PG Damec 2012 1 01
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PONTA GROSSA
2012
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PONTA GROSSA
2012
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AGRADECIMENTOS
RESUMO
O revestimento com metal patente a base de estanho conforme a norma (ASTM B23
liga 2) em bases de aço SAE 1010/1020, pode apresentar mudanças em suas
características de resistência e adesão, conforme a utilização de determinado
processo de metalização. Atualmente existem vários processos, como por exemplo,
a metalização estática, centrifugação, aspersão térmica e sinterização. Os
processos oferecem as mais variadas possibilidades de revestimentos e opções de
materiais que por consequência, oferecem inúmeras soluções técnicas de
engenharia e características como a proteção contra corrosão, dureza ideal para
trabalho com eixos de altas e baixas rotações, alta resistência ao desgaste,
resistência a elevadas temperaturas e boa condutibilidade elétrica, mas também
pode trazer deficiências, o que podem comprometer o produto final. Este trabalho
apresenta o estudo feito sobre o processo de metalização por centrifugação de
metal patente a base de estanho em aço de baixo teor de carbono, indicando a
melhor preparação superficial para receber o revestimento, para o estudo foram
fabricados corpos de prova e analisados conforme a norma ( ISO 4386-2 1982
revisão E). Com os resultados observou-se que o processo em estudo apresentou
resultados satisfatórios, atendendo as exigências descritas na norma.
ABSTRACT
The patent plating using tin as standard (ASTM B23 alloy 2) bases in steel SAE
1010/1020 may have changes in their resistance and adhesion characteristics, as
determined using the metallization process. Currently there are several processes,
such as metallization static centrifugation, thermal spraying and sintering. The
processes offer more possibilities and options for coating materials that
consequently, offer numerous technical solutions and engineering characteristics
such as corrosion protection; ideal for hard work with axes high and low speeds, high
wear resistance, resistance to high temperatures and good electrical conductivity, but
can also bring deficiencies, which can compromise the final product. This paper
presents a study on the process of metal plating by centrifugation using tin patent
steel low carbon content, indicating the best surface preparation to receive the
coating to the study specimens were fabricated and analyzed according to standard
(ISO 4386-2 and revised in 1982). The results showed that the process under study
showed satisfactory results, meeting the requirements described in the standard.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 10
1.1 OBJETIVO GERAL.............................................................................................. 10
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................ 11
1.3 JUSTIFICATIVA................................................................................................... 11
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................................................................12
2.1 MANCAIS............................................................................................................. 12
2.1.1 Mancais de Deslizamento................................................................................. 14
2.1.2 Mancais de Elementos Rolantes....................................................................... 15
2.1.3 Mancais a Filme Fluido..................................................................................... 16
2.1.4 Mancais Magnéticos......................................................................................... 17
2.2 MATERIAIS PARA MANCAIS.............................................................................. 19
2.2.1 Materiais de Revestimento para mancais de Deslizamento............................ 19
2.3 METALIZAÇÃO.................................................................................................... 23
2.3.1 Processos de Metalização................................................................................ 23
2.3.1.1 Metalização por centrifugação...................................................................... 23
2.3.1.2 Metalização de mancais por centrifugação................................................... 24
2.4 PREPARAÇÃO SUPERFICIAL............................................................................ 25
2.4.1 Desengorduramento......................................................................................... 26
2.4.2 Decapagem....................................................................................................... 27
2.4.2.1 Decapagem química...................................................................................... 27
2.4.2.1.1 Ácidos......................................................................................................... 27
2.4.2.1.2 Ácido clorídrico............................................................................................ 28
2.4.2.1.3 Ácido nítrico................................................................................................ 28
2.4.3 Estanhagem...................................................................................................... 28
2.5 PROCESSO DE REVESTIMENTO...................................................................... 31
3 MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................................... 34
3.1 MATERIAIS.......................................................................................................... 34
3.2 MÉTODO.............................................................................................................. 41
3.2.1 Preparação do Metal Patente a Base de Estanho............................................ 41
3.2.2 Preparação das Bases em Aço ABNT 1020..................................................... 45
3.2.3 Metalização....................................................................................................... 49
3.2.3.1 Metalização por centrifugação....................................................................... 49
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................................54
5 CONCLUSÕES....................................................................................................... 60
REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 61
10
1 INTRODUÇÃO
1.3 JUSTIFICATIVA
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 MANCAIS
O mancal radial pode ser simples como um furo usinado em uma peça de
ferro fundido ou pode conter detalhes, como por exemplo, ranhuras, bolsas e canais
de óleo. Buchas podem ser consideradas um tipo de mancal simples (STOETERAU,
1992).
São utilizados em várias dimensões, em ambos os tipos, com parede fina ou
espessa, com ou sem material de revestimento. O mancal axial ou de escora é
usado para suportar cargas axiais, tanto na horizontal quanto na vertical, devido ao
peso próprio. Normalmente, mancais axiais são compostos de um flange, fixo ao
eixo, apoiado sobre um coxim fixo ou sapatas que podem ser fixas ou basculantes
(OLIVEIRA, 1960).
No seu regime de trabalho, quando um mancal atinge as condições de
lubrificação pelicular, os materiais usados têm pouca influência sobre a perda de
potência e o desgaste. Com uma lubrificação imperfeita, as superfícies se põem em
contato, e os materiais devem para tanto, ser selecionados para suportar tais
condições (STOETERAU, 1992).
Um bom mancal deve ter uma boa resistência à compressão e a fadiga, ser
macio, ter baixo ponto de fusão e baixo módulo de elasticidade, para permitir que o
material se adapte a pequenas irregularidades e absorva partículas estranhas que
penetrem entre as superfícies dos casquilhos e do eixo (OLIVEIRA, 1960).
14
Quanto ao tipo de fluido, estes podem ser divididos em: líquidos e gases
(STOETERAU, 1992).
Líquidos - A utilização de líquidos como fluido lubrificante em mancais
acarreta a perda das propriedades devido ao calor gerado quando em operação,
formando um limitador de velocidade, o que torna necessária a utilização de
sistemas de resfriamento para manter o fluido em uma temperatura pré-
estabelecida. Dos vários fluidos existentes, o mais usado é o óleo. Apesar de a água
apresentar melhores características, sua capacidade corrosiva a torna pouco atrativa
para uso industrial.
Gases - A utilização de gases como fluido lubrificante se deve a capacidade
destes de manter suas propriedades mesmo a temperaturas elevadas, por
apresentarem viscosidades muito menores do que as dos líquidos, o que abriu a
possibilidade de se atingir velocidades mais elevadas. O ar tem sido o mais utilizado.
Portanto, as terminologias mancal a ar, e mancal aerostático tornam-se mais
adequadas para designar este tipo de mancal.
As propriedades que devem ser satisfeitas pelos materiais para mancais são
de duas categorias. Aquelas importantes durante o atrito fluido e outras importantes
no atrito semi-fluido (OLIVEIRA, 1960).
Algumas propriedades desejáveis nos materiais para mancais são a
resistência à fadiga, compatibilidade, aderência, conformabilidade, baixo atrito,
resistência à corrosão, resistência mecânica e resistência ao calor (OLIVEIRA,
1960).
Oliveira (1960) descreve as propriedades dos materiais:
Resistência a fadiga. Verificou-se ser a propriedade mais importante para
mancais sujeitos a cargas alternadas. São mais sensíveis à fadiga os mancais que
possuem um casquilho com revestimento de material antifricção e encosto de aço... a
fadiga inicia-se por fissuras superficiais, que se aprofundam e provocam a saída de
escamas do revestimento.
Compatibilidade. É uma ideia de capacidade do metal antifricção de evitar
engripamento durante um atrito semi-fluido... O engripamento consiste numa solda
entre moente e mancal devido ao calor gerado.
Aderência. É a capacidade de o revestimento ligar-se intimamente com o
mancal axial.
Conformabilidade. Está relacionado com a baixa dureza e reduzido módulo de
elasticidade e ductilidade. Essa propriedade permite que o mancal compense
desalinhamentos ou outros erros geométricos e que o mancal absorva poeira ou
outras partículas abrasivas, evitando assim o desgaste do eixo.
Baixo atrito. Aplicando métodos melhorados de fabricação, consegue-se
aperfeiçoar as superfícies deslizantes tornando-as mais suaves, visando reduzir o
atrito ainda mais.
Resistência à corrosão. Os metais antifricção são atacados em graus diferentes
por elementos corrosivos, entre os quais se destaca o próprio óleo oxidado.
Resistência mecânica. É entendida como a força resultante da aplicação de
uma força sobre um material.
Resistência ao calor. É tanto menor quanto mais rapidamente cai a dureza com
a temperatura e tanto maior quanto mais elevada a condutibilidade térmica. A antiga
teoria de que um bom material para mancal deveria apresentar um sistema difásico
de uma matriz macia com cristais duros nela espalhados, perdeu sua validez
(OLIVEIRA, 1960).
Conformabilidade
Compatibilidade
Resistência à
Resistência à
Máx.
Corrosão
Fadiga
HB a HB a HB min. Pressão Temp.
Tipos de Metal
20°C 130°C do eixo kg/cm² Trabalho
°C
Fonte: USP- OLIVEIRA, N.C.G. Mancais de deslizamento. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo, 1960.
22
23
2.3 METALIZAÇÃO
2.4.1 Desengorduramento
Esta operação tem como objetivo retirar toda a gordura ou óleo existente na
peça, por métodos químicos ou eletroquímicos, utilizando solventes orgânicos
(clorados ou não), em fase líquida ou em fase vapor, ou soluções aquosas contendo
sais alcalinos, produtos molhantes e aditivos (INETI, 2000).
No desengorduramento, são geradas grandes quantidades de resíduos
líquidos carregados de contaminantes minerais e orgânicos susceptíveis de
reutilização parcial, após tratamento para separação dos constituintes indesejáveis.
O desengorduramento precede obrigatoriamente a decapagem ácida ou alcalina
(INEPI, 2000).
27
2.4.2 Decapagem
2.4.2.1.1 Ácidos
Quase todos os metais são atacados pelo oxigênio, que os faz cobrirem-se
de uma camada prejudicial (SPRINGER, 1963).
28
Líquido amarelo claro que solta vapor e capaz de irritar a garganta. Utilizado
para desoxidar os metais, geralmente diluído com ácido sulfúrico, ou em água, na
proporção de seis partes desta por uma de ácido (SPRINGER, 1963).
Preparada a solução, nela se introduz o objeto que deve ser desoxidado,
previamente chamuscado, e, se necessário, logo depois de limpá-lo com ácido
sulfúrico (SPRINGER, 1963).
Conserva-se o ácido clorídrico em recipiente de chumbo, o qual se deve
conservar fora das oficinas (SPRINGER, 1963).
Líquido branco de cheiro desagradável que ao contato com o ar, solta leve
vapor de cor branca. É um veneno violento, queima e ataca à temperatura ambiente.
A luz o colora de amarelo claro. Mistura-se com água em qualquer proporção
(SPRINGER, 1963).
Leva o nome de água forte (SPRINGER, 1963).
Existe também a água segunda que é o ácido de 20 graus. Serve para
desoxidação, pois tem a propriedade de atacar todos os corpos que constituem as
impurezas dos metais (SPRINGER, 1963).
2.4.3 Estanhagem
1. Cloreto de Zinco
ou 2. 90% cloreto de Zinco + 10%
Em 25-40% solução
FLUXAGEM cloreto de amônio
aquosa
ou 3. Cloreto de Zinco a 8%, cloreto
de sódio a 18%, de
Resfriamento
7%Sb/3,5%Cu/Sn Restante 50 5.47
rápido com água
Resfriamento lento
7%Sb/3,5%Cu/Sn Restante 50 4.82
com água
Resfriamento com
7%Sb/3,5%Cu/Sn Restante 50 4.55
ar
Resfriamento
7%Sb/3,5%Cu/Sn Restante 100 4.51
rápido com água
Resfriamento
7%Sb/%Cu/Sn Restante 50 2.67
rápido com água
Resfriamento com
7%Sb/%Cu/Sn Restante 50 2.05
ar
Resfriamento
7%Sb/%Cu/Sn Restante 100 2.15
rápido com água
Resfriamento
7%Sb/%Cu/Sn Restante 5 4.84
rápido com água
Resfriamento
9%Sb/2%Cu/1%Cd/Sn Restante 50 2.43
rápido com água
Resfriamento lento
9%Sb/2%Cu/1%Cd/Sn Restante 50 4.37
com água
Resfriamento com
9%Sb/2%Cu/1%Cd/Sn Restante 50 6.21
ar
Fonte: Forrester, Babbitt Alloys for Plain Bearings, 1963.
Para ligas que contém cádmio, a melhor resistência de adesão é obtida com
esfriamento lento, na qual a elevada resistência à fluência das ligas que contém
cádmio impede seu escoamento prontamente às tensões produzidas pela contração
diferencial entre o suporte e o revestimento que resulta na formação de fendas nas
ligações (FORRESTER, 1963).
É provável que em casquilhos de mancais grandes, velocidades altas de
resfriamento poderão causar rachaduras até mesmo em ligas livres de cádmio. Para
os grandes casquilhos, resfriamento por meio de jato de ar ou borrifação fina d’água
é preferível. Velocidades moderadas de esfriamento devem também ser utilizadas
para ligas frágeis tais como as ligas a base de chumbo com pouco estanho
(FORRESTER, 1963).
A temperatura mais adaptável para fundição depende da composição do
babbitt, o método de revestimento e o tamanho do mancal podem ter que ser
33
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 MATERIAIS
Figura 10- Lingote de metal patente a base de estanho (ASTM B23 liga 2).
Fonte: Elaborado pelo autor.
- Centrifugador SMAGON;
3.2 MÉTODO
Para preparar o metal patente a ser depositado nas bases de aço ABNT
1020 que foram analisadas, foi fundido na fundição da empresa Smagon uma liga
chamada de liga mãe, composta de cobre e antimônio, com a finalidade de
baixarmos o ponto de fusão do cobre que gira em torno de 1240 °C. Em seguida foi
adicionado ao estanho fundido que deve ser trabalhado a uma temperatura de 420
ºC, respeitando as devidas proporções para criar a liga conforme norma ASTM B23
liga 2. Foram produzidos aproximadamente 120 Kg de babbitt para aproveitarmos
toda a capacidade do cadinho, todo o restante do metal patente a empresa utilizou
para a fabricação de buchas de comando e casquilhos.
Com a liga pronta, foi vazada uma quantidade de 0,8 kg em uma coquilha
padrão da metalúrgica para preparação da amostra a ser analisada. Essa amostra
foi retirada a uma temperatura de 430 °C e a coquil ha estava a 370 °C conferidos
com o termômetro infravermelho. Após a vazão, a coquilha foi resfriada com água. A
amostra retirada foi torneada no torno de amostras (figura 22) com dimensões Ø
50,0 x 15,0 mm largura, faceando as laterais para posterior análise no espectrômetro
da empresa.
O resultado da análise mostra que a liga foi fundida nas proporções corretas
segundo a norma ASTM B23 liga 2.
Uma base anel A foi para o tratamento de decapagem, que consistiu de uma
imersão de 3 minutos em volume de 50% de ácido clorídrico e 50% de água a frio,
seguido de 2 minutos em volume de 10% de ácido nítrico e 90% de água a frio. Um
mergulho final, por poucos segundos em água quente foi dado antes da
escorificação e estanhagem.
A outra base anel B foi para o jateamento do diâmetro interno que foi
realizado com granalhas de aço de 18 mesh. A pressão usada foi de 6 bar em um
jateador CMV, tipo ar comprimido.
48
3.2.3 Metalização
som (por exemplo, aço, ferro fundido) e revestidos com ligas antifricção à base de
chumbo, estanho, cobre ou alumínio que tenham espessuras de camada ≥ 2 mm.
Pelo propósito desta parte da ISO 4386-1, o método de ultrassom somente
permite uma avaliação qualitativa da ligação (ou aderência) e não uma determinação
quantitativa da força de ligação, tal como especificado na ISO 4386-2.
Após a realização do ensaio não destrutivo de ultrassom, as duas bases
passaram por acabamento dos diâmetros externo e interno. Em seguida foram
sangrados 3 anéis de cada base usinada segundo figura 29.
Estes segmentos forma usinados para dar forma ao corpo de prova para
teste compressão conforme norma ISO 4386-2. O acabamento dos corpos de prova
foi usinado em duas operações tomando como principal cuidado uma folga exigida
de 0,1mm entre a superfície de aço e o metal patente conforme figura 31.
52
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
Forrester, P.G. M.Sc., A.I.M. Babbitt Alloys for Plain Bearings,Tin Research
Institute. Kingston lane, Uxbridge, Middlesex, 1963.
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