Marciaoe Montano
Marciaoe Montano
Marciaoe Montano
Filho de um bispo cristão, Marcião, viveu entre o período de 75 d.C e 155 d.C, nasceu
em Sinope no Ponto, Ásia Menor, atualmente parte do território da Turquia. Sobre o
assunto (Bruce, 2011), acrescenta: “Seu pai foi um dos líderes na igreja daquela cidade.
Foi criado na fé apostólica. De todos os apóstolos, o que mais fortemente apelava ao
seu gosto era Paulo, a quem ficou apaixonadamente devotado, concluindo, por fim,
que fora o único apóstolo a preservar o ensino de Jesus em sua pureza”. Há
informações de que Marcião seria proprietário de navios e que deixara seus negócios
para se dedicar a fé, conforme (Bruce, 2011) diz:
“Talvez tenha sido na esperança de receber uma resposta mais positiva dos
líderes eclesiásticos mais esclarecidos de Roma que Marcion viajou para a
capital do império ainda cedo no principado de Antonino Pio (que se
tornaria imperador em 138 d.C.). Quando chegou a Roma fez uma generosa
doação de dinheiro à igreja (diz-se que ele era proprietário de navios,
provavelmente um homem muito rico)”
Marcião desenvolve uma fascinação quase idólatra por Paulo, e considera-o o único
apóstolo de Cristo, e apenas 10 cartas paulinas como expressão do Deus supremo,
falando sobre isso (Bruce, 2011) escreve:
“A edição de Márcion das cartas de Paulo (seu Apóstolo), publicada por volta
de 144, baseou- se mais provavelmente em um códice paulino que lhe era
conhecido, que (semelhante à própria edição de Márcion) não incluía nem
Hebreus, nem as epístolas pastorais. A inferência mais natural dessa
evidência como a temos sugere que a edição original da coleção das obras
paulinas continha somente dez cartas.”
Principais crenças
Rejeitava o Antigo Testamento, segundo ele foi produzido por um deus demiurgo,
uma espécie de deus menor e que criou o universo falho por não ser ele um deus
supremo, para Marcião o Deus do Novo Testamento era sim o Deus supremo e
portanto o Antigo Testamento não era relevante.
Cristo não seria humano, vindo em carne, mas apenas em aparência humana.
O Deus mais alto do Novo Testamento, enviou seu filho entendendo a necessidade
humana de salvação, porém o demiurgo do Antigo testamento, irado, provocou a
morte de Cristo.
Cristo cumpre perfeitamente a lei, ele aparece ao demiurgo, que entrega todas as
almas a Cristo que o acusa de estar errado, e redime as almas.
Sua missão era reformar a igreja que não se manteve fiel as diretrizes paulinas.
A salvação vem da rejeição ao demiurgo e a lei mosaica e ira dele, o Deus do novo
testamento oferece graça através de seu filho.
Cristo havia libertado do Hades (inferno) espíritos que o demiurgo afligia, mas que na
realidade eram bons, porém os crentes do antigo testamento que pare ele eram piores
que ímpios foram deixados no Hades.
“Marcion é a primeira pessoa conhecida por nós que publicou uma coleção
fixa do que viríamos a chamar de livros do Novo Testamento. Outros podem
tê-lo feito antes dele. Se o fizeram, disso não ficou registro ou
conhecimento. Ele rejeitou o Antigo Testamento, alegando que não tinha
relevância ou autoridade para os cristãos. Sua coleção, por isso, se
apresentava como uma Bíblia inteira.”
Portanto sua contribuição é evidente, se considerarmos que sua visão das escrituras
alertou para a ocorrência de interpretações divergentes sobre a Bíblia.
Montano
Montano nasceu em Ardabau, na Frígia,em 156 d.C. ele proclamou ser ele o escolhido
para dispensação do Espírito Santo. Então se aliaram a ele duas profetisas, Priscila e
Maximila, anunciando o fim. Segundo (SHELLEY, 2020) “Em algum momento entre 156
e 172, que Montano apareceu, uma voz no deserto da Ásia Menor.” E logo se iniciou
outra doutrina herética (SHELLEY, 2020) revela que: “Montano alegava que a nova era
do espírito havia substituído as eras anteriores, e a época do Antigo Testamento, com
seus dez mandamentos ou sua lei, havia sido sobrepujada pela época do Filho, com seu
sermão do monte mais exigente.”
Afirmava ser ele o paracleto que Jesus referiu-se, por ser ele o agente especial do
espírito santo.
A parousia, segunda volta de Cristo, era certa e o milênio era resultante dela.
Ascetismo.
Não há perdão para pecados mortais.
Em 367, o bispo Atanásio de Alexandria, escreve uma carta pascal com a primeira lista
de livros, depois concílios em Hipona em 393 e em Cartago 397, publicam a mesma
lista. Tanto o Montanismo como o Marcianismo contribuem de certa forma para a
definição canônica que temos acesso até a atualidade, (Bruce, 2011) conclui: “O
desafio montanista de uma direção, como os desafios gnóstico e marcionita, vindos do
outro lado, tornou ainda mais importante definir claramente os limites da Escritura
Sagrada.”
Bibliografia
F. F. Bruce, O Cânon das Escrituras: Como os Livros da Bíblia Vieram a Ser Reconhecidos
como Escrituras Sagradas?, org. Juan Carlos Martinez, trad. Carlos Osvaldo Pinto, 1a
edição (São Paulo: Hagnos, 2011)