Retiro Advento
Retiro Advento
Retiro Advento
INTRODUÇÃO
1. O QUE É O RETIRO DO ADVENTO & NATAL?
A cada ano em nossas comunidades cristãs o Tempo do Advento abre o ano litúrgico e nos prepara para as festividades
do Natal do Senhor Jesus.
Porém, de modo particular, o Tempo do Advento é caracterizado pela simplicidade de elementos externos que tornam
a celebração litúrgica mais sóbria e, ao mesmo tempo, pela profundidade da espiritualidade que brota das orações e
dos textos da sagrada escritura.
Neste caminho espiritual estamos propondo esta experiência diária de oração, no encontro íntimo com o Senhor da
vida, a partir dos textos bíblicos de cada dia ao longo do Tempo do Advento & Natal. Como também nos anima o DA:
A oração pessoal e comunitária é o lugar onde o discípulo, alimentado pela Palavra e pela Eucaristia, cultiva uma
relação de profunda amizade com Jesus Cristo e procura assumir a vontade do Pai. A oração diária é um sinal do
primado da graça no caminho do discípulo missionário. Por isso, “é necessário aprender a orar, voltando sempre a
aprender esta arte dos lábios do Mestre”.
Desejamos também animar a continuidade da experiência a partir do tempo do Natal e mais ainda, ao longo de todo
o Ano Litúrgico. O Tempo do Natal é o prolongamento da solenidade celebrada nos dias 24 e 25 de dezembro,
estendendo-se à Festa do Batismo do Senhor. Este é um dos 4 tempos solenes da igreja, juntamente com o Advento,
a Quaresma e a Páscoa. Forma, com o Advento, o Ciclo do Natal, que compreende a preparação, a solenidade e o
prolongamento do mistério da Encarnação do Senhor.
É um tempo análogo ao Tempo Pascal, como são Advento e Quaresma, pois ecoam parte do mistério pascal do Senhor,
compreendido pela Encarnação, Nascimento, Manifestação, Paixão, Morte, Ressurreição e Ascensão. Inicia-se nas
primeiras vésperas do dia 24 de dezembro e seu término ocorre na Festa do Batismo do Senhor, no segundo ou
terceiro domingo do ano novo.
Bem, este caminho de oração, feito no dia-a-dia, por um determinado tempo, baseando-se em exercícios de oração,
sugeridos e elaborados neste folheto que ora apresentamos.
3.ORAÇÃO PREPARATÓRIA
Aqui estou, meu Deus, diante de ti, tal como sou agora. Estou tranqüilo e pacificado diante de ti, Senhor, como um
discípulo atento a seu Mestre.
Estou na tua presença e me deixo conduzir. Abro-me à tua proximidade. Dá-me um coração de discípulo, para que,
cada dia, possa ouvir a tua Palavra. Tu és a fonte da vida, a força da vida que me penetra. Tu és meu ar que me
oxigena e dilata. Deixa que a tua paz me habite. Concede-me a graça de me deixar “limpar” por ti, ser uma concha
que se enche de ti, meu Deus. Que todos os meus pensamentos e sentimentos, minha vontade e liberdade sejam
orientados para o teu serviço e louvor, meu Mestre e Senhor. Assim seja!
2º) CONTEMPLAÇÃO EVANGELICA (se o texto for um fato bíblico ou um mistério da vida de Cristo)
Como proceder?
Anoto o que me pareceu mais significativo na forma de uma breve oração de súplica ou de agradecimento.
N.B.: Este roteiro pode ser utilizado para a partilha da oração em grupo.
Além das orientações dadas, seria desejável um acompanhamento mais direto. Há duas possibilidades:
1. Recomenda-se às pessoas que desejam fazer o retiro, formarem grupos por proximidade geográfica ou afetiva,
sejam grupos já existentes na paróquia, sejam grupos a se constituírem. O objetivo é reunir-se, semanalmente de
preferência, para a partilha das experiências.
2. Tanto quanto possível, os grupos sejam acompanhados por um orientador experiente nos Exercícios Espirituais de
Santo Inácio, auxiliado por outros acompanhantes idôneos que se disponham a prestar este serviço pastoral.
Neste novo ano litúrgico, iremos ler e meditar nos domingos o Evangelho de Mateus - Ano A. Peculiares à Liturgia do
Tempo do Advento, as leituras remetem-nos a uma espécie de escatologia: fim dos tempos. A maneira como isso
acontecerá e quando sucederá tal fato, nenhum de nós sabe. Temos consciência, contudo, com base nos Evangelhos,
que têm como, finalidade principal, bem diferente de desejar nos amedrontar, permitir-nos melhor preparação para
quando esse dia chegar. O Evangelho de hoje se inicia com expressões dramáticas e poderia fazer-nos acreditar que
Jesus estivesse antecipando alguma informação sobre o que ocorrerá no fim do mundo. A cena parece perfeita para
a chegada de Cristo com seus anjos triunfantes; juiz severo que chega para anunciar um veredicto inapelável contra
os que lhe foram infiéis. Será mesmo assim? Hoje, cada vez menos, importa às pessoas esse anúncio ameaçador. Por
outro lado, a sua intenção é distinta: libertar-nos do medo, suscitar a alegria, infundir em nós a esperança. Diante do
mal que nos aterroriza, parece que não há saída; somente nos cabe o receio. O mundo caminha para um fim
catastrófico? A resposta de Jesus nega tal expectativa: caminha para uma nova criação. Em meio a tantas guerras,
também vemos surgir nova solidariedade planetária. Apontados pelo Evangelho, porém, destacam-se a angústia e o
desânimo diante do mal, que podem anestesiar-nos. O mundo, dominado pela injustiça, pela maldade, pelo egoísmo
chega ao seu fim; não havendo, todavia, o que temer. Emerge a esperança e isso ensina-nos sabiamente o Tempo do
Advento.
28.11 – Segunda-feira
29.11 – Terça-feira
O texto de hoje nos apresenta o retorno da missão dos setenta e dois discípulos. Eles voltam dessa missão
conscientes de terem libertado os homens do mal moral e físico, graças ao uso que eles fizeram do poder de Jesus.
A igreja tem a missão de dizer abertamente que a sua vida está em suas próprias mãos e não na fatalidade. Não
basta denunciar as alienações, é preciso curar suas feridas, lutar contra as doenças mentais, a velhice, o isolamento,
recusar as pressões que conduzem os homens ao vicio e a injustiça.
Jesus, por meio de sua missão, revela--nos que a fé, a caridade, o cristianismo são, 2 antes de qualquer coisa, a pura
intervenção de Deus como primeiro ser que nos amou.
Deus revelou-nos Cristo e garantiu--nos um grande privilegio quando nos deu a oportunidade de ver e ouvir Jesus,
que ainda hoje vive na Igreja. Tudo isso é graça de Deus.
30.11 – Quarta-feira
Todo cristão tem a missão de evangelizar que se realiza, entre outras coisas, por três funções. Em primeiro lugar,
deve-se ter suficiente conhecimento dessa missão, que é objeto tanto da ciência quanto de arte e não apenas um
assunto de bons sentimentos. Em segundo lugar, deve-se dar testemunho. Em terceiro, vem o construir, o dever de
comprometer-se.
01.12 – Quinta-feira
As palavras do texto do Evangelho de hoje marcam o fim do Sermão da Montanha. Por meio delas, Jesus nos exorta
á prática de seus ensinamentos. Não é suficiente aceitá-los e concordar com eles, é preciso praticá-los.
Essa é a atitude de muitos cristãos que, em tempos de crise, levam suas vidas ao desastre, porque são apenas
ouvintes e não seguidores do Senhor.
Pelo contrario, os que seguem a Jesus, que não são apenas ouvintes, mas que são firmemente centrados em sua
Pessoa, sempre tem coragem para superar qualquer problema da vida, sem com isto gerar sua ruína e sem
comprometer seu destino final.
A parábola das duas casas é um excelente testemunho das preocupações catequéticas do evangelista Mateus. Ele
conserva especialmente das parábolas de Jesus tudo o que se aplica á vida, ao dia a dia.
Mateus reage contra o formalismo legalista de certos meios pagãos: não há religião cristã sem engajamento.
02.12 – Sexta-feira
Jesus cura dois cegos. Com esse milagre, fica confirmada a fé em seu messianismo, os olhos dos dois cegos estavam
apagados, porém as almas estavam cheias de luz. O pequeno diálogo serve para medir-lhes a fé.
A fé não é simples confiança no poder milagroso de Jesus. É encontro com Jesus e o milagre é sempre uma resposta
a essa fé. Os milagres de Jesus eram polivalentes, isto é, eram sinais de algo muito profundo e eterno do que a
simples cura física.
Não se deve dizer que a fé é uma experiência fácil, pois ela envolve muito mais do que resultados de graças e
desejos. A fé exige a nossa própria vida.
Jesus veio para nos libertar de nossa "cegueira", consequência de nosso orgulho e de toda forma de pecado que nos
impede de conhecer a Deus e aos direitos de nossos irmãos.
A oração de cada sábado consiste no exercício chamado de repetição. Trata-se de aprofundar aquilo que rezei
durante a semana. Santo Inácio diz: Não é o muito saber que satisfaz a pessoa, mas o sentir e saborear as coisas
internamente [EE 2]. Por isso não é apresentada uma nova matéria de oração para este dia. Faço, pois, a oração, a
partir do texto ou moção que mais me consolou ou que mais me desolou na semana que passou.
RETIRO DO ADVENTO & NATAL / Ano A
Texto: Mt 11, 2-11: Eis que envio meu mensageiro diante de ti para te preparar o caminho.
Alegrai-vos! O Senhor está próximo!!! Nesta certeza, celebramos o terceiro domingo do Advento, chamado
“Domingo da Alegria” ou “Gaudete”. Sabemos que a alegria é um sentimento indispensável na vida de qualquer
pessoa, mas principalmente em uma realidade que deve nortear a vida dos cristãos. Afinal, Cristo firma-se para nós
como motivo de grande alegria e festa. Nutrindo essa proposta de alegria perene, fundamentada no Reino de Deus,
a primeira leitura é um trecho do livro do Profeta Isaías, em que se anuncia a chegada de Deus para dar à existência
de um novo sentido e ao povo, nova vida, pela libertação dos cativos, que são conduzidos para uma nova vida,
marcada não mais pela tristeza e pela opressão, mas por lugar de alegria e de festa, pela terra da liberdade. A
segunda leitura é um excerto da Carta de São Tiago e apresenta-nos um convite para não deixarmos que o
desespero nos envolva enquanto aguardamos a vinda do Senhor; mas que o façamos com total paciência e
confiança. Por fim, o Evangelho descreve-nos, de forma clara e objetiva, a ação de Jesus como o Messias, capaz de
voltar o seu olhar para os menos favorecidos, dar vista aos cegos, fazer com que os aleijados recuperem a saúde,
curar os leprosos, fazer com que os surdos ouçam, ressuscitar os mortos e anunciar aos menos favorecidos que o
“Reino” da justiça e da paz chegou. Esta é a certeza que temos ao esperarmos o Senhor: uma vida nova, repleta da
esperança que vem de Jesus.
Texto: Lc 1, 39-47: Nossa Senhora de Guadalupe - Isabel ficou repleta do Espírito Santo.
O encontro das duas mães, em realidade, o encontro dos dois filhos. João Batista inaugura a sua missão anunciando
por boca de sua mãe o senhorio de Jesus, manifestação de seu mesmo messianismo e de sua profunda relação com
Deus. A resposta de Maria à saudação de Isabel, que tradicionalmente designamos com o nome latino de
"Magnificat", é um Salmo de ação de graças composto por citações e alusões ao Antigo Testamento, de forma
especial ao cântico de Ana, a mãe de Samuel (1Sm 2,1-10). Lucas nos mostra neste canto um tema de sua predileção,
Deus tem piedade dos pobres. Em realidade não há aqui somente um louvor aos pobres, dos quais Maria é a
representante. Os que contam aos olhos de Deus são os que passam despercebidos pelos poderes deste mundo.
Texto: Mt 21, 28-32: Santa Luzia - “Em verdade vos digo: os publicanos e as meretrizes vos precedem no Reino de
Deus!”
Também nós fomos convidados a trabalhar na Vinha do Senhor. E, em um momento de grande fervor, como após
um retiro, uma palestra, uma homilia, ou mesmo diante do conhecimento e do exemplo da vida fervorosa de algum
santo, fomos tocados pela semente divina da conversão. O Menino Jesus nasceu da Virgem Maria, humildemente
reclinado em uma manjedoura, onde os animais comiam, e era por eles aquecido. Cresceu como um jovem judeu
comum, ajudou sua Mãe, aprendeu a arte da carpintaria com São José, até que, após seus trinta anos, deu início à
sua missão de que o Pai lhe incumbira: anunciar o Reino dos Céus aos pobres! Foi sempre fiel ao chamado de seu
Pai, após um grande tempo de oração por palavras e ações. Por que, às vezes, fazemos nossos propósitos - até
tomamos nota - e, após algum tempo, esquecemo-nos dele e voltamos à “estaca zero”? Faltou-nos a oração. É a
oração em que falamos realmente com Deus e a oração de uma vida normal levada a sério que fundamentam nossa
promessa. Talvez, em algum momento, tenhamos nos esquecido de nossa palavra “não”, mas logo nos
arrependemos e fomos trabalhar na Messe do Senhor.
14.12 – Quarta-feira
São João Batista é chamado de Precursor do Messias porque preparou sua chegada à vida pública. Sabia que Jesus
era o Messias, humilde, sem alarde, iniciando sua Missão. Assim lhe anunciou: “Eu vos batizo com água, em sinal de
penitência, mas aquele que virá depois de mim é mais poderoso do que eu e nem sou digno de carregar seus
calçados”. Por isso, quando Nosso Salvador pediu para ser batizado por João, este recusou: “Eu devo ser batizado
por ti e tu vens a mim!”. Mas depois que o Messias lhe explicou que, pela Nova Lei, o superior deveria se fazer servo
de todos, João cede (Mt 3, 11-15). Mas se ele acreditava que Jesus era o Messias, seus discípulos, influenciados por
seus patrícios, estavam em dúvida. Esperavam por um Messias cheio de glória mundana, como um rei que
restauraria o Reino de Davi. Porém, Jesus lhes respondeu com um trecho do Livro de Isaías que profetizava sobre o
Messias (Is 35, 1-10).
15.12 – Quinta-feira
Texto: Lc 1, 5-25: Ele converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus.
Por significativa missão atribuída pelo Senhor, a presença do anjo anuncia o nascimento do primo de Jesus Cristo,
João Batista, filho de Zacarias, homem temente a Deus que carregava certa tristeza pelo fato de sua esposa – Isabel
– ser estéril e nunca poder felicitá-lo com a graça de um filho. A Palavra de Deus, contudo, comprova-nos que, para
Ele, nada é impossível, e, sendo assim, encontramos na narrativa o anúncio desse milagre na vida do casal. O texto
ensina-nos que, essencialmente, precisamos confiar na presença de Deus em nossa vida, e, mesmo quando as
situações parecem impossíveis, precisamos entender que, para os desígnios do Senhor, não há limites ou obstáculos.
Em outras palavras, devemos, para além de afirmar, vivenciar que o nosso Deus é o Deus do impossível.
16.12 – Sexta-feira
A oração de cada sábado consiste no exercício chamado de repetição. Trata-se de aprofundar aquilo que rezei
durante a semana. Santo Inácio diz: Não é o muito saber que satisfaz a pessoa, mas o sentir e saborear as coisas
internamente [EE 2]. Por isso não é apresentada uma nova matéria de oração para este dia. Faço, pois, a oração, a
partir do texto ou moção que mais me consolou ou que mais me desolou na semana que passou.
RETIRO DO ADVENTO & NATAL / Ano A
Com magnifica clareza e precisão, as Sagradas Escrituras mostram-nos, nesta celebração litúrgica, que Jesus é,
verdadeiramente, o Emanuel, “Deus conosco”, o qual se encarnou no seio da Virgem Maria e fez-se nosso irmão para
nos mostrar que caminho nos levará, de maneira definitiva, a conquistar nossa salvação. A sensibilidade de Acaz,
percebida na primeira leitura, por não buscar tentar Deus pedindo-lhe um sinal, evidencia-se-nos como mensagem de
suma importância, pois nós, por inúmeras vezes, em nossas orações, suplicamos sinais a Deus que comprovem a
presença d’Ele em nossa vida. Com isso, além de colocar em dúvida sua existência, esquecemo-nos de que o Senhor
sempre está ao nosso lado, o que nos indica a primeira leitura em que o profeta Isaías anuncia que Deus não abandona
o seu povo e quer percorrer, lado a lado com ele, a história dessa bela aliança, que une o rebanho ao seu pastor com
amor inigualável. Na segunda leitura, Paulo nos exorta que, por meio do encontro com Cristo, precisamos, não apenas
guardar conosco o anúncio, mas proclamá-lo a todas as pessoas. Como conclusão dessa reflexão espiritual, o
Evangelho apresenta Jesus como sendo, autenticamente, o “Deus conosco”, isto é, Deus que vem ao encontro do ser
humano e assume a sua condição mortal, com o único propósito de apresentar-lhe uma proposta de salvação. Quanto
a nós, mediante essa motivação, devemos acolher, de braços abertos, os desígnios que o Senhor nos remete e deixar-
nos transformar por seus propósitos de santificação e feliciadade perpétua.
19.12 – Segunda-Feira
Texto: Lc 1, 5-25: "Não temas, Zacarias, porque a tua súplica foi ouvida."
Zacarias aparece como um homem justo e com características similares aos homens da história de Abraão e Sara. Vai
receber no Templo, que representa o coração do judaísmo, o anuncio do nascimento de seu filho. Descreve-se a missão
de João Batista como aquele que vem preparar o caminho do Senhor Jesus. São dois os aspectos que o texto destaca em
João Batista. O primeiro é o de haver recebido a plenitude do Espírito. O segundo aspecto que se afirma de João é o de
encarnar o profeta Elias, que a tradição de Israel esperava no final dos tempos como precursor do Messias. A conjugação
destes dois elementos nos indica que estamos entrando no tempo da salvação definitiva da humanidade. A Boa Noticia
(Evangelho) se aproxima dos homens por meio de João Batista, que preparará o povo de Israel para a vinda de seu Senhor.
20.12 – Terça-Feira
Texto: Lc 1, 26-38: “Não tenhas medo, Maria! Encontraste graça junto a Deus.”
Mais de uma vez o oráculo ressoou pela voz dos profetas, até que veio o anjo Gabriel anunciar a Maria que os tempos
eram chegados. Cheia de fé, a Virgem acreditou, e em seu seio realizou-se a concepção tão desejada do Verbo eterno de
Deus. Submeteu-se as leis do nascimento humano, aquele por quem todas as coisas foram feitas; enquanto a Mãe futura
do seu próprio Criador sentia crescer nela o fruto das suas entranhas. Na verdade, para Deus nada é impossível. Mistério
inefável!
21.12 – Quarta-Feira
O encontro de Maria com sua prima Isabel foi de grande profundidade. João, no seio de sua mãe, percebeu a presença
de Jesus. E Isabel, descobrindo que Maria estava cheia de graça, proclamou-a abençoada. Isto tornou-se possível porque
Isabel estava com o Espírito Santo e foi este quem a inspirou para compreender tais coisas. Frequentemente,
esquecemos a ação do Espírito na evangelização. Ele é o único que abre nossos corações para o conhecimento de Jesus,
já presente em meio a nós.
22.12 – Quinta-Feira
Maria era toda revestida da Palavra de Deus. O Magnificat, o canto de Maria, é uma sucessão de realidades da Palavra,
vividas por Maria, que transbordam espontaneamente de sua intimidade. Maria alimentava-se das Escrituras, daí seu
falar estar revestido da Palavra de Deus. “No cântico do Magnificat, cada pedaço de frase é um eco de algum passo da
Bíblia... Nós vemos aí Maria tão penetrada pela Palavra de Deus que disso resulta seu eco sonoro. Não nos devemos
admirar, portanto, com o fato de Deus na Anunciação lhe responder através do anjo do mesmo modo. À Virgem nutrida
pelas Escrituras, o mensageiro divino fala a linguagem das Escrituras!” A Arca da Aliança encerra lei. Maria continua em
si o Evangelho. Maria nos introduz no mistério de Deus e nos alimentas com a Palavra que é o próprio Deus. Ela nos gera
Jesus, a Palavra eterna. Maria é nossa mãe pela Palavra.
23.12 – Sexta-Feira
Texto: Lc 1, 57-66: “Quem será este menino? Porque a mão do Senhor estava com ele.”
Antes de o anjo Gabriel aparecer à Virgem Maria e perguntar-lhe se Ela aceitaria ser a Mãe do Salvador, já tinha visitado
o pai de São João Batista, Zacarias, que era sacerdote. Sua esposa chamava-se Santa Isabel. Ora, não tinham tido filhos
porque, além de sua esposa ser estéril, ambos já estavam em idade avançada. Um dia, enquanto exercia sua função de
sacerdote, apareceu-lhe o mensageiro divino, dizendo-lhe nada mais nada menos que o seguinte: “Não temas, Zacarias,
porque foi ouvida a tua oração: Isabel, tua mulher, vai dar-te um filho, e tu o chamarás João” (Lc 1, 13). Zacarias, porém,
duvidou da notícia do anjo. Quando Deus nos confia uma missão, também nos dá a força para bem nos desincumbirmos
da tarefa a nós confiada!
Tempo do Natal
Como o Advento, tem também o Tempo do Natal dois momentos. Um, imediato: é a Oitava do Natal, que
prolonga a solenidade natalina por oito dias, encerrando-se no dia primeiro de janeiro. O segundo momento
vai de 2 de janeiro até a Festa do Batismo do Senhor, quando então se encerra o ciclo natalino.
Vejamos, agora, as festas e solenidades do ciclo do Natal, nomeando-as, mas em referência a aspectos
celebrativos:
No Domingo entre os dias 25 e 1º de janeiro a Igreja celebra a Festa da Sagrada Família. O Filho de Deus
assumiu em tudo a nossa condição humana: entrou numa família, na vida miudinha de cada dia; Ele veio
verdadeiramente viver a nossa aventura. Assim, santificou as famílias de modo especial: “Desceu com eles
para Nazaré e era-lhes submisso” (Lc 2,51).
Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, no dia 1º de janeiro, Oitava do Natal. “(Os pastores) foram, então,
às pressas, e encontraram Maria, José e o Recém-nascido deitado na manjedoura” (Lc 2,16). A Igreja
contempla o Menino que nasceu em Belém e Nele reconhece o Deus eterno e perfeito, reclinado no colo de
Maria. Por isso chama-a Mãe de Deus, quer dizer, Mãe do Filho de Deus feito homem! Dando este título à
Virgem a Igreja, desde suas origens, professa sua fé na divindade de Jesus. Primeiro de Janeiro é uma das
grandes festas marianas.
Solenidade da Epifania do Senhor, no Domingo entre 2 e 8 de janeiro. É a festa chamada Festa de Reis. Mas,
é bem mais que isso: a palavra “epifania” significa “manifestação”. Os magos, vindos dos povos pagãos,
representam toda a humanidade que vem adorar o Salvador e reconhecê-Lo como a luz para iluminar as
nações. Deus manifesta a Sua salvação a todos os povos: “O Senhor fez conhecer Sua salvação, revelou Sua
justiça aos olhos das nações. Os confins da terra contemplaram a Salvação do nosso Deus” (Sl 97,2.3).
A Festa do Batismo do Senhor, no Domingo após a Epifania. Com ela termina o tempo do Natal. O Pai
apresenta o Seu Filho: “Este é o Meu Filho amado, em Quem Eu Me comprazo!” (Mt 3,17). Com esta festa
encerra-se o ciclo de festas da Manifestação do Senhor. A Igreja, mais uma vez, renova sua certeza e vive
essa graça, experimenta-a e anuncia ao mundo: “O Verbo Se fez carne e habitou entre nós e nós vimos a Sua
glória!” (Jo 1,14).
01.01: Lc 2, 16-21;
02.01: Jo 1, 19-28;
03.01: Jo 1, 29-34;
04.01: Jo 1, 35-42;
05.01: Jo 1, 43-51;
06.01: Mc 1, 7-11;
07.01: Jo 2, 1-11;
08.01: Mt 2, 1-12; Epifania do Senhor.
A festa da Maniestação do Senhor (ou Epifania) que celebramos hoje aumenta-nos o conhecimento sobre
nosso Pai do Céu por meio dos que visitaram o Menino Jesus. Seus primeiros adoradores foram os pastores.
Avisados de que tinha nascido o Salvador do mundo, acorreram pressurosos para adorá-lo. Eram gente
simples que trabalhava à noite cuidando dos rebanhos de ovelhas e cordeiros. De coração aberto,
acostumados a repartir seu alimento, não quiseram ir ao encontro do Messias de mãos vazias – teriam levado
pedaços de queijo e de pão para os pais do Menino, Nossa Senhora e São José, que os receberam agradecidos.
Era tudo o que tinham... Pouco depois, chegaram outros adoradores: os Reis Magos. Certamente, eram
conhecedores do movimento dos astros e, assim que viram uma estrela mais brilhante, que lhes indicava o
nascimento do Salvador do mundo, empreenderam uma longa viagem. Ao chegarem até Jesus, ofereceram-
lhe seus ricos presentes. Tanto os simples pastores como os abastados Magos foram recebidos pelo Menino
Deus igualmente. Da mesma forma, todos, judeus e pagãos, foram acolhidos por Deus, que não faz
discriminação de pessoas. Todos somos tratados por Ele com igual amor. Sua luz ilumina a todos e atrai-os
da mesma maneira, como escreveu São Paulo aos Efésios. No Evangelho, Mateus narra o comportamento de
Herodes quando soube que havia nascido um rei “rival”. O homem queria saber onde estava o Menino, já
com a intenção de eliminá-lo. Em nossos dias, há quem queira apagar a luz de Cristo e sua mensagem de
amor. Há também os que são indiferentes: correm tanto que não têm tempo para serem iluminados pela
Palavra de Deus. Outros, finalmente, estão cientes de que precisam alimentar-se da Palavra do Senhor para
poderem perdoar a quem os ofende e sair de seu egoísmo, partilhar à sua volta o amor fraterno e beber a
água vida da graça de Deus. A qual grupo pertencemos?
Solo: Dá esperança.
Todos: Maranathá!