mãe e a

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irmã como referências.

INTERPRETAÇÃO DA PESSOA
Menor do que 2/3 – Inadequação, tendência a se afastar do
PROPORÇÃO ambiente ou rejeição ao tema.

PERSPECTIVA Central com tendência a inferior – Insegurança,


inadequação, depressão no humor.

ROTAÇÃO Não

MARGENS Não

POSIÇÃO Mesmo nível.

LINHA DE SOLO Ausência inicial da linha de solo – Dificuldade de adaptação


à realidade.

TRANSPARÊNCIA Não

MOVIMENTO No inquérito afirma que a criança está indo brincar,


comprar sorvete.

DETALHES Olhos fechados – Hostilidade encoberta


Ênfase na boca – Defesas regressivas, oralidade.
Sorriso aberto – Simpatia forçada, afeto inadequado.
Figura palito – Tendências evasivas, insegurança,
negativismo e/ou hostilidade. Dificuldade social.
Língua para fora – imaturidade, infantilidade.

SOMBREAMENTO Não

SEQUÊNCIA OK

QUALIDADE DA LINHA Traços interrompidos – Indecisão, falha n funcionamento do


ego.

COR Não
É uma criança de anos, feliz que não tem problema. A
DADOS DO INQUÉRITO criança precisa de engordar ( precisa de algo), necessita de
cuidados.

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SÍNTESE: No que se refere à imagem corporal apresenta tendência a se afastar do tema,
insegurança, inadequação e depressão no humor. Revela dificuldade de adaptação à realidade,
defesas regressivas e evasivas, negativismo e imaturidade.
Apresenta indecisão e necessidade de cuidados.

Síntese geral

No HTP, L.A demonstrou aceitação diante da tarefa embora tenha apresentado pouca
implicação e descuido na realização da mesma. Ela não exige uma produção refinada,
cuidadosa.
Na relação familiar e nas situações domésticas, ela apresentou rejeição, distanciamento,
insegurança, inadequação e depressão no humor. Tende a ser introspectiva. Revela se preocupar
com o ambiente e como futuro demonstrando boa capacidade para adiar a gratificação. Em sua
relação com o ambiente demonstra dificuldades com contatos interpessoais, principalmente
com o irmão e o pai com quem mantém relações conflitivas. Busca aconchego e proteção ao
lado da mãe e da irmã.
Em relação às características mais profundas de sua personalidade revela ter recursos para
a obtenção de satisfação. Apresenta sofrimento em relação a sentimentos de pressão de forças
ambientais, pessoais e situacionais.
Revela alguns traumas, além de demonstrar necessidade de limites e cuidados. Tem a mãe e a
irmã como referências.
No que se refere à imagem corporal e social apresenta tendência a se afastar do tema,
insegurança, inadequação e depressão no humor. Revela dificuldade de adaptação à realidade,
defesas regressivas e evasivas, negativismo e imaturidade. Apresenta indecisão e necessidade
de cuidados.

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HTP
Nome:
Idade atual:
Escolaridade:
Estado civil:
Profissão:

ATITUDE

TEMPO

CRÌTICA

COMENTÁRIOS

CONSISTÊNCIA

PROGNÓSTICO

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INTERPRETAÇÃO DA CASA

PROPORÇÃO

PERSPECTIVA

ROTAÇÃO

MARGENS

POSIÇÃO

LINHA DE SOLO

TRANSPARÊNCIA

MOVIMENTO

DETALHES

SOMBREAMENTO

SEQUÊNCIA

QUALIDADE DA LINHA

COR

DADOS DO INQUÉRITO

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SÍNTESE:

INTERPRETAÇÃO DA ÁRVORE

PROPORÇÃO

PERSPECTIVA

ROTAÇÃO

MARGENS

POSIÇÃO

LINHA DE SOLO

TRANSPARÊNCIA

MOVIMENTO

DETALHES

SOMBREAMENTO

SEQUÊNCIA

QUALIDADE DA LINHA

COR

DADOS DO INQUÉRITO

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SÍNTESE:

INTERPRETAÇÃO DA PESSOA

PROPORÇÃO

PERSPECTIVA

ROTAÇÃO

MARGENS

POSIÇÃO

LINHA DE SOLO

TRANSPARÊNCIA

MOVIMENTO

DETALHES

SOMBREAMENTO

SEQUÊNCIA

QUALIDADE DA LINHA

COR

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DADOS DO INQUÉRITO
SÍNTESE:

SINTESE GERAL

Apostila elaborada por Eni Ribeiro da Silva e Marcela Mariano Pá gina 34


Apostila elaborada por Eni Ribeiro da Silva e Marcela Mariano Pá gina 35

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