Teorico
Teorico
Teorico
Objetivos da Unidade:
ʪ Material Teórico
ʪ Material Complementar
ʪ Referências
1 /3
ʪ Material Teórico
O sistema urinário é composto por dois rins, dois ureteres, uma bexiga urinária e uma uretra, e a
Urologia é o ramo da Medicina que trata dos sistemas urinários masculino e feminino e do
sistema genital masculino. As principais funções realizadas no sistema urinário são
desempenhadas pelos rins. As demais partes do sistema se constituem, principalmente, em vias
de passagem e áreas de armazenamento. Os rins possuem as seguintes funções:
Cada rim é constituído por três camadas de tecido. A cápsula fibrosa é a camada mais profunda,
uma lâmina transparente e lisa de tecido conjuntivo denso não modelado, que é contínua com a
camada externa do ureter. Essa camada possui um papel de barreira contra o traumatismo e
ajuda a manter o formato do rim. A cápsula adiposa é a camada média, constituída por tecido
adiposo que envolve a cápsula fibrosa. Também protege o rim contra traumatismos e o mantém
firmemente estável dentro da cavidade abdominal. A camada superficial é a fáscia renal, outra
camada de tecido conjuntivo denso não modelado, que liga o rim às demais estruturas
adjacentes e à parede abdominal; situa-se profundamente ao peritônio.
Encontram-se, em cada rim, de oito a dezoito cálices renais menores e de dois a três cálices
renais maiores. Um cálice renal menor recebe o filtrado dos ductos papilares de uma papila
renal e transporta até um cálice renal maior. Após a entrada nos cálices, o filtrado se torna urina,
uma vez que não acontece mais a reabsorção. Isso se deve ao epitélio simples do néfron e dos
ductos se transformar em epitélio de transição nos cálices. A partir dos cálices maiores, a urina
drena para uma única cavidade grande, nomeada pelve renal, e, posteriormente, por meio do
ureter, até a bexiga urinária.
O hilo renal se expande e origina uma cavidade dentro do rim, o seio renal, que contém parte da
pelve renal, os cálices, ramos dos vasos sanguíneos e nervos renais. O tecido adiposo é
responsável por auxiliar na estabilização dessas estruturas no seio renal. Na Figura 1 é possível
observar todas as estruturas (externas e internas) dos rins.
Figura 1 – Anatomia renal
Fonte: Adaptada de Wikimedia Commons
Saiba Mais
A glomerulonefrite é a inflamação do rim que acomete os glomérulos. A
principal causa é a reação alérgica às toxinas produzidas por
estreptococos que infectaram recentemente outra parte do corpo,
particularmente a parte oral da faringe. Pode ocorrer lesão permanente
dos glomérulos, levando à insuficiência renal crônica.
Adrenal
As glândulas adrenais, também chamadas de glândulas suprarrenais, são pares, localizadas de
maneira superior a cada rim no espaço retroperitoneal e apresentam uma forma piramidal
achatada. Em um adulto típico, cada glândula suprarrenal mede de 3 a 5 cm de altura, de 2 a 3 cm
de largura e menos de 1 cm de espessura; possui peso de aproximadamente 3,5 a 5 g e apenas
metade de seu peso ao nascimento. Durante o desenvolvimento embrionário, as glândulas
suprarrenais se diferenciam em duas regiões com funções e estruturas distintas: um grande
córtex da glândula suprarrenal, que se desenvolve a partir do mesoderma, localizado
perifericamente e que representa 80 a 90% do peso, e uma pequena medula da glândula
suprarrenal, desenvolvida a partir do ectoderma e com uma localização central.
O córtex da glândula suprarrenal possui papel importante na formação de hormônios que são
essenciais para a vida. A perda completa dos hormônios adrenocorticais pode levar à morte em
alguns dias ou semanas, decorrente de desidratação e desequilíbrio eletrolítico. Entretanto, a
terapia de reposição hormonal pode ser iniciada imediatamente para reverter essa situação.
Ainda, o córtex se subdivide em três zonas e cada uma delas é responsável por secretar
hormônios diferentes: 1) a zona externa, localizada abaixo da cápsula fibrosa denominada zona
glomerulosa, que secreta hormônios mineralcorticoides, os quais afetam o metabolismo dos
minerais sódio e potássio (ex.: aldosterona); (2) a zona intermediária, denominada zona
fasciculada, responsável por secretar glicocorticoides (ex.: cortisol) que afetam o metabolismo
da glicose; e (3) a zona interna, chamada zona reticulada, responsável por sintetizar pequenas
quantidades de androgênios fracos, que são hormônios que exercem efeitos masculinizantes.
Após seus estudos, reunimos as informações de que a urina flui através dos cálices renais
menores, que se unem para formar cálices renais maiores, os quais se unem para formar a pelve
renal. A partir da pelve renal, iniciam-se os processos para transporte, armazenamento e
eliminação dessa urina. Vamos estudar todas as estruturas que atuam nesse funcionamento.
Ureteres
Cada um dos dois ureteres é responsável por transportar a urina da pelve renal de um rim para a
bexiga urinária. O transporte rumo à bexiga urinária se deve às contrações peristálticas das
paredes musculares dos ureteres, entretanto, a pressão hidrostática e a gravidade também
contribuem. A frequência das ondas peristálticas que se propagam da pelve renal para a bexiga
urinária varia de uma a cinco por minuto, o que depende da velocidade da formação da urina.
Ainda que não exista uma válvula anatômica na abertura de cada ureter para dentro da bexiga
urinária, há uma válvula fisiológica muito favorável. Durante o enchimento da bexiga urinária, a
pressão na região interior comprime os óstios oblíquos dos ureteres, impedindo o fluxo
retrógrado de urina e, uma vez que essa válvula fisiológica não funciona adequadamente, é
possível que micróbios que estão presentes na bexiga ascendam pelos ureteres, ocasionando em
uma infecção de um ou de ambos os rins.
Os ureteres são formados por três túnicas ou camadas. A camada mais profunda é a túnica
mucosa, uma membrana mucosa com epitélio de transição e uma lâmina própria subjacente de
tecido conjuntivo frouxo, além de possuir uma quantidade considerável de colágeno, fibras
elásticas e tecido linfático.
O epitélio de transição possui capacidade de se distender, o que é uma grande vantagem para
todo o órgão, que precisa acomodar um volume variável de líquido. Já o muco secretado pela
mucosa impede que as células das paredes do ureter entrem em contato com a urina, o que é de
extrema importância, visto que a concentração de solutos e o pH da urina pode diferir
drasticamente daquele do citosol das células que formam as paredes do ureter.
A camada intermediária é a túnica muscular e se caracteriza por quase toda a extensão do ureter.
É composta pelas camadas longitudinal interna e circular externa de fibras musculares lisas. A
peristalse constitui a principal função da túnica muscular.
O suprimento arterial dos ureteres acontece devido às artérias renal, testicular ou ovárica, ilíaca
comum e vesical inferior. As veias possuem nomes correspondentes aos das artérias e,
finalmente, terminam na veia cava inferior.
Figura 3 – Representação do sistema urinário para
visualização dos ureteres
Fonte: Adaptada de Freepik
Bexiga Urinária
A bexiga urinária é um órgão muscular oco e distensível, localizado na cavidade pélvica
posteriormente à sínfise púbica. Nos homens, possui localização diretamente anterior ao reto. Já
nas mulheres, situa-se anteriormente à vagina e inferiormente ao útero. A bexiga urinária se
mantém em posição através de pregas de peritônio e condensação de tecido conjuntivo na pelve.
Seu formato depende da quantidade de urina que ela contém. Quando a bexiga está vazia,
apresenta-se colapsada; quando distendida, torna-se esférica e, conforme o aumento do
volume de urina, torna-se piriforme e ascende para a cavidade abdominal. A capacidade média
da bexiga urinária é 700 a 800 mL (nas mulheres, essa quantidade é menor devido ao útero, que
ocupa o espaço imediatamente superior à bexiga).
No assoalho da bexiga urinária, há uma pequena área triangular denominada trígono da bexiga,
que apresenta uma aparência lisa devido à firme ligação entre a túnica mucosa e a túnica
muscular. Os dois ângulos posteriores do trígono possuem os dois óstios dos ureteres; a
abertura da uretra, o óstio interno da uretra, situa-se no ângulo anterior.
São três túnicas que constituem a parede da bexiga urinária. A mais profunda, denominada
túnica mucosa, é uma membrana mucosa composta de epitélio de transição e de uma lâmina
própria subjacente, semelhante àquela dos ureteres. Ainda, observa-se a presença de pregas.
A túnica mais superficial da bexiga urinária nas faces posterior e inferior é a túnica adventícia,
uma camada de tecido conjuntivo frouxo que é contínua com a dos ureteres. Por fim, na face
superior da bexiga urinária está a túnica serosa, uma camada de peritônio.
Figura 4 – Anatomia da bexiga urinária
Fonte: Adaptada de Wikimedia Commons
Uretra
A uretra é um pequeno tubo que se estende do óstio interno da uretra no assoalho da bexiga
urinária até o exterior do corpo. Tanto nos homens quanto nas mulheres, a uretra é a parte
terminal do sistema urinário e a via de passagem para a eliminação da urina do corpo. Nos
homens, também participa como via de saída do sêmen, além do seu comprimento e seu trajeto
serem consideravelmente diferentes daqueles nas mulheres.
A uretra masculina, que também é constituída de uma túnica mucosa profunda e de uma túnica
muscular superficial, subdivide-se em três partes anatômicas: (1) a parte prostática da uretra,
que atravessa a próstata; (2) a parte membranácea da uretra, que é uma parte mais curta e passa
através dos músculos profundos do períneo; e (3) a parte esponjosa da uretra, uma parte mais
longa e que tem passagem pelo pênis.
Vamos entender, a princípio, como funciona a anatomia do sistema genital masculino. Na Figura
5 você pode observar as estruturas que serão citadas a seguir e encontrar suas determinadas
localizações.
Escroto
O escroto é a estrutura anatômica que contém os testículos; é constituído por uma bolsa
formada de pele frouxa e tela subcutânea que pende da raiz (ou parte fixa) do pênis.
Externamente, o escroto possui semelhança com uma bolsa de pele dividida em porções laterais
por uma crista mediana, denominada rafe (sutura). Internamente, divide-se pelo septo do
escroto em duas bolsas distintas, e cada uma delas contém um testículo. O septo é constituído de
tela subcutânea e tecido muscular, o músculo dartos, composto de feixes de fibras musculares
lisas. Associado a cada testículo no escroto, está o músculo cremaster, que é constituído por
várias pequenas faixas de músculo esquelético que descem, como uma extensão do músculo
oblíquo interno do abdome, através do funículo espermático e circundam o testículo.
Saiba Mais
A localização do escroto e a contração de suas fibras musculares
regulam a temperatura dos testículos, uma vez que a produção normal
de espermatozoides depende de uma temperatura de cerca de 2°C a 3°C
abaixo da temperatura central do corpo.
Testículos
Os testículos são duas glândulas ovais que se localizam no escroto e medem cerca de 5 cm de
comprimento, 2,5 cm de diâmetro e pesam entre 10 a 15 g. Os testículos são revestidos
parcialmente pela túnica vaginal, uma membrana serosa derivada do peritônio que se forma
durante a descida dos testículos. Possui também uma lâmina visceral e uma lâmina parietal e
forma uma relação de “punho dentro do balão” com o testículo. O acúmulo de líquido seroso na
cavidade da túnica vaginal é denominado hidrocele e pode ser causado por lesão dos testículos
ou inflamação do epidídimo. Na região interna à lâmina visceral da túnica vaginal, o testículo é
coberto por uma cápsula fibrosa branca formada de tecido conjuntivo denso não modelado,
denominado túnica albugínea, que se estende para dentro e forma septos que dividem cada
testículo em uma série de compartimentos internos chamados lóbulos. Cada um dos duzentos a
trezentos lóbulos possui de um a três túbulos densamente espiralados, denominados túbulos
seminíferos, local em que são produzidos os espermatozoides. O processo de produção dos
espermatozoides nos túbulos seminíferos é denominado espermatogênese.
Epidídimo
O epidídimo é um órgão com aproximadamente 4 cm de comprimento com curvatura ao longo
da margem posterossuperior de cada testículo e quando visto de perfil, possui o formato de uma
vírgula. Cada epidídimo é formado pelo ducto do epidídimo, que é muito espiralado. Na região
superior e maior do epidídimo, denominada cabeça, os ductos eferentes do testículo se unem ao
ducto do epidídimo. O corpo é a região média estreita do epidídimo e a cauda é a região inferior,
menor.
Saiba Mais
O ducto do epidídimo possuiria aproximadamente 6 m de comprimento
se esticado. É revestido por epitélio colunar pseudoestratificado e
circunda por uma camada de músculo liso.
A principal função do epidídimo é proporcionar um local de maturação dos espermatozoides,
processo pelo qual estes adquirem motilidade e capacidade de fertilizar o óvulo. Além dessas
funções, o epidídimo também armazena espermatozoides e, durante a excitação sexual, auxilia
no impulsionamento por meio da contração peristáltica de seu músculo liso para o ducto
deferente. O armazenamento dos espermatozoides pode durar meses, e todos aqueles que não
são ejaculados depois desse tempo acabam por ser fagocitados reabsorvidos.
Figura 6 – Anatomia do epidídimo
Fonte: Adaptada de Wikimedia Commons
Ducto Deferente
O ducto deferente possui 45 cm de comprimento, ascende ao longo da margem posterior do
epidídimo e segue pelo funículo espermático até o ponto, na parede abdominal inferior, em que
atravessa o canal inguinal e entra na cavidade pélvica. A partir daí, faz uma curva sobre o ureter,
passa sobre a face lateral da bexiga e desce ao longo de sua face posterior. A parte terminal
dilatada do ducto deferente é denominada ampola do ducto deferente. A túnica mucosa desse
ducto é composta por epitélio colunar pseudoestratificado e lâmina própria de tecido conjuntivo
areolar. A túnica muscular possui três camadas: as camadas interna e externa são longitudinais,
e a média é circular.
Ductos Ejaculatórios
Cada ducto ejaculatório possui 2 cm de comprimento e é composto pela união do ducto da
glândula seminal à ampola do ducto deferente. Os ductos ejaculatórios curtos se originam logo
superiores a base (parte superior) da próstata e seguem pela próstata, em sentido inferior e
anterior. Eles terminam na parte prostática da uretra, na qual ejetam os espermatozoides e as
secreções da glândula seminal logo antes da liberação do sêmen da uretra para o exterior.
Uretra
A uretra masculina é o ducto terminal compartilhado pelos sistemas genital e urinário, dando
passagem tanto ao sêmen quanto à urina. Possui 20 cm de comprimento, atravessa a próstata,
os músculos profundos do períneo e o pênis. Você pode rever a anatomia da uretra na seção
sobre o sistema urinário!
Glândulas Seminais
As duas glândulas seminais, ou vesículas seminais, são estruturas que se assemelham a bolsas
enoveladas, com comprimento de 5 cm, e se localizam na base da bexiga e posteriormente a ela,
em posição anterior ao reto. Através dos ductos, liberam um líquido viscoso e alcalino que possui
frutose (monossacarídeo), prostaglandinas e proteínas da coagulação diferentes daquelas
encontradas no sangue. A alcalinidade no líquido participa na neutralização do meio ácido da
uretra masculina e do sistema genital feminino, que, por outras maneiras, inativaria e destruiria
os espermatozoides. A frutose é utilizada para produção de adenosina trifosfato (ATP) e as
prostaglandinas contribuem para a motilidade e viabilidade dos espermatozoides, além de
estimularem contrações musculares no sistema genital feminino. As proteínas de coagulação
ajudam a evitar a saída dos espermatozoides na vagina. Cerca de 60% do volume do sêmen é
constituído pelo líquido produzido pelas glândulas seminais.
Próstata
A próstata (Figura 7) é uma glândula com formato de anel, com o tamanho aproximado de uma
bola de pingue-pongue – 4 cm de largura, 3 cm de altura e 2 cm de profundidade. Localiza-se
inferiormente à bexiga e circunda a parte prostática da uretra. A próstata cresce devagar desde o
nascimento até a puberdade e, depois, se expande rapidamente. O tamanho se mantém estável
dos 30 até os 45 anos e, após essa idade, pode voltar a aumentar, constringindo a uretra e
interferindo com o fluxo da urina.
Figura 7 – Próstata com vesículas seminais e ductos
seminais, vistas de frente e por baixo
Fonte: Adaptada de Wikimedia Commons
A próstata secreta um líquido leitoso e levemente ácido (pH próximo à 6,5) que possui várias
substâncias:
Glândulas Bulbouretrais
As duas glândulas bulbouretrais, também chamadas glândulas de Cowper, possuem tamanho
aproximado de uma ervilha e se localizam inferiormente à próstata de cada lado da parte
membranácea da uretra nos músculos profundos do períneo. Durante a excitação sexual, as
glândulas bulbouretrais liberam uma substância alcalina responsável por neutralizar os ácidos
da urina presentes na uretra, o que protege os espermatozoides que por ali passam. Ainda
secreta muco, que lubrifica a extremidade do pênis e o revestimento da uretra, o que reduz a
quantidade de espermatozoide danificados durante a ejaculação.
Pênis
O pênis é uma estrutura de apoio do sistema genital masculino que contém a uretra e dá
passagem para a ejaculação do sêmen e a excreção da urina. É uma estrutura cilíndrica formada
por corpo, glande e raiz. O corpo do pênis é composto de três massas cilíndricas de tecido e cada
uma delas é envolvida pela túnica albugínea, um tecido fibroso. As duas massas dorsolaterais do
corpo do pênis são denominadas corpos cavernosos do pênis. A massa ventral média, uma
estrutura menor, denominada corpo esponjoso do pênis, possui a parte esponjosa da uretra e a
mantém aberta durante a ejaculação. A pele e a tela subcutânea revestem as três massas,
formadas de tecido erétil. Esse tecido erétil é composto de muitos seios que possuem sangue, ou
espaços vasculares, revestidos de células endoteliais e envolvidos por músculo liso e tecido
conjuntivo elástico.
A glande do pênis é a extremidade distal do corpo esponjoso do pênis, caracterizada por ser uma
região pouco dilatada e globosa, e sua margem é denominada coroa. A parte distal da uretra se
expande na glande, com uma abertura terminal em formato de fenda, o óstio externo da uretra.
O revestimento frouxo que cobre a glande do pênis não circuncisado é denominado prepúcio.
Você Sabia?
O termo priapismo é referente à ereção persistente do pênis,
geralmente dolorosa, não associada a desejo ou excitação sexual. Sua
durabilidade pode ser de até horas, acompanhada de palpitações. Suas
causas são anormalidades dos vasos sanguíneos e nervos, geralmente
em resposta a medicamentos usados para produção da ereção, ou
distúrbios da medula espinhal, leucemia, doença falciforme ou tumor
pélvico.
Ovários
Os ovários são duas glândulas que se assemelham em tamanho e formato a amêndoas sem
casca. São as gônadas femininas, homólogas aos testículos, ou seja, possuem a mesma origem
embrionária. Localizam-se um de cada lado do útero e descem até a margem da parte superior da
cavidade pélvica durante o terceiro mês de desenvolvimento. Diversos ligamentos mantêm a
posição dos ovários. O ligamento largo do útero, que é uma prega de peritônio, é responsável por
fixar os ovários por meio de um subgrupo dessa prega peritoneal chamada mesovário.
O ligamento útero-ovárico que ancora os ovários no útero e o ligamento suspensor do ovário é
responsável por prendê-los à parede pélvica. Cada ovário possui um hilo, que é o ponto de
entrada e saída de vasos sanguíneos e nervos ao longo do qual se fixa o mesovário. A formação
de gametas nos ovários é determinada oocitogênese.
Tubas Uterinas
As mulheres possuem duas tubas uterinas, também nomeadas como ovidutos, que se estendem
lateralmente a partir do útero. Medem cerca de 10 cm de comprimento e se situam nas pregas do
ligamento largo do útero; conduzem oócitos secundários e óvulos fertilizados dos ovários até o
útero. O infundíbulo é a parte afunilada de cada tuba uterina e está perto do ovário, mas é aberto
para a cavidade peritoneal. Termina em uma franja de projeções digitiformes chamadas
fímbrias, uma das quais está presa à extremidade lateral do ovário.
Útero
O útero é uma estrutura que possui diversas funções, como no trajeto dos espermatozoides
depositados na vagina da mulher até chegarem às tubas uterinas. É também o local de
implantação do blastocisto, do desenvolvimento do feto durante a gravidez e do trabalho de
parto. Quando essa implantação não acontece, o útero é a origem do fluxo menstrual.
Localiza-se entre a bexiga e o reto, com tamanho e formato de uma pera invertida. Em mulheres
que nunca engravidaram, mede aproximadamente 7,5 cm de comprimento, 5 cm de largura e
2,5 cm de espessura. Em mulheres que estiveram grávidas recentemente, o útero é maior e,
quando os níveis de hormônios sexuais estão baixos (ex.: após a menopausa), o útero fica
atrofiado.
A anatomia do útero é dividida da seguinte maneira: (1) uma parte em formato de cápsula,
superiormente às tubas uterinas, denominada fundo do útero; (2) uma região afilada,
denominada corpo do útero; e (3) o colo do útero, uma parte estreita e inferior que se abre na
vagina. Entre o corpo e o colo do útero, encontra-se o istmo, uma região estreitada que mede
cerca de 1 cm de comprimento. A cavidade do útero se dá no interior do corpo do útero e o
interior do colo estreito é o canal do colo do útero. Esse canal se abre na cavidade do útero,
através do óstio anatômico interno do útero, e na vagina, por meio do óstio do útero.
Glossário
Cisto ovariano: é uma bolsa cheia de líquido sobre o ovário ou dentro
dele. Cistos são relativamente comuns, não costumam ser cancerosos e
desaparecem sozinhos. Eles podem ocasionar pressão, dor contínua e
fraca ou distensão abdominal, dor durante a relação sexual,
menstruação tardia e hemorragia vaginal. A maioria dos cistos
ovarianos não requer tratamento, mas alguns maiores (mais de 5 cm)
podem ser removidos cirurgicamente.
Vagina
A vagina é um canal fibromuscular tubular de aproximadamente 10 cm de comprimento,
revestido por túnica mucosa que se estende a partir do exterior do corpo até o colo do útero. É a
via que recebe o pênis durante a relação sexual, possibilita o trajeto de saída do fluxo menstrual e
dá passagem ao feto no parto. Situa-se posteriormente à bexiga urinária e à uretra e
anteriormente ao reto; a vagina segue em direção superior e posterior até se inserir no colo do
útero. Fórnice é o nome dado a um recesso que circunda a fixação da vagina ao colo do útero.
Quando inserido de maneira correta, o diafragma contraceptivo apoia-se no fórnice, em que é
mantido no lugar e recobre o colo do útero.
A túnica mucosa da vagina é contínua com a túnica mucosa do útero. A da vagina possui grandes
depósitos de glicogênios, cuja decomposição produz ácidos orgânicos. A túnica muscular é
composta de uma camada longitudinal superficial e uma camada circular profunda de músculo
liso que pode se distender bastante para receber o pênis durante a relação sexual e o lactente
durante o parto. A túnica adventícia, que é a camada superficial, ancora a vagina a órgãos
vizinhos, como a uretra e a bexiga urinária anteriormente, e ao reto e ao canal anal
posteriormente.
O hímen é uma prega delgada de túnica mucosa vascularizada. Ele forma uma orla em torno do
óstio da vagina, a extremidade inferior da abertura para o exterior, fechando-a parcialmente.
Após a ruptura (geralmente depois da primeira relação sexual), há apenas remanescentes do
hímen. Algumas vezes, o hímen cobre todo o óstio, uma condição denominada hímen
imperfurado, podendo haver necessidade de cirurgia para abrir o óstio e permitir a saída do
fluxo menstrual.
Pudendo Feminino
O termo pudendo feminino, ou vulva, refere-se aos órgãos genitais femininos externos. São
eles:
O monte do púbis, que se localiza anteriormente aos óstios da vagina e da uretra e
possui uma elevação de tecido adiposo recoberta por pele e pelos púbicos espessos,
responsáveis por proteger a sínfise púbica;
Na região medial aos lábios menores, existem duas pregas cutâneas menores, os
lábios menores do pudendo. Eles não possuem pelos púbicos como os lábios
maiores, nem gordura. Têm poucas glândulas sudoríferas, mas possuem muitas
glândulas sebáceas, responsáveis por produzirem substâncias antimicrobianas,
além de garantir a lubrificação durante a relação sexual. Os lábios menores são
homólogos à parte esponjosa (peniana) da uretra;
O clitóris é uma pequena massa cilíndrica composta de tecido erétil e nervos que se
localizam na junção anterior dos lábios menores. O prepúcio do clitóris é uma
camada de pele que se forma no ponto em que os lábios menores do pudendo se
unem e recobrem o corpo do clitóris. O corpo do clitóris possui dois corpos de tecido
erétil, denominados corpos cavernosos. São similares aos do pênis, curvam-se
posteriormente e se fixam aos ramos de púbis e ísquio, como os ramos do clitóris. O
clitóris aumenta em resposta à estimulação tátil e participa da excitação sexual
feminina;
Períneo
O períneo é uma área com formato de losango com posição medial às coxas e nádegas de
homens e mulheres. Contém os órgãos genitais externos e o ânus. Os limites do períneo são:
anterior, sínfise púbica; lateral, túberes isquiáticos; e posterior, cóccix. Uma linha transversal
entre os túberes isquiáticos separa o períneo em uma região urogenital anterior, que contém os
óstios da uretra e da vagina, e uma região anal posterior, que contém o ânus.
Leitura
Atuação de Profissionais de Saúde e Qualidade das Ações no Controle
de Câncer Cervicouterino: um Estudo Transversal
Agora que você conheceu toda a anatomia dos sistemas genitais
masculino e feminino, leia o artigo a seguir.
ACESSE
2/3
ʪ Material Complementar
Vídeos
ʪ Referências
DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana básica. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2011.
TORTORA, G. J.; NIELSEN, M. T. Princípios de anatomia humana. 12. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2013.