Contratacao Publica de Cooperativa de Catadores

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CONTRATAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL

DE UMA COOPERATIVA DE CATADORES

O Caso da COOPER REGIÃO - Cooperativa de Catadores de


Materiais Recicláveis da Região Metropolitana de Londrina - PR

Série CATA AÇÃO - Volume 1

Salvador
INSPIRARIDEIAS
2012
FUNDACIÓN AVINA, 2012

EQUIPE TÉCNICA APRESENTAÇÃO
COOPER REGIÃO O Programa CATA AÇÃO é um modelo de intervenção socioeconômica local,
Helisa Padilha Anselmo - Socióloga realizado a partir de ações de integração social e organização produtiva. As ações
Vanessa Alves de Souza - Assessoria e Consultoria
Verônica Cardoso Costa - Diretora Financeira visam contribuir para a sustentabilidade econômica e a cidadania plena de cata-
Zaqueo Vieira - Diretor Presidente dores e suas famílias através de uma melhor integração na cadeia produtiva, no
Marilys Garani - Assistente Social da Prefeitura
Municipal de Londrina desenvolvimento de opções de geração de trabalho e renda no contexto da
economia solidária e do fortalecimento dos laços comunitários e de solidariedade.
Fundación AVINA
Anna Romanelli - Gestora Nacional do Tema de Reciclagem O Programa é fruto da parceria entre o Movimento Nacional dos Catadores de Ma-
Fernanda Ferreira - Coordenadora Geral do Programa CATA AÇÃO teriais Recicláveis (MNCR), o Banco Interamericano de Desenvolvimento, através do
Oscar Fergutz - Gestor Regional do tema de Reciclagem
Tatiane Negrão - Coordenadora Administrativo-Financeiro Fundo Multilateral de Investimentos (BID/FUMIN) e do Departamento de Água e Sanea-
do Programa CATA AÇÃO mento, o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), a Fundación
Programa CATA AÇÃO - Comitê Gestor AVINA, a Coca-Cola Brasil e a Organização Intereclesiástica de Cooperação para o
Ismael Gilio - BID/Fomin Desenvolvimento (ICCO).
Victor Bicca e Flávia Neves - Coca-Cola Brasil
Waldemar de Oliveira Neto - Fundación Avina É interesse dos parceiros, executores e financiadores do Programa CATA AÇÃO
Severino Lima Júnior - MNCR que iniciativas sociais bem sucedidas sejam sistematizadas e difundidas como
INSPIRAR ideias e ideais tecnologia social para serem amplamente replicadas e revalidadas pelas
(projeto editorial e gráfico) cooperativas e organizações de apoio.
Nena Oliveira - Coordenação Geral
Diogo Lula | Nena Oliveira - Projeto Gráfico Essa publicação é o primeiro volume da Série CATA AÇÃO que visa contribuir com
Nathiara Damásio - Finalização
a disseminação de metodologia e boas práticas no tema da reciclagem.
Eneida Santana - Revisão
Tereza Soares - Produção

Fotografias: arquivo COOPER REGIÃO

C764 Contratação pública municipal de uma cooperativa de catadores: o caso da Cooper Região
– cooperativa de catadores de materiais recicláveis da região metropolitana de Londrina - PR.
/ Fundación Avina [et al.]. – Salvador: Inspirar Ideias, 2012.
72p. il. graf. tab. ( Série CATA AÇÃO; v.1)

ISBN: 978-85-66436-00-6

1. Coleta seletiva. 2. Cooperativa de reciclagem – Londrina (PR). 3. Catadores de materiais


recicláveis. 4. Desenvolvimento sustentável. 5. Inclusão social. 6. Programa CATA AÇÃO.
I. Fundación Avina. II. Título III. Série

CDD 363.728

Catalogação na Fonte | Bibliotecária: Valdinea Veloso Conceição CRB 5/1092


DE COOPERSIL A COOPER REGIÃO sum á rio

A COOPERSIL - Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis e Resíduos Sólidos da


CAPÍTULO I - UM POUCO DA HISTÓRIA EM LONDRINA 7
Região Metropolitana de Londrina foi fundada em 12 de setembro de 2009, em Assembleia,
com a presença de 20 catadores de materiais recicláveis do Município. Essa assembleia tinha 1. Breve Histórico do Município 9
por objetivo a fundação de uma cooperativa que traria novos horizontes à classe de catadores
2. História da Coleta Seletiva 11
e, consequentemente, a escolha do nome que carregaria a história dessas pessoas pela cida-
de de Londrina, pelo Estado do Paraná e pelo Brasil.
3. Histórico das ONGs de Reciclagem 12

Um desses 20 catadores, o Sr. Zaqueo Vieira, foi quem, durante a assembleia, sugeriu o
4. História da COOPER REGIÃO 18
nome COOPERSIL e todos os presentes concordaram com a ideia de que esse seria o nome
que, simbolicamente, traria novas realizações às suas vidas. E a COOPERSIL, a partir desse
CAPÍTULO II - SISTEMATIZAÇÃO OPERACIONAL DA COOPER REGIÃO 25
dia, trilhou o caminho para o reconhecimento da importância de seu trabalho.
1. Institucional 27
No entanto, em fevereiro de 2012 a cooperativa recebeu uma notificação extrajudicial que
solicitava a suspensão do nome em uso. A notificação foi enviada por uma cooperativa agríco- 2. Operacional/Produção 29
la do Estado de Goiás que também havia se constituído em 2009 e, por coincidência, também
3. Administrativo 31
havia escolhido o nome COOPERSIL. Como essa cooperativa agrícola já havia realizado o
registro da marca COOPERSIL, a Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Lon-
4. Financeiro 32
drina passou, a partir do dia 15 de maio de 2012, a utilizar o nome COOPER REGIÃO, mais uma
vez escolhido por seus cooperados em assembleia geral. 5. Características Mercadológicas 40

Esse novo nome, COOPER REGIÃO, será agora o responsável por representar a Coope- 6. Principais Dificuldades 41
rativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Londrina e as conquistas do trabalho de seus
7. Utilidade Pública 44
catadores cooperados. E é o nome que estará representando toda a história da Cooperativa,
mesmo enquanto ainda era reconhecida como COOPERSIL, nesta publicação.
8. Parceria Público Privada 45

9. Metas 48

10. O Impacto do Programa no Entreposto Centro A 49

CAPÍTULO III - LIÇÕES APRENDIDAS 55

TABELAS 63
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

1
BREVE HISTÓRICO DO MUNICÍPIO

Por meio do Decreto Estadual nº 2519, de 03 de dezembro


de 1934, o interventor do Estado - Manoel Ribas - determi-
nou a criação do município de Londrina. A exuberância das
florestas encontradas na região Norte do Paraná e a qualidade do solo durante
o período de colonização foram amplamente utilizadas para atrair colonizado-
res de todas as partes do Brasil e do exterior.

O rápido desmatamento da região e a introdução de plantações de café


causaram enormes impactos na fauna e flora, e afetaram quase toda a floresta
dando a Londrina o título de capital mundial do café.

Colonizada por ingleses, a figura daquela época é a do desbravador com


o machado em uma mão e um grande tronco de árvore apontado pela outra.
As imensas extensões desmatadas, a terra roxa, água em abundância fizeram
com que Londrina emergisse nos anos 50 no cenário nacional como importante
cidade do interior brasileiro.

Avanço do
Desmatamento
no Estado do
Paraná.
Fonte: SEMA,
2009.

8 9
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

2
Neste período, apresentou rápida expansão rural e diversos investimentos
repercutiram na área urbana em razão da produção cafeeira no norte do Para- HISTÓRIA DA COLETA SELETIVA
ná, ficando conhecida como a Capital do Café. Após a geada da década de 70
se reinventou para ser a cidade que mais cresceu verticalmente durante a crise
A coleta seletiva existe desde 1996, em Londrina, e até
dos anos 80.
o início de 2001 era realizada através do sistema porta
a porta por caminhões da Prefeitura. Ampliada gradati-
Crescimento
500000
vamente, atendeu 30.000 domicílios no ano de 2000, o equivalente a 20,05% de
Populacional de
450000 um total de 149.593 domicílios, segundo o Censo Demográfico 2000 do IBGE.
Londrina.
350000
Fonte: SEMA,
300000 Nessa época, o material coletado era enviado para uma central de triagem
2009.
250000 operada por trabalhadores que recebiam um valor fixo pelo trabalho realizado;
200000
eram as chamadas “frentes de trabalho”. O local definido para este primeiro
150000
100000 barracão foi um galpão existente no aterro de lixo da cidade. Lá, os materiais
50000 eram triados, selecionados e estocados para venda (LIMA, 2007). Posterior-
0
mente, um barracão foi construído na Chácara São Miguel e equipado com
1940 1950 1960 1970 1980 1991 1996 2000
prensas, balança eletrônica e um escritório com telefone, mesas, máquinas de
Pop. Urbana Pop. Rural Pop. Total escrever e calcular, banheiros e refeitório.

Além da coleta porta a porta, havia 35 (trinta e cinco) Postos de Entrega


A partir da década de 90, apresentou grande diversidade em seu cresci-
Voluntária - PEV´s -, adquiridos pelo município e instalados em pontos estraté-
mento congregando expressivo Parque Tecnológico, instituições de ensino su-
gicos da cidade.
perior, de saúde e consolidando-se como Polo Regional de bens e serviços.
Nesta época, os trabalhadores não dependiam da venda de materiais para
O município, no entanto, não estava isento dos problemas socioeconômi-
receberem seus salários, pois estes vinham dos cofres públicos. No entanto,
cos afetos ao desemprego e à exclusão social que atingiram todo o país. Na dé-
este sistema não possibilitava que os trabalhadores almejassem por uma renda
cada de 80, uma das estratégias de sobrevivência de uma parcela significativa
melhor, pois recebiam um valor fixo pela produção. Esse modelo, que durante
de trabalhadores que estavam à margem do mercado era a garimpagem de re-
algum tempo cumpriu com o objetivo de oportunizar trabalho e renda para uma
síduos no lixão da cidade, e a coleta de papelão e alumínio nas ruas de Londrina.
parcela excluída da população, já não supria as novas necessidades e, por isso,
precisava ser avaliado e revisado.

10 11
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

3
[1] Em março de 2001, o Ministério Público obrigou a Prefeitura a retirar 60

HISTÓRICO DAS ONGs DE RECICLAGEM catadores do lixão e nesse momento houve a assinatura do Termo de Ajuste de
Conduta (TAC) para a inserção desses catadores no programa de coleta sele-
tiva (LIMA, 2007). Após a assinatura do TAC, foi implantado o Programa “Reci-
Apesar da coleta seletiva em Londrina existir desde 1996,
clando Vidas” que colocou Londrina em destaque, por incluir os catadores do
a inclusão dos catadores só aconteceu em 2001 quando
lixão e os que coletavam nas ruas em um processo organizado por associações
eles foram estimulados a se organizarem em ONGs - Orga-
de catadores através das ONGs. Esse processo não teve êxito por demandar
nizações Não Governamentais, fato que preconizou o processo de descentrali-
das ONGs conhecimento dos procedimentos administrativos e de gestão, no
zação e formalização institucional da atividade de coleta seletiva no município.
entanto, estas continuaram responsáveis pela coleta porta a porta domiciliar,
Diante do novo cenário, a Prefeitura realizou um treinamento para a formação pela triagem e pela recolocação de materiais recicláveis no mercado.
das ONGs e organizou o trabalho através do sistema porta a porta com a proposta
Após três meses, o programa Reciclando Vidas atendia 25% da co-
de entrega do saco verde, que deveria ser distribuído aos domicílios participantes
leta seletiva de Londrina, com recolhimento de 09 toneladas de resíduos
da coleta. Todo o processo de criação das ONGs foi apoiado e orientado pela co-
sólidos ao dia.
ordenação de um antigo projeto da Prefeitura de Londrina chamado 1000 ONGs
- que oferecia suporte e orientação técnica para a criação de ONGs.
Com a ampliação da coleta seletiva, os catadores autônomos (carrinheiros)
sentiram uma diminuição no volume de material coletado e, consequentemen-
Na mesma época, existiam a CEPEVE (Central de Prensagem e Vendas) e a
te, houve uma queda na renda provinda da venda desses materiais.
COMAREL (Conselho das Organizações dos Profissionais da Reciclagem dos
Resíduos Sólidos de Londrina), que tinham como finalidade apoiar e fortalecer
essas ONGs tanto na parte organizacional como na questão da comercializa- Coleta Seletiva
(alumínio)
ção do material reciclável. Essas organizações promoviam cursos, seminários e
congressos para as ONGs e os catadores.

1  Bibliografias utilizadas para este capítulo:


- Jornal Folha de Londrina, dos anos 2001 a 2008.
- Reuniões do Conselho Municipal do Meio Ambiente dos anos de 2004 a 2005. Disponível em: http://home.
londrina.pr.gov.br/homenovo.php?opcao=consemma&item=calendarioreunioes.
- LIMA, Rosimeire Suzuki. Resíduos Sólidos Domiciliares: Um programa de coleta seletiva com inclusão social.
Disponível em: http://www.cidades.gov.br/secretarias-nacionais/saneamento-ambiental/biblioteca/RESIDU-
OS%20SOLIDOS%20EM%20LONDRINA%20compl.pdf, 2007.
- SOUZA, José Carlos de. Resíduos Sólidos Urbanos Domiciliares na Cidade de Londrina-PR. Trabalho de
Conclusão de Curso Apresentado ao Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Londrina,
2008.

12 13
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

Diante disso, os carrinheiros cobraram do Poder Público Municipal uma a extinção da frente de trabalho, a falta de materiais para os catadores autôno-
solução para os problemas que enfrentavam e, então, a CMTU - Companhia mos e a retirada dos catadores do lixão. Apesar disso, ainda não havia melho-
Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina, propôs a organização desses rado as condições de vida e trabalho desses catadores.
catadores em ONGs de reciclagem que receberiam os materiais coletados atra-
No ano de 2004, existiam cerca de 500 pessoas desenvolvendo atividades
vés dos caminhões do município.
nas 26 ONGs de reciclagem. A Prefeitura não administrava e não cobrava dos
Conforme Gina Rizpah Besen[2] , a implantação do Programa “Reciclando catadores qualquer tipo de regularidade quanto ao vínculo trabalhista (catador
Vidas” possibilitou a parceria entre 26 (vinte e seis) Organizações Não Governa- - ONG) e pagava R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais) para as ONGs desen-
mentais e a Prefeitura, envolvendo diretamente 474 catadores. volverem o trabalho. Com esse recurso foi possível a regularização e o cadastro
no CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, o pagamento do transporte
No segundo trimestre de 2001, os catadores foram encaminhados para uma
dos materiais e a aquisição dos sacos verdes que eram entregues nos domicí-
única unidade de triagem de propriedade da Prefeitura, a fim de capacitá-los
lios e estabelecimentos participantes da coleta. Mas, apesar disso, esse apoio
para que reconhecessem os diferentes tipos de materiais recicláveis encon-
não possibilitava a conquista da autonomia destas ONGs nem um aumento
trados nos resíduos domiciliares e a sua posição no mercado. Esse período
significativo na renda destes catadores.
foi importante para a capacitação dos catadores e a formação das primeiras
ONGs (LIMA, 2007). Então, em 04 de dezembro de 2006, o CONSEMMA - Conselho Municipal
do Meio Ambiente de Londrina aprovou a Resolução nº 11, que regulamenta-
No início das atividades, algumas ONGs trabalhavam em barracões aluga-
va a correta destinação dos resíduos e estabelecia a separação dos materiais
dos pela Prefeitura, outras possuíam sede própria. No entanto, uma pequena
recicláveis dos demais resíduos, obrigando todos os geradores, inclusive os
quantidade ainda ficou alojada nos fundos de vales ou em suas residências, de
residenciais, comerciais e industriais do Município de Londrina, a separar os
onde não queriam ser removidos.
materiais recicláveis dos demais resíduos.

Dessa forma, o problema da estrutura necessária para a seleção e o acon-


Além disso, a resolução colocou como meta para o Poder Público Munici-
dicionamento do material estava sendo resolvido gradativamente através da
pal, às permissionárias, concessionárias ou autorizadas do serviço de coleta
criação das ONGs de catadores de materiais recicláveis. No entanto, o maior
e destinação de resíduos, a erradicação da condução e depósito dos mate-
problema enfrentado por estas ainda permanecia: a distribuição do material e o
riais recicláveis no aterro do município. Esta resolução entrou em vigor em 01
espaço físico para trabalhar.
de janeiro de 2007 e gerou um aumento na quantidade do material segrega-
do, gerando um problema, já que as ONGs responsáveis pela coleta seletiva
A criação das ONGs proporcionou ao poder público a chance de amenizar
não tinham infraestrutura suficiente para absorver uma quantidade tão grande
pelo menos três problemas sociais que o município de Londrina enfrentava:
de material.

2  BESEN, Gina R. Programa de Coleta Seletiva de Londrina – “Reciclando Vidas”. (2004)

14 15
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

No final de 2006, já havia 29 ONGs desenvolvendo ações na área de reci- Somados a estes fatores, muitos catadores realizavam a coleta porta a por-
clagem, e a CMTU estava incentivando a adesão de cerca de 400 autônomos à ta em carrinhos manuais e/ou kombis, em situação irregular ou perigosa. Ou
Central de Prensagem e Vendas (CEPEVE), pois faltavam barracões e pessoal seja, o sistema, considerado de baixo custo pelo poder público, transferia suas
para suprir o aumento da demanda de material reciclável. mazelas para os catadores.

Quanto à coleta seletiva e à inclusão social dos catadores, o Poder Público Esta situação precária mobilizou diversos segmentos do município, que co-
Municipal mostrava satisfação com o desenvolvimento do Programa Reciclan- bravam das autoridades condições mais dignas e humanas para esses traba-
do Vidas, implantado desde 2001. lhadores que cotidianamente estavam realizando um serviço em benefício tanto
da comunidade como do meio ambiente.
Apesar de participarem de um modelo inclusivo, as ONGs ainda enfrenta-
vam problemas devido às precárias condições de trabalho: falta de segurança, O Poder Público Municipal de Londrina, até o ano de 2008, não havia firma-
falta de equipamentos de proteção individual, formas inadequadas de arma- do contrato, convênio ou termo de parceria com cada ONG que fazia a coleta
zenagem dos materiais coletados - por isso os materiais ficavam expostos ao nem com a CEPEVE que agregava cerca de 20 ONGs.
tempo, provocando um risco para a saúde pública e para o meio ambiente - e
Com a crise financeira mundial em 2008, esta realidade tornou-se insusten-
falta de espaço físico, pois a maioria das ONGs funcionava em locais inadequa-
tável. A queda do preço do material reciclável levou os catadores a reivindica-
dos, como residências, áreas de preservação ambiental ou barracões sem uma
rem, junto ao poder público municipal, um contrato de prestação de serviços,
estrutura mínima.
pois apenas o dinheiro proveniente da venda do material não era suficiente para
Além das irregularidades estruturais e ambientais, muitas organizações atender as necessidades dos catadores.
apresentavam também irregularidades institucionais e legais.
Através das ações desenvolvidas pelo Programa Municipal de Economia
Solidária, em 2008, houve uma aproximação entre as diversas ONGs, forma-
Fotos que das por associações de catadores, que trabalhavam com reciclagem e que até
demonstram
então possuíam uma história de individualismo provocada pela disputa de se-
a situação de
irregularidade tores, de recursos e de poder. A partir desse momento, os catadores iniciaram
das ONGs.
um processo de reconhecimento de sua identidade coletiva, de valorização
de suas afinidades e identificação de suas necessidades, processo que durou
aproximadamente um ano e levou a junção de várias associações de catadores
de reciclagem.

16 17
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

4
porta a porta domiciliar, segregação do material reciclável, prensagem e comer-

HISTÓRIA DA COOPER REGIÃO cialização do material.

A coleta dos materiais recicláveis de empresas privadas e dos órgãos pú-


Por orientação jurídica do Conselho Municipal do Meio
blicos é realizada pelo caminhão da COOPER REGIÃO adquirido com recursos
Ambiente e da Promotoria do Meio Ambiente, e com ob-
do Programa CATA AÇÃO, e o material é destinado cada mês a um entreposto
jetivo de fortalecer os catadores, houve um chamamento
que fica responsável pela segregação e venda.
para que todas as ONGs de catadores cadastradas na CMTU participassem
da criação da COOPER REGIÃO - Cooperativa dos Catadores de Materiais Re-
cicláveis e Resíduos Sólidos da Região Metropolitana de Londrina, assim em Caminhões
adquiridos com
12/09/09 foi fundada a COOPER REGIÃO por 20 lideranças de catadores, re-
o recurso do
presentando as ONGs que já trabalhavam com reciclagem no município. CATA AÇÃO,
descarregando
material de
Em outubro de 2009, a Prefeitura Municipal editou o decreto 829/2009 que
grande porte
instituiu o PROGRAMA LONDRINA RECICLA, do qual a COOPER REGIÃO se gerador em um
Entreposto
tornou parceira.

Em março de 2010, a CMTU/LD e a COOPER REGIÃO assinaram um con-


trato de prestação de serviços de coleta seletiva. Como permite a lei federal Atualmente a COOPER REGIÃO integra no seu quadro de cooperados, além
8.666/93, que rege as licitações, esse contrato foi firmado sem a necessidade de autônomos da reciclagem, catadores oriundos de 19 ONGs. Ver tabela com
de realizar um processo licitatório. Assim, a COOPER REGIÃO iniciou os traba- a infraestrutura no Capítulo Tabelas, página 64.
lhos de coleta seletiva de material reciclável porta a porta nos termos do Art. 57
Existe mais uma cooperativa chamada ARPA que não possui estrutura física
da Lei Federal nº 11.445/2007, com inclusão social dos catadores.
e está localizada no pátio do Supermercado Carrefour.
Na primeira atividade comercial em abril de 2010, a COOPER REGIÃO já
A COOPER REGIÃO é fruto de um processo entre os catadores organizados
contava com 102 catadores no seu quadro de cooperados, oriundos de 14
nas antigas ONGs de Reciclagem (na maioria destas ONGs foi realizada apenas
ONGs que já trabalhavam com reciclagem em Londrina. Com pouco mais de
seu registro e algumas reuniões), a Promotoria do Meio Ambiente, o Conselho
um ano de constituição, a COOPER REGIÃO teve um aumento de 100% no nú-
Municipal do Meio Ambiente, a Associação Comercial e Industrial de Londrina,
mero de cooperados e de 108,5% no volume de material comercializado. Hoje
o SEBRAE, membros de movimentos ambientalistas da cidade e representan-
são 213 cooperados distribuídos.
tes do órgão gestor responsável pela limpeza urbana do Município, a CMTU.
Cada um destes entrepostos é responsável por um setor da cidade para
realizar a coleta seletiva e os seus integrantes dividem-se nas tarefas de coleta

18 19
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

Além de melhorar o poder de venda dos catadores cooperados da COO- A COOPER REGIÃO se constituiu com o objetivo de proporcionar
PER REGIÃO, podemos citar uma série de outros benefícios proporcionados melhores condições de trabalho para os catadores, mais dignidade, inclusão
pela organização institucional e pelos termos formatados através da contrata- social, mais possibilidade de lutar pelos seus direitos, de contribuir para um de-
ção do poder público com a entidade, sendo alguns deles: senvolvimento sustentável e para a preservação do meio ambiente. Além disso,
um grande incentivo para a construção da cooperativa foi à busca pela equida-
• Licenciamento ambiental
de de oportunidades de ganho e desenvolvimento pessoal.
• Carrinhos elétricos
• Direito ao INSS para todos os cooperados
• Infraestrutura instalada
• Aumento da renda Perfil Socioeconômico dos Cooperados:
• Incentivo à capacitação e qualificação
Por ser composta expressivamente por mulheres, a COOPER REGIÃO possui
• Formação para autogestão
em todos os cargos e funções da cooperativa a participação ativa destas, que ocu-
• Inclusão digital
pam a maior parte dos cargos de coordenação dos entrepostos. É evidente nessas
• Representação no Movimento Nacional de Catadores de Materiais
mulheres o aumento na autoestima, que se reflete nas relações familiares e sociais.
Recicláveis (MNCR)
• Contratação de técnicos
Hoje, os catadores são
84%
• Abertura ao crédito
reconhecidos como os prin- 16%

cipais agentes da reciclagem


Vale destacar que o acesso a estes benefícios influenciaram diretamente
e participantes de umas das
no aumento da adesão de catadores de materiais recicláveis e de pessoas as
formas de sustentabilidade
margens das mazelas sociais.
ambiental, por isso estão sen-
236
do agregados ao sistema de
Quadro de
Apresentação forma profissional. Este pro- Mulheres Homens
de Adesão de
cesso está estimulando as
Cooperados na
COOPER REGIÃO. suas capacidades, desafiando-os a voltarem aos estudos e qualificarem-se.

102

20

Set. 2009 Abr. 2010 Abr. 2011

20 21
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

O alto índice de natalidade entre os cooperados demonstra que o papel da


cooperativa deve ultrapassar o foco da geração de renda e emprego, visando
estimular atividades que contemplem cultura, educação e lazer.

Acima de 10

05 a 10 Filhos

04 Filhos

03 Filhos

02 Filhos

01 Filho

Não têm Filhos

Não Responderam

A COOPER REGIÃO é uma cooperativa que teve como meta inicial o que-
sito de responsabilidade ambiental e social, além da geração de renda para
várias pessoas que estavam excluídas do mercado de trabalho pela falta de
qualificação e o baixo nível escolar. Também atua no processo de estímulo e
capacitação dos seus cooperados, já que o sistema no qual ele está inserido
trata-se do seu próprio negócio.

15%
3%
1%
37% 3% Não Responderam
Analfabetos
2º ao 5º Ano

41% 6º ao 9º Ano
Ensino Médio
Superior Cursando

22
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

1
INSTITUCIONAL

Pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos,


a COOPER REGIÃO tem como objetivos principais:

• Gerar renda para os cooperados promovendo a inclusão social e o


bem estar dos mesmos

• Proteger o meio ambiente e os recursos naturais

• Incentivar a educação ambiental

• Prestar serviços a estabelecimentos privados e públicos

• Realizar parcerias e convênios

• Fornecer assistência aos cooperados para melhor executarem o


trabalho

• Organizar os trabalhos de modo à bem aproveitar a capacidade


dos cooperados, distribuindo-os conforme suas aptidões e interes-
ses coletivos

• Contribuir para recuperar a cidadania dos trabalhadores e traba-


lhadoras da coleta, comercialização, reciclagem de materiais, com
ênfase para a conscientização de seus direitos

• Criar mecanismos de organização de trabalho, garantindo a demo-


cracia na gestão da empresa coletiva e a justiça na distribuição dos
resultados do trabalho

Para isso, possui com supremacia a Assembleia Geral dos Cooperados,


Ordinária e/ou Extraordinária, cabendo-lhe tomar toda e qualquer decisão
de interesse da entidade.

26 27
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

2
O Conselho de Administração é o órgão superior na hierarquia ad-
ministrativa, sendo de sua competência privativa e exclusiva a responsabili- OPERACIONAL/PRODUÇÃO
dade pela decisão sobre todo e qualquer assunto de ordem econômica ou
social, de interesse da cooperativa, de seus cooperados, do estatuto e das
A logística da coleta utilizada em Londrina teve seu iní-
recomendações das Assembleias.
cio marcado pelo PROGRAMA LONDRINA RECICLA
e mantém seu método até os dias atuais, através da
O Conselho Fiscal tem como responsabilidade primordial a fiscali-
coleta porta a porta com inclusão social. Semanalmente, os catadores em
zação assídua e minuciosa dos negócios e atividades da cooperativa.
setores fixos e em dias da semana pré-agendados entregam sacos verdes
A Administração Executiva é exercida por técnicos contratados para os moradores e recolhem nas residências o material previamente se-
para auxiliar na execução das decisões do Conselho Diretor e Administrati- gregado, ou seja, recebem nestas embalagens específicas (sacos verdes)
vo, acatando as regulamentações do estatuto, visando garantir o funciona- alumínio, vidros, papéis e plásticos em um único recipiente.
mento e a eficiência de gestão da cooperativa dentro dos objetivos estatutários.
Rejeito Cadeia Produtiva
Fluxograma da Indivíduos
Estrutura Diretiva e ASSEMBLEIA GERAL Gerador de Resíduos Orgânico

Gerencial
Reciclável
CONSELHO O
- Domicílios
ADMINISTRATIVO
- Empresas Privadas
- Órgãos Públicos
CONSELHO
FISCAL ADMINISTRAÇÃO Captação/Catador
EXECUTIVA Coleta Porta a Porta

Insumos/Produtos

Bandeira/Transbordo

OPERACIONAL/ ADMINISTRATIVO FINANCEIRO PROJETOS


PRODUÇÃO

Indústria Entreposto

Intermediário Venda Prensagem Triagem

28 29
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

Fazem a mesma rota para recolhimento dos sacos verdes de grandes O Sistema de Coleta Seletiva em Londrina é dividido em 04 regiões,
geradores e de órgãos públicos. Após percorrerem rua a rua, depositam sendo que a COOPER REGIÃO foi contratada para realizar a coleta apenas
grandes quantidades de sacos verdes “nas bandeiras” (locais estratégicos na Região A, composta atualmente por 84.000 domicílios.
dentro de cada setor nos quais os recipientes contendo materiais reciclá-
Após a realização da venda do mês, cada coordenador de entreposto,
veis, já coletados pelos catadores, são armazenados provisoriamente até o
em dias previamente agendados, faz a prestação de contas no escritório
transporte para os centros de triagem). Estas “bandeiras” são consideradas
central acompanhados por técnicos.
tecnicamente como áreas de transbordo intermediárias (podem ser praças

3
ou terrenos), onde o material reciclável coletado fica estocado por até 4 ho-
ras, quando são levados de forma variada por cada entreposto em Kombis,
carrinhos de mão, veículos elétricos ou caminhão até os galpões. Ou seja, o Administrativo
transporte dos sacos verdes, já acumulados, até os galpões permite maior
agilidade e menor esforço físico. Outrora, o transbordo era realizado por Para garantir um desenvolvimento sustentável, a CO-
empresa privada contratada pelo município, via licitação. Em 10 de junho de OPER REGIÃO possui, além dos 06 entrepostos, um
2011, este transporte passou a ser realizado pela COOPER REGIÃO. escritório central, onde os catadores são atendidos,
orientados e supervisionados visando à autogestão dos entrepostos e do
processo como um todo.
Caminhão
do transbordo
- retirada do Atualmente, a COOPER REGIÃO mantém um quadro administrativo de
material da ban-
funcionários e prestadores de serviços, composto por arquivista, socióloga,
deira para enca-
minhamento ao administradora, economista, estagiária técnica em meio ambiente, conta-
Entreposto.
dora e assessoria jurídica.

Escritório Central
do Entreposto A.

30 31
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

4
- R$ 51.876,38 (cinquenta e um mil, oitocentos e setenta e seis reais e
FINANCEIRO trinta e oito centavos) referentes aos serviços de transbordo, em veículos
próprios da contratada, de todo o material coletado nas bandeiras até os
locais onde será executada a triagem dos mesmos.
O sistema financeiro da COOPER REGIÃO é garantido
por duas frentes, são elas:
- R$ 47.052,35 (quarenta e sete mil, cinquenta e dois reais e trinta e cin-
co centavos) como forma de remuneração pela manutenção dos serviços
1. O contrato com o município de Londrina via CMTU-LD de coleta seletiva de forma a não comprometer a continuidade do serviço
(órgão gestor do Fundo de Urbanização de Londrina – público e pelo aumento da longevidade do aterro e diminuição do impacto
FUL) ambiental.

O contrato contempla em seu objeto a prestação de serviço de coleta e - R$ 28.100,00 (vinte e oito mil e cem reais) referentes ao aluguel de
transporte de resíduos sólidos recicláveis domiciliares e de órgãos públicos. barracões onde será executada a triagem dos materiais coletados, sendo
Para a execução do serviço, o último contrato firmado com a CMTU-LD, em obrigatória a apresentação mensalmente, juntamente com nota fiscal, do
novembro de 2011, garante o valor mensal de até R$ 207.317,73, sendo que comprovante de pagamento do aluguel.
os pagamentos são feitos da seguinte forma:

2. A venda do material reciclável


- R$ 0,055 (cinquenta e cinco milésimos de real) por visita em cada do-
micílio, limitada a 04 visitas mensais para a entrega, aos munícipes, dos
Conforme apresentado anteriormente, a coleta de materiais recicláveis
sacos verdes para a separação dos resíduos recicláveis, orientação sobre
de Londrina era realizada por ONGs que possuíam uma forma diferente de
a segregação de resíduos e participação em campanhas de Educação Am-
divisão da receita adquirida com a venda dos materiais recicláveis, e con-
biental não formal, conforme determinação e controle da CMTU, limitando a
forme relatado por vários cooperados que fizeram parte deste contexto, o
84.000 (oitenta e quatro mil) domicílios.
rateio, na maioria das vezes, era injusto e várias evidências apontam para
a veracidade destes depoimentos: como a dissolução das ONGs, o cres-
- R$ 70,78 (setenta reais e setenta e oito centavos) por tonelada de lixo
cimento da adesão dos cooperados na COOPER REGIÃO e a ausência de
reciclado coletado e comercializado, mediante apresentação de nota fiscal,
qualquer tipo de proteção trabalhista.
limitando-se a quantia máxima mensal de 550 (quinhentos e cinquenta) to-
neladas.
A COOPER REGIÃO teve como prioridade não continuar com esta si-
tuação e foi em busca de uma metodologia que apresentasse equidade e
- R$ 22.880,00 (vinte e dois mil e oitocentos e oitenta reais) referentes ao
transparência, por isso elaborou um mecanismo de rateio que transformou
recolhimento do INSS, que será pago no valor proporcional ao número de
o saco verde em moeda de valor para distribuição dessa receita, já que
cooperados apresentados no mês de referência da prestação dos serviços,
todos os catadores possuíam uma história e um mecanismo diferenciado
limitado ao número máximo de 260 (duzentos e sessenta) cooperados.

32 33
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

de trabalho e a única coisa em comum entre eles era o saco verde que en- papel). Ao final do dia, são contados quantos sacos o cooperado segregou.
tregam aos munícipes participantes da coleta seletiva. Depois de triado, o material é encaminhado para a prensagem.

Responsável pela Prensa - A equipe de pátio encaminha os bags (gran-


4.1 Passos para rateio das vendas realizadas pelos
des sacos onde é depositado um único tipo de material) para o responsável
cooperados
pela prensa e este faz a prensagem do material para diminuição de volume
e aumento do valor de comercialização.
O grupo é dividido em categorias de atividades para realização da cole-
ta, entre as equipes externas e internas do entreposto.
4.2 Passos para divisão da renda entre os Cooperados
Equipe Externa do Entreposto
1º Passo
Equipe de Rua - Entrega os sacos verdes para as famílias armazena-
rem o material reciclável, depois o catador recolhe o material porta a porta, O/A coordenador/a Geral do Entreposto apresenta mensalmente para
deixando para as famílias a mesma quantidade de sacos recebidos com o o responsável pelo fechamento todas as planilhas de controle individual de
material reciclável. Essa mesma equipe é quem faz a disposição do material produção e a frequência dos cooperados: equipe de mesa/triagem, equi-
coletado nas bandeiras. pe de pátio e equipe de rua. O responsável pelo fechamento consolida as
informações (produção mensal dos sacos verdes triados, frequência dos
Equipe Interna do Entreposto cooperados que exercem outras atividades no entreposto e as vendas rea-
lizadas) em uma planilha de Excel.
Coordenador Geral - Coordena todo o processo interno e externo da
central de triagem (Entreposto).
2º Passo
Equipe de Pátio - São responsáveis pela organização do material que
Após este lançamento, são identificadas as três maiores produções de
chega das bandeiras no entreposto e abastecimento de sacos verdes nas
cooperados que atuaram na mesa (triando o material). Em seguida, faz-se o
mesas de triagem.
cálculo da média destas três maiores produções.

Equipe de Triagem - Esta atividade é a base de cálculo para o pagamen-


3º Passo
to de todas as funções exercidas no processo (este processo será explica-
do mais adiante). Cada cooperado que exerce essa função possui uma pla- Acrescenta-se um percentual adicional na média obtida das três maio-
nilha de controle diário da sua produção, ou seja, o número de sacos verdes res produções de mesa/triagem para o cálculo das outras equipes perten-
triados. O saco verde chega até o cooperado que está na mesa de triagem e centes ao processo. Este percentual refere-se ao desgaste físico e a força
ele separa cada tipo de material encontrado dentro do saco (alumínio, vidro, de trabalho empenhada na função, pois entende-se que o desgaste físico

34 35
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

da equipe de rua, de pátio e da prensa é superior ao da equipe de triagem. grupo, de modo a garantir que o coordenador estimule o grupo no aumento
A Coordenação Geral, a equipe de Rua e a equipe de pátio recebem um da produção.
adicional (os percentuais estão detalhados no 3º item do 4º passo) pela res-
Sendo apresentados todos estes relatórios, o(a) Coordenador(a) Geral
ponsabilidade do funcionamento de todo o processo que envolve desde a
receberá 30% de adicional. Motorista do entreposto recebe um adicional
coleta até a venda do material.
correspondente a 20%. Equipe de rua, pátio e prensa os valores correspon-
4º Passo dem entre 5% a 10%.

Tendo identificado a média e somada aos percentuais relacionados às Esta variação é determinada de acordo com cada entreposto, por pos-
demais atividades, converte-se essa quantidade em diárias que correspon- suírem áreas de coleta e pátio diferenciados. Os coordenadores, juntamen-
de ao número de sacos verdes que deverá ser calculado em relação à as- te com os cooperados do entreposto, analisam e aplicam o percentual em
siduidade dos dias trabalhados pelos cooperados que exercem as demais algumas categorias para uma divisão justa da renda do grupo.
funções.
5º Passo
Detalhamento dos percentuais aplicados
Realizado o lançamento da produção de mesa/triagem e feito o cálculo
O/A Coordenador(a) deverá apresentar relatórios da seguinte forma: de sacos verdes das demais atividades, é o momento do levantamento das
vendas (data da venda, nome da empresa compradora, produtos e seus
1. Frequência do(a) Coordenador(a) no Entreposto e nas reuniões exter-
respectivos valores e peso). Ao final deste levantamento e conferência, tem-
nas de caráter extraordinário e ordinário corresponde a 10% de adicional.
-se o valor total de vendas do Entreposto que será distribuído entre eles.
Para essa informação é utilizada uma planilha específica.
2. Apresentação dos relatórios de produção individual do mês da equipe
de mesa/triagem e a frequência da equipe de rua, pessoal de pátio, prensa
6º Passo
e motorista, apresentação deste relatório equivale a mais 10%.
Dividindo-se o total das vendas pela somatória da produção do gru-
3. Relatório de Vendas - Prestação de contas de toda a venda realizada
po, teremos então o valor unitário de trabalho, que na tabela Produção de
pelo Entreposto devendo constar nome dos compradores, data da venda,
Fevereiro/2011 - Norte B (ver Capítulo Tabelas, página 65) estará discrimi-
quantidade e tipo do material vendido, valor por quilo, valor total de cada
nado como “R$ Saco”. Multiplica-se a produção do cooperado pelo valor
item comercializado e valor total da venda. Este relatório também equivale a
unitário do saco, valor este que é aplicado para todos; na coluna seguinte
mais 10% da somatória de atividades a serem cumpridas pelo coordenador,
pode ser visualizado o valor de produção individual do grupo que somado
para justificar seus 30% adicionais à média das três maiores produções do
deverá ter o mesmo valor do total das vendas.

36 37
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

7º Passo A prestação de contas das vendas realizadas, o levantamento do volume


do material comercializado e a mensuração da produtividade individual são
A mesma planilha que foi utilizada para os lançamentos das vendas
realizados nos entrepostos ou no escritório administrativo por um coopera-
contribuirá para esta etapa. No contrato estabelecido entre a CMTU e a
do responsável e pelo(a) o(a) coordenador(a) do entreposto, e está aberta
COOPER REGIÃO, para cada tonelada comercializada pela cooperativa, ela
à participação dos cooperados que tiverem interesse em conhecer o pro-
deve receber um valor de R$ 70,78. Realizado então o levantamento das
cesso de levantamento da receita e rateio, podendo ser visualizado pelas
toneladas comercializadas e o valor correspondente às toneladas do grupo,
imagens projetadas por Datashow o que torna a gestão mais transparente.
o procedimento será semelhante ao do 6º Passo, com uma única diferença,
a tonelada será dividida apenas entre os cooperados que tiverem menos de
Reunião mensal
duas faltas no mês, sendo que os cooperados que tiverem faltas exceden-
para apresenta-
tes a este valor sem a apresentação de justificativas perderão o direito de ção das Contas.
receber a tonelada, procedimento este aprovado pelos cooperados dentro
de seu Regimento Interno, para diminuição e controle das faltas.

8º Passo

Somados então o valor da produção e o da tonelada, temos o valor


bruto a receber. Deste total será descontado 7% para fins administrativos.
Deduzindo então este percentual, teremos o valor líquido a receber para
cada cooperado.
Veja no Capítulo Tabelas, páginas 65 e 66, os demonstrativos da planilha
9º Passo de rateio:

Produção de Fevereiro
Realizados os cálculos de cada Entreposto, são impressas três cópias do
fechamento mensal do grupo. O coordenador assina todas as cópias e distri- Maiores Produções
bui da seguinte forma: uma via ficará no arquivo do escritório central da COO-
Situação Financeira
PER REGIÃO, a segunda será encaminhada para o escritório de contabilidade
Percentual por Função
responsável pela folha de pagamento e recolhimento do INSS e a terceira é
colocada em local visível no Entreposto para apresentação aos cooperados.

38 39
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

5
Ainda é necesário preparar relatório mensal de comercialização de ma-
CARACTERÍSTICAS MERCADOLÓGICAS terial reciclável da COOPER REGIÃO com o levantamento dos materiais
coletados por entreposto. Ver tabela de comercialização de material reciclá-
vel no Capítulo Tabelas, páginas 68 e 69.
Para apresentação das características mercadológi-
cas, a COOPER REGIÃO registra o nº de cooperados
7%
12% Representação
e não cooperados, valor da venda do entreposto, quilos
3% gráfica do escoa-
Série1
comercializados, renda média dos cooperados e não cooperados e quilos 20%
mento de material
Papéis; 238.044 reciclável .
comercializados per capita. Ver tabela com características mercadológicas
Plásticos; 80.387
Ref. Março/2011
no Capítulo Tabelas, página 67. Segue abaixo representação gráfica da evo- Vidro; 51.250
58%
lução de alguns dados da tabela. Metais; 28.511
Tetra Pak; 11.864

RENDA MÉDIA DOS COOPERADOS


897,29

779,72
Pelos dados acima, podemos afirmar que o valor de comercialização do
768,27
704,02 material reciclável através da cooperativa possui variação de R$ 344,00 a
636,01 737,06
611,50 606,72
582,57 655,61 tonelada, ou seja, a união da força de trabalho garante aos catadores maior
539,67 634,04
597,00
553,04 volume de material, facilitando sua comercialização, transformando o que
460,40
409,00
431,68 antes era destinado para o aterro local em matéria prima.

6
11
n/
0

1
0

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ab

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de

fe
no
ju

ju

ag
ag

m
m

m
m

Principais Dificuldades
QUILOS DE MATERIAL RECICLÁVEL COMERCIALIZADO
Apesar dos avanços e resultados alcançados até o
momento, é importante mencionar algumas dificulda-
des encontradas no decorrer do processo produtivo e
de gestão da COOPER REGIÃO:

• Identificação de um método de pagamento da força-trabalho


dos cooperados justa dentro dos princípios cooperativistas de

40 41
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

produção numa área com diversidades econômicas, culturais, • Identificar locais adequados para os entrepostos, para centrais de
sociais e geográficas, e num contexto onde a faixa etária dos co- armazenagem, triagem e venda de acordo com as normas técnicas
operados que participam do processo tem em seu eixo central de segurança de trabalho, das resoluções ambientais e conside-
quatro gerações: rando as questões de relações sociais, afinal ninguém quer um de-
pósito de lixo no lado de casa ou do trabalho.
Faixa Etária dos
Cooperados • Recusa de proprietários e imobiliárias de locação dos galpões de-
por Década de
vido aos aspectos insalubres.
Nascimento
• População e alguns catadores tratavam o material reciclável como
lixo e, mesmo com os avanços conquistados na relação catador/
população, continua sendo necessário orientar o catador na identi-
ficação do material reciclável como sua matéria-prima e conscienti-
zação da população sobre o seu consumo exagerado.

• O volume de resíduos sólidos urbanos destinados para reciclagem

Não Década de 40 Década de 50 Década de 60 Década de 70 Década de 80 Década de 90


aumenta gradativamente em proporções consideráveis, principal-
responderam
mente nos finais de ano, ocasionando emergência em providenciar
barracões/entrepostos que comportem o volume de resíduos reci-
• Cumprimento das obrigações e deveres por parte dos cooperados
cláveis gerados pela população.
- a maioria das pessoas que procura o trabalho de catador o faz
• Falta de conhecimento da delimitação da área contratada para co-
por necessidade, e isso dificulta a compreensão da necessidade
leta seletiva (no caso específico do contrato da COOPER REGIÃO
de cumprir as diretrizes e obrigações estabelecidas no estatuto da
com o poder público), por parte de alguns catadores (devido a rota-
COOPER REGIÃO. Muitos catadores, antes da adesão ao coope-
tividade/evasão de cooperados).
rativismo, trabalhavam de maneira informal, e seu condicionamento
as obrigações assumidas como cooperado e prestador de serviço • Não existe um mecanismo de divulgação para a população das
pode ser comprometido, pois demanda conhecimentos de proce- áreas definidas na coleta seletiva.
dimentos administrativos, burocráticos e legais. Muitas vezes essa
• Situações de vulnerabilidades social e familiar - uma realidade na
dificuldade ocasiona o desestimulo dos cooperados em assumir
vida dos catadores.
funções que necessitam dedicação, fazendo-se necessário o mo-
• Evasão de cooperados devido às dificuldades de adaptação às
nitoramento constante de modo a garantir a eficiência do processo
normas de trabalho e aos conflitos entre os cooperados.
e o bem-estar dos catadores.

42 43
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

7 8
Utilidade Pública Parceria Público Privada

Visando melhorar a estrutura econômica, social e am-


Entendemos por Utilidade Pública a entidade que além
biental, garantir sua autonomia e cumprir com o PLA-
do funcionamento regular vislumbre o bem estar dos
NO DE AÇÃO estipulado no contrato com a FUNDA-
adeptos e contribua direta e indiretamente no desenvol-
CIÓN AVINA/Programa CATA AÇÃO assinado em outubro/10, a COOPER
vimento sustentável. Em consenso a este conceito, indicamos alguns atri-
REGIÃO estabeleceu novas parcerias com instituições públicas e privadas:
butos que agregam valores a iniciativas que contemplam esse título inerente
ao processo:
PNUD/Caixa Econômica Federal: Através do edital CAIXA/PNUD
• Geração de emprego e renda 001/2010, teve o “Projeto de Modernização e Qualificação” aprovado em
03/09/2010 no valor de R$ 24.964,79 - Visando aprimorar a qualidade ope-
• Contribuição direta do aumento de vida útil do aterro sanitário
racional e a segurança do trabalho dos catadores da COOPER REGIÃO,
• Inclusão social
o que possibilitou a aquisição de 09 computadores; 09 impressoras; 01
• Adesão de portadores de deficiência Datashow; 05 mesas de triagem; 01 mesa para reuniões, 20 cadeiras, 11
extintores e 01 notebook. O convênio teve vigência de janeiro/2011 a se-
• Divulgação via site, à comunidade em geral, da área de responsa-
tembro/2011.
bilidade de coleta seletiva da COOPER REGIÃO com campo para
sugestões, reclamações e elogios
FUNASA - Fundação Nacional de Saúde: Através do edital de chama-
• Disponibilidade de atendimento de coleta seletiva a órgãos públicos mento público N.º 001/2010 - DENSP/FUNASA/MS teve aprovado através
da Portaria Nº 1.722, de 7 de dezembro de 2010 o “Projeto de Expansão
• Captação de recurso externo para prestação de serviços
dos Serviços de Coleta Seletiva” que visa à aquisição de dois caminhões
no valor de R$ 201.000,00, para otimizar a realização do serviço de coleta
e transbordo. O convênio foi prorrogado por mais um ano (janeiro/2012 a
dezembro/2012), devido a não assinatura do convênio e a não liberação do
recurso no ano de 2011.

FBB - Fundação Banco do Brasil: A COOPER REGIÃO foi aprova-


da em primeiro lugar, conforme publicado no D.O.U. - Diário Oficial da
União de 13/05/2011, no edital de chamamento público Nº 003/2011 FBB/
PETROBRAS/BNDES/MTE-SENAES - que visa ao Fortalecimento da

44 45
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

Infraestrutura de Cooperativas de Catadores para Coleta, Transporte e Kombi adquirida


com recursos
Comercialização de Materiais Recicláveis - Logística Solidária “CATA-
CATA AÇÃO.
FORTE”, o valor total do projeto é R$ 717.186,76 sendo que R$ 710.398,84
será repassado pela Fundação Banco do Brasil e R$ 6.787,92 será con-
trapartida da COOPER REGIÃO o que proporcionará a aquisição de
04 Caminhões, sendo 01 Baú metálico, e 03 Carrocerias; 03 Gaiolas, 04
contratações de seguros, 04 registros, emplacamentos e licenciamentos
dos caminhões, 08 Placas, 04 Seguros, 04 DPVAT (para dois anos), Manu-
tenção dos caminhões (para dois anos), IPVA (para dois anos), 08 Confec-
ções de adesivos; 04 Contratações de motoristas provisórios, enquanto os Os recursos adquiridos através do convênio firmado com o PNUD/CEF
cooperados habilitam-se, 04 carteiras de motorista CNH B e 04 carteiras de darão mais dinamismo e inovação à administração da COOPER REGIÃO.
motorista CNH C. Dessa forma, a COOPER REGIÃO poderá expandir sua Com os computadores e impressoras instalados em todos os entrepostos e
capacidade de coleta e comercialização. O convênio teve início em agos- um notebook para eventualidades que inviabilizem a utilização de desktop,
to/2011 e vigerá até agosto de 2013. os cooperados poderão reconhecer seu trabalho através do site construído
com recurso do CATA AÇÃO. Além disso, a direção da COOPER REGIÃO
O sistema de repasse de recurso deste edital foi através de uma ava-
terá oportunidade de fazer sua gestão com transparência, já que disponibi-
liação criteriosa das características institucionais, sociais, econômicas e fi-
lizará todas as informações de interesse público no portal.
nanceira das cooperativas no Brasil. A publicação do Edital dos Resultados
foi através de um ranking, no qual a COOPER REGIÃO obteve o primeiro A COOPER REGIÃO contou com parceiros da iniciativa privada no seu
lugar (com nota 80) dentre mais de 2000 projetos enviados. Vale salientar processo de construção através de doações de equipamentos. A exem-
que este é o primeiro ranking de cooperativa de catadores de materiais re- plo da ABIPLA/ABIHPEC - Associação Brasileira da Indústria de Higiene
cicláveis publicado por um órgão do Governo Federal. Pessoal, Perfumaria e Cosméticos/Associação Brasileira das Indústrias
de Produtos de Limpeza e Afins, que forneceu vários equipamentos como
Com aprovação dos projetos encaminhados a FUNASA e a FBB, somados
prensas, elevadores, mesas de triagem, carrinhos de carga e a TETRA PAK,
ao caminhão fruto da parceria com o Programa CATA AÇÃO, a COOPER RE-
que disponibilizou prensas, telhas e orientação técnica para garantir o esco-
GIÃO possuirá 07 caminhões, sendo assim, terá condição de fazer a gestão da
amento e a reciclagem de embalagens longa vida.
coleta seletiva com autonomia e com custos reduzidos. Além disso, a Kombi
adquirida também com recursos do CATA AÇÃO possibilitou o transporte dos Pode-se constatar pela história, pela atual infraestrutura da COOPER
cooperados para eventos e reuniões e também maior contato do administrati- REGIÃO e pelo seu reconhecimento institucional que sua atuação em rede
vo (técnicos e diretoria) com os Entrepostos, já que torna mais ágil o transporte é fortalecida e que a instituição tem o domínio de todo o processo - da
entre a sede administrativa da COOPER REGIÃO e os entrepostos. captação do material reciclável a sua venda - , corroborando com os cata-
dores na obtenção de agilidade e eficiência de seu trabalho.

46 47
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

9 10
Metas O Impacto do Programa
CATA AÇÃO no Entreposto
Para continuar crescendo e proporcionando melhoria
na qualidade de vida dos cooperados, a COOPER RE-
Centro A
GIÃO definiu algumas metas:
O Entreposto Centro A formado em 1998, ini-
• Otimizar o processo de coleta, segregação, armazenagem e venda cialmente com 18 mulheres e 03 homens, foi
uma das primeiras ONGs de reciclagem em Londrina. Constituída como ARRV
• Galpões próprios e adequados conforme normas vigentes
- Associação de Recicladores Reciclando Vidas, fazia a separação do material
trazido pela prefeitura, debaixo de lona no bairro, em condições precárias.
• Transformar o salão comunitário da Centro A - ARRV em referência
e difusora de inclusão social
Entreposto
• Criar centros de atendimento socioeducativo nas regiões de con- Centro A
no início das
centração dos cooperados
atividades.

Nesta perspectiva, apresentaremos a seguir informações sobre o en-


treposto Centro A, o qual destacamos pelo seu contexto histórico e os
resultados alcançados após a parceria com o CATA AÇÃO. A ideia é que
o entreposto seja um projeto piloto de reconstrução social, profissional
e ambiental.

Catadores durante
atividade de Coleta
Em 2000, foram pioneiros
Seletiva.
no trabalho piloto da coleta
de materiais recicláveis porta a
porta com a entrega de sacos
verdes nas residências em bairros
predeterminados da cidade.

48 49
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

Na COOPER REGIÃO, a ARRV é conhecida também como Entreposto Centro


Comunitário
Centro A. Os associados da ONG aderiram ao processo de constituição da
do Entreposto
cooperativa desde o início e foram uns dos principais colaboradores para Centro A
tal formação. Em 2001, esse entreposto recebeu um incentivo do Governo
do Japão através da APC - Assistência a Projetos Comunitários - no valor
de R$ 74.000,00 destinados à construção de um barracão de 600 , o que
faz deste entreposto o único a possuir sede própria.

Esse entreposto também possui em seu terreno um salão comunitá-


rio, e há um desejo de transformá-lo em primeira central de atendimento
socioeducativo tanto para os moradores da comunidade do entorno como a cargo de um grupo de idosos da comunidade local. As hortaliças são
para os cooperados e seus dependentes, pois é visível a vontade de vários vendidas na feira do bairro e o dinheiro arrecadado é usado para manuten-
cooperados em buscar qualificação. ção do local e compra de sementes, também colaborando com a cozinha
do entreposto, da comunidade e com menções de abastecimento aos
Inauguração do outros entrepostos.
Barracão.
O elevado grau de interesse pode ser verificado na pesquisa apresenta-
da abaixo, aplicada em Assembleia Ordinária dia 02 de abril de 2011:

Na sua casa, alguém tem interesse em estar realizando alguma dessas atividades?

Um espaço para aprendizagem de balé Um time de futebol

ótima ideia
Está em processo de construção um campo de futebol organizado pela sem necessidade

comunidade local, na área do Entreposto Centro A, e nesse espaço novo péssima ideia

sem opinião
terá condição de desenvolver aulas de balé e outras atividades.

Ao lado do salão também existe uma horta comunitária de 450 , inau- Balé: 86 cooperados responderam à
pesquisa.
Futebol: 91 cooperados responderam à
pesquisa.
Na qual 73 pessoas teriam interesse em Na qual 67 pessoas teriam interesse em
gurada em meados de abril de 2010, resultado da contribuição mútua realizar a atividade descrita acima. realizar a atividade descrita acima.

desse entreposto, Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimen-


to e Universidade Estadual de Londrina. Os cuidados com a horta estão

50 51
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

Fonte: Jornal de RECEITA DO ENTREPOSTO Receita


Londrina, do Entreposto
16/140/11. Centro A após
a aquisição da
Prensa
e Elevador

A iniciativa da horta foi capa de jornal local com manchete de “Hortas


mudam paisagem urbana - Áreas de cultivo comunitário ocupam terrenos
evolução da receita antes da aquisição da prensa
ociosos na periferia gerando renda para famílias”, o que aponta o compro- evolução da receita após aquisição da prensa doada pelo Programa CATA AÇÃO
metimento da comunidade, com o local.

Vale ressaltar que foi nessa ONG o berço da elaboração do modelo de ra- RENDA MÉDIA DO ENTREPOSTO

teio e organização do processo de trabalho, cabendo a ela atualmente ser o en-


974,59
treposto com um dos melhores rendimentos. As características mercadológi-
866,72
837,38
cas do Entreposto Centro A são apresentadas no Capítulo Tabelas, página 70. 912,73

820,31
Segue abaixo representação gráfica da evolução de alguns dados da tabela. 755,82 672,41 654,13
718,47
593,21

590,87 586,70

Produção TONELADAS COMERCIALIZADAS


do Entreposto Média Salarial do Grupo; abr/10; 593,21 Média Salarial do Grupo; out/10; 718,47
Média Salarial do Grupo; mai/10; 590,87 Média Salarial do Grupo; nov/10; 820,31
Centro A após Média Salarial do Grupo; jun/10; 755,82 Média Salarial do Grupo; dez/10; 866,72
a aquisição da Média Salarial do Grupo; jul/10; 672,41 Média Salarial do Grupo; jan/11; 837,38
Média Salarial do Grupo; ago/10; 654,13 Média Salarial do Grupo; fev/11; 912,73
Prensa Média Salarial do Grupo; set/10; 586,70 Média Salarial do Grupo; mar/11; 974,59
e Elevador

O aumento da produção e, consequentemente, da renda dos coope-


rados, garantiu novas perspectivas aos catadores e seus dependentes e
possibilitou reconstrução social de algumas famílias.

evolução da produção antes da aquisição da prensa


evolução da produção após aquisição da prensa doada pelo Programa CATA AÇÃO

52 53
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

P
ercebemos que no decorrer do processo várias iniciativas
corroboraram para a condição atual da COOPER REGIÃO.
Vale destacar o apoio do Programa Londrina Recicla, da
Assistência Social do município, do Programa Economia
Solidária e do Ministério Público local, todos apoiaram no
árduo trabalho de acompanhamento e convencimento dos
catadores de Londrina no processo de organização inicial.

O Programa Londrina Recicla permitiu a inclusão do catador de material


reciclável no sistema público de coleta seletiva, envolvendo a população na
separação dos resíduos na fonte e incentivando a organização dos grupos
de catadores em cooperativas.

Esse processo de coleta de material reciclável através do sistema porta


a porta proporcionou o contato direto entre catadores e moradores do mu-
nicípio e, com isso, foi possível estabelecer vínculos de respeito e profissio-
nalismo entre ambos. Além disso, a contratação da COOPER REGIÃO pelo
Poder Público Municipal proporcionou aos catadores uma nova fonte de
renda e aos munícipes, atendidos pelo programa, a satisfação de contribuir
com o meio ambiente e com a geração de emprego.

Devido ao alto grau de satisfação dos moradores, houve uma continui-


dade desse processo e impulsionou o interesse, em proporções gradativas,
de empresas locais na adesão ao sistema de coleta seletiva, o que ocasiona
a disposição de um volume considerável de resíduo reciclável ao invés da
destinação final no aterro local.

Estes ganhos trazem consigo um processo de transformação social lo-


cal, possibilitando ao município tanto responder às expectativas da popula-
ção no que diz respeito à destinação adequada dos resíduos sólidos quanto
às necessidades dos catadores da COOPER REGIÃO, que outrora se en-
contravam na dependência de programas sociais, passando a condição de
prestador de serviços público.

56 57
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

Vale salientar que nem todos os catadores do município optaram pelo É importante destacar que o aumento da coleta de materiais recicláveis
cooperativismo, porém é expressiva a diferença dos ganhos adquiridos pe- em Londrina e a diminuição da destinação de lixo para o aterro do muni-
los que livremente fizeram a adesão à COOPER REGIÃO. cípio, proporcionando um aumento da vida útil do aterro, devem-se, em
grande parte, a contratação da COOPER REGIÃO pela CMTU, através do
Dentro do contexto global, percebe-se a necessidade permanente de
FUL - Fundo de Urbanização de Londrina.
ações de responsabilidade compartilhada entre todos os agentes envolvi-
dos no contexto social, econômico e ambiental, pois, devido à complexida- O trabalho da COOPER REGIÃO tem contribuição direta com o meio
de do tema, não é possível pensar em ações isoladas. Por isso a vontade ambiente através do reaproveitamento de recursos naturais que manufatu-
política do município junto à sinergia com outros representantes da socie- rados e processados são recolocados no sistema produtivo, contribuindo
dade civil organizada faz-se necessário para a continuidade e eficiência com a oportunidade de trabalho digno a excluídos do mercado de trabalho.
do processo. Além de gerar renda, a COOPER REGIÃO incentiva seus cooperados, que
antes não tinham perspectivas, a participarem de processos de capacita-
Com a continuidade do contrato entre o Poder Público e a COOPER
ção e qualificação profissional, já que a cooperativa trata-se de propriedade
REGIÃO, será possível realizar uma série de ações que vão desde a edu-
privada coletiva e que cresce consideravelmente necessitando de profissio-
cação ambiental dos munícipes até a qualificação profissional e o suporte
nais qualificados para gerenciá-la.
aos catadores.
Atualmente, a COOPER REGIÃO, através da prestação de serviços de
A parceria com o Programa CATA AÇÃO veio fomentar esse trabalho
coleta, triagem e comercialização dos resíduos passíveis de reciclagem, é
já existente na cooperativa e contribuir para que a parceria entre COOPER
responsável por aproximadamente 50% da coleta dos domicílios da Cidade
REGIÃO e Prefeitura Municipal de Londrina tivesse mais eficácia e sucesso
de Londrina. Com a infraestrutura de 07 entrepostos de produção, distribuí-
no seu processo.
dos pela cidade, e um escritório central, iniciou um processo de construção
de uma metodologia para operacionalizar uma atividade que, até o momen-
Na base da pirâmide hierárquica de poder aquisitivo, verificamos o ger-
to, não possui uma referência balizada.
me inicial de um processo em construção de sustentabilidade, onde cata-
dores e pessoas excluídas do mercado de trabalho e das redes sociais se
Com pouco mais de 02 anos de existência, porém com cooperados
deparam na condição de transformador socioambiental.
que possuem mais de 10 anos de experiência no ramo da reciclagem, a
COOPER REGIÃO, através da formalização, do contínuo processo de apren-
O processo de incentivo à autogestão assistida dos entrepostos da
dizagem e do reconhecimento institucional, proporciona benefícios antes
COOPER REGIÃO e a constante busca para ser uma organização inova-
não imaginados, a exemplo do capital social que teve um salto R$1.200,00
dora, democrática e eficaz de modo que suas atribuições contribuam em
para os atuais R$1.000.000,00, além da garantia de seguridade social, para
ações concretas ao desenvolvimento são fatores de grande importância
todos os cooperados e contratação de técnicos para cumprimento de nor-
para o seu crescimento e para o contínuo aprimoramento de seu trabalho.
mas legais e burocráticas, e apoio aos editais públicos disponíveis.

58 59
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

Ainda existem desafios internos de gestão e externos inerentes ao pro-


cesso, inclusive necessidade permanente de identificar novos locais ade-
quados para acomodação e processamento do material por conta da de-
manda crescente da população na adesão da coleta seletiva. Além disso,
existe a ameaça de interdição da Central de Tratamento de Resíduos (CTR)
por conta do encaminhamento indevido de resíduos recicláveis e de lixo in-
dustrial. Todas estas variáveis nos remete idealizar novos instrumentos para
gestão integrada do processo no qual a COOPER REGIÃO está inserida.
Acreditamos que esses dois anos foram fundamentais para que o grupo
adquirisse confiança e comprometimento com o trabalho.

Enxergamos que este processo democrático de constituição e gestão


possui diferentes níveis de evolução. Vivemos um momento em que a força,
esta necessária para o reconhecimento desta classe de pessoas muitas
vezes esquecidas pelos demais atores, está dando lugar à ordem. Sabe-
mos que esta ordem é fundamental para que a iniciativa perdure por longos
anos. Temos que identificar, analisar e agir perante esses desafios não ape-
nas com o olhar histórico sobre os fatos, mas, sim, com uma visão sistêmica
e estratégica buscando assim a sustentabilidade da COOPER REGIÃO.

60
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

TABELAS - CAPÍTULO 1 TABELAS - CAPÍTULO 2


INFRAESTRUTURA DA COOPER REGIÃO (pg. 19) DEMONSTRATIVOS DA PLANILHA DE RATEIO (pg. 65)

ENTREPOSTO CAPACIDADE INSTALADA Produção de Fevereiro/2011 - Norte B

Entreposto Norte A - Rua Lupércio Pozatto, 1079 - Parque Terreno de 1900m², alugado, com barracão de 600m², com escritório,
Função Nome Dias trabalhados* N° Sacos R$ Sacos Produção R$ Ton Total Ton Bruto 7% Líquido
Industrial José Belinatti. mezanino, 02 banheiros e uma casa de alvenaria; 01 balança eletrônica; Coord. Rua Daiane Bisterço Galindo 20R 3.755 0,328342 1.232,86 0,067536 253,58 1.486,44 104,05 1.382,39
Associação Primavera, Associação Nova Olinda, Canaã 10 carros para big bag; 09 big bag em propileno; 03 carros de mov. de fardos;
e parte da Associação Recicla Café 01 elevador de cargas; 03 mesas de triagem; 01 prensa hidráulica vertical 30t; Rua Dalva Maria de Souza 20R 3.442 0,328342 1.130,12 0,067536 232,45 1.362,57 95,38 1.267,19
01 prensa; 01 carrinho elétrico; 01 kombi (02 mesas de triagem e 02 carrinhos
de carga - Programa CATA AÇÃO). 3.379 1.109,57
Prensa Dejanira Nogueira 18Pr + 2F C/J 0,328342 0,067536 228,23 1.337,80 93,65 1.244,15

Entreposto Centro A - Rua Saturnino de Brito, 93 - Vila Marísia. Galpão próprio de 600m², com 01 cozinha, 02 banheiros e 01 escritório; 01 Mesa Dianete Gonçalves de Andrade 20M 2.974 0,328342 976,49 0,067536 200,85 1.177,34 82,41 1.094,93
ONG: Associação de Recicladores Reciclando Vidas prensa hidráulica vertical 18t; 01 moinho de Pet; 01 lavadora; 01 decantadora;
01 secador; 02 carrinhos elétricos; 02 Kombis; 01 triturador de vidro; 09 Rua Eloir Jorge de Oliveira 20P 3.285 0,328342 1.078,75 0,067536 221,89 1.300,64 91,04 1.209,59
carros para big bag; 09 big bag em propileno; 02 carros de mov. de fardos; 03
mesas de triagem; 01 elevador/empilhadeira elétrica manual; (01 elevador, Mesa Fernanda Bezerra dos Santos 10M + 10F 1.080 0,328342 354,61 354,61 24,82 329,79
01 prensa hidráulica vertical PHV 150, 01 carrinho de carga - Programa
CATA AÇÃO). Pátio Jair Espada (rua e pátio) 20P 2.000 0,328342 656,68 0,067536 135,07 791,76 55,42 736,33

Entreposto Norte B - Rua Antonio Marcelino de Oliveira, 660 - Barracão com aproximadamente 200m², alugado, com 02 banheiros e 01 Pátio Jose Ferreira de Brito 20P 2.000 0,328342 656,68 0,067536 135,07 791,76 55,42 736,33
Jardim São Jorge. cozinha; 01 carrinho elétrico; 01 kombi; 01 prensa, (01 carrinho de carga -
Grupos Aracen, Reciclando para a Natureza e parte da Recicla Café Programa CATA AÇÃO). Mesa Keli Aparecida Bernabe 20M 3.345 0,328342 1.098,30 0,067536 225,91 1.324,21 92,69 1.231,52

Entreposto Leste - Rua São Pedro, 25 - Jardim Siam. Terreno de 2400m², alugado, com um salão de 800m², 02 banheiros, Motorista Leandro de Souza Eufrauzino 19,5 Mot. + 0,5F C/J 3.661 0,328342 1.202,04 0,067536 247,24 1.449,28 101,45 1.347,83
ONGs: Associação Monte Sinai, Associação El Shadai 01 cozinha e 01 escritório; 01 prensa; 01 prensa hidráulica vertical 30t; 06
e Associação Lindóia carrinhos elétricos; 02 elevadores de carga; 01 balança eletrônica; 12 carros Mesa Marcia Souza Oliveira 20M 2.550 0,328342 837,27 0,067536 172,22 1.009,49 70,66 938,82
para big bag; 12 big bag em propileno; 03 carros de mov. de fardos; 01 kombi;
04 mesas de triagem (sendo 02 mesas de triagem - Programa CATA AÇÃO). Mesa Maria Lucia Mondegue 20M 3.069 0,328342 1.007,68 0,067536 207,27 1.214,95 85,05 1.129,90
Entreposto Sul A - Rodovia Celso Garcia Cid, 12.300, Terreno com 50.658,82m², alugado, banheiros, cozinha e escritórios; 03
Mesa Quitéria da Silva Santos 20M 2.892 0,328342 949,57 0,067536 195,31 1.144,88 80,14 1.064,74
Lote nº11 D1/B. carrinhos elétricos; 01 prensa; 01 prensa hidráulica vertical 18t; 01 prensa
ONGs: União Reciclagem, Nova Conquista e Viang; Associação hidráulica vertical 30t; 21 carros para big bag; 01 balança eletrônica; 21 big
Coord. Rua Rosangela Gusmão de Oliveira 20 Coord. 4.068 0,328342 1.335,60 0,067536 274,72 1.610,31 112,72 1.497,59
de Recicladores da Região do Saltinho - Resalt, Arusul, Novo bag em propileno; 06 carros de mov. de fardos; 01 elevador de cargas; 01
Tempo e Resalt kombi; 07 mesas de triagem, (04 mesas de triagem e 02 carrinhos de carga -
Mesa Teresinha de Fátima Simão * 15P + 5F 1.500 0,328342 492,51 492,51 34,48 458,04
Programa CATA AÇÃO).

Rua Vanderlice dos Santos * 11R + 4F + 5M 2.763 0,328342 907,22 907,22 63,51 843,72
Entreposto Sul C - Rua Bélgica, 2350 - Jardim Igapó. Barracão com aproximadamente 1000m², subsidiado pelo Instituto de
ONGs: Parte da União Reciclagem, Parte da Oest Limp, Desenvolvimento de Londrina, com 01 escritório, 02 banheiros e 01 sala;
Mesa Velidiana R. de Brito 10M + 10F C/J 1.310 0,328342 430,13 430,13 30,11 400,02
Parte e Arpa 01 balança eletrônica; 09 big bag em propileno; 02 carros de mov. de fardos;
03 mesas de triagem; 09 carros para big bag; 02 prensas hidráulicas vertical
18t; 01 kombi (02 mesas de triagem e 01 carrinho de carga - Programa Total 15.456,08 2.729,79 18.185,87 1.273,01 16.912,86
CATA AÇÃO).
Produção do Grupo 47.073

Produção dos não faltantes 40.420

*legenda dos dias trabalhados


M - Produção de Mesa/Triagem P - Dias de Trabalho no Pátio
R - Dias de Trabalho na Rua/Coleta F C/J - Falta com Justificativa
Pr - Dias de Trabalho na Prensa F S/J - Falta sem Justificativa

64 65
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

DEMONSTRATIVOS DA PLANILHA DE RATEIO - cont. (pg. 65) CARACTERÍSTICAS MERCADOLÓGICAS (pg. 40)

Maiores Produções do Mês Quantidade


Quantidade Leste NorteQuantidade
A Norte B Sul A Sul C Centro A Arpa Total
Keli Aparecida Bernabe 3.345 Nº de cooperados 27 26 17 35 19 26 03 153

Maria Lucia Mondegue 3.069 Nº de não cooperados 06 05 03 14 21 01 50

Nº total de pessoas 33 31 20 49 40 27 03 203


Dianete Gonçalves de Andrade 2.974
Valor da venda do entreposto 21.942,29 26.409,47 17.265,84 21.792,06 26.945,15 28.544,08 2.732,13 145.631,02
Somatória das 3 maiores produções 9.388
Quilos comercializados 70.528 62.786 43.318 65.161 89.470 87.722 10.691 429.676
Média da Somatória 3.129
Renda média dos cooperados 837,22 1.057 1.065,91 641,69 1.228 1.275,08 1.335,08 1.062,85
Diária (20 dias Trabalhados) 156
Renda média dos não cooperados 626,03 640,00 737,11 264,33 468,00 1.224,70 660,02

Renda média de todos os envolvidos 798,82 989,91 1.016,59 533,87 828,84 1.273,22 1.335,08 968,04

Situação Financeira Quantidade


R$ Quilos comercializados per capita 2.137 2.025 2.166 1.330 2.237 3.249 3.563 2.387
Valor de Venda 15.456,08
*Dados referente a agosto/2011.
Valor da Tonelada (42.653 Kg) 2.729,79

Bruto 18.185,87

Valor dos 7% 1.273,01

Líquido 16.912,86

Porcent. por Função % Média % % + Média Diária


Equipe de Pátio 5% 3.129 156 3.285 164

Equipe de Rua 10% 3.129 313 3.442 172

Coord. De Rua e Motorista 20% 3.129 626 3.755 188

Coord. Geral 30% 3.129 939 4.068 203

66 67
Motor Geladeira

Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores Papel Branco 12.059 5.200 407 5.395 O Caso da COOPER REGIÃO
30.061

Papel Branco 4 10.045 3.738 13.783

Papel Jornal 6.480 2.087 8.052 4.013 7.160 1.677 29.469

Papel Terceira Fino 8.071 4.362 5.994 4.710 6.050 2.812 31.999
RELATÓRIO DE COMERCIALIZAÇÃO DE MATERIAL RECICLÁVEL
Material
Papel TerceiroColetado
Grosso Arpa Centro
4.812 A 4.151A
Norte 9.092C
Sul 5.353
Sul A 6.255
Leste 3.772 B
Norte 33.434
Total
DA COOPER REGIÃO - REF. JANEIRO - 2012 (pg. 41)
Papel TetraChaparia
Alumínio Pak 2.564 2.972
174 4.388 2.025 1.714
100 13.662
275
Material Coletado Arpa Centro A Norte A Sul C Sul A Leste Norte B Total Papelão Latinha
Alumínio 10.691 22.578 13.461
516 19.970
393 14.469 12.298 8.287
349 101.754
1.259
Alumínio Chaparia 174 100 275 Persiana
Antimônio 16 7,5 23
Alumínio Latinha 516 393 349 1.259 Pet 5.474 5.448 3.834 3.881 3.401 3.579 25.615
Bateria 35 35
Antimônio 16 7,5 23 Pet Colorido 100 100
Bloco 18 48 66
Bateria 35 35 Pet Óleo 307 413 172 391 223 379 1.884
Bloco II 83 9 91
Bloco 18 48 66 Plast. Balde/Bacia/PP 1.290 808 470 2.568
Chumbo
Bloco II 83 9 91 Plast. Fino Branco 1.730 934 1.660 377 1.139 1.021 6.860
Cobre encapado 82 82
Chumbo Plast. Fino 3.985 4.742 3.440 3.019 2.208
Cobre mistocolorido 3.850 21.243

Cobre encapado 82 82 Plast. Strala/Revista


Copinho PS 293 264 481 395 1.433
Cobre misto Plast. de
Sucata Seca
Ferro Passar
Copinho PS 293 264 481 395 1.433 PlásticoBranca
Seco 1.750 334 454 89 2.627
Garrafa 1.409 1.396 1.235 2.160 1.100 1.573 8.873
Ferro de Passar PVC Colorida
Garrafa 1.522 2.187 1.618 2.730 1.066 1.293 10.416
Garrafa Branca 1.409 1.396 1.235 2.160 1.100 1.573 8.873 Radiador Alumínio
Inox 2 2
Garrafa Colorida 1.522 2.187 1.618 2.730 1.066 1.293 10.416 Radiador Metal
Isopor
Inox 2 2 Rafia
Magnésio
Isopor Sacolinha 340 744 1.084
Manteiga 229 52 396 355 158 1.190
Magnésio Sucata de Lata 2.970 3.880 4.380 4.340 3.800 2.830 22.200
Metal 51 7 59
Manteiga 229 52 396 355 158 1.190 Tampinha 555 690 225 312 197 1.979
Motor Geladeira
Metal 51 7 59 Tubinho sujo
Papel Branco 12.059 5.200 407 5.395 30.061
Motor Geladeira Vidro Caco 11.513 9.000 14.650 12.700 10.690 7.000 65.553
Papel Branco 4 10.045 3.738 13.783
Papel Branco 12.059 5.200 407 5.395 30.061 Vidro Garrafa
Papel Jornal 6.480 2.087 8.052 4.013 7.160 1.677 29.469
Papel Branco 4 10.045 3.738 13.783 Vidro Garrafão
Papel Terceira Fino 8.071 4.362 5.994 4.710 6.050 2.812 31.999
Papel Jornal 6.480 2.087 8.052 4.013 7.160 1.677 29.469 Vidro Litro
Papel Terceira Grosso 4.812 4.151 9.092 5.353 6.255 3.772 33.434
Papel Terceira Fino 8.071 4.362 5.994 4.710 6.050 2.812 31.999 TOTAL 10.691 87.722 62.786 89.470 65.161 70.528 43.318 429.674
Papel Tetra Pak 2.564 2.972 4.388 2.025 1.714 13.662
Papel Terceira Grosso 4.812 4.151 9.092 5.353 6.255 3.772 33.434 Ton x R$70,78 757 6.209 4.444 6.333 4.612 4.992 3.066 30.412
Papelão 10.691 22.578 13.461 19.970 14.469 12.298 8.287 101.754
Papel Tetra Pak 2.564 2.972 4.388 2.025 1.714 13.662
Persiana
Papelão 10.691 22.578 13.461 19.970 14.469 12.298 8.287 101.754
Pet 5.474 5.448 3.834 3.881 3.401 3.579 25.615
Persiana
Pet Colorido 100 100
68 Pet 5.474 5.448 3.834 3.881 3.401 3.579 25.615
69
Pet Óleo 307 413 172 391 223 379 1.884
Contratação Pública Municipal de Uma Cooperativa de Catadores O Caso da COOPER REGIÃO

CARACTERÍSTICAS MERCADOLÓGICAS DO ENTREPOSTO CENTRO A (pg. 52)

abr/10 mai/10 jun/10 jul/10 Quantidade


ago/10 set/10 out/10 nov/10 dez/10 jan/11* fev/11* mar/11*
Receita 7.950,15 8.736,72 12.608,22 12.286,82 11.507,19 10.286,12 13.873,21 15.453,32 18.168,09 20.934,40 22.818,33 22.837,98

Toneladas 30.749 27.370 38.011 41.031 37.202 32.777 42.121 42.385 48.833 58.426 59.695 66.636
Comercializadas
Média Salarial 593,21 590,87 755,82 672,41 654,13 586,70 718,47 820,31 866,72 837,38 912,73 974,59
do Grupo
Nº. 15 17 19 20 20 20 21 20 22 22 22 21
de Cooperados

*Valores a partir da utilização da prensa e do elevador doados pelo Programa CATA AÇÃO.

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