Resumo de Brás Cubas

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 4

Escritor brasileiro, José Maria Machado de Assis nasceu em 1839, no 

Rio de
Janeiro, e morreu em 1908, de pai mulato carioca, descendente de escravos
alforriados, e mãe portuguesa, uma lavadeira açoriana.
Lutou para subir socialmente abastecendo-se de superioridade intelectual e
da cultura da capital brasileira. Para isso, assumiu diversos cargos públicos, passando
pelo Ministério da Agricultura, do Comércio e das Obras Públicas, e conseguindo
precoce notoriedade em jornais onde publicava suas primeiras poesias e crónicas.
Machado de Assis pôde assistir, durante sua vida, que abarca o final da primeira metade
do século XIX até os anos iniciais do século XX, a enormes mudanças históricas na
política, na economia e na sociedade brasileira e também mundial. Em sua maturidade,
reunido a intelectuais e colegas próximos, fundou e foi o primeiro presidente unânime
da Academia Brasileira de Letras.
A extensa obra machadiana constitui-se de dez romances, 205 contos, dez
peças teatrais, cinco coletâneas de poemas e sonetos, e mais de seiscentas crónicas.
Autodidata e ambicioso, tornou-se um clássico da língua portuguesa. Os
primeiros poemas foram publicados na imprensa, seguindo-se-lhes crónicas, contos,
romances e ensaios críticos. O seu primeiro livro de poesias, Crisálidas, foi publicado
em 1864 e o seu primeiro romance, Ressurreição, em 1872. Iniciando a sua atividade
literária em pleno Romantismo, tornou-se o autor mais importante da nova estética do
Realismo e foi ainda contemporâneo do Parnasianismo e do Simbolismo. 
Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) corresponde à fase do Realismo
psicológico, em que o autor vai mostrar a ambiguidade fundamental do ser
humano, a incapacidade humana de conhecimento do real, substituindo-o, assim,
por uma mistificação. Esta demonstração é muito mais subtil do que a análise dos
meros mecanismos hereditários e sociais próprios do Naturalismo.
 Quincas Borba (1891), Dom Casmurro (1899), Esaú e Jacob (1904) e Memorial
de Aires (1908), são as obras-primas deste período. Por elas perpassa uma trágica ironia
a par com uma visão sem ilusões da sociedade urbana carioca.

 Para o considerado crítico literário norte-americano Harold Bloom,


Machado de Assis é o maior escritor negro de todos os tempos.
Na vasta obra de Machado de Assis existe um antes e um depois das Memórias
Póstumas, romance a ter a primeira edição em livro em 1881 e que já fora publicado em
crónicas na Revista Brasileira, ao longo do ano anterior.
A história narrada por um defunto, contada de trás para a frente, construída em
total experimentalismo, inaugura um novo estilo que não se inscreve em nenhuma das
correntes estéticas que atravessaram o seu tempo. Imune às escolas do romantismo, do
naturalismo e até mesmo do realismo, o escritor afirma-se pela originalidade, sempre
atento à natureza humana e aos costumes da sociedade do Rio de Janeiro, terra onde
nasceu em 1839 e onde viria a morrer em 1908.

RESUMO

A infância de Brás Cubas, como a de todo membro da sociedade patriarcal


brasileira da época, é marcada por privilégios e caprichos patrocinados pelos pais. O
garoto tinha como “brinquedo” de estimação o negrinho Prudêncio, que lhe servia de
montaria e para maus-tratos em geral. Na escola, Brás era amigo de traquinagem de
Quincas Borbas, que aparecerá no futuro defendendo o humanitismo, misto da teoria
darwinista com o borbismo: "Aos vencedores, as batatas”, ou seja: só os mais fortes e
aptos devem sobreviver.
Na juventude do protagonista, as benesses ficam por conta dos gastos com uma
cortesã, ou prostituta de luxo, chamada Marcela, a quem Brás dedica a célebre frase:
“Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis”. Essa é uma das marcas
do estilo machadiano, a maneira como o autor trabalha as figuras de linguagem.
Marcela é prostituta de luxo, mas na obra não há, em nenhum momento, a
caracterização nesses termos. Machado utiliza a ironia e o eufemismo para que o leitor
capte o significado. Brás Cubas não diz, por exemplo, que Marcela só estava interessada
nos caros presentes que ele lhe dava. Ao contrário, afirma categoricamente que ela o
amou, mas fica claro que, naquela relação, amor e interesse financeiro estão
intimamente ligados.
Apaixonado por Marcela, Brás Cubas gasta enormes recursos da família com
festas, presentes e toda sorte de frivolidades. Seu pai, para dar um basta à situação, toma
a resolução mais comum para as classes ricas da época: manda o filho para a Europa
estudar leis e garantir o título de bacharel em Coimbra.
Brás Cubas, no entanto, segue contrariado para a universidade. Marcela não vai,
como combinara, despedir-se dele, e a viagem começa triste e lúgubre.
Em Coimbra, a vida não se altera muito. Com o diploma nas mãos e total
inaptidão para o trabalho, Brás Cubas retorna ao Brasil e segue sua existência
parasitária, gozando dos privilégios dos bem-nascidos do país.
Em certo momento da narrativa, Brás Cubas tem seu segundo e mais duradouro
amor. Enamora-se de Virgilia, parente de um ministro da corte, aconselhado pelo pai,
que via no casamento com ela um futuro político. No entanto, ela acaba se casando com
Lobo Neves, que arrebata do protagonista não apenas a noiva como também a
candidatura a deputado que o pai preparava.
A família dos Cubas, apesar de rica, não tinha tradição, pois construíra a fortuna
com a fabricação de cubas, tachos, à maneira burguesa. Isso não era louvável no mundo
das aparências sociais. Assim, a entrada na política era vista como maneira de ascensão
social, uma espécie de título de nobreza que ainda faltava a eles.
Lista de personagens:
Brás Cubas: filho abastado da família Cubas, é o narrador do livro; conta suas
memórias, escritas após a morte, e nessa condição é o responsável pela caracterização
de todos os demais personagens.
Virgília: grande amor de Brás Cubas, sobrinha de ministro, e a quem o pai do
protagonista via como grande possibilidade de acesso, para o filho, ao mundo da
política nacional.
Marcela: amor da adolescência de Brás.
Nhã Lo Ló: última possibilidade de casamento para Brás Cubas, moça simples,
que morre de febre amarela aos 19 anos.
Lobo Neves: casa-se com Virgilia e tem carreira política sólida, mas sofre o
adultério da esposa com o protagonista.
Quincas Borba: teórico do humanitismo, doutrina à qual Brás Cubas adere,
morre demente.
Dona Plácida: representante da classe média, tem uma vida de muito trabalho e
sofrimento.
Prudêncio: escravo da infância de Brás Cubas, ganha depois sua alforria.
Machado de Assis, escritor brasileiro

Você também pode gostar