Rémy - António - Otimizacao Com Excel

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INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA

INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO DE


COIMBRA

PROJETO ORGANIZACIONAL

OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO COM “EXCEL DASHBOARD”

Rémy Vilela António

Projeto realizado no Mestrado Sistema de Informação de Gestão com a


Orientação de:

Doutora Ana Cristina Santos Amaro

Novembro 2016
OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO COM “EXCEL DASHBOARD”
ORIENTADO PARA A GESTÃO

Rémy Vilela António

Orientador

Doutora Ana Cristina Santos Amaro

Novembro 2016
AGRADECIMENTOS

Este espaço é dedicado àqueles que deram a sua contribuição para que esta dissertação
fosse realizada. A todos eles deixo aqui o meu agradecimento sincero.

Aos meus pais, Jorge e Helena pela compreensão e por estarem sempre do meu lado.

À minha orientadora, Doutora Ana Cristina dos Santos Amaro pela forma que orientou o
meu trabalho. Pelo tempo despendido em prol deste trabalho e pela força que sempre me deu
na realização deste projeto.

Aos meus amigos que me apoiaram nesta fase, especialmente ao Ricardo Pinto
companheiro nesta “aventura”.

À empresa por me proporcionar a realização deste projeto.

iii
RESUMO
O planeamento industrial e a otimização dos processos produtivos são essenciais para a
melhoria contínua do desempenho operacional e para o crescimento económico sustentado.
Este projeto tem por objetivo criar um modelo de planeamento ótimo adequado à
representação do processo de fabrico de um produto inovador produzido a partir de lixo e
patenteado por uma empresa portuguesa.
O projeto desenvolveu-se num período de ensaios, em instalação piloto, pelo que a
oportunidade da implementação e a pertinência organizacional dos resultados a alcançar
constituíram uma importante motivação. Por outro lado, o cariz inovador do processo e o seu
potencial de integração e gestão logística são desafios científicos atuais e de reconhecida
relevância.
Paralelamente, considerado o carácter de aplicação prática da proposta, foi desenvolvido
um dashboard em Microsoft Excel, orientado para o controlo e gestão de indicadores de
produção, com o propósito de criar uma interface facilitador da apreciação e tomada de decisão
pelos gestores da fábrica.
Os resultados obtidos permitiram alcançar uma visão mais detalhada das várias etapas do
processo fabrico (i.e. receção das matérias-primas, tratamento, processamento de misturas e
extrusão) e dos seus produtos finais.
Em termos globais, os objetivos traçados foram alcançados e, nessa sequência, foi
identificado um conjunto de propostas de oportuno interesse para desenvolvimentos futuros.

Palavras-
Palavras-chave:
chave: Planeamento da produção, gestão de operações, otimização, dashboard e
Reciclagem.

ABSTRACT
The industrial planning and the optimization of production processes are essential for the
constant improvement of operational performance and for a continuous economic growth.
This project aims to develop an optimal planning model suitable for the representation of
an innovative manufacturing process, patented by a Portuguese company and used to
manufacture new products from garbage.
The project started within a pilot phase, thus finding a motivation strengthened by the
implementation challenge and by the organizational relevance of the results to achieve. In
addition, the innovative nature of the process and its potential for logistic integration and
management are current scientific opportunities of recognized relevance.
Besides that, considering the practical scope of the proposal, a Microsoft Excel dashboard
was build, with the purpose of creating an interface that facilitates analysis and decision making
of the industrial managers, oriented by the control and management of production indicators.
The results obtained allowed a detailed perspective over the various stages of the
manufacturing process (i.e. receipts of raw material, processing, blending and extrusion) and its
final products.
Globally, the objectives outlined were achieve and, consequently, some interesting
research subjects identified for future developments.

Keywords: Production Planning, operations management, optimization, dashboard and recycling.

RÉMY ANTÓNIO
iv
ÍNDICE

AGRADECIMENTOS ...............................................................................................................................III

RESUMO .............................................................................................................................................. IV

ABSTRACT ............................................................................................................................................ IV

ÍNDICE................................................................................................................................................... V

ÍNDICE DE FIGURAS ............................................................................................................................. VII

ÍNDICE DE TABELAS ............................................................................................................................ VIII

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 9

1.1 IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA ............................................................................................................ 9


1.2 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA ............................................................................................................ 10
1.3 PERTINÊNCIA DO TEMA DE PROJETO ................................................................................................... 10
1.4 OBJETIVOS E METODOLOGIA ............................................................................................................. 12
1.4.1 OBJETIVOS GERAIS.............................................................................................................................. 12
1.4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ....................................................................................................................... 12
1.4.3 METODOLOGIA .................................................................................................................................. 12
1.5 ESTRUTURA DO RELATÓRIO ............................................................................................................... 13

CAPÍTULO II – ENQUADRAMENTO TEÓRICO......................................................................................... 15

2.1 GESTÃO DA PRODUÇÃO E DAS OPERAÇÕES ........................................................................................... 15


2.2 PLANEAMENTO DA PRODUÇÃO .......................................................................................................... 17
2.2.1 NÍVEIS DE PLANEAMENTO................................................................................................................. 17
2.2.2 PROPOSTAS, MÉTODOS E TÉCNICAS DE PLANEAMENTO .......................................................................... 20
2.3 RECICLAGEM E SUSTENTABILIDADE ..................................................................................................... 22
2.4 GESTÃO DE INFORMAÇÃO................................................................................................................. 23
2.4.1 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO .................................................................................................................. 23
2.4.2 DASHBOARD ...................................................................................................................................... 24
2.5 SUMÁRIO ...................................................................................................................................... 25

CAPÍTULO III – ANÁLISE DE CONTEXTO ................................................................................................ 26

3.1 CONTEXTO POLITICO, ECONÓMICO, SOCIAL E TECNOLÓGICO .................................................................... 26


3.1.1 FATORES POLÍTICOS – LEGAIS ............................................................................................................ 26
3.1.2 FATORES ECONÓMICOS .................................................................................................................... 26
3.1.3 FATORES SOCIAIS ............................................................................................................................ 27
3.1.4 FATORES TECNOLÓGICOS.................................................................................................................. 27
3.2 DESCRIÇÃO DA ENVOLVENTE SETORIAL DA EMPRESA .............................................................................. 28
3.2.1 ANÁLISE DA INDÚSTRIA .................................................................................................................... 28
3.2.2 ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA ............................................................................................................. 28

RÉMY ANTÓNIO
v
3.2.3 PODER DE NEGOCIAÇÃO DOS FORNECEDORES ....................................................................................... 29
3.2.4 PRODUTOS SUBSTITUTOS.................................................................................................................. 29
3.2.5 ANÁLISE DE RECURSOS E CAPACIDADES ................................................................................................ 30
3.2.6 ANÁLISE DA CADEIA DE VALOR ........................................................................................................... 31
3.2.7 ANÁLISE SWOT ............................................................................................................................. 34
3.3 SUMÁRIO ...................................................................................................................................... 34

CAPÍTULO IV – ANÁLISE DO PROCESSO DE PRODUÇÃO ........................................................................ 35

4.1 LAYOUT INDUSTRIAL ........................................................................................................................ 35


4.1.1 ZONA 1 – RECEÇÃO DE MATÉRIAS-PRIMAS ........................................................................................ 35
4.1.2 ZONA 2 – PREPARAÇÃO DAS MATÉRIAS-PRIMAS .................................................................................. 36
4.1.3 ZONA 3 – PREPARAÇÃO DAS MATÉRIAS VIRGENS ................................................................................. 39
4.1.4 ZONA 4 – EXTRUSÃO / PRODUÇÃO DE PRODUTO ................................................................................. 40
4.1.5 ZONA 5 – PRODUÇÃO DE PALETES .................................................................................................... 42
4.1.6 ZONA 7 – PRODUÇÃO DE ESTACAS .................................................................................................... 42
4.2 ANÁLISE DO PROCESSO DE PRODUÇÃO................................................................................................. 43

CAPÍTULO V – PLANEAMENTO DA PRODUÇÃO .................................................................................... 44

5.1 LAYOUT E OPERAÇÃO PROGRAMADA ................................................................................................... 44


5.2 MODELO DE PLANEAMENTO ............................................................................................................. 45
5.3 ALGORITMOS DE RESOLUÇÃO E MONITORIZAÇÃO DE RESULTADOS ........................................................... 53

CAPÍTULO VI – ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS ....................................................................... 55

6.1 PLANEAMENTO TÁTICO .................................................................................................................... 55


6.2 PLANEAMENTO OPERACIONAL........................................................................................................... 60
6.3 MONITORIZAÇÃO DE RESULTADOS – EXCEL DASHBOARD ........................................................................ 65
6.4 SUMÁRIO ......................................................................................................................... 67

CAPÍTULO VII – CONCLUSÕES ............................................................................................................... 68

7.1 PRINCIPAIS CONCLUSÕES DO TRABALHO DESENVOLVIDO ......................................................................... 68


7.2 PERSPETIVAS PARA TRABALHOS FUTUROS............................................................................................. 68
7.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................... 69

BIOGRAFIA ........................................................................................................................................... 71

ANEXOS ............................................................................................................................................... 74

RÉMY ANTÓNIO
vi
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1- Análise das atividades. .........................................................................................................31


Figura 2 - Análise SWOT ......................................................................................................................34
Figura 3 - Etapas de preparação dos materiais plásticos e compósitos. ............................................36
Figura 4- Destroçador .........................................................................................................................37
Figura 5- Separador de densidade ......................................................................................................37
Figura 6- Máquina de lavagem e secagem..........................................................................................38
Figura 7 - Tratamento matérias-primas (Mobiliário) .........................................................................38
Figura 8 - Tratamento das matérias primas (Construção) ..................................................................38
Figura 9 - Preparação de matérias virgem ..........................................................................................39
Figura 10 - Processo de mistura ..........................................................................................................40
Figura 11 - Extrusão ............................................................................................................................40
Figura 12- Extrusora ............................................................................................................................41
Figura 13- Sistema de arrefecimento..................................................................................................41
Figura 14 - Máquina de corte..............................................................................................................41
Figura 15 - Paletizador ........................................................................................................................41
Figura 16- Processo de fabrico de paletes ..........................................................................................42
Figura 17- Etapa de preparação de matérias virgens ........................................................................47
Figura 18 - Etapa de mistura ...............................................................................................................47
Figura 19 - Etapa de preparação matérias-primas..............................................................................47
Figura 20- Produção de produtos cenário 1 .......................................................................................56
Figura 21- Produção de paletes ..........................................................................................................57
Figura 22 - Produção de estacas 3 cenários ........................................................................................58
Figura 23 - Produção de Tábuas nos 3 cenários..................................................................................58
Figura 24- Produção de barrotes nos 3 cenários ................................................................................59
Figura 25- Produção de paletes nos 3 cenários .................................................................................59
Figura 26- Produção semana 1 ...........................................................................................................61
Figura 27 -Produção de paletes ..........................................................................................................62
Figura 28 - Produção de estacas .........................................................................................................62
Figura 29 - Produção de tábuas ..........................................................................................................63
Figura 30 - Produção de barrotes .......................................................................................................63
Figura 31 - Produção semana 8...........................................................................................................64
Figura 32- Dashboard ..........................................................................................................................66

RÉMY ANTÓNIO
vii
ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Análise de recursos e capacidades. ....................................................................................30


Tabela 2 - Análise da Cadeia de Valor .................................................................................................32

RÉMY ANTÓNIO
vii
i
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO

No âmbito da componente não letiva do mestrado em Sistemas de Informação de Gestão,


do Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra, foi proposto um projeto de
otimização do processo produtivo da unidade fabril destinada à produção de um produto, a partir
de resíduos não metálicos.

O estrito cumprimento das restrições de sigilo imposta pela empresa de acolhimento do


projeto impedem a divulgação quer da sua denominação quer da designação comercial do
produto. A motivação apresentada pela Organização prende-se com a fase de implementação
industrial do processo patenteado e com o facto de o produto ainda não se encontrar em
comercialização. Importa, contudo, notar que a empresa, onde então desenvolvia atividade
profissional, aceitou de bom grado o desafio desta proposta de trabalho, permitindo a recolha de
dados e cedendo a informação necessária ao desenvolvimento do projeto.

Assim, por questões de facilidade de exposição, convencionou-se a denominação fictícia


de WasteMix para o produto, referenciando-se a empresa portuguesa detentora da respetiva
patente, como empresa ou organização de acolhimento do projeto.

Apresentadas as considerações introdutórias, passa-se a apresentar o problema e a


empresa de acolhimento do projeto, de forma a contextualizar o tema e a traçar os objetivos
propostos para a realização do mesmo.

1.1 Identificação do Problema

No momento da realização deste estudo a empresa operava numa unidade piloto de forma
a realizar testes para a projeção da fábrica final, nomeadamente estudo dos equipamentos que
iriam transformar as matérias-primas em produto final. A empresa detinha pouco equipamento
industrial no local, operando parte do processo produtivo com equipamento de teste ou
recuperado de outras indústrias.

É neste contexto que o presente projeto tem o seu enquadramento inicial. A proposta de
trabalho envolve o desenvolvimento de uma interface para auxiliar a tomada de decisão por parte

RÉMY ANTÓNIO
9
dos gestores da futura unidade fabril. Para tanto, foi proposta a criação de um dashboard
orientado para a monitorização de alguns indicadores de produção que permitissem auxiliar as
decisões de gestão industrial.

Paralelamente, a importância de acompanhar o processo e de gerir a sua operação exigia


o desenvolvimento de estratégias de planeamento da produção. Este objetivo foi incorporado
através do desenvolvimento de modelos de otimização capazes de representar o problema de
planeamento da produção ao nível tático (p.ex: 6 meses) e ao nível operacional (p.ex: semanal).

1.2 Apresentação da empresa

A organização de acolhimento do projeto é uma empresa nacional de transformação de


resíduos não metálicos. A empresa virá a operar no Alentejo e é detentora da patente do produto,
WasteMix, que irá obter por extrusão, sendo a única a produzir este material em Portugal e no
Mundo. Trata-se, pois, de uma organização pioneira.

Existe um investimento considerável em equipamento (maquinaria diversa) para o


processo produtivo, algum dele projetado e fabricado exclusivamente para o tipo de produto em
questão. Trata-se de equipamentos que cobrem os requisitos do processo desde a etapa inicial
de preparação de matérias-primas até à etapa de extrusão do produto final.

Para além da diversidade de equipamento envolvido na montagem de uma unidade


industrial com estas características, a empresa adquiriu uma outra, de forma a montar todas as
facilidades necessárias à unidade industrial. Neste processo foram recuperadas as antigas
instalações de uma anterior organização, a partir das quais foi conduzida a construção de um
armazém e de parte do processo produtivo. Todos os funcionários da antiga empresa foram
integrados na nova organização.

No momento da realização deste estudo a empresa operava uma unidade piloto e estava
em fase de realização de testes para a fábrica final.

1.3 Pertinência do tema de Projeto

A possibilidade de ter uma ferramenta de fácil uso por parte da gestão assume especial
destaque no contexto de planeamento da atividade produtiva das organizações e na avaliação do

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10
seu desempenho. Assim, a disponibilidade de um instrumento que permita uma atuação ágil em
caso de falha ou avaria de um equipamento ou ainda, a ação atempada em situação de escassez
de materiais, possui efetiva importância para o planeamento e gestão do processo industrial.

Neste âmbito, o desenvolvimento de um dashboard em Excel permitirá obter respostas a


algumas questões pertinentes para a gestão, na empresa de acolhimento e, assim, proporcionar
o planeamento, com maior rigor, do processo de compras e acompanhar, com maior
proximidade, a dinâmica da produção e das encomendas.

Neste sentido, este estudo pretende acrescentar algum know-how em relação à otimização
do processo produtivo e à capacidade de operação final da fábrica. Não menos importante, é
ainda desenvolver um dashboard que auxilie a gestão do processo.

A organização de acolhimento do projeto investiu num produto inovador e, como tal, irá
precisar de tomar decisões relativas à produção, isto é, a empresa deve estar ciente das
limitações fabris e de tudo o que pode acontecer quando algo corre menos bem. Além das
questões de reparação e manutenção das máquinas, a empresa tem que gerir as suas matérias-
primas (provenientes da recolha do lixo doméstico) e toda a incerteza associada ao seu
abastecimento (p.ex: quantidades, densidades dos abastecimentos).

Sendo assim, o projeto proposto pretende desenvolver ferramentas que auxiliem o


processo de decisão da gestão, nomeadamente quanto aos inputs e outputs operacionais e
quanto aos níveis de desempenho industrial.

Do ponto vista académico, a realização do projeto permite envolver várias temáticas do


Mestrado em Sistema de informação, tais como: Otimização, Sistemas de Informação, Gestão
entre outras. Num sentido mais científico, a otimização e, em particular, o planeamento da
produção são temas muito presente em inúmeras publicações científicas, incluindo as mais
recentes.

Por fim, o projeto trata ainda dois outros importantes assuntos, a reciclagem e a forma
como podemos promover o ciclo de vida dos produtos. O produto em estudo é produzido a partir
da reciclagem de produtos em fim de vida ou no fim do seu ciclo. Assim, o tema desta proposta
abre novas perspetivas para o ciclo de vida dos produtos e antecipa o fecho do ciclo com a
reciclagem de produtos que não teriam outro destino, para além do aterro.

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11
1.4 Objetivos e Metodologia

Neste ponto do relatório pretende-se apresentar os objetivos traçados para o presente


projeto, definindo-se ainda as metodologias delineadas para alcançar esses objetivos e garantir a
concretização do projeto.

1.4.1 Objetivos Gerais

Este projeto procura ir ao encontro das necessidades de gestão e de planeamento


operacional identificadas pela empresa de acolhimento. Considerada esta motivação, o objetivo
principal deste trabalho é desenvolver uma proposta de suporte à decisão que permita responder
às principais questões de planeamento operacional. Para tal, propõe-se o desenvolvimento de
uma formulação de planeamento ótimo e a construção de uma plataforma de simples utilização,
dashboard em Microsoft Excel, que permita um suporte adequado aos propósitos de gestão
considerados.

1.4.2 Objetivos Específicos

Os principais objetivos traçados para este projeto são:

• Desenvolver um modelo de otimização do processo produtivo da primeira fábrica


com este processo/produto no mundo;

• Criar um Dashboard em Microsoft Excel, para representação gráfica e tabular de


indicadores e variáveis operacionais relevantes, para o acompanhamento e
controlo do processo;

• Estender a aplicação do Dashboard tendo em vista a sua utilização por parte dos
gestores de negócio.

1.4.3 Metodologia

Apresentados os objetivos há que definir a estratégia para os alcançar, ou seja, a


metodologia adotada. Não só a elaboração do presente relatório como a realização do projeto
seguem uma metodologia estrategicamente orientada para uma pesquisa de carácter
participante, dado o estreito contacto com o objeto de pesquisa. Esta metodologia permite uma

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12
melhor apreensão das técnicas e dos meios em uso pelos intervenientes, para que
posteriormente se consiga uma interpretação, em cenário essencialmente prático e, como tal,
mais próximo da realidade.

A etapa de progresso relativa ao planeamento operacional, é suportada por uma


metodologia de research design, orientada para o desenvolvimento de propostas que permitam
capacitar a empresa com ferramentas mais eficientes e de fácil utilização.

Foi pois delineado um conjunto de etapas de trabalho que podem sumariar-se da seguinte
forma:

1ª Fase – Recolha de todo os dados relativos ao processo produtivo desde da chegada à


bacia de descarga até a saída de Produto Final.

2ª-
2ª- Fase – Caracterização do processo produtivo da fábrica, capacidades de produção dos
equipamentos e dos silos para stock de matérias-primas e misturas. Além das capacidades foi
feita uma análise de todo o trajeto das diferentes matérias-primas.

3ª Fase - Planeamento ótimo dos processos produtivos, evidenciando todos os dados


necessários ao funcionamento do modelo proposto.

4ª Fase – Ligação do output de otimização ao Dashboard em Excel e respetivos testes.

1.5 Estrutura do relatório

O presente relatório apresenta-se subdivido em 7 capítulos. No presente capítulo, Capítulo


I - Introdução, efetua-se uma apresentação sucinta da empresa, justificando-se a pertinência do
tema de projeto e definindo-se os objetivos e a metodologia.

O Capítulo II, Enquadramento Teórico, é composto por uma revisão bibliográfica e análise
do estado da arte no que diz respeito ao tema do projeto. Procura-se ainda neste capítulo
apreciar algumas contribuições relativas à modelação ótima de problemas, analisando-se alguns
dos desenvolvimentos e a sua aplicação em problemas de planeamento industrial.

No Capítulo III, Análise de Contexto, descreve-se a indústria e analisa-se a concorrência, os


recursos e capacidades, a cadeia de valor e, por fim, apresenta-se a análise SWOT. Nesta
sequência, o Capitulo IV, tem como propósito a apreciação extensiva do processo e das
características operacionais com implicações para a gestão e planeamento da produção.

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13
Cabe ao quinto capítulo a descrição da proposta de planeamento desenvolvida. Nesta
apreciação para além da apresentação e fundamentação da proposta são ainda descritos os
principais conceitos e condicionantes de implementação. Segue-se então o capítulo VI, Análise e
discussão dos resultados das propostas desenvolvidas, no qual se apresenta uma síntese dos
resultados obtidos para os cenários operacionais analisados.

Por fim, no Capítulo VII, Conclusões, apresentam-se as considerações finais, sumariando as


expetativas e objetivos alcançados, e revêm-se conceitos apreendidos. Consequentemente,
traçam-se alguns caminhos para possíveis desenvolvimentos futuros.

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14
CAPÍTULO II – ENQUADRAMENTO TEÓRICO

O presente capítulo é dedicado ao enquadramento científico e técnico dos conteúdos


integrantes da proposta de projeto. Assim, a revisão bibliográfica é dirigida para as temáticas de
gestão da produção e operações, planeamento da produção, reciclagem e sustentabilidade e
gestão de informação.

A exposição é desenvolvida com base em pesquisas bibliográficas, as quais permitiram


recolher e reunir diferentes contribuições publicadas em artigos científicos e técnicos, livros e
outras publicações científicas e académicas como dissertações de mestrado. Este levantamento
bibliográfico permitiu assim caracterizar a pertinência científica das temáticas envolvidas no
projeto e enquadrar o seu contexto organizacional.

2.1 Gestão da produção e das operações

Os gestores têm vindo a concentrar, cada vez mais, o foco da sua atenção na agressividade
da concorrência e no aumento das exigências de competitividade. As atividades produtivas
rotineiras deixam progressivamente de ser um hábito para serem práticas dinâmicas com
requisitos de contínuo acompanhamento. A necessidade de partilha de recursos de
disponibilidade limitada (p.ex: espaço, equipamentos, materiais, etc) acrescenta incentivo à
gestão cuidada de todas as operações.

A este propósito, Slack et al (2007) afirma que um dos principais objetivos da gestão de
operações é: “criar soluções que permitam garantir a transformação eficaz de recursos (inputs)
em produtos e serviços (outputs)”. Menipaz (1984) fundamenta ainda que o objetivo de gestão
das operações deve integrar três componentes básicas dos sistemas de operações: i) entradas
(inputs), que podem ser tangíveis (pessoas, materiais e equipamentos) ou intangíveis
(informação, tempo); ii) processos, que representam a essência dos sistemas; e iii) as saídas
(outputs), isto é os bens e serviços. Ainda de acordo com este autor, a gestão de operações deve
cuidar do projeto, do planeamento, da organização e do controlo de recursos do sistema de
produção, de forma a fornecer produtos e serviços que satisfaçam as necessidades dos clientes
e os objetivos da organização.

RÉMY ANTÓNIO
15
A tónica de gestão das operações fica então centrada na função de produção. Desta forma,
independentemente do tipo de organização, as decisões a tomar no âmbito da “função de
produção são semelhantes e dizem respeito à forma como os produtos ou serviços irão ser
produzidos, nomeadamente no que respeita ao planeamento das atividades, à utilização eficaz
dos recursos e á seleção dos indicadores a utilizar na monitorização do desempenho
organizacional” (Slack et al, 2007).

Nesta sequência, Courtois et al (2007) distinguem-se três grandes tipos de produção,


nomeadamente: produção contínua; produção descontínua; produção por encomenda.

As indústrias de fluxo contínuo, como a que é objeto de estudo no presente projeto, são
as que realizam as mesmas operações, com poucas interrupções, produzindo em geral grandes
quantidades de poucos produtos. Tal como refere Courtois et al (2007) a produção contínua
“processa grandes quantidades de um produto ou de uma família de produtos. A implantação é
feita em linha de produção, sendo o fluxo do produto linear”. Este autor afirma ainda que: “neste
tipo de produção, as máquinas ou as instalações estão dedicadas ao produto a fabricar, o que em
geral, não permite uma grande flexibilidade”, reforçando ainda que esta automatização decorre
da necessidade de “obter custos de produção baixos, um nível de qualidade elevado e estável,
muito poucos produtos em curso de fabrico e uma circulação rápida dos produtos”.
Paralelemente, refere ainda que este fluxo de produção “obriga à manutenção preventiva das
máquinas, para evitar a paragem total da fábrica”.

Por sua vez, a produção descontínua reporta a sistemas produtivos, onde é produzida uma
elevada variedade de produtos, usualmente em pequenas quantidades. Este tipo de sistema é
frequentemente configurado num layout funcional, no qual máquinas ou postos de trabalho
similares são agrupados em secções ou centros de trabalho, possibilitando sequências e
percursos de fabrico bastante diversificados (Henrich et al, 2004). Courtois et al (2007) afirmam
que “neste tipo de produção, as máquinas ou as instalações têm capacidade para executar um
grande número de operações, não são específicas de nenhum produto, o que permite uma
grande flexibilidade”.

Os mesmos autores (Courtois et al, 2007), denominam este tipo de produção como
“produção por projeto” e afirmam que “no caso da produção por projeto, o produto é único […]
O princípio de uma produção por projeto consiste em encadear todas as operações que
conduzem à conclusão do projeto minimizando os tempos mortos, a fim de entregar com um
atraso mínimo ou na data estipulada”.

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2.2 Planeamento da produção

O planeamento da produção tem vindo a assumir um papel cada vez mais importante na
gestão dos sistemas produtivos das empresas. Esta relevância do planeamento é reconhecida no
contexto organizacional e reforçada em inúmeras contribuições científicas.

O planeamento da produção é considerado como ponto de convergência de informações


transformadas em instruções detalhadas para a gestão de encomendas e para o fabrico,
permitindo controlar de forma eficiência as previsões necessárias para a área de produção
(Zacarelli, 1987).

De acordo com Chiavenato (1990), o planeamento determina a priori “o que se deve fazer,
quando fazer, quem deve fazê-lo e de que modo”. Neste sentido, o autor assume que, a função
do planeamento da produção é “planear e programar a produção e as operações da empresa,
bem como controlá-las adequadamente, objetivando aumentar a eficiência e a eficácia dos
sistemas de produção”. O autor acrescenta ainda que “o planeamento da produção se
fundamenta na previsão de vendas como base do que a empresa pretende colocar no mercado
e da sua capacidade de produção.

Slack et al (2007) partilha de um ponto de vista semelhante, alegando que “o propósito do


planeamento da produção é garantir que os processos ocorram eficaz e eficientemente,
produzindo produtos e serviços conforme requeridos pelos consumidores”.

O planeamento é pois um termo bastante genérico, associado a uma diversidade de


funções que interessa classificar, nomeadamente de acordo com o nível de decisões a tomar e o
horizonte temporal envolvido.

2.2.1 Níveis de Planeamento

Como preconizam Lisboa & Gomes (2008) “o planeamento assume diversas formas que se
distinguem, entre outras variáveis, pelo horizonte temporal a que se refere e pelo nível
hierárquico em que é executado”. Desta forma, as atividades de planeamento no sistema de
produção devem ser exercidas em três níveis hierárquicos: estratégico, tático e operacional.

No nível estratégico (longo prazo), o departamento de produção é responsável pela


formulação do planeamento estratégico da produção. Já no nível tático (médio prazo) tal
departamento deve elaborar o plano agregado de produção que dará origem ao designado

RÉMY ANTÓNIO
17
planeamento-mestre da produção e no nível operacional (curto prazo) o setor responsável pela
produção deve preparar a programação da produção (Lisboa & Gomes, 2008).

A implementação do planeamento estratégico ao nível operacional exige o


desenvolvimento de um plano de produção de ampla escala. Este plano estabelece a combinação
entre a taxa de produção, o nível de mão-de-obra e os níveis de stocks disponíveis de forma a
promover a eficiência (i.e. a minimizar custos) e a satisfazer as previsões de procura (i.e. satisfazer
requisitos de eficácia).

Conforme Tubino (2000), o plano agregado de produção é um plano de médio prazo que
afeta os recursos produtivos de forma coerente com as estratégias da organização. Segundo o
autor, esse plano equaciona os níveis de produção, os stocks, os recursos humanos, as máquinas
e as instalações, a fim de responder à procura prevista de bens e serviços. O autor refere que as
informações do plano agregado de produção, estão definidas de acordo com o planeamento
estratégico e são desdobradas ou desagregadas, servindo de base para o planeamento mestre
de produção.

Lustosa & Nanci (2008) partilham o mesmo ponto de vista, afirmando que o planeamento
agregado da produção procura o dimensionamento dos recursos produtivos (mão-de-obra,
equipamentos e materiais básicos), a fim de garantir que estes estarão disponíveis em
quantidades adequadas e nos momentos adequados. Courtois et al (2007) acrescentam ainda
que o “plano agregado de produção irá servir de enquadramento ao plano mestre de produção,
cuja função é fornecer, com maior detalhe e já de uma forma desagregada, a produção a executar
semanalmente".

Numa outra perspetiva, Bower (2012) afirma que o planeamento de operações e vendas
está num momento de transformação importante devido ao avanço da tecnologia. Agora podem
ser feitos planos detalhados, podem ser otimizados, agregados e podem ser criadas propostas
alternativas. Pahl & Vob (2014) observam ainda que o planeamento do número de máquinas e a
seleção do mix de produtos são importantes decisões tomadas a nível estratégico, determinantes
do plano agregado de produção.

Por outro lado, no que diz respeito ao planeamento tático, o plano mestre de produção
(PMP) é obtido diretamente a partir do planeamento agregado, dando origem à definição das
capacidades dos recursos e necessidades de materiais e matérias-primas (Stevenson, 2005). O
planeamento mestre de produção (Master Production Scheduling, MPS), segundo Corrêa &

RÉMY ANTÓNIO
18
Corrêa (2006), coordena a procura do mercado com os recursos internos da empresa, de forma
a programar taxas adequadas de produção de produtos finais.

Assim, o plano-mestre da produção “desmembra” o plano agregado de longo prazo em


planos específicos de produtos acabados (bens ou serviços), direcionando as etapas de
programação e execução das atividades operacionais (montagem, fabricação e compras) ou seja,
faz a conexão entre o planeamento agregado e as atividades operacionais.

De acordo com Slack et al (2007), o plano-mestre de produção é a fase mais importante do


planeamento da produção de uma empresa, pois contém uma declaração da quantidade e
momento em que os produtos finais devem ser produzidos; esse plano direciona toda a operação
em termos do que é montado, produzido e comprado. Assim, este plano é a base do planeamento
de utilização de mão-de-obra e equipamentos e determina o aprovisionamento de materiais e os
requisitos de capital. O autor faz regista ainda a ligação entre os dois níveis de planeamento e faz
notar que o desenvolvimento do PMP, necessita de informações provenientes do plano agregado
de produção, tais como: previsões de itens finais individuais; encomendas reais recebidas de
clientes; nível de stock para itens finais individuais e restrições de capacidade.

No entanto, o plano-mestre de produção e o plano agregado de produção apresentam dois


grandes aspetos diferenciadores: “o nível de agregação dos produtos e a unidade de tempo
analisada”. O plano agregado de produção trata de famílias de produtos, o plano mestre de
produção, já voltado para a operacionalização da produção, trata de produtos individuais. O plano
agregado de produção emprega meses, trimestre e anos, o plano mestre de produção emprega
um planeamento mais curto, normalmente semanas ou, no máximo meses para produtos com
ciclos produtivos longos (Tubino, 2000).

Com a realização dos planos mestres, o passo de planeamento seguinte é a programação


e sequenciamento da produção.

De acordo com Tubino (2000), a programação da produção encarrega-se da definição de


quanto e quando comprar, fabricar ou montar de cada item necessário à composição dos
produtos acabados com base no plano-mestre de produção e nos registos de controlo de stocks.
Considerando como objetivo “cumprir os prazos de entrega e fazer a melhor utilização dos
recursos produtivos”, através do planeamento do fluxo de trabalho, o autor refere a importância
de o responsável pelo planeamento estabelecer as cargas para os centros de trabalho, garantindo
a disponibilidade de materiais, ferramentas e pessoal, e programando as datas de início e
finalização de cada pedido.

RÉMY ANTÓNIO
19
Numa outra perspetiva, Chase et al (2006), apresentam a programação da produção como
“uma distribuição temporal utilizada para programar atividades utilizando recursos ou alocando
instalações”. A função da programação, segundo os mesmo autores, é desagregar o plano mestre
de produção em atividades semanais, diárias e/ou por hora, sequenciadas no tempo.

Esse sequenciamento, segundo Corrêa e Corrêa (2006), refere-se à definição das


prioridades das ordens de produção nas quais as atividades devem ocorrer para atingir os seus
objetivos e a programação consiste em distribuir no tempo as atividades, seguindo o
sequenciamento definido e as restrições.

2.2.2 Propostas, Métodos e Técnicas de Planeamento

Segundo Tubino (2000), as técnicas utilizadas para auxiliar a elaboração de um plano


agregado de produção, podem ser divididas em duas categorias: as técnicas matemáticas, que
empregam modelos matemáticos, na pesquisa da alternativa ou solução ótima (programação
linear, programação por objetivos, simulação, algoritmos genéticos etc.) e as técnicas heurísticas.
A estas últimas associam-se outras técnicas de decisão baseadas em procedimentos de tentativa
e erro que empregam tabelas e gráficos para visualizar as situações planeadas e decidir pela
melhor alternativa ou decisão. Nestas técnicas, os planos agregados de produção são
frequentemente desenvolvidos em folhas de cálculo que ajudam na avaliação das alternativas e
podem empregar formas gráficas para visualização e tomada de decisões (p.ex: dashboards).

De acordo com Courtois et al (2007), industrialmente, os métodos utilizados no


planeamento agregado de produção são muitas vezes subjetivos e baseados na experiência do
responsável pelo planeamento na empresa. Por outro lado, a criação do plano agregado de
produção deve considerar os objetivos estratégicos da empresa, procurando a alternativa de
menor custo. Assim, a conjugação desses dois fatores conduz a procedimentos em que a variável
a manipular é selecionada através de uma análise comparativa (i.e. determinando diversos planos
de produção que satisfazem a procura prevista) e selecionando aquele que apresentar menores
custos.

Na prática, esperamos do planeamento bons níveis de desempenho produtivo e uma boa


capacidade de integração de perturbações na capacidade, nas encomendas e no tempo (Stoop &
Wiers, 1996). Abordagens como o MRP – Material Requirement Planning ‘, criado nos Estados
Unidos no final da década de 60 e início de 70, procuram dar resposta a essas questões auxiliando
a identificação das necessidades de materiais conforme a necessidade de produção. Mais tarde,
RÉMY ANTÓNIO
20
surge o MRPII – Manufacturing Ressources Plannings, desenvolvido na década de 80 e que passou
a incorporar, além das necessidades de material, a análise de restrições de capacidade da fábrica
e dos recursos financeiros disponíveis.

Por outro lado, os modelos ou formulações matemáticos de otimização procuram


identificar o valor ótimo de uma ou várias funções de planeamento, as quais estão, na sua
generalidade, sujeitas à verificação de restrições que representam limitações dos diferentes tipos
de recursos. Estes modelos envolvem, em geral, complexos e estruturados procedimentos de
pesquisa da alternativa ou solução ótima de planeamento.

Neste contexto, de acordo com Hillier & Liberman (2010), a otimização surge como uma
ponderosa ferramenta para a resolução desse tipo de problemas. Segundo estes autores, o
desenvolvimento de modelos de otimização, em contexto aplicado, compreende seis passos: i)
definição do problema; ii) criação de um modelo matemático; iii) desenvolvimento de um
procedimento computacional para a sua resolução; iv) testes ao modelo; v) preparação da
aplicação e vi) implementação do modelo.

Atualmente, a otimização é uma área de conhecimento muito vasta, compreendendo a


implementação de várias técnicas de investigação operacional e das ciências da computação. A
sua aplicação na resolução de problemas em contexto organizacional, em diferentes sectores de
atividade, tem vindo a tornar-se um importante foco de interesse para as empresas (que
pretendem melhorar os seus processos de negócio, Dittmann, 2012) e uma grande oportunidade
de desenvolvimento para a comunidade científica (que procura melhorar a qualidade das
propostas apresentadas).

Neste âmbito, o planeamento da produção tem sido uma das áreas de grande foco
empresarial, para as ferramentas de otimização. É uma área de pesquisa importante nas
empresas modernas, em que os processos de tomada de decisão são cada vez mais exigentes,
rigorosos e complexos (Grossman, 2012).

Alguns trabalhos de revisão do estado do conhecimento (Papageorgiou, 2009; Barbosa-


Póvoa, 2012) destacam os inúmeros desenvolvimentos que têm sido propostos pela comunidade
científica e a sua aplicação em contexto industrial, em particular, no âmbito da indústria de
processos. Barbosa-Póvoa (2012) regista ainda o progresso dos modelos de otimização e a sua
capacidade de resolução de problemas à escala industrial.

Sumit et al (2012) descrevem um modelo de programação linear inteira mista (PLIM), para
o planeamento ótimo da produção de um processo contínuo. Os resultados do estudo de caso
RÉMY ANTÓNIO
21
industrial mostraram que, apesar da grande dimensão do modelo, foi possível obter baixos
tempos de resolução, em resultado dos detalhes de representação adotados.

No que reporta à modelação da variável tempo, Stefansson et al (2011) apresentam uma


interessante contribuição para os problemas de programação da produção. Os autores
desenvolvem modelos de planeamento operacional, de larga escala, utilizando as
representações: discreta e contínua do tempo, na construção do modelo matemático. As
propostas são testadas para casos industriais no âmbito da indústria farmacêutica. Neste âmbito,
Amaro & Barbosa-Póvoa (2011), numa análise comparativa das representações de tempo
discreto e contínuo (em escala industrial) concluíram que apesar de requisitos dimensionais mais
exigentes, as formulações discretas apresentavam melhores desempenhos computacionais.

2.3 Reciclagem e sustentabilidade

As questões da sustentabilidade ambiental, em geral, e as designadas práticas “verdes”


têm sido objeto de progressivo interesse e desenvolvimento científico nas últimas décadas, como
o demonstra a revisão do estado da arte neste domínio, Srivastava (2007).

As contribuições relacionadas com o “fecho do ciclo” logístico e a integração dos fluxos


inversos, Amaro & Barbosa-Póvoa (2008), Shi et al (2011) e Cardoso et al (2013), ilustram
precisamente o esforço de integração do determinante de sustentabilidade, em proposta de
modelação ótima de problemas de planeamento.

Por outro lado, tomando a referência a Lavoisier, “Na natureza nada se cria, nada se perde,
tudo se transforma” temos claro o princípio da reciclagem e reconversão de produtos. É essa
frase mítica que sustenta o desenvolvimento do produto derivado de lixo, em estudo no presente
projeto. Este processo ilustra exatamente uma prática de fecho do ciclo logístico de um conjunto
de materiais de difícil tratamento e decomposição (polímeros, papel, cartão, madeira) e que, de
outra forma, seriam depositados em aterros. De notar que, a decomposição em aterro é um
processo lento (chega a demorar mais de 300 anos) e, por outro lado, a utilização desses materiais
para produção de eletricidade demonstrou já não ser rentável, para além de originar a libertação
de gases nocivos (Proyectos Quimicos). Trata-se pois de um processo de reciclagem de lixo
doméstico e materiais diversos que se enquadra no âmbito dos desenvolvimentos inerentes à
sustentabilidade ambiental.

RÉMY ANTÓNIO
22
2.4 Gestão de Informação

2.4.1 Sistemas de Informação

Os sistemas de informação, de acordo com Laudon & Laudon (2014), podem ser definidos
tecnicamente como um conjunto de componentes inter-relacionados que recolhem (ou
recuperam), armazenam e distribuem informação com a finalidade de auxiliar a tomada de
decisão e o controlo numa organização. Além disso, segundo os autores, “os sistemas de
informação também auxiliam os gestores e trabalhadores a analisar problemas, a visualizar
configurações complexas e a criar novas soluções”.

Colocando a tónica na componente empresarial, Laudon & Laudon (2014), consideram que
os sistemas de informação assumem o destaque de “solução organizacional e de gestão, baseada
em tecnologias de informação, com capacidade de resposta aos novos desafios”. Neste sentido,
os autores sublinham o papel da organização e a importância da sua integração “como um todo”
no planeamento dos sistemas de informação.

Seguindo este conceito inclusivo, Courtois et al (2007) afirmam que “uma grande
tendência que se desenvolveu e que está na origem do software lançado no mercado, no fim do
século passado, é a noção de integração”. A existência de múltiplos softwares numa organização,
cada um com o seu propósito e operando em modo independente, facilita a ocorrência de
repetição de tarefas, a desmultiplicação de dados e a não cobertura de algumas tarefas ou
atividades. Courtois et al (2007) motivam assim a importância de desenvolvimento de propostas
integradas de gestão, conhecidas atualmente como sistemas ERP (Enterprise Resource Planning).

Este princípio de solução empresarial integrada tem vindo a ser objetos de inúmeros
desenvolvimentos, conhece ainda os seus desenvolvimentos em várias contribuições que
destacam diferentes aspetos associados à implementação de soluções integradas de gestão.
Neste âmbito, Oenning et al (2004) enfatizam a importância das tecnologias de informação e o
facto de estas tornarem possível a aplicação prática de diversos sistemas e, como tal, permitirem
uma visão integrada dos processos, com melhorias significativas para as empresas. Estes autores,
apontam ainda alguns determinantes para os sistemas de informação, destacando que estes
devem atenuar os riscos associados à tomada de decisão. Assim, em sistemas informáticos
industriais, as decisões devem estar ligadas ao processo produtivo pois, é neste processo que se
centra a decisão gera e à aceitação no mercado (Oenning et al, 2004).

RÉMY ANTÓNIO
23
Ainda no âmbito das soluções integradas, a proposta de Kumar (2011) coloca a tónica na
aferição da agilidade do sistema e na sua capacidade de resposta em tempo real, enquanto
Nazemi et al (2012) centram a sua contribuição nas questões relativas à automatização dos
processos e na capacidade de integração dos dados de toda a organização.

2.4.2 Dashboard

Numa outra perspetiva, dirigida para a importância da representação visual de dados,


Andra (2006) destaca a importância de construção de ferramentas que agilizem o processo de
decisão. O autor propõe a utilização do dashbord como ferramenta de gestão, considerando que
esta é, na sua forma mais simples uma representação gráfica de dados, que muitas vezes se
encontram ocultos. Andra (2006) estabelece o paralelismo entre o dashboard e o cockpit de um
carro, que monitoriza visualmente dados, ou o painel de instrumentos de um avião, uma vez que
este permite visualizar o status atual e, simultaneamente, fornecer informação útil para atuação
futura. O autor sugere ainda um conjunto de etapas a considerar na construção e um dashboard:
i) definir os objetivos desejados; ii) perceber o processo de negócio da organização; iii) decidir as
áreas chaves que devem ser medidas e a contemplar no dashboard; iv) identificar privilégios; v)
definir indicadores; vi) selecionar as ferramentas e as metodologias; e vii) implementar
mecanismos de gestão proactiva.

Por outro lado, Love & Resnick (2006) vêm sublinhar a existência de alguma relutância
quanto ao uso generalizado de dashboards, devido à fiabilidade dos dados que o irão “alimentar”.
Por vezes, as organizações não utilizam esta ferramenta, pois têm dúvidas em relação aos seus
próprios dados.

A este propósito e considerando que os dados são cruciais para tomar decisões, os autores
propõem (baseados no princípio de Pareto, 80% dos problemas de um sistema ou processo são
causados por 20% das atividades do processo) a utilização de subconjuntos de dados, quando
não está disponível a totalidade da informação ou existem dúvidas quanto ao rigor dos dados
completos.

RÉMY ANTÓNIO
24
2.5 Sumário

No presente capítulo efetuou-se uma apreciação crítica do enquadramento técnico-


científico do tema do projeto. Num primeiro momento analisaram-se as propostas no domínio
da gestão da produção e das operações, as quais serviram de mote ao planeamento ótimo da
produção.

Por outro lado, considerada a especificidade dos processos em análise, foi efetuada uma
exposição relativa às questões da reciclagem e da sustentabilidade ambiental.

Por fim, seguindo essa linha de desenvolvimento, enquadrou-se a ligação das temáticas
anteriores à área dos sistemas de informação, sublinhando-se o papel de ferramentas como o
Dashboard e a sua importância no contexto de gestão e de suporte à decisão.

RÉMY ANTÓNIO
25
CAPÍTULO III – Análise de Contexto

Neste capítulo, faz-se uma análise Micro e Macro da empresa, de forma a caracterizar a
organização no seu meio envolvente, isto é, o estado da economia mundial e nacional, fatores
sociais e tecnológicos. Para isso realiza-se um pequeno estudo/análise da organização e seus
concorrentes.

3.1 Contexto politico, económico, social e tecnológico

3.1.1 Fatores políticos – Legais

De acordo com as leis em vigor, nomeadamente a Diretiva 1999/31/CE de 26 abril


convertida em Decreto-lei n.º 152/2002 de 23 de maio é definido um espaço temporal para a
redução de resíduos sólidos urbanos em aterros, dando assim, preferência a unidades de
compostagem, digestão anaeróbica e outras formas de valorização. Esta lei determina uma
redução 65% até este ano (2016).

Com apoio desta lei a organização entra como sendo “outra forma” de valorização de
resíduos e tornando-se um negócio que possibilita o reaproveitamento de diversos tipos de
resíduos e seu tratamento para uma futura utilização, devolvendo ao mercado sobre forma de
um produto.

Do ponto visto político é importante salientar que organizações como estas precisam de
um forte apoio a nível político para obtenção de licença industrial, licença para receber este tipo
de resíduos e o imprescindível apoio dos municípios para que estes depositam os resíduos dos
seus cidadãos em unidade industriais como a da organização.

3.1.2 Fatores económicos

A economia Mundial vive um período de incerteza, após a crise de 2008 e mais


recentemente com os ataques terroristas. A entrada de organizações de apoio, tal como, FMI
(Fundo Monetário Internacional) em alguns países e por fim o fenómeno de “Brexit”, isto é, a

RÉMY ANTÓNIO
26
saída do Inglaterra da união europeia levou au aumento da incerteza face aos mercados e as
repercussões que todos estes assuntos na economia Mundial.

O recente voto a favor da saída dos britânicos da União Europeia leva a OCDE (Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) a alertar s estados membros as implicações
que poderão surgir e levar a um efeito dominó que poderá atingir uma economia mundial e
enfraquecer o já lento crescimento económico Europeu.

Apesar deste acontecimento o FMI prevê um crescimento mundial na ordem dos 3.1% em
2016 (dados de julho 2016), 0,1% abaixo do previsto no início deste ano, sendo que o crescimento
será igual a 2015. Para a zona euro é estimado um crescimento de 1,6% em 2016.

3.1.3 Fatores sociais

Nos dias de hoje vivemos cada vez mais preocupados com o meio ambiente. Sendo que
cada vez mais a população preocupa-se em realizar pequenas tarefas para assim reciclar diversos
tipos de resíduos e dando em alguns casos preferência em produtos embalados que sejam
facilmente recicláveis ou que podem ter várias utilizações. Desde de 1991 que o numero de
resíduos recolhidos seletivamente têm aumentando de 1,5 kg/habitante para os
61,4kg/habitante em 2014 (Fonte INE), relativamente aos resíduos urbanos por têm rondados os
400 á 500 kg por habitante, tendo algumas variações durante a década.

Podemos constatar que a percentagem de resíduos urbanos recolhidos seletivamente foi


aumentando e os resíduos urbanos reciclados também sendo de 13,6 % e 16,2 % respetivamente
em 2014.

3.1.4 Fatores Tecnológicos

O desenvolvimento tecnológico leva que a produção de produtos gerados através de


resíduos seja mais eficiente, tais como a digestão anaeróbica e o aumento de produção de gás
com base neste sistema.

RÉMY ANTÓNIO
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3.2 Descrição da envolvente setorial da empresa

3.2.1 Análise da indústria

A industria da reciclagem têm vindo a expandir-se, porém são poucas as industrias que se
assemelham a organização, isto é, existe algumas industrias que fazem a reciclagem de matérias-
primas semelhantes as usadas para o produto final da organização, mas não chegam a ter as
mesmas capacidades e funções ou por e simplesmente não aceitam um ou outro material na sua
composição.

Existe ainda indústrias semelhantes em produtos, isto é, esta gama de produtos finais é
baseada em produtos de madeira, logo já existe a sua comercialização em vários players nacionais
e internacionais.

Para a entrada neste mercado é necessário um forte investimento em maquinaria, patente


e processo produtivo do produto, na qual, a organização é detentora deste mesmo direito, o que
leva difícil uma concorrência direta a esta indústria.

A rede de distribuição deverá ser igual ou semelhante às indústrias similares e deverão usar
como rede de distribuição empresas de logística para o efeito. A nível de fornecedores a rede é
pequena e terá que ser com base no apoio de entidades governamentais para obter matéria-
prima, e outras empresas que fazem a recolha de lixo para reciclagem, o que faz com que nem
sempre se consiga obter dos fornecedores material para abastecer a fábrica, será necessário
obter vários fornecedores para que nunca falha o fornecimento de resíduos a fábrica.

3.2.2 Análise da Concorrência

Num mercado de produtos de jardins, paletes e estacas existe concorrência entre


produtores em Madeira e os que usam em grande parte os plásticos como matéria-prima. Apesar
de concorrentes entre si, cada um é diferente em forma e durabilidade e tornando-se assim uma
escolha que se difere conforme os consumidores. O que estes produtos se diferem da
concorrência está na sua vida prolongada e sua resistência ao meio ambiente.

Sendo a empresa detentora da patente do produto, faz com que não exista concorrência
direta de produtos, pois só existe os substitutos como referido acima.

RÉMY ANTÓNIO
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Outra área passível de ser considerado concorrência são as indústrias de valorização de
resíduos, tais como, a digestão anaeróbica com a produção de gás e adubos, as indústrias de
reciclagem de plástico, papeis e madeira. Porém industrias que geralmente pouco se
complementam no seu layout produtivo, sendo quase sempre necessário os resíduos serem
tratados antes da sua inserção nas indústrias referidas.

3.2.3 Poder de negociação dos fornecedores

A nível de obtenção de matéria-prima existe uma vasta gama de fornecedores para as


matérias-primas não obtida pela recolha de resíduos. Porém caso não exista capacidade de
obtenção de matérias-primas pelas vias normais a empresa poderá comprar as empresas que
façam a separação de resíduos e seu tratamento em centros de reciclagem ou empresas ligadas
à indústria da madeira para os restos de madeira.

Existe grande variedade de obtenção de matérias-primas, visto que todos nós produzimos
resíduos, cabe a empresa contactar os municípios para obter mais resíduos.

3.2.4 Produtos substitutos

Os produtos substitutos estão maioritariamente ligados à indústria da madeira, pois o


produto mais semelhante ao que é produzido pela empresa é a palete de madeira, escadas e
artigos produzidos com a madeira de pinho tratado. A diferenciação entre produtos está ligada à
qualidade dos mesmos, pois o WasteMix a produzir é considerado mais resistente a fator
ambientais, tais como a chuva e o sol, quando comparado com produtos funcionalmente
homólogos, fabricados em plásticos diversos ou madeira.

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3.2.5 Análise de recursos e capacidades

Tabela 1 - Análise de recursos e capacidades.

Recursos da empresa
Recursos Tangíveis Recursos Intangíveis
Recursos Físicos Recursos Humanos
• Localizado no Alentejo um pouco 12 Colaboradores;
distanciado das principais vais de acesso;
• Área de exploração: 15000m2;
• Área industrial: 9750m2;
• Área de produção: 8000m2;
• Área de apoio à produção: 750 m2;
• Área administrativa; 1000 m2;
• Silos de Matérias-primas;
• Tratamento de Águas Residuais;
• Capacidade de produção estimada de
140/150 toneladas.
• Armazém de Produto final;
• Laboratório;
• Grande espaço para receção e entrega de
mercadorias.
Recursos Financeiros Inovação
• Pioneiros na produção desta
composição de produto;
• Detentores de Patente;
Recursos Organizacionais
Sistema ERP PHC;
Estrutura Organizacional vertical;
Recursos Tecnológico
Parque informático atual;
Equipamentos industriais recentes;
Automação da zona industrial com ligação
Ethernet para controlo na rede;
Sala de comandos equipada;

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3.2.6 Análise da cadeia de valor

Segundo a figura 1 a cadeia de valor inicia-se com a logística de entrada, ou seja, a receção
das matérias-primas, sendo que de seguida é tratada e transformado pela produção, a parte das
Vendas/Marketing trata das vendas dos diversos produtos e por fim existe a expedição do
produto final pela logística de saída. Os serviços garantem a qualidade dos produtos vendidos.

Infraestrutura da empresa
Atividades de Apoio

Gestão de Recursos Humanos

Margens
Desenvolvimento Tecnológico

Aprovisionamento

Logística de Produção Vendas e Logística de Serviços


entrada Marketing saída

Atividades Primárias

Figura 1- Análise das atividades.

RÉMY ANTÓNIO
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Na tabela seguinte são descritas as atividades primárias da cadeia de valor, isto é, a identificação das atividades e sua descrição por cada atividade primária.

Tabela 2 - Análise da Cadeia de Valor

ANÁLISE DA CADEIA DE VALOR


Atividades Primárias
Primárias Operações Descrição da Atividade
LOGÍSTICA DE - Receção das matérias-primas proveniente da recolha A logística de receção é responsável pelo tratamento de contratos e
RECEÇÃO de lixo; negociação junto aos fornecedores. Cabe a esta atividade o controlo de
- Receção de matérias-primas proveniente de compra a stock e assegurar que sejam cumpridas as condições para uma produção
fornecedores; contínua sem paragens. É da responsabilidade desta atividade garantir
que todos os procedimentos legais para a receção deste tipo de
- Armazenamento de matérias nos silos ou em armazém;
matérias é cumprida.
- Controlo de stock

PRODUÇÃO Lavagem de matérias-primas; Na fase da produção é feita a preparação das misturas para se poder
Trituração e moagem de matérias-primas; transformar em produto as várias matérias-primas. Em primeiro lugar, é
necessário lavar as matérias não virgens e proceder a sua separação,
Secagem de matérias-primas;
trituração e moagem e devida secagem antes de armazenar em silo.
Preparação de misturas;
Após este processo é feito a mistura das matérias-primas e é
Transferência de matérias entre silos; armazenada em silos. Cabe a esta atividade planear a produção, isto é,
Planeamento da produção; colocar a mistura nas linhas de produção e configurar às máquinas
Transformação das matérias-primas em produto final; conforme a mistura e corte do produto, afim de ser cumprido as
encomendas ou as estratégias definidas pela empresa.
Controlo da produção;
Manutenção das máquinas.

VENDAS Venda de produtos; A atividade de vendas é responsável por escoar os produtos, garantindo
assim contratos com empresas, de modo a vender os seus produtos.
RÉMY ANTÓNIO
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Realização de contratos de fornecimento; Sendo assim cabe as vendas providenciar a produção quais os produtos
finais que devem ser produzidos a fim de cumprir com as encomendas.
Gestão de encomendas.

LOGÍSTICA DE SAÍDA Controlo de stock; Por fim a Logística de saída deve proceder a saída do material do
armazém. Esta atividade deve fazer igualmente o controlo de stock.
Expedição de produto final;
SERVIÇO Garantia de qualidade dos produtos A fase dos serviços assegura a qualidade dos produtos vendidos.
ATIVIDADES DE APOIO Operações
INFRAESTRUTURA DA EMPRESA
EMPRESA Planeamento
Gestão e planeamento da produção e dos stocks.
Finanças/Contabilidade
Pagamentos e controlo da tesouraria.
Lançamento da documentação contabilística.
Comercial
Compra de matérias-primas. Venda de produtos.
Laboratório
Controlo de qualidade.
GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS
HUMANOS Recrutamento e Seleção
Controlo de pontualidade e assiduidade.
DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO
TECNOLÓGICO Otimização dos processos fabris.
APROVISIONAMENTO Aquisição de matérias-primas e subsidiárias.

RÉMY ANTÓNIO
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3.2.7 Análise SWOT

Forças
- Maioria das Matérias-primas são trazidas por
Fraquezas:
empresas municipais e são pagas para ser tratadas.
- Matérias-primas concionadas;
- Extrusão de vários tipos de produto em simultâneo.
- Incerteza de aceitação do produto no mercado;
- Produto Inovador;
- Patente do processo produtivo.

Análise SWOT

Oportunidades:
Ameaças
- Possibilidade de exportação para vários mercados;
- Rejeição do mercado;
- Reciclagem de produto final defeituoso.
- Mudança de legislação no sector;
- Parcerias com grandes players.

Figura 2 - Análise SWOT

3.3 Sumário

Este capítulo começa por apresentar de forma resumidas condições económicas,


financeiras, sociais e tecnológica do meio envolvente. Vemos uma clara perturbação na economia
nacional e internacional seja a nível económico como social, vivendo-se períodos de incerteza nos
diversos mercados, e é por isso, que se torna difícil obter uma previsão do negócio nos próximos
anos, seja pelas perturbações ou seja pela novidade inerente ao processo e produto que a
organização virá a comercializar.

Numa segunda parte, vemos os vários players necessários ao bom funcionamento do


negócio, seja fornecedores ou parceiros sociais para a angariação de matérias-primas. É
importante frisar que grande parte da obtenção de matérias-primas provêm da recolha dos
municípios ou outras empresas. Cabe a organização ter o especial cuidado na boa manutenção
destes parceiros e a procura ativa de novo parceiros seja para o crescimento organizacional, seja
por motivo de perda de algum parceiro.

RÉMY ANTÓNIO
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CAPÍTULO IV – ANÁLISE DO PROCESSO DE PRODUÇÃO

O WasteMix é um produto derivado de lixo, criado em 2013 e registada a sua patente por
uma empresa portuguesa. Esta empresa da Marinha Grande atua nas áreas da eletrotecnia, da
mecânica e da engenharia industrial.

O produto surgiu a partir da ideia de reciclar vários materiais de difícil decomposição, tal
como, o plástico e embalagens de alumínio, criando um produto com características muito
semelhante a madeira, isto é, que permite ser operado/manuseado tal como a madeira. Assim, é
possível que o Produto Final seja serrado, pregado e pintado com os utensílios utilizados na
madeira.

O processo de produção deste material pertence à empresa detentora da patente e a


produção em Portugal é da responsabilidade da empresa, situada em Ponte de Sor, que é a
primeira fábrica a nível mundial a produzir o Produto Final.

4.1 Layout Industrial

O layout da unidade fabril é dividido em 7 grandes zonas. A primeira dessas zonas centra-
se na receção das matérias-primas, isto é, local onde é deixado os resíduos antes de proceder a
sua preparação na segunda zona e terceira zona. Na segunda e terceira zona as matérias-primas
são tratadas (Trituradas, moídas e limpas) para seguir viagem até a zona de mistura que se situa
na terceira zona. Após ser produzido as misturas para o WasteMix, podemos finalmente produzir
os produtos que queremos na zona quatro. Por fim, caso o produto seja para palete irá até a zona
cinco ou, se a estaca necessita de um bico, irá para a zona 6.

4.1.1 ZONA 1 – Receção de Matérias-Primas

A operação de receção de matérias-primas é muito condicionada pelo tipo de material. Os


e estas condicionam o local onde são rececionadas, assim é necessário que o local de descarga
seja munido de várias descargas. Assim, têm-se as seguintes “Tomadas de Descarga”:

1.- Plásticos e compósitos (entre 140-150 ton/dia):

• Tomada de descarga para compósitos de plástico;


RÉMY ANTÓNIO
35
• Resíduos provenientes de unidades de reciclagem de plástico;

• Embalagens de produtos químicos produzidas em compósitos de plástico;

• Entre outros…

2.- Materiais provenientes de mobiliário (entre 0-5 ton/dia):

• Moveis usados;

• Paletes em fim de vida;

• Entre outros…

3.- Materiais resultantes de remodelações/construções (entre 0-5 ton/dia):

• Restos de placas de gesso com madeira e papel;

• Restos de madeiras;

4.- Produtos necessários à formulação

• Sistema de receção de endurecedor;

• Sistema de receção de serradura.

4.1.2 ZONA 2 – Preparação das matérias-primas

A etapa da preparação das diferentes matérias-primas decorre segundo processos de


tratamento diferenciado dos materiais. Por isso divide-se em 2 zonas para cada tipo de matéria-
prima, a zona dos reciclados e a zona da matéria virgem.

Sendo assim segue de seguida as diferentes etapas até a matéria-prima seja devidamente
tratada antes de chegar aos silos.

Para os plásticos:

Silos Sepração Silos


Tomada Destruçador Moinho Densidímetro Lavagem
Intermédios de metais MP

Figura 3 - Etapas de preparação dos materiais plásticos e compósitos.

RÉMY ANTÓNIO
36
Processo de trituração

O processo de trituração é realizado através de um destroçador


que transforma os plásticos e papéis, conferindo-lhes uma volumetria
aproximada de 2cm3. Este equipamento tem uma capacidade de 2
toneladas por hora.

Figura 4- Destroçador
Processo de moagem

O processo de moagem é realizado através de um moinho que transforma os plásticos e


papéis num volume aproximado entre 2.5 até 4mm3. Cada moinho processa 1 Ton/hora,
totalizando 6 toneladas/hora no conjunto dos equipamentos.

Separação por densidade

A separação por densidade é realizada


através de um densímetro que, através da
densidade da água separa o material por 4
densidade diferentes. Os separadores de
densidade têm assim uma capacidade horária
que permite separar 6 toneladas de plásticos. Figura 5- Separador de densidade

Silos Intermédios

Os silos intermédios existem para garantir a armazenagem dos produtos intermédios a


montante do processo de separação de metais, da lavagem e da secagem. Existem 4 silos
intermédios, em coerência com as densidades de separação dos plásticos.

Separação dos Metais

A separação dos metais é feita a fim de garantir que não exista metais (ferrosos e não
ferrosos) nos silos, bem como, nas misturas. Este processo é realizado através de um sistema de
vibração e magnetização.

RÉMY ANTÓNIO
37
Lavagem e secagem

Todos os produtos são devidamente tratados com


exceção das matérias virgens e madeiras. A unidade fabril conta
com 4 equipamentos de lavagem e secagem.

Por fim, para garantir que os produtos não tenham


humidade são secos através de secadores, sendo a sua
temperatura ajustada em função do produto. Figura 6- Máquina de lavagem e
secagem
Para o mobiliário:

Tomada Destruçador Moinho Silos MP

Figura 7 - Tratamento matérias-primas (Mobiliário)

Processo de trituração

O processo de trituração é realizado através de um destroçador que transforma os


plásticos e papéis numa volumetria aproximada de 2cm3. Este processo é semelhante ao processo
de trituração anterior e as capacidades são exatamente as mesmas.

Processo de moagem

O processo de moagem é realizado através de um moinho que transforma os plásticos e


papéis num volume entre 5 e 7 mm3. O processo de moagem é feito através de um único moinho
com a capacidade de 1 Ton/hora.

Para os resíduos das construções:

Separação da
Tomada Destruçador Moinho Silos MP
madeira

Figura 8 - Tratamento das matérias primas (Construção)

RÉMY ANTÓNIO
38
Processo de trituração

O processo de trituração é realizado através de um destroçador que transforma os


plásticos e papeis numa volumetria aproximada de 2cm3.

Processo de moagem

O processo de moagem é realizado através de um moinho que transforma os plásticos e


papeis num volume aproximada de 10 mm3.

Separação de madeira

A separação da madeira dos resíduos da construção é feita através de um processa de


micronização, ou seja, o produto é sujeito a uma moagem muito fina com auxílio de ar
comprimido.

4.1.3 ZONA 3 – Preparação das matérias virgens

As matérias-primas virgens, como o nome indica estão prontas para o seu armazenamento,
ou seja, quando chegam a tomada de descarga são diretamente armazenados no silo apropriado
seja por um camião tanque pressurizado ou com báscula.

Tomada Silos

Figura 9 - Preparação de matérias virgem

Dosagem ou composição de fórmulas

A receita processa-se conforme a mistura selecionada, existe 2 misturador que segundo


a mistura desejada, fazem a mistura e enchem o silo próprio. A mistura pode levar cada uma das
matérias-primas.

RÉMY ANTÓNIO
39
Processo de mistura

Cada misturador têm uma capacidade de mistura 2,7ton em 1 hora, ou seja, a cada hora
que passe o misturador enche o silo com a mistura e prepara-se para nova mistura.

Input Output = Input

Silo Endurecedor 2 Misturadores


Madeira

Silo Serradura
(2,7 ton./h) Silos
Silo Densidade 1

Silo Densidade 2

Silo Densidade 3

Silo Densidade 4

Figura 10 - Processo de mistura

4.1.4 ZONA 4 – Extrusão / produção de produto

A produção do produto é feita através de 12 extrusoras, cada uma delas pode receber uma
fieira que lhe permite obter a forma desejada. Neste processo a extrusora é alimentada com
mistura desejada e é assim é feito a extrusão do produto desejado.

O produto poderá sair em barrote quadrado ou redondo (estaca) ou em tábua. No final da


extrusão é feito o arrefecimento e corte do produto nas medidas desejadas através de corte por
via de serra.

Extrusão Arrefecimento Corte Armazém

Figura 11 - Extrusão

RÉMY ANTÓNIO
40
Extrusão

A extrusão do material é feita por via de


extrusão, ou seja, o produto cai num funil que
alimenta uma camara que é aquecida por via de
resistência e faz com que o produto liquidifica
formando assim o produto que chegado ao fim da
extrusão começa a fica rígido. Cada extrusora têm a
capacidade de extrusão de 0,52m3/h. A unidade fabril Figura 12- Extrusora

está equipada com 2 linhas de extrusão e respetivos


arrefecimentos e corte.

Arrefecimento

Após a saída a boca da extrusora/fieira é


necessário arrefecer o material para que este fique rígido.
Este processo é feito através de água, isto é, o material
conforme anda pelos vários compartimentos é
pulverizado com água a uma temperatura aproxima de
Figura 13- Sistema de arrefecimento
8ºC.

Corte

O puxo e corte é responsável por ajudar a extrusora


a extrudir a uma velocidade constante e sem esforço. A
máquina ajuda a puxar o material e conforme chega a
medida desejada é feito o corte ao produto.

Figura 14 - Máquina de corte


Paletização

Após o corte é necessário transportar o material para o


pavilhão anexo, para isso é palatizado o material que após ter
concluído uma palete segue para o pavilhão através de uma
navete.

Figura 15 - Paletizador

RÉMY ANTÓNIO
41
4.1.5 ZONA 5 – Produção de paletes

Na zona de produção de paletes existe 2 linhas automáticas alimentadas com tábuas e


cubos de produto final, bem como pregos. Cada linha deverá produzir cerca de 160 paletes hora.
Sendo assim para cada palete é necessário:

- 9 Cubos de 145*100*78mm;

- 4 Tábuas de 145*1200*22mm;

- 4 Tábuas de 100*1200*22mm;

- 3 Tábuas de 800*145*22mm;

As dimensões das paletes são conforme a EUR-EPAL;

Processo de montagem de paletes

Input Output = Input

Cubos (145*100*78mm) Máquina automática de


Mistura
paletes

(32 paletes/h cada)


Tábuas Silos Mistura
(145*1200*22mm)

Tábuas
(100*1200*22mm)

Tábuas
(100*800*22mm)

Figura 16- Processo de fabrico de paletes

4.1.6 ZONA 7 – Produção de estacas

Máquina afiadeira:

Esta máquina é responsável por fazer afiar as estacas formando assim um bico para que
esta seja depois utilizada nas vedações.

RÉMY ANTÓNIO
42
4.2 Análise do processo de produção

O processo produtivo da organização é complexo, pois a matéria-prima provêm de outras


entidades que poderão não controlar as matérias-primas que têm disponível, que é o caso da
recolha de resíduos e sua composição. A diversidade de matéria-prima em cada descarga não é
controlada diretamente pela organização e cada descarga pode aumentar ou não reabastecer
uma dada matéria-prima. Neste caso a organização deve fazer um controlo de entradas de cada
matéria-prima necessária em cada momento.

Além da gestão eficiente de chegada de matérias-primas é necessário olha de forma crítica


e controlada de todo o processo de tratamento e preparação da matéria-prima, que apesar de
semelhante têm tratamento diferente e está sujeita a capacidade máxima das instalações.

Um dos fatores que poderá ser crítico é a existência de vária formas de apresentar o
produto e esse mesmo produto ser feito com diferentes misturas de matérias-primas, oferecendo
uma enorme possibilidade de produtos em várias misturas. Estes fatores levam a uma elevada
complexidade e consequentemente a uma dificuldade no planeamento de produção face a
alteração de mistura ou produtos a ser produzidos.

RÉMY ANTÓNIO
43
CAPÍTULO V – PLANEAMENTO DA PRODUÇÃO

Neste capítulo é feita uma descrição do layout e operação programada com todos os
passos necessários para a produção de produtos, apresentando o modelo de planeamento
desenvolvido e por fim uma breve descrição das tecnologias e ferramentas utilizada na
computação do modelo.

5.1 Layout e operação programada

No decurso da realização deste projeto, a organização de acolhimento ainda não tinha


instalado o equipamento produtivo integrante do layout industrial. Foi opção da organização
montar uma unidade piloto e realizar um conjunto de testes que lhe permitissem aprofundar
questões relacionadas com as características operacionais das diferentes etapas de fabrico do
produto final, WasteMix.

Importa notar que, que a organização é pioneira na proposta do processo produtivo. A


inexistência de instalações industriais similares e a escassa informação disponível, tornaram
imperativa a construção da unidade piloto e a realização de testes que permitissem monitorizar
e aferir parâmetros operacionais importantes para afinação das condições operacionais dos
equipamentos e, simultaneamente, servirem de suporte à simulação da unidade industrial. É com
base na unidade piloto que a Organização começa a identificar alguns problemas que poderão
ocorrer na passagem desta escala à escala industrial.

Por outro lado, a dependência dos mercados externos e o facto de se tratar de um processo
de produção contínuo, são atributos que acrescentam complexidade ao planeamento
operacional e, consequentemente, à gestão da organização. De facto, a organização tem que
investir num controlo rigoroso tanto dos inputs, isto é, das matérias-primas que chegam do
exterior, como dos seus outputs ou seja, da satisfação dos clientes e das suas encomendas.

É necessário existir um equilíbrio entre compras, stock e produção para evitar quebras ou
mesmo paragens na operação dos equipamentos e subsequentes restrições produtivas. A título
de exemplo, neste processo a rotura de stock de um componente da mistura obriga à paragem
de uma ou várias linhas produtivas ou, até mesmo, à paragem completa de todas as linhas de
produção.
RÉMY ANTÓNIO
44
Por outro lado, o controlo de entradas e saídas do processo, ou seja, a receção de matérias-
primas e a expedição de produtos finais, exige quer a gestão contínua das compras e das
condições de abastecimento das mesmas, quer a organização das vendas, gestão da carteira de
clientes e condições de expedição (i.e. prazos, quantidades, carteira de produtos).

O modelo de planeamento proposto pretende precisamente servir de suporte à decisão,


neste contexto, partindo da representação do processo de fabrico dos produtos e das condições
operacionais que caracterizam as suas etapas operacionais.

5.2 Modelo de Planeamento

A proposta de planeamento da unidade produtiva foi conduzida quer para o nível tático,
quer operacional.

O horizonte de planeamento é modelado utilizando uma representação discreta do tempo.


Esta considera como unidade discreta de tempo a semana, para o planeamento tático, e o turno
de operação (i.e. 8 horas de operação), para o planeamento operacional. O horizonte de tempo
no planeamento tático é de 24 semanas ou seja, cerca de 6 meses, sendo assim t=0,…HT, com
HT=24. No planeamento operacional modela-se o planeamento semanal ou seja, t=0,…HO, sendo
HO o número total de turnos semanais. A ligação entre os dois níveis de planeamento torna-se
desta forma de fácil implementação uma vez que cada unidade de tempo discreto do modelo
tático terá uma correspondência a um período de planeamento operacional.

Para melhor compreensão da proposta desenvolvida, apresenta-se em seguida uma


ilustração sumária das etapas do processo, identificando-se a forma como as mesmas são
representadas no modelo. Nesta sequência, são então indicadas as principais considerações
efetuadas quer relativamente à representação proposta quer às condições operacionais
consideradas.

Efetuada a caracterização e identificados os pressupostos assumidos, passa-se à


apresentação e desenvolvimento do modelo de planeamento operacional.

• Etapas do processo e representação no modelo de planeamento

No capítulo 4 apresentou-se uma descrição detalhada do processo e das suas diferentes


etapas produtivas. Foi ainda caracterizada as várias operações integrantes do processo e os

RÉMY ANTÓNIO
45
equipamentos em que as mesmas podem realizar-se. Desta forma, as ilustrações que se seguem
têm por objetivo estabelecer a ligação entre as atividades industriais e a sua representação no
modelo de planeamento.

Comecemos então por caracterizar as principais entidades do modelo e definir a sua


representação. O conceito de:

- tarefa i é utilizado para representar uma operação executada num dado equipamento,
j. A realização da mesma operação num outro equipamento é representada por uma tarefa
distinta, ou seja, é única a relação entre tarefa, operação e equipamento (Amaro & Barbosa-
Póvoa, 2008).

Cria-se desta forma um conjunto de NI tarefas para representar as diferentes operações


produtivas e a sua ligação aos equipamentos onde é exequível (admissível) a sua realização ou
seja, i=1,…,NI tarefas. Cada tarefa tem ainda um conjunto determinado de materiais que
alimentam a sua execução (Inputs, de i) e gera um conjunto específico de produtos (Outputs, de
i).

- estados s, representam um material, numa dada localização. Assim, diferentes


materiais, numa mesma localização, representam diferentes estados e, o mesmo material, em
localizações diversas, representa também diferentes estados (Amaro & Barbosa-Póvoa, 2008).

A execução de cada tarefa envolve a caracterização da operação e do equipamento em


que a mesma ocorre. Assim, neste processo a generalidade das operações são consideradas semi-
-contínuas pelo facto de operarem em modo contínuo durante intervalos pré-definidos de
tempo, ao cabo dos quais se inicializa novo ciclo de operação. O output destas operações é
definido em coerência com as taxas ou rácios operativos estabelecidos para cada equipamento.

Uma vez que cada unidade discreta de tempo tem uma correspondência horária, a
obtenção das capacidades dos equipamentos CEj, com j=1,…,NJ equipamentos, não exige a
formulação de pressupostos, obtém-se diretamente fazendo, para qualquer equipamento j=1,
NJ: CEj,= TOj*∆t, onde ∆t é o equivalente horário da unidade discreta de tempo. A título de
exemplo, um equipamento, seja j=1, com uma Taxa Operativa (TO1) de 1 Ton/h, é descrito no
planeamento operacional (t= 1,…,HO, em que a unidade de tempo é o turno, ∆t= 8 h) por uma
capacidade CE1, de 8 Ton/turno.

RÉMY ANTÓNIO
46
Ilustra-se em seguida (figuras 17 a 18) as diferentes tarefas consideradas na representação
das diversas etapas do processo e os materiais que definem os estados de input e de output de
cada tarefa.

Trituração

Moagem
INT 1
Micronização
Tarefa 1 e 2
Tarefa 3

Figura 17- Etapa de preparação de matérias virgens

Mistura

Tarefa 19 Extrusão

Tarefa 21

Mistura

Tarefa 20

Figura 18 - Etapa de mistura

Figura 19 - Etapa de preparação matérias-primas

A representação envolve assim, para qualquer dos níveis de planeamento, um total de 25


tarefas.

RÉMY ANTÓNIO
47
• Pressupostos e considerações assumidas a priori

Consideram-se os seguintes pressupostos:

1) Qualquer tarefa uma vez iniciada no equipamento j, não é interrompida até à sua
completa conclusão;

2) Os eventos decorrem nos intervalos de tempo de planeamento, afetando-se a sua


ocorrência às fronteiras de cada intervalo ou seja, aos valores discretos de t;

3) As tarefas integrantes de uma mesma etapa de processamento ocorrem


sequencialmente, sem interrupção;

4) A transferência entre etapas do processo é considerada instantânea ou seja, de


tempo de transferência é desprezável, relativamente ao tempo de operação das
tarefas.

Estão então reunidas condições para o desenvolvimento do modelo de planeamento tático


e operacional.

• Formulação do modelo de planeamento

O modelo proposto é uma formulação matemática de programação linear inteira mista


(PLIM). A formulação é aplicada a ambos os horizontes de planeamento (6 meses, no tático e 1
semana no operacional) com os adequados ajustamentos da unidade de tempo e demais
parametrização.

Nomenclatura

Índices

i =1,…,NI- tarefas;

j =1,…,NJ – Equipamento;

s =1,…,NS – Estados de Material;

t =1,…,|T|- Período de tempo de planeamento, em unidades discretas.

RÉMY ANTÓNIO
48
Conjuntos

I = { i tarefas que integram o processo }

IJ j = {i ∈ I: a tarefa i é exequível em j }

J = {j: equipament os que integram o processo }

S = { s : estados de material envolvidos no processo }

S iin / S iout = {s ∈ S: o estado s é input / output da tarefa i }

IS in
s / IS out
s = {i ∈ I: a tarefa i produz/con some o estado de material s}

Variáveis Inteiras e Contínuas

Qi t =quantidade processada pela tarefa i no tempo t;

R s t =quantidade de material rececionada para o estado s no tempo t;

S s t =quantidade expedida de material no estado s no tempo t;

Es t =quantidade de material disponível (existências) no estado s no tempo t.

Estas variáveis são definidas com condição de integralidade para todos os estado s que
respeitam a produtos finais. Para os demais estados não é imposta condição de integralidade.

Variáveis binárias

1 se a tarefa i é e xecutada em t
Yi t = 
0 restantes casos

Parâmetros de tempo e Capacidade

( )
C j C j = capacidade máxima(mínima) de operação do equipamento j (taxa ou rácio de

operação, em massa ou volume por unidade de tempo);

CiPs = coeficiente de produção de estado s pela tarefa i;

C iCs = coeficiente de consumo de estado s pela tarefa i.

RÉMY ANTÓNIO
49
Definida a notação, está-se em condições de apresentar a formulação matemática para o
modelo de planeamento.

Função Objetivo

Avaliar as condições de dependência externa (no abastecimento ou seja, relativamente


aos fornecedores de matéria-prima e na expedição) em condições de plena laboração dos
equipamentos, é um dos propósitos relevantes para a Organização. Assim, entendeu-se
adequado adotar o desempenho operacional representado pelos níveis de produção de cada
tarefa, como objetivo de otimização. Dada a natureza da variável escolhida o critério será
maximizar as produções de todas as tarefas, em todo o horizonte de planeamento. Tem-se pois:

H NI
max z : z = ∑∑ Qi t
t =1 i =1

Este objetivo está então sujeito a um conjunto de restrições que traduzem as


condicionantes operacionais das diferentes tarefas e estados materiais envolvidos no processo.
Tem-se então:

R.1 ∑ Yit ≤ 1 ∀j = 1,..., NJ , ∀t


i∈ IJ j

O conjunto das NJxH restrições descritas pelas inequações R.1 traduzem a impossibilidade
de ocorrer a afetação de mais que uma tarefa i, no conjunto de tarefas exequível em j (IJj
verificado para todas as unidades j), num determinado tempo t. São precisamente estas
condições que asseguram a unicidade de atribuição dos equipamentos às tarefas, em cada
intervalo de tempo do horizonte de planeamento.

A título de exemplo, admita-se que as tarefas 5 e 6 (i=5 e i=6) correspondem às duas únicas
operações definidas no equipamento 1. Neste caso as restrições R.1 traduzem:

Y5 t + Y6 t ≤ 1 j = 1, ∀ t

evidenciando que, em qualquer intervalo de tempo t, apenas uma das tarefas poderá
operar ou seja, ocorrer no equipamento.

R.2 Yit C j ≤ Qit ≤ Yit C j ∀j = 1,..., NJ , i ∈ JI j , ∀t

RÉMY ANTÓNIO
50
O conjunto de restrições R.2 estabelecem limites de produção, superior e inferior,
definidos pelas características operacionais dos equipamentos j, para cada uma tarefas i que nele
podem ocorrer ( i ∈ JI j ).

Assim, nos intervalos de tempo de inatividade da tarefa, a variável binária ( Yi t = 0 )

assegura que nenhuma produção ocorre a partir da tarefa i. Por outro lado, quando a tarefa i está
em execução em determinado intervalo de tempo t ( Yi t = 1 ), a quantidade processada em i situa-

se entre o mínimo de C j unidades e um máximo de C j unidades. A imposição de um limite

inferior não nulo ( C j ≠ 0 ) impedirá situações de execução da tarefa i, correspondentes a valores

que validam a condição, tendo contudo uma escassa representatividade industrial.

Retomando o exemplo das tarefas 5 e 6 (i=5 e i=6), as restrições R.2 representarão então:

j = 1, i ∈{i : i = 5 , 6}, ∀t
Y5 t C 1 ≤ Q5t ≤ Y5 t C 1 j = 1, i = 5 , ∀ t
Y6 t C 1 ≤ Q6 t ≤ Y6 t C 1 j = 1, i = 6 , ∀ t

indicando que as tarefas 5 e 6 têm limites de produção definidos pela capacidade do


[ ]
equipamento C 1 , C 1 em que são exequíveis (j=1, neste caso).

R.3

Est = Est −1 + ∑ CiPs Qi t − ∑ CiCs Qi t − Ss t + Rs t ∀s , ∀t = 1,..., H + 1


i∈IS sOUT i∈IS sIN

As igualdades definidas em R.3 representam o balaço material implementado sobre todos


os estados s, em qualquer dos intervalos de tempo t, do horizonte de planeamento. Assim, o
primeiro somatório integra as quantidades produzidas para o estado s, por todas as tarefas que
têm s como output operacional. A quantidade processada por cada tarefa i para o estado s, é
definida com base na ponderação CiPs que traduz a relação de produção (i.e. o “recipe” ou

formulação da operação).

De igual modo, o segundo somatório integra as quantidades consumidas de estado s, por


todas as tarefas que têm s como input operacional. A quantidade estado s consumida por cada

RÉMY ANTÓNIO
51
tarefa i, é definida com base na ponderação CiPs de acordo com a formulação da operação. Por

último, são adicionadas as entradas de material vindas do exterior (ou seja, que não resultam da
atividade das tarefas) e subtraída a quantidade expedida de material no estado s. As parcelas de
receção do exterior têm valor não nulo apenas para as matérias-primas e as parcelas de
expedição não nulas ocorrem apenas para os produtos finais.

R.4 ∑ CiCs Qi t ≤ Es t −1 ∀s ,∀t = 1,..., H


i∈IS sIN

As restrições R.4 definem que as tarefas que consomem estado de material s ( i ∈ IS ), não
IN

podem processar quantidades superiores, na sua totalidade, à quantia de material s disponível


no início do intervalo de tempo t ou seja, em t-1.

R.5 S sMin
t ≤ S s t ≤ S sMax
t ∀s ∈ S PF ,∀t

A quantidade expedida de cada estado de material s é delimitada quantidades mínimas e


máximas que dependem do material considerado. Este conjunto de condições R.5 representa as
características de expedição dos produtos finais, podendo considerar apenas um dos limites de
operação, dependendo das características de entrega ao cliente.

R.6 RsMin
t ≤ Rs t ≤ RsMax
t ∀s ∈ S MP ,∀t

A quantidade rececionada de cada estado de material s obedece a limites de capacidade


de receção (quantidades máximas) e de viabilidade dos abastecimentos (quantidades mínimas).
As condições R.6 representam pois as características de receção das matérias-primas, podendo
ainda considerar apenas um dos limites de receção, de acordo com as características de
abastecimento do fornecedor.

R.7 Qi = pal t ≤ Qi' t ∀ i' ∈ Ipal , ∀t

O conjunto de restrições R.6 estabelecem limites superiores de produção para as tarefas


dedicadas ao fabrico de paletes (i=pal). Estas condições determinam que o fabrico de paletes

RÉMY ANTÓNIO
52
(combinado de produtos finais como quadrado e tábuas de vários tipos) é condicionado pelas
tarefas de fabrico dos produtos finais envolvidos na sua produção. Assim, de entre essas tarefas
( i ∈Ipal ), será a de menor taxa produtiva que limitará o fabrico das paletes.

Condições iniciais

Yi 0 = 0 não existem ocorrências anteriores ao primeiro período de planeamento;

Qi 0 = 0 não existe produção em tempo anterior ao primeiro período de planeamento;

E s 0 = E s0 no início do horizonte de planeamento há uma quantidade E s0 de existências

para cada um dos s estados de material;

S s 0 = S s0 = 0 no início do horizonte de planeamento não há expedição de qualquer

material s;

S s 0 = S s0 = 0 no início do horizonte de planeamento não há expedição de qualquer

material s;

5.3 Algoritmos de Resolução e Monitorização de Resultados

A formulação do modelo aplicado em Excel foi uma escolha estratégica para o


desenvolvimento deste projeto. As condições impostas eram evitar qualquer custo com a
aplicação da plataforma e manutenção da plataforma e sua realização. A escolha reverteu numa
ferramenta já conhecida por parte dos gestores com grande potencial para este tipo de problema
aplicada a gestão.

A razão principal para o uso do Excel é o facto de ser conhecido por todos e de ser de fácil
uso para qualquer pessoa que necessita destes dados. Além deste facto o é uma ferramenta que
permite a ligação a dados externos como dados em real-time da produção.

Para a resolução do modelo formulado anteriormente usei outro solver que não o do Excel,
visto que o solver base do Excel não resolve problemas com a dimensão da minha formulação,
usou-se um add-in em Excel VBA, o OpenSolver desenvolvido e mantido por Andrew Mason e
estudantes do departamento de Engineering Science da Universidade de Auckland da Nova
Zelândia.

RÉMY ANTÓNIO
53
Para apresentação dos dados tratados optei por usar ferramentas do Excel,
nomeadamente a função de Dashboard, para que os dados usados na formulação apareçam de
forma clara para quem for usar a plataforma sem a necessidade de interpretação dos dados
obtidos pela formulação, pois os dados são recolhidos e tratados de forma simples e concreta.

RÉMY ANTÓNIO
54
CAPÍTULO VI – ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

Este capítulo é dedicado à apresentação dos resultados obtidos com base na resolução da
formulação de planeamento proposta para o nível tático e operacional (capítulo V). A aplicação
do modelo foi desenvolvida com base na informação disponível para a escala piloto,
considerando-se nesta a operação parcial da etapa de extrusão, ou seja, 5 das 12 linhas
projetadas no layout industrial.

No que respeita à modelação do horizonte de planeamento foram consideradas unidades


discretas de tempo. No modelo tático cada unidade de tempo representa uma semana de
operação, num total de 24 semanas (i.e. 6 meses de operação) e o modelo operacional
compreende um período global de uma semana.

Em termos de apreciação dos resultados, ilustram-se previamente as soluções ótimas para


alguns cenários operacionais de planeamento tático.

Considerada a importância de consolidação dos resultados entre as duas propostas de


planeamento, selecionou-se a informação relativa a 1 semana de planeamento tático e executou-
se o modelo operacional para essa semana. Esta análise permitirá assim concluir do impacto da
integração de detalhes operacionais ao nível das soluções de planeamento.

Por último, apresenta-se a proposta de dashboard desenvolvido em Microsoft Excel e


ilustram-se algumas das suas valências para efeitos de controlo e gestão dos indicadores de
produção.

6.1 Planeamento Tático

O planeamento da produção a médio prazo ou também denominado planeamento tático,


fornece a ligação básica entre as decisões decorrentes dos planos estratégicos (abrangendo
vários anos) e a sua concretização em períodos operacionais de duração dita intermédia. Este
tipo de planeamento cobre, em geral, períodos de operação com durações entre os 6 meses e
um ano de atividade (Davis, et al 2001).

RÉMY ANTÓNIO
55
O planeamento tático foi configurado para um intervalo de 6 meses, isto é, 24 semanas,
sendo a unidade discreta de tempo a semana. O modelo foi desenvolvido para uma unidade
piloto e é nessa base que foi definido, ou seja, com apenas 5 linhas de produto final.

As restrições do modelo têm a duração de 1 semana e stock possíveis para essa mesma
semana. Com base nos dados previstos foram realizados diversos testes de forma a validar o
modelo matemático, analisando vários cenários possíveis, desde existência de stock, falta de
fornecimento de matérias-primas e definição de valores de saída (procuras).

Cenário 1 - Planeamento tático com mínimos de matérias-


matérias-primas e mistura e sem restrição
na saída de produtos

Num primeiro cenário de operação considerou-se o arranque da unidade, isto é, o início


da atividade fabril em que num cenário real seria processado por zonas, neste caso optou-se por
dar ao modelo alguns inputs. Neste cenário existem matérias-primas por tratar (quantidade
expectável receber numa semana) e há ainda existências iniciais de 10 000Kg de cada matéria-
prima tratada e de cada uma das misturas.

Neste cenário, verificamos que o solver consegue alcançar a solução ótima (desvio nulo,
Gap 0.00), em 608 iterações e para um tempo de 3,45 segundos de CPU (Intel® Core™ i7-4710HQ
CPU @ 2.50GHz.).

Produção de produtos
100000
80000
60000
40000
20000
0
Ei
t=1
t=2
t=3
t=4
t=5
t=6
t=7
t=8
t=9
t=10
t=11
t=12
t=13
t=14
t=15
t=16
t=17
t=18
t=19
t=20
t=21
t=22
t=23
t=24

Estacas Tábuas Barrotes

Figura 20- Produção de produtos cenário 1

Os resultados obtidos com o modelo ótimo de planeamento, figura 20, mostram que o
modelo sem restrições de saídas, irá optar por produzir tábuas em 1º lugar, seguido de estacas e
barrotes. Este comportamento deve-se ao facto de a quantidade de mistura necessária para o
fabrico das tábuas ser menor que a dos restantes produtos.

RÉMY ANTÓNIO
56
Em relação às paletes, observa-se uma produção nula, conforme a figura 21, porém são
produzidos, no final do planeamento, alguns produtos necessários à confeção de paletes.

Produção de paletes
200000

100000
0
Ei
t=1
t=2
t=3
t=4
t=5
t=6
t=7
t=8
t=9
t=10
t=11
t=12
t=13
t=14
t=15
t=16
t=17
t=18
t=19
t=20
t=21

t=22

t=23

t=24
Paletes Subprodutos paletes

Figura 21- Produção de paletes

Ainda constatamos que não existe produção de produtos na 1ª semana, pois o modelo não
consegue produzir e garantir todas as restrições seja elas de quantidades mínimas ou de operação
mínima de um qualquer equipamento.

Cenário 2 - Planeamento ciclo normal com encomendas simuladas de produto pelos clientes e saída
fixa de paletes.

Neste cenário de operação considerou-se de forma aleatória, mas possível de ser


respondido pelo modelo, as existências iniciais matérias-primas e misturas. Optou ainda por
considerar saídas de vários produtos de WasteMix, acrescidas de uma saída fixa de paletes (700
unidades) semanal.

Neste caso, verificamos que o solver consegue alcançar a solução ótima (Gap 0.00), em
9377 iterações e para um tempo de 16,01 segundos de CPU (Intel® Core™ i7-4710HQ CPU @
2.50GHz).

RÉMY ANTÓNIO
57
Produção de estacas 3 cenários
40000
30000
20000
10000
0
Ei
t=1
t=2
t=3
t=4
t=5
t=6
t=7
t=8
t=9
t=10
t=11
t=12
t=13
t=14
t=15
t=16
t=17
t=18
t=19
t=20
t=21
t=22
t=23
t=24
Estacas (cenário 1) Estacas (cenário 2) Estacas (cenário 3)

Figura 22 - Produção de estacas 3 cenários

Os resultados obtidos com o modelo ótimo de planeamento, na figura 22, mostram que
o modelo chega assim a uma solução ótima e podemos constatar que além de responder aos
valores das saídas dos vários produtos, o modelo face às restrições diminui, comparativamente
com o caso anterior, o número de estacas produzidas. Relativamente às tábuas, podemos ver na
figura abaixo, figura 23, que tal como as estacas existe uma clara diminuição da sua produção.

Produção de tábuas 3 cenários


100000
80000
60000
40000
20000
0
Ei
t=1
t=2
t=3
t=4
t=5
t=6
t=7
t=8
t=9
t=10
t=11
t=12
t=13
t=14
t=15
t=16
t=17
t=18
t=19
t=20
t=21
t=22
t=23
t=24

Tábuas (cenário 1) Tábuas (cenário 2) Tábuas (cenário 3)

Figura 23 - Produção de Tábuas nos 3 cenários

RÉMY ANTÓNIO
58
Por fim, os barrotes apresentam no início do planeamento uma produção superior face ao
1º cenário. Porém, esse comportamento só se mantêm nas primeiras duas semanas, nas
restantes, tal como os outros produtos regista uma clara diminuição, como é visível na figura 24.

Produção de barrotes 3 cenários


15000

10000

5000

0
Ei
t=1
t=2
t=3
t=4
t=5
t=6
t=7
t=8
t=9
t=10
t=11
t=12
t=13
t=14
t=15
t=16
t=17
t=18
t=19
t=20
t=21
t=22
t=23
t=24
Barrotes (cenário 1) Barrotes (cenário 2) Barrotes (cenário 3)

Figura 24- Produção de barrotes nos 3 cenários

Na produção de paletes e graças à condição de saída imposta a este produto (principal


produto a que a empresa quer dar destaque nas suas vendas), regista-se neste cenário uma
produção variável face ao tempo como é representado na figura 25.

Produção de paletes 3 cenários


6000
4000
2000
0
Ei
t=1
t=2
t=3
t=4
t=5
t=6
t=7
t=8
t=9
t=10
t=11
t=12
t=13
t=14
t=15
t=16
t=17
t=18
t=19
t=20
t=21

t=22

t=23

t=24

Paletes (cenário1) Paletes (cenário 2) Paletes (cenário 3)

Figura 25- Produção de paletes nos 3 cenários

Vemos que a produção de paletes é executada sem existir uma necessidade constante de
produção, o que leva a concluir que o objetivo semanal de paletes é inferior à capacidade da
unidade.

RÉMY ANTÓNIO
59
Cenário 3-
3- Planeamento tático com quebra de chegada de matérias-
matérias-primas

Neste cenário de operação considerou-se os mesmos dados de partida do cenário 2,


alterando apenas 2 aspetos. O primeiro é a falta de fornecimento na semana 8 e o aumento da
produção de paletes de 700 para 1400 paletes por semana. Este cenário simula uma quebra de
fornecimento que pode ser justificada pela perda de um fornecedor, greve ou outro fator.

Neste cenário, verificamos que o solver consegue alcançar a solução ótima em 32258
iterações e para um tempo de 30,71 segundos de CPU (Intel® Core™ i7-4710HQ CPU @ 2.50GHz.

É notório que neste cenário os dados obtidos são mais semelhantes ao cenário 2, tendo
valores de produção muito semelhantes, expeto em algumas semanas, como pode ser visto nas
figuras 19 a 22.

Neste cenário vemos uma diferenciação notória na produção de paletes. O facto de ter
aumentado para o dobro os valores das saídas faz com que o modelo responda com menos pausa
de produção e com picos maiores de produção na semana 6 e 16.

6.2 Planeamento Operacional

O planeamento de curto prazo, ou operacional, é representado numa escala detalhada de


tempo (Davis et al 2001). No caso em estudo o horizonte de planeamento é uma semana,
representada numa escala discreta definida pelos turnos de operação ou seja, períodos de 8
horas (i.e. t=1, 2,…, 21).

O modelo na sua dimensão tática, ou seja, uma semana de 7 dias com 3 turnos diários (21
espaços de tempo) é de menor dimensão e apresenta mais detalhe na sua formulação.

Cenário 1 - Planeamento operacional com mínimos de matérias


matérias-
atérias-primas e mistura e sem restrição
na saída de produtos

Neste cenário de operação considerou-se os mesmos dados de partida do cenário 1 do


planeamento tático, o arranque da unidade piloto apenas com algumas existências que existiam
na primeira semana. Para este cenário utilizamos a 1ª semana do planeamento operacional para
que possamos ter uma base de comparação entre os modelos.

RÉMY ANTÓNIO
60
Neste caso, verificamos que o solver consegue alcançar a solução ótima (desvio nulo, Gap
0.00), em 1646 iterações e para um tempo de 2.69 segundos de CPU (Intel® Core™ i7-4710HQ
CPU @ 2.50GHz.

Produção semana 1 por turnos


5000
4000
3000
2000
1000
0
EI
dia 1 turno 1
dia 1 turno2
dia 1 turno 3
dia 2 turno 2
dia 2 turno 2
dia 2 turno 3
dia 3 turno 1
dia 3 turno 2
dia 3 turno 3
dia 4 turno 1

dia 4 turno 3
dia 5 turno 1
dia 5 turno 2
dia 5 turno 3
dia 6 turno 1
dia 6 turno 2
dia 6 turno 3
dia 7 turno 1
dia 7 turno 2
dia 7 turno 3
Quadrado (palete) Estaca 60*1000 dia 4 turno 2
Tábua 70*1000 Barrote 80*1000

Figura 26- Produção semana 1

Neste cenário vemos uma clara diferença face ao modelo tático com a produção de
quadrados para paletes logo na primeira semana, visível na figura 23. A nível operacional ainda
registamos o fabrico de outros produtos, algo que não acontecia na primeira semana do modelo
tático, ou seja, o modelo operacional mostra-se mais eficiente na primeira semana.

As tábuas continuam com valores maiores face às restantes séries de produtos, quando
comparado com os resultados do modelo tático. São produzidos apenas os 4 produtos indicados,
no modelo operacional.

Cenário 2 - Planeamento ciclo normal com encomendas aleatórias de produto pelos clientes e saída
fixa de paletes.
paletes.

Neste cenário de operação considerou-se utilizar a semana 11 do cenário tático a fim de


obter o planeamento operacional. As existências desta semana são as existências finais da
semana anterior (planeamento tático).

Neste cenário, verificamos que o solver consegue alcançar a solução ótima, em 874
iterações e para um tempo de 1,41 segundos de CPU (Intel® Core™ i7-4710HQ CPU @ 2.50GHz).

RÉMY ANTÓNIO
61
No planeamento operacional desta semana, vemos na figura 27, que o modelo dá
preferência a produção de Quadrados em vez de outro subproduto. Ainda notamos que não
existe produção de paletes e que os outros subprodutos ou não possuem produção ou a
produção é mínima, indicando-nos que num cenário real a produção não justificaria os custos.

Produção de Paletes e subprodutos


4760
4750
4740
4730
4720
4710
4700
4690
4680
dia 1 turno 1
dia 1 turno2
dia 1 turno 3
dia 2 turno 2
dia 2 turno 2
dia 2 turno 3
dia 3 turno 1
dia 3 turno 2
dia 3 turno 3
dia 4 turno 1

dia 4 turno 3
dia 5 turno 1
dia 5 turno 2
dia 5 turno 3
dia 6 turno 1
dia 6 turno 2
dia 6 turno 3
dia 7 turno 1
dia 7 turno 2
dia 7 turno 3
dia 4 turno 2

Quadrado (palete) Tábua 1 (Palete) Tábua 2 (Palete) Tábua 3 (Palete) Palete

Figura 27 -Produção de paletes

Produção de estacas
1105
1100
1095
1090
1085
1080
1075
1070
dia 1 turno 1
dia 1 turno2
dia 1 turno 3
dia 2 turno 2
dia 2 turno 2
dia 2 turno 3
dia 3 turno 1
dia 3 turno 2
dia 3 turno 3
dia 4 turno 1

dia 4 turno 3
dia 5 turno 1
dia 5 turno 2
dia 5 turno 3
dia 6 turno 1
dia 6 turno 2
dia 6 turno 3
dia 7 turno 1
dia 7 turno 2
dia 7 turno 3
dia 4 turno 2

Estaca 60*1000 Estaca 60*1500 Estaca 60*2500 Estaca 80*1000 Estaca 80*1500

Figura 28 - Produção de estacas

Como podemos constatar na figura 28, o modelo dá preferência à produção de estacas de


60*1000 face às outras e apenas 5 tipos de estacas detêm produção na semana analisada. Tal

RÉMY ANTÓNIO
62
como no fabrico dos restantes subprodutos, a produção da generalidade das estacas tem valores
baixos face à produção das estacas de 60*1000.

A produção de tábuas neste cenário, conforme a figura 29, acontece como a de fabrico de
estacas. Notamos o destaque das tábuas de 70*1000, verificando-se ainda que as restantes
dimensões fabricadas possuem valores mínimos.

Para a produção de barrotes, vemos na figura 30 que existe maior diversificação de


produção, mas mantendo sempre como produto mais produzido o barrote de 100*2500.

Produção de tábuas
Tábua 70*1000 Tábua 70*1500 Tábua 70*1000 Tábua 70*1000

2972
2970
2968
2966
2964
2962
2960
2958

Figura 29 - Produção de tábuas

Produção de barrotes
200
150
100
50
0
dia 1 turno 1
dia 1 turno2
dia 1 turno 3
dia 2 turno 2
dia 2 turno 2
dia 2 turno 3
dia 3 turno 1
dia 3 turno 2
dia 3 turno 3
dia 4 turno 1

dia 4 turno 3
dia 5 turno 1
dia 5 turno 2
dia 5 turno 3
dia 6 turno 1
dia 6 turno 2
dia 6 turno 3
dia 7 turno 1
dia 7 turno 2
dia 7 turno 3
dia 4 turno 2

Barrote 80*1000 Barrote 80*1500 Barrote 80*2000 Barrote 100*1000


Barrote 100*2000 Barrote 100*2500 Barrote 150*1000

Figura 30 - Produção de barrotes

RÉMY ANTÓNIO
63
Em suma, comparando este cenário nos dois ambientes, o tático e o operacional, vemos
que produz menos quantidade de subprodutos necessários para a produção de paletes,
nomeadamente as tábuas, mas em contrapartida produz mais quadrados.

Em geral, nas restantes séries há uma diminuição de produção dos produtos mais
fabricados no tático e uma produção maior de outros produtos. Esta situação deve-se ao facto
de o modelo operacional não saber o que virá nas restantes semanas.

Cenário 3 - Planeamento operacional com quebra de chegada de matérias-


matérias-primas

Neste cenário de operação considerou-se utilizar a semana 8, em que existe uma quebra
de fornecimento no modelo tático (cenário 3) e replicar para o modelo operacional. As existências
foram retiradas do modelo tático.

Neste cenário, verificamos que o solver consegue alcançar a solução ótima, com desvio
nulo (Gap 0.00), para um tempo de 0,71 segundos de CPU (Intel® Core™ i7-4710HQ CPU @
2.50GHz.

Produção semana 8
5000
4000
3000
2000
1000
0

Quadrado (palete) Estaca 60*1000 Tábua 70*1000 Barrote 80*1000

Figura 31 - Produção semana 8

Na semana 8 como podemos ver na figura 31, o modelo reage à falta de matérias-primas
produzindo apenas um produto de cada série, dando maior produção ao subproduto dos
quadrados, tal como no cenário 1 do modelo operacional. Face ao modelo tático, vemos que o
comportamento é similar, nessa semana, mas variando na escolha do produto a produzir.

RÉMY ANTÓNIO
64
Neste cenário não existe produção de paletes, pois a existência inicial da semana é maior
do que a saída desta mesma semana (1400 unidades), logo o modelo opta por não produzir
paletes em detrimento de outros produtos.

6.3 Monitorização de Resultados – Excel Dashboard

O dashboard apresenta dados importantes para a análise por parte da gestão. Existindo
assim vários gráficos que permitem, no espaço de tempo definido, saber a quantidade de
Matérias-primas, de Misturas e de cada Produto fabricado.

Esses valores refletem assim as várias disponibilidades de matérias e de produto ao longo


do planeamento, permitindo ainda saber quando está definida a produção de um determinado
produto.

Como podemos ver na figura 32, o dashboard permite visualizar o que acontece
semanalmente em termos de existências finais, de stocks de misturas, de matérias-primas e ainda
as diferenças de produção relativamente à média da produção do mesmo período de tempo do
modelo. Desta modo, o gestor tem disponível, de forma resumida e dinâmica, os resultados
pertinentes para a sua análise.

O dashboard permite que em cada semana sejam mostrados indicadores de existência de


produtos finais, permitindo pois a perceção de que produtos necessitam ser produzidos e com
um breve olhar ficamos a saber quais os produtos que existe em maiores quantidades em stock
e aquele que existem em menor quantidade. Registados com um preenchimento em verde temos
as grandes quantidades de stock e a vermelho as quantidades baixas de stock.

Nesse mesmo espaço de tempo podemos ver as oscilações das gamas de produtos
comparativamente à média de produção no período em análise pelo modelo, sendo visível
através de gráficos de barras horizontais as oscilações de cada produto.

RÉMY ANTÓNIO
65
Figura 32- Dashboard

RÉMY ANTÓNIO
66
6.4 Sumário

Com base em vários cenários operacionais foi possível comparar ambos os níveis de
planeamento. De acordo com os resultados, podemos concluir que o modelo tático obtém
melhores valores que o modelo operacional.

Contudo, importa notar que os dados de procura são simulados pelo facto de o produto
não se encontrar ainda em comercialização e, como tal, se desconhecer quais os produtos com
maior ou menor saída.

Por outro lado, recomenda-se que o gestor do processo efetue uma análise cuidada de
ambos os níveis de planeamentos, de forma a tomar as decisões mais corretas em cada
momento.

RÉMY ANTÓNIO
67
CAPÍTULO VII – CONCLUSÕES

Neste capítulo é elaborada uma análise crítica ao projeto desenvolvido bem como uma
reflexão sumária sobre as atividades executadas. Nessa sequência são ainda apresentadas
algumas reflexões pertinentes para o desenvolvimento de trabalhos futuros.

7.1 Principais conclusões do trabalho desenvolvido

À semelhança de qualquer outro projeto, o presente estudo apresenta algumas limitações


que decorrem quer do afastamento da atividade profissional na organização no decurso do
projeto, quer pela falta de dados em tempo útil para a realização de um estudo mais concreto e
realista. Acresce ainda o facto de o processo de produção fabril se encontrar então em
desenvolvimento e, como tal, sujeito a sucessivas adaptações. Tornava-se impraticável adaptar
constantemente o modelo a cada uma das alterações que era implementada.

Por outro lado, o facto de não haver base de comparação entre o modelo e a unidade fabril
dificultou a análise mais detalhada da proposta e dos resultados alcançados. Devido às limitações
e alterações que foram surgindo, optou-se por implementar o modelo em coerência com os
dados operacionais previstos para a unidade fabril.

Por fim, é importante frisar que o modelo responde às necessidades previstas e permite
obter informação pertinente para a gestão da empresa, possibilitando um olhar diferente sobre
o planeamento da produção, quer ao nível do processo, quer da sua operação.

7.2 Perspetivas para trabalhos futuros

Apesar de não prever a continuidade do trabalho desenvolvido no presente projeto, por


motivos do meu afastamento profissional da organização, considero existirem grandes
capacidades de evolução do modelo. Há vários fatores que não foram levados em conta no
modelo e que poderão ser considerados em futuros desenvolvimentos, de forma a melhorar a

RÉMY ANTÓNIO
68
representação do processo de fabrico e a sua operação industrial. A este propósito, salientam-se
alguns fatores com interesse de integração no modelo, tais como:

• A possibilidade de desligar uma ou mais máquina do processo produtivo por


motivos de avaria, manutenção, etc;

• Possibilidade de criar/altera mistura e decidir se o produto será produzido com


uma ou outra mistura;

• Possibilidade de adicionar pausa na produção para a manutenção das linhas, tais


como mudança de discos para a máquina de corte;

• Acrescentar ao modelo tempos de transporte de matérias-primas.

Em termos de apreciação económica, poderia ainda complementar-se o modelo


integrando custos de produção (i.e. operações e matéria-prima) e valores relativos às vendas dos
produtos finais, a fim de possibilitar decisões de produção suportadas na apreciação do valor das
receitas de cada produto final. Esses dados permitiriam ainda considerar a componente de
avaliação custos de matérias-primas e, como tal, a avaliação do abastecimento e a seleção
nomeadamente do melhor fornecedor para matérias-primas.

Sob o ponto vista técnico de implementação do dashboard há também algumas


considerações a referir. A aplicação pode ser melhorada de forma a dar maior autonomia ao
gestor, permitindo-lhe testar diferentes cenários operacionais alterando os inputs e outputs
pretendidos. O atual dashboard não permite fazê-lo de forma automática ou seja, sem recorrer
à alteração dos dados nas tabelas da formulação. Por outro lado, pode ainda existir a necessidade
de ligar o dashboard a outro solver ou algoritmo para melhorar a velocidade de resposta e, como
tal, a acessibilidade dos resultados.

Por fim, há ainda a considerar a integração do layout final de produção no modelo e a


subsequente obtenção de resultados reais, permitindo uma análise mais detalhada sobre o
modelo e sobre a sua representação do processo de produção.

7.3 Considerações Finais

RÉMY ANTÓNIO
69
Em termos globais, os objetivos propostos para o presente projeto foram na sua
generalidade atingidos. O projeto implementa uma proposta de planeamento ótimo da produção
e procede à validação do modelo testando vários cenários operacionais. Paralelamente, foi
desenvolvida uma proposta de dashboard em Microsoft Excel adequado à monitorização dos
resultados e à sua utilização pela gestão do processo.

Os resultados obtidos com as implementações desenvolvidas neste projeto são ilustrativos


de uma unidade piloto que à data de conclusão do projeto era expectável ter um paralelo
industrial, em pleno funcionamento. Contudo, o processo industrial encontrava-se ainda a operar
em escala piloto e, entretanto, muitas mudanças aconteceram na organização.

As maiores dificuldades encontradas no desenvolvimento deste projeto devem-se, tal


como foi referido, ao afastamento da empresa e às constantes mudanças operadas na unidade
piloto. Este facto dificultou a tomada de algumas decisões no projeto e introduziu requisitos de
atualização constante dos dados operacionais dessa unidade, que nem sempre foi possível
considerar.

RÉMY ANTÓNIO
70
BIOGRAFIA

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RÉMY ANTÓNIO
72
[ 24 ] Pahl, J. & Vob, S. (2014). European Journal of Operational Research, 238, 654-674.

[ 25 ] Papageorgiou, L. G. (2009). Supply chain optimization for the process industries: advances
and opportunities. Computers & Chemical Engineering, 33 (12), 1931–1938.

[ 26 ] Proyectos Quimicos (Maio 2014). Prodelix: A partir de los desechos de vertederos. 50-52.

[ 27 ] Robótica (2014). Prodelix: inovação ao serviço da economia e do ambiente. P.31-32

[ 28 ] Shi, J., Zhang, J. & Sha, J. (2011), Optimal production planning for a multi-product closed
loop system with uncertain demand and return, Computers & Operations Research, 38 (3), 641-
650.

[ 29 ] Slack, N.; Chambers, S. & Jonhston, B. (2007). Operations Management. 6.ed. London:
Prentice Hall.

[ 30 ] Stefansson, H, Sigmarsdottir, S., Jensson, P. & Shah, N. (2011). Discrete and continuous time
representations and mathematical models for large production scheduling problems: A case
study from the pharmaceutical industry, EJOR, 215 (2), 383-392.

[ 31 ] Srivastava, S. K. (2007). Green supply-chain management: a state-of-the-art literature


review. Int. J. Manag. Rev. 9, 53–80.

[ 32 ] Stoop, P. P. M. & Wiers, V. C. S. (1996). The complexity of scheduling in practice.


International Journal of Operations & Management, 16, 37-53.

[ 33 ] Sumit M., Ignacio E. Grossmann, I.E., Jose M. Pinto, J.M. & Arora, N. (2012). Optimal
production planning under time-sensitive electricity prices for continuous power-intensive
processes, Computers & Chemical Engineering, 38, 171–184.

[ 34 ] Tubino, D. F. (2000). Manual de planejamento e controle da produção. 2. ed. São Paulo:


Atlas.

[ 35 ] Zaccarelli, S. B. (1987). Programação e Controle da Produção. São Paulo: Livraria Pioneira


Editora.

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Anexos

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Anexo A -
( )
Cj Cj

Taref Taref Taref Taref Taref Taref Taref Taref Taref Tarefa Tarefa Tarefa Tarefa Tarefa Tarefa Tarefa Tarefa Tarefa Tare Tarefa Tarefa Tarefa Tarefa Tarefa Tarefa
a1 a2 a3 a4 a5 a6 a7 a8 a9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 fa 20 21 22 23 24 25
C 1200 1200 9000 1200 1200 1200 1200 1200 1200 36000 9000 9000 9000 9000 9000 9000 9000 9000 162 16200 3120 3120 3120 3120 3120
Up 0 0 0 0 0 0 0 0 00
C 2400 2400 1800 2400 2400 2400 2400 2400 2400 7200 1800 1800 1800 1800 1800 1800 1800 1800 0 0 1560 1560 1560 1560 1560
Low

Anexo B – Quantidade mínima e máxima se stock

PLÁSTICO MOBÍLIAS R. CONST INT1 INT2 D1 D2 D3 D4 MP1 MP2 MP3 MP4 MP5 MP6 M1 M2 M3 M4

23520000 1680000 1680000 0 0 1176000 1176000 1176000 1176000 3360000 3360000 3360000 3360000 3360000 3360000 3360000 3360000 3360000 3360000

7000 500 500 0 0 350 350 350 350 2000 2000 2000 2000 2000 2000 1000 1000 1000 1000

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