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Sistemática de Comércio

Exterior
Daniel Leal Gomes Falcone Stamford

Curso Técnico em
Logística
Sistemática de Comércio
Exterior
Daniel Leal Gomes Falcone Stamford

Curso Técnico em
Logística

Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa

Educação a Distância

Recife

2.ed. | Setembro 2022


Professor Autor Catalogação e Normalização
Daniel Leal Gomes Falcone Stamford Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129)

Revisão Diagramação
Daniel Leal Gomes Falcone Stamford Jailson Miranda

Coordenação de Curso Coordenação Executiva


Eliane Barbosa George Bento Catunda
Renata Marques de Otero
Coordenação Design Educacional Kátia Karina Paulo dos Santos
Deisiane Gomes Bazante
Coordenação Geral
Design Educacional Maria de Araújo Medeiros Souza
Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger Maria de Lourdes Cordeiro Marques
Helisangela Maria Andrade Ferreira
Izabela Pereira Cavalcanti Secretaria Executiva de
Jailson Miranda Educação Integral e Profissional
Roberto de Freitas Morais Sobrinho
Escola Técnica Estadual
Descrição de imagens Professor Antônio Carlos Gomes da Costa
Sunnye Rose Carlos Gomes
Gerência de Educação a distância
Sumário
Introdução .................................................................................................................................... 6

1.Competência 01 | Conhecer a Formação de Preço da Exportação ............................................... 7

1.1 Afinal, o que é preço? ............................................................................................................................... 7


1.2 Formação de Preço no Comércio Exterior............................................................................................... 10
2.Competência 02 | Conhecer os Procedimentos Administrativos na Exportação ........................ 16

2.1. Afinal, o que é Exportação?.................................................................................................................... 16


2.2. Tipos de Exportação ............................................................................................................................... 17
2.2 Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX) ............................................................................ 18
2.3. Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias ou Sistema Harmonizado (SH)
...................................................................................................................................................................... 23
2.4. Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) ........................................................................................... 25
2.5. Registro de Exportadores e Importadores - REI ..................................................................................... 27
2.6. Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros – RADAR ................................... 28
2.7. Documentos pertinentes ao contrato de exportação ............................................................................ 28
2.8. Documentos pertencentes à mercadoria ............................................................................................... 33
2.9. Erros comuns no processo de exportação ............................................................................................. 43
3.Competência 03 | Conhecer os Procedimentos Administrativos na Importação ........................ 47

3.1. Afinal, o que é Importação? ................................................................................................................... 47


3.2. Tipos de Importação............................................................................................................................... 48
3.3. Declaração Única de Importação – DUIMP ............................................................................................ 51
3.4. Despacho Aduaneiro de Importação ...................................................................................................... 54
3.5. Fluxograma de Importação .................................................................................................................... 57
4.Competência 04 | Conhecer os termos de vendas internacionais (Incoterms). .......................... 59

4.1. Definição e Importância dos Incoterms para o comércio exterior ......................................................... 59


4.2. Lista de INCOTERMS 2020 e suas características ................................................................................... 62
5.Competência 05 | Conhecer as formas de pagamentos............................................................. 83

5.1. Afinal, o que é Modalidade de Pagamento no Comércio Exterior? ....................................................... 83


5.2. Pagamento Antecipado .......................................................................................................................... 84
5.3. Remessa direta de documentos (ou sem saque) ................................................................................... 85
5.4. Cobrança documentária ......................................................................................................................... 87
5.5. Carta de crédito ...................................................................................................................................... 89
6.Competência 06 | Conhecer o Tratamento Tributário. .............................................................. 94

6.1. Impostos que incidem sobre o processo de importação e exportação.................................................. 94


6.1.1 Tributos na Exportação ........................................................................................................................ 95
6.1.2 Tributos na Importação ........................................................................................................................ 98
6.2. Regimes aduaneiros especiais .............................................................................................................. 106
6.2.1 Admissão Temporária ........................................................................................................................ 110
6.2.2 Exportação Temporária ...................................................................................................................... 110
6.2.3 Recof Sped.......................................................................................................................................... 111
6.2.3 Repetro............................................................................................................................................... 111
6.2.4 Declaração de Trânsito Aduaneiro (DTA) ........................................................................................... 112
6.2.5 Drawback............................................................................................................................................ 113
7.Competência 07 | Conhecer o Financiamento à Exportação.................................................... 115

7.1. Afinal, qual a importância de saber sobre o financiamento à exportação? ......................................... 115
7.2. Financiamentos de Créditos Comerciais .............................................................................................. 117
7.2.1. Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) ................................................................................... 117
7.2.2. Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE) ............................................................................... 118
7.2.3 BNDES EXIM ....................................................................................................................................... 119
7.2.3.1 BNDES EXIM Pré-embarque ............................................................................................................ 120
7.2.3.2 BNDES EXIM Pós-embarque ............................................................................................................ 121
7.2.3.3 BNDES EXIM Automático ................................................................................................................. 123
7.3. Programa de Financiamento às Exportações (PROEX) ......................................................................... 124
7.3.1 PROEX Financiamento ........................................................................................................................ 125
7.3.2 PROEX Equalização ............................................................................................................................. 127
7.4 PROGER Exportação .............................................................................................................................. 128
Conclusão .................................................................................................................................. 130

Referências ............................................................................................................................... 131

Minicurrículo do Professor ........................................................................................................ 132


Introdução
Caro (a) estudante,

Seja muito bem-vindo (a) à disciplina de Sistemática de Comércio Exterior. Em nosso


componente curricular esperamos que você, reúna um repertório vasto, amplo e integral dos
aspectos técnicos do comércio exterior e suas principais particularidades.
Se pensar que apenas no Brasil, o comércio exterior nacional possui propriedade na
comercialização de café e outras commodities (termo em inglês, que significa, mercadorias
produzidas em larga escala ou enorme quantidades, que podem ser estocados com a intensão de
serem vendidos – exportados – para outros países interessados em matéria-prima) como: soja, trigo,
laranja, petróleo, minério de ferro, ouro, entre outras.
Seja a venda ou compra de produtos e/ou serviços no mercado internacional, como
também quais termos usar para classificar corretamente uma dessas operações, qual o tratamento
tributário deve ser seguido, até mesmo financiamentos oferecidos será explicado com cautela para
que você se aproprie desses conhecimentos.
São vários assuntos, não é mesmo!! À vista disso, para que nossa trajetória seja a mais
clara, objetiva e facilitada possível, será construído todo o passo a passo entre vários conceitos
práticos do comércio exterior. Preparado? Então, vamos lá!!!

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1.Competência 01 | Conhecer a Formação de Preço da Exportação
Nessa competência, você irá estudar, relacionar-se, entender e dominar de que maneira
é formado o preço dos produtos, a fim de serem comercializados (exportados) no mercado
internacional.

Antes, porém, acesse o podcast desta competência e, em seguida, retome a


leitura de seu e-book.

1.1 Afinal, o que é preço?

É bastante comum, entre nós, encontrarmos pessoas que tratam da questão de preço de
um produto ou serviço, mas não sabe dizer o que é preço?
Preço é, basicamente, o dinheiro que você desembolsa por um determinado produto ou
serviço. E para determinar o preço de um produto e/ou serviço precisamos levar em consideração
uma série de custos, veja alguns exemplos:

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Custo Fixo

Perfil e Poder Custo


de Compra Variável

PREÇO

Preço de Margem de
Concorrentes Lucro

Oferta e
Demanda

Figura 01: Preço


Fonte: Próprio Autor
Descrição da figura: Seis balões coloridos relacionando-se ao balão central. Na sequência, os balões contêm a
informação de: Custo Fixo, Custo Variável, Margem de Lucro, Oferta e Demanda de um determinado mercado, Preços
de Concorrentes e Perfil e Poder de Compra do Público-Alvo. E o balão central, contém a informação: preço. Fim da
descrição.

Por isso é relevante que você entenda bem a definição de preço, uma vez que o preço de
venda de uma mercadoria e/ou serviço é a variável estratégica de maior destaque entre os gestores.
Não perca esse raciocínio, tudo bem?!

DESCOMPLICÔMETRO

Não confunda: Preço x Valor!!


Preço é o que você paga
Valor é o que você leva.

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Bem, se ainda ficou alguma dúvida sobre o conceito de preço, farei um resumo muito
breve. Preço é a quantia estipulada pelo vendedor para se adquirir alguma mercadoria ou serviço
que ele oferece. E agora, conseguiu entender?
O preço é a expressão do valor monetário dos benefícios que a empresa acredita que seus
produtos trazem para o cliente (CREPALDI, 2010 p.358) e quando se trata do mercado internacional,
o preço é um elemento decisivo na entrada de um determinado mercado, por exemplo. Você pode
estar se perguntando, “mas é só o preço que irá determinar se um produto/mercadoria irá obter
sucesso em um possível mercado?”. A resposta para essa pergunta é: Não!!! Existem outros
elementos que são importantes para obter sucesso, são eles:

Legislação do
Incentivos Taxas de
país do
Fiscais Câmbio
Comprador

Figura 02: O fluxo de informação de mercado


Fonte: Próprio Autor
Descrição da figura: Três elementos gráficos com as informações: Incentivos Fiscais, Taxas de Câmbio e Legislação do
país do Comprador. Fim da descrição.

Lembrando que esses são elementos (Incentivos Fiscais, Taxas de Câmbio e Legislação do
país do Comprador) que não estão sob o controle do exportador (vendedor), entendido?!
Assim sendo, a ideia de iniciar essa competência, abordando a definição de preço era para
preparar você para entender o Preço do Produto Exportado pois este terá que oportunizar, ou seja,
promover a competitividade ao produto/serviço no mercado externo sem prejudicar a saúde
econômica e financeira do exportador (vendedor). E sabe por quê? Porque entender a lógica do preço
é crucial para o sucesso da exportação!!!

A fixação de Preços é uma decisão de suma importância para a Administração


de qualquer negócio, por ser fator primordial de sobrevivência, lucratividade e
posicionamento da Empresa no Mercado, já que a sua correta definição
permitirá a manutenção e o crescimento autossustentado.

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Mas, se eu já sei o que é preço, a diferença entre Preço e Valor, que o preço pode
determinar a entrada de um mercado internacional e que é através do preço do produto exportado
que se pode oportunizar a competitividade de um produto no mercado exterior, então como é que
determino o preço?

Se liga num esquema básico para compor o preço de um produto no mercado doméstico:

Matéria- Custos Despesas Preço no


Comerciais, Tributação e
prima e Mão Indiretos de Administrativa Lucro
Mercado
de obra Fabricação s e Financeiras Doméstico

Figura 03: Composição de preço no mercado interno


Fonte: Próprio autor
Descrição da figura: Balões coloridos que descreve formação do preço de venda. Que contém os seguintes dados: preço
do mercado interno, sinal de igual, nome matéria-prima e mão de obra, sinal de adição, depois as palavras Custos
indiretos de fabricação, sinal de adição, depois as palavras Despesas comerciais, administrativas e financeiras, sinal de
adição, depois as palavras tributação e lucro. Fim da descrição.

1.2 Formação de Preço no Comércio Exterior

Consegue notar as várias formas de definir o preço de uma mercadoria/serviço? Uma


coisa é certa: deve-se ponderar os custos da produção (custos fixos, variáveis e totais), as potenciais
receitas auferidas (quantidade vendida multiplicada pelo preço praticado) e, também, a margem de
lucro. Desta forma, entende-se que a exceção dos itens de domínio da empresa, são variáveis que
escapam inteiramente ao controle da empresa. E que estão relacionados a demanda ou procura, aqui
no contexto doméstico.
Agora, no contexto externo, os cuidados são ainda maiores pois trata-se de um ambiente
muito competitivo, complexo.

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A fixação do preço de exportação deve ser precedida de estudo detalhado
das condições de mercado, de forma a viabilizar a manutenção do esforço do
exportador sem prejuízo para a empresa. Essa análise é fundamental para
que se conheçam as condições de competição do produto a ser exportado.

Assim como ocorre no contexto doméstico, é essencial que no contexto externo, haja
supervisão constante da entrada de novos produtos concorrentes, das alterações nos custos de
produção e no nível da demanda. Cabe ainda chamar a atenção, que, em princípio, os preços de
exportação não estão sujeitos à sondagem por qualquer entidade de controle no Brasil. E aqui, peço
que preste muita atenção: A disputa determinada pelo mercado internacional é o fator elementar
de controle do preço de exportação e da qualidade do produto.
Dito isto, na formação do preço de exportação, recomenda-se saber, usar e operar os
benefícios fiscais e financeiros aplicáveis à exportação, com o objetivo de alcançar competitividade
internacional. E não se esqueça que o entendimento dos custos internos da empresa é também
crucial para a formação do preço de exportação, tudo bem?!
Assim sendo, é oportuno sinalizar quais os fatores que influenciam na formação do preço
de exportação. São eles:

Esquema de Tratamento
Competidores
Custo de Produção Financiamento à Tributário à
Potenciais
Exportação Exportação

Despesas de Preço praticado por Comportamento dos


Novas Tecnologias
Exportação Concorrentes Consumidores

Figura 04: Fatores influenciadores no preço de exportação


Fonte: Próprio Autor
Descrição da figura: Um esquema crescente com os fatores que influenciam diretamente na formação do preço de
exportação (Competidores Potenciais, Custo de Produção, Esquema de Financiamento à Exportação, Tratamento
Tributário à Exportação, Despesas de Exportação, Preço praticado por Concorrentes, Comportamento dos
Consumidores e Novas Tecnologias. Fim da descrição.

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Não esqueça de acessar a videoaula dessa competência, tudo bem?!

Bem, antes de evoluir no assunto, é preciso chamar a sua atenção para um detalhe
importante: a Despesas de Exportação. São elas, as embalagens específicas para exportação;
despesas portuárias; despesas com despachantes; gastos com pessoal especializado (caso a empresa
não decida pela exportação indireta); frete e seguro interno até o local de embarque são os pontos
cruciais para entender, absorver e desenvolver um trabalho de excelência no contexto externo da
logística.
Pronto, depois de explicar alguns fatores que influenciam direta e indiretamente na
formação do preço de exportação, que tal mostrar um esquema para ilustrar como se elabora o
cálculo para exportação:

Preço de Venda no Mercado Interno

Tributos (ICMS, CONFINS, PIS, IPI e outros)

Despesas Incidentes nas Vendas Internas

Despesas com Exportação

Preço de Exportação

Figura 05: Composição de Preço


Fonte: Próprio Autor
Descrição da figura: Balões coloridos apresentando um simples esquema do passo a passo para se calcular o preço de
exportação. No primeiro balão está inserido a informação “preço de venda no mercado interno”. No segundo balão está

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inserido a informação “tributos (ICMS, CONFIS, PIS, IPI e outros”. No terceiro balão inserido a informação “despesas
incidentes nas vendas internas”. No quarto balão inserido a informação “despesas com exportação” e quinto e último
balão inserido a informação “preço de exportação”. Fim da descrição.

Esse esquema acima deve ficar muito claro para você pois a composição do preço de
exportação é uma das peças que auxilia para aprovação do produto ou serviço no mercado
internacional.

Preço do suíno se recupera em fevereiro e mitiga impacto dos custos


https://opresenterural.com.br/preco-do-suino-se-recupera-em-fevereiro-e-mitiga-
impacto-dos-custos/

Veja, para calcular este valor, são abatidos ou retirados os custos de distribuição e
comissões de vendas no mercado doméstico ou interno, impostos que recaem sobre o valor do
produto no mercado interno e outros elementos. Por outro lado, são adicionados impostos sobre
exportação, embalagem especial, marcação do volume, transporte interno até o
porto/aeroporto/fronteira, despesas consulares, despesas com certificação, despesas bancárias,
despesas aeroportuárias, capatazia, armazenagem, recebimento, estiva, ovação, movimentação,
vistoria, comissão de agente, honorário de despachantes, envio de amostra, envio de documentos
custos com serviço alfandegário, comissões de agentes no exterior, seguro, entre outros.

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Exemplo de Abatimento de Custos: Exemplo de Inclusão de Custos:

IMPOSTOS CUSTOS ADICIONAIS DE PRODUÇÃO


• IPI (14% sobre o preço do • Embalagens para Exportação
produto) • Etiqueta Especial (Descrição
• ICMS (18% sobre o preço do do Produto)
produto sem o IPI) • Remessa de amostra ao
• COFINS (1,65% sobre o preço exterior
do produto sem o IPI) • Lucro Previsto

DESPESAS AGREGADAS DESPESAS COM OPERAÇÃO DE


EXPORTAÇÃO
• Embalagens
• Certificado de Origem
• Comissão de Vendedores
• Despachante Aduaneiro
• Propaganda para Mercado
• Corretagem de Câmbio
Interno
• Frete e Seguro (da fábrica ao
• Distribuição no Mercado
local de embarque)
Interno
• Assistência técnica
• Lucro Previsto

Figura 06: Abatimento dos custos e Inclusão dos custos na formação de preço
Fonte: Próprio Autor
Descrição da imagem: Um grande balão dividido ao meio. Do lado esquerdo, os exemplos de abatimento de custos para
formação de preço de exportação, sendo simbolizado com o sinal de menos. As informações são: Impostos (IPI - 14%
sobre o preço do produto; ICMS - 18% sobre o preço do produto sem o IPI; COFINS - 1,65% sobre o preço do produto
sem o IPI) e Despesas Agregadas (Embalagens; Comissão de Vendedores; Propaganda para Mercado Interno;
Distribuição no Mercado Interno; Lucro Previsto). Agora, no lado direito, estão os exemplos de inclusão de custos para
formação de preço de exportação, sendo simbolizado com o sinal de mais. As informações são: Custos adicionais de
produção (Embalagens para Exportação; Etiqueta Especial (Descrição do Produto); Remessa de amostra par ao exterior;
Lucro Previsto) e Despesas com operação de exportação (Certificado de Origem; Despachante Aduaneiro; Corretagem
de Câmbio; Frete e Seguro (da fábrica ao local de embarque) e Assistência técnica). Fim da descrição.

Não canso de dizer que determinar o preço de exportação é um dos aspectos mais
importantes e decisivos para a conquista e permanência em determinado mercado. Fixá-lo pela

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primeira vez deve merecer atenção especial, tendo em vista que alterá-lo num curto espaço de
tempo, quando o assunto é mercado internacional, é quase inaceitável.
Espero que essa competência tenha oferecido a você um momento de reflexão sobre
todo conteúdo que vem pela frente: o universo do comércio exterior. Saber como tratar cada situação
de compra e venda, de formação de preço de um produto ou um serviço, como é o caso da logística
no comércio exterior, os itens de direitos e obrigações dos negociantes, quais tributos interferem
diretamente na minha atividade e as formas de pagamentos mais comuns do comércio exterior será
um passo a passo que convido você a se aventurar comigo ao longo desse e-book e nos demais
materiais elaborados para essa disciplina.

A determinação do preço de exportação é um dos aspectos mais importantes


e decisivos para assegurar condições de competitividade do produto a ser
exportado. Sendo assim, convido você a se aventurar nessa experiência.

Simulador de Preço de Exportação


http://simuladordepreco.mdic.gov.br/#this

Após se aventurar no simulador e arriscar uma possível venda no mercado internacional,


quero convidar você a conhecer os procedimentos administrativos na exportação e outras
surpreendentes novidades da disciplina Sistemática do Comércio Exterior.

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2.Competência 02 | Conhecer os Procedimentos Administrativos na
Exportação
Nessa competência, será apresentado o sistema integrado de comércio exterior
(SISCOMEX), as nomenclaturas e classificações de mercadorias adotadas no mercado internacional
da atualidade, os documentos reais que são utilizados em uma exportação e os equívocos mais
comuns de jovens e inexperientes vendedores no mercado internacional.

Antes de prosseguir, quero deixar meu convite a você, estudante, para iniciar
essa competência através do podcast.

2.1. Afinal, o que é Exportação?

É a ação de vender mercadorias e/ou produtos de nacionalidade Brasileira para outros


países, em outras palavras, empresas nacionais que vendem suas mercadorias ou serviços para o
exterior. Ou seja, internacionalizar o seu negócio ou até mesmo o serviço que você pode oferecer
levará ao desenvolvimento e expansão da sua empresa, obrigando a modernizar-se, seja para
conquistar novos mercados, seja para preservar suas posições no mercado interno. Entende esse
movimento?
Com isso, você deve se perguntar “qual é o motivo de se vender mercadorias ou oferecer
serviços para o exterior se há mais necessidades de abastecer o mercado interno?” Bem, essa é uma
pergunta que existe várias respostas mas que tal se ater a mais forte razão de um empresa desejar
exportar: um novo mercado e a oportunidade de expandir seu negócio através da
internacionalização. Agora, é possível que a empresa apresente o interesse em exportar devido à
escassez de uma determinada mercadoria ou serviço e com isso, atender uma demanda específica de
um nicho de mercado. Agora, como foi dito, é importante entender toda uma cadeia de informações
a respeito da exportação seja o valor da moeda estrangeira, que será negociado, até mesmo o
mercado alvo.

16
Exportação de contêineres cresce 48% desde 2010, mostra levantamento da
CNI
https://noticias.portaldaindustria.com.br/noticias/economia/exportacao-de-
conteineres-cresce-48-desde-2010-mostra-levantamento-da-cni/

2.2. Tipos de Exportação

Não é à toa que para ingressar no mercado externo, ou seja, a exportação de produtos e
serviços, torna-se vital que as empresas se enquadrem a novos processos, antes mesmo de começar
a buscar clientes em outros países. Além do mais, compreender melhor a respeito da atividade é
crucial para que o futuro exportador opte com quais tipos de exportação deseja atuar.

Na exportação, existem dois tipos de modalidades que integram o processo. São eles:

• Exportação Direta: conduzida pelo próprio produtor, que fatura diretamente em


relação ao importador. Para que essa atividade seja realizada, é preciso que o
fornecedor domine todo o processo de exportação, como a documentação
necessária, o mercado, embalagens, transações, etc.

• Exportação Indireta: na qual a venda de mercadorias e serviços é oportunizada por


empresas que os compram para exportá-los. Nesse tipo de atividade comercial, o
produtor não é responsável pela comercialização externa do produto.

17
Por que exportar?

É conhecido que o Brasil possui um grande mercado interno o que, sem


dúvida, representa uma bela oportunidade e uma situação satisfatória para
muitas empresas, que preferiram priorizar o mercado doméstico e não
chegaram a se interessar seriamente pelas exportações. Entretanto, mesmo
neste cenário, cada vez mais, os empresários brasileiros começam a
considerar as exportações como uma decisão estratégica importante para
suas empresas e para desenvolvimento de seus negócios.
Os empresários compreenderam que quando começam a exportar, a sua
empresa adquire um diferencial de qualidade e competência, pois precisa
adaptar os seus produtos aos padrões do mercado externo, que por algumas
vezes, necessita de alguns tantos de produtos ou de marca, para ser bem
aceita no novo mercado.
Com essas mudanças, ele precisa gerenciar condições que não ocorriam
anteriormente e agora obtém ganhos de competitividade.
Quando a empresa começa a exportar, os benefícios vão além de valores e
aumento de mercado, por vezes, a empresa que passa a vender de forma
sustentável e com ligeira melhoria da sua imagem com fornecedores, bancos
e clientes.
A tecnologia vem com papel fundamental dentro da Importação e
Exportação, pois por meio de sistemas do Governo Federal, é que o processo
legal da operação é realizado. Hoje em dia, a tecnologia permite uma
comunicação mais imediatas e com diferenciação de regiões, assim,
possibilitando que os mais diversos negócios sejam efetuados, diariamente,
com empresas de variados e distantes países.
Assim, as exportações, de modo geral, beneficiam o país como um todo,
promovem o ingresso de divisas, a geração e manutenção de emprego e
renda, o aumento na qualificação dos recursos humanos, a evolução e o
crescimento do parque industrial e do universo empresarial como um todo.

2.2 Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX)

O portal do Governo Federal brasileiro que oferece acesso a um sistema amplo de


lançamentos, anotações, registros integrando as atividades da Secretaria de Comércio Exterior -
SECEX, da Receita Federal do Brasil - RFB e do Banco Central do Brasil – BACEN, usado apenas para

18
ações de comércio exterior é também conhecido pelo nome de: Sistema Integrado de Comércio
Exterior (SISCOMEX).

No nosso país, o órgão que gerencia e fiscaliza a entrada e saída de


mercadorias é a Receita Federal do Brasil (RFB), por meio dos seus auditores
fiscais, que exerce suas atividades fiscais na alfândega inspecionando,
liberando ou apreendendo mercadorias nas fronteiras, portos e aeroportos
do país.

Se atua ou pretende atuar no comércio exterior brasileiro, você precisa conhecer o


SISCOMEX pois foi criado através do Decreto nº 660, de 25 de setembro de 1992, e desde de 1993,
após sua origem, toda a atividade administrativa pertinente às exportações tornou-se informatizado.
Sendo então, registradas através do SISCOMEX e conferida, analisada no formato on-line por meio
dos órgãos que operam com comércio exterior (os órgãos gestores – SECEX, RFB e BACEN) como
também os órgãos anuentes que operam com atividades específicas (Ministério da Saúde,
Departamento da Policia Federal, Comando do Exército etc.).
Ah!!! Tem uma informação muito importante que você precisa saber. No ato do
desenvolvimento do SISCOMEX houve a adequação de ideias, nomenclaturas e principalmente,
códigos com intuito de tornar mais fácil e simples o fluxo único de informação (através da
informatização), que fez com que eliminassem e reduzissem a burocracia dos documentos nas
operações.
Com um sistema registro de exportações informatizado possibilitou a rapidez e a
confiabilidade necessária para acesso a dados estatísticos, redução de custos e outros dados
importantes para gestores e administradores responsáveis.
O mesmo aconteceu com o SISCOMEX IMPORTAÇÃO, que você irá conhecer melhor
quando for estudar os procedimentos administrativos na importação.

19
O SISCOMEX Exportação foi primeiro informatizado devido a facilidade no
processo de exportar um produto e/ou serviço que o ato de importar.
Poucos anos depois, o SISCOMEX importação, também foi informatizado.

Com o avançar dos anos e a constante utilização do sistema uniformizado, tornou-se vital
a integração do SISCOMEX com o Sistema Mercante (Sistema informatizado do Departamento de
Fundos da Marinha Mercante – DEFRMM). E foi através dessa junção que pode ser formado do
SISCOMEX CARGA. Tornou-se possível para a Receita Federal do Brasil, de acordo com esse sistema,
o controle das cargas, como também a possibilidade de acompanhar todas as entradas e saídas das
embarcações (navios de carga) nos portos alfandegados, possibilitando um maior controle na
fiscalização de importações e exportações, via marítima.

Lei 10.893, de julho de 2004

Por meio do Sistema Mercante é gerado a cobrança do Adicional ao Frete


para a Renovação da Marinha Mercante – AFRMM que incide sobre o frete,
que é a remuneração do transporte marítimo da carga de qualquer natureza,
ovação da frota descarregada em portos brasileiros. Com a finalidade de
arrecadar fundos para a renovação da frota de embarcações brasileiras.

O Serviço Nacional de Processamento de Dados, também conhecido como SERPRO, foi


que criou o SISCOMEX e é um órgão ligado ao Ministério da Economia.
Todo e qualquer profissional que realize quaisquer operações de comércio exterior
precisa saber que o SISCOMEX é uma ferramenta obrigatória pois além de estar instituído
oficialmente é o ambiente que o governo centraliza e controla tudo a respeito das operações de
exportação e importação em uma única plataforma. Dito isso, você pode se perguntar “então é um
acesso que qualquer um pode realizar?” A resposta é SIM! Mas precisa realizar uma etapa muito
importante para obter o acesso. O SISCOMEX só pode ser acessado através de um certificado digital.

20
Figura 07: Tela do Portal Único Siscomex
Fonte: https://portalunico.siscomex.gov.br/portal/
Descrição da figura: a imagem mostra a tela inicial do Portal Único SISCOMEX. Dividido em seis quadrantes com as
seguintes informações: Setor Privado, Órgãos Anuentes, Sistemas de Comércio Exterior, Simulador de Exportação,
Simulador de Importação e Classificação NCM. Fim da descrição.

Caso uma empresa que opere com exportação e/ou importação queira obter o acesso ao
SISCOMEX precisará realizar o cadastro na Receita Federal do Brasil – RFB, e em seguida ir ao SERPRO
de sua região para receber seu Certificado Digital e o programa do SISCOMEX (que será instalado em
um computador ou notebook para que tenha acesso), que por sua vez, será destinado ao
representante legal da empresa que muitas vezes é o Despachante Aduaneiro. É importante lembrar
que o representante legal ou Despachante Aduaneiro para realizar seu credenciamento e assim poder
operar e responder pelas operações atrelado à Receita Federal do Brasil, precisará se inscrever
também no Registro de Exportadores e Importadores – REI.
Provavelmente, você já percebeu a importância do SISCOMEX não é mesmo?! De fato,
sem essa plataforma seria quase que inviável a Receita Federal do Brasil conduzir, em tempo real,
etapa por etapa das operações de exportação e importação, por exemplo.

21
DESCOMPLICÔMETRO

Veja como é simples as etapas para uma exportação:

1º passo – Inclusão de dados no SISCOMEX pelo exportador (empresa que


está exportando);
2º passo – O Representante Legal ou Despachante Aduaneiro acessa o
SISCOMEX e confere se está tudo certo. Se SIM, inicia o Despacho Aduaneiro;
3º Passo – O porto, Aeroporto ou armazém alfandegado informa quando a
carga foi depositada;
4º passo – Os Auditores Fiscais da Receita Federal fazem as conferencias
finais; e
5º Passo – O SISCOMEX informa se a carga foi ou não deferida para ser
embarcada.
TUDO ISSO em 1 DIA!!!

Recentemente o Governo Federal inaugurou o Novo Processo de Exportações do Portal


Único do Comércio Exterior, que visa simplificar e integrar ainda mais os intervenientes do processo
de exportação. Segundo o Portal Único do Siscomex é possível observar os seguintes benefícios para
os exportadores:

• Excluir documentos - os atuais Registro de Exportação, Declaração de Exportação e


Declaração Simplificada de Exportação serão substituídos por um só documento, a
Declaração Única de Exportação (DUE);
• Acabar com etapas processuais - fim de autorizações duplicadas em documentos
distintos, com possibilidade de autorizações abrangentes a mais de uma operação;
• Junção com a Nota Fiscal Eletrônica;
• Otimização da Burocracia - 60% de redução no preenchimento de dados;
• Automatização da conferência de informações;
• Guichê único entre exportadores e governo;
• Fluxos processuais paralelos - despacho aduaneiro, movimentação da carga e
licenciamento e certificação deixam de ser sequenciais e terão redução de tempo.

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Com estas mudanças o governo visa simplificar, diminuir a burocracia e estimular as
exportações no Brasil assim como os exportadores vislumbram que haverá uma redução de 40% do
prazo médio para exportação.

2.3. Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias ou


Sistema Harmonizado (SH)

Não é novidade para você que todo e qualquer objeto negociado no mercado
internacional possui um código numérico, seja qual for seu país de origem. Cada produto possui um
determinado código para indica-lo e colaborar nas negociações e a conferência pelas alfândegas
espalhadas pelo mundo. Você consegue imagina como seria complicado se cada país classificasse e
identificasse da forma como estão naturalizados, em seus países de origem? Seria, inclusive bastante
complexo para formular um preço a ser vendido me mercado internacional pois não havia um padrão.
Entende o que estou me referindo??

Governo lança nova etapa do Portal Único de Comércio Exterior

https://www.gov.br/pt-br/noticias/financas-impostos-e-gestao-
publica/2021/01/governo-lanca-nova-etapa-do-portal-unico-de-comercio-exterior

E é devido a essa padronização ou a tentativa do maior número de produtos possível que


se foi instituído um sistema de codificação chamado Sistema Harmonizado de Designação e de
Codificação de Mercadorias ou também conhecido como Sistema Harmonizado (SH).

Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias ou


Sistema Harmonizado (SH)

criado no Brasil pelo Decreto nº 97.409, de 23 de dezembro 1988.


O SH compreende 5.019 grupos ou categorias distintas de mercadorias
identificadas por um código de 6 dígitos.

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Aliás, o Sistema Harmonizado simplifica as negociações comerciais internacionais, a
composição das tarifas de fretes e das estatísticas relativas aos diferentes meios de transporte de
mercadorias e de outras informações utilizadas pelos diversos intervenientes no comércio
internacional.
De acordo com FARO R.; FARO F., (2010) o Sistema Harmonizado foi implantado no
comércio internacional pelo então Conselho de Cooperação Aduaneira (CCA), estabelecido em
Bruxelas, na Bélgica em 1983. Atualmente este organismo internacional chama-se Organização
Mundial de Alfândegas (OMA), com a finalidade de facilitar, padronizar e buscar constantemente
melhorias aos processos de controle alfandegários, uma vez que todos os países-membros passam a
adotar o Sistema Harmonizado para codificar os produtos.

O Sistema Harmonizado (SH) possui uma estrutura bastante simples:

• Composta por 21 Seções, 96 Capítulos e 1.241 Posições, subdivididas em


Subposições.
• Notas de Seção, de Capítulo e de Subposição
• 6 Regras Gerais Interpretativas.

Figura 08: Estrutura do Sistema Harmonizado (SH)


Fonte: https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/entenda-as-regras-do-sistema-harmonizado-para-rfb/
Descrição da figura: a figura representa como é estruturado o Sistema Harmonizado (SH). É um conjunto de 6 número
subdivido por pares. Os dois primeiros dígitos representam o CAPÍTULO. O 3º e 4º dígito representam a POSIÇÃO,
dentro do capítulo correspondente. Já o 5º dígito está relacionado a subposição simples ou de 1º nível, enquanto que o

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6º dígito está relacionado a subposição composta ou de 2º nível. Fim da descrição.

Explicando a estrutura, o sistema harmonizado é a codificação de seis (6) dígitos


numéricos, organizados por pares. Os dois primeiros dígitos representam o CAPÍTULO. O 3º e 4º dígito
representam a POSIÇÃO, dentro do capítulo correspondente. Já o 5º dígito está relacionado a
subposição simples ou de 1º nível, enquanto que o 6º dígito está relacionado a subposição composta
ou de 2º nível.
Confere esse exemplo para melhor ilustrar a usabilidade do Sistema Harmonizado (SH):
A seção I, composta pelos capítulos 01 a 05, é referente aos animais vivos e produtos do
reino vegetal. Assim, enquanto que o capítulo 01 se refere aos animais vivos, o capítulo 02 se refere
às carnes e miudezas, comestíveis.
Ao todo, são 21 seções, e dentro destas 21 seções estão distribuídos os 96 capítulos
(informação preciosa para se guardar).

2.4. Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM)

Baseado no Sistema Harmonizado (SH) foi elaborado um sistema ordenado que permite,
pela aplicação de regras e procedimentos próprios, determinar um único código numérico para uma
dada mercadoria. Esse sistema é conhecido como Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM).
A Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) é constituída por oito dígitos. Os seis
primeiros (Capítulo, Posição e Subposição) são originados do Sistema Harmonizado (SH) e os dois
últimos diz respeito, especificamente, ao MERCOSUL. Isso porquê, existem produtos que são
exclusivos e produzidos nos países compostos pelo MERCOSUL.

Tabela NCM, atualização em 2020

Neste 1º de janeiro de 2020 ocorreram algumas atualizações na tabela NCM.


Alguns códigos foram incluídos na tabela NCM e outros códigos NCM foram
extintos em 31 de dezembro de 2019. Confira nosso artigo sobre a
Atualização da NCM 2020.

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As mercadorias são organizadas meticulosamente de modo crescente (progressivo),
segundo o seu grau de criação. Você deve estar se perguntando “como assim... grau de criação?”.
Pois é, cada vez que um exportador ou importador negocia um produto novo, com característica
exclusivas, é crucial cadastrar esse produto com o máximo de detalhes possível. E é através desse
processo, que podemos constituir o preço de um produto (lembra que foi estudado na 1ª
competência esse assunto??). A estrutura na NCM é simples. Basta seguir esse raciocínio:

• 6 primeiros números são as Regras Gerais do SH e os 2 últimos números são as Regras


Complementares;
• Notas de Seção, de Capítulo, de Subposição e Complementares;
• Catálogo ordenado de códigos dividido em 21 Seções e 96 Capítulos;

Figura 09: Código NCM


Fonte: https://www.fazcomex.com.br/blog/tabela-ncm/
Descrição da figura: a figura representa como é formada a estrutura de classificação do NCM. No lado esquerdo
encontram-se os dígitos, representados por zeros e no lado direito, a descrição do que representam. Classificados da
seguinte forma: os dois primeiros dígitos, zero e zero, possuem um seta em azul que ligam os dígitos às palavras:
capítulo ( 2 primeiros dígitos do SH); os dois dígitos seguintes possuem um seta em azul que ligam os dígitos às palavras:
posição ( 4 primeiros dígitos do SH); os dois dígitos seguintes possuem uma seta em azul que ligam os dígitos às
palavras: sub posição ( 6 primeiros dígitos do SH), depois com apenas um zero e uma seta azul que o liga à palavra Item
( 7º dígito da NCM) e por último mais um zero e uma seta azul que o liga à palavra Item subitem ( 8º dígito da NCM).
Fim da descrição.

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Ficou curioso a respeito do NCM?

Acessa o link do SISCOMEX, logo abaixo, e veja como é realizado a busca por
um produto.
https://portalunico.siscomex.gov.br/classif/#/sumario?perfil=publico

Antes de avançar para o próximo assunto, é importantíssimo que você saiba que existe
uma tarifa comum somada as alíquotas do imposto de importação (também conhecido como I.I) que
tem como objetivos principal uniformizar uma única tarifa. Esta é chamada de Tarifa Externa Comum
(TEC). A TEC passou a vigorar a partir de 1º de janeiro de 1995, aprovada pelo Decreto nº 1.343, de
23 de dezembro de 1994, substituindo a antiga Tarifa Aduaneira do Brasil (TAB).

2.5. Registro de Exportadores e Importadores - REI

Você deve se perguntar “então, após todas as instruções que recebi, nesta disciplina,
estou apto e preparado para realizar uma exportação segura e assertiva?”. A resposta é: Ainda não!!

Com a finalidade de exportar, uma empresa precisa estar cadastrada no REI – Registro de
Exportadores e Importadores da Secretaria de Comércio Exterior. A vinculação no Registro de
Exportadores e Importadores (REI) em um ponto conectado ao SISCOMEX, é automática, de imediato
a primeira operação realizada, sem maiores requisitos. Agora, se for realizar uma operação como
pessoa física (exemplo: artesão, pecuarista, agricultor ou outro autônomo) será importante realizar
o cadastramento no REI ao DECEX – Departamento de Operações de Comércio Exterior da SECEX.

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De quadros a frutas: confira como exportar por conta própria
https://www.terra.com.br/economia/operacoes-cambiais/operacoes-
empresariais/de-quadros-a-frutas-confira-como-exportar-por-conta-
propria,2ada0d78b9991410VgnVCM3000009acceb0aRCRD.html

Ainda que possa parecer complexo, as operações de compra e venda (exportação e


importação) originados aqui no Brasil, é burocrático. Por isso, é exigido que você esteja bastante
atento a todas a particularidades que está sendo apresentadas e ensinadas aqui, tudo bem?! Vamos
seguir.

2.6. Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros – RADAR

De acordo com a Receita Federal do Brasil, o Registro e Rastreamento da Atuação dos


Intervenientes Aduaneiros – RADAR – é um sistema que busca disponibilizar, em tempo real,
informações precisas de natureza aduaneira, contábil e fiscal.
Esses dados concedem à fiscalização, identificação de comportamento e dedução de
perfil de risco dos diversos agentes relacionados ao comércio exterior. O que torna o RADAR uma
ferramenta fundamental no combate às fraudes.

Ficou curioso a respeito do RADAR?

Acessa o link abaixo, e leia todos os detalhes relacionados ao RADAR.


https://blog.logcomex.com/habilitacao-no-radar-legalizacao-na-receita-
federal/

2.7. Documentos pertinentes ao contrato de exportação

Sem dúvida, um dos mais importantes momentos dessa competência, é apresentar os


documentos pertinentes as operações de exportação pois quando se resolve internacionalizar (ou
seja, começar a operar com compra e venda no mercado internacional) sua atividade, seja pequena,

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média ou de grande porte, a empresa deve estar preparada para atuar com operações especializadas,
que são altamente diferentes daquelas praticadas normalmente nas operações de compra e venda
no mercado interno.
Vender (Exportar) ou Comprar (Importar) no mercado internacional, não são operações
complicadas, arriscadas, inacessível, apenas demanda uma postura profissional e, principalmente, de
organização, que incorpora conhecimentos específicos de cada um dos passos dos processos.
Portanto, no instante da operação de compra e venda entre as partes que estão
negociando é fundamental proferir alguns documentos que descreve o contrato entre exportador e
importador. Esses documentos citados são também conhecidos como: Fatura Pró Forma ou Proforma
Invoice, Carta de Crédito, Letra de Câmbio e Contrato de Câmbio.
A Fatura Pró Forma ou Proforma Invoice possui o propósito de legitimar a proposta de
venda. E o que isso significa? Significa que esta é expedida pelo vendedor (exportador) em inglês,
possuindo todas as cláusulas e exigências negociadas para o comprador (importador).

Fatura Pró Forma ou Proforma Invoice

Este documento é enviado pelo exportador para o importador no ato da


negociação, antes do fechamento do negócio. Ela funciona como um
documento de cotação, aonde o exportador irá passar as informações sobre o
produto, condições de venda definindo um incoterms, uma espécie de espelho
da nota fiscal. Com este documento o importador irá analisar e posteriormente
responder com o “de acordo” ou não referente à negociação. Mas atenção, pois
este documento não tem valor fiscal, ele não é a nota fiscal, apenas uma
cotação.

É importante trazer a observação de Dias (2013, p. 182) onde afirma que a Fatura Pró
Forma (Proforma Invoice) é considerada o marco inicial de uma negociação de compra e venda visto
que é o primeiro documento oficial (como exemplo a seguir). Este será encaminhado ao importador
assim que for realizado uma manifestação (termo que é bastante utilizado quando se refere a pedido
de compra, no mercado internacional) mediante o interesse do importador sobre um determinado
produto. Logo, precisa ficar bastante claro em sua mente que esse documento é a base do contato

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preliminar, ou seja, o primeiro contato entre vendedor e comprador. Não se esqueça dessa
informação, tudo bem?!
A seguir, será apresentado um modelo de Fatura Pró Forma, dentre vários modelos que
existem, para facilitar o seu entendimento e também, realizar uma primeira apresentação, caso ainda
não tenha visto esse documento oficial:

Figura 10: Fatura Pró Forma ou Proforma Invoice


Fonte: http://clubebrasil.com.br/pt/documentos/proforma_invoice.htm
Descrição da figura: a figura representa um formulário de fatura Pró Forma. Na primeira linha tem duas colunas a
primeira com o nome fatura pró forma e abaixo as palavras, dados do importador, para ser preenchido, na outra coluna
tem as palavras número, data e dados do exportador. Na segunda linha está escrito as palavras local de embarque; na

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terceira linha: local de destino; na quarta linha: país de origem e data provável do embarque; na quinta linha :
observações; a sexta linha está dividida em quatro colunas : QTD ( quantidade), descrição da mercadoria, preço unitário
e preço total e ao final das colunas tem as palavras total geral; Na sétima linha tem o campo: Incoterm e a observação:
de acordo com os Incoterms 2000 do ICC; Na oitava linha o campo para preencher: forma de pagamento; Na nona linha
o campo: meio de transporte; na décima linha, peso bruto, peso líquido e volume; Na décima primeira: observações; Na
décima segunda: comissão de agentes; Na décima terceira : banco (nome e conta) e validade da Pró Forma e finaliza o
formulário. Fim da descrição.

Recapitulando: A fatura Pró Forma é que dá início à negociação, tudo bem?!


Você conseguiu entender a preocupação da Fatura Pró Forma em declarar corretamente
o valor da mercadoria, não é? Agora, o momento é de entender a forma ou também conhecida como
modalidade de pagamento. Pois bem, a Carta de Crédito (Letter of Credit) é a modalidade mais
comum e utilizada dentre as outras formas ou modalidades de pagamento que você irá estudar mais
à frente. É a modalidade que mais oferece garantias tanto para quem vende quanto para quem
compra no mercado internacional pois há um banco intermediando todo o processo. Funciona da
seguinte forma: Será expedido um documento para um banco atestando o pagamento da mercadoria
negociada pelo comprador (importador), atendendo o cumprimento de condições (preestabelecidas)
por parte do vendedor (exportador).
Outra forma muito comum nas negociações internacionais, a Letra de Câmbio (saque, ou
ainda, cambial) é uma ordem de pagamento ou ordem de saque (os termos são semelhantes e vistos
nas mais variadas literaturas) por parte do exportador (também conhecido como sacador ou drawer).
Esse documento possui as seguintes informações: número, praça, data da emissão, data de
vencimento e beneficiário. Representa o direito do exportador às divisas vinculadas a uma venda no
mercado externo (FARO R.; FARO F., 2010).

Não esqueça de acessar a videoaula dessa competência, tudo bem?!

Existe ainda um documento para cumprir a venda de uma moeda nacional para a compra
de uma outra utilizada no país estrangeiro. O Contrato de Câmbio objetiva descriminar todos e
qualquer termos da operação de troca de moeda pela moeda nacional (FARO R.; FARO F., 2010).

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Figura 11: Contrato de Câmbio
Fonte: http://clubebrasil.com.br/pt/documentos/contrato_cambio.htm
Descrição da figura: a figura representa a estrutura detalhada de um cabeçalho do formulário tem as seguintes frases:
Contrato de Câmbio de Compra, abaixo Modelo do contrato de câmbio de compra exportação, seguida contrato de
câmbio de compra tipo -1 exportação e abaixo os campos para preencher o número a data e o número da folha. Em
seguida, vem os campos do formulário. Na primeira linha é para preencher os dado do comprador: nome, endereço,
CGC ( atual CNPJ); Na segunda linha , tem o campo para preencher os dados do vendedor: nome, endereço, CGC ( atual
CNPJ); Na terceira linha tem os campos para moeda e taxa de câmbio; na quarta linha: o campo para o valor em moeda
estrangeira; na quinta linha: o campo para valor em moeda nacional; na sexta linha os campos para descrever: entrega
de documentos, prazo de cambiais, liquidação até; na sétima linha: forma de entrega de moeda estrangeira; na oitava
linha: natureza da operação e descrição; nona linha: prêmio e adiantamento; na décima linha: corretor e CGC; na
décima primeira linha: cláusulas contratuais; na décima segunda, outras especificações e finaliza o formulário. Fim da
descrição.

Como foi dito no início dessa competência, operar com a logística internacional não é
difícil ou impossível, mas precisa estar atento a um processo bastante burocrático e minucioso de
atividades. Agora, você será convidado a conhecer outros documentos, mas esses, referentes à
mercadoria.

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2.8. Documentos pertencentes à mercadoria

Como você pode conferir, o processo de negociação de compra e venda entre as partes
interessadas, precisa de todos os detalhes que foram apresentados. Se caso, pular uma etapa sequer,
em efeito cascata, todo o processo será comprometido. Um equívoco nessa fase, pode apresentar
problemas sérios mais à frente. Contudo, assim que é finalizado essa primeira etapa de conferências
e formalizações é chegado a hora da operacionalização do embarque das mercadorias vendidas. É
nessa etapa que será emitido alguns documentos que irão formalizar a operação. Desta forma,
convido você acompanhar a apresentação de cada um destes documentos citados e suas aplicações.
Até meados de 2018, toda e qualquer operação de exportação precedia na emissão de um
documento eletrônico que consolidava todas as informações de uma exportação. Esse documento
era conhecido como RE – Registro de Exportação. Contudo, assim como o Siscomex Exportação Web
ou também conhecido NovoEx, esse documento também recebeu uma atenção especial. O RE foi
substituído em 02 de julho de 2018, pela DU-E (Declaração Única de Exportação) onde, hoje, é
realizado no Portal Único Siscomex.
Com a atualização foi possível identificar a intenção do governo federal em impulsionar e
facilitar a forma de criar a documentação necessária buscando retirar burocracias. Hoje, a DU-E
(Declaração Única de Exportação) é um documento eletrônico que contém informações de natureza
aduaneira, administrativa, comercial, financeira, tributária, fiscal e logística, que caracterizam a
operação de exportação dos bens por ela amparados e definem o enquadramento dessa operação
(art. 7° da IN RFB n° 1.702, de 2017) e será através deste que o despachante aduaneiro acompanhará
o despacho aduaneiro de exportação.

Ficou interessado em obter mais detalhes a respeito da DU-E (Declaração


Única de Exportação?

Acessa o link abaixo, e leia todos os detalhes relacionados.


https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-
exterior/manuais/exportacao-portal-unico

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É preciso, antes de continuar com a explicação, reforçar que essa informação sobre a
mudança do antigo RE – Registro de Exportação para a atual DU-E (Declaração Única de Exportação)
é recente e poucos cursos dão essa explanação. Observe a preocupação em apresentar o que há de
mais atual no mercado para você!!!
Dando continuidade ao processo, o próximo documento internacional que deverá ser
emitido pelo exportador é a Fatura Comercial ou Commercial Invoice que corresponde a Nota Fiscal.
Vale salientar que a validade desse documento inicia a partir da saída da mercadoria do território
nacional e nele estarão descritas todas as informações deferidas na negociação (com base na Fatura
Pró Forma). Sem esse documento o importador não conseguirá realizar o desembaraço aduaneiro da
mercadoria no país de destino. É um dos documentos mais importantes e exigidos pelas autoridades
alfandegárias de todo o mundo para liberar a remessa e/ou embarques.

Figura 12: Fatura Comercial ou Commercial Invoice


Fonte: http://clubebrasil.com.br/pt/documentos/comercial_invoice.htm

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Descrição da figura: a figura representa a estrutura detalhada de uma Fatura Comercial ou Commercial Invoice. É um
documento onde descreve “nome e endereço, completo, tanto do exportador quanto do importador” como também,
número de referência para esse documento, data de emissão, moeda que está sendo negociada, termos e condições
gerais de venda, qual o modal e seus transportes, condições de pagamento, quantidade da mercadoria, código da
mercadoria, descrição da mercadoria em inglês, preço unitário e preço total, valor do frente, total do preço negociado,
peso líquido, peso bruto, volume e por fim, país de origem. Fim da descrição.

De acordo com o Decreto nº 6.759 de 05 de fevereiro de 2009 - Artigo 557, toda e


qualquer Fatura Comercial ou Commercial Invoice deverá conter as seguintes informações:

• Nome e endereço, completos, do exportador;


• Nome e endereço, completos, do importador e, se for caso, do adquirente ou do
procurador predeterminado;
• Especificação das mercadorias em português ou em idioma oficial do Acordo Geral
sobre Tarifas e Comércio, ou, se em outro idioma, acompanhada de tradução em
língua portuguesa, a critério da autoridade aduaneira, contendo as denominações
próprias e comerciais, com a indicação dos elementos indispensáveis a sua perfeita
identificação;
• Marca, numeração e, se houver, número de referência dos volumes;
• Quantidade e espécie dos volumes;
• Peso bruto dos volumes, entendendo-se, como tal, o da mercadoria com todos os
seus recipientes, embalagens e demais envoltórios;
• Peso líquido, assim considerado o da mercadoria livre de todo e qualquer envoltório;
• País de origem, como tal entendido aquele onde houver sido produzida a mercadoria
ou onde tiver ocorrido a última transformação substancial;
• País de aquisição, assim considerado aquele do qual a mercadoria foi adquirida para
ser exportada para o Brasil, independentemente do país de origem da mercadoria ou
de seus insumos;
• País de procedência, assim considerado aquele onde se encontrava a mercadoria no
momento de sua aquisição;
• Preço unitário e total de cada espécie de mercadoria e, se houver, o montante e a
natureza das reduções e dos descontos concedidos;

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• Custo de transporte (Frete) a que se refere o inciso I do art. 77 e demais despesas
relativas às mercadorias especificadas na fatura;
• Condições e moeda de pagamento; e
• Termo da condição de venda (INCOTERM).

O que você deve ficar bastante atento quanto a Fatura Comercial ou Commercial Invoice
é o valor declarado da mercadoria. Veja, para fins de tributação aduaneira, o valor declarado precisa
equivaler ao valor real do produto. Ainda que o vendedor lhe agraciar com um desconto precisa estar
deduzido na Fatura Comercial ou Commercial Invoice o valor real.
O próximo documento é bastante parecido com a Fatura Comercial ou Commercial
Invoice, o que o difere é o seu detalhamento: a (s) quantidade (s) ou volume (s) das mercadorias
descriminadas. O Romaneio ou Packinglist descrimina como a mercadoria foi acondicionada ou
embalada, carregada, peso líquido, bruto, etc. Junto com a Fatura Comercial ou Commercial Invoice,
o Romaneio ou Packinglist deverá ser apresentada pois sem este o desembaraço aduaneiro da
mercadoria não será possível. Um ponto importante que difere a Fatura Comercial do Romaneio é
que no primeiro apresentar valores monetários, o Romaneio é uma simples lista relacionando
detalhadamente os volumes a serem embarcados e seus respectivos conteúdos.

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Figura 13: Romaneio ou Packinglist
Fonte: http://clubebrasil.com.br/pt/documentos/romaneio_de_embarque_packing_list.htm
Descrição da figura: a figura representa a estrutura do formulário tem o nome Romaneio de embarque, em seguida
vem os campos do formulário. Na primeira linha para preencher os dados do exportador e do importador; na segunda
linha, o número da fatura comercial e a data. Na terceira, um campo de observações; na quarta linha tem os campos
para descrever as mercadorias: item Nr., quantidade, unidade, descrição da mercadoria, peso líquido, peso bruto e
metros cúbicos, depois vem o espaço para descrever estes dados, e na quinta linha vem os campos para os valores
totais. E por fim, na sexta linha, um campo para observações. Fim da descrição.

Com a atualização do sistema de exportação, muitos documentos que eram necessários


foram extintos para facilitar ou desburocratizar o despacho aduaneiro das mercadorias negociadas.
O que antes era indispensável o registro de presença de carga, hoje, essa apresentação é automática.
Agora, o que permanece, assim como os documentos citados acima, é o chamado
Conhecimento de Embarque que é caracterizado por ser emitido pela companhia transportadora que
declara o recebimento da carga, a circunstância de transporte e, principalmente, as obrigações de

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entrega das mercadorias ao destinatário legal no ponto de destino acordado, inspecionando a posse
das mercadorias.
Exercendo o papel de recibo da mercadoria, por assim dizer, ou contrato de entrega, este
documento adquire indicações em concordância com o meio de transporte que será utilizado:

1. Conhecimento de Embarque Marítimo (Bill of Lading - B/L) – é o instrumento do contrato de


transporte firmado entre embarcador e transportador, usado, exclusivamente, para o
transporte internacional usando o modal aquaviário.

Figura 14: Conhecimento de Embarque do Transporte Marítimo (Bill of Lading ou B/L)


Fonte: https://www.fazcomex.com.br/blog/bill-of-lading-o-que-e/
Descrição da figura: a figura representa a estrutura do formulário todo escrito no idioma inglês. No cabeçalho do
formulário tem o nome Bill of lading – BL (conhecimento de embarque), ao lado tem a figura de um navio e na parte de

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cima um campo para informar o número do BL e abaixo o campo para identificar a companhia de transporte. Na
primeira linha , tem os campos para preencher os dados do Shipper (exportador); na segunda os dados do Consignee or
order (importador); na terceira linha tem os campos para informar o quem deve ser informado na chegada – Adress
arrivel notice to e Also Notify ; na quarta, quinta e sexta linhas tem os campos dos dados do embarque como: port of
loading (porto de origem), port of discharge (porto de descarga), oceam vessel (viagem marítima), place of recelpt (local
de recebimento), place of delivery (local de entrega), e for delivery place appty to. Em seguida, na sétima e oitava linha,
vem os campos para descrever a carga com a frase - particulars Furnished by shepper of goods (fornecido pelo
exportador das mercadorias), peso do produto, termos de negociação- Incoterms, valor da carga. Na oitava e nona linha
vem os campos para descrição do valor do frete e taxas – Freight end Charges, ao lado, um campo para observação e,
na décima e décima nona linhas vem as informações de pagamento e data de embarque. Fim da descrição.

2. Conhecimento de Embarque Aéreo (Airway Bill - AWB) – é o instrumento do contrato de


transporte firmado entre embarcador e transportador, usado, exclusivamente, para o
transporte internacional usando o modal aéreo.

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Figura 15: Conhecimento de Embarque do Transporte Aéreo (Airway Bill ou AWB)
Fonte: http://formidan.com.br/awb-conhecimento-de-transporte-aereo/
Descrição da figura: a figura representa a estrutura do formulário todo escrito no idioma inglês. No cabeçalho do
formulário tem o nome Conhecimento de embarque aéreo - AWB. Na primeira linha, tem os campos para preencher os
dados do Shipper – ( exportador); na segunda os dados do Consignee (importador), na terceira linha tem os campos
para informar o quem deve ser informado na chegada ; na quarta , quinta , sexta e sétima linha posuem os campos dos
dados do embarque como : Airport of departure ( aeroporto de origem ), Airport of destination( aeroporto de
descarga), flight date ( data do voo), número da aeronave entre outros .Em seguida na oitava e nona , vem os campos
de handling information, para descrever a carga, peso do produto, Incoterms, valor da carga. Da décima até décima
oitava vem os campos para descrição do valor do frete, taxas e valores totais de pagamento, finaliza o formulário. Fim
da descrição.

3. Conhecimento de Transporte Rodoviário (CTR) – é o instrumento do contrato de transporte


firmado entre embarcador e transportador, usado, exclusivamente, para o transporte
internacional usando o modal rodoviário.

Figura 16: Conhecimento de Embarque do Rodoviário (CTR)


Fonte: https://websaf.intersite.com.br/wiki/index.php/Emiss%C3%A3o_de_CTe
Descrição da figura: a figura representa a estrutura do formulário todo escrito no idioma português. No cabeçalho do
formulário tem o nome Conhecimento Internacional de transporte rodoviário-CRT: Carta de porte Internacional por

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Carretera. No campo 1: é para preencher com os dados do remetente (exportador); o campo 2: número do documento,
campo 3: dados do transportador, campo 4: dados do destinatário (importador), campo 5: local e país de emissão,
campo 6: dados do consignatário; campo 7: local, país e data em que o transportador se responsabiliza pela mercadoria;
campo 8: local, país e data de entrega; campo 9: notificar à; Campo 10: transportadores sucessivos; campo 11 ao 14 e
16 são para informar os dados da mercadoria; os campo 15, 19 e 20 são para detalhamento do frete; os campos 17 , 18
e 22 são para informações adicionais documentos , da alfândega e outras observações adicionais; os campos 21, 23 e
24, são destinados para nome, assinatura e data, referente ao remetente, transportador e destinatário
respectivamente, e finaliza o formulário. Fim da descrição figura.

4. Conhecimento de Transporte Ferroviário (TIF) – é o instrumento do contrato de transporte


firmado entre embarcador e transportador, usado, exclusivamente, para o transporte
internacional usando o modal ferroviário.

Figura 17: Conhecimento de Embarque do Ferroviário (TIF)


Fonte: http://wwwjobisoncomex.blogspot.com/2010/02/modelos-de-conhecimentos-maritimo-aereo.html
Descrição da figura: a figura representa a estrutura do formulário todo escrito no idioma espanhol. No cabeçalho do
formulário tem a frase Conhecimento de embarque de mercadoria por ferrovia ou Ferrocarril, em espanhol, logo abaixo
tem um espaço para preencher com o número e a série do documento. Na primeira linha há três campos, o primeiro
tem a expressão à ordem. O segundo: não à ordem e o terceiro, conhecimento guia de embarque. Na segunda linha
tem os campos para informar o local de precedência e de destino da carga: na terceira e quarta linhas, os dados do
remetente (exportador); na quinta e sexta, os dados do consignatário (importador), nas linhas sete e oito deverá ser

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informado os dados de quem será notificado pela chegada da carga; da linha nove à dezenove são os campos para
informações da mercadoria; na linha vinte, espaço para cláusulas especiais; na linha vinte e um, campos para informar o
número de original e também dados do frete e gastos, abaixo na linha vinte e quatro, no canto direito, um local para
informar o valor total do frete; na linha vinte e dois no canto direito, o campo: recibo a bordo (para informar a data em
que a mercadoria foi recebida a bordo do trem); nas linhas vinte e três e vinte e quatro, no canto esquerdo, espaço para
informar local, data e assinar. Finalizando o formulário. Fim da figura.

Com a formalização de contratos e variados acordos comerciais internacionais, bem como


a institucionalização de várias regras de origem, foi idealizado um documento como o objetivo de
garantir a origem da mercadoria comercializada entre os países pertencentes a negociação, sinalizado
como Certificado de Origem.
O Certificado de Origem é um documento que alega a procedência da carga ao
importador de que a mercadoria é originária do país que está sendo adquirida. Vale ressalta que em
todos os casos, o encarregado pela emissão do Certificado de Origem é o exportador que enviará o
documento ao importador para que seja efetivado a operação de Nacionalização da mercadoria.

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Figura 18: Certificado de Origem
Fonte: https://www.fazcomex.com.br/blog/certificado-de-origem/
Descrição da figura: a figura representa a estrutura do formulário todo escrito em português. Do item 1 ao 16 da figura,
são autoexplicativos e bastante fácil de preencher. O item 1 são as informações do exportador. O item 2 as informações
do importador. O item 3 o consignatário. O item 4 são as informações do porto ou lugar de embarque. O item 5 são as
informações do país de origem. O item 6 são as informações do meio de transporte previsto. O item 7 é a numeração da
Fatura Comercial ou Invoice. O item 8 são as informações do número de ordem. O item 9 são as informações do NCM. O
item 10 são as descrições da mercadoria. O item 11 são as informações do peso líquido da mercadoria. O item 12 são as
informações do valor da mercadoria (FOB) em dólar. O item 13 são as informações das normas de origem. O item 14 são
as observações gerais. O item 15 são as declarações finais do produto, datado e assinado. E o item 16 são as
informações da entidade habilitada para prestar o certificado, datado e assinado. Fim da descrição.

O certificado de origem não é obrigatório ser emitido todas as vezes que fora realizar uma
exportação para o mesmo cliente pois, comumente, a validade desse documento é de até 1 ano.
Contudo há casos específicos que podem trazer a necessidade desse prazo ser menor.

2.9. Erros comuns no processo de exportação

Você conseguiu perceber que existe uma tensão e atenção peculiar para operações de
exportação, não foi? Adianto que nas operações de importação, a atenção e preocupação é dobrada!
Isso não quer dizer que você, ainda estudante, não conseguiria realizar ou até mesmo acompanhar a
operação. Tudo que está sendo ensinado nessa competência, o torna capaz. Mas, é bastante comum
que entre os iniciantes operadores logísticos do mercado internacional, cometer alguns equívocos.
Em vista disso, foi elaborado esse capítulo afim de apresentar alguns erros comuns praticado por
ainda estudantes e negociadores amadores. As questões culturais são as que mais fazem os jovens
operadores internacionais caírem em erro, assim como questões legais e documentais pois cada país
tem uma legislação própria. E para que o transcurso ocorra sem falhas, as partes envolvidas deverão
executar as atividades e emitir os documentos assertivamente, se assim não o fizer toda a operação
poderá ser travada ou até mesmo cancelada pelo importador. Imagine só o prejuízo?!?!

Aqui estão alguns dos equívocos mais comuns, se assim pode ser intitulado, na
operacionalização de exportação:

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1. Eleger o Código NCM, inapropriado para o produto. Se assim acontecer, ocasionará com que
seu produto fique retido na alfândega de destino, caso exista alguma barreira legal para o
produto do código (errado) escolhido inclusive a rejeição do produto por parte do importador.

2. Não realizar as adequações e licenças exigidas. Existem as regras e licenças necessárias para
adequação dentro do país. No Brasil, por exemplo, medicamentos precisam de aprovação da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

3. Inclusão de dados errados no Portal Único SISCOMEX. Quando o exportador foi inserir todas
as informações no Portal, precisa estar devidamente igual as informações contidas na Fatura
Comercial ou Commercial Invoice.

4. Embalagem ou Logística indevidas. Antecipadamente é primordial avaliar a configuração de


como o produto será transportado. O tipo de embalagem, a forma de proteção e outros
detalhes logísticos são resolutivos para assegurar a qualidade e integridade do produto.

5. Comercializar com mal fornecedores. É preciso ser criterioso na escolha dos fornecedores
pois a qualidade dos produtos e/ou serviços estará, inevitavelmente, atrelado à empresa.

6. Carência de planejamento. As operações logísticas no comércio exterior são bastante


minuciosas, um erro no fluxo pode acarretar em custos altíssimos. E para isso, torna-se
relevante acompanhar de perto todas as etapas. Não é apenas levar uma mercadoria de um
lado para o outro, consegue entender isso?!

7. Retardamento na expedição dos documentos ao importador. Logo que a mercadoria é


embarcada, o exportador precisa juntar a documentação do processo de exportação e enviar
para o importador. Principalmente a Fatura Comercial (Commercial Invoice), o Romaneio
(Packing list) e o Conhecimento de Embarque, pois sem estes documentos, em lugar nenhum
do mundo, o importador conseguirá nacionalizar a carga.

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Cada etapa da operação de exportação, requer toda atenção do exportador. Cair em um
desses deslizes acima, poderá ser fatal, principalmente, para as novas empresas que estão disputando
um mercado novo em meio a tantas e tantas empresas internacionais solidificadas.

2.10. Fluxograma de Exportação

De forma bastante simplificada, mas sem esquecer nenhuma etapa para a exportação de
uma mercadoria, convido você a conferir o roteiro a seguir:

1. Detectar prováveis compradores no exterior;


2. Ajustar a exportação às normas nacionais e internacionais;
3. Credenciar a empresa como exportadora junto à Receita Federal do Brasil e ao SECINT;
4. Dialogar com o provável comprador e exibir a empresa e a mercadoria;
5. Preparar o preço FOB ou FCA como básico (ou pelo INCOTERM que o importador solicitar);
6. Fixar seu preço, forma de pagamento, entrega, embalagem, etc;
7. Formular e expedir uma fatura Proforma para o importador averiguar e atestar o negócio;
8. Aguardar a confirmação do negócio podendo ser através de pedido de compra por parte do
comprador;
9. Apurar a utilidade de Licença de Exportação para seu produto ou processo;
10. Registrar a Exportação no Portal SISCOMEX, registrando a DU-E;
11. Fabricação da mercadoria para entregar no prazo estabelecido;
12. Contratar transportadora internacional (pode ser um armador ou agente de carga);
13. Efetuar ou contratar despachante aduaneiro para cumprir os trâmites de despacho;
14. Emitir documentos fiscais, comerciais como Fatura Comercial e Packing List e financeiros;
15. Fechar o câmbio de exportação com o banco autorizador (Banco Negociador);
16. Escoltar a chegada da mercadoria no destino; e
17. Receber o pagamento através do Banco Negociador num determinado país.

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É muito importante recordar que nem sempre o processo de exportação cumprirá essa
ordem, propriamente dita. Tudo bem!!! Algumas etapas, inclusive, caminharam ao mesmo tempo,
conforme você pode conferir na Figura (19) a seguir.

Figura 19: Fluxograma Básico de Exportação


Fonte: https://www.fazcomex.com.br/blog/fluxo-de-exportacao/
Descrição da figura: a figura ilustra, através dos balões azuis e as direções das etapas, todo processo descrito e
enumerado de 1 a 14 acima do fluxograma de exportação. Fim da descrição.

Convido você a conhecer e se aventurar nas operações administrativas na importação.


Vamos lá!!

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3.Competência 03 | Conhecer os Procedimentos Administrativos na
Importação
Olá estudante, nessa competência, será apresentado um apanhado de informações a
respeito dos tipos de importações, Declaração Única de Importação (DUIMP), Despacho de
Importação e Cálculos de preço de mercadoria importada.

Aproveite este momento para ouvir o nosso podcast e retorne para prosseguir
com os seus estudos.

3.1. Afinal, o que é Importação?

Assim como na exportação, é a ação de comercialização no mercado internacional de


produtos e serviços, porém o ato é de comprar mercadorias e/ou produtos originados de outros país.
À vista disso, deve ficar claro que os produtos são fabricados em outros países e adquiridos pelo Brasil
ou qualquer que seja outro país. Ficou claro?
Ainda que seja o país mais desenvolvidos de todos no mundo, até este, necessita de
produtos, serviços, mercadorias em geral que não são produzidos internamente. Por isso, a
importação é tão importante para que seja feito a compra daquilo que não se tem ou não se
consegue produzir. Você entende isso?

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Figura 20: Importação de Mercadorias
Fonte: https://www.correios.com.br/enviar-e-receber/importacao
Descrição da figura: a figura representa a compra de mercadorias dos Estados Unidos da América – EUA – através de
alguns pequenos prédios, a bandeira Americana e a estátua da liberdade do lado esquerdo na figura e do lado direito
um prédio da agencia dos correios do Brasil e a bandeira nacional. Há algumas caixas sendo transportadas por uma
linha dutoviária entre os dois países e três caminhões aguardando para serem abastecidos e transportados para o
mercado interno brasileiro. Fim da descrição.

Agora, preciso da sua atenção para entender que para que essa aquisição de novas
mercadorias, produtos e até mesmo serviços sejam realizadas com sucesso, existem algumas formas
ou tipos de importação.

3.2. Tipos de Importação

Hipoteticamente, se uma empresa exporta, ela vende seus produtos e em troca, adquire
moeda estrangeira, elevando as reservas cambiais do país. Agora, quando importa, ocorre o
contrário: compra uma mercadoria e/ou produto no mercado externo e a empresa paga em moeda
estrangeira fazendo com que seja abatido as divisas do país.
Então, você deve estar se perguntando “se o lucro é maior em vender para o mercado
externo toda minha produção, é melhor apenas trabalhar com exportação. Assim, ainda adquiro
reserva em moeda estrangeira”. Não é bem assim... se todas as empresas do país investirem 100%
de sua produção ao mercado externo, o mercado interno ficará com escassez de produtos.

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Em conformidade com Faro R.; Faro F. (2010) a importação é estabelecida como o
ingresso no país de riquezas originárias do exterior, materializada por bens ou ainda pelos efeitos da
execução de serviços.
As importações não podem ser encaradas como simples despesas, pois em vários casos
elas são necessárias, exemplo: matérias-primas, alimentos, medicamentos, máquinas e
equipamentos para modernização da indústria local. Além de encorajar a modernização do parque
industrial local, estabelece novas e interessantes parcerias locais. Outra forma positiva de perceber a
importação como investimento é sempre que suprir os alimentos do mercado interno, em razão da
quebra na produção ocasionada por secas, geadas, ou até mesmo como medidas econômicas para
equilibrar o preço do produto do mercado interno.

Expansão e mais empregos em fábricas de fornecedores da Jeep


em Pernambuco

Até 2024, número de empresas fornecedoras para a fábrica de Goiana deve crescer
de 30 a 50
https://jc.ne10.uol.com.br/canal/economia/pernambuco/noticia/2020/02/13/expans
ao-e-mais-empregos-em-fabricas-de-fornecedores-da-jeep-em-pernambuco-
399725.php

As importações são cruciais para sustentar o equilíbrio da balança comercial do país e o


desenvolvimento da economia. Toda via, o governo tem de conservar um certo controle e vigilância
sobre as importações (através da fiscalização aduaneira) para que os preços e o volume de
importados não prejudiquem a indústria local.

DESCOMPLICÔMETRO
O que é Balança Comercial?
Diferença entre o total exportado menos o importado no país.

Balança Comercial = Exportação - Importação.

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Observe a seguir os principais produtos importados que o Brasil vem consumindo em
2019, de acordo com o site Fazcomex:

1. Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais;


2. Adubos ou fertilizantes químicos;
3. Demais produtos Indústria de Transformação;
4. Equipamentos de telecomunicações;
5. Válvulas e tubos termiônicos;
6. Obras de ferro ou aço e outros artigos de metais comuns;
7. Partes e acessórios dos veículos automotivos;
8. Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos;
9. Plataformas.

E ainda de acordo com o site Fazcomex, o Brasil tem adquirido essas mercadorias:

Origem de Importações % Valor FOB


1º China 21 35,3 Bilhões
2º Estados Unidos da América 18 30,1 Bilhões
3ª Argentina 6,2 10,6 Bilhões
4º Alemanha 6 10,3 Bilhões
5º Coreia do Sul 2,8 4,7 Bilhões
6º Índia 2,5 4,3 Bilhões
7º México 2,5 4,2 Bilhões
8º Japão 2,4 4,1 Bilhões
9º Itália 2,4 4 Bilhões
10º Rússia 2,2 3,7 Bilhões

Tabela: Top 10 países que o Brasil Importa no ano de 2019


Fonte: https://www.fazcomex.com.br/blog/principais-produtos-importados-brasil/
Descrição da figura: tabela informa o ranking dos 10 principais países que o brasil mais importa. São eles: China,
Estados Unidos da América, Argentina, Alemanha, Coreia do Sul, Índia, México, Japão, Itália e Rússia. Fim da descrição.

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É fundamental para quem compra mercadorias no exterior refletir não apenas sobre o
fornecedor e a viabilidade da importação, assim como selecionar entre um dos tipos de importação
regulamentados no Brasil. Agora, a depender de quem efetiva a operação e oportuniza os recursos
para a compra, diferentes normas se aplicam.
Os tipos de importação disponíveis atualmente no Brasil são: Direta, Indireta, Por conta e
ordem de terceiro e Por encomenda.
Quando a mercadoria é vendida diretamente pelo fornecedor (exportador) estrangeiro
para o comprador (importador) brasileiro sem participação de nenhuma outra empresa é chamado
de Importação Direta.
A Importação por conta e ordem de terceiro é um serviço prestado por uma empresa (a
importadora) a qual promove, em seu nome, o despacho aduaneiro de importação de mercadorias
adquiridas por outra empresa – a adquirente, em razão de contrato previamente firmado, que pode
compreender ainda a prestação de outros serviços relacionados com a transação comercial, como a
realização de cotação de preços e a intermediação comercial (art. 1º da IN SRF nº 225/02 e art. 12, §
1°, I, da IN SRF nº 247/02, RECEITA FEDERAL, 2014). Em outras palavras, nesse tipo de importação,
uma empresa (também conhecida como Trading) irá intermediar toda a operação de importação.
Importação por encomenda: nesta, a operação cambial para pagamento de uma
importação por conta e ordem pode ser realizada em nome da importadora ou da adquirente,
conforme estabelece o Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais (RMCCI – Título
1, Capítulo 12, Seção 2) do Banco Central do Brasil (BACEN, RECEITA FEDERAL, 2014). Ou seja, como
o próprio nome sugere, a empresa que está adquirindo mercadorias do exterior se responsabilizará
por todo e qualquer pagamento, nacionalização da mercadoria e recolhimento de tributos (PIS,
COFINS, ICMS e demais tributos incidentes).

3.3. Declaração Única de Importação – DUIMP

Seja na exportação para auxiliar na otimização dos processos como também na operação
de importação, o comércio exterior atual está passando por diversos ajustes. Dessa maneira, o novo
processo de importação, que entrou em vigor desde 02 de outubro de 2018, garante oferecer mais
rapidez e economia anual estimada em US$ 23 bilhões ao ano para o setor, segundo a Câmara de

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Comércio Exterior (CAMEX). Só para se ter uma ideia, o tempo de importação pretende otimizar e
acelerar suas atividades em 40%, sendo hoje de 17 dias passando para 10 dias.
E é devido a essa aceleração no processo que a CAMEX, apresentou um programa que
está sendo aos poucos instituído, desde sua criação até os dias atuais, chamado de Declaração Única
de Importação – DUIMP.
Essa Declaração Única para operação de Importação é o documento eletrônico que
agrupa todas as informações de natureza aduaneira, administrativa, comercial, financeira, tributária
e fiscal apropriado a administração das importações pelos intervenientes da Administração Pública
brasileira.

Com isso, a DUIMP sucedera a Declaração de Importação (DI) e também a Declaração


Simplificada de Importação (DSI) que seriam as primeiras ações para quem fosse operacionalizar com
importações, no Brasil.

Não esqueça de acessar a videoaula dessa competência, tudo bem?!

DESCOMPLICÔMETRO

Declaração de Importação (DI):


É o documento que regulariza as informações do processo de importação de
mercadorias e serve como base para o despacho aduaneiro de importação.

Através do Portal Único Siscomex, todas essas atualizações serão administradas para,
além de facilitar o acesso as informações gerais e o preenchimento do DUIMP, ampliar a assistência
ao tratamento administrativo relacionados a importação.

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Dentre os vários motivos que poderia ser apresentado para facilitar e otimizar o processo
de importação no Brasil, afim de diminuir a burocratização dos processos, será listado alguns para
que possa compreender a necessidade dessa convergência de ações e o ganho que foi para os
operadores de importação:

1. Plasticidade: o processo de liberação ou diferimento das futuras licenças de importação serão


mais versáteis;
2. Unificação: tanto a solicitação quanto a obtenção da licença para importar será realizada no
único ambiente (Portal Único Siscomex);
3. Otimização do tempo;
4. Legitimação automática: autenticação em relação aos dados declarados no DUIMP e a própria
operação autorizada;
5. Otimização na liberação de cargas: a DUIMP consentirá o agendamento de inspeções de
produtos por órgãos regulamentadores (normalmente, a Receita Federal do Brasil). Um
relatório com as informações sobre a averiguação física da carga será oferecido no Portal
Único Siscomex.
Mas, conforme foi dito no início desse capítulo, a operacionalização do módulo
importação da DUIMP ainda está em fase de transição e, consequentemente, alguns tratamentos
administrativos ainda se realizarão através das atividades de Licença de Importação (LI) e Declaração
de Importação (DI). Com o avançar das atividades internacionais logísticas, e o aprimoramento da
DUIMP, tanto a Licença de Importação será substituída pelo LPCO - Licenças, Permissões, Certificados
e Outros Documentos, quanto a Declaração de Importação serão agrupados.

DESCOMPLICÔMETRO

Licença de Importação (LI):


Todo procedimento administrativo que envolve a apresentação de um
pedido ou de outra documentação diferente daquela necessária para fins
aduaneiros ao órgão anuente competente, como condição prévia para a
autorização de importações para o território aduaneiro.

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3.4. Despacho Aduaneiro de Importação

Figura 21: Despacho Aduaneiro de Importação


Fonte: https://www.diaadiatributario.com.br/receita-abre-consulta-publica-sobre-novos-procedimentos-relativos-ao-
despacho-aduaneiro-de-importacao.html
Descrição da figura: a imagem ilustra um gigante navio cargueiro, repleto de containers, simbolizando as etapas para se
realizar o despacho aduaneiro de importação. Fim da descrição.

É nessa etapa que será realizada, minuciosamente, a conferência dos dados declarados
pelo importador associado à mercadoria importada, aos documentos apresentados e à legislação
específica.
Qualquer mercadoria oriunda do exterior, importada em razão definitiva ou não,
destinada ou não ao pagamento de imposto de importação, terá de se sujeitar a despacho de
importação, que ocorrerá a partir da declaração pronunciada à unidade aduaneira (no Brasil, seria a
Receita Federal do Brasil e seus Auditores Fiscais).

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Para a operação de importação, a primeira edição da DUIMP (Declaração Única de
Importação) ainda está trabalhando em fase de teste e os importadores ainda estão se habituando
ao novo formato, ainda se torna essencial utilizar a Declaração de Importação (DI).
Ou seja, a primeira etapa do despacho é registrar a declaração de importação pois será
através dela que será detalhado os dados da mercadoria, do importador, exportador, fabricante,
regime, local de desembaraço, cálculo de impostos, dados das pessoas habilitadas e outras
informações.

Procomex disponibiliza Cartilha de Importação de Vacinas


Acesse o link acima ou pelo:
https://medicinasa.com.br/procomex-cartilha/

Após esse procedimento inicial chega o momento da análise da Secretaria da Receita da


Federal – SRF, que será feita de acordo com os canais de parametrização informados no Portal Único
SICOMEX. A conduta de uma mercadoria para certo canal de parametrização na importação resulta
não apenas de informações apresentadas pelo importador nos documentos, assim como de alguns
critérios estabelecidos pela Receita Federal na IN 680/2006:

1. Continuidade fiscal do importador;


2. Frequência;
3. Natureza, volume ou valor da carga;
4. Valor dos impostos incidentes ou que incidiriam na importação;
5. Origem, procedência e destinação;
6. Tratamento tributário;
7. Característica da mercadoria;
8. Capacidade organizacional, operacional e econômico-financeira do importador;
9. Ocorrências verificadas em operações anteriores.

Feito toda essa investigação, a mercadoria é conduzida para um dos quatro canais de
parametrização, que são divididos pelas cores verde, amarelo, vermelho e cinza. É através dessa

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designação que pode ser indicado a intensidade da fiscalização à qual a carga será submetida. Veja
detalhadamente cada canal:

Canal Verde: significa que após a conferência do sistema, todas as informações estão
corretas, dentro dos padrões de conformidade e a importação será liberada automaticamente sem a
necessidade de análise dos documentos, nem da carga.

Canal Amarelo: significa que após a conferência do sistema, ocorreu divergência em


algum dos documentos (por isso foi dito tantos e tantas vezes o cuidado ao preencher a antiga DI ou
atual, mas em fase de testes, DUIMP). Neste caso o despachante terá que levar todos os documentos
originais para que o fiscal analise. Após a conferência será dado o parecer se está liberada para
importar, ou seja, nacionalizar a carga.

Canal Vermelho: significa que após a conferência do sistema, além da documentação, o


fiscal terá que prestar a vistoria física da carga, para confirmar se o que está sendo informado
realmente condiz com a carga física.

Canal Cinza: significa que a conferência do sistema, além da documentação fiscal, da


vistoria física da carga, para confirmar se a mercadoria informada realmente condiz com a carga física,
é fundamental a Confirmação do valor aduaneiro (valor de venda da mercadoria, informado na
fatura comercial ou Invoice). Ou seja, além do procedimento de checar os documentos e a carga, o
importador terá que solicitar ao exportador uma declaração oficial do país de origem atestando que
a mercadoria realmente foi vendida e seu preço de mercado é realmente o declarado nos
documentos.

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Canais de Parametrização e a DUIMP

Na nova DUIMP (Declaração Única de Importação) os canais de


parametrização permanecerão os mesmos, mas com algumas melhorias.
Sobretudo no que diz respeito a transparência de informações.

Com a DUIMP, o CANAL CONSOLIDADO será o canal de parametrização


principal. Logo, a cor dele será sempre o resultado da combinação dos canais
da Receita Federal mais o canal de inspeção (MAPA ou ANVISA).

Após a etapa de parametrização, o despachante aduaneiro responsável pela operação de


importação emite o Comprovante de Importação (CI) que será por meio desse documento que será
atestado a legitimidade da mercadoria importada e viabilizará a emissão da nota fiscal de entrada no
país que é também conhecido como a etapa de Nacionalização (é a sequência de atos que transfere
a mercadoria estrangeira para a economia nacional) da mercadoria.

3.5. Fluxograma de Importação

Um dos grandes motivos para que o sistema que opera as atividades de compra e venda
no Brasil ser automatizado e otimizado para o Portal Único Siscomex é acabar com a falta de
integração e comunicação entre os sistemas e operadores do comércio exterior. A imagem a seguir
ilustra, de forma bastante humorada, a compreensão de alguns junto ao fluxograma de importação.

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Figura 22: Fluxo do Processo de Importação e a padronização entre os órgãos anuentes antes da reformulação
Fonte: https://www.fazcomex.com.br/blog/duimp-e-o-novo-processo-de-importacao/
Descrição da figura: a imagem ilustra vários rabiscos coloridos e emaranhados entre si, sem que possa compreender o
início e o fim entre as linhas. Fim da descrição.

A ideia geral de simplificar e desburocratizar os processos de importação foi pensando


em tirar essa impressão dos empresários importadores e até mesmo dos despachantes aduaneiros
ao conduzirem o raciocínio para as etapas da importação. Agora, através do Portal Único Siscomex, e
assim que a DUIMP estiver 100% sendo realizada, as atividades de registro, acompanhamento e
controle administrativos, aduaneiros e fiscais das importações serão facilmente entendidas. A figura
a seguir, diferentemente da anterior, mostra como o fluxo de informações administrativas da
importação irá funcionar.

Figura 23: Novo Processo de Importação


Fonte: https://www.fazcomex.com.br/blog/duimp-e-o-novo-processo-de-importacao/
Descrição da figura: a imagem através de um fluxograma as etapas que seguiram até o desembaraço de mercadoria
importada. Do importador ao tratamento administrativo, informações da carga, Declaração de Importação (DUIMP),
catálogo de produtos, LPCO, GR e RIF até a Nacionalização da Mercadoria. Fim da descrição.

E então, o que achou das questões administrativas para se realizar uma importação?
Sensacional, não é?? Convido você a conhecer e se aventurar nas operações administrativas na
importação. Vamos lá!!

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4.Competência 04 | Conhecer os termos de vendas internacionais
(Incoterms).
Olá, estudante! Nessa competência você irá se deparar com um vasto número de termos
utilizados no comércio internacional que visa definir os direitos e obrigações dos integrantes de uma
negociação, seja de compra ou venda no mercado externo.

Antes de seguir adiante, ouça o podcast desta competência.

Agora, sim! Vamos lá!?!

4.1. Definição e Importância dos Incoterms para o comércio exterior

Para que todas as operações de compra e venda aconteçam sem qualquer impasse no
comércio exterior, da saída da mercadoria do fornecedor até sua chegada ao comprador, é
obrigatório que na ocasião da transação (ou seja, negociação entre vendedor e comprador) seja
informado quais são as obrigações e direitos do comprador e do vendedor. Sem exceção, toda
negociação no comércio internacional é indispensável estabelecer e explicar questões dessa
espécie (DAVID; STEWART, 2010).
Com a finalidade de explicar questões do tipo: quais ocupações serão desempenhadas
tanto pelo exportador quanto pelo importador? Quais procedimentos serão pagos tanto pelo
exportador quanto pelo importador? Qual será o instante que a transferência da responsabilidade da
mercadoria ocorrerá? É que a Câmara de Comércio Internacional - CCI (International Chamber of
Commerce - ICC) elaborou os Termos Internacionais de Comércio ou International Commercial Terms
– INCOTERMS.

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Figura 24: A História dos INCOTERMS
Fonte: https://blog.conexos.com.br/incoterms2020/
Descrição da figura: o infográfico determina o fluxo, por cada ano de sua atualização, de ações se transcorreram. Em
1923, a câmara de comércio internacional, realiza o primeiro estudo dos termos mais usados nas transações
internacionais. Em 1928, o segundo estudo das regras internacionais expande o escopo para melhorar os termos para
os mais de 30 países operantes. Em 1936, é oficializado o esforço global para uniformizar normas gerais para todo o
mundo. Em 1953, surge a necessidade de atualização pós-guerra. Em 1967, são inseridos os termos DAF e DDP. Em
1976, são esclarecidos e anunciados termos para o transporte aéreo. Em 1980, devido ao crescente tráfego de
mercadorias são adicionados mais dois termos FCA e FCL (que hoje, não existe mais). Em 1990, são realizadas outras
uniformizações dos termos. Em 2000, ouve mudanças na seção “entrega”. Em 2010, são eliminados os termos DAF, DES,
DEQ e DDU ficando assim onze termos e também houve alterações na comunicação entre vendedor e comprador. E em
2020, ocorreu a mudança de um termo DAT para DPU e incluiu níveis de segurança para o CIF e CIP. Fim da descrição.

Em concordância com o Portal Único Siscomex, esses termos internacionais de comércio


ou INCOTERMS são normas, diretrizes internacionais, neutras, de natureza padronizadora, que
formam todo o alicerce dos negócios internacionais e viabiliza sua harmonia. Você irá perceber que
essas normas sugere o consenso entre o vendedor e o comprador com relação às tarefas necessárias
para levar a mercadoria da origem ao destino final. Estabelecendo e explicando as obrigações e
direitos de ambos com relação às tarefas de: embalar, transportes internos, liberações na alfândega
(de origem e destino), movimentação em terminais, transporte e seguro internacionais etc.

Figura 25: A logística integrada no mundo


Fonte: https://dclogisticsbrasil.com/saiba-o-que-e-a-logistica-integrada-e-como-ela-pode-beneficiar-seu-negocio/
Descrição da figura: o infográfico apresentar o momento de integração entre todos os modais. Com o fundo azul,
simbolizando o mar, os modais de transporte (Caminhão, Avião, Trem e Navio Cargueiro) estão posicionados sobre o
mapa do mundo. Fim da descrição.

61
DESCOMPLICÔMETRO
INCOTERMS: trata-se de normas padronizadas que regulam aspectos
diversos do comércio internacional. São regras que determinam quem paga
o frete da mercadoria, o seu ponto de entrega e quem deve contratar o
seguro, entre outras coisas.

Em outras palavras, os Incoterms são importantes pois eles têm o papel de deixar clara a
alocação de riscos, custos e obrigações entre o comprador e o vendedor em um contrato de compra
e venda de mercadorias. E que fique muito claro para você que os termos regulam apenas a relação
entre comprador e vendedor / fornecedor.

4.2. Lista de INCOTERMS 2020 e suas características

Caro (a) estudante, antes de apresentar a lista dos incoterms e suas características, é
preciso alocar os termos em quatro grandes categorias afim de facilitar ainda mais a compreensão
sobre o assunto. Vamos lá!

A categoria E é a única e exclusiva categoria, pois abrange apenas um único termo


chamado: EXW (Ex Words ou No estabelecimento do vendedor).
Já posso adiantar que nesse termo fica acordado que o importador é o encarregado da
transação e com isso, precisa arcar com todos os riscos pertencentes ao transporte das mercadorias,
melhor dizendo, passa a ser dever, obrigação, compromisso do importador, levar e transportar a
mercadoria, conduzindo-a ao estabelecimento do vendedor.

A categoria F possui três termos e são representados pelas abreviações: FCA, FAZ e FOB.
Não se atendo aos seus significados, mas ao que os termos configuram: nesta categoria, o exportador
transmite a responsabilidade do frete principal, e seguro internacional para o importador.

A categoria C possui quatro termos e são representados pelas abreviações: CPT, CIP, CFR
e CIF. Nesta categoria, a responsabilidade de pagar o transporte, seguro e frete é do exportador.

62
A categoria D possui três termos e representados pelas abreviações: DAP, DPU e DDP.
Aqui, toda a responsabilidade de transportar a mercadoria, contratar seguro, frete e também a
entrega da mercadoria no país de destino com comprador, fica a cargo do exportador.
Adiante, está compactado em uma imagem, essas categorias e descrições para que fique
translúcido tudo que foi falado.

•Incoterms: DAP, DPU e DDP


D •O vendedor é responsável por todos os custos e
riscos até chegar ao destino final.
•Incoterms: CPT, CIP, CFR e CIF

C •O vendedor contrata o transporte, sem


assumir riscos diversos ou custos adicionais
provenientes de eventos após o embarque.
•Incoterms: FCA, FAS e FOB
F •Mercadoria entregue a um transportador
internacional indicado pelo comprador.

•Incoterms: EXW
E •Mercadoria entregue ao comprador
estabelecimento do vendedor
no

Figura 26: Categoria e descrição por grupo dos INCOTERMS


Fonte: próprio autor
Descrição da figura: o infográfico determina a categoria por grupo dos termos internacionais de comércio. A letra E,
onde é representado pelo EXW e se refere a Mercadoria entregue ao comprador no estabelecimento do vendedor. A
letra F, representa FCA, FAZ e FOB, a mercadoria será entregue a um transportador internacional indicado pelo
comprador. A letra C, simboliza CPT, CIP, CFR e CIF e explica que o vendedor é quem contrata o transporte, sem assumir
riscos diversos ou custos adicionais provenientes de eventos após o embarque. E a letra D, representa DAP, DPU e DDP
e explica que o vendedor é responsável por todos os custos e riscos até chegar ao destino final. Fim da descrição.

Você consegue perceber a evolução das responsabilidades, a cada passagem de


categoria? É exatamente assim que funciona no comércio exterior: cada vez que você vai dominando
o mercado internacional, há uma tendência a oferecer um comprometimento maior para os clientes.
Pois muito bem, após toda essa introdução, é chegado o instante em que será destrinchado todas as
características de cada termo internacional utilizado nas operações de compra e venda, no mundo:

EXW – Ex Words – (... named place)


À disposição – (... local designado)

63
O vendedor (exportador) dispõe a mercadoria às ordens do comprador (importador) no
ponto e local pré-estabelecidos (sem ponto designado, compete ao vendedor optar). Não é dever do
vendedor (exportador) realizar o carregamento no veículo transportador, caso o faça, será por conta
e risco do comprador (importador).
É de competência do comprador (importador) contratar e subsidiar o transporte, assim
como contratar e subsidiar o seguro.
O risco de extravio ou avaria da mercadoria é total do comprador (importador) a começar
do instante que a carga é disposta às ordens no local e data acordados.

Figura 27: INCOTERMS EXW


Fonte: próprio autor
Descrição da figura: o infográfico determina a categoria toda a operação, representada em desenhos desde o local de
origem da mercadoria, o estabelecimento do exportador (vendedor), até o local de destino da carga, o estabelecimento
do importador (comprador). O primeiro desenho é a uma fábrica, o segundo é um operador colocando a mercadoria em
uma empilhadeira a gás com uma caixa informando a sigla EXW. Esta seta simboliza o final da responsabilidade com
exportador (vendedor). O restante do caminho é de responsabilidade do importador (comprador). Fim da descrição.

Os deveres aduaneiros, quando aplicados, não convêm ao vendedor (exportador) (seja


no país do vendedor como no país do comprador ou terceiros países).

64
O EXW é o termo de menor responsabilidade para o vendedor (exportador) e assim
sendo, de maior responsabilidade para quem está comprando a mercadoria.

Modais de Transporte para o EXW: Pode ser usado com todos os modais.

FCA – Free Carrier – (Named place of delivery)


Livre no Transportador – (Inserir local de entrega)

O termo “livre no transportador” ou FCA – Free Carrier explica que o vendedor


(exportador) entrega a mercadoria ao transportador ou a quem o comprador (importador) apontar
no local nominado (armazém geral, etc.), como também realiza o carregamento no veículo
transportador.

Para que você entenda perfeitamente a operação do incoterm FCA é preciso esclarecer
que a entrega da mercadoria será finalizada quando:

• Caso o local for acordado do exportador, na ocasião em que a mercadoria estiver


carregada no meio de transporte preparado pelo importador ou;
• Caso o local não for o acordado do exportador, na ocasião em que a mercadoria for
posta às ordens do transportador ou de quem o importador designar no meio de
transporte do exportador às ordens para ser descarregado.

Quem vende (exportador) encarrega-se dos custos e riscos de extravio ou avaria da carga
até a entrega da mercadoria, para o transportador.

65
Figura 28: INCOTERMS FCA
Fonte: próprio autor
Descrição da figura: o infográfico determina a categoria toda a operação, representada em desenhos desde o local de
origem da mercadoria, o estabelecimento do exportador (vendedor), até o local de destino da carga, o estabelecimento
do importador (comprador). O primeiro desenho é a uma fábrica, o segundo é um operador colocando a mercadoria em
uma empilhadeira a gás, o terceiro é um fiscal da zona aduaneira e o quarto é o transporte com uma caixa informando a
sigla FCA. Esta seta simboliza o final da responsabilidade com exportador (vendedor). O restante do caminho é de
responsabilidade do importador (comprador). Fim da descrição.

Quanto ao seguro, compete ao comprador (importador) contratar e subsidiar o seguro,


se assim o pretender.
Pertinente ao transporte: compete ao comprador (importador) contratar e subsidiar o
transporte.
Já os trâmites alfandegários: o vendedor (exportador) prepara e subsidia a exportação
além de presta todo amparo ao comprador (importador) com a importação. O comprador
(importador) presta amparo ao vendedor (exportador) na exportação além de providenciar e
subsidiar a importação.

66
Modais de Transporte para o FCA: Pode ser usado com todos modais.

FAS – Free Alongside Ship – (Named port of shipment)


Livre ao lado do navio – (Porto de embarque nomeado)

O termo “Livre ao lado do navio” ou FAS – Free Alongside Ship explica que o vendedor
(exportador) completa sua responsabilidade de entrega quando a carga for posta ao lado da
embarcação designada pelo comprador (importador), no cais ou numa embarcação, no porto de
embarque designado.

Figura 29: INCOTERMS FAS


Fonte: próprio autor
Descrição da figura: o infográfico determina a categoria toda a operação, representada em desenhos desde o local de
origem da mercadoria, o estabelecimento do exportador (vendedor), até o local de destino da carga, o estabelecimento
do importador (comprador). O primeiro desenho é a uma fábrica, o segundo é um operador colocando a mercadoria em
uma empilhadeira a gás, o terceiro é um fiscal da zona aduaneira e o quarto é o transporte com uma caixa informando a
sigla FAS. Esta seta simboliza o final da responsabilidade com exportador (vendedor). O restante do caminho é de
responsabilidade do importador (comprador). Fim da descrição.

67
O risco de perdas ou avarias à carga, é do comprador (importador) com início na entrega
da mercadoria.

O transporte é atribuição do comprador (importador) contratá-lo e subsidiá-lo.

Agora, quanto ao seguro, compete ao comprador (importador) contratar e subsidiar o


seguro, se assim o desejar, claro!!!

Os trâmites aduaneiros na exportação é obrigação do vendedor (exportador), quando for


o caso. E que fique claro para você: o vendedor (exportador) não tem o dever quanto aos trâmites
alfandegários na importação e na passagem por terceiros países.

Modais de Transporte para o FAS: Pode ser usado apenas no modal


marítimo.

FOB – Free on board – (Named port of shipment)


Livre a Bordo – (Porto de embarque nomeado)

O termo “Livre a Bordo” ou FOB – Free on Board explica que o vendedor (exportador)
entrega a mercadoria a bordo do navio designado pelo comprador (importador), no ponto do local
de embarque acordado também pelo importador, ainda no país de origem do vendedor (exportador).
Ou seja, o subsídio do carregamento é do vendedor (exportador).

68
Figura 30: INCOTERMS FOB
Fonte: próprio autor
Descrição da figura: o infográfico determina a categoria toda a operação, representada em desenhos desde o local de
origem da mercadoria, o estabelecimento do exportador (vendedor), até o local de destino da carga, o estabelecimento
do importador (comprador). O primeiro desenho é a uma fábrica, o segundo é um operador colocando a mercadoria em
uma empilhadeira a gás, o terceiro é um fiscal da zona aduaneira, o quarto é o transporte, o quinto é uma torre que
simboliza a alfândega e a sexta é um navio com uma caixa informando a sigla FOB. Esta seta simboliza o final da
responsabilidade com exportador (vendedor). O restante do caminho é de responsabilidade do importador
(comprador). Fim da descrição.

O risco de perdas ou avaria à carga é do comprador (importador) com início na entrega


da mercadoria.
O transporte é atribuição do comprador (importador) contratá-lo e subsidiá-lo, a partir
do porto de embarque.
Neste termo, compete ao comprador (importador) contratar e subsidiar o seguro, se
assim o desejar.
Já os trâmites aduaneiros na exportação é obrigação do vendedor (exportador) prestar
assistência ao comprador (importador), já com a importação é o comprador (importador) que presta
assistência ao vendedor (exportador) na exportação assim como providencia e subsidia a importação.

69
Modais de Transporte para o FOB: Pode ser usado apenas no modal
marítimo.

CPT – Carriage Paid To – (Named place of destination)


Transporte Pago Até – (Local de destino nomeado)

O termo “Transporte Pago Até” ou CPT – Carriage Paid To, explica que quem está
vendendo (exportador) confere a carga ao transportador, no local estipulado do país de destino, e
com transporte contratado e amortizado por ele para conduzir a mercadoria até o local de destino
nomeado no exterior. O custo de carregamento é do vendedor (exportador).
O vendedor (exportador) assume o risco até o instante da entrega da carga ao
transportador. Após esse instante, da entrega da mercadoria ao transportador, no local acordado, o
risco passa a ser de quem comprou a mercadoria (ou seja, o importador).

Figura 31: INCOTERMS CPT

70
Fonte: próprio autor
Descrição da figura: o infográfico determina a categoria toda a operação, representada em desenhos desde o local de
origem da mercadoria, o estabelecimento do exportador (vendedor), até o local de destino da carga, o estabelecimento
do importador (comprador). O primeiro desenho é a uma fábrica, o segundo é um operador colocando a mercadoria em
uma empilhadeira a gás, o terceiro é um fiscal da zona aduaneira, o quarto é o transporte, o quinto é uma torre que
simboliza a alfândega e a sexta é um navio, porém mais próximo da zona ou área do vendedor. Isso quer dizer que a
mercadoria ainda está em solo nacional, ou seja, na sua origem. Mas a seta com uma caixa informando a sigla CPT está
apontado para o navio próximo a zona ou área do comprador, ou seja, já em território estrangeiro. Esta seta simboliza o
final da responsabilidade com exportador (vendedor). O restante do caminho é de responsabilidade do importador
(comprador). Fim da descrição.

Neste termo, compete ao comprador (importador) contratar e subsidiar o seguro, se


assim o desejar.
Já os trâmites alfandegários na exportação é obrigação do comprador (exportador).
Agora, os trâmites e direitos alfandegários na importação e na passagem por terceiros países não é
dever do vendedor (exportador). Se assim o fizer, será por sua conta em risco.

Modais de Transporte para o CPT: Pode ser usado por todos os modais.

CIP – Carriage And Insurance Paid To – (Named place of destination)


Transporte e Seguro pagos até – (Local de destino nomeado)

O termo “Transporte e Seguro Pagos Até” ou CIP – Carriage and Insurance Paid To, explica
que o vendedor (exportador) confere a carga ao transportador, no local designado do país de
destino, e com transporte contratado e amortizado por ele para conduzir a mercadoria até o local de
destino nomeado no exterior.
O vendedor (exportador) assume o risco até o instante da entrega da carga ao
transportador.

71
Figura 32: INCOTERMS CIP
Fonte: próprio autor
Descrição da figura: o infográfico determina a categoria toda a operação, representada em desenhos desde o local de
origem da mercadoria, o estabelecimento do exportador (vendedor), até o local de destino da carga, o estabelecimento
do importador (comprador). O primeiro desenho é a uma fábrica, o segundo é um operador colocando a mercadoria em
uma empilhadeira a gás, o terceiro é um fiscal da zona aduaneira, o quarto é o transporte, o quinto é uma torre que
simboliza a alfândega e a sexta é um navio, porém mais próximo da zona ou área do vendedor. Isso quer dizer que a
mercadoria ainda está em solo nacional, ou seja, na sua origem. Mas a seta com uma caixa informando a sigla CPI está
apontado para o navio próximo a zona ou área do comprador, ou seja, já em território estrangeiro. Esta seta simboliza o
final da responsabilidade com exportador (vendedor). O restante do caminho é de responsabilidade do importador
(comprador). Fim da descrição.

E nesse momento, você deve estar se perguntando “então, qual a diferença desse termo
para o anterior?”. No CIP, o vendedor (exportador) contrata, obrigatoriamente, o seguro para a
carga.
Já os trâmites alfandegários na exportação é obrigação do vendedor (exportador), se por
ventura for oportuno, mas ele não tem obrigação quanto aos trâmites na importação ou passagem
por terceiros países.

72
Modais de Transporte para o CIP: Pode ser usado por todos os modais.

CFR – Cost and Freight – (Named port of destination)


Custo e Frete – (Porto de destino nomeado)

O termo “Custo e Frete” ou CFR – Cost and Freight, explica que o vendedor (exportador)
confere a carga ao transportador a bordo do navio designado pelo importador, no porto de
embarque. O vendedor (exportador) tem que contratar e pagar os custos e frete para transportar a
carga ao porto de destino indicado.
O vendedor (exportador) assume o risco de avarias até o instante da entrega da carga ao
transportador, ou seja, assim que a carga passar da amurada do navio, o risco é do comprador
(importador), fico claro?!?

Figura 33: INCOTERMS CFR


Fonte: próprio autor
Descrição da figura: o infográfico determina a categoria toda a operação, representada em desenhos desde o local de

73
origem da mercadoria, o estabelecimento do exportador (vendedor), até o local de destino da carga, o estabelecimento
do importador (comprador). O primeiro desenho é a uma fábrica, o segundo é um operador colocando a mercadoria em
uma empilhadeira a gás, o terceiro é um fiscal da zona aduaneira, o quarto é o transporte, o quinto é uma torre que
simboliza a alfândega e a sexta é um navio, porém mais próximo da zona ou área do vendedor. Isso quer dizer que a
mercadoria ainda está em solo nacional, ou seja, na sua origem. Mas a seta com uma caixa informando a sigla CFR está
apontado para o navio próximo a zona ou área do comprador, ou seja, já em território estrangeiro. Esta seta simboliza o
final da responsabilidade com exportador (vendedor). O restante do caminho é de responsabilidade do importador
(comprador). Fim da descrição.

O vendedor (exportador) contrata e paga o transporte da carga do local de origem até


ao local de destino.
Quem contrata e subsidiar o seguro, assim que a carga estiver carregada no navio, é o
comprador (importador).
Quanto aos trâmites aduaneiros, o vendedor (exportador) dispõe e subsidia a
exportação, assim como presta assistência ao comprador (importador) com a importação. Por sua
vez, o comprador (importador) presta assistência ao vendedor (exportador) na exportação, assim
como providencia e custeia a importação.

Modais de Transporte para o CFR: Pode ser usado apenas no marítimo.

CIF – Cost, Insurance and Freight – (Named port of destination)


Custo, Seguro e Frete – (Porto de destino nomeado)

O termo “Custo, Seguro e Frete” ou CIF – Cost, Insurance and Freight, explica que o
vendedor (exportador) confere a carga ao transportador a bordo do navio designado pelo
importador. O vendedor (exportador) tem que contratar e subsidiar os custos, seguro e frete
essenciais, do ponto de entrega até o ponto no porto de destino indicado. Lembrando que esse termo
só pode ser aplicado ao modal marítimo.
Quem exporta, assume o risco da avaria da carga até o instante da entrega ao
transportador. Esse o risco é do comprador (importador) no instante em que a carga transpassa a
amurada do navio, no país de destino.

74
Figura 34: INCOTERMS CIF
Fonte: próprio autor
Descrição da figura: o infográfico determina a categoria toda a operação, representada em desenhos desde o local de
origem da mercadoria, o estabelecimento do exportador (vendedor), até o local de destino da carga, o estabelecimento
do importador (comprador). O primeiro desenho é a uma fábrica, o segundo é um operador colocando a mercadoria em
uma empilhadeira a gás, o terceiro é um fiscal da zona aduaneira, o quarto é o transporte, o quinto é uma torre que
simboliza a alfândega e a sexta é um navio, porém mais próximo da zona ou área do vendedor. Isso quer dizer que a
mercadoria ainda está em solo nacional, ou seja, na sua origem. Mas a seta com uma caixa informando a sigla CIF está
apontado para o navio próximo a zona ou área do comprador, ou seja, já em território estrangeiro. Esta seta simboliza o
final da responsabilidade com exportador (vendedor). O restante do caminho é de responsabilidade do importador
(comprador). Fim da descrição.

O grande diferencial do termo anterior é que o seguro é de obrigação do vendedor


(exportador) contratar e subsidiá-lo, salvo se o contrário foi decidido ou é costume nesse tipo de
negócio, ser apontado o importador como favorecido.

Os trâmites aduaneiros na exportação é obrigação do vendedor (exportador).

75
Modais de Transporte para o CIF: Pode ser usado apenas no marítimo.

DAP – Delivered At Place – (Named terminal at port or place of destination)


Entregue no Local – (Terminal nomeado no porto ou local de destino)

O termo “Entregue no Local” ou DAP – Delivered At Place, explica que o vendedor


(exportador) confere a carga dispondo-a ao comprador (importador), no local de destino e meio de
transporte indicado, pronta para ser desembarcada. O exportador contrai todos os riscos e custos
para esta entrega. Lembrando que, este termo trata de qualquer modal de transporte. Deve ficar
claro para não ser confundido com o CIF, tudo bem?!
O vendedor (exportador) assume o risco de avaria da carga até o instante da entrega da
carga, assim como, é responsável por contratar e subsidiar o transporte da carga do local de origem
até o local de destino.

76
Figura 35: INCOTERMS DAP
Fonte: próprio autor
Descrição da figura: o infográfico determina a categoria toda a operação, representada em desenhos desde o local de
origem da mercadoria, o estabelecimento do exportador (vendedor), até o local de destino da carga, o estabelecimento
do importador (comprador). O primeiro desenho é a uma fábrica, o segundo é um operador colocando a mercadoria em
uma empilhadeira a gás, o terceiro é um fiscal da zona aduaneira, o quarto é o transporte, o quinto é uma torre que
simboliza a alfândega e a sexta é um navio, porém mais próximo da zona ou área do vendedor. Isso quer dizer que a
mercadoria ainda está em solo nacional, ou seja, na sua origem. Mas a seta com uma caixa informando a sigla DAP está
apontado para o navio próximo a zona ou área do comprador, ou seja, já em território estrangeiro. Esta seta simboliza o
final da responsabilidade com exportador (vendedor). O restante do caminho é de responsabilidade do importador
(comprador). Fim da descrição.

Com isso, o exportador não tem obrigação de contratar o seguro da carga.

Os trâmites alfandegários na exportação é obrigação do exportador, entretanto não tem


obrigação na importação ou trânsito por terceiros países.

Modais de Transporte para o DAP: Pode ser usado por qualquer meio de
transporte.

DPU – Delivered At Place Unloaded – (Named terminal at port or place of destination)


Entregue no Local Desembaraçado – (Terminal nomeado no porto ou local de destino)

O termo “Entregue no Local Desembaraçado” ou DPU – Delivered At Place Unloaded,


explica que o vendedor (exportador) confere a carga dispondo-a ao comprador (importador), no local
e no meio de transporte indicado, já desembaraçada.
O risco é do vendedor (exportador) até ao local e instante em que a carga é posta à
disposição do comprador (importador), descarregada e desembaraçada no local de destino. Um
ponto muito importante: as operações de descarga são por conta e risco do vendedor (exportador).
O vendedor (exportador) pode contratar e subsidiar o transporte da carga no local de
destino, contudo precisa ser estabelecido entre as partes interessadas.

Agora, quanto ao seguro, o vendedor (exportador) não possui o dever de assegurar a


carga.

77
Figura 36: INCOTERMS DPU
Fonte: próprio autor
Descrição da figura: o infográfico determina a categoria toda a operação, representada em desenhos desde o local de
origem da mercadoria, o estabelecimento do exportador (vendedor), até o local de destino da carga, o estabelecimento
do importador (comprador). O primeiro desenho é a uma fábrica, o segundo é um operador colocando a mercadoria em
uma empilhadeira a gás, o terceiro é um fiscal da zona aduaneira, o quarto é o transporte, o quinto é uma torre que
simboliza a alfândega, a sexta é um navio e a sétima é a zona alfandegária, porém mais próximo da zona ou área do
vendedor. Isso quer dizer que a mercadoria ainda está em solo nacional, ou seja, na sua origem. Mas a seta com uma
caixa informando a sigla DPU está apontado para o navio próximo a zona ou área do comprador, ou seja, já em
território estrangeiro. Esta seta simboliza o final da responsabilidade com exportador (vendedor). O restante do
caminho é de responsabilidade do importador (comprador). Fim da descrição.

Posto isso, este é o único termo em que o exportador possui o dever de desembarcar a
mercadoria na entrega, no país de destino.
Já os trâmites alfandegários na exportação é obrigação do vendedor (exportador) mas
não nos países de importação (destino) e de trânsito por terceiros países

Modais de Transporte para o DPU: Pode ser usado por qualquer meio de
transporte.

78
DDP – Delivered Duty Paid – (Named terminal at port or place of destination)
Entregue com Direitos Pagos – (Terminal nomeado no porto ou local de destino)

O último termo “Entregue com Direitos Pagos” ou DDP – Delivered Duty Paid, explica que
o vendedor (exportador) confere a carga dispondo-a ao comprador (importador), no local de destino
indicado, no meio de transporte, já desembaraçada. Finalizando sua obrigação ao chegar no local
acordado do comprador (importador), comumente, em sua fábrica ou armazém.

O exportador contrata e subsidia o transporte da carga do local de origem até ao local


de destino.

Agora, quanto ao seguro, o vendedor (exportador) possui a obrigação de assegurar a


carga.

Figura 37: INCOTERMS DPU


Fonte: próprio autor
Descrição da figura: o infográfico determina a categoria toda a operação, representada em desenhos desde o local de

79
origem da mercadoria, o estabelecimento do exportador (vendedor), até o local de destino da carga, o estabelecimento
do importador (comprador). O primeiro desenho é a uma fábrica, o segundo é um operador colocando a mercadoria em
uma empilhadeira a gás, o terceiro é um fiscal da zona aduaneira, o quarto é o transporte, o quinto é uma torre que
simboliza a alfândega, a sexta é um navio, a sétima é a zona alfandegária, a oitava é o transporte carregado, a nona é o
fiscal aduaneiro liberando a carga para seguir o destino final que é a última imagem: a fábrica do importador. A seta
com uma caixa está informando a sigla DDP. Esta seta simboliza o final da responsabilidade com exportador (vendedor).
O restante do caminho é de responsabilidade do importador (comprador). Fim da descrição.

Nos trâmites alfandegários o exportador prepara toda a documentação necessária e paga


o desembaraço aduaneiro de exportação, de trânsito e de importação, bem como quaisquer outros
tributos ou despesas. Esse é a maior de todas as obrigações dentre as demais, para o exportador.

Modais de Transporte para o DDP: Pode ser usado por qualquer meio de
transporte.

Bem, você deve ter observado que a diferença entre os termos, as vezes são mínimas
(pode ser um frete pago pelo exportador, uma carga assegurada pelo importador, documentos
liberados apenas da origem, entre outras situações). Deste modo, será apresentado uma pequena
ilustração para resumir os termos e os tipos de transporte associados a cada um, respectivamente:

Figura 38: Tabela de Incoterms 2020 e os tipos de transporte


Fonte: https://www.fazcomex.com.br/blog/incoterms-2020-todos-termos/
Descrição da figura: a tabela apresenta as siglas dos incoterms e os tipos de transporte associados a cada um. O
primeiro termo EXW é do tipo multimodal. O segundo termo FCA também é do tipo multimodal. O terceiro termo FAZ é
exclusivo marítimo. O quarto termo FOB é exclusivo marítimo. O quinto termo CFR é exclusivo marítimo. O sexto termo
CIF é exclusivo marítimo. O sétimo termo CPT é do tipo multimodal. O oitavo termo CIP é do tipo multimodal. O nono

80
termo DPU é do tipo multimodal. O décimo termo DAP é do tipo multimodal. E o último termo DDP é do tipo
multimodal. Fim da descrição.

Para reforçar o entendimento sobre todo conteúdo apresentado, foi elaborado uma
figura que, sem dúvida, vai esclarecer qualquer dúvida que tenha:

Figura 39: Resumo dos deveres e obrigações entre vendedor e comprador


Fonte: https://dclogisticsbrasil.com/utilitarios/incoterms-2020/
Descrição da figura: a figura apresenta as siglas dos incoterms, os diretos e obrigações do vendedor e comprar e os
tipos de transporte associados a cada um. No EXW o vendedor tem obrigação de embarcar e marcar a carga e é

81
multimodal. No FCA o vendedor tem obrigação de embalar, carregar, transportar e desembaraçar a carga até o local
acordado e é do tipo multimodal. No FAS o vendedor tem obrigação de embalar, carregar, transportar, desembaraçar e
realizar movimentações portuárias e devido a isso, é exclusivo marítimo. No FOB a obrigação do vendedor é igual a FAS.
O que diferencia é que a obrigação do vendedor termina dentro do navio de embarque. No CFR o vendedor tem
obrigação de embalar, carregar, transportar, desembaraçar, realizar movimentações portuárias, colocar a mercadoria
no navio e contratar o transporto do país de destino e é exclusivo marítimo. No CIF o vendedor tem obrigação de
embalar, carregar, transportar, desembaraçar, realizar movimentações portuárias, colocar a mercadoria no navio,
contratar o transporto do país de destino e o seguro da carga e é exclusivo marítimo. No CPT o vendedor tem obrigação
de embalar, carregar, transportar, desembaraçar, realizar movimentações portuárias, colocar a mercadoria no navio e
contratar o transporto do país de destino, porém é do tipo multimodal. No CIP o vendedor tem obrigação de embalar,
carregar, transportar, desembaraçar, realizar movimentações portuárias, colocar a mercadoria no navio, contratar o
transporto do país de destino e o seguro da carga, porém é do tipo multimodal. No DPU o vendedor tem obrigação de
embalar, carregar, transportar, desembaraçar, realizar movimentações portuárias, colocar a mercadoria no navio,
contratar o transporto do país de destino e o seguro da carga e contratar a empresa que realizará os tramites
aduaneiros no país de destino e é do tipo multimodal. No DAP o vendedor tem obrigação de embalar, carregar,
transportar, desembaraçar, realizar movimentações portuárias, colocar a mercadoria no navio, contratar o transporto
do país de destino e o seguro da carga, contratar a empresa de descarga da carga no porto de destino, armazenagem no
terminal, despacho aduaneiro e transporte até o local final e é do tipo multimodal. E no DDP o vendedor tem obrigação
de embalar, carregar, transportar, desembaraçar, realizar movimentações portuárias, colocar a mercadoria no navio,
contratar o transporto do país de destino e o seguro da carga, contratar a empresa de descarga da carga no porto de
destino, armazenagem no terminal, despacho aduaneiro, transporte até o local final e o descarregamento da
mercadoria e é do tipo multimodal. Fim da descrição.

Por fim, para que uma operação de compra e venda no comércio exterior sem
contrariedades e com as obrigações e direitos, do exportador e do importador, bem informado é
fundamental estudar e dominar as particularidades dos Incoterms para que assim possa optar pelo
que mais justapõe ao processo de exportação ou importação.
É chegado o momento em que será apresentado as formas de pagamento que são
utilizadas no comércio exterior. Vamos para a próxima competência?

Não esqueça de acessar a videoaula dessa competência, tudo bem?!

82
5.Competência 05 | Conhecer as formas de pagamentos.
Olá, estudante! Será apresentado nessa competência as modalidades de pagamentos que
ocorrem nas operações de compra e venda de mercadorias internacionais.

Convido você a ouvir o podcast e, em seguida, retornar à leitura de seu e-


book. Ok?

5.1. Afinal, o que é Modalidade de Pagamento no Comércio Exterior?

Comercializar no mercado internacional. Exportar. É a ambição de muitos comerciantes


locais e jovens empreendedores! Mas, precisa ter muito cuidado para que a transação saia conforme
planejado.
Se tratando das operações de compra e venda no mercado internacional, principalmente
no quesito pagamentos, a atenção deve ser redobrada. Ou seja, nas transações entre vendedor e
comprador no comércio exterior, é imprescindível estabelecer, como será realizado o pagamento da
mercadoria.
Apesar disso, de acordo com FARO R.; FARO F. (2010) os pagamentos acontecerão em
moedas de livre conversibilidade e aceitabilidade, isso significa dizer que são as moedas mais aceitas
no mundo (exemplos: Dólar e Euro).
Sinto lhe informar que o nosso Real (R$) não é visto como uma moeda forte (para o
comércio internacional), e por consequência nossas operações de compra e venda, são feitas em
moedas estrangeiras. É preciso que fique muito claro para você que a legislação brasileira proíbe que
moedas estrangeiras circulem livremente no mercado interno, e por isso, toda transação do
comércio internacional deverá proceder com a conversão de câmbio. Consequentemente, você há
de concordar que estas operações de compra e venda, irão precisar da mediação dos Bancos, afim
de que o exportador obtenha o pagamento em real (R$) da mercadoria ou para que o importador
salde ao seu fornecedor em moeda estrangeira.

83
Bem, dado essa breve apresentação do que você irá aprender nessa competência, as
operações de pagamento serão divididas em: Pagamento Antecipado; Remessa Direta (sem saque);
Cobrança Documentária e Carta de Crédito.

DESCOMPLICÔMETRO
A escolha da modalidade de pagamento a ser utilizada, dependerá do grau
de confiabilidade entre o exportador e importador, de exigências da
legislação do país do importador, e das disponibilidades das linhas de
financiamento utilizadas na operação de compra ou venda.

5.2. Pagamento Antecipado

A modalidade de pagamento antecipado ou também conhecida como remessa


antecipada, é a operação onde o comprador (quem importa) paga ao vendedor (quem exporta) antes
da mercadoria ser postada, despachada, enviada ou até mesmo produzida.
Isto significa que no pagamento antecipado, teoricamente, quem estará se favorecendo
e também está amparado é o vendedor (quem exporta) visto que o comprador (quem importa) envia
previamente o pagamento pela transação efetuada. Agora, no caso do vendedor (quem exporta) não
cumprir com o despacho da mercadoria no prazo acordado ou ainda despachá-la fora das condições
negociadas, quem estará assumindo o risco será ele próprio, o vendedor, mesmo a negociação
estando paga. Está claro para você, a lógica dos riscos apresentados?!

DESCOMPLICÔMETRO
Em geral, o pagamento antecipado, acontece nos casos em que o vendedor
precisa de recursos financeiros (dinheiro) para produzir o produto ou executar
a operação, como por exemplo, na aquisição de uma determinada matéria-
prima ou equipamento produzido sob encomenda; nas operações entre
empresas, filial e matriz, de um mesmo grupo empresarial ou até mesmo na
compra de mercadorias de menor valor, como por exemplo: livros (MAIA, 2011).

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Subsequentemente, vou apresentar um esquema relativo à modalidade pagamento
antecipado:

1º passo: Pagamento - Depois dos contatos prévios, o comprador adquiri a mercadoria


do vendedor e realiza o pagamento recorrendo a um banco;
2º passo: Embarque - O vendedor apronta o despacho e o embarque da mercadoria para
o comprador;
3º passo: Documentos - O vendedor expede a documentação para o comprador;
4º passo: Desembarque - O comprador, de posse dos documentos, requisita o
desembaraço.

Não esqueça de acessar a videoaula dessa competência, tudo bem?!

5.3. Remessa direta de documentos (ou sem saque)

A modalidade de pagamento remessa direta de documentos ou remessa sem saque


(Clean Collection), é a operação onde o vendedor (quem exporta) prepara toda documentação
obrigatória para o desembaraço imediatamente para o comprador (quem importa), antes mesmo de
obter o pagamento, melhor dizendo, a permissão do saque no banco, por parte do comprador (quem
importa).
Significa dizer que no pagamento remessa direta de documentos ou remessa sem saque
(Clean Collection), quem estará se favorecendo e também está amparado, agora, é o comprador
(quem importa) ou seja, o vendedor é quem assume o maior risco.
Quem vende precisará fabricar o produto, realizar o despacho na alfândega para
exportação, embarcar a mercadoria através do modal de transporte combinado e reunir toda a
documentação obrigatória para o desembaraço da mercadoria no destino e enviar para o comprador.

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DESCOMPLICÔMETRO

Em geral, a modalidade de pagamento remessa direta de documentos ou


remessa sem saque (Clean Collection), é mais usada nas operações entre
empresas do mesmo grupo, matriz e filial (FARO R.; FARO F.,2010).

DESCOMPLICÔMETRO
Em geral, a modalidade de pagamento remessa direta de documentos ou
remessa sem saque (Clean Collection), é mais usada nas operações entre
empresas do mesmo grupo, matriz e filial (FARO R.; FARO F.,2010).

Foi citado que para que a realização dessa operação se cumpra corretamente, é
obrigatório que o vendedor reúna alguns documentos. Pois bem, os documentos enviados são:

• Fatura comercial – Invoice;


• Romaneio (Packing list);
• Conhecimento de embarque (BL, AWB, etc.) a depender do modal acordado e
• Apólice de Seguro (caso se aplique).

Assim que o comprador receber os documentos listados acima, está apto a dar entrada
nos tramites de nacionalização da mercadoria (Consiste na transformação do produto internacional
em nacional, ou seja, o importador adquire mercadoria estrangeira para consumo, revenda ou
industrialização). Desde modo, o mecanismo de liberação na alfândega se agiliza dado que se os
documentos seguissem por intermédio do banco, passaria inicialmente por todo processo
burocrático para assim, está em posse do comprador. Atrasaria bastante o trâmite de liberação e o
que menos se quer, no comércio exterior, são atrasos. Ainda por cima, as despensas bancárias são
menores na modalidade de pagamento remessa direta de documentos (sem saque), dado que apenas
serão cobradas taxas relacionadas à liberação da ordem de pagamento (MAIA 2011).

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A seguir, vou apresentar um esquema relativo à modalidade pagamento remessa direta
de documentos ou remessa sem saque (Clean Collection):

1º passo: Embarque - Depois dos contatos prévios, o vendedor realiza a venda da


mercadoria e providencia o despacho e o embarque;
2º passo: Documentos – O vendedor expede a documentação diretamente para o
comprador;
3º passo: Desembarque – O comprador, de posse dos documentos, requisita o
desembaraço;
4º passo: Pagamento – O comprador, através de um banco localizado no seu país,
providencia o pagamento;
5º passo: Ordem de Pagamento - O banco do comprador expede uma ordem de
pagamento ao banco do vendedor; e
6º passo: Pagamento – E por fim, o banco do vendedor realiza pagamento.

5.4. Cobrança documentária

A modalidade de pagamento cobrança documentária (Sight Draft) tem como mediador


as instituições bancárias tanto no país do comprador quanto no país do vendedor. Nesse tipo de
operação o vendedor fabrica a mercadoria, efetua o embarque, em seguida contrata um banco
(banco remetente) em seu país, e expede os documentos obrigatórios para o desembaraço.
Posteriormente, este banco expede os documentos e o saque (letra de câmbio), para um banco no
país do comprador (banco cobrador), que assume o compromisso de requerer ao comprador o
pagamento.

O que é uma letra de câmbio (ou saque)?

É título de crédito largamente utilizado no comércio exterior como


representativo de uma operação de compra e venda de bens e/ou serviços.

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Em virtude desta cobrança realizar-se por meio da remessa de documentação, é assim
denominada como cobrança documentária. E é fracionada em cobrança à vista e a prazo:

• Cobrança à vista: o banco cobrador aciona o comprador e comunica que os


documentos estão à disposição para resgate através do pagamento (à vista) da
compra, nessa ordem.
• Cobrança a prazo: as documentações serão cedidas ao comprador somente por
meio de um “aceite’’ ao pagamento (saque) futuro. Este ‘’aceite” tem a ver com a
assinatura do comprador no processo de identificação da dívida, relacionada à
transação comercial e, desta forma, o comprador terá de ir ao banco cobrador,
em um período definido para pagar os valores devidos.

Adiante, vou apresentar um esquema pertencente à modalidade pagamento cobrança


documentária:

1º passo: Embarque – Depois dos contatos prévios, o vendedor realiza a venda da


mercadoria e providencia o despacho e o embarque;
2º passo: Documentos - Logo que a mercadoria for embarcada, o vendedor vai a um
banco em seu país, com os documentos da exportação e um saque contra o
comprador, e contrata os serviços desse banco;
3º passo: Documentos em Cobrança - O banco do vendedor expede os documentos
e o saque a um seu parceiro no país do comprador (banco cobrador);
4º passo: Documentos – O banco cobrador anuncia ao comprador que os
documentos estão a seu dispor para resgate, que quita sua obrigação à vista ou
concorda com o saque para pagamento futuro (a prazo);
5º passo: Desembarque - O comprador, de posse dos documentos, requisita o
desembaraço;
6º passo: Ordem de Pagamento – Depois do pagamento, o banco do comprador
firma o câmbio e expede uma ordem de pagamento ao banco do vendedor (no

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pagamento à vista transcorre depois ad entrega da documentação e no pagamento
a prazo transcorre no vencimento do saque);
7º passo: Pagamento - E por fim, o banco do vendedor recebe a ordem de pagamento
e realiza pagamento.
Caso você tivesse a curiosidade de perguntar a algum gestor ou despachante aduaneiro,
ambos irão lhe informar e até concordar que esta é uma das modalidades mais usadas nas operações
comércio exterior. Tem ideia do porquê?? Isso tem a ver com a segurança para ambas as partes da
finalização da operação (pagamento ou entrega da mercadoria e documentos).

Apesar disso, os Bancos envolvidos não admitem as obrigações, se por ventura o


comprador infringir com o seu compromisso de pagamento. Uma vez que os bancos exercem
somente como operadores de cobrança, respeitando as orientações do comprador.

5.5. Carta de crédito

A modalidade de pagamento Carta de crédito ou Crédito documentário (Letter of Credit


– L/C), é a operação em que o provento (pagamento) da compra é realizado mediante de um
documento bancário (carta de crédito), expedida pelos bancos certificando que o vendedor
transcorrerá com a destinação da mercadoria em conformidade com os requisitos determinados e
que o comprador fará a quitação pela importação.

As transações de bens e serviços entre empresas de diferentes países, tem


crescido cada vez mais. A Agência Nacional de Transportes Aquaviário,
apresentou dados da movimentação dos portos públicos e terminais
privados brasileira, que cresceu 2,7%, em 2018 em comparação a 2017,
totalizando 1,117 bilhão de toneladas.

Para saber mais, acesse:


https://www.informativodosportos.com.br/movimentacao-portuaria-brasileira-
cresceu-27-em-2018/

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Quer dizer, a carta de crédito ou crédito documentário (Letter of Credit – L/C) é a
ferramenta usada para os que buscam importar a carga certificar o arremate do pagamento, assim
como as operações comerciais feitas com o vendedor ou empresa exportadora localizada em outro
país.

Na Carta de Crédito, estão especificados o valor da transação, os bens ou


serviços negociados. Além de informações das empresas envolvidas,
intermediadas e orientadas por bancos escolhidos pelas partes.

“Vale ressaltar que cada empresa em seu país, deve procurar uma instituição
financeira que atenda as expectativas necessárias para a negociação”.

Acesse:
https://www.conexos.com.br/carta-de-credito-saiba-o-que-e/

Especificamente, a carta de crédito ou crédito documentário (Letter of Credit – L/C) age


como um acordo de pagamento, uma vez que assegura ao vendedor que, ao efetivar os pontos
definidos no documento, a quantia acertada será obtida com o comprador pelos bens ou serviços
negociados. Segue uma simulação para que fique ainda mais claro como ocorre essa modalidade:

a) O comprador da empresa Embarcações Holandesas S/A, estabelece comunicação com o


vendedor da empresa Ferro do Brasil S/A e fecha uma transação de compra e venda e
estabelecem seus termos;
b) Posteriormente a conciliação, o comprador entra em contato com um banco em seu país e
requisita a abertura de carta de crédito e estipula as premissas em que pode ser efetivado o
pagamento ao vendedor;
c) Assim sendo, O banco do comprador alerta ao banco do vendedor a respeito da expedição da
carta de crédito;
d) O vendedor, apronta o embarque e entrega ao seu banco, toda documentação obrigatória
para o desembaraço;

90
e) Neste instante é que o vendedor irá obter do seu banco o pagamento da exportação. Por sua
vez, o banco do vendedor encaminha a documentação ao banco do comprador;
f) O passo seguinte fica a cargo do banco do comprador averiguar a documentação, para conferir
se está de acordo com as premissas determinadas na carta de crédito;
g) Após a conferência das documentações, o banco do comprador informa a este que a
documentação às ordens;
h) Com os documentos em mãos, e finalmente, o comprador poderá efetuar a nacionalização da
mercadoria.

As partes envolvidas na modalidade de pagamento Carta de Crédito são:

• O comprador (o tomador do crédito);


• O Banco Emissor (o banco que expede a carta de crédito a solicitação do comprador);
• O Banco Avisador (o banco que comunica ao comprador da carta de crédito);
• O Banco Confirmador (o banco que adiciona o status de “Ok” ao crédito e efetua o
pagamento ao vendedor); e
• O vendedor (o beneficiário);

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Quando é solicitada a Carta de Crédito (Letter of Credit – L/C)?

Comumente requerida pelo vendedor quando este tiver preocupações com:

• O risco do banco emissor (exemplo, a capacidade do banco do


comprador de honrar seu compromisso);
• Risco do país (exemplo, o risco de pagamento do país onde o banco
emissor está domiciliado); e/ou
• Risco documentário (exemplo, o vendedor obriga que outro banco
arque com o risco de não pagamento devido ao banco emissor definir
que os documentos não estão de acordo)

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A seguir, vou apresentar um esquema que pertence à modalidade pagamento Carta de
Crédito ou crédito documentário (Letter of Credit – L/C):

1º passo: Abre o Crédito - Depois dos contatos prévios, o comprador exige de um


banco de seu país a abertura de um crédito em favor do vendedor;
2º passo: Emitir a Carta de Crédito - O banco comprador expede a carta de crédito e
informa ao banco do país do vendedor a presença desse crédito;
3º passo: Comunica o Crédito - O banco do vendedor informa-o da chegada da carta
de crédito e suas disposições;
4º passo: Embarque - O vendedor prepara o embarque da mercadoria;
5º passo: Documentos e Pagamentos - O vendedor transfere os documentos
impostos pelo crédito ao banco de seu país e este os recebe, averiguando-os e, caso
estejam de acordo, realiza o pagamento ao vendedor;
6º passo: Documentos - O banco do vendedor expede os documentos ao banco do
comprador;
7º passo: Documentos e Reembolso - O banco do comprador concede os
documentos a ele e cobra deste o reembolso do pagamento efetuado; e
8º passo: Desembarque - O comprador, encarregado pelos documentos, quita os
direitos aduaneiros e, finalmente, retira a mercadoria.

Você consegue perceber que cada modalidade de pagamento apresentada nessa


competência, o comprometimento e segurança de ambas, vai evoluindo? Por essa razão, as cartas de
créditos contam com exigências, condições e premissas buscando uniformizar qualquer variedade de
negociação. Assim sendo, segue algumas variantes:

• Período para embarque - Caso a mercadoria não embarcar até certa data, o crédito
tornar-se-á vencido, expirado. Melhor dizendo, caso o vendedor não embarcar a
mercadoria até o prazo determinado, não receberá o pagamento;

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• Documentos obrigatórios - Fatura comercial (Invoice); Romaneio (Packing list);
Conhecimento de embarque (BL, AWB, etc.) e Apólice de Seguro (caso se aplique).
Porém, é possível que seja exigido outros documentos por parte do comprador (ex.:
certificado de origem);

• Valor e porção - Tais métodos precisarão ser desempenhados implacavelmente.


Certas cartas apresentam a palavra “cerca de” (about) e este termo autoria, outorga
que aconteça uma diversificação de 10% a mais ou a menos, no valor e nas porções;

• Porto de origem e porto de destino - indispensável nas operações via transporte


marítimo e para mercadorias que, para carregar ou descarregar, sejam vitais
equipamentos existentes somente nos portos selecionado, optado;

• Período de transação (negociação) - Fica determinado um prazo para o vendedor


transferir ao banco negociador os documentos obrigatórios pela carta de crédito.
Senão for entregue pelo vendedor no período, a carta será expirada.

Seguramente, é a modalidade mais efetiva, sólida, confiável seja para o vendedor como
para o comprador, uma vez que o vendedor tem a segurança que desempenhando os procedimentos
da carta de crédito irá receber o pagamento, assim como o comprador conta com a garantia de que
o vendedor precisará exercer todas as premissas negociadas para receber (FARO R.; FARO F., 2010).
Pronto! É possível afirmar que tudo que era indispensável definir, esclarecer e ensinar sobre
modalidade de pagamento no comércio exterior foi concluído nessa 5ª semana de estudos. Agora, segue
a viagem rumo à 6ª semana e nela será desenvolvido o conhecimento tributário do comércio exterior.

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6.Competência 06 | Conhecer o Tratamento Tributário.
Olá, estudante! Será desenvolvida nessa competência os tratamentos tributários
correlacionados nas operações de compra e venda de mercadorias internacionais.

Ouça o podcast da sexta competência e retorne para darmos continuidade ao


aprendizado.

6.1. Impostos que incidem sobre o processo de importação e exportação

Você deve ser informado de início que as arrecadações tributárias no comércio exterior
sejam para os processos de exportação e importação são praticadas de forma divergente.
Veja se você entende o raciocínio: Qualquer que seja o país, se mais empresas realizarem
suas vendas de produtos e/ou serviços no mercado internacional, mais divisas estarão entrando no
país, mais empregos serão gerados, ou seja, sua economia estará aquecida. Desta forma, com a
finalidade de fomentar as vendas no mercado externo, a legislação aduaneira desobriga ou até
mesmo suspende o recolhimento de alguns tributos nos processos de exportação. Por esse motivo
que frequentemente o preço de uma dada mercadoria e/ou serviço acaba se tornado mais acessível,
barato no mercado externo do que no mercado interno. Fora os incentivos diretos que são
outorgados, providos, cedidos aos vendedores do mercado internacional, há ainda os incentivos
indiretos (dedução de tributos) ocasionado em decorrência de acordos internacionais entre dois
países ou entre um conjunto, nos casos dos blocos econômicos, como por exemplo, o MERCOSUL.
Agora, se for o caso das compras de produtos e/ou serviços no mercado externo acontece
o oposto: gestão enrijecida por parte dos órgãos federais e a arrecadação de todos os tributos, com
alíquotas (percentual cobrado) elevados, objetivando impedir a saída de dinheiro para o mercado
externo e com isso amparar e cuidar as indústrias locais da concorrência internacional.

Está claro para você essa lógica a cima não está?!

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Empresas exportadoras estão isentas do pagamento de diversos impostos, facilidades
cambiais e contam com o crédito dos impostos pagos sobre matéria-prima utilizada na produção,
reduzindo preço de venda e gerando maior competitividade para produto no mercado internacional.

E empresas importadoras são tributadas de forma um pouco mais rígida pela União,
utilizando-se de fórmulas mais complexas para o cálculo dos impostos, onde cada produto, de acordo
com seu NCM, possui maior ou menor alíquota de impostos.

E agora, ficou mais claro?! Será apresentado os tratamentos tributários na venda ou


exportação do mercadorias e/ou serviços no mercado internacional.

Os sistemas tributários modernos estruturar-se com três


objetivos:

• O objetivo meramente fiscal de arrecadar recursos para cobrir as


despesas públicas;
• O objetivo social, de melhorar a distribuição de renda e de riqueza; e
• O objetivo funcional de orientar a poupança, a produção e os
investimentos, procurando corrigir as imperfeições do mercado Pontos
Básicos no Tributo

6.1.1 Tributos na Exportação

É chagado o momento que você precisa se certificar que a exportação é uma das formas
mais básicas de entrada de divisas para as reservas internacionais dos países (dos países que estão
vendendo, é claro!), fora o aspecto enérgico, empreendedor e ascensão da competitividade de seu
parque produtivo, na maior parte dos casos, os Governos evitam encarecer com encargos tributários
os produtos exportados, para preservar sua competitividade nos mercados externos. Logo, é comum
dispensar, desonerar os produtos exportados dos impostos indiretos, até mesmo os incidentes nos
insumos (matérias-primas, embalagem, partes e peças), que são absorvidos aos produtos finais.

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O regime de exportação no Brasil, dispõe de alguns incentivos tributários. Pode-se dizer
que os benefícios fiscais diretos acontecem com a isenção de cobrança dos tributos internos:

• ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços: as exportações de produtos


industrializados são imunes ao ICMS. O ICMS não incide sobre os produtos primários e
semielaborados;
• PIS - Programas de Integração Social: as exportações são isentas do PIS;
• COFINS - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social: há isenção de COFINS
sobre as receitas oriundas da exportação de mercadorias;
• IPI - Impostos Sobre Produtos Industrializados: são imunes da incidência do IPI, os produtos
industrializados destinados ao exterior; e
• ISS - Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza – o ISS não incide sobre as exportações de
serviços para o exterior.

O Reintegra é um outro incentivo fiscal à exportação o qual tem por


finalidade retornar o resíduo tributário remanescente na cadeia de produção
de produtos exportados.

Acesse:
https://www.fazcomex.com.br/blog/reintegra-o-que-e/

Para esclarecer suas dúvidas a respeito desse benefício.

E se tratando de impostos, a maior parte deles são isentos, imunes ou não incidentes nas
exportações, entretanto o vendedor internacional necessita de atenção no Imposto de Exportação
(IE), ainda que seja uma pequena lista de produtos.

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O que é Imposto de Exportação (IE)?

O Imposto de Exportação é um tributo federal que incide sobre mercadoria


nacional ou nacionalizada destinada ao exterior. Considera-se nacionalizada
a mercadoria estrangeira que sofreu processo de nacionalização, ou seja, que
foi importada a título definitivo.

Ao contrário de diversos outros tributos, a função principal do Imposto de


Exportação não é a arrecadação. O IE possui como características básicas
suas funções fiscais e regulatórias em relação ao fluxo de exportação. O
Imposto de Exportação não se sujeita ao princípio da anterioridade, podendo
ser alterado no mesmo exercício financeiro pelo Poder Executivo.

Decreto de Lei nº 1578/77

Atualmente, após a atualização certas atualizações do Portal Único de Comércio Exterior


- Portal Único SISCOMEX, o fato gerador do Imposto de Exportação (IE) é a saída da mercadoria do
território nacional. Julga-se acontecido o fato gerador na confirmação da data do DU-E (Declaração
Única de Exportação) no Portal Único SISCOMEX.

Cálculo do Imposto de Exportação

Segue o exemplo de cálculo do Imposto de Exportação (IE).

• Valor total no local de embarque: R$ 50.000 (valor já convertido de


acordo com a taxa de câmbio relativa ao dia útil imediatamente
anterior ao da ocorrência do fato gerador)
• Alíquota do IE: 9%
• Valor a pagar via DARF (código 0107): R$ 50.000 x 9% = R$ 4.500,00

Prazo para pagamento: até 15 (quinze) dias contados do registro da DU-E,


conforme a Portaria MF nº 674/94

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Hoje, são apenas duas categorias de produtos que incidem sobre o Imposto de Exportação
(IE):

• Cigarros que contenham tabaco (NCM 2402.20.00): exportação sujeita ao


pagamento da alíquota de 150% de Imposto de Exportação (IE), quando destinada à
países da América do Sul e América Central, inclusive Caribe, ressalvadas as hipóteses
de isenção previstas em lei. Base legal: Decreto nº 2.876/98 e Portaria Secex nº
23/2011, Anexo XVII, artigo 10.

• Armas e munições, suas partes e acessórios: as exportações de armas e munições


estão sujeitas ao pagamento da alíquota de 150% de Imposto de Exportação (IE),
quando destinada à países da América do Sul (exceto Argentina, Chile e Equador) e
América Central, inclusive Caribe, ressalvadas as hipóteses de isenção previstas em
lei. Base legal: Resolução Camex nº 17/2001.

6.1.2 Tributos na Importação

Todo e qualquer procedimento que esteja diretamente associado as operações de


importação requer atenção especial e controles mais rígidos para proteger e regular a economia do
nosso país. Esses impostos são calculados com base no valor aduaneiro: constituído pelo valor da
mercadoria adicionado de todas as despesas e custos para obtenção do produto.

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Valor Aduaneiro

O valor aduaneiro do produto é encontrado a partir do seu valor FOB (Free


on Board), acrescido dos valores do frete, seguros internacionais, despesas
portuárias, e outros custos que ocorram na operação. Após a soma deve-se
converter a moeda negociada, para a moeda brasileira o Real- R$

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E falando de impostos, os que incidem sobre uma mercadoria importada são: Imposto de
Importação (II), IPI, PIS, CONFINS e ICMS. Adiante será descrito e detalhado em conformidade com a
Secretaria da Receita Federal.

Imposto de Importação (II)

É um imposto federal, cujo propósito é unicamente econômico regulatória e de proteção


pois funciona taxando mercadorias importadas, assim como bagagens de viajantes e até bens
enviados como presente ou amostra, para que não haja concorrência desleal com os produtos
brasileiros.
É fundamental pontuar que nem todas as mercadorias são taxadas por esse imposto, ou
seja, o imposto de importação não incide sobre:

• Mercadoria estrangeira que, sem erros descritos nos documentos de transporte,


chegar ao País por erro claro, e que for redestinada ou devolvida para o exterior;
• Mercadoria estrangeira em duplicidade (igual quantidade e valor) e que se destine a
substituição de outra anteriormente importada que se tenha descoberto, após o
desembaraço aduaneiro, avariada para o fim a que se destinava (observada a
regulamentação editada pelo Ministério da Fazenda);
• Mercadoria estrangeira que tenha sido objeto da pena de perdimento (significa
perda de bens em favor da fazenda pública);
• Mercadoria estrangeira devolvida para o exterior antes do registro da declaração
única de importação - DUIMP;
• Mercadoria estrangeira que se revele imprestável para os fins a que se destinava,
desde que seja destruída sob controle aduaneiro, antes do desembaraço aduaneiro,
sem ônus para a Fazenda Nacional; e
• Mercadoria estrangeira em trânsito aduaneiro de passagem, acidentalmente
destruída.

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É relevante informar que o Imposto de Importação não é fixo para todas as mercadorias
pois sofre variação em concordância com o país de origem das mercadorias (devido aos acordos
comerciais) e também devido as características do produto. Suas alíquotas ou melhor dizendo, o
percentual com que o imposto incide sobre o valor de algo tributado, estão definidas na Tarifa Externa
Comum (TEC), que é a tarifa aduaneira utilizada pelos países do MERCOSUL e que é identificada de
acordo com o código NCM do produto. O Imposto de Importação II é calculado com base no valor
aduaneiro vezes a alíquota fixada na TEC.

Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)

É um Imposto federal que incide sobre os produtos industrializados, ligados na tabela de


incidência de produtos industrializados – TIPI, que transpõe no país por uma importação.

DESCOMPLICÔMETRO

Tabela de Incidência de Produtos Industrializados - TIPI

No link a seguir, você poderá acessar o site e tabela que irá constatar que,
todo ano, há uma atualização nos decretos e atos declaratórios Executivos a
fim de manter o mais atualizado possível a menções sobre o IPI.

https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/acesso-a-
informacao/legislacao/legislacao-por-assunto/tipi-tabela-de-incidencia-do-
imposto-sobre-produtos-industrializados

Com o papel de proteger a indústria nacional, equacionando os custos dos produtos


industrializados internacionais com os produtos fabricados no país, o IPI não é uniforme para todos
os produtos (princípio da seletividade) onde a alíquota é diversificada decorrente da urgência da
mercadoria, sendo capaz de alcançar até zero percentuais.
É também um imposto que não incide sobre o mesmo imposto nas etapas posteriores de
produção ou venda (princípio da não-cumulatividade). No ato da importação o valor pago é creditado

100
pelo importador (comprador) para posterior ressarcimento com o imposto devido em operações que
ele realizar e que forem sujeitas a esse tributo, novamente.

Cide-Combustíveis

É um imposto federal que possui caráter regulatório, para ajuste dos preços dos
combustíveis. Composta pela Lei nº 10.336/01, a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico
- Combustíveis (CIDE – Combustíveis) incide sobre a importação e comercialização dos derivados de
petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool etílico tendo como fato gerador as
operações de importação de:

• Gasolina e suas correntes;


• Diesel e suas correntes;
• Querosene de aviação e outros querosenes;
• Óleos combustíveis;
• Gás liquefeito de petróleo, inclusive o derivado de gás natural e de nafta; e
• Álcool etílico combustível.

É também um imposto que não incide sobre o mesmo imposto nas etapas posteriores de
produção ou venda (princípio da não-cumulatividade). No ato da importação o valor pago é creditado
pelo importador (comprador) para posterior ressarcimento com o imposto devido em operações que
ele realizar e que forem sujeitas a esse tributo, novamente.

Sua base de cálculo é a quantidade dos produtos sujeitos a sua incidência, importados ou
comercializados no mercado interno, expressa na unidade de medida definida para cada produto.
Conforme o Decreto nº 5.060/04, as alíquotas específicas da Cide-Combustíveis são de:

1. R$ 230,00 por metro cúbico (m3) - gasolinas e suas correntes;

2. R$ 70,00 por m3 - diesel e suas correntes;

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3. Zero, quando aplicáveis a: querosene de aviação, demais querosenes, óleos combustíveis com
alto teor de enxofre, óleos combustíveis com baixo teor de enxofre, gás liquefeito de petróleo,
inclusive o derivado de gás natural e de nafta e álcool etílico combustível.

Ou seja, a formula para se calcular a é:

CIDE-Combustíveis = Alíquota CIDE x Quantidade do Produto

E por fim, mas não menos importante, o pagamento da Cide-Combustíveis deve ser
realizado na data do registro da Declaração Única de Importação - DUIMP.

PIS-Importação e COFINS-Importação

Foi através da criação da Lei 10.865/04 que surgiu o PIS (Programa de Integração Social)
e a COFINS (Contribuição para financiamento da Seguridade Social). Estes são definidos como
impostos federais cujo objetivo é de contribuir para financiamento da seguridade social, incidentes
sobre a importação de produtos estrangeiros.

Essas contribuições taxam de forma igual tanto para os produtos produzidos no país,
quanto para os importados, que são tributados com as mesmas alíquotas dos bens nacionais
(tratamento tributário isonômico ou princípio da isonomia tributária).

É também um imposto que não incide sobre o mesmo imposto nas etapas posteriores de
produção ou venda (princípio da não-cumulatividade). No ato da importação o valor pago é creditado
pelo importador (comprador) para posterior ressarcimento com o imposto devido em operações que
ele realizar e que forem sujeitas a esse tributo, novamente.

102
Na grande maioria das importações, a alíquota aplicável do PIS é de 1,65% e a da COFINS
é de 7,6%.
A base de cálculo para ambas as contribuições é o valor aduaneiro das mercadorias
importadas, acrescido do valor do ICMS e do valor das próprias contribuições.

Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS)

É um imposto de competência estadual (diferentemente dos impostos anteriores), que


incide sobre a transporte de mercadorias no mercado interno e sobre serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação. Incide também sobre as mercadorias importadas
em geral, com intuito de taxar de forma igual tanto para os produtos produzidos no país, quanto para
os importados, que são tributados com as mesmas alíquotas dos bens nacionais (tratamento
tributário isonômico ou princípio da isonomia tributária).

É também um imposto que não incide sobre o mesmo imposto nas etapas posteriores de
produção ou venda (princípio da não-cumulatividade). No ato da importação o valor pago é creditado
pelo importador (comprador) para posterior ressarcimento com o imposto devido em operações que
ele realizar e que forem sujeitas a esse tributo, novamente.

Outro detalhe importante se dá por esse imposto atender ainda ao princípio da


seletividade onde o ônus deste é diferente em razão da essencialidade do produto, fazendo com que
as alíquotas sejam variáveis, podendo ir de zero, para os produtos essenciais, a 25%, em alguns casos.

103
DESCOMPLICÔMETRO

Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviço - ICMS

O Brasil é uma República Federativa e, em razão de não haver uma


regulamentação única para esse imposto, cada um dos 26 Estados e o
Distrito Federal têm sua própria legislação, o que dá origem a 27
regulamentações sobre o ICMS, com diversas alíquotas e tratamentos
tributários diferenciados.

Acesse:
https://www.jornalcontabil.com.br/icms-2020-tudo-o-que-voce-precisa-
saber/

Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM)

É um imposto federal recolhido exclusivamente nas importações feitas via modal


aquaviário, pois incide sobre o valor do frete, notificado com conhecimento de transporte marítimo
(Bill of Lading - BL).

Arrecado pelo Departamento de Marinha Mercante, objetiva recolher recursos, que serão
ressarcidos para o Fundo da Marinha Mercante onde será investido, por imposição legal, no
desenvolvimento da Marinha Mercante financiando a indústria de construção e reparação naval
brasileira. É também cobrado para as práticas de cabotagem e no transporte fluvial.

O AFRMM será calculado sobre a remuneração do transporte aquaviário (sobre o frete).


Para tanto, serão aplicadas as seguintes alíquotas:

a) 25% na navegação de longo curso (é aquela realizada entre portos brasileiros e portos
estrangeiros, sejam marítimos, fluviais ou lacustres);
b) 10% na navegação de cabotagem (é aquela realizada entre portos brasileiros);

104
c) 40% na navegação fluvial e lacustre (é aquela realizada entre portos brasileiros, utilizando
exclusivamente as vias interiores), quando transporte de granéis líquidos nas regiões Norte e
Nordeste.

Antes de seguir para o próximo assunto, regimes aduaneiros especiais, quero lhe propor
uma atividade simples, mas que resume tudo o que você aprendeu sobre imposto de importação.
Aceita o desafio? Acesse o simulador do tratamento tributário e administrativo das importações, pelo
site http://www.receita.fazenda.gov.br/Aplicacoes/ATRJO/SimuladorImportacao/default.htm. Você
precisara das seguintes informações:

• Código NCM (Nomenclatura Comum do MERCOSUL): É importante que o importador


faça a correta classificação dos produtos adquiridos, com a finalidade de evitar a
aplicação de penalidades pelas autoridades aduaneiras, além de utilizar as vantagens
tarifárias decorrentes dos acordos bilaterais e multilaterais que o Brasil mantém no
âmbito de seu comércio internacional.;
• Valor Aduaneiro: É a base de cálculo do imposto de importação. O preço
efetivamente pago compreende todos os pagamentos efetuados ou a efetuar como
condição da venda das mercadorias e não necessariamente feitos em dinheiro;
• Moeda;

Para esse primeiro acesso, insira essas informações e no final do processo, veja o
resultado:

Código NCM: 27112910


Valor Aduaneiro: 100.000,00
Moeda: Dólar US

Em seguida você digitará os caracteres solicitados e por fim, clicar em “consultar”. Você
irá observar toda descrição dos tributos cobrados para o produto acima informado através do NCM.

105
Mas fique à vontade e, inclusive, faça uma possível cotação de outros produtos importados mais
comuns que o nosso país consome ou até mesmo o nosso Estado.

6.2. Regimes aduaneiros especiais

Antes de aprofundar no conceito de regimes aduaneiros, é proveitoso que primeiro


compreenda alguns conceitos que serão apresentados a seguir.
Representando o território regido pela legislação aduaneira, ou seja, compreendendo
todo o território nacional, é também conhecido como território aduaneiro que engloba o mar
territorial, as águas territoriais e o espaço aéreo correspondente. O território Aduaneiro é fracionado
por duas zonas:

• Zona primária: é a parte interna de portos, aeroportos, recintos da alfândega e locais


habilitados na fronteira terrestre pela autoridade aduaneira para operações de carga
e descarga de mercadorias, ou embarque e desembarque de passageiros, vindo ou
indo ao exterior. Formada por áreas marcadas pelas autoridades aduaneiras local:

o Espaço terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, nos portos


alfandegados;
o Espaço terrestre, nos aeroportos alfandegados; e
o Espaço terrestre, que compreende os pontos de fronteira alfandegados.

Em nota de esclarecimento, com propósito de gerência aduaneira, as Zonas de


Processamento de Exportação (ZPE) compõem zona primária.

Estas ZPEs são distritos industriais onde empresas nelas situadas atuam com suspensão
de impostos, liberdade cambial (sem a obrigatoriedade de converter em reais as divisas obtidas nas
exportações) e desfrutam de procedimentos administrativos simplificados.

Hoje, no nosso país, são 24 Zonas de Processamento de Exportações habilitadas pelo


Governo Federal:

106
ZPE do Acre, em Senador Guiomard – AC;
ZPE de Barra dos Coqueiros, em Barra dos Coqueiros – SE; e
ZPE de Uberaba, em Uberaba - MG.

Exemplo de Zona Primária em Pernambuco: SUAPE, TECA (terminal de carga aérea),


Posto de Pesagem na PE-270 (Buíque) BR-232/PE e PE-217 (Pesqueira) BR-232/PE.

SUAPE licita terminal de granéis sólidos para contrato de transição

https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/economia/2020/08/suape-
licita-terminal-de-graneis-solidos-para-contrato-de-transicao.html

• Zona secundária: entende-se a parte do território aduaneiro não vista como zona
primária, nela incorporadas as águas territoriais e o espaço aéreo.

É possível apontar as alfândegas ou inspetorias da Receita Federal ou delegacias da


Receita Federal com seções/setores/divisões de controle aduaneiro. As Zonas Secundárias são
também conhecidas como Porto Seco, EADI ou Estação Aduaneira do Interior que são recintos
alfandegados de uso público cujo são desempenhadas operações de movimentação, armazenagem e
despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem, com controle realizado pela Receita Federal.

Exemplo de Zona Secundária em Pernambuco: Wilson Sons Logística Ltda (SUAPE),


GOLLOG (TECA).

107
Wilson Sons desiste de venda de terminais de contêineres e de logística

https://www.portosenavios.com.br/noticias/portos-e-logistica/wilson-sons-
desiste-de-venda-de-terminais-de-conteineres-e-de-logistica

As duas Zonas são usadas com intuito de liberação de importação e exportação.

Agora que ficou esclarecidos as definições das zonas aduaneiras e as delimitações do


território aduaneiro é possível definir que os regimes aduaneiros são a cobrança de tributos a partir
da entrada e/ou saída de mercadorias do território aduaneiro.

Os regimes aduaneiros especiais são exceções de um padrão convencionalmente


utilizado, pois acatam o ingresso ou saída de mercadorias do território aduaneiro, com isenção ou
suspensão de tributos.

Outro desvio da norma padrão são os regimes aduaneiros aplicados em áreas especiais
que foram idealizados para servir as exigências de certas áreas geográficas com particularidades
especiais, exemplo: Zona Franca de Manaus (ZFM); áreas de livre comércio (ALC) e Zona de
Processamento de Exportação (ZPE).

Mudança em critérios da Zona Franca Verde no AP pode elevar entrada de


novas empresas
https://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2021/01/25/mudanca-em-criterios-
da-zona-franca-verde-no-ap-pode-elevar-entrada-de-novas-empresas.ghtml

Recapitulando os regimes aduaneiros especiais são considerados exceções das diretrizes


de pagamento de tributos importados, e assim sendo suspensos, oferta maior competitividade à

108
indústria nacional, além do mais os regimes especiais contam com efeitos ainda mais impactantes
nas atividades econômicas do país:

a) O aprovisionamento, no País, de mercadorias estrangeiras, por tempo e data


decretados, oportunizando ao importador conservação de estoques estratégicos
e o pagamento de tributos no ato do despacho para consumo;
b) Promoção de feiras e exposições comerciais; e
c) A Locomoção de mercadorias estrangeiras com suspensão de impostos, entre
locais sob controle aduaneiro.

Ao todo, a União oportuniza alguns tipos de regimes aduaneiros especiais, são eles:

• Admissão Temporária;
• Depósito Afiançado (DAF);
• Depósito Alfandegado Certificado (DAC);
• Depósito Especial (DE);
• Drawback;
• Entreposto Aduaneiro;
• Exportação Temporária;
• Loja Franca;
• Despacho Aduaneiro Expresso;
• Declaração de Trânsito Aduaneiro (DTA);
• PADIS (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de
Semicondutores e Displays);
• Recap (Regime Especial de Aquisição de Bens de Capital para Empresas
Exportadoras);
• Recof (Regime Especial de Entreposto Industrial sob Controle Aduaneiro
Informatizado);
• Recof Sped (Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial sob Controle
Informatizado do Sistema Público de Escrituração Digital);

109
• Repetro (Regime Especial de exportação e de importação de bens que se destina às
atividades de pesquisa e de lavra das jazidas de petróleo e gás natural);
• Repex (Regime Especial de Importação de Petróleo Bruto e seus Derivados); e
• Reporto (Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da
Estrutura Portuária).

6.2.1 Admissão Temporária

O regime aduaneiro especial de admissão temporária com suspensão total do pagamento


de tributos é o que permite a importação de bens que devam permanecer no País durante prazo
fixado, com suspensão total do pagamento dos tributos incidentes na importação (Decreto-Lei nº 37,
de 1966, art. 75; Decreto nº 6.759, de 2009, art. 354).

Quais são os tributos suspensos na Admissão Temporária?

Na aplicação desse tipo de regime fica suspenso o pagamento dos seguintes


tributos incidentes na importação:

Imposto de Importação – II;


Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI-Importação;
PIS/PASEP-Importação;
COFINS-Importação;
Cide-Combustíveis;
Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante – AFRMM.

6.2.2 Exportação Temporária

O regime de exportação temporária é o que permite a saída, do País, com suspensão do


pagamento do imposto de exportação, de mercadoria nacional ou nacionalizada, condicionada à
reimportação em prazo determinado, no mesmo estado em que foi exportada (Decreto-lei nº 37, de
1966, art. 92, caput; Regulamento Aduaneiro, art. 431; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 90).

110
6.2.3 Recof Sped

Ou também conhecida como Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial sob


Controle Informatizado do Sistema Público de Escrituração Digital autoriza que a empresa
beneficiária importe ou adquira no mercado doméstico insumos para o seu processo produtivo,
industrialize os seus produtos finais e os exporte, sem realizar o pagamento de tributos em quaisquer
dessas etapas.

6.2.3 Repetro

Regime aduaneiro especial de exportação e de importação de bens destinados às


atividades de pesquisa e de lavra das jazidas de petróleo e gás natural (IN RFB nº 1.415, de 2013, art.
1º).

111
DESCOMPLICÔMETRO

Como funciona o Repetro?

Habilitação – Os contribuintes precisam se habilitar perante a Receita


Federal do Brasil para usufruírem dos benefícios concedidos pelo Repetro,
podendo ser:

• Fabricante dos produtos finais para serem diretamente fornecidos à


pessoa jurídica habilitada ao regime aduaneiro especial de exportação
e de importação de bens destinados às atividades de pesquisa e de
lavra das jazidas de petróleo e de gás natural (Repetro) ou ao regime
tributário e aduaneiro especial de utilização econômica de bens
destinados às atividades de exploração, desenvolvimento e produção
de petróleo e de gás natural (Repetro-Sped)

• Ser fabricante intermediário de bens a serem diretamente fornecidos


à pessoa jurídica de que trata o item acima

Controle – As empresas deverão manter o controle de consumo dos insumos


importados utilizando o método contábil PEPS (primeiro que entra, primeiro
que sai), além de controle de entrada, estoque e saída de mercadorias com a
apuração de tributos devidos e extintos ou com pagamento suspenso.

6.2.4 Declaração de Trânsito Aduaneiro (DTA)

Assim que uma carga chega ao país, não obrigatoriamente será desembaraçada no ponto
de entrada. Esta pode ser removida para ser desembaraçada em outro terminal alfandegado.
Contudo, para que se transporte uma carga não desembaraçada pelo território nacional é necessária
a elaboração da DTA (elaborada no Siscomex Trânsito, módulo do sistema responsável por esse tipo
de operação).
O procedimento é bastante simples para ser efetuado a DTA na importação, se ainda não
tiver sido informada (ainda na fatura pró forma), é possível através do conhecimento de embarque
(a depender do modal em operação) com até 48 horas de antecedência da chegada na Zona Primária.
Pode ocorrer, não é via e regra, a necessidade de mudança de modal de transporte ou manipulação

112
de carga e interrupção seguida ou não de redirecionamento (procedimento mais comum para quem
se apropria de uma DTA).
O fluxo geral de atividades realizadas ao solicitar a DTA são:

1. Chegada do veículo;
2. Verificação da integridade do trânsito;
3. Armazenamento;
4. Conferência e;
5. Conclusão do trânsito

6.2.5 Drawback

Criado em 1966 pelo Decreto Lei nº 37, de 18 de novembro de 1966, representa a


suspensão ou eliminação de tributos incidentes sobre insumos importados com a finalidade de uso
em produto exportado. Age como um estimulo às exportações, pois diminui os custos de produção
de produtos exportáveis, transformando-os em mais competitivos no mercado internacional. Tal
benefício é tão proveitoso que a média dos últimos 4 (quatro) anos, correspondeu a 29% de todo
benefício fiscal concedido pelo governo federal.
O Regime de Drawback é um relevante instrumento de competitividade internacional e
um dos mais aplicados pelos exportadores brasileiros que se fez preciso categorizar para atender a
necessidades específicas (FAZCOMEX, 2021):
Isenção Integrada: é a modalidade de drawback que abrange a isenção de tributos
incidentes na importação de mercadoria, em qualidade e quantidade semelhantes, atribuída à
reposição de mercadoria antes importada com recolhimento integral dos tributos e empregue na
industrialização de produto exportado.
Logo, é possível autodenominar de reposição de estoque. Em outros termos, a empresa
já operou nos últimos 2 anos, compras com pagamento de tributos, relacionados a um produto a
exportar. Com isso a empresa direito a abertura de um pleito de Drawback Isenção para recompor
seu estoque.
Suspensão Integrada: é a modalidade de drawback que compreende a suspensão dos
tributos incidentes na importação de mercadoria a ser exportada após concessão do privilegio ou

113
destinada à fabricação, complementação, recondicionamento ou acondicionamento de outra a ser
exportada.
Vale a pena reforçar que se não for cumprido com a exportação, a empresa deve recolher
os tributos com as devidas correções monetárias.
Restituição: É a modalidade de drawback que inclui a restituição, total ou parcial, dos
impostos pagos no ato da importação de mercadoria empregue na industrialização de produto
exportado, sendo concedido pela Receita Federal do Brasil.
Esses foram alguns dos regimes aduaneiros especiais mais operacionalizados dentre os
atores de transações comerciais no mercado internacional.

Pronto! É chegado o momento de seguir viagem rumo a última competência dessa


disciplina e conhecer os financiamentos à exportação.

Não esqueça de acessar a videoaula dessa competência, tudo bem?!

114
7.Competência 07 | Conhecer o Financiamento à Exportação.
Olá estudante, nessa competência final, você será orientado(a) a respeito dos
mecanismos de financiamento à exportação que busca oportunizar, promover e facilitar as
mercadorias nacionais a serem exportados em condições mais competitivas, no mercado externo.

Para prosseguirmos com a 7ª e última competência dessa disciplina, convido


você a ouvir o nosso podcast e, em seguida, retornar aos seus estudos.

7.1. Afinal, qual a importância de saber sobre o financiamento à exportação?

Se restava alguma dúvida se o processo de exportação demanda uma grande mobilização


de recursos financeiros, devido às suas particularidades, nessa competência você ficará surpreso!
Para quem anseia entra nesse mercado competitivo internacional precisa levantar capital para cobrir
os custos adicionais da internacionalização de seus produtos, como:

• Despacho aduaneiro;
• Adequação da embalagem ao mercado externo;
• Despesas adicionais com seguro;
• Transporte internacional; e
• Entre outros.

Não se pode esquecer de adicionar os custos com o aumento da produção, com matérias-
primas, mão de obra, energia elétrica, água e outras despesas administrativas. E você deve se
perguntar “porque devo pensar em tantos adicionais? Se está se falando em fomentar à exportação
porque os custos estão aumentando? “. Este aumento nos custos acontece, em razão do
desenvolvimento na base de clientes, prestando o atendimento também o mercado externo. Pense
que, por ventura, o mercado internacional que queria atender esteja localizado no continente
Asiático, com o quantitativo populacional enorme, tanto a produção quanto as despesas aumentaram
exponencialmente de acordo com a demanda.

115
Financiar a exportação?

Exportações, em via de regra, são operações cercado de valores altos e,


principalmente, com cobranças específicas com pagamento a prazo e vários
riscos (furto de mercadorias, calotes, flutuação cambial, desistência do
comprador).

O financiamento à exportação tende:

Banir riscos de oscilações cambiais;


Oferecer maior solidez e segurança financeira a empresa exportadora;
Fomentar a produção reservada à exportação;
Ofertar crédito ao importador para efetivar a operação.

E agora, em resposta à pergunta do tópico dessa competência “qual a importância de


saber sobre o financiamento à exportação?”, para que o exportador seja bem-sucedidos nesta
empreitada internacional, precisará de um capital de giro alto e em muitos casos vão em busca destes
recursos por intermédio de financiamento bancário. Mas não é só por intermédio bancário que o
exportador terá acesso a recursos, o Governo possui programas com linhas de financiamentos à
exportação que visa fomentar as exportações pois é importante para o equilíbrio da balança
comercial e, principalmente, para a economia.

Estadual, Butantan cogita exportar vacinas antes de acabar imunização em


SP.

https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-
noticias/redacao/2021/01/27/exportacao-butantan-coronavac-paises-sp.htm

As linhas de financiamento à exportação são apontadas para duas fases distintas do


processo de exportação:

116
• Fase pré-embarque – está disposta para empresas que procuram financiar à fase de
produção (aquisição de matéria-prima, embalagens e outros).

• Fase pós-embarque – está disposta para empresas que procuram financiar à fase de
comercialização (seguro, taxas em bancos internacionais, taxa aduaneiras no exterior
e outras despesas dependendo da negociação e da legislação do país de destino).

DESCOMPLICÔMETRO

Tipos de crédito no financiamento

Os recursos financeiros para financiamento das exportações, no Brasil, são


conseguidos através de créditos comerciais e créditos oficiais:

Créditos Comerciais – são aqueles concedidos com recursos obtidos pelo


sistema bancário privado ou público, com iniciativa e recursos próprios e sem
a imposição do governo. Apenar disso estas linhas de créditos serão
supervisionadas pelo Banco Central do Brasil.

Créditos Oficiais - são aqueles concedidos com recursos obtidos, apenas, no


Orçamento Geral da União (Governo Federal).

7.2. Financiamentos de Créditos Comerciais

Concedido com recursos obtidos junto aos bancos comerciais, perante a supervisão do
Banco Central do Brasil (BACEN) esses financiamentos de recursos são divididos em: Adiantamento
de Contrato de Câmbio (ACC) e Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE).

7.2.1. Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC)

O Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) é sem sombra de dúvida o mecanismo


mais comum e utilizados dentre as operações que irá aprender pois refere-se é um dos
financiamentos da fase pré-embarque onde o exportador está em buscar de recursos para se
preparar para o mercado internacional.

117
Em outras palavras, é uma antecipação de recursos de moeda nacional moeda nacional
(Real) ao exportador, sob a responsabilidade de uma operação de venda internacional futura (Pode
ser contratado até 390 dias após o embarque da mercadoria).

Se destina a exportadores de produtores rurais com atividades no exterior que precisem


de capital de giro e recursos para financiar a fase de produção.

As vantagens de se contratar esse mecanismo de financiamento à exportação é:

• Taxas de juros internacionais, mas atrativas;


• Adiantamento de até 100% do valor da exportação, com prazo de pagamento de até
750 dias utilizando;
• Recebimento à vista das vendas ao exterior praticada a prazo;
• Dispensa Imposto sobre Operações Financeiras – IOF;

É suma importância que você saiba que caso a exportação, por qualquer razão, não
acontecer no prazo definido, serão aplicados os encargos e tributos mencionados nas Circulares
BACEN 3689, 3690, 3691 de 16/12/2013, bem como IOF e Imposto de Renda (IF) por descumprimento
da operação de acordo com a legislação vigente.

7.2.2. Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE)

Já o Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE) é uma antecipação de recursos em


também moeda nacional (Real) ao exportador, contudo este financiamento não é feito para a
produção do produto, mas após o seu embarque, ou seja, na fase pós-embarque (Também pode ser
contratado até 390 dias após o embarque da mercadoria).
Se destina a exportadores de produtores rurais com atividades no exterior que precisem
de capital de giro e recursos para financiar a fase de comercialização.
As vantagens de se contratar esse mecanismo de financiamento à exportação é:

118
• Taxas de juros internacionais, mas atrativas;
• Adiantamento de até 100% do valor da exportação, com prazo de pagamento de até
750 dias utilizando;
• Recebimento à vista das vendas ao exterior praticada a prazo;
• Dispensa Imposto sobre Operações Financeiras – IOF;

Também serão aplicados os encargos e tributos mencionados nas Circulares BACEN 3689,
3690, 3691 de 16/12/2013, bem como IOF e Imposto de Renda (IF) caso seja descumprido a operação.

7.2.3 BNDES EXIM

Um programa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, no


qual possui o propósito de fomentar o crescimento das exportações brasileiras, através da criação de
linha de crédito em condições atrativas se comparado com concorrentes internacionais.

Esse programa é atribuído tanto na fase pré-embarque quanto na fase pós-embarque.

Figura 40: Esquema do BNDES Exim

119
Fonte: https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/produto/BNDES-Exim
Descrição da figura: a figura apresenta o fluxo de informação a respeito dos serviços oferecidos do programa BNDES
Exim. Ao lado esquerdo, informa que o Pré-embarque é voltado para a produção no Brasil. Ao lado direito, informa que
o pós-embarque é o refinanciamento ao exportador, mediante desconto de título de credito para comercialização
externa. Fim da descrição.

7.2.3.1 BNDES EXIM Pré-embarque

O propósito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES EXIM


pré-embarque consiste em financiar a produção de bens e serviços que serão ou pretendem ser
exportados, graças aos recursos oriundos do Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT.
Seja qual for a empresa exportadora brasileira, com sede e administração no país será
capaz de se favorecer com programa. Uma informação muito importante para os clientes que não
são produtores de bens que se destinam ao mercado exterior (como ocorre com a trading companies)
é que o recurso é direcionado, unicamente, às empresas produtoras dos bens objeto do
financiamento.

Figura 41: Como funciona o BNDES EXIM pré-embarque


Fonte: https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/produto/bndes-exim-pre-embarque
Descrição da figura: a figura apresenta o fluxo de transferência, enumeradas de 1 a 6: 1º após aprovar o crédito, o
Agente Financeiro encaminha ao BNDES o pedido de financiamento, com informações sobre a operação de exportação
e o Exportador. O BNDES avalia, de acordo com parâmetros previamente estabelecidos, e aprova a operação. 2º após a
contratação da operação entre o Agente Financeiro e o Exportador, o BNDES libera os recursos ao Agente Financeiro. 3º
Em seguida, o Agente Financeiro repassa os recursos ao Exportador. 4º O Exportador produz os bens e os exporta,
cumprindo o compromisso de exportação a ser posteriormente verificado pelo BNDES. 5º após o término da carência de
principal do financiamento contratado, o Exportador inicia a amortização das prestações, até a total liquidação
financeira do contrato. 6º O Agente Financeiro repassa os pagamentos ao BNDES, até a total liquidação financeira do
contrato. Fim da descrição.

120
O BNDES oferece uma listagem de produtos financiáveis (chamado de Bens de Grupo) e
que obedecem a algumas condições:

• Bens dos grupos I: devem ser credenciados pelo BNDES, caso aplicável, ou apresentar
índice de nacionalização que atenda os critérios definidos pelo BNDES, ou estar
enquadrados no Processo Produtivo Básico – PPB.

• Bens do grupo II e III: devem possuir índice de nacionalização, em valor, calculado de


acordo com os critérios definidos pelo BNDES. Os bens do grupo III não terão
aprovação instantânea pois necessita de análise prévia do BNDES.

O financiamento oferecido pode variar em até 90 % do valor de exportação (Para fins de


cálculo da participação máxima do BNDES, o valor da exportação equivale ao valor FOB, expresso em
Dólar ou Euro) para micro e pequenas empresas e até 80% para médias e grandes empresas.

A taxa de juros aplicada é composta dos seguintes valores: Custo financeiro +


Remuneração básica do BNDES + Taxa de intermediação financeira + Remuneração da instituição
financeira credenciada. Os prazos variam entre três e dois anos, dependendo do produto.

7.2.3.2 BNDES EXIM Pós-embarque

BNDES EXIM Pós-Embarque apoia à comercialização de bens e serviços brasileiros no


exterior, no através de duas modalidades:

Supplier’s credit (refinanciamento ao exportador): a parceria financeira compreende no


refinanciamento ao exportador, e acontece mediante apresentação, ao BNDES, de títulos ou
documentos assim como de juros do financiamento fornecido pelo exportador ao importador. Esses
títulos são abatidos pelo BNDES, sendo o resultado do desconto liberado à empresa exportadora.

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A composição da taxa de juros consiste na soma de: Custo financeiro + Remuneração
Básica do BNDES + Taxa de Risco. A participação por parte banco, poderá chegar até 100% do valor
da exportação no incortem negociado e o prazo máximo é de 12 anos.

Figura 42: Modalidade Supplier Credit (Refinanciamento ao exportador)


Fonte: https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/produto/exim-pos-emb-bens
Descrição da figura: a figura apresenta o fluxo de transferência, enumeradas de 1 a 8, dos recursos oferecidos na
modalidade Supplier Credit (Refinanciamento ao exportador). 1º após aprovada pelo BNDES a operação na modalidade
Supplier Credit, o Exportador pode embarcar os produtos/executar os serviços para o Importador. 2º O Importador
apresenta títulos ou cartas de crédito emitidos em favor do Exportador. 3º O Exportador realiza o endosso dos títulos
ou a cessão das cartas de crédito em favor do BNDES. 4º O Banco Mandatário envia ao BNDES a documentação
comprobatória da exportação e o pedido de liberação de recursos. 5º O BNDES analisa a documentação e, caso esteja
em boa ordem, realiza o desembolso de recursos ao Banco Mandatário. 6º Em seguida, o Banco Mandatário repassa os
recursos ao Exportador. 7º após o término da carência de principal do financiamento, o Importador inicia a amortização
das prestações, via Banco Mandatário, até a total liquidação financeira do contrato. 8º por fim, o Banco Mandatário
repassa os pagamentos ao BNDES, até a total liquidação do financiamento. Fim da descrição.

Buyer’s credit (financiamento direto ao Importador): os contratos de financiamento são


ajustados rigorosamente entre o BNDES e a empresa importadora, porém com a mediação do
exportador. Cada caso será averiguado, sendo capaz de prestar suporte a estruturas específicas de
garantia e desembolso. E devido a essa conjectura de planos diferenciados e envolverem sem desvio
o importador, dispõem de custo relativamente superior que a modalidade supplier’s credit, além
disso possuem prazo de análise mais extenso.

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Figura 43: Modalidade Buyer’s Credit (Financiamento direto ao importador)
Fonte: https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/produto/exim-pos-emb-bens
Descrição da figura: a figura apresenta o fluxo de transferência, enumeradas de 1 a 9, dos recursos oferecidos na
modalidade buyer’s credit (Financiamento direto ao importador). 1º O Exportador firma um contrato comercial com o
Importador, para entrega futura de bens/serviços. 2º O Exportador encaminha ao BNDES a consulta prévia, com
informações sobre a operação de exportação. O BNDES avalia, de acordo com parâmetros previamente estabelecidos, e
aprova a operação, que é formalizada por meio de um contrato de financiamento com o Importador/devedor, com
interveniência do Exportador. 3º O Exportador embarca os produtos/executa os serviços ao Importador. 4º O
Exportador envia documentos comprobatórios da exportação e quaisquer outros relacionados no contrato de
financiamento para o Banco Mandatário. 5º O Banco Mandatário envia ao BNDES a documentação e o pedido de
liberação de recursos. 6º O BNDES analisa a documentação e, caso esteja em boa ordem, realiza o desembolso de
recursos ao Banco Mandatário. 7º Em seguida, o Banco Mandatário repassa os recursos ao Exportador. 8º após o
término da carência de principal do financiamento, o Importador inicia a amortização das prestações, até a total
liquidação financeira do contrato. 9º por fim, o Banco Mandatário repassa os pagamentos ao BNDES, até a total
liquidação financeira do contrato. Fim da descrição.

Vale a pena ressaltar que os requisitos financeiros da modalidade buyer’s credit serão
estabelecidas de acordo com a estrutura de cada operação. Já a modalidade supplier´s credit dispõe
de condições pré-definidas.

7.2.3.3 BNDES EXIM Automático

O BNDES EXIM – Automático é direcionado, assim como os demais produtos de


financiamento do BNDES EXIM, a apoiar a comercialização de bens brasileiros no exterior, porém na
fase pós-embarque. Por intermédio de uma rede de bancos credenciados do BNDES no exterior, este
foi preferido devido a demanda de exportadores por um financiamento de maior prazo, competitivo

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e, principalmente, mais ágil. Tal qual o BNDES EXIM-Pós-Embarque, também pode ser operado em
duas modalidades: supplier´s credit e buyer´s credit.

Figura 44: Como funciona o BNDES EXIM automático


Fonte: https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/produto/exim-pos-emb-automatico
Descrição da figura: a figura apresenta o fluxo de transferência, enumeradas de 1 a 7: 1º O exportador realiza uma
negociação comercial com o Importador. 2º O banco no Exterior aprova o crédito do Importador. 3º O exportador
encaminha ao BNDES o pedido de financiamento para aprovação. 4º O banco no Exterior emite a carta de crédito, com
as condições de financiamento, para o BNDES. 5º O BNDES envia a carta de crédito ao Exportador. 6º O exportador
realiza embarque ao Importador. 7º O BNDES realiza o desembolso ao Exportador. Fim da descrição.

7.3. Programa de Financiamento às Exportações (PROEX)

Você irá estudar agora sobre um programa de financiamento que é gerenciado pelo
Banco do Brasil, e que assim como os outros programas citados tem como objetivo melhorar a
competitividade das empresas exportadoras brasileiras e atende pelo nome de Programa de
Financiamento às Exportações (PROEX).

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O Banco do Brasil S.A é o agente exclusivo da União para o Proex.

Mais informações, acesse o link ao lado e consulte: Banco do Brasil


https://www.bb.com.br/pbb/pagina-inicial/empresas/produtos-e-
servicos/comercio-exterior/vendas-para-o-exterior/proex-financiamento#/

Dedicado especialmente a fomentar as exportações de pequenas e médias empresas


(Exportadores, cuja receita operacional bruta anual não ultrapasse R$ 600 milhões de reais), no
processo de internacionalização de produtos no exterior, o exportador pode se utilizar desse
programa com os recursos da União para o financiamento.
Um programa de apoio à exportação na fase de pós-embarque, a custos compatíveis com
os financiamentos internacionais é ofertado em duas modalidades de crédito:

• Financiamento; e
• Equalização.

7.3.1 PROEX Financiamento

A particularidade desse financiamento é que pode ser concedido a qualquer empresa


brasileira exportadora com faturamento bruto anual de R$ 600 milhões (seiscentos milhões de reais)
e que esteja com situação regular junto ao INSS, FGTS, Receita Federal, não podendo estar inscrito
em Dívida Ativa da União.

As condições do Proex Financiamento são as seguintes:

• Parcela financiada de até 100% do valor da exportação para financiamentos com


prazo até 2 (dois) anos e limitada a 85% do valor da exportação nos financiamentos
com prazos superiores.

125
• Prazo de 60 dias a 10 anos. Esses vencimentos são fixados em concordância com o
valor da mercadoria ou a complexidade do serviço realizado.

• Taxa de juros equivalente às praticadas no mercado internacional.

• Condições de pagamento pelo importador são de parcelas trimestrais, semestrais ou


única, nas operações de até 360 dias. Nas operações de curto prazo (até 359 dias),
cujo período de financiamento não seja múltiplo de 90 dias, exige-se um pagamento
único no final.

• As Garantias são: aval, fiança, carta de crédito de instituição financeira de primeira


linha ou Seguro de Crédito à Exportação.

Estudo da CNI destaca importância do investimento no Proex para o


comércio exterior brasileiro
https://www.comexdobrasil.com/estudo-da-cni-destaca-importancia-do-
investimento-no-proex-para-o-comercio-exterior-brasileiro/

Se está curioso em saber como funciona ou as etapas do financiamento, adiante segue


um breve passo a passo do PROEX Financiamento:

1. O exportador reconhece a classificação fiscal (código NCM) da mercadoria que deseja


exportar e pesquisa se ela é elegível ao PROEX.
2. O exportador negocia com o importador os termos de venda, inclusive o prazo de
pagamento.
3. O exportador deve formalizar o Registro de Operações de Crédito – RC no Portal
Único SISCOMEX, no qual requisita o enquadramento no PROEX.
4. Nas datas acordadas, compete ao Banco do Brasil a legitimação do RC e consecutiva
permissão da habilitação da operação no PROEX.

126
7.3.2 PROEX Equalização

A originalidade dessa modalidade de crédito é que o Governo paga parte dos tributos dos
financiamentos realizado pelo exportador em instituições financeiras do mercado nacional ou
internacional. Em outras palavras, essa modalidade arca com parte dos encargos financeiros,
fazendo-os similares àqueles que os concorrentes das empresas brasileiras possuem acesso.

EQUALIZAÇÃO aqui, remete à redução da taxa de juros para o tomador do


crédito e não sua isenção.

Indicado a qualquer tipo de empresa apesar do seu porte, do faturamento ou capacidade


operacional, assim como todos os estabelecimentos financeiros ou de crédito autorizados a operar
no mercado de câmbio no Brasil, ou mesmo qualquer instituição bancária firmada no exterior,
abrangendo a Corporação Andina de Fomento – CAF.

Senado aprova PL que autoriza compras de vacinas pelo setor privado


https://congressoemfoco.uol.com.br/especial/noticias/ao-vivo-senado-
discute-compra-de-vacinas-pela-iniciativa-privada/

• Que fique bem claro: a equalização é paga às instituições financiadoras, utilizando


recursos do tesouro nacional.

• Os vencimentos de equalização divergem de 60 dias a 15 anos, estabelecidos


conforme o valor agregado da mercadoria ou a complexidade dos serviços
realizados.

• O percentual equalizável pode chegar a até 100% do valor da exportação.

127
7.4 PROGER Exportação

Mais uma linha remetida às micro e pequenas empresas, cooperativas e associações de


produção com faturamento bruto anual de até R$ 5 milhões, disponível no Banco do Brasil e Caixa
Econômica Federal. Os bancos citados se servem dos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador
(FAT).
O foco nesse programa é oferecer recursos financeiros (em moeda nacional) com intuito
de financiar na fase de pré-embarque a produção nacional de bens e as atividades relacionadas com
a promoção da exportação.

Conselho do FAT lança novas regras para linhas de crédito

https://revistapegn.globo.com/Noticias/noticia/2020/05/conselho-do-fat-
lanca-novas-regras-para-linhas-de-credito.html

Exemplos de contratantes desse programa são que assumem despesas para participar de
feiras e eventos comerciais internacionais, como:

• Passagens aéreas, hospedagem;


• Locação de espaço físico;
• Montagem e ambientação de estande;
• Produção de materiais promocionais.

É oportuno informar que há um limite máximo concedido para esse benefício que é de
até R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais) por cliente, com pagamentos das parcelas
mensalmente.

O pagamento das parcelas deve ser pago em até 12 (doze) meses, com carência de 6 (seis)
meses e suas correções são realizadas pela Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP e mais um adicional,
que varia de 7,45 a 9,90% ao ano + IOF, conforme uma prévia avaliação de risco feita.

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Bem, após todas essas semanas juntos, chegamos ao final da sétima semana de estudo
da disciplina Sistemática de Comércio Exterior, onde vimos todos os processos administrativos da
comercialização internacional. Acaba aqui nossa viagem ao mundo operacional do Comércio Exterior
relacionado a logística.

Não esqueça de acessar a videoaula dessa competência, tudo bem?!

Até a próxima!

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Conclusão
Seja sincero (a), a disciplina não é repleta de detalhes e informações superinteressante
para quem está chegando no universo da logística internacional?
Seja qual for a competência que foi abordada nesse compacto manual de orientação,
todas foram pensadas para que você esteja munido de todas as informações necessárias para atuar
no comércio exterior.
Torcemos que os conhecimentos desenvolvidos ao longo da disciplina tenham esclarecido
suas dúvidas e que possa contribuir para a sua atividade de trabalho como futuro técnico em logística.
Mas se caso ainda possuir dúvidas, acesse o AVA e interaja no fórum de dúvidas para que possa
debater com os demais colegas de curso.

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Referências

BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimento / logística empresarial. 5. ed. Porto


Alegre: Bookman, 2006.

BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. São Paulo: Saraiva
2003.

APRENDENDO A EXPORTAR. Disponível em: <http://www.aprendendoaexportar.gov.br/>. Acesso


em: 21 fev. 2021.

DIAS, Reinaldo. RODRIGUES, Waldemar. (orgs). Comércio exterior: teoria e gestão. São Paulo: Atlas,
2013.

FAZCOMEX. Disponível em: <https://www.fazcomex.com.br/blog/>. Acesso em: 23 fev. 2021

MAGNOLI, Demétrio. Comércio exterior e Negócios internacionais. São Paulo. Saraiva. 2006.

MAYA, Jaime Mariz. Economia Internacional e Comércio Exterior. São Paulo: Saraiva, 2006.

MINERVINE, Nicola. O exportador: ferramentas para atuar com sucesso nos mercados internacionais.
3.ed. São Paulo: Makron Books, 2001.

MURTA, Roberto de Oliveira. Princípios e contratos em comércio exterior. São Paulo: Saraiva, 2005.

SERAPIÃO, Junior Carlos. Comércio exterior e negócios internacionais: teoria e prática. São Paulo:
Saraiva, 2006.

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Minicurrículo do Professor

Daniel Leal Gomes Falcone Stamford


Profissional do ensino técnico à distância, administrador de Empresa e analista de
comércio exterior possuo mais dez anos de experiência profissional com importação de insumos para
fabricação de bebidas, analista e consultor de orçamento e lecionando em instituições de ensino
técnico, graduação e pós-graduação nos cursos de Administração de Empresas, Logística e Recursos
Humanos, assim como no ensino à distância (EaD).
Além de tudo mencionado anteriormente, um entusiasta da Logística e o Comércio
Exterior. Nesta disciplina procurei trazer todo meu conhecimento teórico e prático para a nossa
viagem ao universo do comércio exterior.

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