Direito Civil - Parte Geral
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Parte Geral – I
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO CIVIL
Parte Geral – I
Carlos Elias
Sumário
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Parte Geral – I................................................................................................................................... 5
1. Constitucionalização do Direito Civil....................................................................................... 5
2. Diretrizes Teóricas do Código Civil. . ......................................................................................... 6
3. Corolários da Boa-Fé Objetiva.................................................................................................. 7
3.1. Proibição da Venire contra Factum Proprium..................................................................... 7
3.2. Supressio. . .................................................................................................................................. 8
3.3. Surrectio..................................................................................................................................... 9
3.4. Tu Quoque.................................................................................................................................. 9
4. Teoria do Inadimplemento Mínimo........................................................................................ 10
5. Duty to Mitigate the Loss ou Dever de Mitigar as Próprias Perdas. . ...............................12
6. Alguns Princípios Gerais de Direito........................................................................................13
6.1. Princípio do Aviso Prévio a uma Sanção.............................................................................13
6.2. Princípio da Proteção Simplificada do Agraciado............................................................15
6.3. Princípio da Proteção Simplificada do Luxo...................................................................... 17
Questões de Concurso...................................................................................................................19
Gabarito............................................................................................................................................ 35
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Parte Geral – I
Carlos Elias
Apresentação
Olá, meus amigos e minhas amigas!
O foco da aula de hoje é tratar de alguns pressupostos essenciais do Direito Civil. Isso
não é cobrado com tanta frequência nos concursos. Todavia, quando esse tema é exigido em
prova, a maior parte dos candidatos deixa de responder, o que fará você ficar em vantagens
no concurso. Lembre-se de que não basta passar no concurso; é necessário você também ser
nomeado. Isso significa que acertar questões que os demais candidatos deixam em branco é
uma vantagem significativa.
Resumo
Amigos e amigas, quem tem pressa deve ler, ao menos, este resumo e, depois, ir para os
exercícios. É fundamental você ver os exercícios e ler os comentários, pois, além de eu apro-
fundar o conteúdo e tratar de algumas questões adicionais, você adquirirá familiaridade com
as questões. De nada adianta um jogador de futebol ter lido muitos livros se não tiver familia-
ridade com a bola.
Seja como for, o ideal é você ler o restante da teoria, e não só o resumo, para, depois, ir
às questões.
O resumo desta aula é este:
• A Constitucionalização do Direito Civil é um movimento que estabelece que o Direito
Civil deve ser submetido ao Direito Constitucional, o que implica a despatrimonialização
(a pessoa humana é mais importante do que o patrimônio no Direito Civil), a repersona-
lização (pessoa não é mero agente econômico, e sim algum com direito à dignidade) e
a eficácia horizontal dos direitos fundamentais (a possibilidade de aplicação de normas
e princípios constitucionais diretamente em relações de Direito Civil);
• O Código Civil foi elaborado com base em três diretrizes teóricas: eticidade (valorização
da boa-fé objetiva), socialidade (valorização da função social) e operabilidade (o Código
foi redigido de modo a ser didático e com texto aberto a diversas interpretações);
• São corolários da boa-fé objetiva: (1) a proibição da venire contra factum proprium; (2) a
supressio; (3) a surrectio; (4) o tu quoque;
• Se o devedor cumpriu parcela substancial da dívida, não cabe a resolução do contrato
em nome da teoria do adimplemento substancial (= teoria do inadimplemento mínimo);
• O credor não pode adotar conduta oportunista que aumente o valor da dívida em razão
da duty to mitigate the loss;
• Princípio do aviso prévio a uma sanção: é necessário notificar a pessoa previamente a
uma sanção. Ex.:
− Prisão civil de alimentos;
− Busca e apreensão em alienação fiduciária ou leasing;
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PARTE GERAL – I
1. Constitucionalização do Direito Civil
Dignidade da pessoa
Despatrimonialização
humana > patrimônio
Constitucionalização
do Direito Civil
Indivíduo (e não o
Repersonalização patrimônio) = CENTRO
da tutela jurídica
Amigos e amigas, o Direito Civil atual mudou bastante. Falamos muito de um Direito Civil
Constitucional na atualidade.
A ideia é a de que todas as instituições de Direito Civil devem ser lidas à luz dos princípios
e das regras constitucionais, conforme metodologia doutrinária conhecida como Constitucio-
nalização do Direito Civil ou como “Direito Civil Constitucional”.
Essa metodologia (ou movimento) encontra berço no pensamento do jurista italiano Pietro
Perlingieri e se insurge contra os fundamentos antigos do direito civil clássico para, nas pa-
lavras do professor da UERJ Carlos Nelson Konder, defender um direito civil capaz de ser um
verdadeiro instrumento de “emancipação das pessoas e de transformação social, rumo a uma
comunidade mais justa e solidária”. O professor da UERJ Gustavo Tepedino e a professora Ma-
ria Celina Bodin de Moraes foram os principais responsáveis por trazer essa metodologia para
a doutrina brasileira, que conta atualmente com a adesão de autores do porte do professor
Paulo Luiz Neto Lôbo e Luiz Edson Fachin.
Por essa metodologia, condena-se a visão individualista em que se assentava o Código Civil
de 1916. Miguel Reale costumava afirmar que havia duas leis fundamentais no País: o Código Ci-
vil, que era a “constituição do homem comum”, e a Constituição Federal, que estrutura o Estado.
Essa concepção não retrata, porém, a perspectiva constitucional do Direito Civil, que fixa a Cons-
tituição Federal como a única lei fundamental, à qual deve estar subordinado todo o direito civil.
A propósito, conforme destaca o professor Paulo Lôbo, a Constitucionalização do Direito
Civil implica colocar o indivíduo, e não o patrimônio, no centro da tutela jurídica e a não mais
enxergar o indivíduo como um mero homos economicus, perspectiva essa que é conhecida
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Prestigia a FUNÇÃO
SOCIAL do direito em
Socialidade
oposição ao
INDIVIDUALISMO
Diretrizes teóricas
Eticidade Boa-fé objetiva
do CC/2002
Alinhada à perspectiva constitucional do Direito Civil, é preciso recordar que o novo Código
Civil foi elaborado pela comissão de juristas coordenada por Miguel Reale sob três Diretrizes
Teóricas, que também são conhecidas como baldrames axiológicos do Código Civil.
A primeira foi a Socialidade, segundo a qual o novo diploma prestigia a função social do
Direito em oposição ao individualismo marcante do anterior Código.
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A segunda é a Eticidade, de acordo com a qual a boa-fé objetiva foi prestigiada pelo novo
Código, ao exigir condutas éticas dos indivíduos.
A terceira é a Operabilidade, à luz da qual o novo Código buscou ser facilmente manuseá-
vel pelos operadores do Direito, do que dá exemplo tanto a reunião dos prazos prescricionais
nos arts. 205 e 206 do Código quanto a utilização de conceitos jurídicos indeterminados e de
cláusulas abertas para permitir que o texto normativo satisfaça às necessidades advindas das
transformações sociais futuras.
Proibição de conduta
contraditória
De acordo com a venire contra factum proprium, também batizada como princípio da proi-
bição do comportamento contraditório, em nome da boa-fé objetiva, devem ser consideradas
ilícitas condutas que frustrem a legítima expectativa criada por uma conduta anterior. Para
ilustrar, o STJ não admitiu o pedido, feito pela esposa, de anulação de uma promessa de com-
pra e venda de imóvel feito pelo marido sem a outorga uxória, pois a esposa, em ação judicial
anterior proposta por terceiro em busca do imóvel, havia denunciado a lide ao promitente com-
prador, a fim de que este integrasse a lide como litisdenunciado (STJ, REsp 277.284, 4ª T., Rel.
Min. Cesar Asfor Rocha, DJ 12/03/2001).
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3.2. Supressio
Supressivo e
É DIFERENTE da
prescrição
prescrição
coexistem
A supressio consiste na perda de um direito em razão de inércia capaz de criar uma legítima
expectativa em terceiro. Um dos primeiros casos em que se aplicou a supressio foi na Alemanha,
no início do século XX, quando a Corte alemã decidiu que um credor perdeu o direito à correção
monetária por ter-se mantido inerte em exigi-la durante o período de dois meses em uma época
de vertiginosa espiral inflacionária. O STJ, entre outros casos, já aplicou a supressio para condenar
um proprietário de uma padaria a pagar indenização de R$ 15.000,00 a uma moradora do mesmo
prédio em razão dos barulhos provocados pelos maquinários durante a madrugada. Nesse caso,
a padaria havia alegado que a convenção do condomínio previa apenas a destinação comercial
das unidades autônomas. Todavia, o STJ entendeu que o condomínio e, consequentemente, os
demais condôminos perderam o direito de exigir essa destinação exclusivamente comercial, por
terem sido omissos durante muitos anos diante da ostensiva ocupação residencial de uma mo-
radora (STJ, REsp 1096639/DF, 3ª T., Rel. Min. Nancy Andrighi, DJe 12/02/2009).
Outro caso de supressio ocorre quando, em um contrato de compra e venda de combustí-
vel, há cláusula exigindo um volume mínimo de aquisição mensal. Suponha que, nesse caso,
o comprador realize, sem qualquer insurreição do comprador, pedidos mensais em volume
inferior ao mínimo contratual durante todo o tempo de vigência contratual. Ao final do contrato,
o vendedor não poderá posteriormente pleitear a multa contratual estabelecida pelo descum-
primento do consumo mínimo em nome da supressio, conforme decidiu o STJ (REsp 1374830/
SP, 3ª T., Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, DJe 03/08/2015).
A supressio nada tem a ver com a prescrição. Os institutos coexistem. No exemplo acima,
ainda que não esteja prescrita a pretensão de cobrança da multa pelo descumprimento do
consumo mínimo, operou-se a supressio contra o vendedor.
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3.3. Surrectio
Aquisição de um
direito em razão de Legítima expectativa no
condutas antijurídicas autor dessas condutas
Boa-fé objetiva Surrectio reiteradas
É o contrário
da supressio
3.4. Tu Quoque
O tu quoque, a seu turno, veda que alguém se aproveite da própria torpeza, exigindo direitos
com base em uma norma que ele violou. A exceptio non adimpleti contractus, prevista no art.
476 do Código Civil, é um exemplo. Ainda a título de exemplo, Nelson Rosenvald e Cristiano
Chaves citam interessante caso julgado por tribunal português. Nesse caso, a corte lusitana
entendeu que era incabível a alegação de inexistência de um contrato de compra e venda de
veículo por parte do comprador, pois este, anteriormente, havia retido dolosamente o contrato
que lhe fora enviado para assinatura.
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Função social
Vedação ao
enriquecimento
sem causa
Fundamentos
Teoria do
Boa-fé
INADIMPLEMENTO
MÍNIMO ou adimplemento
substancial Afasta a medida
Vedação ao
drástica da resolução
abuso de direito
contratual
Meus caros e minhas caras, ainda há outra teoria que vocês precisam conhecer. Trata-se
da teoria do inadimplemento mínimo.
Com fundamento na função social (arts. 421 e 2.035, parágrafo único, CC), na vedação ao
abuso de direito (art. 187, CC), na boa-fé (arts. 113 e 422, CC) e na vedação ao enriquecimento
sem causa (art. 884, CC), o Direito brasileiro acolhe a teoria do adimplemento substancial, tam-
bém batizada de teoria do inadimplemento mínimo ou da substantial performance.
Em suma, a referida teoria condena a medida drástica da resolução1 do negócio jurídico
quando a parte tiver descumprido apenas uma parcela pequena (daí o nome “inadimplemento
mínimo”) do contrato após já ter honrado com uma parcela substancial da dívida. A aferição da
expressividade do adimplemento deve levar em conta aspectos não apenas quantitativos, mas
também qualitativos (conforme enunciado n. 586/CJF). E, nesse juízo, deve-se atentar para a
dimensão da consequência do inadimplemento no caso concreto e para o grau de importân-
cia da parte inadimplida, como lembra o Ministro Sidnei Beneti2. A aferição da dimensão do
inadimplemento – se é mínimo ou não – sempre dependerá da análise dos casos concretos
diante da inexistência de um critério prévio e fixo para tanto.
O objetivo é a manutenção do negócio jurídico nesses casos em que o devedor adimpliu
substancialmente a dívida, ou seja, teve uma performance substancial na execução do contra-
to, de modo que o seu inadimplemento foi mínimo.
Alerte-se que essa teoria não implica extinção da dívida, mas apenas afasta a adoção de
medidas desproporcionais pelo credor, como a resolução do contrato. Isso significa que o cre-
dor poderá servir-se dos meios ordinários de cobrança da dívida, seja os extrajudiciais – como
o protesto ou a inscrição do nome do devedor em cadastros de inadimplentes (como o Serasa)
–, seja os judiciais, como uma ação de cobrança.
1
Resolução é uma hipótese de extinção do contrato por inadimplemento. O verbete “resolver” também significa “acabar”. Por isso,
é usual a frase “vamos resolver o problema” com o significado acabar com o problema. Resolver o contrato é extinguir o contrato.
2
REsp 1215289/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 05/02/2013, DJe 21/02/2013.
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Se, por exemplo, alguém vende um imóvel por preço a ser pago em 100 prestações, não é
razoável que o vendedor pleiteie a resolução do contrato se o comprador, após ter pago, por
exemplo, 99 prestações, descumpriu apenas a última. O adimplemento foi substancial.
Interessante exemplo é dado pelo notável professor da USP Otávio Luiz Rodrigues Junior,
que, com apoio em Edwart Errante3, lembra que uma empreiteira tem o direito de receber o
valor dos seus serviços se, diante de um projeto arquitetônico apresentado pelo dono da obra
para a construção de uma casa, somente cometeu uma falha: deixou de instalar as maçanetas
de duas portas na forma indicada no projeto. Dada a insignificância desse inadimplemento
diante de toda a obra, a teoria do inadimplemento mínimo impedirá a resolução do contrato,
mas permitirá que seja cobrado apenas a indenização por perdas e danos cabíveis (o valor das
maçanetas e o custo da instalação por terceiros). O dono da obra terá de pagar o preço pactu-
ado, do qual se poderá deduzir apenas o valor dessa indenização.
O STJ analisou outro caso interessante e entendeu que o não pagamento da última parce-
la do prêmio de um seguro de dano não teria implicado a extinção do contrato de seguro, de
modo que o segurado tinha o direito de cobrar o pagamento da cobertura securitária diante de
um acidente ocorrido com o seu veículo. A seguradora só poderá cobrar o valor dessa parcela
inadimplida (REsp 76.362/MT, 4ª Turma, Rel. Ministro Ruy Rosado de Aguiar, DJ 01/04/1996).
Ressalva-se que esse julgado antigo não retrata exatamente a orientação mais atual do STJ,
que tende a admitir a resolução do contrato sempre que o segurador tiver notificado previa-
mente o segurado para purgar a mora, ou seja, para pagar a prestação atrasada, independente-
mente da dimensão do inadimplemento (REsp 318.408/SP, 3ª Turma, Rel. Ministro Humberto
Gomes de Barros, DJ 10/10/2005).
Há controvérsia acerca da aptidão da teoria para, além de impedir a extinção do contrato,
coibir a adoção de meios de cobrança que sejam considerados excessivos.
Por exemplo, a jurisprudência oscilou bastante em definir se, nos casos de financiamento
de veículos com alienação fiduciária em garantia, a teoria do adimplemento substancial seria ou
não admissível a execução de uma garantia fiduciária por meio da busca e apreensão do bem e
da consequente consolidação da propriedade fiduciária. O STJ, após um considerável período
de precedentes estendendo a teoria para inibir esse meio executivo, pacificou o entendimento
em sentido contrário, definindo que a teoria não obsta a execução da busca e apreensão e da
consolidação do bem. O fundamento principal foi o de que a boa-fé e a função social do con-
trato seriam desvirtuadas se o credor perdesse o direito de executar uma garantia essencial ao
seu crédito com fundamento em autorização legal expressa (o Decreto-Lei n. 911/67), o que
comprometeria o “desenvolvimento da economia nacional” (STJ, REsp 1622555/MG, 2ª Seção,
Rel. Ministro Marco Buzzi, Rel. p/ Acórdão Ministro Marco Aurélio Belizze, DJe 16/03/2017).
Sob essa perspectiva, a teoria do inadimplemento substancial não pode infertilizar nenhu-
ma garantia das obrigações, como propriedades fiduciárias, hipotecas, penhores etc. A teoria
3
O caso é lembrado pelo Ministro Antonio Carlos Ferreira no seu voto proferido neste julgado: REsp 1581505/SC, 4ª Turma,
Rel. Ministro Antonio Carlos Ferreira, DJe 28/09/2016.
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apenas impede a resolução do contrato, mas não a cobrança da dívida por todos os meios
coercitivos disponíveis, com execução das garantias da dívida.
Temos por acertada a opção do STJ sob a ótica do Direito Civil Constitucional, cujos con-
tornos já definimos ao tratarmos da Parte Geral. Impedir a execução de garantias da dívida
geraria diversos efeitos indesejados, como o aumento dos preços dos produtos como forma
de compensar a inadimplência (de modo que os bons pagadores pagarão pelas extravagância
dos maus pagadores) e a insegurança no mercado de investimentos diante da lembrança de
que é extremamente comum haver venda de títulos mobiliários lastreados em créditos com
garantia (a exemplo do Certificado de Recebível Imobiliário, que é vendido na Bolsa de Valores
e que geralmente se lastreiam em créditos garantidos por alienação fiduciária em garantia
de imóveis).
Amigos e amigas, tenho por importante que você conheça algumas outras teorias relevan-
tes. A primeira delas é a teoria da substantial performance.
Não é apenas o devedor, mas também o credor quem deve observar a boa-fé objetiva. O
duty to mitigate the loss, também chamado de dever de mitigar as próprias perdas, estabe-
lece que o credor não pode adotar conduta oportunista que estimule o aumento da dívida
com o objetivo de obter proveitos. Compete, pois, ao credor adotar comportamentos que
colabore para que a dívida não se avoluma demasiadamente. Nas palavras do enunciado
n.169/CJF, “o princípio da boa-fé objetiva deve levar o credor a evitar o agravamento do pró-
prio prejuízo”.
Assim, por exemplo, viola o duty to mitigate the loss quem, esperando obter um proveito
econômico considerável, aguarda dois anos para executar uma multa diária de R$ 1.000,00
fixada por um juiz para que o órgão de cadastro de inadimplentes (como o Serasa) apasse
uma negativação indevida. O credor da multa diária (astreintes) agrediu a boa-fé ao manter
uma omissão oportunista ao longo de dois anos, com o objetivo de conseguir um proveito eco-
nômico de mais de R$ 730.000,00 por um lapso do órgão cadastral. O juiz, diante disso, pode
reduzir o valor total das astreintes diante da sua exorbitância por força da boa-fé objetiva e do
art. 814, parágrafo único, CPC.
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Temos que, em nome do duty to mitigate the loss, é cabível a redução dos juros excessivos
cobrados por uma instituição financeira por uma dívida de cheque especial, especialmente
quando essa instituição manteve silêncio por longo período a fim de cobrar um montante exor-
bitante. Em nome da boa-fé objetiva, competia à instituição financeira, ao menos, contatar o
devedor, informando-lhe dos juros estratosféricos a que ele estava exposto. Como se sabe, os
juros do cheque especial são vertiginosamente superiores aos de um empréstimo pessoal.
Enquanto aqueles chegam a mais de 500% a.a., estes últimos ficam na casa dos 60% a.a. Se o
banco houvesse comunicado o devedor, é provável que ele tivesse tentado obter um emprésti-
mo pessoal, ainda que em outro banco, para estancar essa sangria mortal. Temos que, nessas
hipóteses, seria cabível a redução da dívida para o montante equivalente ao da taxa de juros de
um empréstimo pessoal, tudo em nome do duty to mitigate the loss.
É evidente que, em outras situações de mútuos bancários, como naqueles em que alguém
contrai um empréstimo e posteriormente incorre em inadimplência, não se pode invocar o duty
to mitigate the loss para reduzir o valor dos encargos decorrentes da mora, pois, como alertou o
Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, “o estado de inadimplência e o crescimento da dívida é de
responsabilidade exclusiva do mutuário e não de um comportamento omissivo do mutuante”
(STJ, REsp 1489784/DF, 3ª Turma, Rel. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, DJe 03/02/2016).
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O procedimento do despejo prevê que, antes da ordem judicial de despejo, o inquilino inadimplente
tem o direito de, após ser citado, purgar a mora: trata-se do chamado depósito elisivo (art. 61, 8 §
3º, e art. 62, II, da Lei n. 8.245/91).
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a medida drástica do corte do fornecimento de energia elétrica ou de água só poderá ser feito me-
diante notificação prévia, conforme art. 6º, § 3º, da Lei n. 8.987/1995 (STJ, REsp 1342608/SP, 2ª
Turma, Rel. Ministro Og Fernandes, DJe 27/09/2017). Se, porém, houver situação de emergência, a
suspensão da energia elétrica é permitida sem prévio aviso, pois há urgência a justificar esse ato
(art. 6º, § 3º, da Lei n. 8.987/1995.
a administradora do cartão de crédito não pode automaticamente, sem prévia notificação, suspender o
cartão de crédito de um consumidor em razão de algum outro credor ter inscrito o nome do consumidor
em cadastro de inadimplentes. O aviso prévio é essencial. Trata-se de conduta abusiva que causa dano
moral ao consumidor (STJ, REsp 592.908/MG, 4ª Turma, Rel. Ministro Barros Monteiro, DJ 20/02/2006).
O Direito Civil protege o agraciado (aquele que é beneficiado por um negócio jurídico gra-
tuito), mas sem lhe dar prestígio. Vejam os exemplos práticos:
• Fraude contra credores:
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O fato de a liberalidade somente trazer ônus ao generoso exige que ela se exteriorize por uma
forma que assegure, ao máximo, certeza do seu ânimo. O beneficiário da liberalidade não é pres-
tigiado do ponto de vista formal, razão por que a legislação se inclina – há exceções! – a consi-
derar os negócios jurídicos gratuitos como solenes, a exemplo da fiança e da doação, que devem
ser escritas (arts. 541 e 819, CC).
O princípio da garantia, que estabelece que o adquirente de um bem tem direito à higidez da coisa
(garantia em caso de vício redibitório) e do direito sobre a coisa (garantia em caso de evicção),
somente é aplicável para contratos onerosos, conforme arts. 441 e 447 do CC. Beneficiários de
gratuidade não podem exigir juridicamente essa garantia de qualidade da coisa ou do direito
sobre a coisa. O generoso, porém, deve responder por indenização apenas no caso de dolo por
força do art. 392 do CC.
À luz do art. 372 do CC, a concessão obsequiosa de um prazo adicional para o pagamento de
uma dívida (prazo de favor) não implica renúncia ao direito do credor de utilizar essa dívida para,
por meio da compensação, extinguir outra. Seria realmente injusto que o beneficiário da benes-
se pudesse executar judicialmente o generoso por uma outra dívida, sem que este último, em
defesa, pudesse opor a compensação. A concessão de um prazo de favor afasta a mora (juros
moratórios, multas etc.), mas jamais o direito de o credor valer-se da obrigação dilatada para
invocar a compensação.
Conforme art. 295 do CC, o cedente responde pela existência do crédito na cessão onerosa,
independentemente de culpa ou dolo. Se, porém, a cessão for gratuita, o cedente generoso só
responde por dolo. Essa regra harmoniza-se com a lógica de justiça da tutela da gratuidade e se
afina com as disposições relativas à evicção (art. 447, CC) e à responsabilidade civil do generoso
(art. 392, CC).
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DIREITO CIVIL
Parte Geral – I
Carlos Elias
O Direito Civil protege situações de luxo (aquelas que estão acima da média), mas sem lhe
dar prestígio. Vejam os exemplos práticos:
• Benfeitorias voluptuárias e posse:
O possuidor de boa-fé não pode exigir que elas sejam indenizadas, embora possa levantá-las se for
possível, ao contrário que se dá com as benfeitorias necessárias e úteis (art. 1.219, CC). Em outras
palavras, se um possuidor de boa-fé despende R$ 1.000,00 com a troca da fiação elétrica (benfeitoria
necessária), R$ 4.000,00 com a ampliação do quarto (benfeitoria útil) e R$ 500.000,00 com a contrata-
ção de um famoso pintor para colorir o teto da sala ao estilo da Capela Sistina (benfeitoria voluptuária),
ele – ao ser desapossado do bem por um terceiro com melhor direito – poderá reivindicar a indeniza-
ção pelas benfeitorias necessárias e úteis com direito de retenção, mas não poderá exigir que o reivin-
dicante indenize-lhe as benfeitorias voluptuárias (“o luxo”), ou seja, as obras que excedem o padrão do
homo medius. Esse possuidor poderá apenas, se possível, “levantar” essa benfeitoria luxuosa, como
levar a lâmina do teto contendo a pintura e rebocando o teto para restituir-lhe a normalidade. O Direito
protege o luxo, mas não o prestigia, conforme o princípio da proteção simplificada do luxo.
Quando há manifesta desproporção entre o grau de culpa e o dano, o juiz pode reduzir o valor da
indenização equitativamente. Assim, se um indivíduo abalroa o seu veículo contra um carro de luxo
cujo conserto custará cinquenta vezes mais o valor que corresponderia à reparação de um carro
comum, é viável aplicar o art. 944, parágrafo único, do CC para permitir o valor da indenização seja
reduzido para um patamar mediano. Isso, porque o luxo ostentado pelo titular do veículo acaba por
expor os demais a um risco acima da média. Se, porém, a colisão tivesse sido provocada dolosa-
mente por inveja do condutor do veículo comum, a indenização deveria ser o elevadíssimo valor do
orçamento, pois o grau de culpa será proporcional ao dano. É nesse sentido que o direito protege o
luxo, mas não lhe dá prestígio, conforme o princípio em pauta.
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Parte Geral – I
Carlos Elias
Em regra, os móveis que guarnecem o imóvel residencial do devedor são impenhoráveis por serem
bem de família. Excepciona-se essa blindagem de impenhorabilidade se esses móveis forem “obras
de arte e adornos suntuosos” (art. 2º, Lei n. 8.009/1990). É que esses bens representam “luxos”, ou
seja, excedem o limite do padrão do homo medius e, portanto, não podem receber a mesma defe-
rência jurídica que repousa sobre os demais móveis. Trata-se de mais um exemplo de aplicação do
princípio da proteção simplificada do luxo.
Na desapropriação por utilidade pública ou para reforma agrária, as benfeitorias voluptuárias não
são indenizadas em dinheiro, ao contrário do que sucede com as benfeitorias necessárias e úteis
(art. 26, Decreto-Lei n. 3.365/41; arts. 5º, XXIV, 184, § 1º, CF; art. 5º, § 1º, da Lei n. 8.629/1993).
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Parte Geral – I
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (VUNESP/AUXILIAR JUDICIÁRIO/TJ-PA/2014) É correto afirmar que o direito civil disci-
plina, objetivamente, as relações jurídicas.
a) de índole constitucional, que norteiam e limitam outras leis esparsas, hierarquicamente
inferiores.
b) entre as pessoas e a Administração Pública, inexistindo codificação específica no direito
brasileiro.
c) entre os diversos órgãos da Administração Pública, inclusive entre os órgãos do Poder Exe-
cutivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário.
d) relativas às pessoas, aos bens e a suas relações, havendo codificação específica no direito
brasileiro.
e) concernentes às pessoas, bens, fatos jurídicos, obrigações, empresas e relações familiares
e de direito sucessório, inexistindo codificação específica no direito brasileiro.
O direito das obrigações foi unificado, de modo que relações obrigacionais civis e empresariais
se sujeitam às mesmas regras.
Errado.
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Parte Geral – I
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Realmente houve unificação do direito obrigacional, de maneira que as obrigações civis e co-
merciais sujeitam-se às mesmas regras gerais. Por exemplo, a regra de limite da cláusula penal
a 100% prevista no art. 412 do Código Civil se aplica tanto para obrigações de particulares não
empresários quanto para obrigações contraídas entre empresários. Ademais, o art. 2.045 do
CC/2002 revogou totalmente o CC/1916 (Lei n. 3.017/1916) e apenas uma parte do Código
Comercial (Parte Primeira do Código Comercial, Lei n. 556/1850). Confira-se o dispositivo:
Art. 2.045. Revogam-se a Lei n. 3.071, de 1º de janeiro de 1916 – Código Civil e a Parte Primeira do
Código Comercial, Lei n. 556, de 25 de junho de 1850.
Certo.
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Parte Geral – I
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interrompido! Por isso, o homem comum olha o Tribunal e fica perplexo. Ora, quisemos pôr termo
a essa perplexidade, de maneira prática, porque o simples é o sinal da verdade, e não o bizantino
e o complicado. Preferimos, por tais motivos, reunir as normas prescricionais, todas elas, enume-
rando-as na Parte Geral do Código. Não haverá dúvida nenhuma: ou figura no artigo que rege as
prescrições, ou então se trata de decadência. Casos de decadência não figuram na Parte Geral,
a não ser em cinco ou seis hipóteses em que cabia prevê-la, logo após, ou melhor, como com-
plemento do artigo em que era, especificamente, aplicável. (REALE, Miguel. O projeto de Código
Civil: situação atual e seus problemas fundamentais. São Paulo: Saraiva, 1986. p. 11-12).
Essa solução adotada no Código Civil de 2002 se vincula:
a) à diretriz fundamental da socialidade.
b) à abolição da distinção entre prescrição e decadência.
c) à diretriz fundamental da eticidade, evitando soluções juridicamente conflitantes.
d) ao princípio da boa-fé objetiva, que garante a obtenção do julgamento esperado pelo ju-
risdicionado.
e) à diretriz fundamental da operabilidade, evitando dificuldades interpretativas.
O erro está na última parte: a posse de boa-fé ou de má-fé no direito das coisas segue o princí-
pio da boa-fé subjetiva, assim entendida aquela que verifica se a intenção da pessoa é moral-
mente boa ou não. É o art. 1.201 do CC:
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição
da coisa.
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em con-
trário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.
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Parte Geral – I
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Trata-se da definição da boa-fé objetiva, que é aquela que afere a compatibilidade da conduta
da pessoa (independentemente de seu estado anímico) com os padrões éticos da sociedade.
Certo.
É incompleto definir a boa-fé objetiva como a mera ausência de má-fé, pois a boa-fé subjetiva
também decorre da falta de má-fé. Por isso, errado o item.
Errado.
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Parte Geral – I
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O uso de palavras com campo semântico aberto, que permite diversas interpretações por con-
ter certo grau de indeterminação, é a característica marcada dos conceitos jurídicos indetermi-
nadas e das cláusulas gerais (ou cláusulas abertas). Essas duas técnicas de redação legisla-
tiva são bem parecidas.
A distinção é a que, no conceito jurídico indeterminado, a indeterminação está apenas definição
da norma (= o conceito é indeterminado), e não na consequência de sua violação, a exemplo da
expressão “atividade de risco” prevista no parágrafo único do art. 927 do CC. Definir o que seja
“atividade de risco” envolve certo grau de indeterminação, mas a consequência jurídica é certa:
a responsabilidade objetiva. A indefinição está apenas no pressuposto da norma (conteúdo, a
definição), e não no seu consequente (consequência prática).
Já na cláusula geral, a indeterminação está tanto na definição quanto na consequência prática.
É o caso, por exemplo, da expressões “função social”, “boa-fé objetiva”, “probidade”, “devido
processo legal”. Tanto a definição desses conceitos quanto as suas consequências são aber-
tas, o que dá grande margem de manobra ao jurista. A indefinição está tanto no pressuposto
da norma quanto no consequente4.
Na prática, porém, é comum haver mistura entre as duas técnicas de redação legislativa acima,
especialmente porque ambas têm em comum o objetivo de dar maior liberdade à atividade
interpretativa do jurista.
Certo.
Embora as duas expressões sejam parecidas por representarem técnicas de redação legislativa que
dão maior liberdade ao jurista, elas não são iguais: a cláusula geral é que envolve indeterminação no
pressuposto e no consequente da norma, ao passo que o conceito jurídico indeterminado só tem
indeterminação no pressuposto. Reportamo-nos ao exposto nos comentários da questão anterior.
Errado.
4
Para aprofundamento, recomendamos obra do jurista Rodrigo Reis MAZZEI (2005) e da jurista Sabrina Dourado FRANÇA
ANDRADE (2011).
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Parte Geral – I
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A eticidade é exigir que, nas relações de direito civil, as partes adotem comportamento compa-
tível com a ética. Isso permite que contratos com cláusulas abusivas sejam invalidados, o que
representa uma flexibilização do pacta sunt servanda. A questão está, pois, correta.
Certo.
A operabilidade é a diretriz teórica que estabelece que o CC/2002 deveria ser redigido de modo
a ser de fácil manuseio pelo operador do Direito. Dela decorre, de um lado, a sistematicidade
(de que é exemplo a concentração dos prazos prescricionais nos arts. 205 e 206 do CC) e, de
outro lado, o emprego de técnicas de redação aberta das normas por meio das cláusulas ge-
rais e dos conceitos jurídicos indeterminados. Por isso, a resposta é letra “D”.
Letra d.
Os conceitos jurídicos indeterminados estão no texto da lei também, pois representam uma
técnica de redação legislativa: a lei é escrita usando palavras de definição aberta (indetermina-
da) para dar margem de manobra ao jurista.
Errado.
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Parte Geral – I
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A divisão do CC/2002 é esta: Parte Geral (arts. 1 a 232), Parte Especial (arts. 233 a 2027) e
Livro Complementar (arts. 2028 a 2046).
Certo.
A operabilidade do direito civil foca entregar ao jurista a aptidão de resolver casos concretos,
de acordo com suas particularidades, de uma maneira mais justa e compatível com a digni-
dade da pessoa humana. Não se busca, portanto, dar uma solução abstrata a todos os casos
concretos de forma indistinta, ao contrário do afirmado na questão.
Errado.
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Parte Geral – I
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O uso de normas abertas (por meio das técnicas de redação legislativa do “conceito jurídico
indeterminado” e das “cláusulas abertas”) reduz o raciocínio dedutivo e silogístico (os quais
são mais usuais para normas fechadas) e amplia o espaço para o raciocínio da razoabilidade
e da ponderação de princípios.
Errado.
Não há falar em privatização do Direito Civil, e sim na sua publicização, assim entendida a ten-
dência de serem editadas normas de ordem pública para proteger pessoas vulneráveis em con-
tratos civis. Por isso, o gabarito é a letra “A”. No mais, acresça-se que o novo Direito Civil é mar-
cado pela sua constitucionalização (movimento que o subordina à Constituição Federal), pela
sua humanização (há uma valorização da dignidade da pessoa humana), pela normatização da bio-
tecnologia (a legislação tende a regulamentar a biotecnologia, de que são exemplos a presunção
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Parte Geral – I
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de paternidade no caso de reprodução assistida nos termos do art. 1.597, III a V, do CC, a Lei de
Biossegurança e a Resolução n. 63/2017 – CNJ, que trata da paternidade no caso de reprodução
assistida) e pela unificação no plano obrigacional entre o Direito Civil e o Direito Comercial (as
regras de obrigações do Livro das Obrigações se aplicam para relações civis ou empresariais).
Letra a.
Não tem uma visão abstrata do sujeito, e sim concreta, pois busca adequar-se às particularida-
des de cada pessoa na garantia dos seus direitos. O próprio uso de cláusulas abertas e conceitos
jurídicos indeterminados como técnicas de redação legislativa se destinam a dar maior mobili-
dade ao jurista para, diante de cada caso concreto, dar uma solução mais justa, humana e digna.
Errado.
O sistema é aberto: o diálogo do direito civil é com todos os ramos do Direito e com todas as
normas (até com tratados internacionais), e não apenas com a Constituição Federal, ao con-
trário do dito na questão.
Errado.
O Código Civil colocou a dignidade da pessoa humana no centro de sua tutela, o que retrata
uma visão antropocêntrica, conforme letra “D”. O homem é o centro, e não mais o patrimônio
(visão patrimonialista).
Certo.
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O princípio da força obrigatório do contrato estabelece que as partes estão obrigadas a cum-
prir aquilo que pactuaram e é conhecido pela expressão latina pacta sunt servanda (que po-
deria ser traduzida como “pacto tem de ser cumpridos” ou “o pacto faz lei entre as partes”). O
item “b” é o correto, portanto.
Letra b.
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Parte Geral – I
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A eticidade exige condutas éticas dos indivíduos, fazendo a valorização da pessoa (antro-
centrismo) prevalecer sobre o mero interesse patrimonial (patrimonialismo). A lesão (art.
157, CC) e o estado de perigo (art. 156, CC) exemplificam isso, pois permitem anular negó-
cios jurídicos quando uma pessoa assumiu prestação manifestamente desproporcional por
uma situação de vulnerabilidade.
Certo.
Errado. O CC prestigia uma igualdade material, que busca dar proteção a quem está em situa-
ção de vulnerabilidade. Os incapazes, por exemplo, seguem sob a proteção do regime de poder
familiar, tutela ou curatela. Errado, pois, o item.
Errado.
A teoria do adimplemento substancial não tem previsão textual na legislação, mas decorre da
vedação ao abuso de direito (art. 187, CC), da boa-fé objetiva (arts. 113 e 422, CC) e da função
social (art. 421, CC).
Errado.
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O art. 330 do CC prevê que o pagamento reiterado em lugar diverso do pactuado faz presumir re-
núncia ao direito de exigir o pagamento no lugar pactuado. Isso é um exemplo de supressio, pois
a omissão reiterada do credor em exigir a observância do pagamento no lugar contratado cria
uma legítima expectativa no devedor de que este poderá continuar pagando no mesmo lugar.
Certo.
A questão arrola os quatro corolários da boa-fé objetiva, que são decorrência da teoria dos
atos próprios (segunda a qual é ilícito contrariar um ato próprio). Ela também define adequada-
mente a supressio, que implica a perda de um direito pelo seu não exercício prolongado com a
capacidade de criar uma legítima expectativa na outra parte.
Certo.
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Parte Geral – I
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pontualmente as parcelas até que, faltando apenas seis prestações para o adimplemento, não
teve condições de realizar o pagamento. Diante da impontualidade de Bruno, a instituição fi-
nanceira ajuizou ação de busca e apreensão do veículo. Na condição de defensor público atu-
ando em favor de Bruno, para defendê-lo neste pedido de busca e apreensão, é correta a alega-
ção de abuso do direito por parte da instituição financeira por aplicação da
a) autonomia da vontade.
b) vedação de cláusula comissória.
c) exceção do contrato não cumprido.
d) vedação legal de busca e apreensão em alienação fiduciária.
e) teoria do adimplemento substancial.
A questão é antiga. O gabarito dela à época foi letra “E”. Todavia, atualmente, essa questão se-
ria anulada. Trazemos essa questão aqui para chamar a atenção para o entendimento atual do
STJ. O STJ, nos casos de financiamento de veículos com alienação fiduciária em garantia, não
mais admite a aplicação da teoria do adimplemento substancial para impedir a execução de
uma garantia fiduciária por meio da busca e apreensão do bem e da consequente consolidação
da propriedade fiduciária. O fundamento principal é o de que a boa-fé e a função social do con-
trato seriam desvirtuadas se o credor perdesse o direito de executar uma garantia essencial ao
seu crédito com fundamento em autorização legal expressa (o Decreto-Lei n. 911/67), o que
comprometeria o “desenvolvimento da economia nacional” (STJ, REsp 1622555/MG, 2ª Seção,
Rel. Ministro Marco Buzzi, Rel. p/ Acórdão Ministro Marco Aurélio Belizze, DJe 16/03/2017).
Letra e.
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A questão define o venire contra factum proprium, e não o tu quoque. Este último censura que
uma pessoa, após violar uma norma, tente se aproveitar dessa situação posteriormente. A ideia
é a de que ninguém pode se aproveitar da própria torpeza. O exemplo clássico de repressão
ao tu quoque é a chamada “exceptio non adimpleti contractus” (exceção de contrato não cum-
prido), segunda a qual a parte que descumpre a prestação (= viola uma norma) não querer se
beneficiar do contrato exigindo que a outra cumpra a contraprestação. Essa outra parte pode se
recusar a pagar a contraprestação, alegando que o contrato foi cumprido (= exceptio non adim-
pleti contractus). A exceptio non adimpleti contractus está prevista no art. 476 do CC:
Art. 476. Nos contratos bilaterais [= contratos em que ambas as partes têm obrigação: prestação
e contraprestação], nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o
implemento da do outro.
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Parte Geral – I
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Questão define a supressio, que é a perda de um direito em razão de uma inércia prolongada
com a capacidade de criar uma legítima expectativa em outrem.
Letra a.
A interpretação de negócios jurídicos gratuitos (que são aqueles que estabelecem um benefí-
cio patrimonial a outrem sem contraprestação) tem de ser restritiva, e não extensiva (ampla),
conforme art. 114 do CC. O mesmo se dá com as renúncias a direitos: também têm de ser
interpretadas restritivamente (art. 114, CC). Trata-se de um exemplo do princípio da proteção
simplificada do agraciado, de maneira que aquele que será beneficiado com a liberalidade é
protegido, mas sem prestígio. Se faço uma doação a uma pessoa, esse contrato será interpre-
tado de forma restritiva: não poderá o agraciado “tentar” obter maior benefício por meio de
uma interpretação extensiva.
Errado.
042. (IESES/OFICIAL DE CARTÓRIO/TJMS/ 2014) Para fins de prazo civil considera-se Meado:
a) Em qualquer mês, o seu décimo quinto dia, com exceção do mês de fevereiro, o qual será
considerado o décimo quarto dia.
b) A metade do prazo que a lei prever.
c) Em qualquer mês, o dia quinze, independentemente de que o vencimento venha a cair
em feriado.
d) Em qualquer mês, o seu décimo quinto dia, e se dia do vencimento cair em feriado, conside-
rar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil.
Para negócios jurídicos (como contratos), a palavra “meado” sempre é o 15º dia, independente-
mente do mês envolvido. E, se o dia do vencimento cair em dia não útil, presume-se sua prorro-
gação para o dia útil seguinte. Se, por exemplo, estabeleço que o pagamento do preço será em
meado de fevereiro, a data de vencimento será 15/FEV e, caso esse dia seja feriado, considera-se
que ele está prorrogado para o primeiro dia útil seguinte. Trata-se do art. 132, caput e § 1º, do CC:
Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o
dia do começo, e incluído o do vencimento.
§ 1º Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil.
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Art. 2.028. Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na data de
sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada.
O enunciado n. 299/JDC tem a mesma dicção:
299 – Art. 2.028. Iniciada a contagem de determinado prazo sob a égide do Código Civil
de 1916, e vindo a lei nova a reduzi-lo, prevalecerá o prazo antigo, desde que transcorrido
mais de metade deste na data da entrada em vigor do novo Código. O novo prazo será
contado a partir de 11 de janeiro de 2003, desprezando-se o tempo anteriormente decor-
rido, salvo quando o não aproveitamento do prazo já decorrido implicar aumento do prazo
prescricional previsto na lei revogada, hipótese em que deve ser aproveitado o prazo já
decorrido durante o domínio da lei antiga, estabelecendo-se uma continuidade temporal.
Letra d.
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GABARITO
1. d 16. C 31. E
2. E 17. C 32. C
3. C 18. E 33. C
4. c 19. E 34. C
5. e 20. C 35. e
6. E 21. a 36. E
7. E 22. E 37. C
8. C 23. E 38. E
9. E 24. C 39. E
10. E 25. b 40. a
11. C 26. C 41. E
12. E 27. C 42. d
13. C 28. C 43. d
14. d 29. C
15. E 30. E
Carlos Elias
Consultor Legislativo do Senado Federal em Direito Civil, Processo Civil e Direito Agrário (único aprovado no
concurso de 2012). Advogado. Professor em cursos de graduação, de pós-graduação e de preparação para
concursos públicos em Brasília, Goiânia e São Paulo. Ex-membro da Advocacia-Geral da União (Advogado
da União). Ex-Assessor de Ministro do STJ. Ex-técnico judiciário do STJ. Doutorando e Mestre em Direito
pela Universidade de Brasília (UnB). Bacharel em Direito na UnB (1º lugar em Direito no vestibular da UnB
de 2002). Pós-graduado em Direito Notarial e de Registro. Pós-Graduado em Direito Público. Membro do
Conselho Editorial da Revista de Direito Civil Contemporâneo.
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