Papo Acadêmico

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PAPO ACADÊMICO

Daniel 1:1-20
1. Entender as 4 partes em que o texto de Daniel está organizado.
2. Destacas aspectos que trazem a solução para os problemas de hoje.
3. Aplicações referente à relação entre o universitário cristão no contexto do campus
universitário.
Este texto nos leva a pensar dentro de um contexto de invasão.
A primeira coisa que nos chama atenção dentro do texto são suas quatro partes.
A primeira parte, versos 1 e 2, e a segunda parte dos versos 3 ao 7 são dedicadas a trabalhar
não só a invasão de Nabucodonosor, mas sobretudo a sua estratégia de dominação.
A parte três, versos 8 ao 16, e a quarta parte dos versículos 17 ao 21 vão tratar da reação de
Daniel e seus companheiros a partir de uma resolução deles e da sua fidelidade diante de
Deus.

PRIMEIRA PARTE: A INVASÃO (Dn. 1:1-2).


Vemos claramente que o rei Nabucodonosor invadiu Jerusalém, mas não sitiou ou conquistou.
A primeira lição importante que tiramos do texto é aquela que nos mostra a provisão de Deus
por detrás da invasão de Nabucodonosor. O texto nos diz no verso 2 que Deus é quem entrega
o seu povo e os utensílios do templo. Não foi porque Nabucodonosor era poderoso, mas
porque Deus os entregou.
Daniel faz questão de dizer no texto que o desafio que o povo de Deus está enfrentando na
Babilônia é resultado, em primeiro lugar, providência divina e não do poder de
Nabucodonosor.

SEGUNDA PARTE: ESTRATÉGIA DE DOMINAÇÃO (Dn. 1:3-7).


A partir da invasão de Nabucodonosor, ele domina o povo com estratégias explícitas.
A estratégia nós vemos no verso 3 quando o rei orienta a trazer de Israel aqueles que seriam a
Elite, os que seriam os líderes daquela nação.
A ESTRATÉGIA DE NABUCODONOSOR ESTÁ FINCADA EM TRÊS PILARES:
A elite é trazida para o contexto do palácio. Não do contexto ao redor do palácio ou da plebe
do palácio. Mas eles são levados para dentro do palácio. O contexto dos benefícios da realeza.
Essa elite precisaria ser conduzida de três maneiras: Deveria aprender a cultura e a língua dos
caldeus. Deveria aprender a comer das finas iguarias e dieta. Portanto, da alimentação típica
dos babilônios. Deveria trocar seus nomes. Daniel (Deus é o meu Juiz), Hananias (Yahweh é
misericordioso), Misael (Quem é como Deus?) e Azarias (Deus é minha força). Todos esses
nomes foram trocados por nomes que não faziam referência ao único Deus. Eram nomes
distintos glorificando um Único Deus. Agora eles passariam a ter nomes distintos glorificando a
deuses distintos.
A ESTRATÉGIA DE NABUCODONOSOR É TRÍPLICE:
1. Fazer com que aprendam uma nova cultura. E não somente isto! Mas aprendam a
língua do povo. A língua que o povo fala!
2. Eles precisam comer como o povo come. As comidas que nutriam o povo da Babilônia.
3. Eles precisam ser chamados por nomes que não faziam nenhuma referência a Deus.
Qual a missão da estratégia de Nabucodonosor? O ESQUECIMENTO. Fazê-los acreditar numa
mentira e esquecer da verdade da sua origem.
O que vemos nas terceira e quarta parte é a reação de Daniel e seus companheiros às
estratégias de Nabucodonosor.
Nos Versos 8 ao 16 vemos que Daniel, das três estratégias de Nabucodonosor, ele parece
rejeitar a dieta. Eles não veem nenhum problema em aprender da cultura e não veem nenhum
problema o fato de serem chamados por nomes que não fazem referência a Deus (Apesar de
que Daniel continua chamando a ele e seus amigos pelos nomes que referenciam a Deus.
A resolução de Daniel é claramente a de resistir a mudança do seu hábito alimentar. O que
está por trás disto?
1. Alguns historiadores acham que Daniel teria rejeitado porque não queria se
contaminar com aqueles alimentos que, possivelmente, estavam na lista dos alimentos
impuros.
2. Outros dizem que, além do fato da preocupação com a contaminação, Daniel estaria
preocupado também com o fato de que o conforto é o maior de todos os perigos de
alguém que é cativo. A maior prisão de alguém não são as cadeias ou correntes, mas o
conforto que aquilo pode proporcionar.

QUARTA PARTE (17:21)


Daniel e seus companheiros tiveram êxito graças a sua fidelidade a Deus.
Então, de alguma forma, eles conseguiam protestar contra a estratégia de Nabucodonosor.
Eles conseguiam viver no palácio de Nabucodonosor sem serem prisioneiros dele.
COMO ISSO PODE ACONTECER?
Exemplo: Os romanos conquistaram as terras, as mulheres, os escravos. Mas não
conquistaram A MENTE dos gregos. E a cultura romana tem toda uma herança (governo,
política, religião) do pensamento grego.
A dominação intelectual começa quando nos obrigam a pensar, não segundo nossas
categorias, mas a pensar a Bíblia, por exemplo, com categorias que não são bíblicas.
A melhor maneira de se conquistar um povo era fazer exatamente aquilo que Nabucodonosor
estava propondo fazer. No entanto, Daniel conseguiu junto com seus companheiros ser fiel a
Deus aprendendo a cultura, mas ao mesmo tempo resistindo, protestando.
Essa fidelidade se manifesta dos versículos 17 ao 21, quando o sucesso de Daniel e seus amigos
se reflete, não em suas estratégias de apreensão do entendimento, da língua, pelo fato de
descobrirem que a sua inteligência, sabedoria e capacidade não vinham do seu treinamento,
livros. Mas vinha do alto!
Então na terceira parte da estrutura do livro de Daniel que encontramos a partir do verso 17 é
a confissão de que esses quatro jovens tinham recebido de Deus a inteligência e o
conhecimento. Não foram pelas suas habilidades!
Isso provoca a admiração de Nabucodonosor, que os percebe ainda mais inteligentes e mais
sábios do que todos aqueles que seriam considerados sábios entre o seu povo.
O enredo do texto está tramado nas quatro cenas:
1. A natureza da invasão de Nabucodonosor tem providência divina;
2. Revela a estratégia de Nabucodonosor de dominação do povo de Deus;
3. Revela como o povo de Deus reage a essa dominação;
4. Recompensa da resistência. Reconhecendo que essa sabedoria e conhecimento vem
de Deus.
O QUE ESTE TEXTO DIZ SOBRE NOSSA REALIDADE?
1. Quando frequentamos uma universidade, a primeira coisa que descobrimos naquele
palácio é a coisa chamada: PLURALISMO.
A pluralidade é inegável. Nenhum cristão pode negar a pluralidade. Porque a
pluralidade é da ordem da criação divina. Deus criou a pluralidade!
No entanto, precisamos entender que existe uma diferença entre a pluralidade (dado
do real) e o pluralismo (visão de mundo).
A visão de mundo pluralista é aquela que diz: Todas as visões de mundo possuem algo
de verdadeiro. Por isso todas elas devem ser aceitas! Não se pode negar nenhuma
delas, pois todas são válidas.
Então quando um cristão entra nesse palácio, o cristianismo deve ser concebido como
mais um utensílio dentro de todos os outros utensílios. Deve ser apenas mais uma
religião dentro dos muitos cardápios religiosos que existem. Dentro das muitas
cosmovisões que existem.
Quando entramos na universidade, temos a obrigação de pensar a cosmovisão cristã
como apenas mais uma entre as muitas cosmovisões que ali existem. E todas elas são
verdades, válidas e todas elas são deuses e merecem ser respeitadas.
Precisamos entender que a cosmovisão pluralista não resolve o problema de
cosmovisões. Por que?
O pluralismo é uma maneira de tentar resolver o problema das cosmovisões. O
pluralismo, ao considerar todas as visões de mundo verdadeiras, evita o choque de
cosmovisões.
Essa era a estratégia de Nabucodonosor. Colocar a visão que aqueles homens tinham
de Deus como mais uma visão dentre as muitas outras visões sobre diversos outros
deuses que existiam na Babilônia.
Então o cristão, na Universidade, precisa de alguma forma lidar com o fato de que ele
é considerado com a sua cosmovisão apenas mais um entre muitos.
Uma das estratégias, senão a mais importante estratégia de Nabucodonosor, é o
esquecimento. Esse esquecimento está pautado em três fundamentos: Singularidade
de Deus, realidade do cativeiro e a história pessoal com Deus.
Por que o esquecimento da singularidade de Deus? Porque Deus já não pode ser
concebido por eles como único Deus. É como se Nabucodonosor estivesse forçando-os
a pensarem o seguinte: “Vocês agora estão na universidade, vocês têm diante de
vocês várias cosmovisões. Vocês não podem sustentar a ideia de que só sua
cosmovisão é verdadeira e as outras são falsas”.
Somos taxados de arrogantes se afirmarmos a singularidade do evangelho. E porque
somos chamados de arrogantes? Porque não podemos defender a verdade absoluta
num ambiente pluralista.
Então, muitas vezes engolimos e começamos a achar que somos arrogantes e
pensamos: “Acho que preciso pensar em outras categorias”. ERRADO!!
Por que o esquecimento da realidade do cativeiro? Toda dieta foi rejeitada por Daniel
porque ele tem comprometimentos com a maneira pela qual a lei determina que a
alimentação do povo de Deus deve ser.
Mas há algo mais pernicioso em Nabucodonosor. Imagine um povo que fora
deportado, vira seu templo ser destruído. Mas que agora não estava vivendo sobre as
margens dos rios da Babilônia, mas está vivendo no Palácio comendo do bom e do
melhor.
Comendo do bom e do melhor, como eles sentiriam que aquilo era um exílio? Como
acreditar que aquilo era um cativeiro se aquilo era tudo o que precisavam? Como
acreditarem que aquilo é ruim se eles estão recebendo bolsas e auxílios?
Como negar que é bom receber uma bolsa para estudar? E muitas vezes para
corresponder com a agenda, às vezes criminosa, de uma instituição que se diz
educativa. Mas que protege e investe em ensino pesado para a formação e
estruturação de um pensamento único. Fazendo todos pensarem de uma só forma, de
uma só ideia para ocuparem espaços que são fundamentais de uma sociedade e
atender a uma agenda de domínio. Esta é a guerra cultural que vivemos!
Não podemos vender nossa fé por qualquer bolsa de estudos que recebemos. Isso não
significa que não devamos usufruir dos benefícios que todas as instituições de
educação possuem. Devemos desfrutar, mas não ao preço de abrirmos mão daquilo
que é mais precioso do que o conforto. Ou seja, a nossa convicção sobre as verdades
de Deus!
A mudança dos nomes é de propósito. Porque o nome de cada um deles representa a
sua história com Deus!
É tão terrível um cristão sem história e que não conseguem se perceber numa história.
São cristão que vivem com tudo centrado neles. São pessoas que acham que o reino
de Deus começou quando ouviram o evangelho e disseram “eu quero Jesus”. Então
elas acreditam que a história delas com Deus começou no dia da conversão.
Nossa história com Deus começou há dois mil anos atrás. Nossa história não está
ligada apenas a nossa experiência com Deus. Nossa história começa no Éden!
Um cristão que não conhece sua história, não entende as verdades de Deus, não
entende que a sua história é uma micro história dentro da história de Deus, não
consegue preservar a história dele porque a história dele é frágil, o seu testemunho de
vida não é suficiente para suportar a pressão popular dentro de uma universidade.
Não vamos conseguir resistir à tentação, na universidade, do esquecimento das nossas
origens se as nossas origens não remeterem a toda a história de Deus.
A mudança dos nomes não diz respeito meramente ao fato de que eles seriam
tratados referentes aos deuses da babilônia. Mas é como se eles tivessem que
esquecer a história deles com Deus.
Como eles resistiram às investidas de Nabucodonosor?
FIDELIDADE.
A fidelidade nos coloca debaixo de duas competências importantes: Resistência e
submissão.
Todos que estão ou vão para a universidade precisam entender que estão ali para
resistir e para se submeter.
A fidelidade é experiência da resistência e da submissão.
A universidade pode ser um lugar hostil ao reino de Deus, mas foi Deus quem nos
colocou ali. Para que ali nos submetamos a Ele e resistamos tudo o que é contra Ele.
QUAL A MELHOR MANEIRA DE RESISTIR?
Ser inteligente.
Infelizmente os nossos ímpetos universitários estão acuados.
Muitas vezes entramos na Universidade dizendo: “Poxa, sou evangélico! Tenho que
dar desculpas de um monte de coisa!”.
Precisamos entender que entramos numa universidade, não numa igreja.
Não podemos fazer da universidade uma igreja. Precisamos fazer parte de uma igreja,
mas a universidade é uma esfera diferente de uma igreja.
Na universidade as pessoas costumam usar uma coisa chamada cérebro. Elas
costumam usar a mente para pensar.
Exemplo: Você gosta de cantar, mas se você não for fazer música, vai fazer engenharia.
Você vai ter que usar as competências daquela ciência. E dificilmente você vai
conseguir fazer algo significativo sem usar a mente.
Mas muitas vezes chegamos com aquele jeito vitimista porque somos evangélicos.
Então ocupamos o protagonismo daqueles que têm que responder o tempo todo.
A impressão que dá é que precisamos prestar conta da nossa fé o tempo todo.
Fé a gente presta conta para a igreja. Na universidade precisamos ser um leão!
Quem disse que precisamos ficar o tempo todo respondendo perguntas? Não somos
nós que precisamos ficar respondendo perguntas. Nós temos que é que perguntar! E
boas perguntas.
E para fazer boas perguntas precisamos PENSAR.

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