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I.

Vários tópicos

a) As primeira e segunda associações de resistências podem ser simplificadas


sendo a resistência equivalente, em ambos os casos, igual a R:

R R
2 R
R

R R 2 R

R R
R /2 R /2 R

R R

Na terceira situação deve reconhecer-se que na resistência do meio não passa


corrente (os pontos A e B estarão sempre ao mesmo potencial) pelo que se cai
numa das situações anteriores:

A
R R
R
R

R R
B

b) Na situação (i), as forças que se exercem sobre o bloco A são a força gravítica,
Fg = mg, e a força elástica, Fe = k(l1-l0). Da igualdade destas duas forças,
Fg =Fe , resulta

mg
l1 = l 0 +
k F e

)
F g

Na situação (ii) há N forças elásticas (todas iguais) que se exercem sobre o


bloco B, cuja resultante, de valor N k (lN - l0), iguala a força gravítica de valor
mg, donde
mg
l N = l0 + .
Nk
c) A energia adquirida por um electrão sujeito quando está sujeito a uma
diferença de potencial de 1 MV é 1 MeV. Como o electrão está inicialmente
em repouso, aquela é a energia cinética da partícula, T, depois de atravessar o
primeiro dispositivo. A sua energia total é a soma da energia cinética e da
energia em repouso,

E = me c2 + T = 0,51 + 1 = 1,51 MeV.

Em cada volta o electrão adquire uma energia de 10 MeV. Após 5 voltas a sua
energia total é (está a desprezar-se a energia radiada nas partes curvas do
acelerador)

E = 0,51 + 50 = 50,51 MeV.

A velocidade do electrão obtém-se a partir da expressão

me c 2
E=
2
⎛v⎞
1− ⎜ ⎟
⎝c⎠
substituindo valores,
0,51
50,51 = ⇔ v = 0,99995 c.
2
⎛v⎞
1− ⎜ ⎟
⎝c⎠
O momento linear, que se obtém a partir de E2=c2p2+me2 c4, é

2
⎛E⎞ E
p = ⎜ ⎟ − me c 2 ≈ = 50,51 MeV/c .
2

⎝c⎠ c
A partícula é ultra-relativista.
v
d) A força a que uma partícula de carga q e velovidade v fica sujeita na presença
v
de um campo de indução magnética B é
v v v
Fm = q v × B .

Considerando que o movimento dos electrões no acelerador é no sentido


contrário ao dos ponteiros do relógio, o campo de indução magnética deve ser
perpendicular ao plano do papel e aponta para fora (o electrão tem carga
negativa!), como se mostra na figura, tanto num como no outro troço circular
do acelerador.
B

B
R

B B

B e le c trõ e s B B

Na verdade, um campo de indução magnética com esta orientação cria uma


força centrípeta no electrão de valor F = |q|vB (a velocidade e o campo são
perpendiculares). Como, por outro lado, a força centrípeta é dada por
F=mev2/R, da igualdade das duas expressões resulta

me v
B= .
|q|R

e) O campo produzido por um plano infinito carregado uniformemente com


densidade superficial de carga σ pode ser obtido a partir do Teorema de Gauss.
Por simetria o campo é perpendicular ao plano. Tomando para superfície de
Gauss uma superfície cilíndrica de área de base S e altura h, o Teorema de
Gauss
v v Q

S
E ⋅ dS =
ε0

resulta na seguinte expressão (o fluxo do campo eléctrico através da superfície


lateral do cilindro é zero)

2 E S = σ S / ε0 .

donde se conclui que


h /2
σ S
E= . h /2
2ε 0 S
Veja-se que este campo é S
independente da distância ao
plano. E

Cada plano representado na figura do problema cria um campo deste tipo.


Assim, o plano horizontal mais acima cria o campo
v
E = E ê y (acima desse plano)
e o campo
v
E = − E ê y (abaixo desse plano).

Outro exemplo ainda. O plano carregado com carga negativa cria os campos
v
E = E ê x (à esquerda desse plano)
e o campo v
E = − E ê x
(à direita desse plano).
Consideremos então as nove regiões do espaço indicadas na figura.

I II III

+ s
ê y
IV V V I
ê x

+ s
V II V III IX
+ s - s

Em cada uma destas regiões têm-se os campos eléctricos:


v
Região I: E = 2 E ê y
E = 2 E (ê y + ê x )
v
Região II:
v
Região III: E = 2 E ê y
v
Região IV: E =0
v
Região V: E = 2 E ê x
v
Região VI: E =0
v
Região VII: E = − 2 E ê y
E = 2 E (− ê y + ê x )
v
Região VIII:
v
Região IX: E = −2 E ê y .
II. Mecânica e Termodinâmica

a) Como no exterior a pressão é nula, a pressão do gás é simplesmente a força


que sobre ele exerce o pistão a dividir pela área deste:

mg
Pi = .
A
A equação de estado do gás perfeito,

PV=nRT,
fica então

mg
Al = nRTi ,
A
donde

mgl
Ti = .
nR

b) O gás perfeito é um sistema ideal (a energia interna só depende da


temperatura), tendo-se ∆U = n cv ∆T = 32 nR (Tf − Ti) . Recorda-se que para um
gás monoatómico, a capacidade térmica específica molar a volume constante é
cv= 32 R .
c) A variação da energia potencial gravítica é a soma das variações da energia
potencial da partícula e do êmbolo (considera-se que a massa do gás é muito
pequena). A conservação de energia exige que esta variação seja igual à
variação da energia interna do gás:

⎛ mgl ⎞
mg (h + l ' ) + mgl ' = 23 nR⎜ Tf − ⎟. (1)
⎝ nR ⎠
Na situação de equilíbrio final, a equação de estado permite escrever

2mg
(l − l' )A = nRTf
A
ou ainda

2mg (l − l ' ) = nRTf . (2)

Usando a equação (2) na equação (1), esta passa a escrever-se

mg (h + 2l' ) = 3mg ( l − l' ) − 32 mgl ⇔ h + 2l' = 3l − 3l' − 32 l

e, finalmente,

l' = 103 l − 15 h . (3)


O abaixamento l' do pistão varia linearmente com a altura h. A função l' = l' (h )
está representada na figura seguinte:

l'

3 h
1 0
3 l h
2

d) O abaixamento máximo do pistão, l' = 103 l , ocorre quando h = 0, ou seja,


quando a partícula é colocada simplesmente sobre o pistão. Valores negativos
de l' [equação (3)] significa uma subida do pistão relativamente à sua posição
inicial. Esta situação acontece quando a partícula cai de uma altura superior a
3
2
l . A conservação da energia, que faz aumentar a temperatura do gás no
cilindro, leva, neste caso, à sua expansão.
III. Ioiô

v v
a) As forças aplicadas são a tensão, T , e a força gravítica, Fg , representadas na
figura:

T
R 0

F g= M g
F g

b) Relativamente ao centro de massa, quando o ioiô desce roda como se indica na


figura, devido ao momento da tensão em relação a esse ponto. A equação
fundamental da dinâmica escreve-se

T R0 = I α (para a rotação) (1)


e

Mg – T = M a (para a translação), (2)

onde α é a aceleração angular em relação ao centro de massa e a é a


aceleração do centro de massa. O acoplamento dos movimentos de rotação e
de translação, exprime-se, do ponto de vista matemático, pela equação

a
α= .
R0

Introduzindo na equação (1) vem


I
T= a. (3)
R02
Substituindo em (2) o valor de T dado por esta expressão, obtém-se

⎛ I ⎞
Mg = ⎜⎜ 2 + M ⎟⎟ a
⎝ R0 ⎠
e, finalmente,

−1
⎛ I ⎞
a = ⎜⎜1 + 2
⎟ g.
⎟ (4)
⎝ MR 0 ⎠
c) Das expressões (3) e (4) resulta
I / R02
T= g
I
1+
MR02

d) Admite-se que o ioiô parte do repouso e vai comparar-se a energia mecânica


nesse instante com a energia mecânica depois de o centro de massa ter descido
de uma altura h. Considerando que nesta última situação a energia potencial
gravítica é nula, a energia mecânica no instante inicial é

EM = M g h. (5)

Quando já baixou de uma altura h, a energia mecânica do ioiô é simplesmente


a sua energia cinética (de translação e de rotação):

E M' = 12 M v CM
2
+ 12 I ω 2

onde ω é a velocidade angular de rotação em torno do centro de massa. Como


se tem ω = vCM / R0, a equação anterior ainda pode ser escrita na seguinte
forma:

2 ⎜
⎛ I ⎞⎟
E M' = 12 v CM ⎜M + R2 ⎟ (6)
⎝ 0 ⎠

Resta então mostrar que E M' dado por esta expressão coincide com E M
[equação (5)]. A velocidade do centro de massa depois de este ter descido h é
dada por (o ioiô parte do repouso e o seu movimento é uniformemente
acelerado)

v CM = 2 a h

e, portanto, fazendo primeiro uso de (4) e inserindo o resultado na equação (6)


obtém-se

−1
1 ⎛ I ⎞ ⎛ I ⎞
'
EM = 2⎜⎜1 + ⎟ h ⎜M + ⎟
2 ⎝ MR 02 ⎟⎠ ⎜
⎝ R 2 ⎟
0 ⎠
= Mgh

que coincide com (5), o que completa a demonstração.

e) Consideremos, por hipótese, a força de atrito a apontar para a esquerda, como


se mostra na figura:
R 0
F

R
fa

A equação fundamental da dinâmica aplicada ao movimento de translação


escreve-se

F – fa = M a (7)

O momento v
da força de atrito (com o sentido arbitrado) tem sentido oposto ao
da força F . A equação fundamental da dinâmica aplicada ao movimento de
rotação em torno do centro de massa escreve-se

a
f a R − FR0 = Iα = I . (8)
R

De (7)
a=
1
(F − f a )
M
que, introduzida em (8), conduz a

⎛ I ⎞ ⎛ I R ⎞
f a ⎜1 + ⎟=F⎜ + 0⎟
⎝ MR ⎠ ⎝ MR R ⎠
2 2

expressão que ainda se pode escrever na forma

MRR0 + I
fa = F .
MR 2 + I

O segundo membro desta expressão é positivo, pelo que o sentido da força de


atrito é o indicado na figura em cima e que tinha sido marcado tentativamente
(se resultasse uma expressão negativa para a força de atrito, tal significaria que
o sentido desta força era o oposto do pressuposto inicialmente). Para que haja
rolamento sem escorregamento é necessário que o coeficiente de atrito estático
seja superior a

fa F MRR 0 + I
µ mín. = = .
Mg Mg MR 2 + I

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