A Arte de Comer Bem (Rosa Maria)
A Arte de Comer Bem (Rosa Maria)
A Arte de Comer Bem (Rosa Maria)
Higiene alimentar
e mais de 500 receitas para cozinhar,
fazer doces, gelados, compota, etc.
2ª edição
Minhas Senhoras:
A arte de comer bem, não significa comer muito, mas sim comer alimentos
agradáveis ao paladar e que contenham os elementos necessários à vida.
Rosa Maria
A Cozinheira das Cozinheiras
Comer muito não é comer bem. O valor nutritivo dos alimentos deve-se
calcular pelo número de calorias que cada um contém. A caloria é a unidade da
energia nutritiva. Os adultos necessitam de 2500 a 3000 calorias, e ainda, para a
conservação dos tecidos orgânicos, de certas quantidades de albumina ou seja
100 gramas, na proporção de 3000 calorias.
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Caldo -- É o primeiro prato de todas as mesas, e o único, quase sempre,
da gente pobre. Aduba-se com carne de vaca, de porco ou com azeite. Em
qualquer dos casos o caldo é sempre útil à alimentação, mas muito especialmente
com o condimento das carnes, que devem entrar para a panela antes da água
ferver. O caldo mais nutriente é o que leva pão de trigo conjuntamente com
hortaliças, as quais lhe dão ainda um sabor agradável e particularidades laxativas.
O caldo, nas mesas fartas, prepara o estômago para receber os pratos que o
seguem. Com duas boas tigelas de caldo, dois pedaços de pão, 4 ou 6 sardinhas,
alimentavam-se, à falta de melhores refeições, milhares e milhares de
trabalhadores rurais, que vergam nos campos de sol a sol, sob a acção dum
trabalho violento.
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A de peru e a de pato são relativamente alimentícias e muito agradáveis
ao paladar.
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Legumes -- Os legumes são muito úteis à alimentação, pois contêm
grande quantidade de amido e de açúcar, e uma abundante substância
albuminosa conhecida pelo nome de legumina. O melhor modo de os comer é
crus ou na sopa; e, de os cozer, é em água destilada ou da chuva. A cozinheira
deverá lançá-los na panela ao mesmo tempo que deitar a água. Deitados na água
a ferver, perdem uma grande parte da legumina, que coagula pelo calor. O legume
não é de fácil digestão, posto que não seja dos alimentos mais difíceis de digerir.
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Água -- A água, que entra na nossa alimentação, quer associada aos
sólidos que ingerimos, quer tomada no seu estado natural, faz parte, em diferentes
proporções, de todos os tecidos animais e vegetais. Este líquido provém das
nascentes, dos rios, das chuvas, etc., devendo ser preferíveis para a nossa
alimentação as duas primeiras procedências, isto é, as águas dos rios e das
nascentes. Na água potável entram os seguintes princípios químicos: Ar
atmosférico; Ácido carbónico livre; Sais solúveis de cálcio, de sódio, de magnésia,
e uma certa quantidade de matérias orgânicas, etc., etc.
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acompanhando as refeições. Nunca se devem tomar bebidas alcoólicas fora das
refeições.
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Valor aproximado dos alimentos mais usados
I
Carnes e similares
De fressura
Percentagem de albumina -- 12 gr.
Percentagem de calorias -- 150 cal.
Peixe
Percentagem de albumina -- 12 gr.
Percentagem de calorias -- 100 cal.
Ovos
Percentagem de albumina -- 12 gr.
Percentagem de calorias-- 150 cal.
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A gema de um ovo de 60 gramas,pesará um terço do ovo, e a clara dois terços.
Médias, principalmente de carnes do açougue
Percentagem de albumina-- 15 gr.
Percentagem de calorias-- 200 cal.
II
Cereais (sêmola, massa, arroz)
Percentagem de albumina -- 10 gr.
Percentagem de calorias -- 350 cal.
III
Legumes secos (ervilhas, feijões, lentilhas)
Percentagem de albumina -- 18 gr.
Percentagem de calorias -- 340 cal.
IV
Legumes frescos e de conserva, batatas
Percentagem de albumina -- 1 gr.
Percentagem de calorias -- 40 cal.
V
Queijo
Percentagem de albumina -- 20 gr.
Percentagem de calorias -- 300 cal.
VI
Frutas frescas (maçãs, pêras, laranjas)
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VIII Pão
Percentagem de albumina -- 7 gr.
Percentagem de calorias -- 250 cal.
IX Manteiga e gorduras
Percentagem de calorias -- 750 cal.
X Açúcares
Percentagem de calorias -- 400 cal.
XIII Diversos:
Biscoitos secos
Percentagem de albumina -- 8 gr.
Percentagem de calorias -- 400 cal.
Chocolate
Percentagem de albumina -- 5 gr.
Percentagem de calorias -- 500 cal.
Na tabela que adiante vamos ver, não incluímos no total nem o vinho, nem
o café, que fornecem, principalmente o primeiro, um suplemento de calorias. Esta
ração cobre bem as necessidades, especialmente em albuminóides, e permite
comer todos os dias uma espécie diferente de alimento: carne, legumes secos,
cereais, legumes frescos, frutas secas e frescas, pão, leite, manteiga e açúcar,
num volume suficiente. O adulto em bom estado de saúde não tem vantagem
alguma em reduzir o volume dos alimentos, porque tem de fornecer aos seus
órgãos os elementos necessários para manter a respectiva actividade. Porém, o
indivíduo cujas faculdades nutritivas estejam enfraquecidas, como o homem idoso
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por exemplo, deve preferir os alimentos que forneçam sob pequeno volume o
máximo de elementos úteis.
Pão
250 gramas :17 albumina, 625 calorias
Carne (diversas)
150 a 200 gramas: 25 albumina, 350 calorias
Legumes secos
75 gramas:13 albumina, 250 calorias
Frutos secos
100 gramas: 5 albumina,250 calorias
Frutos frescos
200 gramas: 100 calorias
Manteiga
50 gramas: 200 calorias
Leite
300 gramas: 10 albumina, 200 calorias
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Açúcar
20 gramas: 77 albumina, 2405 calorias
Carnes
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Pato -- 4 horas
Frango assado -- 3,5 horas
Frango cozido -- 3,5 horas
Coelho -- 4 horas
Peixes
Bacalhau -- 3 horas
Ostras -- 4 horas
Salmão -- 4 horas
Linguado -- 2 horas
Pescada -- 2 horas
Goraz -- 2 horas
Sardinha -- 3 horas
Carapau -- 2,5 horas
Lagosta -- 4 horas
Camarão -- 4 horas
Lulas -- 3 horas
Arraia -- 2,5 horas
Atum-- 4 horas
Amêijoas -- 4 horas
Legumes
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Tomates -- 2,5 horas
Pimentos -- 3 horas
Vagens -- 2,5 horas
Ervilhas -- 4 horas
Favas -- 2,5 horas
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Regime recomendado
Aos Artríticos
Aos Diabéticos
Devem tomar: café com leite, pão torrado e águas minerais; costeletas de
carneiro, purés, legumes e frutas. às refeições podem tomar chá fraco e queijo. à
noite, ao deitar: leite bem quente com água das Pedras Salgadas.
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Aos que sofrem dos rins
18
Porque cozinhamos os alimentos
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Arte de comer bem
Açorda à portuguesa
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É capaz de deitar abaixo um prédio
Quatro meses depois de desmamada.
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bolos, deitam-se numa caçarola, junta-se-lhes um pouco de caldo de carne e
põem-se ao lume a ferver por algum tempo; depois tiram-se do lume, deixa-se
arrefecer o caldo, junta-se-lhe uma ou duas gemas de ovos batidos, conforme a
quantidade de bolos e de caldo, levam-se de novo ao lume para cozer o ovo, e
servem-se temperadas, à última hora, com sumo de limão, que se deita no molho.
Pela descrição do processo do fabrico se vê que poderíamos chamar a esta
iguaria, com propriedade, «croquetes de fricassé».
Arraia frita com molho de pimenta -- Depois de cozida como fica dito,
tire-se a pele, corte-se a carne em filetes e marinhe-se, aproximadamente vinte
minutos, em metade vinagre e metade caldo magro, com sal e um ramo de salsa.
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Escorra-se, salpique-se com farinha e frite-se até ficar de boa cor. Sirva-se
guarnecida de salsa frita com um molho de pimenta à parte.
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também os pedacinhos de bacalhau de maneira a fazer uma boa massa com o
refogado. Junta-se-lhe a água de cozer, e deita-se-lhe o arroz lavado. Logo que
este esteja cozido, serve-se depois de lhe deitar sal, se carecer. A este prato,
excelente para um bom almoço, há quem junte gemas de ovos batidas e sumo de
limão, levando de novo ao lume; porém, julgo inútil, pois é já por si um prato muito
substancial.
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camarões que se descascaram, mexendo bem para não ficarem todos dum só
lado. Quando for a servir, polvilhe-se salsa muito picada sobre o arroz na travessa.
Bacalhau
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Bacalhau à alsaciana -- Fazer cozer, segundo a regra, o bacalhau
demolhado; tirar-lhe a pele e as espinhas, colocar num prato quente e rodear de
batatas descascadas já cozidas em água.Pôr numa frigideira um bocado de
manteiga fresca proporcionada à quantidade de bacalhau; cortar uma cebola em
rodelas finas, doirá-las na manteiga quente sem deixar enegrecer; juntar um
punhado de miolo de pão, doirá-lo igualmente e deitar tudo sobre o bacalhau e as
batatas; polvilhar com finas ervas muito picadinhas. Servir muito quente.
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dispô-las numa travessa, e juntar também o bacalhau aos bocadinhos e as claras
dos ovos. Preparar um molho esmagando as gemas numa tigela, juntar alhos
muito picadinhos, pimenta e bastante azeite, bater tudo muito bem até formar um
creme espesso. Na ocasião de servir, deitar o molho sobre o bacalhau e
guarnecer com raminhos de salsa.
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Bacalhau à «Bonne Femme». -- Untar com manteiga um prato de
«gratin», cobrir-lhe o fundo com 100 g de cogumelos crus migados, uma pequena
colherada de molho picante, uma colherada de salsa picada; pôr 4 postas de
bacalhau fresco no prato preparado, molhar com um decilitro de vinho branco e
algumas colheradas de água, temperar e pôr sobre o peixe alguns bocados de
manteiga, levar ao lume a ferver e continuar a cozedura no forno, durante doze a
quinze minutos, regando o peixe com o molho por diversas vezes. Retirar o peixe
para um outro prato de ir ao forno, fazer reduzir separadamente o molho da
cozedura, juntar-lhe uma colherada de maisena e 50 g. de manteiga fresca. Deitar
o molho reduzido sobre o bacalhau e levar a forno muito quente.
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deixa-se cozer em lume brando até que o molho fique bastante grosso e reduzido.
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Bacalhau à Ericeira -- Escolher bacalhau do melhor e cortar uma posta
alta e limpa de pele e espinhas, escaldar e demolhar durante 24 horas, depois
cozê-lo, levando-o ao lume em água fria, na qual se deitam duas cabeças de
nabos, um ramo de salsa, 2 grãos de pimenta e umas folhas de estragão. Cozer
batatas e ovos e cortar tudo em rodelas. Preparar um molho tártaro, acrescentar
uma colher de polpa de tomate e 3 colheres de nata batida. Cozido o bacalhau,
dividi-lo em lascas à mão, misturar com as rodelas de batatas e de ovos e saltear
com manteiga até aloirar, deitar-lhe o molho por cima, mexer com uma colher de
pau e levar a lume brando. Servir quente.
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colheradas (sopeiras), bem cheias de farinha, 2 gemas, sal e um pouco de água.
Bater as claras em castelo e juntar à massa, que deve ficar consistente. Passar os
bocados de bacalhau no polme e, com o auxílio de duas colheres, deitá-los em
azeite ou banha bem quente, em quantidade suficiente para não tocarem o fundo
da caçarola. Servir imediatamente. Dá muito bom resultado juntar ao polme uma
porção grande de queijo parmesão ralado.
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desfazê-lo em lascas, cozer camarões, ostras, mexilhões, amêijoas e quaisquer
outros mariscos. Deitar o bacalhau numa caçarola e juntar-lhe os mariscos, 500 g
de manteiga, salsa picada, sumo de 3 ou 4 limões e uma pitada de pimenta; levar
ao lume, mexendo sempre, de baixo para cima, e, em fervendo um quarto de hora,
tirar para fora do lume. Servir numa travessa com batatas desfeitas.
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do lado do rabo, raspá-lo do lado da pele e limpar com um pano. Polvilhar o fundo
dum prato de «gratin» com uma camada de miolo de pão ralado, misturado com
uma pitada de flores de funcho picadas; regar bem o pão com azeite virgem fino e
o sumo de 7 a 8 limões, pôr então o bacalhau no prato com a pele para baixo,
polvilhar com pimenta e cobri-lo com miolo de pão ralado misturado com funcho,
regar com azeite, meter em forno a fogo moderado, cozer o bacalhau, regando-o
muitas vezes com o caldo da cozedura. Servir no mesmo prato.
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uma colherada de nata crua, juntar o sumo dum limão, uma pitada de salsa e um
pouco de pimenta. Servir num prato quente, guarnecido com bocados de miolo de
pão frito ou de massa folhada.
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de sumo de limão (facultativamente), um dente de alho e a quantidade de água
necessária para cobrir o bacalhau; tapar a caçarola, pôr ao lume e, logo que
levantar fervura, espumar e deixar cozer lentamente sem ferver, durante vinte a
trinta minutos, conforme a espessura do peixe. Descascar vinte batatas
pequeninas, metê-las numa caçarola e, logo que o caldo do bacalhau estiver bem
espumado, deitar algumas colheradas sobre as batatas, o bastante para as cobrir;
cozê-las assim primeiramente em lume esperto e depois lentamente; após
cozidas, escorrê-las e conservá-las ao calor e cobertas. Guarnecer com um
guardanapo o fundo dum prato bem quente; dispor em cima os bocados de
bacalhau muito quentes e escorridos rapidamente, depois as batatas, e servir ao
mesmo tempo o molho de azeite frio. Para preparar o molho de azeite frio: lavar e
picar um pouco de estragão, de salsa e de cerefólio, juntar pimenta, sal fino, sumo
de limão, azeite e vinagre (nas proporções de duas colheradas, sopeiras, de
azeite, para uma colherada, das de café, de vinagre), bater bem tudo junto.
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encastelar; juntar-lhes depois as respectivas gemas batidas com cebolinhas e
salsa picada, pimenta e algumas lascas de bacalhau cozido; misturar tudo muito
bem. Deitar sobre os ovos, levar ao lume, cobrindo com uma tampa com brasas,
até se cozer de modo que os ovos inteiros não endureçam. Servir quente,
guarnecido com azeitonas e conserva.
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lume, mexendo sempre; quando as batatas estiverem meio cozidas, destapar o
tacho e meter no forno para aloirar por cima. Servir numa travessa ou no próprio
tacho.
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de miolo de pão, previamente abeberado no caldo da cozedura do bacalhau;
desfazer bem o pão com uma colher de pau e ir ligando com o picado; estando
bem ligado, temperar com pimenta e retirar do lume; em seguida pôr o picado
numa assadeira, que possa servir na mesa, e alisar por cima com uma espátula.
Reduzir a polme fino batatas cozidas em água salgada e descascadas; ligar bem
com manteiga e leite sem deixar grumos. Com este polme cobrir o picado, alisar
de novo e levar ao forno para corar.
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Bacalhau (Línguas de) -- Levar a demolhar as línguas durante vinte e
quatro horas. Metê-las numa caçarola, cobrir com água fria, cozer segundo a regra
estabelecida para o bacalhau; escorrer e limpar. Depois metê-las noutra caçarola
com manteiga, salsa e sumo de dois limões, salteá-las durante dois minutos. à
parte preparar um refogado de cebola com manteiga; temperar, ligar com um
pouco de molho Béchamel e terminar a cozedura no molho; no último momento,
misturar com as cebolas duas ou três colheradas de molho de tomate. Escorrer as
línguas, dispô-las num prato e pôr o picado por cima.
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decilitros de Béchamel, fazer reduzir o molho, misturando-lhe algumas colheradas
de cozedura de cogumelos. Escorrer o bacalhau; tirar-lhe as febras; desmanchá-lo
de maneira a tirar-lhe todas as espinhas pequenas; misturar as febras com o
molho, temperar com colorau e noz moscada. Limpar a espinha dorsal do
bacalhau, envolver a extremidade da cauda com papel untado de azeite, dispô-la
numa travessa de ir ao forno; cobrir o prato com uma camada de recheio de
pescada, formando uma cavidade, cozer no forno durante 7 a 8 minutos; tirar do
forno e, na cavidade do recheio, dispor o bacalhau, dando-lhe a primitiva forma do
rabo; alisar o aparelho, cobrir com uma camada do mesmo recheio, envolvendo-o
completamente, pincelar com manteiga, polvilhar com miolo de pão ralado e levar
ao forno brando durante quinze a vinte minutos para doirar.
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regar com duas colheradas de sumo de tomate; renovar as camadas pela mesma
ordem e, estando a terrina quase cheia, terminar numa camada de arroz. Ralar
miolo de pão duro, bem fino; deitá-lo numa frigideira com manteiga aloirada e
mexer rapidamente para absorver a manteiga por igual. Cobrir a camada de arroz,
que ficou por cima na terrina com pão ralado assim preparado, meter a terrina no
forno quente, durante meia hora.
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quantidade suficiente para cozer o arroz (previamente lavado e branqueado), que
se deita dentro da caçarola, mexendo-o apenas para misturar o arroz com o
bacalhau picado.
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azeite bem quente. Esta operação deixa o bacalhau como as folhas dum livro
meio aberto.
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pimenta e água, faça-se uma massa um pouco espessa, que se estende em uma
tábua, cortando-a em quadrados do tamanho de cartas de jogar. No meio desta
coloque-se o bacalhau do Natal com um picado de azeitonas e enrole-se em
seguida a massa, passe-se por farinha de trigo e frite-se em bom azeite.
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e 2 ou 3 boas colheradas de azeite; pôr também algumas batatas descascadas,
alho, salsa picada e pimenta; deixar cozer em lume brando durante cerca de uma
hora.
Bacalhau com grão - Cozer o grão até ficar bem desfeito; pôr a refogar
bacalhau dividido em lascas; preparar molho de tomate. Deitar num prato, de ir ao
forno, uma camada de bacalhau, depois molho de tomate bem grosso e a seguir
uma camada de grão, repetir alternando pela forma indicada, sendo a última
camada de grão. Levar ao forno a aloirar.
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depois do que se serve a iguaria temperada com sumo de limão.
Bifes à inglesa -- Para fazer estes bifes, é preciso um fogão e uma grelha
com disposições especiais. Escolhe-se uma carne muito tenra, da qual se cortam
fatias muito grossas que, entaladas entre duas grelhas, se metem na abertura
dum fogão com lume forte dos dois lados. A acção do fogo intenso coagula
rapidamente a albumina da superfície da carne e cresta-a, deixando o interior
dela, aliás bem passado, com sucos duma cor viva de sangue. Estes bifes
costumam servir-se com batatas cozidas e só se temperam no prato, com
manteiga, pimenta, mostarda, etc. O aspecto sangrento da carne não indica, como
pode parecer, que ela esteja crua.
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uma boa camada de manteiga, a primeira fatia, que se polvilha com pimenta e sal,
deitando-se-lhe também bocados de dentes de alho e mais manteiga; sobre a
primeira fatia coloca-se a segunda, que se prepara do mesmo modo, e depois
uma terceira; cobre-se tudo com uma tampa e põe-se sobre o lume. Com os sucos
da carne, que pode levar alguma gordura, e com a manteiga, forma-se um molho,
que dentro em pouco começa a ferver; nessa ocasião, tira-se a tampa e mexem-
se os bifes, que se fregem no molho, servindo-se em seguida. Se a frigideira for
apropriada, de porcelana, de grés ou de alumínio, podem servir-se dentro. Com
estes bifes é costume servirem-se batatas fritas em rodas ou doutra qualquer
forma.
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Brócolos à italiana -- Tomem-se os brócolos, tirem-se-lhes as folhas
exteriores, mais rijas, lavem-se, escorram-se e ponham-se depois a cozer em
água temperada com sal, manteiga e pimenta. Depois de cozidos escorram-se,
coloquem-se direitos numa travessa e sirvam-se com molho italiano. (Veja-se
molho italiano.)
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Cabrito assado no espeto -- Tome-se um cabrito, que não tenha mais de
dois meses; depois de esfolado e limpo, lardeie-se, enfie-se no espeto, cubra-se
com papel amanteigado para o resguardar da maior intensidade do fogo e ponha-
se a assar. Assim que o cabrito tenha tomado uma bonita cor loira, sirva-se,
acompanhado com molho de «fricassé».
Caldo de frango para doentes -- Posto que o caldo de frango seja menos
empregado do que antigamente na alimentação dos doentes e muitas vezes o
substitua o leite, é muito útil dizer como se deve preparar, embora em muitos
casos seja bastante conveniente ouvir o médico a tal respeito. Tome-se um frango
que não seja gordo e, depois de convenientemente depenado, chamuscado,
lavado em água fria e limpo dos intestinos (tripas, moela, fígado, papo, etc.), corte-
se em pedaços e ponha-se ao lume com cerca de um litro de água, temperada
com um pouco de sal e algumas folhas tenras de alface. Uma hora de cozedura
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deve bastar para preparar o caldo. Quando esteja feito, desengordure-se antes de
o dar ao doente, porque, em muitos casos de doença, a gordura não convém para
a alimentação.
Caldo verde ou caldo saudável -- Ponha ao lume uma panela com água
suficiente para o número de pessoas a quem deseja dar de jantar. Deite-lhe uma
porção de sal, meio quilo de batatas descascadas, para 4 pessoas, e misture-lhe
um a dois decilitros de azeite, deixando ferver bem até as batatas estarem
desfeitas. De seguida passe as batatas por um coador ralando-as de maneira que
fiquem em massa, e torne a juntá-las ao caldo onde continuarão depois de se ter
provado bem que o mesmo esteja bom de sal, deixando ferver até à hora do
jantar. Cinco minutos antes de se servir, é que se lhe deita a hortaliça, que deve
ser somente de couve portuguesa e ser migada o mais fina possível, em tiras de
um a dois milímetros. Depois de bem lavada, deita-se dentro da panela, deixando
ferver só cinco minutos, servindo-se assim verdinha e gostosa. Esta sopa, ou
caldo, é muito apreciável, não só pela sua economia, e simples de executar, como
também por ser muito higiénica e fácil de digerir. Há quem goste de lhe juntar uns
bagos de arroz, o que não deixa de ser agradável.
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Camarões cozidos -- Escolhem-se camarões dos grandes, lavam-se e
deitam-se em água fervente, temperada com sal. Passados cinco minutos de
ebulição, os camarões estão cozidos, e depois de escorridos, dispõem-se em
pratinhos pequenos, são apresentados na mesa como acepipe ou guarnição.
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Canja de carneiro -- Depois de bem limpo o carneiro (da perna) donde se
deve tirar o bedum e as peles sebáceas, põe-se a cozer com água e sal suficiente,
à qual se juntam cabeças de nabos, cenouras e um bocado de toucinho. Depois
de tudo cozido, coa-se através de um passador. Junta-se-lhe o arroz, deixando-o
cozer no caldo, e depois junta-se tudo o que se coou, e, na ocasião de ir para a
mesa, desfazem-se em caldo que não ferva, duas gemas de ovos, batendo o
caldo e as gemas numa pequena vasilha até ficarem as gemas bem desfeitas,
juntando tudo à canja. Para este efeito, deve-se guardar uma pequena porção de
caldo ainda sem arroz para lhe juntar os ovos.
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colheradas (colheres sopeiras) de gordura, sal e pimenta; leve-se a caçarola ao
lume, para refogar brandamente, até que as rodelas de cebola estejam desfeitas;
junte-se ao refogado uma colher sopeira de farinha de trigo, que se deita a pouco
e pouco, mexendo-a bem para a desfazer, sem formar grumos; deixe-se cozer,
acrescente-se o molho com 2 decilitros de caldo e deixe-se ferver por meia hora,
com a caçarola tapada. Neste molho deitem-se as fatias de carne cozida, limpas
de nervos, para aquecerem, depois tirem-se dele, para se colocarem em coroa no
prato em que hão-de servir-se e reguem-se com o molho, o qual deve encher a
abertura da coroa.
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Leva-se ao lume a caçarola e deixa-se ferver o refogado, que se passa por um
coador. Este refogado, acrescenta-se com caldo de carne e um pouco de vinho
branco, e sobre ele deitam-se os pedaços de carne misturados com talhadas de
batata e põe-se tudo de novo sobre lume brando, tapando a caçarola, mas
levantando a tampa frequentes vezes para mexer o guisado, até que apure
convenientemente.
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outro perpendicular a este, para impedir que as cebolas se desmanchem durante
o resto da operação. Com as partes que se tiraram, picadas, banha de porco,
manteiga, salsa picada e pimenta, faz-se um refogado e nele se guisam as
cebolas recheadas, mexendo a caçarola, para que o refogado se não pegue, mas
sem lhe meter a colher, para não desmanchar as cebolas. Estando guisadas,
servem-se.
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diferentes vasos. Pouco mais se aproveita do que a cabeça e o manto, ao qual se
deve tirar uma pele que o cobre, ficando só umas membranas muito brancas, que
se cortam em tiras e põem-se por algum tempo em sal. Deita-se numa caçarola
uma porção de bom azeite com duas cebolas medianas descascadas e picadas e
põe-se ao lume até aloirar a cebola. Em seguida deitam-se-lhe os chocos (seis
para um prato regular), sendo de grandeza média, e tapa-se a caçarola, deixando
ferver em lume brando para se cozerem na água que largam, que é bastante para
cobri-los. Quando estão meio cozidos temperam-se com salsa picada e uma boa
pitada de especiarias em pó, tapa-se de novo a caçarola e deixa-se completar a
cozedura. Se durante o cozinhado, por incompleta vedação da tampa da caçarola
escassear o molho, acrescenta-se com um pouco de água, ou melhor, com vinho
branco e, depois de estarem bem tenros os chocos, servem-se.
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Coelho bravo à caçador -- Depois de esfolado o coelho e limpo de
vísceras, corta-se em pedaços (inclui-se a cabeça que se corta ao meio), lava-se e
põe-se dentro duma caçarola com cebola picada, bastante toucinho em tiras, dois
dentes de alho esmagados, um pouco de pimenta, uma pitada de especiarias,
quatro decilitros de vinho branco, uma gota de vinagre, uma ponta de folha de
loureiro, meio decilitro de caldo e um pouco de sal. Tapa-se a caçarola, põe-se ao
lume e deixa-se ferver, com fogo brando, durante cerca de três horas. Quando o
coelho está cozido, destapa-se a caçarola, activa-se o fogo e deixa-se reduzir o
molho, servindo-se em seguida. Se não houver coelho bravo e se quiser simular,
empregando coelho manso, deita-se na caçarola com outros temperos um ramo
de carqueja, previamente lavado e atado de forma que se tire facilmente no fim da
cozedura.
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Costeletas à milanesa -- Batem-se as costeletas com um maço até
ficarem muito delgadas; em seguida untam-se com bastante manteiga, polvilham-
se com queijo parmesão, sal fino e pimenta, banham-se com ovo batido,
envolvem-se em pão ralado e frigem-se em manteiga a fogo brando, isto é, por um
processo diferente do que se emprega na maior parte das frituras.
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um ramo de salsa e pimenta moída. Neste molho deita-se a couve e deixa-se em
lume brando até acabar a cozedura. Serve-se então.
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dobrada (a de vitela é preferível). A dobrada deve ter sido previamente lavada com
toda a cautela, não obstante o que, o caldo resultante da sua cozedura é rejeitado.
O feijão é temperado com rodas delgadinhas de bom chouriço, bocadinhos de
presunto, de galinha e de vitela. Quando o feijão está cozido, junta-se-lhe um
pouco de refogado passado e a dobrada picada e leva-se outra vez ao lume a
ferver. Serve-se em prato coberto, porque é um guisado com bastante molho. Este
prato ainda se pode tornar mais complexo, juntando-lhe cenouras e nabos
picados, aproximando-o das «Tripas à moda do Porto».
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porção de caldo e molho de assado, e deixa-se ferver um pouco. Depois deitam-
se no molho os bocadinhos da dobrada, mexe-se tudo muito bem, até que a
dobrada tenha tomado o gosto do molho e serve-se, temperando-se ainda à última
hora com um pouco de sal e pimenta, se não estiver bastante gostosa.
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Enguias «à la poulette» -- Tire-se o lodo da enguia com uma faca e água
quente, tire-se igualmente a pele, corte-se a cabeça e a extremidade do rabo e
divida-se em postas. Entesem-se e branqueiem-se aquelas, escorram-se,
passem-se em manteiga misturada com duas colheres de farinha. Quando
estiverem coradas, molhem-se com água e vinho branco, junte-se sal, pimenta,
um molho de cheiros e cogumelos; espume-se e desengordure-se o molho,
reduza-se e deixe-se repousar; junte-se uma ligação de gemas de ovos e sumo de
limão ou um golpe de vinagre.
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Esparregado -- Denominam-se esparregados, iguarias preparadas com
ervas cozidas, finamente picadas e temperadas com azeite ou manteiga e outras
substâncias. Para fazer o esparregado cozem-se as ervas, escorrem-se e picam-
se miudamente; em seguida levam-se ao lume, temperando-as, se são adubadas
com azeite, com alho, pimenta e folhas de loureiro. Também é costume
incorporar-se às vezes um pouco de farinha. Depois de feito o esparregado, usa-
se enfeitá-lo com palitos de pão, fritos em azeite ou manteiga e ovos cozidos,
cortados em rodas ou em coroas, como se cortam as melancias e os melões. Os
esparregados podem ser variadíssimos, pois, além dos que vamos descrever,
muitos outros se podem preparar, que não descrevemos, porque se fôssemos dar
o desenvolvimento possível aos diversos capítulos, o livro não teria fim.
63
sal e servem-se como ficou dito anteriormente.
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Servem-se sem mais nada.
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vinagre ou sumo de limão. Na receita original incluía-se nos temperos, pimentão
picante, mas nós, que não somos amadores de picante, damos apenas esta
indicação depois da receita.
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ferver e sal. Deixe-se cozer por espaço de uma hora sem que a água deixe de
ferver. O frango está devidamente cozido quando as extremidades das asas
cedem à pressão do dedo. Então tire-se da caçarola, separe-se o papel e as tiras
de toucinho, e sirva-se sobre a guarnição ou sobre o puré que se quiser.
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Frango com ervilhas -- Chamusque-se e limpe-se um frango, cortem-se-
lhe os membros, deite-se numa caçarola com um litro de ervilhas, um bocado de
manteiga, um ramo de salsa e cebolinhas; passe-se pelo fogo, molhe-se com
algumas colheres de caldo e uma pouca de substância de vitela. Junte-se açúcar
em porção do tamanho de uma noz, coza-se a fogo brando durante hora e meia
ou mais, desengordure-se o molho, e sirva-se sobre o frango e as ervilhas.
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conhecer se tem algum rasgão, e, se tiver, cose-se com uma linha. Prepare-se o
recheio do molho seguinte: deita-se em leite um bocado de miolo de pão duro e
deixa-se ensopar; juntam-se-lhe gemas de ovos, bastante queijo ralado, manteiga
derretida, sal, pimenta, raspas de noz-moscada e presunto picado; mistura-se tudo
muito bem e, com a mistura, vai-se recheando o espaço entre a pele e a carne da
galinha, não enchendo em demasia, para não rebentar a pele. Assim preparada a
galinha, é cosida a abertura por onde se recheou; dá-se-lhe uma fervura rápida na
panela da carne. Em seguida, tira-se, unta-se com manteiga, coloca-se num
tabuleiro e leva-se ao forno, regando-a com caldo e vinho branco, até estar bem
tostada e com molho suficiente, com o qual se serve.
Goraz frito -- Amanha-se o goraz, põe-se em sal por algum tempo (cerca
de duas horas), corta-se depois em postas, que se enxugam num pano, envolvem-
se em farinha de trigo e põem-se a frigir em bom azeite. O goraz frito pode servir-
se com uma salada ou acompanhado dum molho próprio para peixe frito (vide
artigos sobre molhos).
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bocado, cortam-se com faca bem afiada, lâminas tão delgadas quanto possível.
Cortadas as iscas, deitam-se num prato covo e temperam-se com sal, pimenta,
alhos pisados ou cortados e vinagre, de modo que este cubra as iscas, e assim se
conservam pelo espaço de duas horas, pelo menos. Separadamente, tem-se
raspado a polpa do baço, que sempre se compra com o fígado, o que é
empregado para engrossar o molho. Põe-se ao lume numa frigideira, banha de
porco e, quando esta ferver, deitam-se-lhe as iscas, escorridas do molho em que
estiveram, no qual se mistura a polpa do baço, deixando estar ao lume o tempo
suficiente para o molho engrossar. Servem-se depois com batatas fritas.
70
um pano áspero, molhado em água a ferver. Em seguida, estripa-se, unta-se-lhe a
pele com manteiga, banha de porco, pimenta, sal e pimenta de cor, cobre-se com
rodas de limão, deixando-se assim temperado algumas horas antes de ir ao forno.
Cortam-se os miolos em pedaços pequenos, juntamente com as batatas, ovos
cozidos e salsa, e põem-se a refogar com cebola picada,, manteiga e pimenta.
Quando estão bem refogados, tiram-se do lume, juntam-se-lhes azeitonas
descaroçadas e recheia-se com este guisado o leitão, cosendo-se a abertura a
pontos naturais. Em seguida, leva-se ao forno a assar.
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Linguado à valenciana -- Tomam-se alguns linguados pequenos,
amanham-se e fregem-se ao modo ordinário. Depois de fritos colocam-se num
prato coberto que possa ir ao forno. Prepara-se um molho do seguinte modo:
Deitam-se numa caçarola quatro cebolas de grandeza média cortadas em rodas
delgadas, uma dúzia de tomates também de grandeza média, um bocado de
manteiga (cerca de trinta gramas), um pouco de toucinho tanto como de manteiga,
uma folha de loureiro, seis pimentos cortados em tiras, sal, pimenta, um pouco de
açafrão e leva-se esta mistura ao lume, pouco forte, até estar convenientemente
refogada. Passa-se o molho por um coador fino deixando cair o polme sobre os
linguados. Cobertos estes, leva-se o prato coberto ao forno com lume brando ou a
uma estufa, até ao momento de se servir a iguaria. Este processo de preparar os
linguados, escusado é dizê-lo, pode aplicar-se a outros peixes.
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em água salgada e picam-se. à parte põem-se numa caçarola cebola picada,
salsa, pimenta e azeite, e aquece-se até que a cebola fique loira. Feito o refogado,
deita-se-lhe o picado da lula, mexe-se um pouco, tira-se do lume, juntam-se-lhe
gemas de ovos e sumo de limão. Com esta mistura enchem-se os sacos, cosem-
se na boca com linha forte e deitam-se em água fervente, na qual se deixam por
algum tempo; depois tiram-se da água, enxugam-se, envolvem-se em ovo batido e
pão ralado e fregem-se. Servem-se depois com molho de «fricassé».
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vezes, para melhor ornamentar o prato, coloca-se previamente, no meio dele, uma
espécie de pedestal feito no miolo de pão espanhol, pedestal que deve ficar
abaixo do bordo do prato ou da travessa, e, sobre este pedestal, que fica de nível
com o molho, dispõe-se ou a carcaça da lagosta ou uma galinha empalhada, que
indicam a base da maionese ou finalmente qualquer objecto de fantasia, ao gosto
do armador do prato. Vamos descrever algumas maioneses, mas em pequeno
número, relativamente ao variadíssimo número de carnes que podem servir de
base às maioneses; basta dizer, que com quase todas as carnes de aves, peixes,
moluscos e crustáceos se podem preparar pratos bons de maionese. Sendo bons
os elementos, o conjunto fica naturalmente bom.
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«Lagosta cozida», e depois procede-se de diferentes modos, conforme se quer
enfeitar a maionese, apresentando a carcaça da lagosta ou ao modo ordinário. Se
se quer apresentar a carcaça da lagosta a enfeitar o prato é preciso cortar
cuidadosamente as escamas dessa carcaça, para pela abertura praticada, tirar a
carne do crustáceo, deixando a carcaça com a aparência de inteira. Executada
esta primeira operação, assenta-se no fundo de uma travessa grande um
envazamento de pão espanhol, e, sobre ele, coloca-se a carcaça da lagosta tão
completa quanto possível. Em volta do envazamento dispõe-se no fundo da
travessa uma camada de chicória ripada, por cima desta põe-se a carne da
lagosta cortada em bocadinhos, cobre-se com molho de maionese ou com molho
tártaro, o qual deve cobrir também o envazamento de pão. Enfeita-se depois a
superfície do molho ao modo ordinário, dispondo uns bocados de chicória mais
altos a encobrir a ligação da carcaça com o envazamento. Se não quiser a
maionese armada, desmancha-se a lagosta completamente, aproveitando o miolo
das pernas e ornamenta-se o prato ao modo ordinário, segundo o gosto da pessoa
que o prepara.
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juntam-se-lhe gemas de ovos, sumo de limão e salsa picada, servindo-se sem
perda de tempo.
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se segundo a forma que se quiser dar aos fritos, embrulhe-se e ponha-se a frigir
em azeite bem quente.
Molhos
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Molho à «maìtre-d.hôtel» -- Dissolva-se numa caçarola uma pouca de
farinha com salsa, cebolas picadas, noz-moscada, meio copo de água, sal e
pimenta. Na ocasião de se servir, ponha-se o molho ao lume, até que esteja bem
ligado. Junte-se então, conforme os paladares, o sumo de limão, ou um golpe de
vinagre ou de agraço, misture-se bem e sirva-se.
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dessa porção de salsa, também picada finamente, sal e pimenta. Observação --
Quando dizemos colheradas, a referência é a colher sopeira.
Molho para peixe frito -- Deite-se numa frigideira três cebolas medianas,
cortadas em rodas, com uma colher sopeira de manteiga e levem-se ao lume a
aloirar; quando estiverem loiras, junte-se-lhe um pouco de vinagre, pimenta em
grão, ramos de salsa e sal fino, deixando ferver um bocado. Tire-se do lume a
mistura e, depois de esfriar um pouco, juntem-se-lhe duas gemas de ovos batidas,
mexendo à proporção que vão caindo, para não talhar. Feita a mistura, volta ao
lume a engrossar, sem ferver. Este molho serve-se frio sobre o peixe.
79
molho tártaro, pode afiançar-se que é bom.
Ovos
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entremeado e estas fatias ainda em pedaços pequenos. Se o presunto for
bastante gordo, não é preciso juntar-se-lhe gordura alheia, mas se for pouco
gordo, pode juntar-se-lhe na frigideira um pouco de toucinho cozido, manteiga ou
mesmo um pouco de bom azeite. Posta a frigideira ao lume e bem derretida a
gordura do presunto, juntam-se-lhe os ovos batidos e mexem-se com o presunto
até que fiquem quase enxutos, mas não completamente.
81
coagulada, deita-se sobre a superfície dos ovos uma porção grande de queijo
parmesão e completa-se em seguida a omeleta ao modo ordinário.
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descascam-se e partem-se ao meio no sentido do comprimento, tirando-se-lhes as
gemas, que se desmancham com bom azeite, vinagre, sal fino, pimenta e salsa
picada. Com a massa resultante, enchem-se as cavidades correspondentes às
gemas, que ficam de coágulo. As claras assim cheias, passam-se com ovos
batidos com farinha de trigo e salsa, frigem-se em bom azeite, servindo-se em
seguida a iguaria, regularmente disposta numa travessa.
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designação que geralmente se emprega entre nós. Enche-se a caixa do pastelão
com uma ave de «fricassé» ou com um guisado dos muitos que temos indicado,
que contenha molho, e leva-se ao forno brando por algum tempo para aquecer a
massa antes de se servir.
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Peixe-espada frito -- Amanha-se o peixe-espada ao modo ordinário,
corta-se em postas de uns cinco centímetros de comprimento, salpica-se com sal,
deixa-se assim salpicado por cerca de duas horas, e depois passa-se por água,
enxuga-se, envolve-se em farinha de trigo e frege-se. Toma-se uma cebola
picada, um bom bocado de manteiga, salsa picada, pimenta e um cálice de vinho
branco e põe-se tudo numa caçarola a refogar, de modo que fique o refogado dum
loiro claro. Neste refogado deita-se o peixe frio envolvido em farinha de trigo,
deixa-se passar nele, e, quando está para ir para a mesa, deitam-se no molho
duas gemas de ovos com os cuidados usados para os «fricassés». Em geral,
desperdiça-se a cabeça do peixe, mas afirma-nos pessoa competente, que a
cabeça do peixe-espada cozida dá um caldo bom para a sopa ou um excelente
arroz.
85
branco alcoólico, a que se pode juntar um pouco de aguardente, entretendo esta
embriaguez até à ocasião da morte, para que esta seja suave. Sangra-se então no
pescoço, aproveitando o sangue se se quiserem empregar as abatises para
cabidela. Apenas morto, depena-se o mais rapidamente possível, para que o
próprio calor facilite esta operação, chamusca-se, tira-se-lhe o papo pelo pescoço
e depois as outras vísceras, lava-se com vinho branco e sal fino, pendurando-se
em lugar fresco, dum dia para o outro, para ficar um pouco mortificado. No dia
seguinte à matança, enche-se o peru pela abertura do pescoço com um recheio
de picado, pondo-o a assar untado com manteiga, banha de porco, sal e pimenta,
regando frequentes vezes a parte superior com o molho que escorre na
aparadeira e espetando o peru com um garfo para que o molho penetre mais
facilmente na carne. Os Franceses usam ligar os perus e outras aves por meio de
cordéis que lhes prendem as coxas e lhe atravessam o corpo. Entre nós,
geralmente, introduzem-se simplesmente as pontas das coxas numa abertura feita
no anus da ave. Depois de assado serve-se geralmente com agriões.
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sobre ele a pescada. à parte, faz-se um caldo com farinha de trigo previamente
desfeita em água e pimenta; este caldo deve ser suficiente quando acrescentado
ao refogado, para guisar a pescada. Põe-se em lume brando com a caçarola
tapada, a qual se agita de vez em quando, até que o molho esteja apurado.
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Pombos com molho de tomate -- Partem-se os pombos pelo meio
depois de bem limpos, refogam-se em gordura com todos os temperos. Depois de
bem refogados deixam-se cozinhar num pouco de água e servem-se com um
molho de tomates feito em gordura.
Pudim de peixe fresco -- Toma-se o miolo dum pão de 200 gramas, bem
seco, e rega-se com leite quente até que fique bem ensopado; depois esmaga-se
o pão formando uma massa. Escolhem-se umas postas de pescada, de pargo ou
de outro peixe bom, limpa-se de escamas, peles e espinhas, e passa-se na
máquina de picar (em cru); depois de picado, mistura-se bem com a massa de pão
e leite, junta-se um pouco mais de leite, três ovos batidos, 30 gramas de manteiga
derretida, sal e um pouco de pimenta em pó. Depois de tudo bem ligado, deita-se
numa forma untada com manteiga, polvilhada com farinha e leva-se ao forno.
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pão aos bocados depois de torrado, ou aletria, ou até mesmo hortaliça aos
pedacinhos.
Recheio
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para lhes tirar a areia, e o miolo de pão abeberado e temperado; mexe-se com
uma colher de pau até o pão estar perfeitamente desfeito; tira-se então do lume,
deixa-se arrefecer um pouco, liga-se com gemas de ovos e sumo de limão, leva-
se de novo ao lume a cozer as gemas e dar consistência à massa. Depois de
pronta, deixa-se esfriar, divide-se em bocados, deita-se sobre a massa cortando
os pastelinhos depois de cheios, com o corta-massa.
90
toucinho fresco, cebola picada, pimenta em pó e uma pitada de especiarias
mistas; leva-se ao lume, liga-se com gemas de ovos, miolo de pão desfeito em
leite, azeitonas descaroçadas e emprega-se para encher o interior das aves, que
se recheiam antes de assar.
91
se com sal, pimenta, uma colherzinha de salsa picada e umas rapas de noz-
moscada; polvilhem-se com um pouco de farinha de trigo, salteiem-se ainda um
minuto, reguem-se com meio decilitro de vinho tinto e outro tanto de caldo, deixe-
se ferver a mistura em fogo muito brando por muito pouco tempo, e sirvam-se os
rins.
Salada
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grandes, tira-se-lhe também a tripa, abrindo-os pelo dorso; deitam-se numa
saladeira com ovos cozidos cortados em bocadinhos, salsa picada, temperam-se
com sal e pimenta, regam-se com um molho feito com azeite, vinagre e um pouco
de mostarda branca.
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cebola também em rodas, bom azeite, vinagre, pimenta em pó e sal refinado
moído.
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de cebola, dentes de alho, ramos de salsa e bocados de tomate, limpos de pele e
sementes. Por cima da última camada, deita-se azeite, pimenta em pó e leva-se a
caçarola tapada a lume brando, agitando-a de quando em quando até estarem
cozidas as sardinhas.
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Sopa
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não ficar só caldo, ajunte-se pão partido aos pedaços, devidamente alourado no
forno, mas também se pode deixar de alourar. O resto do cozido serve-se num
segundo prato, e chama-se cozido à portuguesa. Esta sopa pode variar, deitando-
se umas vezes aletria, outras arroz. Nestes casos convém tirar o caldo para uma
vasilha e cozer o arroz ou a aletria em separado, para se não misturar com a
carne e as hortaliças. Nestas sopas, também se pode, por espírito de economia,
substituir a carne por ossos de vaca ou vitela que dão muito bom gosto e saem
muito baratos.
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de água ou caldo de carne assada se houver. A pouco e pouco as ervilhas vão
refogando, e, quando estas estiverem já mirradas, deitam-se na vasilha onde se
tencione fazer a sopa, ajuntando-lhe a água necessária que se destine à sopa.
Quando estiverem bem cozidas, prova-se e deita-se o sal preciso ao paladar e
gosto dos comensais, e, em seguida, deita-se massa ou arroz, que será em
quantidade menor do que as ervilhas, de maneira a formar um caldo não
demasiado entulhado. Há quem goste com hortelã, e por isso esta deve-se levar
num pires para quem a quiser pôr no prato.
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Sopa de peixe -- Faça-se um refogado de cebola, que poderá ser
temperado com azeite ou banha de porco, deitando-lhe um alho, louro, pimenta,
colorau doce, e um pouco de salsa picada, até tudo ficar bem alourado. Logo que
este esteja pronto, deve-se juntar à água do peixe, que se cozeu em vasilha
separada, só com sal. Juntando o refogado à água que se destinou à sopa, deixa-
se ferver por algum tempo, provando-se, para ver se está bom ao paladar. Ao
peixe destinado à sopa, deve-se depois de cozido tirar as espinhas, deixando só a
parte que se come, e depois de bem escolhido, pode juntar-se à sopa. A esta
sopa, convém juntar pão partido aos bocados, e, se for possível, deve alourar-se
para dar certo gosto agradável ao paladar. O pão pode ser fervido, ou servir-se no
prato à vontade de cada um. No refogado desta sopa, pode pôr-se em lugar do
colorau, alguns tomates espremidos, que lhe dará um melhor paladar.
Sopa fingida -- Quando não há carne e se deseja fazer uma sopa que
tenha o paladar da sopa de carne, pode fazer-se da seguinte maneira: Põe-se ao
lume a água necessária, deitando-lhe 100 gramas de banha de porco por cada 4
pessoas, sal, um raminho de salsa, e, se houver molho de carne assada, muito
melhor será; pimenta, uma cebola com alguns cravos da índia, um tomate e duas
batatas descascadas. Deixa-se ferver por espaço de duas horas. Se houver
toucinho ou chouriço, bom será juntar-lhe um pedaço de hortaliça, partida aos
bocados, umas cabeças de nabos aos quartos, cenoura às rodelas e, depois de
bem apaladada, deita-se arroz ou aletria e serve-se.
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Sopa à alentejana -- Põe-se ao lume a quantidade de água precisa e,
depois de ferver, deita-se o seguinte: manteiga de vaca, um decilitro de bom
azeite, um molho de salsa, um dente de alho, sal, deixando ferver meia hora e
junta-se-lhe fatias de pão muito finas, e, quando estas ferverem, deitam-se-lhe
ovos como se fosse para estrelar. Logo que eles estejam bem cozidos, tiram-se
para fora, com cuidado, de maneira a não se partirem. Como esta sopa se faz em
meia hora, há conveniência em não a fazer muito cedo. Depois de se encherem os
pratos na mesa, põem-se os ovos em cima. É uma sapa muito rápida e
económica.
100
de cerca de dois centímetros de espessura, tirando a essas fatias as côdeas. Em
seguida, torram-se de modo que fiquem fofas, dividem-se ao meio, aparam-se-
lhes os cantos e, ainda quentes, barram-se com bastante manteiga, polvilham-se
com um pouco de pimenta e salpicam-se com salsa finamente picada. Assim
preparadas cobrem-se com ovo batido, envolvem-se em pão ralado, tornam a
passar-se em ovo e a envolver-se em pão ralado e frigem-se em bom azeite
fervente. Servem-se a acompanhar bifes.
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tirinhas, e uma porção de caldo de carne, suficiente para a cozedura e para deixar
molho. Tapa-se a caçarola, leva-se ao lume e deixa-se ferver, agitando-a de vez
em quando, até que se suponha que o feijão está bem cozido. Depois, destapa-se
a caçarola, tempera-se o guisado de sal, se for necessário, e se o feijão está bem
cozido, tira-se a caçarola do lume, deixa-se arrefecer um pouco, liga-se o molho
com duas gemas de ovos e leva-se de novo ao lume, só para cozer estas,
servindo-se em seguida.
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Doces Familiares
Receitas experimentadas
1. ponto de pasta
2. ponto de cabelo
3. ponto pérola
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4. ponto de espadana
5. ponto de rebuçado
6. ponto de areia
Estes pontos, repetimos, não são bem nítidos, passam-se de uns para
outros por graduações insensíveis, e, portanto, não há nada mais fácil do que
confundir cada um com o de graduação imediatamente inferior ou superior, mas
felizmente um doce em geral não deixa de ficar bom, se a calda ficar em ponto de
pérola, indicando a receita o de espadana. O que é assente, é que quanto mais
alto é o ponto, mais apuram os doces. Como a nomenclatura que adoptamos não
é absolutamente geral, encontram-se naturalmente embaraços na interpretação
das várias receitas que aparecem, embora bem feitas, o que não é vulgar, seja
dito em abono da verdade. Estamos convencidos, por exemplo, de que muitos
doceiros chamam ponto de pasta ao que nós chamamos ponto de espadana.
Outros também designam alguns pontos pelo emprego que têm, dizendo ponto de
cobrir para designar o ponto quase de rebuçado que se emprega para dar a capa
dos frutos e dos doces abertos.
Cada um entende, em geral, que a designação que adopta, é clara para
os outros. Nós, talvez porque não somos especialistas, vemos as coisas
despreocupadamente, e, por isso, não sustentamos que a classificação adoptada
seja a melhor. Adoptamo-la por a considerar das mais correctas, mas
recomendamos a observação particular para cada caso, porque, às vezes, na
escolha do ponto próprio é que está o segredo do bom êxito.
104
Verniz para doces
Claras de ovos -- 2
Açúcar refinado -- q. b. (1)
Sumo de limão -- q. b.
Matéria corante -- q. b.
(1)
As fórmulas com as iniciais q. b., significam as palavras quanto basta.
105
ele passa do de cabelo para o de rebuçado. Deixam-se secar e só se servem
quando estejam bem secos.
106
Biscoitos de chocolate -- Amasse bem meio quilo de açúcar, um quarto
de quilo de chocolate espanhol (ou outro qualquer chocolate), 20 gemas de ovos e
8 claras, apenas; depois de tudo bem amassado, faça biscoitos dando-lhes os
feitios que queira e leve ao forno, em calor brando, até ficarem bem cozidos. O
chocolate para ficar mais macio deve ser raspado ou passado à máquina de picar.
107
desta massa numa chapa de folha e meta na fornalha a cozer.
Bolo delicioso -- Desfaça ao lume até ficar numa espécie de creme 270 g
de açúcar com 75 g de manteiga, misture-lhe 5 ovos batidos e depois 250 g de
farinha flor e 90 g de farinha de crescente, e, por último, 9 colheres das de sopa
de leite, batendo tudo muito bem. Divida por 3 formas bem untadas de manteiga, e
leve ao forno muito quente. Quando cozido, tire das formas, deixe esfriar e
sobreponha-as, enchendo as partes que se juntam com doce de damasco de
compota.
Bolo dum ovo só -- Depois dum ovo muito bem batido, junte-se-lhe 250 g
de açúcar, uma chávena de leite, 5 g de bicarbonato de soda e uma colher das de
sopa de boa manteiga derretida e bata se tudo até empolar. Quando assim esteja,
junte-se-lhe 250 gramas de farinha de trigo e continue-se a bater durante um
quarto de hora. Vai ao forno em forma untada de manteiga.
108
açuculadas de farinha de trigo, uma colher de fermento, 3 boas colheres de
açúcar, um ovo inteiro, o sumo de um limão grande, ou pelo menos bem
sumarento, e uma colher, das de sopa, de manteiga derretida; amasse-se tudo
muito bem na tábua, com as mãos, até fazer uma pasta consistente. Ponha-se
depois em tabuleiro bem untado de manteiga, bocados de massa em forma de
bolos e leve-se ao lume a cozer.
Bolos podres -- Misture muito bem 1 quilo de farinha de trigo, meio quilo
de farinha de milho, 10 gramas de canela fina em pó, 5 g de cravo da índia em pó
e 20 g de pinhão torrado e moído. Depois de tudo bem misturado, junte pouco a
pouco 3 decilitros de azeite fervido na ocasião, duas colheres de sopa de mel, 750
g de açúcar refinado e a água precisa para fazer massa grossa. Feita a massa,
divida-a em bolos pequenos, ponha-os em tabuleiro de lata, polvilhado de farinha,
e assim leve ao forno.
Bolos rápidos -- Batam-se 3 ovos inteiros com igual peso de açúcar até
fazer bolhas e ficar grosso, ligue-se depois igual peso de farinha, a raspa da casca
de um limão e alguma canela. Feita a massa fazem-se os bolos, e põem-se em
tabuleiro a calor brando.
109
Cavaquinhas -- Três ovos (ou os que se quiserem), uma pitada de sal e a
farinha precisa para se fazer uma massa consistente. Estenda em tiras muito finas
e cortem-se estas em bocadinhos muito pequeninos. Fritam-se em azeite e
cobrem-se com açúcar.
Doce de pão seco -- Põe-se num tacho a ferver água, bastante mel, vinho
do Porto, canela em pau, amêndoa descascada e partida aos bocados, uvas
passas e manteiga, e adoça-se com açúcar refinado ao paladar. O mel deve ser
em quantidade que, depois de feito, o doce saiba a ele. Parte-se pão seco aos
bocadinhos miúdos. Quando a calda tiver fervido talvez dez minutos, prova-se
para ver se está com doçura precisa. Tirando-se do lume, deixa-se arrefecer um
110
pouco e junta-se-lhe o pão. Depois de bem abeberado vai a ferver ao lume,
mexendo para não esturrar. Em estando o pão bem cozido, retira-se do lume,
deixa-se arrefecer um pouco e juntam-se-lhe gemas de ovos levando de novo ao
lume até voltar a levantar fervura. Põe-se em travessas e polvilha-se de canela.
111
voltando-se e retirando-se quase em seguida, colocam-se graciosamente numa
travessa e lança-se-lhe por cima missanga. É como quem come ovos moles de
Aveiro.
Filhós -- Faça uma massa fina de farinha, leite e açúcar, quase corredia.
Tenha ao lume uma frigideira com bom azeite a ferver, onde vai deitando às
colheradas a massa. Logo que as filhós estejam fritas, tire-as da frigideira, deixe-
as escorrer e ponha-as em travessa. Polvilhe-as com canela e açúcar.
112
lambaretes. Leve-se ao forno brando para secar e cozer.
Ovos em fio -- Deitam-se dez ovos inteiros e por partir, numa caçarola
com água tépida para os não cozer; destes ovos aproveitam-se apenas as gemas
que devem ser bem limpas de claras e batem-se muito bem. Leva-se ao lume 250
g de açúcar em ponto a ferver. Vão-se deitando as gemas dos ovos por um funil
fino no açúcar, passeando o funil sobre o tacho para que eles ao cair formem os
fios. Logo que estejam bem cozidos, tiram-se com espumadeira e põem-se sobre
peneira para escorrer todo o açúcar. Dispõem-se em travessa, enfeitando a gosto,
e servem-se frios.
113
Ovos moles de Aveiro -- Ponha em ponto de espadana 500 g de açúcar
e deixe arrefecer; quando esteja morno, junte vinte gemas de ovos bem batidas,
mexendo sempre. Leve novamente ao lume, continuando a mexer até cozer. Logo
que esteja pronto deite em barricas ou formas, polvilhando de canela.
114
Panquecas «au soufflée» -- Tome 400 g de farinha-flor e 50 g de farinha
de trigo; misture muito bem com uma colher de fermento, açúcar (o bastante para
adoçar) e desfaça depois a mistura em leite para adoçar e dois ovos batidos, de
modo que fique uma massa fina que coza. Frite em manteiga aos poucos, enrole
como as omeletas, ou mesmo como as filhós. Polvilhe de açúcar e canela.
Petiscos -- Bata duas gemas de ovos com açúcar, uma colher de farinha
de trigo, canela e sumo de limão. Misture depois tudo isto, já batido, com as duas
claras levantadas e, deite num prato, que vai ao forno por pouco tempo.
Pudim
115
Pudim de bananas -- Leve ao lume, mexendo, 125 g de açúcar em ponto,
oito bananas passadas pela máquina ou pela peneira, um pouco de canela e
casca de limão ralada, com uma colher de sopa de vinho do Porto. Depois deixa-
se esfriar e junta-se-lhe cinco gemas de ovos. Vai ao forno numa forma barrada de
açúcar queimado e coze-se em banho-maria.
116
Pudim chinês -- Tomam-se 450 g de açúcar e põem-se em ponto de
calda bem grossa. Batem-se à parte 12 gemas de ovos, muito bem batidas, e
juntem-se à calda com o sumo de seis laranjas. Mistura-se tudo isto muito bem e,
quando estiver bem misturado, deita-se em formas que vão ao lume a cozer em
banho-maria.
117
Polvilha-se de canela e serve-se.
Pudim francês -- Em meio litro de leite deitam-se duas colheres (de sapa)
de maisena, a casca de uma laranja ralada (só a raspa), um cálice de vinho do
Porto, 12 gemas de ovos batidos, uma colher (de chá) de manteiga e 400 g de
açúcar refinado. Misturar bem tudo. Cozer-se-á em banho-maria, em forma untada
de açúcar queimado. É conveniente deixar esfriar um pouco, antes de
desenformá-lo.
118
Pudim gelado de laranja à açoriana -- Um litro de sumo de laranja
passado por uma cambraia; 12 folhas de cola de peixe muito boa e açúcar a
gosto. Vai ao lume até derreter a gelatina, mas é preciso ter cuidado que ferva.
Enche-se também a forma com água fria para arrefecer a lata. Fica como o
anterior, a gelar na forma para o dia seguinte.
Pudim de laranja com nata -- Faz-se uma calda com meio quilo de
açúcar, e, achando-se em ponto de espelho, deixa-se esfriar. Acrescentam-se em
seguida duas xícaras de sumo de laranja, batido com 12 gemas de ovos e duas
colheres de farinha de trigo desfeita em uma xícara de nata. Leva-se ao forno
numa caçarola, mexendo-se sempre, deixando-se ferver uma vez. Deita-se depois
numa forma untada de manteiga e acaba-se de cozer em forno brando.
119
Continua batendo-se durante um quarto de hora. Unta-se uma forma com açúcar
em ponto de espadana e vai ao forno. Serve-se cobrindo-o com a calda que
sobrou de untar a forma.
Pudim de leite à D. Maria Clara -- Seis ovos só com uma clara, 2,5
decilitros de leite, 250 g de açúcar. Mesmo deste açúcar, queima-se um pouco no
fundo da forma, batem-se os ovos com o açúcar, junta-se-lhe o leite, vaza-se na
forma e coze em forno brando.
120
colheres de sopa de maisena, quatro de açúcar, uma de licor, uma de cacau em
pó, e junta-se-lhe a casca de um limão cortada miudamente. Leva-se ao lume,
mexendo sempre. Logo que ferva, tira-se, mexe-se bem e passa-se para uma
forma molhada em água fria, e deixa-se arrefecer bem. Estando frio, tira-se da
forma. Faz-se uma calda delgada com açúcar, sumo de limão e alguma água, e
cobre-se.
121
Pudim de pão à brasileira -- Põem-se de molho (só o miolo), quatro pães
de trigo numa garrafa de leite. Meia hora depois passam-se por peneira fina.
Juntam-se então 500 g de açúcar, três colheres de manteiga derretida, canela em
pau, sumo de limão, passas, cidrão, um pires de queijo ralado e oito ovos, sendo
só quatro com as claras. Mistura-se tudo bem, põe-se manteiga numa forma e vai
ao forno. Conhece-se quando está pronto espetando um palito.
Pudim de pão em leite -- Meio litro de leite, uma quarta de miolo de pão.
Deita-se este no leite e vai ao lume até absorver o leite e retira-se em seguida.
Batem-se oito gemas, duas claras e 250 g de açúcar. Liga-se tudo com o pão e vai
ao forno em forma untada com manteiga.
Carapinhadas
122
primeiro período de congelação; a este estado segue-se um estado pastoso, em
que a massa adquire a plasticidade bastante para se representar em montículos,
e, depois, um grau de endurecimento, no qual a massa conserva perfeitamente a
forma do recipiente em que foi congelada. Tudo depende do grau de resfriamento
que se produziu. O estado em que mais vulgarmente estes doces são
consumidos, são os de carapinhada e os de sorvete; os gelados são mais
agradáveis à vista, mas custam a cortar com as colheres, e, demais, estas
substâncias extremamente frias são prejudiciais a saúde de grande número de
pessoas.
As carapinhadas, sorvetes e gelados preparam-se em sorveteiras,
aparelhos que constam essencialmente duma caixa metálica, cilíndrica, dentro da
qual se deita o líquido a congelar, caixa que é rodeada por uma mistura frigorífica,
contida numa vasilha de paredes más condutoras do calor, um balde de madeira
espessa, por exemplo. à caixa metálica dá-se movimento de rotação para misturar
as partes congeladas com as que o não estão; mas, sucede que nalguns casos,
em consequência desse movimento de rotação, forma-se na mesma uma camada
congelada em torno da parede da caixa, que dificulta a congelação uniforme,
sendo necessário abrir a caixa e misturar a massa com espátulas.As sorveteiras
aperfeiçoadas obviam a este inconveniente.
Como quase todas as misturas que se podem empregar em sorvetes se
podem servir em carapinhada, daremos umas receitas dessas misturas nos
artigos carapinhadas e outras nos artigos sorvetes; devendo advertir que, como o
grande resfriamento torna as substancias menos rápidas, é conveniente adoçar
tanto mais as misturas, quanto mais frias devem servir-se.
123
capilé à sorveteira até adquirir a consistência conveniente.
Compotas
124
calda, na qual se deita o resto das amoras e deixa-se ferver por pouco tempo.
Deita-se depois o doce numa terrina e deixa-se em repouso até ao dia seguinte.
Leva-se então novamente ao lume até que a calda engrosse pelo arrefecimento, e
depois guarda-se em vasilhas apropriadas para servir oportunamente.
125
com o suco do damasco, tendo o cuidado de mexer até se por a descoberto o
fundo do tacho.
126
Compota de morangos - Morangos pouco maduros -- 500 g; Açúcar
pilado -- 500 g; Limão (sumo) -- 1. Tomam-se os morangos, lavam-se um a um,
enxugam-se, tiram-se-lhes os pés e deitam-se numa tigela de loiça sobre uma
camada de açúcar. Quando está posta a camada de morangos, cobre-se com
açúcar, por cima do qual se deita nova camada de morangos e assim
sucessivamente, até acabar o açúcar e os morangos. Depois disto, rega-se a
mistura com o sumo do limão e liga-se com o açúcar. Em seguida passa-se a
tigela para um banho-maria, põe-se ao lume e deixa-se concentrar a calda que se
formou, até que o ponto fique suficientemente forte para o doce se comer em
pouco tempo ou para o conservar. Neste último caso o ponto deve ficar muito
forte. Quando a compota é para conservar, deve cobrir-se com papel sem cola,
embebido em álcool e cobrir-se a boca do covilhete com papel fino, pintado com
clara de ovo batida, na parte que deve aderir à borda.
127
Geléias
128
que se tapam com papel para evitar as poeiras. Quando haja um cilindro
autoclave, a cozedura da mão de vaca pode simplificar-se e abreviar-se porque a
temperatura dentro desse cilindro pode ser de 120 graus centígrados, por
exemplo, enquanto a da água fervente é apenas de 100 graus. A geléia pode
atingir o máximo grau de translucidez, filtrando-a pelo papel xarope, mas para isso
é preciso empregar o aparelho próprio, isto é, um funil de paredes duplas para
conter dentro água fervente que não permita a congelação, enquanto a geléia
filtra.
Queijadas
Queijadas de Sintra
Queijos frescos de leite de vaca -- 50
Gemas de ovos -- 24
Açúcar fino -- 500 g
Farinha de trigo -- q. b.
129
Batem-se num alguidar os queijos frescos com as gemas dos ovos e o
açúcar, acrescentando à massa um pouco de farinha de trigo fina para lhe dar a
consistência. Prepara-se com farinha, água e sal, uma massa rija que se estende
sobre uma tábua com o rolo, se corta em rodelas com golpes na periferia para se
formarem com essa massa as cascas das queijadas. Depois de feitas as cascas
ou caixas enchem-se com a massa que primeiro se preparou, dispõem-se as
queijadas em tabuleiros de folha e vão assim ao forno. Esta receita foi-me dada
por uma criada que se dizia sobrinha da queijadeira sintrense Matilde, e
confirmada por pessoas da terra.
Queijadas da Madeira
Requeijão -- 500 g
Açúcar pilado -- 500 g
Gemas de ovos -- 12
Claras -- 2
Casca
Farinha de trigo fina -- 250 g
Manteiga -- 250 g
Açúcar para adoçar levemente -- q. b.Toma-se o requeijão e passa-se por
uma peneira fina; depois, junta-se-lhe o açúcar, que se liga bem com ele. Em
seguida vão-se deitando sucessivamente as gemas dos ovos e as claras e
batendo até que se obtenha massa em consistência conveniente. Para preparar a
massa ligam-se todos os elementos muito bem e, depois de ligados, deixam-se
repousar por quatro a cinco horas. Divide-se a massa em pequenos bocados que
se estendem em folha muito fina que se corta em quadrados, cada um dos quais
corresponde a uma queijada. No meio de cada um dos quadrados deita-se uma
porção de recheio, que se cobre com as pontas, as quais não devem unir-se.
Cada queijada coloca-se sobre um bocado de papel manteigado que assenta
sobre o tabuleiro em que vão a um forno com a temperatura de cozer pão. Ao
saírem do forno untam-se com manteiga.
Queijadas de Estremoz
Queijinhos frescos -- 5
Gemas de ovos -- 7
Clara -- 1
Vidrado de limão raspado q. b.
Canela em pó q. b.
Manteiga 100 g
130
Farinha de trigo fina -- 120 g
Amassa-se um pouco de farinha de trigo com água e estende-se com o
rolo até que a massa fique o mais fina possível, corta-se depois às rodelas, que se
colocam numas formas pequenas, tomando o feitio destas, que se untam
previamente de manteiga e se polvilham com farinha. Tomam-se cinco queijinhos
frescos, metem-se num pano e espremem-se até ficar enxutos, deitam-se depois
num alguidar, juntam-se-lhe sete gemas de ovos e uma clara, raspa de limão e
canela; liga-se esta mistura e junta-se-lhe mais açúcar ao paladar, 100 g de
manteiga e 6 colheres sopeiras de farinha. Mexe-se tudo muito bem, devendo ficar
a massa grossa. Enchem-se com elas as formas e levam-se ao forno.
Queijadas falsas
Açúcar refinado -- 500 g
Amêndoas doces peladas e pisadas -- 400 g
Gemas de ovos -- 3
Clara -- 1
Massa tenra para cascas -- q. b.
Toma-se o açúcar fino que se põe ao lume com água até a calda chegar a
ponto de cabelo. Junta-se as amêndoas doces peladas e pisadas finamente, e,
depois de ligar bem as amêndoas com a calda, tira-se a mistura para fora do lume
e juntam-se-lhe as gemas de ovos e uma clara previamente batidas, com as
cautelas necessárias para os ovos não talharem. Essa massa volta ao lume para
engrossar até que um bocado tirado com a colher não caia com o voltar desta.
Preparam-se as cascas como fica dito no artigo Queijadas, mete-se a massa
dentro e levam-se ao forno. Fica assim preparado um doce, aliás bom, mas que
das queijadas só tem a forma.
131
Queque de noivado -- Tomem-se 2 ovos completos (gema e clara), 250 g
de farinha de trigo, 250 g de açúcar branco, 1 decilitro de leite, 1 cálice de vinho
fino, uma colher (das de sopa) de pingue de porco, outra de manteiga, uma colher
(das de chá) de canela, outra de bicarbonato de soda e um cálice de licor. Bata-se
tudo muito bem durante um quarto de hora, juntam-se depois bocados de nozes e
uvas passas ou corintos. Pode deitar-se também cidrão, abóbora e outras frutas
doces. Depois de tudo misturado descansa 2 horas e só depois é que se leva ao
forno em forma alta, forrada com papel untado de manteiga.
Sonhos -- Tome meio quilo de farinha triga e deite-a para uma vasilha.
Deita-se igual porção de água ao volume de farinha, num tacho, tempera-se de
sal, e um pedacinho de canela. Logo que a água ferva, deita-se-lhe farinha e
132
mexe-se com uma colher de pau, de maneira que não fique grossa a massa.
Estando cozida retira-se do lume e deixa-se arrefecer. Logo que esfrie, juntam-se-
lhe catorze ovos inteiros e vai-se amassando, deitando-os pouco a pouco, para
que a massa se ligue bem. Põe-se manteiga ou azeite fino num tacho ao lume, e,
quando ferva, deita-se a massa com uma colher de sopa. Logo que os sonhos
estejam aloirados vão-se retirando para o prato. Passam-se por açúcar em ponto,
e compõem-se na travessa, polvilhando-os de canela.
Sopa dourada das freiras de Santa Clara -- Para 1500 g de açúcar, vinte
e quatro gemas de ovos, com 250 g de amêndoa doce, 500 g de chila 50 g de
cidrão e 300 g de pão-de-ló, que deve ser partido às fatias finas. Vai o açúcar ao
lume para o pôr em meio ponto de espadana, deitando-se-lhe algumas gotas de
água de flor de laranjeira. Achando-se o açúcar nesse meio ponto, retira-se do
lume e molham-se nele as fatias de pão-de-ló que se põem a escorrer em peneira
ou num prato. O açúcar volta ao lume para chegar ao ponto de espadana,
deitando-se o cidrão cortado aos bocadinhos e bem assim a chila. Deixa-se ferver
um pouco e deita-se-lhe então amêndoa, que deve ser bem pisada, deixando-se
ferver mais um pouco. Tira-se então do lume para arrefecer um quase nada.
Depois vai-se deitando esta calda aos poucos nas gemas de ovos, que devem
estar bem batidas. Tem de se mexer sempre, sem parar, porque se o não fizer
coagula. Deixa-se engrossar até fazer rugas e deita-se depois na travessa que
tem as fatias, que devem ficar bem cobertas. Compõem-se com um ferro e deita-
se-lhe canela.
133
pisadas em grosso ou partidas aos bocadinhos com 2 claras de ovo, até a massa
ficar bem dura e sustentar a colher. Quando assim esteja, coloque em pequeninas
porções sobre hóstia e leve ao forno a calor brando até cozer.
Tortas de beijo de fada -- Batem-se vinte e quatro claras de ovo com 700
g de açúcar, pedacinhos de casca de limão, baunilha, um cálice de conhaque e
outro de água de flor de laranjeira. Misturando todos estes elementos batem-se
até obter-se uma massa bem dura; deita-se em forma guarnecida na altura de três
dedos com massa folhada para pastéis e coze-se em forno muito brando. Depois
de pronta enfeita-se com frutas e açúcar derretido e batido com duas gemas,
deitado por um funil. Cobre-se depois a torta com uma tampa com brasas para
endurecer o açúcar.
134
folhado, que se divide em tantas partes quantas trouxinhas se queiram fazer.
Dentro de cada uma envolve-se uma massa doce, feita de seis gemas de ovos e
dois inteiros, 50 g de amêndoas e um bocado de cidrão picado, tudo bem batido e
ligado. Vão ao forno a cozer.
135
Índice
136
Receitas para Cozinhar
Abóbora guisada, 20
Açorda à andaluza, 20
Açorda à alentejana, 20
Açorda à portuguesa, 20
Alfaces com substância, 21
Alfaces recheadas, 21
Almôndegas de carne, 21
Amêijoas à espanhola, 22
Arraia à (r)maìtre-d.hôtel», 22
Arraia com manteiga corada, 22
Arraia frita com molho de pimenta, 22
Arraia panada, 23
Arroz à valenciana, 23
Arroz de amêijoas, 23
Arroz de bacalhau, 23
Arroz de manteiga, 24
Arroz de pato, 24
Arroz de pimentos e peixe, 24
Arroz de camarão, 24
Atum em bifes, 25
Atum em maionese, 25
Bacalhau:
à portuguesa, 25
à congregado (Porto), 25
à alsaciana, 25
à espanhola, 26
à aragonesa, 26
com capote, 26
à Batalha Reis, 26
137
albardado, 27
à Beneditine, 27
à moda do Porto, 27
à biscainha, 27
à portuense, 27
à BonneFemme», 28
assado, 28
à Cádis, 28
assado no forno, 28
a Chantilly, 28
de cebolada à alentejana, 28
à conselheiro, 29
encoberto, 29
à cozinheira, 29
em bolos enfolados, 29
à Ericeira, 30
em croquetes, 30
à hoteleira, 30
de caldeirada, 30
à inglesa, 30
fofo, 30
à lavradora, 31
com tomates, 31
albardado à moda de Águeda, 31
de fricassé», 31
à maitre-d.hôtel com marisco, 31
à Gomes de Sá, 32
à minha moda, 32
em sonhos, 32
au gratin, 32
au gratin» à provençal, 32
panado e frito, 33
à parisiense, 33
138
recheado, 33
à provençal, 33
(Bifes de), 34
com alhos franceses, 34
com couve-flor, à transmontana, 34
cozido, 34
com molho de azeite, 34
com molho de finas ervas, 35
com molho picante, 35
como nós gostamos, 35
com ovos de capote, 35
com queijo, 36
de abade, 36
de cebolada à diplomata, 36
de cebolada, seco, 36
delicioso, 36
de segredo, 37
do céu, 37
(Ensopado de), 37
em salada, 37
(Ensopado), 37
(Filetes de), 38
(Filetes de), em surpresa, 38
frito de fricassé, 38
guisado com batatas, 38
(Línguas de), 39
(Migas de), 39
(Pastelão de), 39
(Pudim de), 39
recheado, 39
recheado com carne, 40
(Rolo de), 40
(Sanduíches de), 40
139
com arroz, 40
(Torta de), 41
verde, 41
em açorda, 41
em açorda à alentejana, 41
com tomates de arroz, 41
em arroz à moda de Crato, 42
à António Lemos, 42
em conchinhas, 42
constipado, 42
à Hermínia, 43
em omeleta, 43
em pudim à jardineira, 43
Rissóis de), 43
(Sopa de), 43
(Trouxas de), 43
do Natal, 44
à moda de Lamego, 44
fardado, 44
à sevilhana, 44
à comunista, 44
coberto, 44
com azeite, 44
com cebolas, 45
com grão, 45
com puré, 45
de escabeche, 45
Bifes à inglesa, 46
140
Bifes de cebolada, 46
Bifes enrolados, 46
Bifes na frigideira, 46
Bifes à inglesa, 47
141
Carne cozida com cebolada, 52
Carne cozida em croquetes, 53
Carne de vaca estufada à portuguesa, 53
Carne guisada com batatas, 53
Carne de vaca recheada, estufada, 54
Carneiro à transmontana, 54
Carneiro com batatas, 54
Cebolas recheadas, 54
Cenouras com manteiga e sumo de limão, 55
Chispe com grelos de nabos, 55
Chispe com rama de nabiças, 55
Chocos guisados, 55
Coelho à jardineira, 56
Coelho de caldeirada, 56
Coelho à transmontana, 56
Coelho bravo a caçador, 57
Coração de vaca estufado, 57
Coração de vitela grelhado, 57
Coxas de galinha recheadas, 57
Costeletas à milanesa, 58
Costeletas de carneiro grelhadas, 58
Costeletas panadas, 58
Couve-flor com substância, 58
Couve-flor com molho de tomate, 58
Couve-flor com parmesão «au gratin», 58
Couve recheada, 58
Croquetes de bacalhau, 59
Croquetes de batatas, 59
Croquetes de carne cozida, 59
142
Dobrada à milanesa, 60
Dobrada guisada c/ tomate, 60
Eiró frita, 61
Eiró preparada num instante, 61
Eirós guisadas, 61
Empada fria de peixe, 61
Enguias «à la poulette», 62
Ensopado de rins de porco, 62
Ensopado de galinha à brasileira, 62
Ervilhas à inglesa, 62
Ervilhas com paio, 62
Ervilhas com ovos, 62
Esparregado, 63
Esparregado de nabiças, 63
Espinafres para acompanhar carne, 63
Fava-rica, 63
Favas com manteiga e sumo de limão, 64
Favas com chouriço de carne, 64
Favas guisadas com paio e ovos cozidos, 64
Feijão encarnado estufado, 64
Feijão branco à italiana, 64
Feijão branco c/ chouriço e presunto, 65
Feijão branco guisado, 65
Feijão verde (vagens) guisado, 65
Fígado à espanhola, 65
Fígado com arroz, 65
Fígado de cebolada, 66
Fígado de vitela estufado à jardineira, 66
Fígado de vitela na frigideira, 66
Frango de «fricassé», 66
Frango à inglesa, 66
143
Frango recheado assado, 67
Frango com caril, 67
Frango com ervas finas, 67
Frango feito num minuto, 67
Frango com ervilhas, 68
Frituras de camarão, 68
Frituras de feijão verde, 68
Lagosta cozida, 70
Lagostim cozido, 70
Leitão assado à portuguesa, 70
Leitão recheado, 70
Língua de vaca de «fricassé», 71
Língua de vaca lardeada, 71
Linguado assado, 71
Linguado à valenciana, 72
Linguado frito em manteiga, 72
Lombo de vaca assado, 72
Lulas de caldeirada, 72
Lulas recheadas com lulas, 72
Macarrão a italiana, 73
Macarrão estufado, 73
Maionese, 73
Maionese de bacalhau, 74
Maionese de camarão, 74
144
Maionese de galinha, 74
Maionese de lagosta, 74
Maionese de linguado, 75
Mão de vaca guisada, 75
Mão de vitela de «fricassé», 75
Mãozinhas de carneiro com molho de tomate, 76
Mãozinhas de carneiro guisadas, 76
Massa folhada à francesa, 76
Massa tenra para frituras com recheio, 76
Massa tenra sem ovos para frituras recheadas, 77
Mexilhão de caldeirada, 77
Molhos:
branco, 77
de «fricassé», 77
à «maìtre-d.hôtel», 78
de maionese, 78
de manteiga, 78
de tomate, 78
de vilão à portuguesa, 78
italiano, 78
para peixe frito, 79
para peixe frito à espanhola, 79
picante, 79
tártaro, 79
Nabos guisados, 80
Nabos recheados, 80
Ostras de «fricassé», 80
145
Ovos:
com presunto, 80
em omeleta, 81
com carne cozida, 81
em omeleta com camarões rubros, 81
em omeleta com queijo parmesão, 81
em omeleta com salsa, 82
escalfados com molho de tomate, 82
estrelados à portuguesa, 82
mexidos, 82
mexidos com tomates, 82
verdes, 82
146
Pombos estufados, 87
Pombos com molho de tomate, 88
Pudim de peixe à francesa, 88
Pudim de peixe fresco, 88
Puré de feijão, 88
Puré de batata, 89
Puré de grão, 89
Recheio:
de batata, 89
de fígado de vitela, 89
de ostras para pastelinhos de massa tenra, 89
de ovos, 90
de peixe, 90
francês, 90
para beringelas, cebolas, nabos, pepinos, etc., 90
para frangos, galinhas, perus, etc., 90
para ganso, 91
para galinha assada, 91
Salada:
de agriões, 92
de alface, 92
de batatas com ovos, 92
de camarão, 92
de feijão-verde, 93
147
de lagosta, 93
de pepino, 93
de pimentos assados, 93
de rabanetes com alface, 93
de tomate à italiana, 93
Sopa:
148
à alentejana, 100
Doces familiares:
149
Bolachas digestivas, 107
Bolinhos para chá Marmolas, 107
Bolinhos de amêndoa, 108
Bolo delicioso, 108
Bolo econômico, 108
Bolo econômico (outra receita), 108
Bolo de prata, 108
Bolo dum ovo só, 108
Bolos de limão para chá, 108
Bolos de nozes, 109
Bolos podres, 109
Bolos rápidos, 109
Bom bocado, bracarense, 109
Caladinhos, 109
Cavaquinhas, 110
Corações de moça, 110
Espera-marido, 111
Espumas, 111
150
Filhós de laranja, 112
Fofos, 112
Lambaretes, 112
Madalenas, 113
Manelzinhos de Elvas, 113
Migas doces, 113
Mulatos de Torres, 113
Nuvens, 113
Pãezinhos, 114
Pão-de-ló de amêndoas, 114
Palitos de Oeiras, 114
Panquecas au souflée», 115
Petiscos, 115
Pudim:
de abóbora, 115
de aletria, 115
de amêndoa à tiquetaque, 115
aristocrático, 115
de arroz, 115
de bananas, 116
de bananas à Maricotas, 116
de bananas «au soufflée», 116
151
de batata, 116
de café, 116
de castanhas, 116
chinês, 117
de chocolate, 117
de claras à moleque, 117
de coco, 117
de coco à mulato, 117
delicado, 117
delicioso, 117
à diplomata britânico, 118
de farinha de milho, 118
de farinha de pau, 118
de feijão, 118
francês, 118
gelado, 119
gelado de laranja à açoriana, 119
imperial, 119
de laranja à Berta, 119
de laranja com nata, 119
de laranja à Tijuca, 119
de leite, 120
de leite à D. Maria Clara, 120
de limão, 120
de maçã, 120
de maçãs à Stelinha, 120
de maisena e chocolate, 120
de mármore, 120
de noiva, 121
de ovos e leite, 121
de ovos à moda de Coimbra, 121
de ovos com noz-moscada, 121
de pão, 121
152
de pão à brasileira, 122
de pão enfeitado a frutas, 122
de pão em leite, 122
de tangerina, 122
de veludo, 122
de nozes à frade carmelita, 122
Carapinhadas:
de ananás, 123
de café, 123
de capilé, 123
de groselha, 124
de laranja, 124
de leite, 124
de limão, 124
Compotas:
de abacaxi, 124
de amoras, 124
de ananás, 125
de cereja, 125
de damasco, 125
de ginja, 126
de maçã, 126
de marmelo, 126
de melão, 126
de morangos, 127
de pêssegos, 127
de peras, 127
153
Geleias:
de laranja, 128
de mão de vaca, 128
de marmelo, 129
de morangos, 129
Queijadas:
de Sintra, 129
da Madeira, 130
de Estremoz, 130
falsas, 131
154
Trouxas de ovos, 134
Trouxas chinesas, 134
155