Rémy - António - Otimizacao Com Excel
Rémy - António - Otimizacao Com Excel
Rémy - António - Otimizacao Com Excel
PROJETO ORGANIZACIONAL
Novembro 2016
OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO COM “EXCEL DASHBOARD”
ORIENTADO PARA A GESTÃO
Orientador
Novembro 2016
AGRADECIMENTOS
Este espaço é dedicado àqueles que deram a sua contribuição para que esta dissertação
fosse realizada. A todos eles deixo aqui o meu agradecimento sincero.
Aos meus pais, Jorge e Helena pela compreensão e por estarem sempre do meu lado.
À minha orientadora, Doutora Ana Cristina dos Santos Amaro pela forma que orientou o
meu trabalho. Pelo tempo despendido em prol deste trabalho e pela força que sempre me deu
na realização deste projeto.
Aos meus amigos que me apoiaram nesta fase, especialmente ao Ricardo Pinto
companheiro nesta “aventura”.
iii
RESUMO
O planeamento industrial e a otimização dos processos produtivos são essenciais para a
melhoria contínua do desempenho operacional e para o crescimento económico sustentado.
Este projeto tem por objetivo criar um modelo de planeamento ótimo adequado à
representação do processo de fabrico de um produto inovador produzido a partir de lixo e
patenteado por uma empresa portuguesa.
O projeto desenvolveu-se num período de ensaios, em instalação piloto, pelo que a
oportunidade da implementação e a pertinência organizacional dos resultados a alcançar
constituíram uma importante motivação. Por outro lado, o cariz inovador do processo e o seu
potencial de integração e gestão logística são desafios científicos atuais e de reconhecida
relevância.
Paralelamente, considerado o carácter de aplicação prática da proposta, foi desenvolvido
um dashboard em Microsoft Excel, orientado para o controlo e gestão de indicadores de
produção, com o propósito de criar uma interface facilitador da apreciação e tomada de decisão
pelos gestores da fábrica.
Os resultados obtidos permitiram alcançar uma visão mais detalhada das várias etapas do
processo fabrico (i.e. receção das matérias-primas, tratamento, processamento de misturas e
extrusão) e dos seus produtos finais.
Em termos globais, os objetivos traçados foram alcançados e, nessa sequência, foi
identificado um conjunto de propostas de oportuno interesse para desenvolvimentos futuros.
Palavras-
Palavras-chave:
chave: Planeamento da produção, gestão de operações, otimização, dashboard e
Reciclagem.
ABSTRACT
The industrial planning and the optimization of production processes are essential for the
constant improvement of operational performance and for a continuous economic growth.
This project aims to develop an optimal planning model suitable for the representation of
an innovative manufacturing process, patented by a Portuguese company and used to
manufacture new products from garbage.
The project started within a pilot phase, thus finding a motivation strengthened by the
implementation challenge and by the organizational relevance of the results to achieve. In
addition, the innovative nature of the process and its potential for logistic integration and
management are current scientific opportunities of recognized relevance.
Besides that, considering the practical scope of the proposal, a Microsoft Excel dashboard
was build, with the purpose of creating an interface that facilitates analysis and decision making
of the industrial managers, oriented by the control and management of production indicators.
The results obtained allowed a detailed perspective over the various stages of the
manufacturing process (i.e. receipts of raw material, processing, blending and extrusion) and its
final products.
Globally, the objectives outlined were achieve and, consequently, some interesting
research subjects identified for future developments.
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iv
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS ...............................................................................................................................III
RESUMO .............................................................................................................................................. IV
ABSTRACT ............................................................................................................................................ IV
ÍNDICE................................................................................................................................................... V
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v
3.2.3 PODER DE NEGOCIAÇÃO DOS FORNECEDORES ....................................................................................... 29
3.2.4 PRODUTOS SUBSTITUTOS.................................................................................................................. 29
3.2.5 ANÁLISE DE RECURSOS E CAPACIDADES ................................................................................................ 30
3.2.6 ANÁLISE DA CADEIA DE VALOR ........................................................................................................... 31
3.2.7 ANÁLISE SWOT ............................................................................................................................. 34
3.3 SUMÁRIO ...................................................................................................................................... 34
BIOGRAFIA ........................................................................................................................................... 71
ANEXOS ............................................................................................................................................... 74
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vi
ÍNDICE DE FIGURAS
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vii
ÍNDICE DE TABELAS
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vii
i
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
No momento da realização deste estudo a empresa operava numa unidade piloto de forma
a realizar testes para a projeção da fábrica final, nomeadamente estudo dos equipamentos que
iriam transformar as matérias-primas em produto final. A empresa detinha pouco equipamento
industrial no local, operando parte do processo produtivo com equipamento de teste ou
recuperado de outras indústrias.
É neste contexto que o presente projeto tem o seu enquadramento inicial. A proposta de
trabalho envolve o desenvolvimento de uma interface para auxiliar a tomada de decisão por parte
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9
dos gestores da futura unidade fabril. Para tanto, foi proposta a criação de um dashboard
orientado para a monitorização de alguns indicadores de produção que permitissem auxiliar as
decisões de gestão industrial.
No momento da realização deste estudo a empresa operava uma unidade piloto e estava
em fase de realização de testes para a fábrica final.
A possibilidade de ter uma ferramenta de fácil uso por parte da gestão assume especial
destaque no contexto de planeamento da atividade produtiva das organizações e na avaliação do
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10
seu desempenho. Assim, a disponibilidade de um instrumento que permita uma atuação ágil em
caso de falha ou avaria de um equipamento ou ainda, a ação atempada em situação de escassez
de materiais, possui efetiva importância para o planeamento e gestão do processo industrial.
Neste sentido, este estudo pretende acrescentar algum know-how em relação à otimização
do processo produtivo e à capacidade de operação final da fábrica. Não menos importante, é
ainda desenvolver um dashboard que auxilie a gestão do processo.
A organização de acolhimento do projeto investiu num produto inovador e, como tal, irá
precisar de tomar decisões relativas à produção, isto é, a empresa deve estar ciente das
limitações fabris e de tudo o que pode acontecer quando algo corre menos bem. Além das
questões de reparação e manutenção das máquinas, a empresa tem que gerir as suas matérias-
primas (provenientes da recolha do lixo doméstico) e toda a incerteza associada ao seu
abastecimento (p.ex: quantidades, densidades dos abastecimentos).
Por fim, o projeto trata ainda dois outros importantes assuntos, a reciclagem e a forma
como podemos promover o ciclo de vida dos produtos. O produto em estudo é produzido a partir
da reciclagem de produtos em fim de vida ou no fim do seu ciclo. Assim, o tema desta proposta
abre novas perspetivas para o ciclo de vida dos produtos e antecipa o fecho do ciclo com a
reciclagem de produtos que não teriam outro destino, para além do aterro.
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11
1.4 Objetivos e Metodologia
• Estender a aplicação do Dashboard tendo em vista a sua utilização por parte dos
gestores de negócio.
1.4.3 Metodologia
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melhor apreensão das técnicas e dos meios em uso pelos intervenientes, para que
posteriormente se consiga uma interpretação, em cenário essencialmente prático e, como tal,
mais próximo da realidade.
Foi pois delineado um conjunto de etapas de trabalho que podem sumariar-se da seguinte
forma:
2ª-
2ª- Fase – Caracterização do processo produtivo da fábrica, capacidades de produção dos
equipamentos e dos silos para stock de matérias-primas e misturas. Além das capacidades foi
feita uma análise de todo o trajeto das diferentes matérias-primas.
O Capítulo II, Enquadramento Teórico, é composto por uma revisão bibliográfica e análise
do estado da arte no que diz respeito ao tema do projeto. Procura-se ainda neste capítulo
apreciar algumas contribuições relativas à modelação ótima de problemas, analisando-se alguns
dos desenvolvimentos e a sua aplicação em problemas de planeamento industrial.
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13
Cabe ao quinto capítulo a descrição da proposta de planeamento desenvolvida. Nesta
apreciação para além da apresentação e fundamentação da proposta são ainda descritos os
principais conceitos e condicionantes de implementação. Segue-se então o capítulo VI, Análise e
discussão dos resultados das propostas desenvolvidas, no qual se apresenta uma síntese dos
resultados obtidos para os cenários operacionais analisados.
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14
CAPÍTULO II – ENQUADRAMENTO TEÓRICO
Os gestores têm vindo a concentrar, cada vez mais, o foco da sua atenção na agressividade
da concorrência e no aumento das exigências de competitividade. As atividades produtivas
rotineiras deixam progressivamente de ser um hábito para serem práticas dinâmicas com
requisitos de contínuo acompanhamento. A necessidade de partilha de recursos de
disponibilidade limitada (p.ex: espaço, equipamentos, materiais, etc) acrescenta incentivo à
gestão cuidada de todas as operações.
A este propósito, Slack et al (2007) afirma que um dos principais objetivos da gestão de
operações é: “criar soluções que permitam garantir a transformação eficaz de recursos (inputs)
em produtos e serviços (outputs)”. Menipaz (1984) fundamenta ainda que o objetivo de gestão
das operações deve integrar três componentes básicas dos sistemas de operações: i) entradas
(inputs), que podem ser tangíveis (pessoas, materiais e equipamentos) ou intangíveis
(informação, tempo); ii) processos, que representam a essência dos sistemas; e iii) as saídas
(outputs), isto é os bens e serviços. Ainda de acordo com este autor, a gestão de operações deve
cuidar do projeto, do planeamento, da organização e do controlo de recursos do sistema de
produção, de forma a fornecer produtos e serviços que satisfaçam as necessidades dos clientes
e os objetivos da organização.
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A tónica de gestão das operações fica então centrada na função de produção. Desta forma,
independentemente do tipo de organização, as decisões a tomar no âmbito da “função de
produção são semelhantes e dizem respeito à forma como os produtos ou serviços irão ser
produzidos, nomeadamente no que respeita ao planeamento das atividades, à utilização eficaz
dos recursos e á seleção dos indicadores a utilizar na monitorização do desempenho
organizacional” (Slack et al, 2007).
As indústrias de fluxo contínuo, como a que é objeto de estudo no presente projeto, são
as que realizam as mesmas operações, com poucas interrupções, produzindo em geral grandes
quantidades de poucos produtos. Tal como refere Courtois et al (2007) a produção contínua
“processa grandes quantidades de um produto ou de uma família de produtos. A implantação é
feita em linha de produção, sendo o fluxo do produto linear”. Este autor afirma ainda que: “neste
tipo de produção, as máquinas ou as instalações estão dedicadas ao produto a fabricar, o que em
geral, não permite uma grande flexibilidade”, reforçando ainda que esta automatização decorre
da necessidade de “obter custos de produção baixos, um nível de qualidade elevado e estável,
muito poucos produtos em curso de fabrico e uma circulação rápida dos produtos”.
Paralelemente, refere ainda que este fluxo de produção “obriga à manutenção preventiva das
máquinas, para evitar a paragem total da fábrica”.
Por sua vez, a produção descontínua reporta a sistemas produtivos, onde é produzida uma
elevada variedade de produtos, usualmente em pequenas quantidades. Este tipo de sistema é
frequentemente configurado num layout funcional, no qual máquinas ou postos de trabalho
similares são agrupados em secções ou centros de trabalho, possibilitando sequências e
percursos de fabrico bastante diversificados (Henrich et al, 2004). Courtois et al (2007) afirmam
que “neste tipo de produção, as máquinas ou as instalações têm capacidade para executar um
grande número de operações, não são específicas de nenhum produto, o que permite uma
grande flexibilidade”.
Os mesmos autores (Courtois et al, 2007), denominam este tipo de produção como
“produção por projeto” e afirmam que “no caso da produção por projeto, o produto é único […]
O princípio de uma produção por projeto consiste em encadear todas as operações que
conduzem à conclusão do projeto minimizando os tempos mortos, a fim de entregar com um
atraso mínimo ou na data estipulada”.
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2.2 Planeamento da produção
O planeamento da produção tem vindo a assumir um papel cada vez mais importante na
gestão dos sistemas produtivos das empresas. Esta relevância do planeamento é reconhecida no
contexto organizacional e reforçada em inúmeras contribuições científicas.
De acordo com Chiavenato (1990), o planeamento determina a priori “o que se deve fazer,
quando fazer, quem deve fazê-lo e de que modo”. Neste sentido, o autor assume que, a função
do planeamento da produção é “planear e programar a produção e as operações da empresa,
bem como controlá-las adequadamente, objetivando aumentar a eficiência e a eficácia dos
sistemas de produção”. O autor acrescenta ainda que “o planeamento da produção se
fundamenta na previsão de vendas como base do que a empresa pretende colocar no mercado
e da sua capacidade de produção.
Como preconizam Lisboa & Gomes (2008) “o planeamento assume diversas formas que se
distinguem, entre outras variáveis, pelo horizonte temporal a que se refere e pelo nível
hierárquico em que é executado”. Desta forma, as atividades de planeamento no sistema de
produção devem ser exercidas em três níveis hierárquicos: estratégico, tático e operacional.
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planeamento-mestre da produção e no nível operacional (curto prazo) o setor responsável pela
produção deve preparar a programação da produção (Lisboa & Gomes, 2008).
Conforme Tubino (2000), o plano agregado de produção é um plano de médio prazo que
afeta os recursos produtivos de forma coerente com as estratégias da organização. Segundo o
autor, esse plano equaciona os níveis de produção, os stocks, os recursos humanos, as máquinas
e as instalações, a fim de responder à procura prevista de bens e serviços. O autor refere que as
informações do plano agregado de produção, estão definidas de acordo com o planeamento
estratégico e são desdobradas ou desagregadas, servindo de base para o planeamento mestre
de produção.
Lustosa & Nanci (2008) partilham o mesmo ponto de vista, afirmando que o planeamento
agregado da produção procura o dimensionamento dos recursos produtivos (mão-de-obra,
equipamentos e materiais básicos), a fim de garantir que estes estarão disponíveis em
quantidades adequadas e nos momentos adequados. Courtois et al (2007) acrescentam ainda
que o “plano agregado de produção irá servir de enquadramento ao plano mestre de produção,
cuja função é fornecer, com maior detalhe e já de uma forma desagregada, a produção a executar
semanalmente".
Numa outra perspetiva, Bower (2012) afirma que o planeamento de operações e vendas
está num momento de transformação importante devido ao avanço da tecnologia. Agora podem
ser feitos planos detalhados, podem ser otimizados, agregados e podem ser criadas propostas
alternativas. Pahl & Vob (2014) observam ainda que o planeamento do número de máquinas e a
seleção do mix de produtos são importantes decisões tomadas a nível estratégico, determinantes
do plano agregado de produção.
Por outro lado, no que diz respeito ao planeamento tático, o plano mestre de produção
(PMP) é obtido diretamente a partir do planeamento agregado, dando origem à definição das
capacidades dos recursos e necessidades de materiais e matérias-primas (Stevenson, 2005). O
planeamento mestre de produção (Master Production Scheduling, MPS), segundo Corrêa &
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Corrêa (2006), coordena a procura do mercado com os recursos internos da empresa, de forma
a programar taxas adequadas de produção de produtos finais.
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Numa outra perspetiva, Chase et al (2006), apresentam a programação da produção como
“uma distribuição temporal utilizada para programar atividades utilizando recursos ou alocando
instalações”. A função da programação, segundo os mesmo autores, é desagregar o plano mestre
de produção em atividades semanais, diárias e/ou por hora, sequenciadas no tempo.
Neste contexto, de acordo com Hillier & Liberman (2010), a otimização surge como uma
ponderosa ferramenta para a resolução desse tipo de problemas. Segundo estes autores, o
desenvolvimento de modelos de otimização, em contexto aplicado, compreende seis passos: i)
definição do problema; ii) criação de um modelo matemático; iii) desenvolvimento de um
procedimento computacional para a sua resolução; iv) testes ao modelo; v) preparação da
aplicação e vi) implementação do modelo.
Neste âmbito, o planeamento da produção tem sido uma das áreas de grande foco
empresarial, para as ferramentas de otimização. É uma área de pesquisa importante nas
empresas modernas, em que os processos de tomada de decisão são cada vez mais exigentes,
rigorosos e complexos (Grossman, 2012).
Sumit et al (2012) descrevem um modelo de programação linear inteira mista (PLIM), para
o planeamento ótimo da produção de um processo contínuo. Os resultados do estudo de caso
RÉMY ANTÓNIO
21
industrial mostraram que, apesar da grande dimensão do modelo, foi possível obter baixos
tempos de resolução, em resultado dos detalhes de representação adotados.
Por outro lado, tomando a referência a Lavoisier, “Na natureza nada se cria, nada se perde,
tudo se transforma” temos claro o princípio da reciclagem e reconversão de produtos. É essa
frase mítica que sustenta o desenvolvimento do produto derivado de lixo, em estudo no presente
projeto. Este processo ilustra exatamente uma prática de fecho do ciclo logístico de um conjunto
de materiais de difícil tratamento e decomposição (polímeros, papel, cartão, madeira) e que, de
outra forma, seriam depositados em aterros. De notar que, a decomposição em aterro é um
processo lento (chega a demorar mais de 300 anos) e, por outro lado, a utilização desses materiais
para produção de eletricidade demonstrou já não ser rentável, para além de originar a libertação
de gases nocivos (Proyectos Quimicos). Trata-se pois de um processo de reciclagem de lixo
doméstico e materiais diversos que se enquadra no âmbito dos desenvolvimentos inerentes à
sustentabilidade ambiental.
RÉMY ANTÓNIO
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2.4 Gestão de Informação
Os sistemas de informação, de acordo com Laudon & Laudon (2014), podem ser definidos
tecnicamente como um conjunto de componentes inter-relacionados que recolhem (ou
recuperam), armazenam e distribuem informação com a finalidade de auxiliar a tomada de
decisão e o controlo numa organização. Além disso, segundo os autores, “os sistemas de
informação também auxiliam os gestores e trabalhadores a analisar problemas, a visualizar
configurações complexas e a criar novas soluções”.
Colocando a tónica na componente empresarial, Laudon & Laudon (2014), consideram que
os sistemas de informação assumem o destaque de “solução organizacional e de gestão, baseada
em tecnologias de informação, com capacidade de resposta aos novos desafios”. Neste sentido,
os autores sublinham o papel da organização e a importância da sua integração “como um todo”
no planeamento dos sistemas de informação.
Seguindo este conceito inclusivo, Courtois et al (2007) afirmam que “uma grande
tendência que se desenvolveu e que está na origem do software lançado no mercado, no fim do
século passado, é a noção de integração”. A existência de múltiplos softwares numa organização,
cada um com o seu propósito e operando em modo independente, facilita a ocorrência de
repetição de tarefas, a desmultiplicação de dados e a não cobertura de algumas tarefas ou
atividades. Courtois et al (2007) motivam assim a importância de desenvolvimento de propostas
integradas de gestão, conhecidas atualmente como sistemas ERP (Enterprise Resource Planning).
Este princípio de solução empresarial integrada tem vindo a ser objetos de inúmeros
desenvolvimentos, conhece ainda os seus desenvolvimentos em várias contribuições que
destacam diferentes aspetos associados à implementação de soluções integradas de gestão.
Neste âmbito, Oenning et al (2004) enfatizam a importância das tecnologias de informação e o
facto de estas tornarem possível a aplicação prática de diversos sistemas e, como tal, permitirem
uma visão integrada dos processos, com melhorias significativas para as empresas. Estes autores,
apontam ainda alguns determinantes para os sistemas de informação, destacando que estes
devem atenuar os riscos associados à tomada de decisão. Assim, em sistemas informáticos
industriais, as decisões devem estar ligadas ao processo produtivo pois, é neste processo que se
centra a decisão gera e à aceitação no mercado (Oenning et al, 2004).
RÉMY ANTÓNIO
23
Ainda no âmbito das soluções integradas, a proposta de Kumar (2011) coloca a tónica na
aferição da agilidade do sistema e na sua capacidade de resposta em tempo real, enquanto
Nazemi et al (2012) centram a sua contribuição nas questões relativas à automatização dos
processos e na capacidade de integração dos dados de toda a organização.
2.4.2 Dashboard
Por outro lado, Love & Resnick (2006) vêm sublinhar a existência de alguma relutância
quanto ao uso generalizado de dashboards, devido à fiabilidade dos dados que o irão “alimentar”.
Por vezes, as organizações não utilizam esta ferramenta, pois têm dúvidas em relação aos seus
próprios dados.
A este propósito e considerando que os dados são cruciais para tomar decisões, os autores
propõem (baseados no princípio de Pareto, 80% dos problemas de um sistema ou processo são
causados por 20% das atividades do processo) a utilização de subconjuntos de dados, quando
não está disponível a totalidade da informação ou existem dúvidas quanto ao rigor dos dados
completos.
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2.5 Sumário
Por outro lado, considerada a especificidade dos processos em análise, foi efetuada uma
exposição relativa às questões da reciclagem e da sustentabilidade ambiental.
Por fim, seguindo essa linha de desenvolvimento, enquadrou-se a ligação das temáticas
anteriores à área dos sistemas de informação, sublinhando-se o papel de ferramentas como o
Dashboard e a sua importância no contexto de gestão e de suporte à decisão.
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CAPÍTULO III – Análise de Contexto
Neste capítulo, faz-se uma análise Micro e Macro da empresa, de forma a caracterizar a
organização no seu meio envolvente, isto é, o estado da economia mundial e nacional, fatores
sociais e tecnológicos. Para isso realiza-se um pequeno estudo/análise da organização e seus
concorrentes.
Com apoio desta lei a organização entra como sendo “outra forma” de valorização de
resíduos e tornando-se um negócio que possibilita o reaproveitamento de diversos tipos de
resíduos e seu tratamento para uma futura utilização, devolvendo ao mercado sobre forma de
um produto.
Do ponto visto político é importante salientar que organizações como estas precisam de
um forte apoio a nível político para obtenção de licença industrial, licença para receber este tipo
de resíduos e o imprescindível apoio dos municípios para que estes depositam os resíduos dos
seus cidadãos em unidade industriais como a da organização.
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saída do Inglaterra da união europeia levou au aumento da incerteza face aos mercados e as
repercussões que todos estes assuntos na economia Mundial.
O recente voto a favor da saída dos britânicos da União Europeia leva a OCDE (Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) a alertar s estados membros as implicações
que poderão surgir e levar a um efeito dominó que poderá atingir uma economia mundial e
enfraquecer o já lento crescimento económico Europeu.
Apesar deste acontecimento o FMI prevê um crescimento mundial na ordem dos 3.1% em
2016 (dados de julho 2016), 0,1% abaixo do previsto no início deste ano, sendo que o crescimento
será igual a 2015. Para a zona euro é estimado um crescimento de 1,6% em 2016.
Nos dias de hoje vivemos cada vez mais preocupados com o meio ambiente. Sendo que
cada vez mais a população preocupa-se em realizar pequenas tarefas para assim reciclar diversos
tipos de resíduos e dando em alguns casos preferência em produtos embalados que sejam
facilmente recicláveis ou que podem ter várias utilizações. Desde de 1991 que o numero de
resíduos recolhidos seletivamente têm aumentando de 1,5 kg/habitante para os
61,4kg/habitante em 2014 (Fonte INE), relativamente aos resíduos urbanos por têm rondados os
400 á 500 kg por habitante, tendo algumas variações durante a década.
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3.2 Descrição da envolvente setorial da empresa
A industria da reciclagem têm vindo a expandir-se, porém são poucas as industrias que se
assemelham a organização, isto é, existe algumas industrias que fazem a reciclagem de matérias-
primas semelhantes as usadas para o produto final da organização, mas não chegam a ter as
mesmas capacidades e funções ou por e simplesmente não aceitam um ou outro material na sua
composição.
Existe ainda indústrias semelhantes em produtos, isto é, esta gama de produtos finais é
baseada em produtos de madeira, logo já existe a sua comercialização em vários players nacionais
e internacionais.
A rede de distribuição deverá ser igual ou semelhante às indústrias similares e deverão usar
como rede de distribuição empresas de logística para o efeito. A nível de fornecedores a rede é
pequena e terá que ser com base no apoio de entidades governamentais para obter matéria-
prima, e outras empresas que fazem a recolha de lixo para reciclagem, o que faz com que nem
sempre se consiga obter dos fornecedores material para abastecer a fábrica, será necessário
obter vários fornecedores para que nunca falha o fornecimento de resíduos a fábrica.
Sendo a empresa detentora da patente do produto, faz com que não exista concorrência
direta de produtos, pois só existe os substitutos como referido acima.
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Outra área passível de ser considerado concorrência são as indústrias de valorização de
resíduos, tais como, a digestão anaeróbica com a produção de gás e adubos, as indústrias de
reciclagem de plástico, papeis e madeira. Porém industrias que geralmente pouco se
complementam no seu layout produtivo, sendo quase sempre necessário os resíduos serem
tratados antes da sua inserção nas indústrias referidas.
Existe grande variedade de obtenção de matérias-primas, visto que todos nós produzimos
resíduos, cabe a empresa contactar os municípios para obter mais resíduos.
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3.2.5 Análise de recursos e capacidades
Recursos da empresa
Recursos Tangíveis Recursos Intangíveis
Recursos Físicos Recursos Humanos
• Localizado no Alentejo um pouco 12 Colaboradores;
distanciado das principais vais de acesso;
• Área de exploração: 15000m2;
• Área industrial: 9750m2;
• Área de produção: 8000m2;
• Área de apoio à produção: 750 m2;
• Área administrativa; 1000 m2;
• Silos de Matérias-primas;
• Tratamento de Águas Residuais;
• Capacidade de produção estimada de
140/150 toneladas.
• Armazém de Produto final;
• Laboratório;
• Grande espaço para receção e entrega de
mercadorias.
Recursos Financeiros Inovação
• Pioneiros na produção desta
composição de produto;
• Detentores de Patente;
Recursos Organizacionais
Sistema ERP PHC;
Estrutura Organizacional vertical;
Recursos Tecnológico
Parque informático atual;
Equipamentos industriais recentes;
Automação da zona industrial com ligação
Ethernet para controlo na rede;
Sala de comandos equipada;
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3.2.6 Análise da cadeia de valor
Segundo a figura 1 a cadeia de valor inicia-se com a logística de entrada, ou seja, a receção
das matérias-primas, sendo que de seguida é tratada e transformado pela produção, a parte das
Vendas/Marketing trata das vendas dos diversos produtos e por fim existe a expedição do
produto final pela logística de saída. Os serviços garantem a qualidade dos produtos vendidos.
Infraestrutura da empresa
Atividades de Apoio
Margens
Desenvolvimento Tecnológico
Aprovisionamento
Atividades Primárias
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Na tabela seguinte são descritas as atividades primárias da cadeia de valor, isto é, a identificação das atividades e sua descrição por cada atividade primária.
PRODUÇÃO Lavagem de matérias-primas; Na fase da produção é feita a preparação das misturas para se poder
Trituração e moagem de matérias-primas; transformar em produto as várias matérias-primas. Em primeiro lugar, é
necessário lavar as matérias não virgens e proceder a sua separação,
Secagem de matérias-primas;
trituração e moagem e devida secagem antes de armazenar em silo.
Preparação de misturas;
Após este processo é feito a mistura das matérias-primas e é
Transferência de matérias entre silos; armazenada em silos. Cabe a esta atividade planear a produção, isto é,
Planeamento da produção; colocar a mistura nas linhas de produção e configurar às máquinas
Transformação das matérias-primas em produto final; conforme a mistura e corte do produto, afim de ser cumprido as
encomendas ou as estratégias definidas pela empresa.
Controlo da produção;
Manutenção das máquinas.
VENDAS Venda de produtos; A atividade de vendas é responsável por escoar os produtos, garantindo
assim contratos com empresas, de modo a vender os seus produtos.
RÉMY ANTÓNIO
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Realização de contratos de fornecimento; Sendo assim cabe as vendas providenciar a produção quais os produtos
finais que devem ser produzidos a fim de cumprir com as encomendas.
Gestão de encomendas.
LOGÍSTICA DE SAÍDA Controlo de stock; Por fim a Logística de saída deve proceder a saída do material do
armazém. Esta atividade deve fazer igualmente o controlo de stock.
Expedição de produto final;
SERVIÇO Garantia de qualidade dos produtos A fase dos serviços assegura a qualidade dos produtos vendidos.
ATIVIDADES DE APOIO Operações
INFRAESTRUTURA DA EMPRESA
EMPRESA Planeamento
Gestão e planeamento da produção e dos stocks.
Finanças/Contabilidade
Pagamentos e controlo da tesouraria.
Lançamento da documentação contabilística.
Comercial
Compra de matérias-primas. Venda de produtos.
Laboratório
Controlo de qualidade.
GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS
HUMANOS Recrutamento e Seleção
Controlo de pontualidade e assiduidade.
DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO
TECNOLÓGICO Otimização dos processos fabris.
APROVISIONAMENTO Aquisição de matérias-primas e subsidiárias.
RÉMY ANTÓNIO
33
3.2.7 Análise SWOT
Forças
- Maioria das Matérias-primas são trazidas por
Fraquezas:
empresas municipais e são pagas para ser tratadas.
- Matérias-primas concionadas;
- Extrusão de vários tipos de produto em simultâneo.
- Incerteza de aceitação do produto no mercado;
- Produto Inovador;
- Patente do processo produtivo.
Análise SWOT
Oportunidades:
Ameaças
- Possibilidade de exportação para vários mercados;
- Rejeição do mercado;
- Reciclagem de produto final defeituoso.
- Mudança de legislação no sector;
- Parcerias com grandes players.
3.3 Sumário
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CAPÍTULO IV – ANÁLISE DO PROCESSO DE PRODUÇÃO
O WasteMix é um produto derivado de lixo, criado em 2013 e registada a sua patente por
uma empresa portuguesa. Esta empresa da Marinha Grande atua nas áreas da eletrotecnia, da
mecânica e da engenharia industrial.
O produto surgiu a partir da ideia de reciclar vários materiais de difícil decomposição, tal
como, o plástico e embalagens de alumínio, criando um produto com características muito
semelhante a madeira, isto é, que permite ser operado/manuseado tal como a madeira. Assim, é
possível que o Produto Final seja serrado, pregado e pintado com os utensílios utilizados na
madeira.
O layout da unidade fabril é dividido em 7 grandes zonas. A primeira dessas zonas centra-
se na receção das matérias-primas, isto é, local onde é deixado os resíduos antes de proceder a
sua preparação na segunda zona e terceira zona. Na segunda e terceira zona as matérias-primas
são tratadas (Trituradas, moídas e limpas) para seguir viagem até a zona de mistura que se situa
na terceira zona. Após ser produzido as misturas para o WasteMix, podemos finalmente produzir
os produtos que queremos na zona quatro. Por fim, caso o produto seja para palete irá até a zona
cinco ou, se a estaca necessita de um bico, irá para a zona 6.
• Entre outros…
• Moveis usados;
• Entre outros…
• Restos de madeiras;
Sendo assim segue de seguida as diferentes etapas até a matéria-prima seja devidamente
tratada antes de chegar aos silos.
Para os plásticos:
RÉMY ANTÓNIO
36
Processo de trituração
Figura 4- Destroçador
Processo de moagem
Silos Intermédios
A separação dos metais é feita a fim de garantir que não exista metais (ferrosos e não
ferrosos) nos silos, bem como, nas misturas. Este processo é realizado através de um sistema de
vibração e magnetização.
RÉMY ANTÓNIO
37
Lavagem e secagem
Processo de trituração
Processo de moagem
Separação da
Tomada Destruçador Moinho Silos MP
madeira
RÉMY ANTÓNIO
38
Processo de trituração
Processo de moagem
Separação de madeira
As matérias-primas virgens, como o nome indica estão prontas para o seu armazenamento,
ou seja, quando chegam a tomada de descarga são diretamente armazenados no silo apropriado
seja por um camião tanque pressurizado ou com báscula.
Tomada Silos
RÉMY ANTÓNIO
39
Processo de mistura
Cada misturador têm uma capacidade de mistura 2,7ton em 1 hora, ou seja, a cada hora
que passe o misturador enche o silo com a mistura e prepara-se para nova mistura.
Silo Serradura
(2,7 ton./h) Silos
Silo Densidade 1
Silo Densidade 2
Silo Densidade 3
Silo Densidade 4
A produção do produto é feita através de 12 extrusoras, cada uma delas pode receber uma
fieira que lhe permite obter a forma desejada. Neste processo a extrusora é alimentada com
mistura desejada e é assim é feito a extrusão do produto desejado.
Figura 11 - Extrusão
RÉMY ANTÓNIO
40
Extrusão
Arrefecimento
Corte
Figura 15 - Paletizador
RÉMY ANTÓNIO
41
4.1.5 ZONA 5 – Produção de paletes
- 9 Cubos de 145*100*78mm;
- 4 Tábuas de 145*1200*22mm;
- 4 Tábuas de 100*1200*22mm;
- 3 Tábuas de 800*145*22mm;
Tábuas
(100*1200*22mm)
Tábuas
(100*800*22mm)
Máquina afiadeira:
Esta máquina é responsável por fazer afiar as estacas formando assim um bico para que
esta seja depois utilizada nas vedações.
RÉMY ANTÓNIO
42
4.2 Análise do processo de produção
Um dos fatores que poderá ser crítico é a existência de vária formas de apresentar o
produto e esse mesmo produto ser feito com diferentes misturas de matérias-primas, oferecendo
uma enorme possibilidade de produtos em várias misturas. Estes fatores levam a uma elevada
complexidade e consequentemente a uma dificuldade no planeamento de produção face a
alteração de mistura ou produtos a ser produzidos.
RÉMY ANTÓNIO
43
CAPÍTULO V – PLANEAMENTO DA PRODUÇÃO
Neste capítulo é feita uma descrição do layout e operação programada com todos os
passos necessários para a produção de produtos, apresentando o modelo de planeamento
desenvolvido e por fim uma breve descrição das tecnologias e ferramentas utilizada na
computação do modelo.
Por outro lado, a dependência dos mercados externos e o facto de se tratar de um processo
de produção contínuo, são atributos que acrescentam complexidade ao planeamento
operacional e, consequentemente, à gestão da organização. De facto, a organização tem que
investir num controlo rigoroso tanto dos inputs, isto é, das matérias-primas que chegam do
exterior, como dos seus outputs ou seja, da satisfação dos clientes e das suas encomendas.
É necessário existir um equilíbrio entre compras, stock e produção para evitar quebras ou
mesmo paragens na operação dos equipamentos e subsequentes restrições produtivas. A título
de exemplo, neste processo a rotura de stock de um componente da mistura obriga à paragem
de uma ou várias linhas produtivas ou, até mesmo, à paragem completa de todas as linhas de
produção.
RÉMY ANTÓNIO
44
Por outro lado, o controlo de entradas e saídas do processo, ou seja, a receção de matérias-
primas e a expedição de produtos finais, exige quer a gestão contínua das compras e das
condições de abastecimento das mesmas, quer a organização das vendas, gestão da carteira de
clientes e condições de expedição (i.e. prazos, quantidades, carteira de produtos).
A proposta de planeamento da unidade produtiva foi conduzida quer para o nível tático,
quer operacional.
RÉMY ANTÓNIO
45
equipamentos em que as mesmas podem realizar-se. Desta forma, as ilustrações que se seguem
têm por objetivo estabelecer a ligação entre as atividades industriais e a sua representação no
modelo de planeamento.
- tarefa i é utilizado para representar uma operação executada num dado equipamento,
j. A realização da mesma operação num outro equipamento é representada por uma tarefa
distinta, ou seja, é única a relação entre tarefa, operação e equipamento (Amaro & Barbosa-
Póvoa, 2008).
Uma vez que cada unidade discreta de tempo tem uma correspondência horária, a
obtenção das capacidades dos equipamentos CEj, com j=1,…,NJ equipamentos, não exige a
formulação de pressupostos, obtém-se diretamente fazendo, para qualquer equipamento j=1,
NJ: CEj,= TOj*∆t, onde ∆t é o equivalente horário da unidade discreta de tempo. A título de
exemplo, um equipamento, seja j=1, com uma Taxa Operativa (TO1) de 1 Ton/h, é descrito no
planeamento operacional (t= 1,…,HO, em que a unidade de tempo é o turno, ∆t= 8 h) por uma
capacidade CE1, de 8 Ton/turno.
RÉMY ANTÓNIO
46
Ilustra-se em seguida (figuras 17 a 18) as diferentes tarefas consideradas na representação
das diversas etapas do processo e os materiais que definem os estados de input e de output de
cada tarefa.
Trituração
Moagem
INT 1
Micronização
Tarefa 1 e 2
Tarefa 3
Mistura
Tarefa 19 Extrusão
Tarefa 21
Mistura
Tarefa 20
RÉMY ANTÓNIO
47
• Pressupostos e considerações assumidas a priori
1) Qualquer tarefa uma vez iniciada no equipamento j, não é interrompida até à sua
completa conclusão;
Nomenclatura
Índices
i =1,…,NI- tarefas;
j =1,…,NJ – Equipamento;
RÉMY ANTÓNIO
48
Conjuntos
IJ j = {i ∈ I: a tarefa i é exequível em j }
IS in
s / IS out
s = {i ∈ I: a tarefa i produz/con some o estado de material s}
Estas variáveis são definidas com condição de integralidade para todos os estado s que
respeitam a produtos finais. Para os demais estados não é imposta condição de integralidade.
Variáveis binárias
1 se a tarefa i é e xecutada em t
Yi t =
0 restantes casos
( )
C j C j = capacidade máxima(mínima) de operação do equipamento j (taxa ou rácio de
RÉMY ANTÓNIO
49
Definida a notação, está-se em condições de apresentar a formulação matemática para o
modelo de planeamento.
Função Objetivo
H NI
max z : z = ∑∑ Qi t
t =1 i =1
O conjunto das NJxH restrições descritas pelas inequações R.1 traduzem a impossibilidade
de ocorrer a afetação de mais que uma tarefa i, no conjunto de tarefas exequível em j (IJj
verificado para todas as unidades j), num determinado tempo t. São precisamente estas
condições que asseguram a unicidade de atribuição dos equipamentos às tarefas, em cada
intervalo de tempo do horizonte de planeamento.
A título de exemplo, admita-se que as tarefas 5 e 6 (i=5 e i=6) correspondem às duas únicas
operações definidas no equipamento 1. Neste caso as restrições R.1 traduzem:
Y5 t + Y6 t ≤ 1 j = 1, ∀ t
evidenciando que, em qualquer intervalo de tempo t, apenas uma das tarefas poderá
operar ou seja, ocorrer no equipamento.
RÉMY ANTÓNIO
50
O conjunto de restrições R.2 estabelecem limites de produção, superior e inferior,
definidos pelas características operacionais dos equipamentos j, para cada uma tarefas i que nele
podem ocorrer ( i ∈ JI j ).
assegura que nenhuma produção ocorre a partir da tarefa i. Por outro lado, quando a tarefa i está
em execução em determinado intervalo de tempo t ( Yi t = 1 ), a quantidade processada em i situa-
Retomando o exemplo das tarefas 5 e 6 (i=5 e i=6), as restrições R.2 representarão então:
j = 1, i ∈{i : i = 5 , 6}, ∀t
Y5 t C 1 ≤ Q5t ≤ Y5 t C 1 j = 1, i = 5 , ∀ t
Y6 t C 1 ≤ Q6 t ≤ Y6 t C 1 j = 1, i = 6 , ∀ t
R.3
formulação da operação).
RÉMY ANTÓNIO
51
tarefa i, é definida com base na ponderação CiPs de acordo com a formulação da operação. Por
último, são adicionadas as entradas de material vindas do exterior (ou seja, que não resultam da
atividade das tarefas) e subtraída a quantidade expedida de material no estado s. As parcelas de
receção do exterior têm valor não nulo apenas para as matérias-primas e as parcelas de
expedição não nulas ocorrem apenas para os produtos finais.
As restrições R.4 definem que as tarefas que consomem estado de material s ( i ∈ IS ), não
IN
R.5 S sMin
t ≤ S s t ≤ S sMax
t ∀s ∈ S PF ,∀t
R.6 RsMin
t ≤ Rs t ≤ RsMax
t ∀s ∈ S MP ,∀t
RÉMY ANTÓNIO
52
(combinado de produtos finais como quadrado e tábuas de vários tipos) é condicionado pelas
tarefas de fabrico dos produtos finais envolvidos na sua produção. Assim, de entre essas tarefas
( i ∈Ipal ), será a de menor taxa produtiva que limitará o fabrico das paletes.
Condições iniciais
material s;
material s;
A razão principal para o uso do Excel é o facto de ser conhecido por todos e de ser de fácil
uso para qualquer pessoa que necessita destes dados. Além deste facto o é uma ferramenta que
permite a ligação a dados externos como dados em real-time da produção.
Para a resolução do modelo formulado anteriormente usei outro solver que não o do Excel,
visto que o solver base do Excel não resolve problemas com a dimensão da minha formulação,
usou-se um add-in em Excel VBA, o OpenSolver desenvolvido e mantido por Andrew Mason e
estudantes do departamento de Engineering Science da Universidade de Auckland da Nova
Zelândia.
RÉMY ANTÓNIO
53
Para apresentação dos dados tratados optei por usar ferramentas do Excel,
nomeadamente a função de Dashboard, para que os dados usados na formulação apareçam de
forma clara para quem for usar a plataforma sem a necessidade de interpretação dos dados
obtidos pela formulação, pois os dados são recolhidos e tratados de forma simples e concreta.
RÉMY ANTÓNIO
54
CAPÍTULO VI – ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
Este capítulo é dedicado à apresentação dos resultados obtidos com base na resolução da
formulação de planeamento proposta para o nível tático e operacional (capítulo V). A aplicação
do modelo foi desenvolvida com base na informação disponível para a escala piloto,
considerando-se nesta a operação parcial da etapa de extrusão, ou seja, 5 das 12 linhas
projetadas no layout industrial.
RÉMY ANTÓNIO
55
O planeamento tático foi configurado para um intervalo de 6 meses, isto é, 24 semanas,
sendo a unidade discreta de tempo a semana. O modelo foi desenvolvido para uma unidade
piloto e é nessa base que foi definido, ou seja, com apenas 5 linhas de produto final.
As restrições do modelo têm a duração de 1 semana e stock possíveis para essa mesma
semana. Com base nos dados previstos foram realizados diversos testes de forma a validar o
modelo matemático, analisando vários cenários possíveis, desde existência de stock, falta de
fornecimento de matérias-primas e definição de valores de saída (procuras).
Neste cenário, verificamos que o solver consegue alcançar a solução ótima (desvio nulo,
Gap 0.00), em 608 iterações e para um tempo de 3,45 segundos de CPU (Intel® Core™ i7-4710HQ
CPU @ 2.50GHz.).
Produção de produtos
100000
80000
60000
40000
20000
0
Ei
t=1
t=2
t=3
t=4
t=5
t=6
t=7
t=8
t=9
t=10
t=11
t=12
t=13
t=14
t=15
t=16
t=17
t=18
t=19
t=20
t=21
t=22
t=23
t=24
Os resultados obtidos com o modelo ótimo de planeamento, figura 20, mostram que o
modelo sem restrições de saídas, irá optar por produzir tábuas em 1º lugar, seguido de estacas e
barrotes. Este comportamento deve-se ao facto de a quantidade de mistura necessária para o
fabrico das tábuas ser menor que a dos restantes produtos.
RÉMY ANTÓNIO
56
Em relação às paletes, observa-se uma produção nula, conforme a figura 21, porém são
produzidos, no final do planeamento, alguns produtos necessários à confeção de paletes.
Produção de paletes
200000
100000
0
Ei
t=1
t=2
t=3
t=4
t=5
t=6
t=7
t=8
t=9
t=10
t=11
t=12
t=13
t=14
t=15
t=16
t=17
t=18
t=19
t=20
t=21
t=22
t=23
t=24
Paletes Subprodutos paletes
Ainda constatamos que não existe produção de produtos na 1ª semana, pois o modelo não
consegue produzir e garantir todas as restrições seja elas de quantidades mínimas ou de operação
mínima de um qualquer equipamento.
Cenário 2 - Planeamento ciclo normal com encomendas simuladas de produto pelos clientes e saída
fixa de paletes.
Neste caso, verificamos que o solver consegue alcançar a solução ótima (Gap 0.00), em
9377 iterações e para um tempo de 16,01 segundos de CPU (Intel® Core™ i7-4710HQ CPU @
2.50GHz).
RÉMY ANTÓNIO
57
Produção de estacas 3 cenários
40000
30000
20000
10000
0
Ei
t=1
t=2
t=3
t=4
t=5
t=6
t=7
t=8
t=9
t=10
t=11
t=12
t=13
t=14
t=15
t=16
t=17
t=18
t=19
t=20
t=21
t=22
t=23
t=24
Estacas (cenário 1) Estacas (cenário 2) Estacas (cenário 3)
Os resultados obtidos com o modelo ótimo de planeamento, na figura 22, mostram que
o modelo chega assim a uma solução ótima e podemos constatar que além de responder aos
valores das saídas dos vários produtos, o modelo face às restrições diminui, comparativamente
com o caso anterior, o número de estacas produzidas. Relativamente às tábuas, podemos ver na
figura abaixo, figura 23, que tal como as estacas existe uma clara diminuição da sua produção.
RÉMY ANTÓNIO
58
Por fim, os barrotes apresentam no início do planeamento uma produção superior face ao
1º cenário. Porém, esse comportamento só se mantêm nas primeiras duas semanas, nas
restantes, tal como os outros produtos regista uma clara diminuição, como é visível na figura 24.
10000
5000
0
Ei
t=1
t=2
t=3
t=4
t=5
t=6
t=7
t=8
t=9
t=10
t=11
t=12
t=13
t=14
t=15
t=16
t=17
t=18
t=19
t=20
t=21
t=22
t=23
t=24
Barrotes (cenário 1) Barrotes (cenário 2) Barrotes (cenário 3)
t=22
t=23
t=24
Vemos que a produção de paletes é executada sem existir uma necessidade constante de
produção, o que leva a concluir que o objetivo semanal de paletes é inferior à capacidade da
unidade.
RÉMY ANTÓNIO
59
Cenário 3-
3- Planeamento tático com quebra de chegada de matérias-
matérias-primas
Neste cenário, verificamos que o solver consegue alcançar a solução ótima em 32258
iterações e para um tempo de 30,71 segundos de CPU (Intel® Core™ i7-4710HQ CPU @ 2.50GHz.
É notório que neste cenário os dados obtidos são mais semelhantes ao cenário 2, tendo
valores de produção muito semelhantes, expeto em algumas semanas, como pode ser visto nas
figuras 19 a 22.
Neste cenário vemos uma diferenciação notória na produção de paletes. O facto de ter
aumentado para o dobro os valores das saídas faz com que o modelo responda com menos pausa
de produção e com picos maiores de produção na semana 6 e 16.
O modelo na sua dimensão tática, ou seja, uma semana de 7 dias com 3 turnos diários (21
espaços de tempo) é de menor dimensão e apresenta mais detalhe na sua formulação.
RÉMY ANTÓNIO
60
Neste caso, verificamos que o solver consegue alcançar a solução ótima (desvio nulo, Gap
0.00), em 1646 iterações e para um tempo de 2.69 segundos de CPU (Intel® Core™ i7-4710HQ
CPU @ 2.50GHz.
dia 4 turno 3
dia 5 turno 1
dia 5 turno 2
dia 5 turno 3
dia 6 turno 1
dia 6 turno 2
dia 6 turno 3
dia 7 turno 1
dia 7 turno 2
dia 7 turno 3
Quadrado (palete) Estaca 60*1000 dia 4 turno 2
Tábua 70*1000 Barrote 80*1000
Neste cenário vemos uma clara diferença face ao modelo tático com a produção de
quadrados para paletes logo na primeira semana, visível na figura 23. A nível operacional ainda
registamos o fabrico de outros produtos, algo que não acontecia na primeira semana do modelo
tático, ou seja, o modelo operacional mostra-se mais eficiente na primeira semana.
As tábuas continuam com valores maiores face às restantes séries de produtos, quando
comparado com os resultados do modelo tático. São produzidos apenas os 4 produtos indicados,
no modelo operacional.
Cenário 2 - Planeamento ciclo normal com encomendas aleatórias de produto pelos clientes e saída
fixa de paletes.
paletes.
Neste cenário, verificamos que o solver consegue alcançar a solução ótima, em 874
iterações e para um tempo de 1,41 segundos de CPU (Intel® Core™ i7-4710HQ CPU @ 2.50GHz).
RÉMY ANTÓNIO
61
No planeamento operacional desta semana, vemos na figura 27, que o modelo dá
preferência a produção de Quadrados em vez de outro subproduto. Ainda notamos que não
existe produção de paletes e que os outros subprodutos ou não possuem produção ou a
produção é mínima, indicando-nos que num cenário real a produção não justificaria os custos.
dia 4 turno 3
dia 5 turno 1
dia 5 turno 2
dia 5 turno 3
dia 6 turno 1
dia 6 turno 2
dia 6 turno 3
dia 7 turno 1
dia 7 turno 2
dia 7 turno 3
dia 4 turno 2
Produção de estacas
1105
1100
1095
1090
1085
1080
1075
1070
dia 1 turno 1
dia 1 turno2
dia 1 turno 3
dia 2 turno 2
dia 2 turno 2
dia 2 turno 3
dia 3 turno 1
dia 3 turno 2
dia 3 turno 3
dia 4 turno 1
dia 4 turno 3
dia 5 turno 1
dia 5 turno 2
dia 5 turno 3
dia 6 turno 1
dia 6 turno 2
dia 6 turno 3
dia 7 turno 1
dia 7 turno 2
dia 7 turno 3
dia 4 turno 2
Estaca 60*1000 Estaca 60*1500 Estaca 60*2500 Estaca 80*1000 Estaca 80*1500
RÉMY ANTÓNIO
62
como no fabrico dos restantes subprodutos, a produção da generalidade das estacas tem valores
baixos face à produção das estacas de 60*1000.
A produção de tábuas neste cenário, conforme a figura 29, acontece como a de fabrico de
estacas. Notamos o destaque das tábuas de 70*1000, verificando-se ainda que as restantes
dimensões fabricadas possuem valores mínimos.
Produção de tábuas
Tábua 70*1000 Tábua 70*1500 Tábua 70*1000 Tábua 70*1000
2972
2970
2968
2966
2964
2962
2960
2958
Produção de barrotes
200
150
100
50
0
dia 1 turno 1
dia 1 turno2
dia 1 turno 3
dia 2 turno 2
dia 2 turno 2
dia 2 turno 3
dia 3 turno 1
dia 3 turno 2
dia 3 turno 3
dia 4 turno 1
dia 4 turno 3
dia 5 turno 1
dia 5 turno 2
dia 5 turno 3
dia 6 turno 1
dia 6 turno 2
dia 6 turno 3
dia 7 turno 1
dia 7 turno 2
dia 7 turno 3
dia 4 turno 2
RÉMY ANTÓNIO
63
Em suma, comparando este cenário nos dois ambientes, o tático e o operacional, vemos
que produz menos quantidade de subprodutos necessários para a produção de paletes,
nomeadamente as tábuas, mas em contrapartida produz mais quadrados.
Em geral, nas restantes séries há uma diminuição de produção dos produtos mais
fabricados no tático e uma produção maior de outros produtos. Esta situação deve-se ao facto
de o modelo operacional não saber o que virá nas restantes semanas.
Neste cenário de operação considerou-se utilizar a semana 8, em que existe uma quebra
de fornecimento no modelo tático (cenário 3) e replicar para o modelo operacional. As existências
foram retiradas do modelo tático.
Neste cenário, verificamos que o solver consegue alcançar a solução ótima, com desvio
nulo (Gap 0.00), para um tempo de 0,71 segundos de CPU (Intel® Core™ i7-4710HQ CPU @
2.50GHz.
Produção semana 8
5000
4000
3000
2000
1000
0
Na semana 8 como podemos ver na figura 31, o modelo reage à falta de matérias-primas
produzindo apenas um produto de cada série, dando maior produção ao subproduto dos
quadrados, tal como no cenário 1 do modelo operacional. Face ao modelo tático, vemos que o
comportamento é similar, nessa semana, mas variando na escolha do produto a produzir.
RÉMY ANTÓNIO
64
Neste cenário não existe produção de paletes, pois a existência inicial da semana é maior
do que a saída desta mesma semana (1400 unidades), logo o modelo opta por não produzir
paletes em detrimento de outros produtos.
O dashboard apresenta dados importantes para a análise por parte da gestão. Existindo
assim vários gráficos que permitem, no espaço de tempo definido, saber a quantidade de
Matérias-primas, de Misturas e de cada Produto fabricado.
Como podemos ver na figura 32, o dashboard permite visualizar o que acontece
semanalmente em termos de existências finais, de stocks de misturas, de matérias-primas e ainda
as diferenças de produção relativamente à média da produção do mesmo período de tempo do
modelo. Desta modo, o gestor tem disponível, de forma resumida e dinâmica, os resultados
pertinentes para a sua análise.
Nesse mesmo espaço de tempo podemos ver as oscilações das gamas de produtos
comparativamente à média de produção no período em análise pelo modelo, sendo visível
através de gráficos de barras horizontais as oscilações de cada produto.
RÉMY ANTÓNIO
65
Figura 32- Dashboard
RÉMY ANTÓNIO
66
6.4 Sumário
Com base em vários cenários operacionais foi possível comparar ambos os níveis de
planeamento. De acordo com os resultados, podemos concluir que o modelo tático obtém
melhores valores que o modelo operacional.
Contudo, importa notar que os dados de procura são simulados pelo facto de o produto
não se encontrar ainda em comercialização e, como tal, se desconhecer quais os produtos com
maior ou menor saída.
Por outro lado, recomenda-se que o gestor do processo efetue uma análise cuidada de
ambos os níveis de planeamentos, de forma a tomar as decisões mais corretas em cada
momento.
RÉMY ANTÓNIO
67
CAPÍTULO VII – CONCLUSÕES
Neste capítulo é elaborada uma análise crítica ao projeto desenvolvido bem como uma
reflexão sumária sobre as atividades executadas. Nessa sequência são ainda apresentadas
algumas reflexões pertinentes para o desenvolvimento de trabalhos futuros.
Por outro lado, o facto de não haver base de comparação entre o modelo e a unidade fabril
dificultou a análise mais detalhada da proposta e dos resultados alcançados. Devido às limitações
e alterações que foram surgindo, optou-se por implementar o modelo em coerência com os
dados operacionais previstos para a unidade fabril.
Por fim, é importante frisar que o modelo responde às necessidades previstas e permite
obter informação pertinente para a gestão da empresa, possibilitando um olhar diferente sobre
o planeamento da produção, quer ao nível do processo, quer da sua operação.
RÉMY ANTÓNIO
68
representação do processo de fabrico e a sua operação industrial. A este propósito, salientam-se
alguns fatores com interesse de integração no modelo, tais como:
RÉMY ANTÓNIO
69
Em termos globais, os objetivos propostos para o presente projeto foram na sua
generalidade atingidos. O projeto implementa uma proposta de planeamento ótimo da produção
e procede à validação do modelo testando vários cenários operacionais. Paralelamente, foi
desenvolvida uma proposta de dashboard em Microsoft Excel adequado à monitorização dos
resultados e à sua utilização pela gestão do processo.
RÉMY ANTÓNIO
70
BIOGRAFIA
[ 1 ] Amaro, A.C.S. & Barbosa-Póvoa, A.P.F.D. (2008). Planning and scheduling of industrial supply
chains with reverse flows: A real pharmaceutical case study, Computers & Chemical Engineering,
vol. 32, issue 11, 2606-2625.
[ 2 ] Amaro, A.C.S. & Barbosa-Póvoa, A.P.F.D. (2011). Supply chains planning with reverse flows:
optimal alternative time formulations, Industrial & Engineering Chemistry Research, vol. 50, 9,
5005-5022.
[ 5 ] Bower, P. (2012). Integrated Business Planning: Is It a Hoax or Here to Stay, Journal of Business
Forecasting, 31, 11 – 17.
[ 6 ] Cardoso, S.R., Barbosa-Póvoa, A.P.F.D. & Relvas, S. (2013). Design and planning of supply
chains with integration of reverse logistics activities under demand uncertainty, European Journal
of Operational Research, 226 (3), 436-451.
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vantagens competitivas, 11.ed. São Paulo: McGraw Hill.
[ 9 ] Courtois, A.; Pillet, M. & Martin-Bonnefous, C. (2007). Gestão da Produção, 5.ed. Lisboa: Lidel
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Anexos
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Anexo A -
( )
Cj Cj
Taref Taref Taref Taref Taref Taref Taref Taref Taref Tarefa Tarefa Tarefa Tarefa Tarefa Tarefa Tarefa Tarefa Tarefa Tare Tarefa Tarefa Tarefa Tarefa Tarefa Tarefa
a1 a2 a3 a4 a5 a6 a7 a8 a9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 fa 20 21 22 23 24 25
C 1200 1200 9000 1200 1200 1200 1200 1200 1200 36000 9000 9000 9000 9000 9000 9000 9000 9000 162 16200 3120 3120 3120 3120 3120
Up 0 0 0 0 0 0 0 0 00
C 2400 2400 1800 2400 2400 2400 2400 2400 2400 7200 1800 1800 1800 1800 1800 1800 1800 1800 0 0 1560 1560 1560 1560 1560
Low
PLÁSTICO MOBÍLIAS R. CONST INT1 INT2 D1 D2 D3 D4 MP1 MP2 MP3 MP4 MP5 MP6 M1 M2 M3 M4
23520000 1680000 1680000 0 0 1176000 1176000 1176000 1176000 3360000 3360000 3360000 3360000 3360000 3360000 3360000 3360000 3360000 3360000
7000 500 500 0 0 350 350 350 350 2000 2000 2000 2000 2000 2000 1000 1000 1000 1000
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