Como Elabora Um Projecto Social

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COMO ELABORAR UM PROJECTO SOCIAL

1. O que são projectos sociais?

Um Projecto Social é um conjunto de acções planeadas e articuladas – entre pessoas


e organizações - que ajudam a resolver um determinado problema da comunidade,
devendo, com a sua realização, provocar mudanças que melhorem substancial e
significativamente a qualidade de vida dessas populações.

Para conceber um projecto de natureza social devemos em primeiro lugar organizar as


ideias.

Para tal, sugerimos um percurso em que cada passo deverá dar respostas para cada
uma das questões propostas. Com tal procedimento conseguiremos definir claramente
o objectivo da intervenção. De realçar, que este é meramente um percurso referencial.

A construção de um projecto social entrecruza-se e interage com múltiplos aspectos e


questões em torno das pessoas e da organização(ões) e comunidade em que se
inserem.

No fundo, o presente trabalho pretende apenas uma abordagem geral de alguns


tópicos fundamentais para pensar e idealizar um projecto desta natureza e assume-se
como um ponto de partida para um trabalho adequado ao caso e coerente com este.

2. Como elaborar um Projecto Social?

 ONDE?

ONDE ? = DIAGNÓSTICO

Para realizarmos um projecto que efectivamente vá ao encontro dos problemas e


expectativas de uma determinada comunidade, deveremos começar por conhecer e
analisar a situação concreta e definir o diagnóstico, que entre outros aspectos deverá
identificar e/ou reflectir sobre:
- A sua localização e seus antecedentes históricos e culturais;
- A sua dimensão, composição e caracterização em termos demográficos, sociais e
económicos;
- As problemáticas e potenciais soluções
- ...?

Descrever a realidade vivenciada por determinada comunidade, como está formada,


quais são os seus anseios e necessidades e qual o problema para o qual deverá ser
encontrada uma solução plausível é fazer um diagnóstico.

 O QUÊ?

O QUÊ? = ACÇÃO OU ACTIVIDADE PRINCIPAL

Depois de analisarmos e compreendermos a situação e aferirmos quais as principais


problemáticas em questão, devemos decidir que tipo de solução ou soluções que a
comunidade deverá assumir para as ultrapassar ou superar. O passo seguinte passará
por questionarmos: O que fazer?

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A principal acção que integrar o projecto deverá ir ao encontro da maior preocupação
da comunidade que estudamos e deverá ser bem clara e explícita. Por outro lado, não
deverá ser incompatível com outras componentes que compõem a comunidade, ou
seja, não deve pressupor soluções inadequadas, por exemplo, para com o meio-
ambiente.

 PORQUÊ?

PORQUÊ? = JUSTIFICAÇÃO/FUNDAMENTO

Precisamos agora de saber fazer cruzamentos de informação e relacionar, entre


outras questões, as razões, os motivos e a importância da nossa acção potencial. O
conjunto destes aspectos fundamentam a intervenção e o projecto propriamente dito.

No fundo, esses fundamentos e justificações já foram decerto abordados e


comentados no momento do diagnóstico. Porém, nesta fase, pressupõem-se que
sejam claramente expressos e relacionados face ao diagnóstico elaborado.

 PARA QUÊ?

PARA QUÊ? = OBJECTIVOS

É o momento de comunicarmos os objectivos do projecto que queremos desenvolver,


quais os efeitos que poderá causar, as metas a que nos propomos chegar e antecipar
ou presumir as novas situações que podem surgir, ou seja, após construirmos o
referencial de justificações e fundamentos surge a fase de descrevermos os objectivos
que pretendemos alcançar.

 PARA QUEM?

PARA QUEM? = POPULAÇÃO-ALVO

Pressupõe-se que qualquer projecto social beneficia de uma forma generalizada toda
uma comunidade de maior ou menor dimensão. Porém, a população-alvo será o grupo
de pessoas sobre o qual agirá em primeira instância, ou seja, todos aqueles que
beneficiam directamente do projecto.

Deveremos pois saber definir o número e tipo de pessoas que serão beneficiadas com
a execução do projecto. Para tal, deveremos encontrar respostas para questões, tais
como:
- Quem são?
- Quantas são?
- Que tipo de pessoas são?
- Como interagem entre si?
E outras que ajudem a identificar a população beneficiada.

Com estas perguntas estaremos a estabelecer alguns dos critérios que definirão quem
serão, concretamente, os beneficiários do projecto, ou seja, quem participará ou não
do projecto social que idealizamos.

 COMO?

COMO? = ORGANIZAÇÃO DE TAREFAS

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Chegamos ao ponto em que é importante definirmos quais serão as nossas próximas
tarefas e qual a sua ordem de execução face ao projecto global.

A nossa principal acção (O quê?) já foi entretanto estabelecida para alcançarmos os


nossos objectivos (Para quê?). Porém, para que tudo isto ocorra teremos de definir,
listar, ordenar e realizar um conjunto mais ou menos alargado de tarefas e actividades.

Existem tarefas e/ou actividades de maior ou menor envergadura, outras de rápida ou


longa execução. Muitas ainda podem ser executadas simultaneamente.

Devemos ter o extremo cuidado de não anteciparmos acções que prejudiquem a


correcta execução das restantes. Há que equacionar o grau de importância de cada
uma, estabelecer a ordem de execução e a própria maneira de as executar.

A este trabalho designamos por planeamento e organização de acções ou tarefas.

É igualmente importante nesta fase de planeamento das actividades, definirmos como


procederemos à legalização do projecto para o seu pleno funcionamento. Para tal
deveremos tomar providências com e por exemplo: alvarás e licenciamentos,
inscrições e registos obrigatórios, etc.

É fundamental o projecto possuir viabilidade do ponto de vista técnico e legal.

 QUANDO?

QUANDO? = CRONOGRAMA

O projecto terá de ter um prazo de execução. Para tal, temos de pensar no tempo
necessário para desenvolver cada actividade prevista e a partir desta reflexão
construir um cronograma, que se torna um instrumento muito útil de planeamento das
acções em conjugação com o tempo necessário para as desenvolver.

O cronograma é um elemento fundamental para a vida do projecto, pois servirá como


base referencial para a execução e acompanhamento do projecto, bem como para
futuras avaliações.

 COM QUE MEIOS?

COM QUE MEIOS? = RECURSOS

Um dos passos mais importantes para a elaboração de um qualquer projecto é


identificar o conjunto de meios e materiais necessários para a sua execução. A este
conjunto denominamos por recursos. Para além da sua identificação e quantificação, é
fundamental conhecer o seu valor e relacionar o custo dos recursos que necessitamos
para o desenvolvimento do nosso projecto.

Existem vários tipo de recursos:


- Recursos Humanos: quantas pessoas vão trabalhar e que papel vão desempenhar
no projecto (coordenador, técnicos, monitores, etc.);
- Recursos Materiais: espaço, máquinas e equipamentos, mobiliário, matéria-prima,
consumíveis de secretaria, material de higiene, etc.
- Outros Recursos: prestação de serviços de fornecimento de energia, água, gaz,
alugueres, etc.

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Depois de identificados os recursos chegou o momento de pensarmos nas fontes de
financiamento do projecto e que proporcionarão a viabilidade económico-financeira do
mesmo.

Para tal, é importante o estabelecimento de parcerias das quais deverão fazer parte
integrante os agentes sociais e económicos locais, entre outros, as autarquias, as
colectividades e associações locais, os actores de dinamização local, etc.

Convém pesquisarmos as possibilidades de financiamento por parte dos orgãos de


administração local ou regional (através de atribuição de subsídios ou donativos), das
empresas (através de patrocínios), dos organismos gestores de fundos comunitários
(através de candidaturas a apoios a fundo perdido ou outras fórmulas de atribuição).

 SERÁ ESTE O CAMINHO CERTO?

SERÁ ESTE O CAMINHO CERTO? = AVALIAÇÃO

Qualquer projecto deverá ter momentos de avaliação que nos permitam ficar com a
noção de que percorremos o melhor caminho.

Assim, a avaliação permite-nos aferir sobre a execução e desenvolvimento do projecto


relativamente ao previsto inicialmente e através da comparação da realidade do
projecto com o que almejamos alcançar ou ter.

Periodicamente devemos realizar acções de avaliação, tendo em conta:


- Quais as metodologias que devemos adoptar para avaliar o processo;
- Quais os períodos adequados para a avaliação durante a vida útil do projecto;
- Quem participa no processo de avaliação;
- Quais as acções alternativas face ao que decorreu com menor qualidade.

Um bom instrumento para realizar a avaliação do projecto é o cronograma, o qual nos


permite o acompanhamento temporal da execução.

Outro instrumento de avaliação são as reuniões para este fim expresso e nas quais se
possibilite a participação de toda a equipa responsável do projecto, reflectindo sobre
os indicadores de avaliação estabelecidos inicialmente. É igualmente útil a
participação da população beneficiada em momentos específicos de avaliação do
projecto.

Outros instrumentos que podem apoiar uma boa avaliação, são e por exemplo:
- entrevistas com a população beneficiada;
- pesquisa e reflexão sobre a situação da comunidade antes e depois do projecto;
- levantamento de opiniões dos beneficiários do projecto;
- (...)

E agora é só pôr mãos à obra. Um bom projecto!

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