Aula1 - Introdução À Anatomia e Fisiologia

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Centro de Educação Profissional Articulado do Guará

Disciplina: Anatomia e Fisiologia


Curso Técnico em Enfermagem
Professora: Biom. Drª Elaine Nascimento Aquino

Aula 1 – Introdução à Anatomia

Introdução:
A anatomia é a ciência que estuda as estruturas do corpo e as correlações entre
elas. A anatomia foi estudada inicialmente por dissecação, consiste em separar ou abrir
organismo mortos com intuito de estudar diferentes órgãos ou outras peças. Atualmente,
inúmeras técnicas de imagem também contribuem para o avanço do conhecimento
anatômico. O termo anatomia vem do grego ana, que significa “em partes”, e tomein, que
significa “cortar”, isto é, cortar as estruturas em partes. É o ramo da Biologia no qual se
estudam a estrutura e a organização dos seres vivos tanto externa quanto internamente.
Enquanto a anatomia lida com as estruturas do corpo, a fisiologia é a ciência que estuda
as funções do corpo – como as partes do corpo funcionam.

Nível de organização estrutural


Os níveis de organização de um idioma – as letras, as palavras, as frases, os
parágrafos e assim por diante – podem ser comparados aos níveis de organização do corpo
humano. A exploração pelo corpo humano se estenderá desde átomos e moléculas até a
pessoa como um todo. Do menor para o maior, seis níveis de organização ajudam a
compreender a anatomia e a fisiologia: os níveis químico, celular, tecidual, orgânico,
sistêmico e organísmico (Figura 1).

Nível químico. Esse nível muito básico pode ser comparado às letras do alfabeto e
inclui os átomos, as menores unidades da matéria que participam de reações químicas, e
as moléculas, dois ou mais átomos ligados entre si. Alguns átomos, como o carbono (C),
o hidrogênio (H), o oxigênio (O), o nitrogênio (N), o fósforo (P), o cálcio (Ca) e o enxofre
(S), são essenciais para a manutenção da vida. Duas moléculas conhecidas encontradas
no corpo humano são o ácido desoxirribonucleico (DNA), o material genético passado de
geração em geração, e a glicose, conhecida comumente como açúcar do sangue.

Nível celular. As moléculas se combinam para formarem células, as unidades


estruturais e funcionais básicas de um organismo, compostas por moléculas. Do mesmo
modo que as palavras são os menores elementos de um idioma que fazem sentido, as
células são as menores unidades vivas do corpo humano. Entre os muitos tipos de células
no corpo humano estão as células musculares, as células nervosas e as células epiteliais.
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A Figura 1 apresenta uma célula muscular lisa, um dos três tipos de células musculares
do corpo.

Nível tecidual. Os tecidos são grupos de células mais o material que as circundam,
atuando em conjunto para executar uma função específica, do mesmo modo que as
palavras são colocadas juntas formando frases. Existem apenas quatro tipos básicos de
tecidos em nosso corpo: o tecido epitelial, o tecido conjuntivo, o tecido muscular e o
tecido nervoso. O tecido epitelial cobre todas as superfícies do corpo, reveste órgãos ocos
e cavidades e forma glândulas. O tecido conjuntivo conecta, dá sustentação e protege os
órgãos do corpo, enquanto distribui os vasos sanguíneos para outros tecidos. O tecido
muscular contrai-se para fazer com que as partes do corpo se movam e produzam calor.
O tecido nervoso transmite informação de uma parte do corpo para outra por meio de
impulsos nervosos. A Figura 1 mostra o tecido muscular liso, que consiste em células
musculares lisas altamente justapostas.

Nível orgânico. No nível orgânico, diferentes tipos de tecidos são mantidos juntos.
Semelhante à relação entre as frases e os parágrafos, os órgãos são as estruturas
compostas por dois ou mais tipos de tecidos; desempenham funções específicas e, em
geral, têm formatos reconhecíveis. Exemplos de órgãos incluem o estômago, a pele, os
ossos, o coração, o fígado, os pulmões e o encéfalo. A Figura 1 apresenta como vários
tecidos compõem o estômago. O revestimento externo do estômago é uma camada de
tecido epitelial e de tecido conjuntivo que reduz o atrito quando o estômago se move e é
pressionado contra outros órgãos. Abaixo dela se encontram três camadas de um tipo de
tecido muscular chamado tecido muscular liso, que se contrai para agitar e misturar os
alimentos e, então, empurrá-los para o próximo órgão digestório, o intestino delgado. O
seu revestimento mais interno é a camada de tecido epitelial, que produz líquido e
substâncias químicas responsáveis pela digestão no estômago.

Nível sistêmico. Um sistema (ou capítulo em nossa analogia linguística) consiste


em órgãos relacionados (parágrafos) com uma função em comum. Um exemplo do nível
sistêmico, também chamado nível orgânico-sistêmico, é o sistema digestório, que digere
e absorve os alimentos. Seus órgãos incluem a boca, as glândulas salivares, a faringe, o
esôfago, o estômago, o intestino delgado, o intestino grosso, o fígado, a vesícula biliar e
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o pâncreas. Algumas vezes, um órgão pertence a mais de um sistema. O pâncreas, por


exemplo, é parte tanto do sistema digestório quanto do sistema endócrino.

Nível organísmico. Um organismo, qualquer ser vivo, pode ser comparado a


um livro em nossa analogia. Todas as partes do corpo humano, funcionando em conjunto,
constituem o organismo total.

Figura 1: Os níveis de organizações estruturais.

Tipos de anatomia

Por meio dos estudos, das descobertas e do desenvolvimento da anatomia, algumas


áreas especializaram-se, como é o caso da citologia, da histologia e da embriologia, embora
ainda continuam ramos da anatomia. À medida que as ciências foram se desenvolvendo, as
maneiras de estudar anatomia também se modificaram, de acordo com a necessidade de cada
especialidade.
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1. Anatomia sistêmica: estuda-se macroscopicamente cada um dos sistemas que


formam o corpo humano, como o sistema esquelético, articular, digestório, urinário,
genital, endócrino, sensorial e tegumentar.
2. Anatomia topográfica: é o estudo da anatomia por regiões e camadas, das
estruturas mais superficiais às mais profundas. É uma anatomia cirúrgica.
3. Anatomia radiológica: estuda o corpo humano por meio de imagens
radiológicas.
4. Anatomia comparativa: procura comparar as estruturas morfológicas de
indivíduos de diferentes espécies.
5. Anatomia aplicada: envolve o estudo da aplicação prática das estruturas e dos
órgãos conhecidos. É de fundamental interesse na área da medicina e da patologia.

Terminologia anatômica básica


◦ Descrever a posição anatômica.
◦ Relacionar os nomes anatômicos e os nomes comuns correspondentes para várias
regiões do corpo. humano.
◦ Definir os planos e cortes anatômicos e os termos de posição e direção utilizados
para descrever o corpo humano.
◦ Destacar as principais cavidades do corpo, os órgãos que elas contêm e seus
revestimentos associados.

Posição Anatômica
Na posição anatômica, a pessoa encontra-se de pé de frente para o observador,
com a cabeça e os olhos voltados para frente. Os membros inferiores estão paralelos e os
pés apoiados no chão e direcionados para frente. Os membros superiores estão ao lado do
corpo, com as palmas voltadas para frente, Figura 2.
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Figura 2: Posição Anatômica

Divisão do corpo humano


O corpo humano é dividido em:
 Cabeça ou Cefálica;
 Pescoço ou Cervical;
 Tronco (tórax, abdome, pelve e dorso);
 Membros (superiores e inferiores).
Os membros, por sua vez, são divididos em raiz e parte livre.

- Raiz: ombros.
 Membros superior
- Parte livre: braço, antebraço e mão

- Raiz: ossos do quadril


 Membros inferiores
- Parte livre: coxa, perna e pé.

Cavidade corporais
As cavidades corporais são espaços que envolvem os órgãos internos. Ossos,
músculos, ligamentos e outras estruturas separam as diversas cavidades umas das outras.
Aqui nós discutiremos as várias cavidades corporais (Figura 3).
Os ossos do crânio formam um espaço oco na cabeça chamado cavidade do crânio,
que contém o encéfalo. Os ossos da coluna vertebral formam o canal vertebral, que
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contém a medula espinal. A cavidade do crânio e o canal vertebral são contínuos. Três
camadas de tecido protetor, as meninges, e um líquido absorvedor de impactos cercam o
encéfalo e a medula espinal.
As principais cavidades do tronco são as cavidades torácica e abdominopélvica.
A cavidade torácica é formada pelas costelas, músculos do tórax, esterno e pela parte
torácica da coluna vertebral. Na cavidade torácica se encontram a cavidade do
pericárdio, um espaço preenchido por líquido que contorna o coração, e dois espaços
preenchidos por líquido chamados cavidades pleurais, um ao redor de cada pulmão. A
parte central da cavidade torácica é uma região anatômica chamada mediastino. Ele se
encontra entre os pulmões, desde o esterno até a coluna vertebral e desde a primeira
costela até o diafragma. O mediastino contém todos os órgãos torácicos com exceção dos
pulmões. Entre as estruturas do mediastino se encontram o coração, o esôfago, a traqueia,
o timo e vários vasos sanguíneos calibrosos que entram e saem do coração.
O diafragma é um músculo cupuliforme que separa a cavidade torácica da cavidade
abdominopélvica.
A cavidade abdominopélvica estende-se do diafragma até a região inguinal e é
cercada pela parede muscular abdominal e pelos ossos e músculos da pelve. Como seu
nome sugere, a cavidade abdominopélvica é dividida em duas partes, embora não exista
uma separação. A parte superior, a cavidade abdominal, contém o estômago, o pâncreas,
o fígado, a vesícula biliar, o intestino delgado e a maior parte do intestino grosso. A parte
inferior, a cavidade pélvica, contém a bexiga urinária, partes do intestino grosso e os
órgãos genitais internos. Os órgãos localizados nas cavidades torácica e abdominopélvica
são chamados vísceras.
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Figura 3: Cavidades corporais

Termos direcionais
A maioria dos termos direcionais utilizados para descrever a correlação entre uma
parte do corpo com outra pode ser agrupada em pares com significados opostos. Por
exemplo, superior significa na direção da parte de cima do corpo e inferior significa na
direção da parte de baixo do corpo. É importante compreender que os termos direcionais
têm significados relativos; eles só fazem sentido quando utilizados para descrever a
posição de uma estrutura em relação à outra. Por exemplo, o joelho é superior ao
tornozelo, embora ambos estejam localizados na metade inferior do corpo. Estude os
termos direcionais adiante e o exemplo de como cada um é utilizado. Conforme você lê
os exemplos, observe a Figura 4 para ver a localização de cada estrutura.
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Figura 4: Termos direcionais.

Planos e secções
Você também estudará as partes do corpo em relação aos planos, superfícies
planas imaginárias que atravessam o corpo (Figura 5). Um plano sagital é um plano
vertical que divide o corpo ou um órgão nos lados direito e esquerdo. Mais
especificamente, quando um plano sagital atravessa as linhas medianas anterior e
posterior do corpo ou de um órgão,2 dividindo-o em lados direito e esquerdo iguais, ele é
chamado plano mediano. As linhas medianas anterior e posterior são linhas verticais
imaginárias que dividem o corpo em lados direito e esquerdo iguais anterior e
posteriormente. Se o plano sagital não for o plano mediano, mas dividir o corpo ou o
órgão em lados direito e esquerdo desiguais, ele é chamado plano paramediano.
Um plano frontal ou coronal divide o corpo ou um órgão em partes anterior (frontal) e
posterior (dorsal). Um plano transverso divide o corpo ou um órgão em partes superior
e inferior. Outros nomes para o plano transverso são plano horizontal ou plano axial.
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Os planos sagital, frontal e transverso se encontram todos em ângulos retos um em relação


ao outro. Um plano oblíquo, por sua vez, atravessa o corpo ou um órgão em um ângulo
oblíquo (qualquer ângulo diferente de 90°).

Figura 4: Planos e secções

Movimento do corpo

Flexão – Movimento no plano sagital, em que dois segmentos do corpo (proximal


e distal) aproximam-se um do outro, Figuras 5 e 6.

Extensão – Movimento no plano sagital, em que dois segmentos do corpo


(proximal e distal) afastam-se um do outro, Figuras 5 e 6.
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Figura 5 e 6: Flexão e extensão

Abdução – Movimento no plano frontal, quando um segmento move-se para


longe da linha sagital (mediana) do corpo, Figura 7.

Adução – Movimento no plano frontal, a partir de uma posição de abdução


quando o segmento volta para a posição anatômica, Figura 7.

Figura 7: Abdução e adução

Elevação – Movimento no plano frontal onde a estrutura move-se no sentido


superior (para cima ou cranial).
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Depressão ou abaixamento – Movimento no plano frontal onde a estrutura


move-se no sentido inferior (para baixo ou caudal) ou retorno à posição inicial antes da
elevação.

Figura 8: Elevação e depressão

Circundução – Movimento circular de um membro que descreve um cone, em


torno de um centro ou de um eixo, combinado os movimentos de flexão, extensão,
abdução e adução, ou desvios laterais.

Rotação lateral ou externa – Movimento no plano horizontal, em que a face


anterior da estrutura volta-se para o plano lateral do corpo.

Rotação medial ou interna – Movimento no plano horizontal, em que face


anterior da estrutura volta-se para o plano mediano do corpo.

Figura 9: Circundução e rotação


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Pronação – Movimento de rotação do antebraço pelo qual a palma da mão torna-


se inferior ou posterior, Figura 10.

Supinação – Movimento de rotação do antebraço pelo qual a palma da mão torna-


se superior ou anterior, Figura 10.

Figura 10: Pronação e supinação.

Referências Bibliográfica:

1 - TORTORA, G. J; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. Rio


de Janeiro; Guanabara Koogan, 2016.

2 - Apostila: MEDEIRO, J.T.; Anatomia Humana. Distrito Federal; Centro de


Educação Articulado do Guará, 2017.

3 - Disponível em 08/02/2019:
https://anatomia-papel-e-caneta.com/movimentos-do-corpo-humano/
4 - Disponível em 08/02/2019:
https://educacaofisicaconceitos.blogspot.com/2015/12/supinacao-e-
pronacao.html?m=1

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