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Roberto e Márcio
Damasceno
Discursiva p/ PC-RN (Agente e Escrivão)
Pós-Edital - Sem Correção
Autores:
Carlos Roberto, Marcio
Damasceno, Rafaela Freitas
Aula 07 - Profs Carlos Roberto e
Márcio Damasceno
1 de Janeiro de 2021
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Sumário
Introdução................................................................................................................................................. 3
Tema 17 ................................................................................................................................................ 4
Tema 18................................................................................................................................................ 5
Tema 19................................................................................................................................................. 7
Tema 20 ............................................................................................................................................... 9
Tema 21............................................................................................................................................... 11
Tema 22 .............................................................................................................................................. 12
Tema 23............................................................................................................................................... 14
Tema 24 .............................................................................................................................................. 15
Tema 25 .............................................................................................................................................. 17
Tema 26 .............................................................................................................................................. 19
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Tema 27 ............................................................................................................................................... 21
Tema 28 .............................................................................................................................................. 23
Tema 29 ..............................................................................................................................................25
Tema 30.............................................................................................................................................. 26
Tema 31 .............................................................................................................................................. 28
Tema 32.............................................................................................................................................. 29
Tema 33 ............................................................................................................................................... 31
Tema 34............................................................................................................................................... 33
Tema 35 ............................................................................................................................................... 34
Tema 36...............................................................................................................................................36
Tema 37 ............................................................................................................................................... 37
Tema 38............................................................................................................................................... 37
Tema 39............................................................................................................................................... 38
Tema 40 .............................................................................................................................................. 38
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Tema 41...............................................................................................................................................39
Tema 42 ..............................................................................................................................................39
Tema 43.............................................................................................................................................. 40
Tema 44 ............................................................................................................................................. 40
Tema 45 .............................................................................................................................................. 41
Tema 46 .............................................................................................................................................. 41
Tema 47 ............................................................................................................................................... 41
Tema 48 ............................................................................................................................................. 42
Tema 49 .............................................................................................................................................. 43
Tema 50 .............................................................................................................................................. 43
Prática.................................................................................................................................................... 44
INTRODUÇÃO
Olá, meus nobres alunos. Bem-vindos à nossa terceira e última rodada de temas.
Esperamos que, ao longo dessa preparação, você possa ter colhido importantes ensinamentos, produzido
muitos textos manuscritos e, sobretudo, possa ter sentido a sua evolução a cada rodada de temas. Nessa
reta final, recomendo ultimar os estudos e focar nas revisões, pois considero que, ao aliar o conhecimento
teórico às técnicas exploradas no nosso curso, você terá todas as ferramentas para fazer uma excelente
prova discursiva.
Na medida do possível, postarei uma rodada extra de temas, incluindo alguns tópicos faltantes.
Aos alunos que optarem por fazer nosso curso com correção, se assim desejarem, encaminhem o seu texto,
por meio da área do aluno, de forma manuscrita digitalizada, conforme detalhado na Aula 00 do curso. Para
a sua redação, utilize o padrão inserido no final da aula, especificando o(s) texto(s) escolhido(s) no local
apropriado. Você pode nos encaminhar um arquivo único (em pdf) ou colar as imagens digitalizadas dentro
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de um documento em Word. As questões discursivas serão devolvidas exclusivamente ao aluno, por meio
da área destinada ao curso no site do Estratégia Concursos.
Por fim, desejo a vocês uma jornada coroada de êxito em todos os sentidos. Grande abraço!
Instagram: profmarciodamasceno
Prof. Marcio
Tema 17
Proposta de solução
O estado de defesa, assim como o estado de sítio, representa o que a doutrina denomina
de "sistema constitucional de crises". Tais institutos constitucionais qualificam-se como
regimes jurídicos para situações de crise grave e expressam mecanismos de autopreservação da
Constituição. Nesse contexto, define-se o estado de defesa como conjunto de medidas de
caráter temporário com o objetivo de manter ou restabelecer, dentro de uma área determinada
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e delimitada, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade
institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. [Tópico 1]
Outrossim, os direitos fundamentais que podem sofrer restrição durante a sua vigência
compreendem o direito de reunião; o sigilo de correspondência; o sigilo de comunicação
telegráfica e telefônica e o direito à liberdade, visto que se autoriza a prisão por crime contra
o Estado, determinada pelo executor da medida, flexibilizando-se a regra que viabiliza a
prisão somente em flagrante delito ou por ordem da autoridade judicial. [Tópico 2]
==123c5f==
Além disso, pode-se falar em controle político exercido pelo Congresso Nacional e
em controle judicial. O controle político compreende: aprovação ou rejeição do decreto que
instituiu o estado de defesa (controle imediato); acompanhamento e fiscalização da execução
das medidas por comissão de cinco parlamentares (controle concomitante); análise e
aprovação do relatório apresentado pelo presidente da República, após cessado o estado de
defesa (controle sucessivo). Por fim, em sede de controle judicial, há o exame da legalidade
das prisões e das medidas executadas durante o estado de defesa (controle concomitante) e a
possibilidade de responsabilização de agentes e executores pela prática de atos ilícitos. [Tópico
3]
Tema 18
Discorra sobre:
a) princípio da insignificância;
b) princípio da intervenção mínima;
c) princípio da fragmentariedade;
d) princípio da ofensividade ou da lesividade.
Resposta em até 30 linhas.
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Proposta de solução
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penais, mas somente os que atentarem contra valores fundamentais para a manutenção do
progresso do ser humano e da sociedade. [Tópico 3]
Por fim, de acordo com o princípio da ofensividade ou lesividade, para haver uma
infração penal, exige-se que do fato praticado ocorra lesão ou, ao menos, perigo de lesão ao
bem jurídico protegido pela norma penal. Dirige-se ao legislador de forma a impedir a
criminalização de condutas tidas como inofensivas ou que não tragam ao menos perigo real a
bens jurídicos relevantes, bem como ao aplicador do direito penal, que, no caso concreto, deve
verificar se foi inofensiva ao bem jurídico. [Tópico 4]
Tema 19
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Proposta de solução
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Por fim, em relação a Caio, o pai também praticou o crime de abandono de incapaz,
mas na sua forma simples e também majorado pela sua condição de ascendente. Apesar de
Caio nada ter sofrido, o crime se consuma no momento do abandono, desde que resulte perigo
concreto. [Tópico 3]
Tema 20
Proposta de solução
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caso fortuito ou força maior). Como essa embriagues é completa, fica, pois, excluída a
culpabilidade e o agente é isento de pena. [Tópico 3]
Tema 21
Erasmo, agente público lotado no Fórum Trabalhista de Porto Real/RJ, é o responsável pela manutenção da
segurança do átrio do estabelecimento, sendo a ele juridicamente possibilitada a tomada de decisões que
garantam a integridade física dos demais funcionários e que preservem o patrimônio público presente no
local.
Em determinado dia, adentrou no prédio um cidadão segurando um porrete em suas mãos. Trata-se de
Alexandre, empresário insatisfeito com sua derrota obtida em ação trabalhista que o condenou a pagar
verbas indenizatórias valorosas a um ex-empregado de seu estabelecimento comercial. Alexandre
direciona-se até o balcão da Vara Trabalhista e começa a ameaçar os servidores que ali trabalham, bem
como anuncia que destruirá toda a estrutura daquela repartição. Quando Alexandre movimenta-se no
sentido de atingir um dos computadores da Vara Trabalhista com o porrete, Erasmo rapidamente intervém
e o surpreende por trás, atingindo Alexandre, com uma pancada na cabeça, com seu cassetete. Alexandre
imediatamente desmaia e é levado ao hospital e, horas depois, recebe alta hospitalar.
Acerca da ação de Erasmo, introduza e fundamente qual instituto jurídico penal foi utilizado por ele para
justificar sua ação de lesão corporal e excluí-lo de crime, relacionando a legislação aplicável com o fato
enunciado.
Resposta em até 20 linhas.
Proposta de solução
No caso, Erasmo é agente público do setor de segurança e, por isso, tem o dever de
ofício de praticar atos que conservem a integridade física dos demais servidores e preservem o
patrimônio público ali constituído. Tais funções estão estabelecidas em regramento próprio,
em normas jurídicas que amparam sua conduta tendente a proteger o local. Assim, quando
norma jurídica determina que o agente pratique certo ato, não há crime, ainda que tal ato
possa causar ofensa a bem-jurídico penal tutelado pela lei. Assim o é porque o Código
Penal exclui a ilicitude de atos envolvidos em "estrito cumprimento do dever legal", instituto
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que torna a conduta praticada excluída de antijuridicidade e, portanto, o agente não comete
crime.
Dessa forma, se o agente atua no cumprimento de dever legal, seu comportamento não
é antijurídico. O dever que ele cumpre pode ser imposto por qualquer norma legal e não apenas
por leis de natureza penal. Frise-se ser indispensável que o agente obedeça, rigorosamente,
aos limites do dever, que, se ultrapassados, configurarão abuso de direito ou excesso de poder, e
não exclusão da ilicitude. No caso, não se vislumbra qualquer tipo de abuso, visto que a
atuação de Erasmo ocorre nos limites legais e sob o ponto de vista, inclusive, da
proporcionalidade.
Logo, quando Erasmo praticou, em tese, lesão corporal contra Alexandre, agiu
amparado na referida causa excludente de ilicitude, pois a legislação aplicável à sua função
permitia e exigia que ele tomasse decisões voltadas para a manutenção da ordem na repartição
pública onde estava lotado.
Tema 22
Toda conduta dolosa ou culposa pressupõe uma finalidade. A diferença entre elas reside no fato de que, em
se tratando de conduta dolosa, como regra, existe uma finalidade ilícita, ao passo que, tratando-se de
conduta culposa, a finalidade é quase sempre lícita. Nesse caso, os meios escolhidos e empregados pelo
agente para atingir a finalidade lícita é que são inadequados ou mal utilizados.
Rogério Greco. Curso de direito penal – parte geral. p. 196 (com adaptações).
Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto
dissertativo acerca dos crimes culposos. Seu texto deve conter, necessariamente,
os elementos do crime culposo e a descrição de pelo menos dois desses elementos;
os conceitos de culpa inconsciente, culpa consciente e dolo eventual e suas diferenças;
os conceitos de culpa imprópria e tentativa.
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culposos não serem punidos na modalidade tentada, é possível admiti-la nos casos em que há a
culpa imprópria, diante do seu caráter híbrido (dolo tratado como culpa). [Tópico 3]
Tema 23
Elabore um texto dissertativo que aborde a tentativa no Direito Penal. Mencione, necessariamente, os
seguintes aspectos:
a) O conceito e, entre as teorias que visam a fundamentar a punibilidade da tentativa, a adotada como regra
pelo Código Penal.
b) Tentativa perfeita e imperfeita.
c) Critério para diminuição de pena.
d) Quatro espécies de crimes que não admitem tentativa. Justifique.
Proposta de solução
Um crime é dito como tentado quando, iniciada a execução, não se consuma por
circunstâncias alheias à vontade do agente. São elementos da tentativa: o início da execução
do crime; a presença dos elementos subjetivos do tipo doloso (dolo de consumação) e a não
consumação do crime por circunstâncias alheias à vontade do agente. Entre as teorias que
visam a fundamentar a punibilidade da tentativa, a adotada, em regra, pelo Código Penal
(CP) é a teoria objetiva, segundo a qual a punibilidade da tentativa se relaciona ao perigo
proporcionado ao bem jurídico. Assim, deve-se considerar tanto o desvalor da conduta
quanto do resultado e, por isso, deve haver uma redução de pena quando o agente não conseguir
consumar a infração penal, haja vista o fato de o bem jurídico não ter sido atingido
integralmente. [Tópico 1]
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Tema 24
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Frequentemente a ação delituosa é produto da concorrência de várias condutas praticadas por sujeitos
distintos. As razões que podem levar o indivíduo a consociar-se para a realização de uma empresa
criminosa podem ser as mais variadas: assegurar o êxito do empreendimento delituoso, garantir a
impunidade, possibilitar o proveito coletivo do resultado do crime ou simplesmente satisfazer outros
interesses pessoais. No cometimento de uma infração penal, essa reunião de pessoas dá origem ao
chamado concursus deliquentium.
BITENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral 1.
15. ed. São Paulo: Saraiva, 2010, com adaptações.
Considerando que o texto apresentado tem caráter meramente motivador, redija um texto dissertativo e
(ou) descritivo com o tema “o concurso de pessoas na dogmática jurídico-penal brasileira”. Aborde,
necessariamente, os seguintes tópicos:
a) a teoria adotada pelo Código Penal Brasileiro e suas repercussões pragmáticas;
b) os requisitos do concurso de pessoas;
c) a figura dos coautores e partícipes;
d) a comunicabilidade e a incomunicabilidade das condições de caráter pessoal.
Resposta em até 30 linhas.
Proposta de solução
Inicialmente, esclareça-se que o concurso de pessoas ocorre quando duas ou mais pessoas
concorrem para a prática de uma mesma infração penal. Ao dispor que quem, de qualquer
modo, concorrer para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade, o Código Penal Brasileiro (CPB) adota, em regra, a teoria monista
ou monística para distinguir o crime cometido pelas pessoas que participaram do crime. Ao
adotar essa teoria, algumas repercussões pragmáticas são relevantes, pois coautor e partícipe
estarão, via de regra, sendo processados e julgados nas penas cominadas ao mesmo tipo penal
decorrente do fato praticado. Frise-se que, embora ambos respondam pelo mesmo tipo penal,
o juiz individualizará as penas em concreto de acordo com a maior ou menor relevância das
pessoas envolvidas na atividade criminosa, ou seja, de acordo com a sua culpabilidade. Em
razão da possível diferenciação na pena de cada infrator, parte da doutrina entende que o
CPB adotou uma espécie de teoria monista mitigada. [Tópico 1]
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Tema 25
"Desde que o desígnio criminoso aparece no foro íntimo da pessoa, como um produto da imaginação, até que se
opere a consumação do delito, existe um processo, parte do qual não se exterioriza, necessariamente, de
maneira a ser observado por algum espectador, excluído o próprio autor. A este processo dá-se o nome de iter
criminis ou caminho do crime, que significa o conjunto de etapas que se sucedem, cronologicamente, no
desenvolvimento do deleito."
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Com base no que acima foi exposto, elabore um texto dissertativo sobre o iter criminis ou caminho do crime.
Mencione, necessariamente, os seguintes aspectos:
a) As etapas do iter criminis e no que cada uma delas consiste;
b) Conceito, diferença, natureza jurídica, efeitos e requisitos da desistência voluntária e do arrependimento
eficaz;
c) Conceito, natureza jurídica e efeitos do arrependimento posterior.
Proposta de solução
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os atos executórios suficientes para a consumação do crime, mas, após isso, arrepende-se do
ato e adota providências que impedem a produção do resultado. Assim, a desistência
voluntária aplica-se até o fim dos atos executórios, enquanto o arrependimento eficaz é cabível
somente a partir desse ponto, mas antes que o crime se consuma. Embora haja controvérsia
doutrinária, prevalece o entendimento de que têm natureza jurídica de causa de exclusão da
tipicidade, embora subsista a responsabilidade pelos atos até então praticados. São requisitos
de ambos os institutos: que já se tenha iniciada a execução, a voluntariedade (ausência de
coação física ou moral) e a eficácia, de modo que o resultado do crime seja evitado. [Tópico
2]
Por fim, o arrependimento posterior ocorre quando, nos crimes cometidos sem violência
ou grave ameaça à pessoa, o agente, voluntariamente e até o recebimento da denúncia ou
queixa, restitui a coisa ou repara o dano provocado pela sua conduta. Possui natureza jurídica
de causa obrigatória de diminuição de pena, cujo “quantum” da redução variará de 1/3 a
2/3, a depender da celeridade com que ocorreu o arrependimento e a voluntariedade desse
ato. [Tópico 3]
Tema 26
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Com base na situação hipotética apresentada acima, redija, de forma fundamentada, um texto dissertativo,
que atenda, necessariamente, ao que se pede a seguir.
a) Discorra sobre o furto privilegiado e sobre o furto de bagatela, apresentando as diferenças entre ambas
as figuras e apontando em qual modalidade se enquadraria a conduta de Maurício.
b) Responda se Maurício consumou o furto, esclarecendo se as circunstâncias do caso autorizam a
lavratura do flagrante por furto na modalidade tentada.
c) Esclareça se a devolução da coisa furtada é admitida como causa de exclusão da tipicidade do crime
de furto.
Resposta em até 30 linhas.
Proposta de solução
O furto privilegiado é aquele cuja conduta é praticada por réu primário e a coisa furtada
é de pequeno valor. Nesse caso, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção,
diminui-la de um a dois terços ou aplicar somente a pena de multa. A jurisprudência
entende como objeto de pequeno valor aquele que não ultrapassa um salário mínimo vigente
ao tempo do crime. Noutro giro, o princípio da insignificância, ou princípio da bagatela,
atua na tipicidade material, afastando-a. Não há um parâmetro objetivo para o
reconhecimento do princípio da insignificância, contudo, no âmbito do Superior Tribunal
de Justiça, reconhece-se que a lesão jurídica resultante do crime de furto não pode ser
considerada insignificante quando o valor dos bens subtraídos perfaz mais de 10% do salário
mínimo vigente à época dos fatos.
Nota-se, pois, flagrante diferença entre esses institutos. No furto privilegiado, há o
fato típico. Já no caso do princípio da insignificância, há a descaracterização do fato típico,
inexistindo crime. [Tópico 1]
Nesse sentido, no caso em tela, a conduta de Maurício enquadra-se como furto
privilegiado, uma vez que a coisa furtada é considerada como de pequeno valor, mas não se
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enquadra como de valor ínfimo, visto que ultrapassa 10% do salário mínimo vigente à época
dos fatos. [Tópico 1 - continuação]
O fato de um estabelecimento comercial ser guarnecido por seguranças não impede, de
maneira absoluta, o cometimento de crimes no seu interior, o que afasta a tese de crime
impossível. Na situação apresentada, ocorre o caso de inidoneidade relativa do meio, visto
que há a possibilidade de o crime se consumar, sendo possível, em virtude de tal fato, a
lavratura do auto de prisão em flagrante por furto na modalidade tentada, haja vista que,
conforme mencionado, o furto se consuma. [Tópico 2]
Finalmente, não há, no crime de furto, a previsão de que a devolução da coisa exclua a
tipicidade. No entanto, a devolução da “res furtiva” por parte do agente, se ocorrida até o
recebimento da denúncia, poderá ensejar o arrependimento posterior, reduzindo a pena de um
a dois terços. [Tópico 3]
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Em face dessa situação hipotética, indique, com base no Código Penal e no Código de Processo Penal:
a) O(s) crime(s) perpetrado(s) por Silas, Juca e Celso.
b) O local em que ocorreu a consumação do(s) crimes(s).
c) A quem e em que localidade deverão ser apresentados os presos.
d) Explique do que se trata a notitia criminis e qual a espécie aplicável ao caso em tela.
e) O juízo competente para conhecer, processar e julgar a(s) infração(ões) cometidas.
Resposta em até 30 linhas.
Proposta de solução
O crime perpetrado por Silas, Juca e Celso é a extorsão, qualificada pela restrição da
liberdade da vítima como condição necessária para a obtenção da vantagem econômica,
vulgarmente conhecida como “sequestro relâmpago”. No caso, são aplicáveis, ainda, duas
causas de aumento de pena, tendo em vista que o referido crime foi cometido por duas ou mais
pessoas e com o emprego de arma. No caso de Silas, responderá, ainda, em concurso, pelo
crime de lesão corporal culposa na condução de veículo automotor, previsto no Código de
Trânsito Brasileiro. [Tópico 1]
Outrossim, a extorsão é crime formal e instantâneo, consuma-se no momento em que
a vítima, depois de sofrer violência ou grave ameaça, realiza o comportamento desejado pelos
criminosos, sendo dispensável a obtenção de vantagem econômica. Nesse sentido, no caso
em tela, o crime consumou-se no momento em que os autores obrigam a vítima a entrar no
veículo e a constrangem a lhes entregar os cartões bancários e as respectivas senhas, fato que
se desenvolve na cidade de Salvador/BA. [Tópico 2]
Os presos em flagrante delito deverão ser apresentados à autoridade policial na localidade
de Feira de Santana/BA, local em que ocorreu a prisão. Outrossim, não havendo
autoridade policial no lugar em que se tenha efetuado a prisão, o preso será logo apresentado
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àquela do lugar mais próximo. Complementarmente, resta mencionar que, se o réu, sendo
perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe
a prisão no lugar onde o alcançar, independentemente da expedição de precatória ou quaisquer
outras providências da autoridade competente. [Tópico 3]
Além disso, “notitia criminis” é o conhecimento, espontâneo ou provocado, por parte
da autoridade policial, acerca de um fato aparentemente criminoso. No caso em tela, ocorre
a “notitia criminis” de cognição coercitiva, tendo em vista que a autoridade policial tomou
conhecimento do fato delituoso por meio da apresentação do indivíduo preso em flagrante.
[Tópico 4]
Por fim, de acordo com o que prevê o art. 70 do Código de Processo Penal, em
regra, a competência territorial é fixada com base no local da consumação do delito. Assim,
no caso, o juízo competente para conhecer, processar e julgar as infrações cometidas é o de
Salvador/BA.
Tema 28
Pedro Pedreira, brasileiro, solteiro, sem ocupação definida, com 25 anos de idade, reincidente, foi
denunciado pelo Ministério Público como incurso nas sanções do art. 155, caput do Código Penal, por haver
subtraído, para proveito próprio, um par de tênis, avaliado em R$ 90,00, após adentrar na residência da
vítima Pedro dos Santos. Uma vez preso em flagrante, restou apreendido o bem objeto da subtração e
restituído ao proprietário.
Devidamente concluída a instrução judicial, em sede de alegações finais escritas, o representante do
Ministério Público postula a condenação do agente nos moldes da denúncia. A defesa, por sua vez,
manifesta-se pelo reconhecimento da incidência do princípio da insignificância na hipótese vertente e
consequente decreto de absolvição do denunciado.
Diante do caso exposto:
a. Conceitue o princípio da insignificância.
b. Enuncie as condições objetivas necessárias ao reconhecimento do referido princípio.
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Proposta de solução
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legitimar constantes condutas desvirtuadas, mas para impedir que desvios de condutas ínfimas,
isoladas, sejam sancionadas.
Contudo, recentemente, tanto o STJ quanto o STF têm apresentado
entendimento diverso, passando a defender que a reincidência não impede, por si só, que o juiz
da causa reconheça a insignificância penal da conduta. Deve, pois, o juiz analisar o caso
concreto e considerar as suas circunstâncias (exemplos: número de reincidências e especial
reprovabilidade decorrente de qualificadoras). Assim, a reincidência, atualmente, não é
motivo que, “a priori”, obste a aplicação do princípio da insignificância, o que torna viável a
tese defensiva apresentada.
Tema 29
Considere a seguinte situação hipotética. Teobaldo, servidor público, solicita vantagem indevida para deixar
de praticar ato de ofício, o qual prejudicaria o particular de nome Fernando.
Fernando, cedendo à investida do referido servidor público, entrega a Teobaldo R$ 7.000,00, que, após o
recebimento da quantia, deixa de praticar o ato, na forma combinada com o particular.
Com base nessa situação, responda aos seguintes questionamentos:
a) Houve crime cometido por Teobaldo? E por Fernando?
b) Ao caso, aplica-se o princípio da insignificância? Justifique.
c) Mantidas todas as circunstâncias da situação, caso Teobaldo tivesse recebido o dinheiro para praticar
ato legal, qual a tipificação da sua conduta?
Resposta em até 20 linhas.
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também é do corruptor. No caso em tela, a conduta típica praticada por Teobaldo foi a de
receber vantagem indevida, comprovada pela percepção de quantia equivalente a R$
7.000,00. Além disso, pelo fato de Teobaldo ter praticado o fato na forma
combinada, incidirá majorante da pena, na razão de 1/3, conforme expressa determinação
do Código Penal. Já no que se refere a Fernando, não se configura a ocorrência de
qualquer crime. O fato de ceder a investida do servidor não configura o crime de corrupção
ativa, tendo em vista que o ato de “dar” ou “entregar” não pertence aos núcleos configuradores
desse tipo penal. [Tópico 1]
No que se refere à possibilidade da aplicação do princípio da insignificância, prevalece,
no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, a tese pela sua impossibilidade quando se tratar
do cometimento de crimes contra a administração pública. Assim, no caso, como a
corrupção passiva é crime contra a administração, esse princípio não será aplicado. [Tópico
2]
Por fim, o fato de Teobaldo ter recebido o dinheiro para praticar ato legal não elide a
configuração do referido crime. Doutrinariamente, essa modalidade é conhecida como
corrupção passiva imprópria, configurada pela prática de ato regular, lícito, ou decorrente do
seu dever legal, mas motivado por uma das condutas típicas do referido crime. [Tópico 3]
Tema 30
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Sendo assim, a autoridade policial determinou a André, investigador de polícia do Estado da Bahia, que
desse cumprimento ao mandado de prisão expedido.
André, ao dar cumprimento ao mandado de prisão preventiva de Pedro, foi surpreendido com uso de
violência física e agressões por parte de Pedro. Este desferiu socos e chutes contra André. Nesse contexto,
Pedro tirou uma arma de dentro de sua jaqueta e atirou contra André, atingindo seu ombro esquerdo.
Todavia, ao final de toda confusão, André, mesmo ferido, acabou revidando também com uso de arma de
fogo, com intuito de fazer cessar a agressão perpetrada por Pedro, atingindo-o com um tiro fatal. A partir
da situação hipotética, responda:
a) André cometeu crime? Fundamente.
b) Por qual delito responde Pedro? Fundamente.
Resposta em até 20 linhas.
Proposta de solução
No caso em tela, verifica-se que o policial André não cometeu nenhum crime, visto
que acobertado pela excludente de ilicitude da legítima defesa. Isso se justifica pelo fato de
estarem presentes todos os requisitos necessários para que a legítima defesa se configure, a saber:
agressão injusta e atual, expondo a perigo de lesão um bem jurídico tutelado pelo ordenamento
jurídico; emprego dos meios necessários de forma moderada e proporcional, na medida para
fazer cessar a agressão injusta; e em proteção de direito próprio, no caso, a vida do policial.
Assim, tendo André sido vítima de um ataque de arma de fogo, é justificável que, na defesa
da sua vida, tenha revidado na mesma intensidade da violência sofrida. [Tópico 1]
Por outro lado, no que se refere a Pedro, observa-se o cometimento do crime de
resistência, em concurso com a tentativa de homicídio qualificado. Segundo o Código Penal
(CP), o crime de resistência consiste na oposição à execução de ato legal, mediante violência
ou ameaça a funcionário competente para executá-lo. É o que ocorre no caso, visto que Pedro
se opôs, mediante violência, ao cumprimento de mandado de prisão preventiva
operacionalizado por um policial. Outrossim, ainda de acordo com o CP, as penas do
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crime de resistência são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência, o que justifica
o concurso material obrigatório entre a resistência e o homicídio. Como o resultado morte
não se consumou por circunstâncias alheias ao agente, trata-se de tentativa de homicídio, que
é qualificado pela situação de a vítima ser servidor integrante das carreiras da área da
segurança pública, definidas na Constituição Federal de 1988. [Tópico 2]
Tema 31
Proposta de solução
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para outrem, direta ou indiretamente, vantagem indevida em razão da função que ocupa.
Observe-se que o fato de a vantagem exigida não ter sido recebida não descaracteriza a conduta
criminosa, uma vez que o crime de concussão é formal. Não exige, pois, a ocorrência de
resultado naturalístico, conformando-se com a simples exigência da vantagem indevida de
caráter econômico ou patrimonial, independentemente do seu recebimento (da vantagem),
que se constitui, nesse caso, em exaurimento. [Tópico 1]
Por fim, Pedro Custódio, o “Motoboy”, por sua vez, comete o delito de tráfico ilícito
de drogas, cominado na Lei 11.343/2006, por ter sido flagrado no momento em que
vendia droga a pessoa não identificada, além de ter em seu poder grande quantidade de crack
e de cocaína. Frise-se que, no caso, Pedro Custódio não comete o delito de corrupção ativa,
uma vez que a conduta típica do referido crime consiste no oferecimento ou na promessa de
vantagem de forma espontânea, o que não ocorreu no caso concreto. [Tópico 2]
Tema 32
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financeiros, solicitou ao delegado assistência jurídica da Defensoria Pública, tendo o defensor plantonista
prontamente comparecido ao local. Este, ao tomar conhecimento da situação, informou ao delegado a
impossibilidade de se efetivar, por ora, qualquer procedimento contra Juca, tampouco a autuação do
indivíduo, em face da ausência de conclusão do procedimento administrativo fiscal, devendo ser ordenada
a liberação imediata do acusado. Caso o delegado assim não proceda, a autoridade policial e o escrivão
podem ser responsabilizados criminalmente, ante a advertência apresentada, em especial, o escrivão, por
cumprir ordem manifestamente ilegal.
Considerando a situação hipotética acima apresentada, redija um texto dissertativo, respondendo,
necessariamente e de maneira justificada, aos questionamentos a seguir. Em seu texto, dispense fatos
novos.
a) O simples ingresso, em território nacional, dos bens descritos na situação hipotética constitui crime?
Em caso afirmativo, qual(is) seria(m) a(s) infração(ões) penal(is) cabível(is)?
b) Admite-se a lavratura do auto de prisão em flagrante? Há necessidade de instauração de inquérito
policial?
c) O escrivão poderá ser responsabilizado caso cumpra determinação da autoridade policial para realizar
a lavratura dos documentos pertinentes ao caso?
Resposta em até 30 linhas.
Proposta de solução
No caso em tela, Juca cometeu o crime de contrabando, uma vez que ingressou no país
com mercadoria proibida, qual seja: equipamentos para montagem de máquinas caça-níqueis,
sem autorização da autoridade competente. Outrossim, de forma geral, é inaplicável o
princípio da insignificância nos casos de crime contra a administração pública, gênero em
que se situa o crime de contrabando. Esse posicionamento é, inclusive, endossado pela
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça – STJ, que, de forma específica,
entendeu pela inaplicabilidade do princípio da insignificância aos crimes de contrabando de
máquinas caça-níqueis ou de outros materiais relacionados com a exploração de jogos de azar.
Nesse sentido, no caso em apreço, torna-se irrelevante a discussão do valor do débito
tributário para fins da exclusão da tipicidade material do referido crime. [Tópico 1]
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Tema 33
João, escrivão de uma delegacia de polícia, apropriou-se da quantia de R$ 253,00 que havia sido apreendida
em poder do indiciado no inquérito policial e estava sob a sua guarda para ser entregue à vítima. Instaurado
outro inquérito policial para apurar a sua responsabilidade criminal, ressarciu a vítima, antes do recebimento
da denúncia. Nesse caso, segundo jurisprudência dos Tribunais Superiores:
a) Qual o crime cometido por João?
b) O princípio da insignificância pode ser aplicado para justificar a atipicidade da conduta de João?
c) O ressarcimento espontâneo excluiu o crime em questão? Responda fundamentadamente.
Responda em até 30 linhas.
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Proposta de solução
João, funcionário público para fins penais, ao apropriar-se de quantia que estava em sua
guarda em razão do cargo, comete o crime de peculato apropriação. Trata-se de delito contra
a Administração Pública, cujo tipo penal é aderente à conduta de João, qual seja,
apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público
ou particular, de que tem a posse em razão do cargo. [Tópico 1]
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) possui entendimento
sumulado de que o princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a
Administração Pública, não servindo, portanto, para justificar a atipicidade da conduta
de João. Segundo o STJ, os crimes contra a Administração Pública têm como objetivo
resguardar não apenas o aspecto patrimonial, mas, principalmente, a moral administrativa.
Logo, mesmo que o valor do prejuízo seja insignificante, deverá haver a sanção penal
considerando que houve uma afronta à moralidade administrativa, que é insuscetível de
valoração econômica. [Tópico 2]
Finalmente, por falta de previsão legal e jurisprudencial, o ressarcimento espontâneo
não excluiu o crime em questão. Contudo, caso a reparação do dano ou a restituição da coisa
seja efetuado antes do recebimento da denúncia, obedecido os demais requisitos presentes no
Código Penal, configurar-se-á o arrependimento posterior, implicando na redução da pena
de um a dois terços. Além disso, se a reparação ocorrer depois do recebimento da denúncia,
mas até o julgamento, incidirá a atenuante genérica, aplicável na segunda fase da dosimetria
da pena. [Tópico 3]
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Tema 34
Proposta de solução
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circunstância, por ser uma elementar do delito, comunica-se entre os agentes da empreitada
criminosa, na forma do art. 30 do CP. [Tópico 1]
Por sua vez, Júlio responderá pelo delito de favorecimento real, nos termos do art.
349 do CP, pois prestou auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime, não sendo
caso de coautoria ou de receptação. Júlio não responde como partícipe do delito de peculato-
furto pois sua contribuição é posterior à consumação do delito, não tendo havido combinação
ou ajuste prévio, motivo pelo qual não é possível falar em concurso de pessoas. [Tópico 1]
Ademais, não é cabível, a aplicação de causa de extinção da punibilidade pela restituição
da coisa, eis que restrita ao peculato culposo, nos termos do art. 312, §3º do CP. No
que se refere à redução da pena, cabe, ao caso, a aplicação da figura do arrependimento
posterior, visto ser crime cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa e ter sido reparado
o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário
do agente. Em decorrência disso, a pena será reduzida de um a dois terços, benefício estendido
aos coautores e partícipes, de acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.
[Tópico 2]
Por fim, Júlio não faz jus à causa de isenção de pena prevista no art. 348, §2º
do CP, pois tal só se aplica ao favorecimento pessoal, não sendo cabível para as hipóteses
de favorecimento real. [Tópico 3]
Tema 35
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Ricardo ajuizou queixa-crime em face dos réus, mas, já no curso da ação penal, Ricardo decidiu perdoar
Tiago, pois passara a ter com ele relação de amizade. Assim, Ricardo ofereceu judicialmente o perdão a
Tiago. Todavia, em relação a Pedro, Ricardo manteve sua posição, não abrindo mão do direito de prosseguir
com a queixa.
Considerando o que fora exposto, redija um texto dissertativo, abordando, necessariamente, os seguintes
pontos:
a) o crime praticado pelos réus;
b) a natureza da ação penal ajuizada;
c) a existência, ou não, de algum argumento jurídico em favor de Pedro, com vistas à extinção do processo;
d) a natureza do benefício concedido por Ricardo a Tiago.
Resposta entre 15 e 20 linhas.
Proposta de solução
No caso, os agentes praticaram o delito de injúria, nos termos do art. 140 do Código
Penal, eis que ofenderam a honra subjetiva da vítima por meio de ofensas que tinham como
objetivo fazê-la se sentir diminuída, inferiorizada. [Tópico 1]
Na situação, foi ajuizada ação penal de iniciativa privada, eis que é a natureza da ação
penal cabível para o crime de injúria, sendo a espécie de ação penal em que a titularidade
pertence à vítima. Nesse tipo de ação, a peça acusatória é denominada de queixa-crime.
[Tópico 2]
Considerando essa circunstância, a defesa deverá sustentar que, em se tratando de crime
de ação penal privada, vigora o princípio da indivisibilidade da ação penal, que impede que o
ofendido ajuíze ou prossiga com a ação penal apenas em relação a um ou alguns dos autores
do delito. Isso faz com que o perdão oferecido a um deles a todos alcance, nos termos do art.
51 do Código de Processo Penal. Assim, a recusa de Ricardo em conceder o perdão a
Pedro não tem relevância, pois o perdão oferecido a Tiago se estenderá, automaticamente,
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Tema 36
João foi indiciado em inquérito policial (IP), e, no curso deste, o juiz competente, de ofício, decretou a prisão
temporária do dito indiciado. Para defender seus interesses, João constituiu um advogado, que, na primeira
oportunidade, requereu ao delegado de polícia responsável acesso a todos os elementos de prova no curso
do IP, para permitir a ampla defesa de seu cliente, de modo a se garantir, assim, o devido processo legal.
Acerca da situação hipotética acima apresentada e do IP, redija um texto dissertativo que atenda, de modo
fundamentado, às determinações e aos questionamentos seguintes.
a) Apresente o conceito e a finalidade do IP.
b) Descreva as características do IP.
c) Comente sobre o valor probatório do IP.
d) A instauração de IP é indispensável? Justifique.
e) Na situação considerada, a prisão temporária de João, nos moldes em que foi decretada — de ofício —
foi legal? Justifique.
f) Na situação considerada, há fundamento legal para o direito de acesso do defensor de João aos
elementos de prova no curso do IP? Em sua resposta, destaque o entendimento do Supremo Tribunal
Federal a respeito.
Resposta em até 30 linhas.
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Tema 37
Tema 38
Considerando a situação hipotética acima apresentada, redija um texto dissertativo acerca do instituto da
busca e apreensão no processo penal. Ao elaborar seu texto, aborde, fundamentadamente, os seguintes
tópicos.
a. Natureza jurídica da busca e apreensão, seus objetivos e suas características e normas gerais.
b. Requisitos para o cumprimento da busca e apreensão em suas modalidades domiciliar e pessoal.
c. Relativamente à situação hipotética apresentada: possibilidade jurídica de realização da diligência no
horário noturno.
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Tema 39
Natanael subtraiu para si, com excepcional habilidade, a carteira que Marcos conduzia em seu bolso. Um
policial que estava passando no momento iniciou uma perseguição que culminou com a prisão de Natanael
em flagrante delito. Instaurado e concluído o inquérito policial, o Ministério Público não ofereceu denúncia
nem praticou qualquer ato no prazo legal.
a) Qual o crime cometido por Natanael? Em que momento ele se consuma?
b) Determine quais seriam os prazos para o oferecimento de denúncia pelo MP (inclusive qual a data de
início da contagem). Elucide a possibilidade da propositura de ação penal privada pelo ofendido,
explicando a chamada decadência imprópria.
c) Caso o Ministério Público decida pelo arquivamento dos autos do inquérito policial referente ao crime
cometido por Natanael, será possível ao ofendido o oferecimento de queixa? Justifique.
Tema 40
VUNESP - Investigador de Polícia (PC BA)/2018
Dispõe a Constituição Federal, no art. 5°, XI que “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”. De acordo com o texto constitucional,
existem exceções ao princípio da inviolabilidade de domicílio, sendo uma delas a busca domiciliar, regulada
pela legislação processual penal (arts. 240 a 250). Os artigos em comento disciplinam as possibilidades de
busca domiciliar ou pessoal, bem como o procedimento a ser seguido, sob pena de nulidade da medida.
Nesse sentido, responda:
a) Não é de hoje a discussão acerca da expedição de mandado de busca e apreensão genérico, em que se
elege uma determinada região, na qual todas as casas são devassadas. Doutrina e jurisprudência expressam
entendimento no sentido da inadmissibilidade de tal medida. Fundamente referido entendimento, com
base na determinação do Código de Processo Penal acerca dos requisitos do mandado de busca.
b) Caso o morador se oponha ao cumprimento do ato, como deverá proceder a autoridade que realiza a
busca?
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Resposta: de 15 a 20 linhas.
Tema 41
Considerando o caso acima como meramente motivador, elabore um texto dissertativo acerca dos
princípios constitucionais do processo penal. Aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:
a) A definição do princípio da vedação à autoincriminação.
b) O direito do acusado ao silêncio e suas características.
c) O princípio da publicidade no processo penal.
d) A definição do princípio da presunção de inocência e suas dimensões.
e) O entendimento dos Tribunais Superiores quanto à possibilidade, ou não, de se considerar como “maus
antecedentes” a mera existência de inquéritos policiais e ações penais em curso contra o acusado.
Tema 42
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Tema 43
Tema 44
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caçados seriam utilizados para alimentação, qual tipo de autorização ele poderia obter e quais seriam os
requisitos necessários?
Tema 45
Tema 46
Discorra, fundamentadamente, sobre violência doméstica e familiar contra a mulher (Lei Maria da Penha).
Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:
a. conceito e formas de violência doméstica e familiar contra a mulher;
b. aplicabilidade ou não dos institutos despenalizadores, de penas de multa e de cestas básicas;
c. competência;
d. medidas protetivas e prisão preventiva;
Resposta em até 30 linhas.
Tema 47
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Não é fácil estabelecer distinção entre moralidade administrativa e probidade administrativa. A rigor, pode-
se afirmar que os significados dessas expressões são idênticos, haja vista que ambas se relacionam com a
ideia de honestidade na administração pública. Quando se exige probidade ou moralidade administrativa,
isso significa que não basta a legalidade formal, restrita, da atuação administrativa, com observância da lei;
é preciso também a observância de princípios éticos, de lealdade, de boa-fé, de regras que assegurem a boa
administração e a disciplina interna na administração pública.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Direito Administrativo. 26.ª ed. São Paulo: Atlas, 2013, p. 885 (com adaptações).
Considerando o fragmento de texto acima, que têm caráter motivador, redija um texto dissertativo, com
base na Lei n.º 8.429/1992, acerca da ação de improbidade administrativa como instrumento processual de
defesa da moralidade administrativa, abordando, necessariamente, os seguintes aspectos:
modalidades dos atos de improbidade administrativa;
sanções aplicáveis aos atos de improbidade administrativa;
possibilidade de apuração dos atos de improbidade administrativa concomitantemente nas esferas penal,
cível e administrativa.
Resposta em até 20 linhas
Tema 48
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Tema 49
Juliana compareceu à delegacia de polícia, onde alegou que sua filha Maria, adolescente de treze anos de
idade, havia sido violentada, alguns dias atrás, por João, de trinta anos de idade. Realizado exame de corpo
de delito em Maria, foi constatado que ela havia praticado conjunção carnal em data recente.
Na presença do delegado, João afirmou que sabia a idade de Maria e que, de fato, havia praticado com ela
conjunção carnal sob o consentimento dela, visto que eles haviam iniciado um relacionamento amoroso
dias antes. Maria, também em depoimento ao delegado, afirmou que tinha praticado conjunção carnal com
João de modo consentido, pois tiveram um breve romance, e que ela já possuía uma experiência sexual
anterior.
Acerca da situação hipotética acima descrita, responda ao questionamento do primeiro tópico abaixo e faça
o que se pede nos tópicos subsequentes.
1 Houve prática de crime por parte de João? Se positiva sua resposta, esclareça qual foi o crime praticado.
2 Comente sobre o consentimento da vítima.
3 Disserte sobre a existência de relacionamento amoroso entre João e Maria e a experiência sexual anterior
de Maria.
4 Disserte sobre a possibilidade de ter ocorrido erro de proibição na hipótese considerada.
Resposta em até 25 linhas.
Tema 50
Uma mulher de dezoito anos de idade foi vítima de estupro, em que, mediante ameaça exercida com uma
arma de fogo por um homem desconhecido, foi submetida à prática de conjunção carnal e atos libidinosos
diversos. O autor, após a satisfação de sua lascívia, liberou a vítima em um matagal e esta foi socorrida por
transeuntes e apresentada à delegacia de polícia, onde foram adotadas as providências preliminares
pertinentes (exames periciais, oitiva formal etc.), e, após isto, a vítima foi encaminhada à rede de saúde para
o atendimento emergencial pertinente aos crimes sexuais. Ainda na delegacia de polícia, por ocasião de sua
oitiva, a vítima descreveu com detalhes o autor do fato e salientou que este possuía uma cicatriz de
queimadura em grande parte do rosto, sendo, portanto, de fácil reconhecimento. Assim que recebeu a
notícia, a autoridade policial determinou diligências visando à localização do autor, logrando encontrá-lo
ainda nas proximidades do local onde se deram os fatos, trazendo consigo peças íntimas da vítima. Foi
conduzido à delegacia de polícia o autor, penalmente responsável, sem qualquer constrangimento, w. A
vítima, após o atendimento médico, não retornou à delegacia e não mais foi encontrada, não tendo
representado formalmente contra o autor. O delegado de polícia entendeu pela prisão em flagrante do
criminoso, procedendo à lavratura do respectivo auto com o consequente recolhimento do autor à prisão.
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Com referência à situação hipotética acima descrita, redija um texto dissertativo que aborde,
necessariamente, os seguintes aspectos:
1. Ação penal nos crimes contra a dignidade sexual e sua repercussão no inquérito policial.
2. Possibilidade jurídica de o delegado de polícia instaurar inquérito policial, iniciado com a autuação em
flagrante do autor do delito.
3. Consequências advindas da autuação em flagrante.
Resposta em até 30 linhas
PRÁTICA
Caro aluno, agora é com você! Treine bastante com os temas expostos, lembrando-se sempre de aplicar o
conhecimento acumulado nas aulas anteriores, tanto sob o ponto de visto da estrutura, quanto dos aspectos
gramaticais.
Lembrem-se de nos encaminhar seu texto, se assim desejarem, por meio da área do aluno, de forma
manuscrita digitalizada, conforme explicado na aula 00 do curso.
Para a sua redação, é importante especificar o número do texto escolhido no campo apropriado. Você pode
nos encaminhar um arquivo único (em PDF) ou colar as imagens digitalizadas dentro de um documento em
Word.
As questões discursivas serão devolvidas exclusivamente ao aluno, por meio da área destinada ao curso no
site do Estratégia Concursos.
Desejamos um excelente trabalho a todos vocês!
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