O Papel Da Psicopedagogia No Processo de Aprendizagem

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Índice

Pág.

1. Introdução............................................................................................................................1

1.1. Contextualização..........................................................................................................1

1.2. Objectivos do trabalho.................................................................................................1

1.2.1. Objectivo geral......................................................................................................1

1.2.2. Objectivos específicos..........................................................................................2

2. Metodologia do trabalho......................................................................................................3

3. Fundamentação teórica........................................................................................................4

3.1. Conceitos básicos da psicopedagogia e suas características........................................4

3.2. Papel da Psicopedagogia na prática professor..............................................................4

3.3. A prática psicopedagógica na escola............................................................................7

3.4. Dificuldades de aprendizagem.....................................................................................8

3.5. Avaliação psicopedagógica como instrumento do professor no PEA........................10

4. Conclusão..........................................................................................................................13

5. Referencias bibliográficas.................................................................................................15
1. Introdução

1.1. Contextualização
Nos últimos anos conforme mostra a literatura cientifica a psicopedagogia e a aprendizagem
passaram a ser olhadas como actividades de indivíduos ou grupos humanos, que mediante a
incorporação de informações e o desenvolvimento de experiências, promovem modificações
estáveis na personalidade e na dinâmica grupal as quais revertem no manejo instrumental da
realidade. Fortifica a ideia BOSSA (2000) que o objecto central de estudo da psicopedagogia
está se estruturando em torno do processo de aprendizagem humana: seus padrões evolutivos
normais e patológicos e a influência do meio (família, escola, sociedade) em seu
desenvolvimento.

De acordo com BOSSA (2000), a psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana, que


adveio de uma demanda o problema de aprendizagem. Como se preocupa com esse problema,
deve ocupar-se inicialmente do processo de aprendizagem, estudando assim as características
da mesma. É necessário comentar que a Psicopedagogia é comumente conhecida como aquela
que atende crianças com dificuldades de aprendizagem. É notório o facto de que as
dificuldades, distúrbios ou patologias podem aparecer em qualquer momento da vida e,
portanto, a Psicopedagogia não faz distinção de idade ou sexo para o atendimento.

KIGUEL (1983) ressalta que a Psicopedagogia encontra-se em fase de organização de um


corpo teórico específico, visando à integração das ciências pedagógicas, psicológica,
fonoaudiológica, neuropsicológica e psicolinguística para uma compreensão mais integradora
do fenômeno da aprendizagem humana.

O presente trabalho busca aferir o papel da psicopedagogia no processo de aprendizagem.


Desse jeito o trabalho busca fazer uma revisão sobre conceitos de aprendizagem e
psicopedagogia no cotidiano e as implicações destas na sociedade e no meio escolar. O
trabalho encontra-se na estrutura normal de trabalhos científicos com introdução,
metodologia, conclusões e referencias.

1.2. Objectivos do trabalho

1.2.1. Objectivo geral

 Estudar o papel da psicopedagogia no processo de aprendizagem no meio social e


escolar.

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1.2.2. Objectivos específicos
 Apresentar os conceitos de aprendizagem e psicopedagogia;
 Indicar as disposições emocionais dos alunos na escola no processo de aprendizagem;
 Caracterizar a psicopedagogia como instrumento do professor no processo de ensino-
aprendizagem;
 Explicar como o apoio psicopedagógico acontece com alunos com problemas de
aprendizagem.

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2. Metodologia do trabalho
O presente trabalho apresentou como principal técnica para materializar o trabalho a pesquisa
bibliográfica que consistiu na busca de informações relevantes face ao tema em estudo em
livros, manuais, apostilas e artigos publicados e aceites. Assim, o trabalho trata de uma
revisão e reflexão sobre o processo de ensino-aprendizagem e a psicopedagogia.

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3. Fundamentação teórica

3.1. Conceitos básicos da psicopedagogia e suas características

Segundo Botelho e Morreira (2010), a Psicopedagogia constitui-se em uma justaposição de


dois saberes - psicologia e pedagogia - que vai muito além da simples junção dessas duas
palavras. Isto significa que é muito mais complexa do que a simples aglomeração de duas
palavras, visto que visa a identificar a complexidade inerente ao que produz o saber e o não
saber. É uma ciência que estuda o processo de aprendizagem humana, sendo o seu objeto de
estudo o ser em processo de construção do conhecimento.

Segundo Moraes (2010), o papel inicial da psicopedagogia é focado no estudo do processo de


aprendizagem, diagnóstico e tratamento dos seus obstáculos.

A Psicopedagogia é uma área do saber científico que estuda os processos relacionados com a
aprendizagem humana, ou seja, visa explicar como o processo de aprendizagem ocorre
(Manual de Psicopedagogia, 2013).

A Psicopedagogia possui um enfoque interdisciplinar, abrangendo a Psicologia, a Pedagogia,


a Didáctica, a Psicanálise, a Neuropsicologia, a Sociologia, a Antropologia, dentre outras
áreas de conhecimento. Portanto, a Psicopedagogia e, em particular, a prática docente requer
saberes múltiplos provenientes de diferentes áreas científicas.

A Psicopedagogia, por outras palavras, permite estudar a pessoa e o seu meio envolvente nas
várias etapas de aprendizagem, considerando as potencialidades cognitivas, afectivas e sociais
para o melhor desenvolvimento da aprendizagem dos alunos.

O processo de aprendizagem constitui a principal finalidade da Psicopedagogia. Se o


professor é o elemento que orienta o processo de construção de conhecimento, então, pode-se
estabelecer uma relação entre este processo e o professor. E dessa relação pode-se sublinhar o
papel da Psicopedagogia no contexto da formação do professor.

3.2. Papel da Psicopedagogia na prática professor

Com as mudanças que estão ocorrendo na sociedade, como a banalização da informação, a


revolução digital, da nova política, da nova economia e dos desequilíbrios familiares, torna-se

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necessário que o professor faça dos conteúdos habituais de suas disciplinas instrumentos, que
além de qualificarem para a vida, estimulem capacidade e competências, com o intuito de
estimular todas as inteligências de seus alunos (Antunes, 2002, p.47).

O professor deve se reconstruir, criando no aluno um ser crítico, auxiliando na formação de


sua personalidade. Valorizando a luta pelo seu espaço na sociedade, derrubando barreiras e
vencendo obstáculos que a vida possa lhe proporcionar. Se os docentes têm a intenção de
estimular em seus alunos o amor pelo saber e o respeito pela diversidade e criação, devem
buscar o contraste crítico e reflexivo (Gómez, 2001, p.304). Segundo Pombo (2000, p.80), o
educador deveria ter por objetivo preparar adultos livres de traumas psicológicos, pessoas que
não estivessem intencionadas de tirar dos outros a felicidade que delas próprias foi retirada.

Segundo o Manual de Psicopedagogia (2013), a Psicopedagogia desempenha um papel


relevante na prática docente, porque:
 É base para a organização lógica e racional das actividades do professor e dos
alunos.

Significa que na planificação de qualquer conteúdo, é necessário partir do simples para o


complexo. Por exemplo, para o ensino da escrita e do cálculo iniciais, começa-se pela
motricidade fina, que consiste em cobrir tracejados, para treinar a destreza e a coordenação
motora das crianças. A intervenção do professor no apoio à criança neste processo é
fundamental;

Além disso é o meio através do qual o professor desenvolve competências para a planificação


de aulas, de acordo com as condições concretas, dos conteúdos e dos objectivos da
aprendizagem.

O Manual da Psicopedagogia (2013), acentua que a aula é conduzida em função das


condições concretas existentes na escola (contexto cultural, regional, tempo, recursos de
aprendizagem, número de alunos, tipo de turma, etc.). Por exemplo: quando se planifica na
zona rural uma aula sobre frutas, o melhor exemplo a dar deve ser de acordo com a fruta que
exista nessa zona.

 É a base para a compreensão sistemática dos alunos pelos professores.
Uma das matérias estudadas na Psicopedagogia é o desenvolvimento do processo de
aprendizagem do indivíduo. Com este conhecimento, o professor deve ser capaz de adequar
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os conteúdos de aprendizagem ao nível do desenvolvimento cognitivo, afectivo e psicomotor
do aluno. Neste contexto, a Psicopedagogia deve ajudar também os professores a
compreender melhor as diferenças no desenvolvimento (cognitivo, emocional,
comportamental e social) das alunas e dos alunos (Manual de Psicopedagogia, 2013).

Assim, na primeira e segunda classes não se deve usar, com maior frequência, conceitos
abstractos como o ar, sem dar exemplo das suas manifestações para facilitar a compreensão.
Mas já na a partir da terceira classe é possível explicar alguns conceitos abstractos, porque o
nível de desenvolvimento cognitivo do aluno está preparado para conteúdos que exijam
abstracção.

 É fundamental para o esclarecimento das dificuldades de aprendizagem que não


têm como causa, apenas, deficiências do aluno, mas que são consequência de
problemas escolares.
Significa que os alunos apresentam, naturalmente, sucessos e/ou insucessos na aprendizagem.
As causas desse desempenho podem ser do próprio aluno, do professor ou do meio onde a
aprendizagem ocorre. Cabe ao professor e à Direcção da escola, em cooperação com os pais e
encarregados de educação, desenvolver acções que contribuam para a prevenção, remediação
e superação das dificuldades de aprendizagem que possam ocorrer com um aluno ou grupo de
alunos e, sempre que necessário, envolver uma equipa multidisciplinar. Estas actividades
podem ser realizadas na concentração, na sala de aulas, nas reuniões com os pais e
encarregados de educação, nas visitas às casas dos alunos, ao nível do Conselho da Escola,
bem como nos debates entre professores.

 É relevante para a análise de factores que favorecem ou prejudicam a


aprendizagem numa instituição.
Significa que é necessário conhecer os aspectos psicológicos que interferem no processo de
aprendizagem, nomeadamente: a atenção;, a memória;, o pensamento;, a percepcão;, as
sensações;, os sentimentos;, a linguagem;, o carácter;, a motivação, entre outros. Estes
aspectos são determinantes no processo de aprendizagem e, assim, o professor deve
reconhecer os pressupostos necessários para que todos os alunos desenvolvam o seu potencial
máximo de aprendizagem.

 É a base para auxiliar o professor no desenvolvimento de projectos favoráveis às


mudanças educacionais, visando evitar dificuldades de aprendizagem.

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O aluno é parte integrante da escola. Assim sendo, deve ser envolvido nas actividades da
escola, tais como, a higiene escolar, a produção escolar, as actividades desportivas e culturais,
de modo a aliar a teoria e a prática, mas também como forma de o ajudar a desenvolver
actividades que concorram para o seu bem- estar, evitando comportamentos desajustados.
Neste contexto, o papel do professor é o de reconhecer da relevância que este tipo de
ocupação tem para o desenvolvimento da personalidade do aluno.

 O professor será capaz de promover o desenvolvimento psicomotor e social da


criança.
O professor tem como papel principal criar e estimular um ambiente educativo. O ensino tem
de se processar através da coordenação e acompanhamento das informações (conteúdos),
devendo fornecer os contextos e o conhecimento base que promovam uma verdadeira
autonomia. Assim, é necessário que o ensino seja orientado à resolução de problemas, que
exijam experimentação, para que a aprendizagem seja realmente significativa.

3.3. A prática psicopedagógica na escola

Segundo Botelho e Morreira (2010) a prática psicopedagógica na escola implica num trabalho
de caráter preventivo e de acessoramento no contexto educacional. Segundo Bossa, “pensar a
escola à luz da Psicopedagogia, significa analisar um processo que inclui questões
metodológicas, relacionais e socioculturais, englobando o ponto de vista de quem ensina e de
quem aprende, abrangendo a participação da família e da sociedade”.

Na prática pedagógica, é essencial que se considere as relações entre produção escolar e as


oportunidades reais que a sociedade dá às diversas classes sociais. A escola e a sociedade não
podem ser vistas isoladamente, pois o sistema de ensino (público ou privado) reflete a
sociedade na qual está inserido. Observa-se que alunos de baixa renda ainda são
estigmatizados, na questão do aprendizado, como deficientes (Botelho & Morreira, 2010).

A escola caracteriza-se como um espaço concebido para realização do processo de


ensino/aprendizagem do conhecimento historicamente construído; lugar no qual, muitas
vezes, os desequilíbrios não são compreendidos (Gasparian, 1997, p.24 como citado em
Botelho & Morreira, 2010).

Ao chegar numa instituição escolar, muitos acreditam que o psicopedagogo vai solucionar
todos os problemas existentes (dificuldade de aprendizagem, evasão, indisciplina, desestimulo
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docente, entre outros). No entanto, o psicopedagogo não vem com as respostas prontas. O que
vai acontecer será um trabalho de equipe, em parceria com todos que fazem a escola
(gestores, equipe técnica, professores, alunos, pessoal de apoio, família). O psicopedagogo
entra na escola para ver o “todo” da instituição (Manual de Psicopedagogia, 2013).

Barbosa afirma que “a escola caracteriza-se como um espaço concebido para realização do


processo de ensino/aprendizagem do conhecimento historicamente construído; lugar no qual,
muitas vezes, os desequilíbrios não são compreendidos”. A aprendizagem escolar, durante
várias décadas, foi vista como algo distante do prazer e entendida como um mal necessário.
Então, o grande desafio das escolas, nos dias de hoje, é despertar o desejo dos alunos para que
possam sentir prazer no aprender.

Barbosa ressalta, que “a Psicopedagogia, como área que estuda o processo


ensino/aprendizagem, pode contribuir com a escola na missão de resgate do prazer no ato de
aprender e da aprendizagem nas situações prazerosas”. O psicopedagogo sabe que para
aprender são necessárias condições cognitivas (abordar o conhecimento), afetivas (estabelecer
vínculos), criativas (colocar em prática) e associativas (para socializar).

Segundo Botelho e Morreira (2010), deve-se estar atento frente às grandes mudanças que
ocorreram nas propostas educacionais. Atualmente, o conhecimento científico só tem sentido
se for ligado ao social, engajado ao cotidiano, onde através dele se possa encontrar soluções.
A reforma educacional brasileira é extremamente exigente. Os paradigmas dessa reforma
estão centrados na verdade aberta, no conhecimento múltiplo, transdisciplinar. As mudanças
não acontecem na mesma proporção, nem na mesma velocidade. A apropriação leva um
tempo até ser introspectada, compreendida e colocada em prática. As mudanças (a introdução
no novo) num ambiente escolar têm que ser escalonadas e sucessivas, priorizando-se e
hierarquizando-se as ações.

Barbosa ratifica que a atuação psicopedagógica junto a um grupo ou instituição, para ser


operante precisa interpretar os papéis desempenhados, a forma como foram atribuídos e
assumidos, assim como as expectativas que se encontram latentes neste movimento de atribuir
e aceitar o papel. [...] A tarefa de cada um deve estar voltada para o aprender, desde a direção
até a portaria ou o serviço de limpeza.

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3.4. Dificuldades de aprendizagem

Entende-se por dificuldades de aprendizagem a incapacidade apresentada por alguns


indivíduos diante de situações novas, desencadeadas por diversos fatores. As dificuldades de
aprendizagem não são uma exceção no sistema educacional. O insucesso da criança, muitas
vezes rotulado de dislexia, é também o resultado de outros insucessos sociais, políticos,
culturais, educacionais pedagógicos, dentre outros. Considerar esses transtornos de aquisição
um problema estritamente da criança é ignorar os reflexos das dificuldades de ensino. O
estudioso Kirk (1962, p.263), define de aprendizagem:

Uma dificuldade de aprendizagem refere-se a um retardamento, transtorno, ou


desenvolvimento lento em um ou mais processos da fala, linguagem, leitura, escrita ou outras
áreas cognitivas, resultantes de uma deficiência causada por uma possível disfunção cerebral
ou alteração emocional ou condutual. Não é o resultado de retardamento mental, deprivação
sensorial ou fatores culturais e instrucionais.

Conforme Assunção (2011) “as dificuldades podem advir de fatores orgânicos ou mesmo
emocionais e é importante que sejam descobertas a fim de auxiliar o desenvolvimento do
processo educativo, percebendo se estão associadas à preguiça, cansaço, sono, tristeza,
agitação, desordem, dentre outros, considerados fatores que também desmotivam o
aprendizado. A dificuldade mais conhecida e que vem tendo grande repercussão na atualidade
é a dislexia, porém, é necessário estarmos atentos a outros sérios problemas: disgrafia,
discalculia, dislalia, disortografia e o TDAH” (Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade).

Dislexia é a dificuldade que aparece na leitura, impedindo o aluno de ser fluente, pois faz
trocas ou omissões de letras, inverte sílabas, apresenta leitura lenta, dá pulos de linhas ao ler
um texto, etc. Estudiosos afirmam que sua causa vem de fatores genéticos, mas nada foi
comprovado pela medicina. Disgrafia normalmente vem associada à dislexia, porque se o
aluno faz trocas e inversões de letras, consequentemente encontra dificuldade na escrita. Além
disso, está associada a letras mal traçadas e ilegíveis, letras muito próximas e desorganização
ao produzir um texto.

Já a discalculia é a dificuldade para cálculos e números, de um modo geral os portadores não


identificam os sinais das quatro operações e não sabem usá-los, não entendem enunciados de
problemas, não conseguem quantificar ou fazer comparações, não entendem sequências
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lógicas. Esse problema é um dos mais sérios, porém ainda pouco conhecido. Dislalia é a
dificuldade na emissão da fala, apresenta pronúncia inadequada das palavras, com trocas de
fonemas e sons errados, tornando-as confusas. Manifesta-se mais em pessoas com problemas
no palato, flacidez na língua ou lábio leporino.

Os problemas de aprendizagem podem ser classificados em sintoma, inibição cognitiva e


reativa. Nos dois primeiros casos, as origens e causas encontram-se ligadas à estrutura
individual e familiar do indivíduo que “fracassa” em aprender. No último, relacionam-se ao
contexto socioeducativo. Ou seja, a questões didáticas, metodológicas, avaliativas,
relacionais. É importante salientar que nos problemas de aprendizagem reativos o fracasso
escolar pode demandar redimensionamento que englobe desde órgãos superiores responsáveis
pela educação no país até as salas de aula (Nunes, 1997, p.21).

A disortografia é a dificuldade na linguagem escrita e também pode aparecer como


consequência da dislexia. Suas principais características são: troca de grafemas, desmotivação
para escrever, aglutinação ou separação indevida das palavras, falta de percepção e
compreensão dos sinais de pontuação e acentuação. O Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade é um problema de ordem neurológica, que traz consigo sinais evidentes de
inquietude, desatenção, falta de concentração e impulsividade. Hoje em dia é muito comum
vermos crianças e adolescentes sendo rotulados como DDA (Distúrbio de Déficit de
Atenção), porque apresentam alguma agitação, nervosismo e inquietação, fatores que podem
advir de causas emocionais.

Professores podem ser os mais importantes no processo de identificação e descoberta desses


problemas, porém não possuem formação específica para fazer tais diagnósticos, que devem
ser feitos por médicos, psicólogos e psicopedagogos. O papel do professor se restringe em
observar o aluno e auxiliar o seu processo de aprendizagem, tornando as aulas mais motivadas
e dinâmicas, não rotulando o aluno, mas dando-lhe a oportunidade de descobrir suas
potencialidades. É importante que esse diagnóstico seja feito por um médico e outros
profissionais capacitados.

3.5. Avaliação psicopedagógica como instrumento do professor no PEA

A avaliação psicopedagógica é um dos componentes críticos da intervenção psicopedagógica,


pois nela se fundamenta as decisões voltadas à prevenção e solução das possíveis dificuldades
dos alunos, promovendo melhores condições para o seu desenvolvimento (Moraes, 2010).
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Segundo Moraes (2010), a avaliação psicopedagógica envolve:
a) A identificação dos principais fatores responsáveis pelas dificuldades da criança.
Precisamos determinar se trata-se de um distúrbio de aprendizagem ou de uma
dificuldade provocada por outros fatores (emocionais, cognitivos, sociais...). Isto
requerer que sejam coletados dados referente à natureza da dificuldade apresentada
pela criança, bem como que se investigue a existência de quadros neuropsiquiátricos,
condições familiares, ambiente escolar e oportunidades de estimulação oferecidas pelo
meio a que a criança pertence;
b) O levantamento do repertório infantil relativo as habilidades acadêmicas e cognitivas
relevantes para a dificuldade de aprendizagem apresentada, o que inclui:
conhecimento, pelo profissional, do conteúdo acadêmico e da proposta pedagógica, à
qual a criança está submetida; investigação de repertórios relevantes para a
aprendizagem, como a atenção, hábitos de estudos, solução de problemas,
desenvolvimento psicomotor, linguístico, etc.; avaliação de pré-requisitos e/ou
condições que facilitem a aprendizagem dos conteúdos; identificação de padrões de
raciocínio utilizados pela criança ao abordar situações e tarefas acadêmicas, bem como
déficits e preferências nas modalidades percentuais etc;
c) A identificação de características emocionais da criança, estímulos e esquemas de
reforçamento aos quais responde e sua interação com as exigências escolares
propriamente ditas. Ela deve ser um processo dinâmico, pois é nela que são tomadas
decisões sobre a necessidade ou não de intervenção psicopedagógica. Ela é a
investigação do processo de aprendizagem do indivíduo visando entender a origem da
dificuldade e/ou distúrbio apresentado. Inclui entrevista inicial com os pais ou
responsáveis pela criança, análise do material escolar, aplicação de diferentes
modalidades de atividades e uso de testes para avaliação do desenvolvimento, áreas de
competência e dificuldades apresentadas. Durante a avaliação podem ser realizadas
atividades matemáticas, provas de avaliação do nível de pensamento e outras funções
cognitivas, leitura, escrita, desenhos e jogos.

Segundo Coll e Martín (2006) como citado em Moraes (2010), avaliar as aprendizagens de
um aluno equivale a especificar até que ponto ele desenvolveu determinadas capacidades
contempladas nos objetivos gerais da etapa. Para que o aluno possa atribuir sentido às novas
aprendizagens propostas, é necessária a identificação de seus conhecimentos prévios,
finalidade a que se orienta a avaliação das competências curriculares.
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Enumera Moraes (2010), alguns instrumentos de avaliação, a indicar: escrita livre e dirigida,
visando avaliar a grafia, ortografia e produção textual (forma e conteúdo); leitura
(decodificação e compreensão); provas de avaliação do nível de pensamento e outras funções
cognitivas; cálculos; jogos simbólicos e jogos com regras; desenho e análise do grafismo.
Conforme Coll; Marchesi; Palacios (2007) como citados em Moraes (2010), a avaliação
psicopedagógica irá fornecer informações importantes em relação as necessidades dos seus
alunos, bem como de seu contexto escolar, familiar e social, e ainda irá justificar se há ou não
necessidade de introduzir mudanças na oferta educacional.

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4. Conclusão
Findo o trabalho pode se concluir que a Psicopedagogia é uma área curricular que estuda os
processos de aprendizagem humana, ou seja, interpreta e explica como o processo de
construção do conhecimento ocorre nos indivíduos. O conhecimento da Psicopedagogia ajuda
o professor a compreender a maneira como o indivíduo aprende, as condições necessárias
para aprender, o que aprende e o que permite que ele realmente aprenda.

A psicopedagogia ela permite que o professor tenha o conhecimento para investigar a


natureza das finalidades da educação numa determinada sociedade, bem como os meios
apropriados para a formação dos indivíduos, tendo em vista a sua preparação para as tarefas
da vida social. Portanto, a Psicopedagogia é uma componente indispensável na condução do
processo de ensino-aprendizagem, porque permite ao professor desenvolver a dimensão
teórica ou explicativa, prática e tecnológica do processo de ensino-aprendizagem.

Este trabalho abordou a importância do Psicopedagogo – o professor neste caso, pois essa
profissão amplia a apresentação completa e resume os procedimentos básicos da acção
psicopedagógica. E também as funções multidisciplinar que esse profissional exerce, pois é
um profissional que dentro de seus limites e de sua especificidade, pode ajudar a escola a
remover obstáculos que se interpõem entre os sujeitos e o conhecimento e a formar cidadãos
por meio da construção de práticas educativas que favoreçam processos de humanização e
reapropriação da capacidade de pensamento crítico.

Sobre ser professor o trabalho explicitou que o mesmo deve está preparado e ciente de sua
principal função e responsabilidade, que é a de auxiliar na construção do aluno e não apenas
um transmissor de conteúdos do currículo escolar. Portanto, os alunos não ficarão retidos
somente em conteúdos, mas se preocuparão com a postura que devem ter para se relacionar
com o conhecimento. Desta forma, considera-se que os educadores são responsáveis pelo
saber-fazer em seu contexto educacional, construirão alunos e se construirão numa relação
permanente e diária fundamentada na consciência crítica, reflexiva e política, em que,
cidadãos se transformarão e transformarão a sociedade, com novos olhares, novos
pensamentos pautados num progresso pátrio.

A Psicopedagogia, na instituição escolar, tem uma função complexa e por isso provoca
algumas distorções conceituais quanto às atividades desenvolvidas pelo psicopedagogo.
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5. Referencias bibliográficas
Moraes, D. N. M. (2010). Diagnostico e avaliação psicopedagógica. Revista Do IDEAU, v.5,
n.10.

BOSSA, Nádia Aparecida. (2000). A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da


prática. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul.

BOSSA, Nádia Aparecida. (2007). A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da


prática. RS: Artmed.

COLL, César; MARTÍN, Emília. (2006). O construtivismo na sala de aula. 6. Ed. Itapecerica:
Editora Ática.

Manual de Psicopedagogia. (2013). Modulo 6: avaliação do processo de aprendizagem.


Disponível em: Sumário (mined.gov.mz) acedido aos 27 de Setembro de 2022.

Manual de Psicopedagogia. (2013). Modulo 1: a psicopedagogia na formação do professor.


Disponível em: Sumário (mined.gov.mz) acedido aos 27 de Setembro de 2022.

Botelho, S. B. & Moreira, M. A. A. (2010). O papel do psicopedagogo o na instituição


escolar. Disponível em: ARTIGO O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO NA INSTITUICAO
ESCOLAR.doc 30.07.19 CORRIGIDO correto. (minerva.edu.py)

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