Caderno de Questões - Português

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CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER

Analista de Tribunal TJ-AL

Português

- INTENSIVO -
Sumário
Acentuação.................................................................................................................................... 3
Morfologia - Formação e Estrutura das palavras ........................................................................ 10
Morfologia - Classes de palavras ................................................................................................. 15
Colocação pronominal (sintaxe).................................................................................................. 50
Regência Nominal e Verbal (casos gerais) .................................................................................. 52
Crase ............................................................................................................................................ 57
Concordância (Verbal e Nominal) ............................................................................................... 68
Pontuação ................................................................................................................................... 89
Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc) ........ 111
Figuras de Linguagem................................................................................................................ 145
Interpretação de Textos (compreensão)................................................................................... 147
Tipologia Textual ....................................................................................................................... 237
Reescritura de Frases. Substituição de palavras ou trechos de texto....................................... 240
Análise das estruturas linguísticas do texto .............................................................................. 258
Gabarito..................................................................................................................................... 269

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Acentuação
Questão 1: VUNESP - EnfJ (TJ SP)/TJ SP/2009
Assunto: Acentuação
Leia o texto a seguir para responder à questão.

Em apenas 17 anos, a Inglaterra viu nascer três das mais importantes obras de sua
cultura pelo significado que tiveram para a religião, a literatura e a medicina: a
tradução autorizada da Bíblia pelo rei James I (1611), a edição das peças de William
Shakespeare (1623) e o tratado médico Exercitatio anatomica de motu cordis et
sanguinis in animalibus (1628). Este último livro, escrito por William Harvey (1578-
1657), é tido como o modelo fundador e o protótipo do método científico da
pesquisa médica atual. Conhecido como De motu cordis, o tratado foi lançado em
março pela editora Unifesp com o nome de Estudo anatômico do movimento do
coração e do sangue nos animais, em edição trilíngue (latim, francês e português).

O estudo de Harvey foi publicado em Frankfurt, na Alemanha, por precaução. Na


época, ainda imperavam os ensinamentos do médico grego Galeno de Pérgamo
(132-200 d.C.), estudioso e praticante da medicina hipocrática na Roma imperial.
Galeno descreveu corretamente a anatomia do coração e percebeu que ele
funcionava como uma bomba, porém acreditava que o sangue era fabricado no
fígado, de onde era distribuído aos outros órgãos e aos diversos tecidos. Também
achava que havia um "espírito vital", criado no coração, que percorria as artérias e
as veias junto com o sangue.

Essas impressões de Galeno perduraram por 14 séculos, até o início do século XVII.
Nesse período, foram ligeiramente modificadas por outros médicos, como os
italianos Realdo Colombo (1516-1559) e Andrea Cesalpino (1519-1603), sendo
definitivamente contestadas no De motu cordis. No livro, Harvey refere-se à
oposição que esperava receber de anatomistas que se empenhavam em demolir a
nova doutrina, em caluniá-la. Ele sabia que poderia ser perigoso contrariar as
centenárias doutrinas de Galeno, daí a escolha de Frankfurt para publicar seu
tratado. (...)

(Pesquisa Fapesp, 159, maio de 2009. Adaptado)

Assinale a alternativa em que as palavras são acentuadas graficamente pelas


mesmas regras que justificam os acentos, respectivamente, de médico, distribuído,
caluniá-la.
a) Harém, Luís, vaciná-la.
b) Município, juízes, técnico.

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c) Vários, até, fórum.
d) Hipocrática, saúde, café.
e) Ótimo, Austrália, inglês.

Questão 2: FUNDATEC - Med Jud (TJ RS)/TJ RS/Classe R/Psiquiatria/2009


Assunto: Acentuação
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Avareza na ficção

Moacyr Scliar

Embora muitos já tenham esquecido, o Brasil viveu períodos de grandes surtos


inflacionários, nos quais o dinheiro perdia rapidamente o seu valor. Era muito
comum ver moedas nas sarjetas das ruas; ali ficavam porque valiam tão pouco que
ninguém se dava ao trabalho de abaixar-se para apanhá-las. Isso nos remete a um
fato básico da economia e da vida social: a rigor, o dinheiro é uma ficção. Mas
exatamente por causa desse ângulo, digamos, ficcional, ele assume também caráter
altamente simbólico. E não muito agradável, segundo Freud. Observando que ao
longo da história o dinheiro foi frequentemente (e ainda é) associado à sujeira, o pai
da psicanálise postulou que a proposital retenção de fezes, característica da
chamada fase anal do desenvolvimento infantil, teria continuidade, no adulto, com
a preocupação com o dinheiro. O avarento é um exemplo caricatural disso.

Aos escritores essas coisas não poderiam passar despercebidas, mesmo porque
muitos deles tinham, e têm, problemas com dinheiro; Honoré de Balzac (1799 -
1850) e Fiódor Dostoievski (1821 - 1881) viviam atolados em dívidas, sobretudo o
escritor russo, que era um jogador compulsivo. Não é de admirar que avarentos
tenham dado grandes personagens da ficção. O primeiro exemplo é, naturalmente,
o Shylock, de William Shakespeare (1564 -1616) na comédia O mercador de
Veneza, do fim do século XVI. Shylock era um agiota. Na Idade Média, o empréstimo
a juros era proibido aos cristãos e reservado ao desprezado e marginal grupo dos
judeus. Um arranjo perfeito: quando o senhor feudal não queria ou não podia pagar
dívidas contraídas com os agiotas, desencadeava um massacre de judeus, um grupo
desprezado e marginalizado, e resolvia o problema. Shylock sente-se desprezado e
quando empresta dinheiro a Antonio, um mercador cristão, pede em garantia uma
libra da carne do devedor: ele quer que este se revele inadimplente e pague a dívida
com a matéria de seu próprio corpo: um esforço desesperado e grotesco para ser
respeitado.

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Outro usurário que aparece na peça O avarento (1668), de Jean-Baptiste Molière
(1622 - 1673), é Harpagon. Quanto mais rico fica, mais mesquinho se torna, e mais
faz sofrer os filhos, o jovem Cléante, apaixonado por Mariane, moça pobre –
Harpagon obviamente se opõe ao namoro – e a filha Élise, que ele quer casar com
o velho Anselme. Além das brigas com os filhos, Harpagon tem outros motivos para
se inquietar: enterrou em seu jardim uma caixa com dez mil escudos de ouro e é
constantemente perseguido pela ideia de que sua fortuna será roubada. No fim, a
avareza é castigada, e Cléante e Élise podem se unir às pessoas que amam.

Avarentos também não faltam nos romances de Charles Dickens (1812-1870), um


dos mais conhecidos é o personagem Ebenezer Scrooge de Um conto de Natal
(1843), um homem velho, egoísta, insensível, que odeia tudo – até o Natal – uma
festa que evoca bondade e generosidade. Scrooge maltrata seu empregado Bob
Cratchit, que tem um filho deficiente físico, o Pequeno Tim, mas na noite de Natal
é visitado por misteriosas entidades, os Espíritos do Natal, e muda por completo,
tornando-se generoso, ajudando Cratchit e sua família. Em Silas Marner, novela de
George Eliot (1819-1880) que usava o pseudônimo de Mary Ann Evans, o
personagem, um misantropo que prefere o ouro às pessoas, aprenderá, assim como
Scrooge, a sua lição. Ele é roubado, mas, ao tomar sob seus cuidados o menino
Eppie, mudará, tornando-se um homem melhor. Em Eugénie Grandet (1900), de
Balzac, somos apresentados a Félix Grandet, um rico e sovina mercador de vinhos,
que se opõe à paixão da filha pelo sobrinho pobre.

Como se pode ver em todas essas obras, a obsessão pelo dinheiro resulta de uma
personalidade repulsiva ou patética. Freud tinha razão: o poder simbólico do vil
metal não é pequeno e tem atravessado os séculos incólume.

Texto adaptado de: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos - Acesso em


04/06/2009

Assinale a alternativa em que a regra que justifica o acento gráfico está incorreta.
a) têm (linha 08) – oxítona terminada em em.
b) contraídas (linha 13) – i tônico em hiato com a vogal anterior.
c) dívidas (linha 15) – proparoxítona
d) Além (linhas 22 e 23) – oxítona terminada em em em.
e) Félix (linha 28) – paroxítona terminada em x.

Questão 3: VUNESP - Estat (TJ SP)/TJ SP/Judiciário/2015

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Assunto: Acentuação
Menos famílias ficaram endividadas e inadimplentes em janeiro, aponta CNC

Em janeiro de 2015, o percentual de famílias que relataram ter dívidas entre


cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo
pessoal, prestação de carro e seguros alcançou 57,5%, o que representa uma queda
de 1,8 ponto percentual em relação aos 59,3% observados em dezembro de 2014
e de 5,9 pontos percentuais em relação aos 63,4% de janeiro do ano passado. É o
que mostra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic),
divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
(CNC).

O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou
dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes apresentou alta
apenas na comparação mensal, recuando em relação ao mesmo período do ano
anterior e alcançando 6,4% em janeiro de 2015, ante 5,8% em dezembro de 2014
e 6,5% em janeiro de 2014.

“O percentual de famílias com dívidas recuou em janeiro de 2015, alcançando o


menor patamar desde junho de 2012. Esse resultado acompanhou a tendência
observada no último trimestre de 2014, quando a cautela do consumidor em
relação ao consumo, as taxas de juros mais elevadas e os recursos extras recebidos
com o 13o salário levaram à redução não apenas do endividamento, mas também
dos indicadores de inadimplência”, explica Marianne Hanson, economista da CNC.

Segundo ela, a diminuição do número de famílias com contas ou dívidas, tanto na


comparação mensal quanto em relação ao mesmo período do ano anterior, reflete
a moderação do crescimento do crédito para as famílias. E o perfil mais favorável
de endividamento, concentrando-se em modalidades de risco mais baixo e prazos
mais longos, melhorou a percepção das famílias em relação ao seu endividamento
e manteve a inadimplência em patamares baixos.

(www.brasil.gov.br/economia-e-emprego, 29.01.2015)

Acentuam-se em razão da mesma regra as seguintes palavras do texto:


a) dívidas, crédito, empréstimo.
b) carnê, período, salário.
c) salário, também, comércio.
d) favorável, último, crédito.

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e) tendência, também, carnê.

Questão 4: FUNDEP - Tec Jud (TJ MG)/TJ MG/Assistente Social Judicial/2010


Assunto: Acentuação
Fala, Amendoeira

Carlos Drummond de Andrade – Fala, Amendoeira (1957)

Esse ofício de rabiscar sobre as coisas do tempo exige que prestemos alguma
atenção à natureza – essa natureza que não presta atenção em nós. Abrindo a
janela matinal, o cronista reparou no firmamento, que seria de uma safira
impecável se não houvesse a longa barra de névoa a toldar a linha entre o céu e o
chão – névoa baixa e seca, hostil aos aviões. Pousou a vista, depois, nas árvores que
algum remoto prefeito deu à rua, e que ainda ninguém se lembrou de arrancar,
talvez porque haja outras destruições mais urgentes. Estavam todas verdes, menos
uma. Uma que, precisamente, lá está plantada em frente à porta, companheira mais
chegada de um homem e sua vida, espécie de anjo vegetal proposto ao seu destino.

Essa árvore de certo modo incorporada aos bens pessoais, alguns fios elétricos lhe
atravessam a fronde, sem que a molestem, e a luz crua do projetor, a dois passos, a
impediria talvez de dormir, se ela fosse mais nova. Às terças, pela manhã, o feirante
nela encosta sua barraca, e ao entardecer, cada dia, garotos procuram subir-lhe o
tronco. Nenhum desses incômodos lhe afeta a placidez de árvore madura e magra,
que já viu muita chuva, muito cortejo de casamento, muitos enterros, e serve há
longos anos à necessidade de sombra que têm os amantes de rua, e mesmo a outras
precisões mais humildes de cãezinhos transeuntes.

Todas estavam ainda verdes, mas essa ostentava algumas folhas amarelas e outras
já estriadas de vermelho, gradação fantasista que chegava mesmo até o marrom –
cor final de decomposição, depois da qual as folhas caem. Pequenas amêndoas
atestavam o seu esforço, e também elas se preparavam para ganhar coloração
dourada e, por sua vez, completado o ciclo, tombar sobre o meio-fio, se não as colhe
algum moleque apreciador do seu azedinho. E como o cronista lhe perguntasse –
fala, amendoeira – por que fugia ao rito de suas irmãs, adotando vestes assim
particulares, a árvore pareceu explicar-lhe:

- Não vês? Começo a outonear. É 21 de março, data em que as folhinhas assinalam


o equinócio do outono. Cumpro meu dever de árvore, embora minhas irmãs não
respeitem as estações.

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- E vais outoneando sozinha?

- Na medida do possível. Anda tudo muito desorganizado, e, como deves notar,


trago comigo um resto de verão, uma antecipação de primavera e mesmo, se
reparares bem neste ventinho que me fustiga pela madrugada, uma suspeita de
inverno.

- Somos todos assim.

- Os homens, não. Em ti, por exemplo, o outono é manifesto e exclusivo. Acho-te


bem outonal, meu filho, e teu trabalho é exatamente o que os autores chamam de
outonada: são frutos colhidos numa hora da vida que já não é clara, mas ainda não
se dilui em treva. Repara que o outono é mais estação da alma que da natureza.

- Não me entristeças.

- Não, querido, sou tua árvore-da-guarda e simbolizo teu outono pessoal. Quero
apenas que te outonizes com paciência e doçura. O dardo de luz fere menos, a
chuva dá às frutas seu definitivo sabor. As folhas caem, é certo, e os cabelos
também, mas há alguma coisa de gracioso em tudo isso: parábolas, ritmos, tons
suaves... Outoniza-te com dignidade, meu velho.

A única afirmativa que contém uma palavra cuja acentuação gráfica não segue a
mesma regra das demais é
a) amêndoas, névoa, ofício.
b) espécie, paciência, mágoa.
c) náufrago, náusea, equinócio.
d) repugnância, espécie, idílio.

Questão 5: VUNESP - PsiJ (TJ SP)/TJ SP/2017


Assunto: Acentuação
Leia o texto para responder à questão.

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A moléstia conservou durante muitos dias – dias angustiosos e terríveis – um
caráter de excessiva gravidade; durante longo tempo, Fadinha, que estava com
todo o corpo cruelmente invadido pela medonha erupção, teve a existência por um
fio.

Entretanto, os cuidados da ciência e a ciência dos cuidados triunfaram do mal, e


Fadinha ficou boa, completamente boa, depois de ter estado suspensa entre a vida
e a morte.

Ficou boa, mas desfigurada: a moça mais bonita do Rio de Janeiro transformara-se
num monstro. Aquele rosto intumescido e esburacado não conservara nada,
absolutamente nada da beleza célebre de outrora. Ela, porém, consolou-se vendo
que o amor de Remígio, longe de enfraquecer, crescera, fortificado pelo espetáculo
do seu martírio.

A mãe, conquanto insensível às boas ações, não pôde disfarçar a admiração e o


prazer que o moço lhe causou no dia em que lhe pediu a filha em casamento,
dizendo:

– Só havia um obstáculo à minha felicidade: era a formosura – de Fadinha. Agora


que esse obstáculo desapareceu, espero que a senhora não se oponha a um enlace
que era o desejo de seu marido.

Realizou-se o casamento. D. Firmina, desprovida sempre de todo o senso moral,


entendeu que devia ser aproveitado o rico enxoval oferecido pelo primeiro noivo;
Remígio, porém, teve o cuidado de fazer com que o restituíssem ao barão. A
cerimônia efetuou-se com toda a simplicidade, na matriz do Engenho Novo.

Um ano depois do casamento, Fadinha estava outra vez bonita, não da boniteza
irradiante e espetaculosa de outrora, mas, enfim, com um semblante agradável, o
quanto bastava para regalo dos olhos enamorados do esposo. Remígio dizia,
sinceramente, quem sabe? que a achava assim mais simpática, e os sinais das
bexigas lhe davam até um “não sei quê”, que lhe faltava dantes.

– Não é bela que me inquiete, nem feia que me repugne. Era assim que eu a
desejava.

O caso é que ambos foram muito felizes. Ainda vivem. Remígio é atualmente um
alto funcionário, pai de cinco filhos perfeitamente educados.

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(Arthur Azevedo, “A moça mais bonita do Rio de Janeiro”. Em: Seleção de Contos,
2014. Adaptado)

Assinale a alternativa em que todas as palavras estão corretamente grafadas,


considerando-se as regras de acentuação da língua padrão.
a) O consôlo de Fadinha foi ver que Remígio queria desposa-la apesar de sua
beleza ter ido embora depois da doença.
b) Com a saúde de Fadinha comprometida, Remígio não conseguia se recompôr e
viver tranquilo.
c) Fadinha não tinha mágoa por não ser mais tão bela; agora, interessava-lhe viver
no paraíso com Remígio.
d) Remígio era homem de carater, o que surpreendeu D. Firmina, que aceitou o
matrimônio de sua filha.
e) Com o triúnfo do bem sobre o mal, Fadinha se recuperou, Remígio resolveu
pedí-la em casamento.

Morfologia - Formação e Estrutura das palavras


Questão 6: FUNDATEC - Ana Sist (TJ RS)/TJ RS/Classe P/2010
Assunto: Formação e Estrutura das palavras
Instrução: Para responder à questão, leia o texto abaixo.

O Gigante Gaúcho

Até bem pouco tempo atrás, quem visitasse o Museu Júlio de Castilhos, no centro
de Porto Alegre, daria de cara com um par de botas tamanho 56 ao lado de objetos
que pertenceram a renomados personagens da história gaúcha, como Júlio de
Castilhos (1860-1903), Bento Gonçalves (1788-1847) e Getúlio Vargas (1882-
1954). E não é porque algum desses políticos locais tivesse pés descomunais. As
botas eram de um sujeito humilde chamado Francisco Ângelo Guerreiro (1892-
1925?), que ficou famoso nas arenas de circo e nos livros de medicina no início do
século XX por causa de seus 2,17 metros de altura, que lhe valeram o apelido de
“Gigante”.

A exposição de objetos de Guerreiro no museu mais antigo do Rio Grande do Sul


tem sido motivo de controvérsia há anos. Em uma “sala de curiosidades” – similar
às “câmaras de maravilhas”, de onde surgiram os primeiros museus de História

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Natural – ficavam o par de botas, ao lado de outras de “tamanho normal”, e poucas
fotos de sua vida. A sala fazia a alegria dos visitantes, principalmente das crianças,
mas provocava desconforto entre os técnicos do museu, que a consideravam uma
“distorção” dentro do acervo. Em 1993, esse espaço foi desativado e seu material
levado para a reserva técnica, mas a reação do público foi tão negativa que as botas
tiveram de voltar no ano seguinte como parte de uma exposição temporária sobre
a vida do Gigante. Elas acabaram retornando às galerias do museu até que, no início
de 2007, foram retiradas novamente para serem recuperadas.

A enorme atenção que Guerreiro despertou durante sua vida tem muito a ver com
o tratamento que era dado no início do século XX a quem tinha alguma deficiência.
Embora hoje possa parecer algo marginal e indecente, essas pessoas eram expostas
ao público, numa atividade lucrativa, popular e organizada. Guerreiro foi atração
de várias exibições, em teatros e circos pelo país. Segundo depoimento de um
irmão, quando o Gigante morreu, ele fazia parte do elenco do Circo Sarrazani, onde
se apresentava em uma jaula ao preço de um mil réis. As fotos que estão no museu
o mostram na época em que se exibia no Teatro Politeama. Ali ele aparece de
braços abertos, tendo abaixo de si homens altos, médios, baixos e anões. Moreno,
de tipo indígena, Guerreiro tinha braços, pés, mãos e rosto que cresciam
desproporcionalmente em relação ao resto do corpo. Ele sofria de uma síndrome
chamada acromegalia, que o fazia produzir o hormônio do crescimento em excesso
.

Depois de sua morte no Rio de Janeiro, as botas do Gigante viraram atração do


Museu Júlio de Castilhos – provavelmente, a mais popular de toda a casa. Sempre
havia quem perguntasse “se as botas ainda estavam lá”, referindo-se à sala de
curiosidades, lugar de maior concentração de pessoas nas visitas guiadas ao museu.
Além das peças de Guerreiro, também ficavam reunidos naquele espaço, de forma
desordenada, objetos exóticos, como membros de indígenas mumificados, adornos
andinos e animais defeituosos natimortos conservados em formol.

As visitas de estudantes, iniciadas na década de 1940, e o “trem da cultura”, projeto


que nos anos 1970 levava parte do acervo ao interior do Estado, ajudaram a tornar
ainda mais populares os objetos de Guerreiro, principalmente as botas, mostradas
a sucessivas gerações.

O interesse pelo Gigante no museu faz pensar que, se o tempo em que o público se
divertia vendo pessoas com deficiência sendo expostas já passou, o diferente ainda
exerce um grande fascínio.

(Adaptado de NEDEL, Letícia Borges. Revista de História da Biblioteca Nacional. n.


57, junho de 2010)

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Dentre as palavras abaixo, a única que não contém prefixo em sua estrutura é
a) renomados (linha 02).
b) descomunais (linha 03).
c) reunidos (linha 22).
d) desordenada (linha 22).
e) natimortos (linha 23).

Questão 7: FUNDATEC - Med Psiq Jud (TJ RS)/TJ RS/PJ-J/2009


Assunto: Formação e Estrutura das palavras
INSTRUÇÃO - A questão refere-se ao texto ao seguir.

Sorrir para a vida


Moacyr Scliar

A Organização Mundial da Saúde define saúde como 'o estado do mais completo
bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de enfermidade'. Os
veteranos da área costumam dizer que essa é, na realidade, a definição de
felicidade.

Pode ser. Mas a verdade é que os estudos científicos apontam, cada vez mais, para
uma estreita relação entre saúde e a condição de ser feliz. O que não é de
surpreender. No mundo em que vivemos, as doenças dependem muito de nosso
estilo de vida. Estilo de vida que, por sua vez, é resultado de uma cultura que nos
pressiona a consumir mais, a comer mais, a ficar sentados diante da tela da TV, a
fumar, a consumir álcool e drogas. Tudo isso, paradoxalmente, traduz-se em
insatisfação, porque esse tipo de apelo não tem limites. A insatisfação leva à
tristeza, à depressão, associadas com várias doenças, como diabetes ou acidente
vascular cerebral.

Um estudo realizado na Universidade do Texas, em Galveston, com cerca de 4 mil


pacientes, mostrou que pessoas idosas que se consideram felizes têm menor
probabilidade de serem vítimas de acidente vascular cerebral. Outro estudo, desta
vez na Universidade de Pittsburgh, mostrou que mulheres deprimidas estão mais
propensas ao endurecimento das artérias, conhecido como aterosclerose.

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Pergunta: por que isso acontece? É a felicidade uma poção mágica, uma panaceia
contra doenças? Claro que não.

O que acontece é que as pessoas infelizes tendem a adotar, como compensação, o


estilo de vida acima citado, que, este sim, causa doença. O inverso também é
verdadeiro: se felicidade traz saúde, saúde também traz felicidade. Um estudo
realizado na Holanda, em 2004, com pessoas de 18 anos de idade ou mais, procurou
correlacionar felicidade com vários fatores: renda, situação social e outros. A saúde
ganha longe. Um quarto das pessoas que não se consideram sadias também não se
considera feliz; mas, das pessoas sadias, apenas 8% declaram-se infelizes.

Quanto ao dinheiro, faz diferença nos países muito pobres, porque aí pode ser
condição de sobrevivência. Mas, quanto mais afluente é o país, menos pesa a renda
em termos de felicidade. Um levantamento feito com os cem americanos mais ricos
mostrou que eles são apenas um pouco mais felizes que a média da população.
'Sorria' pode ser, portanto, um bom conselho, à medida que o sorriso, atributo
caracteristicamente humano, possa ser um indicador do sentimento de felicidade.
A propósito, recentemente pesquisadores da Universidade de Amsterdã
examinaram o famoso sorriso da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, com a ajuda de
um programa de computador capaz de correlacionar expressões faciais com
emoções e sentimentos. Resultado: 83% do sorriso provêm de felicidade (e 9%
resultam de desdém - afinal, Mona Lisa também tem direito a desdenhar). Mas a
conquista da felicidade não depende só da pessoa. Se a angústia é demasiada, a
ajuda profissional pode ser necessária. E todos têm direito a ela.

Razão tem a Constituição americana de 1776, quando inclui, entre os direitos


fundamentais, o pursuit of happiness, a busca da felicidade. Se temos direito à
saúde - e a Constituição brasileira de 1988 isso nos garante -, por que não teríamos
direito à felicidade, ao sorriso?

Texto adaptado de http://moacyrscliar.blogspot.com - Acesso em 11/06/2009

Assinale a alternativa em que ambos os vocábulos, retirados do texto, são


formados por prefixação.
a) bem-estar – enfermidade
b) insatisfação – correlacionar
c) endurecimento – atributo
d) inverso – inclui
e) afluente – probabilidade

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Questão 8: FAURGS - AJ (TJ RS)/TJ RS/Apoio Especializado/Engenharia
Civil/2014
Assunto: Formação e Estrutura das palavras
Mais do que combater as teses racistas que são difundidas em muitos países e
sociedades que afirmam serem superiores em relação às outras no que concerne à
etnia, devemos voltar nosso olhar para outras vertentes preconceituosas nas
sociedades que se consideram avançadas, seja no âmbito tecnológico, ou até
mesmo na linguagem e na escrita.

Essa tendência refere-se à superioridade cultural de uma civilização ou grupo em


relação a outros que são compreendidos como inferiores e tratados como
obsoletos e desvalorizados em todos os seus aspectos culturais.

As sociedades que, durante toda a história da humanidade, foram exploradas,


embora perdessem traços culturais, não deixaram de lado suas principais
circunscrições que as identificam, assim como seus costumes, crenças e modo de
vida próprio. No entanto, as civilizações exploradoras conseguiram desviar o foco
dos problemas ocasionado pela exploração, para uma “terrível” imagem dos povos
que não se adequaram ao seu estilo de vida, fazendo-nos acreditar que essas
civilizações não têm nenhuma relevância cultural no cenário mundial.

Nossas convicções ideológicas pessoais prevalecem muito mais do que qualquer


relação social com povos que não pensam como nós pensamos e que fogem de
nossos padrões de vida. Somos levados a querer que o outro grupo seja o reflexo
ideal do nosso próprio conceito de “sociedade ideal”, caso contrário rotulamos o
outro grupo como inferior e irrelevante para o progresso da humanidade.

Ao julgarmos uma cultura em relação à nossa e afirmar sua inferioridade, não


devemos partir de valores como avanços tecnológicos e científicos, pois nenhuma
civilização é tão “inferior” que não tenha nenhuma característica específica que a
nossa ainda não conseguiu desenvolver. Desse modo, se consideramos o diferente
como inferior, também podemos cair no mesmo grau de inferioridade, na medida
em que o outro grupo nos terá como sendo também inferiores em determinados
aspectos.

Adaptado de: LIMA, Fabiano de Albuquerque. Disponível em:


<http://www.opovo.com.br/app/jornaldoleitor/noticiasse

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14
cundarias/artigos/2013/09/17/noticiajornaldoleitorartigos,- 3131118/a-pretensao-
de-uma-superioridadecultural.shtml>. Acessado em 07 jul. 2014.

Assinale a alternativa que contém a afirmação correta acerca das palavras


preconceituosas, cultural e mundial, respectivamente.
a) São advérbios derivados de adjetivos.
b) São adjetivos derivados de adjetivos.
c) São adjetivos derivados de substantivos.
d) São substantivos derivados de adjetivos.
e) São adjetivos derivados de advérbios.

Morfologia - Classes de palavras


Questão 9: FGV - AJ (TJ PI)/TJ PI/Administrativa/Analista Judicial/2015
Assunto: Classes de palavras
Texto 1

O site Cracked separou sete coisas que ninguém sabia sobre os celulares. São
várias teorias sobre a nocividade dos aparelhos sobre o corpo humano. Quer saber
quais são elas? Então vamos à lista:

1. Celulares são responsáveis pela destruição de famílias

Antes dos telefones celulares, os casais eram muito mais fiéis. Atualmente, a
grande maioria dos casos de adultério é combinada por telefones pessoais, pois
dessa forma não há tanto risco de outra pessoa atender às ligações. Isso sem falar
em reuniões familiares, que são constantemente atrapalhadas (ou ignoradas) por
filhos e filhas que preferem as mensagens de texto às conversas com os pais.

2. Ele põe sua vida em risco

No Brasil, falar ao celular enquanto se está no volante é uma infração de trânsito.


Isso acontece porque o telefone realmente tira a atenção dos motoristas. Mas há
relatos de que a distração causada pelos celulares vai muito mais além: até mesmo
quando estamos caminhando, ficamos mais suscetíveis a acidentes quando
estamos em ligações.

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3. Seu telefone é uma colônia de bactérias

Um dos principais problemas dos celulares são os micróbios. Muitos utilizam os


aparelhos no banheiro, o que pode infectá-los com bactérias dos mais variados
tipos. Sujeiras dos bolsos, chão e mesas também afetam os telefones. Em suma, os
celulares são verdadeiras colônias de germes e outros pequenos vilões da saúde
humana.

4. Mensagens estão em nosso subconsciente

Um estudo alemão mostrou que grande parte das pessoas de até 30 anos está com
os caminhos para a digitação de mensagens gravados no subconsciente. Isso
significa que, mesmo sem um teclado visível, os usuários conseguem saber onde
estão as letras de seus celulares.

Parece o mesmo que acontece com os teclados de computadores, mas nos


experimentos somente os números eram mostrados e, incrivelmente, as pessoas
envolvidas conseguiam decifrar os códigos mais rapidamente.

5. Você está perdendo seus sentidos

Em uma velocidade muito baixa, mas isso está acontecendo. Possivelmente os


celulares estejam fazendo com que seus olhos sejam afetados (a radiação faz com
que eles sejam aquecidos). Além disso, a audição pode estar sendo afetada por
volumes muito altos em fones de ouvido.

6. Eles deixam as crianças malcriadas

Estudos mostram um dado curioso. Mulheres que usam celular durante a gravidez
e durante os primeiros anos de vida de seus bebês têm 50% a mais de chances de
terem filhos com sérios problemas comportamentais. A causa disso? A radiação por
celulares estaria estimulando a liberação de melatonina (um hormônio que regula
várias funções corporais).

7. Celulares podem causar esterilidade

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Segundo apontam cientistas, celulares emitem radiação eletromagnética. É ela
que, supostamente, causa danos ao cérebro. Novas teorias apontam para o fato de
que essa mesma radiação poderia ser responsável por afetar também o sistema
reprodutor dos homens. Como os celulares ficam muito tempo nos bolsos, isso
poderia ser uma causa da esterilidade.

A frase abaixo em que o vocábulo MUITO pertence a uma classe gramatical


diferente das demais é:
a) “Como os celulares ficam muito tempo nos bolsos, isso poderia ser uma causa
da esterilidade”;
b) “Antes dos telefones celulares, os casais eram muito mais fiéis;
c) “Mas há relatos de que a distração causada pelos celulares vai muito mais além”;
d) “Em uma velocidade muito baixa, mas isso está acontecendo”;
e) “Além disso, a audição pode estar sendo afetada por volumes muito altos em
fones de ouvido”.

Questão 10: FAURGS - Med Psi (TJ RS)/TJ RS/PJ-J/2016


Assunto: Classes de palavras
Todo mundo teve ao menos uma namorada esquisita, comigo não foi diferente.
Beber é trivial, bebe-se por prazer, para comemorar, para esquecer, para suportar
a vida, mas beber para ficar de ressaca nunca tinha visto. Essa era Stela, ela bebia
em busca do lado escuro do porre. Acreditava que precisava desse terremoto
orgânico para seu reequilíbrio espiritual.

Sua ressaca era diferente, não como a nossa, tingida de culpa pelo excesso. A dela
era almejada, portanto com propriedades metafísicas. Nem por isso passava menos
mal, sofria muito, o desconforto era visível, pungente. Tomava coisas que poucos
profissionais do copo se arriscariam, destilados das marcas mais diabo. Ou então
era revés de um vinho da Serra com nome de Papa, algo que nem ao menos rolha
tinha, era de tampinha. Bebida que, com sua qualidade, desonrava,
simultaneamente, os vinhos e o pontífice.

Não era masoquismo. Acompanhando suas peregrinações etílicas, cheguei a outra


conclusão: ela realmente precisava daquilo. Stela inventara uma religião do Santo
Daime particular, caseira, sabia que era preciso passar pelo inferno para vislumbrar
o céu. Os porres eram uma provação cósmica, um ordálio voluntário, um encontro
reverencial com o sagrado.

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Depois da devastação do pileque, ela ficava melhor. Uma lucidez calma a invadia,
sua beleza readquiria os traços que a marcavam, seus olhos voltavam ao brilho que
me encantara. Tinha mergulhado no poço da existência e reavaliado seus rumos.
Durante dias a paz reinava entre nós e entre ela e o mundo.

Mas bastava uma nova dúvida em sua vida, uma decisão a tomar, e ela requisitava
mais um inferno para se repensar. A rotina era extenuante. Quem aguenta uma
mulher que, em vez de falar sobre a vida, mergulha num porre xamânico? Mas o
amor perdoa. Lá estava eu ajudando-a a levantar-se de mais uma triste manguaça.
Fiquei expert em reidratar e reanimar mortos, em contornar enxaquecas siderais e
em amparar dengues existenciais.

Amava Stela pela inusitada maneira de consultar o destino. Triste era o


desencontro. Eu cansado por cuidá-la depois de uma noite mal dormida, servindo
de enfermeiro, e ela radiante, prenha da energia que a purgação lhe rendera.

Stela era irredutível no seu método terapêutico, dizia que só nesse estado se
encontrava com o melhor de seu ser. Reiterava que era mais sábia durante o
martírio. Insistia que, sóbria, em seu estado normal, sofria de um otimismo
injustificado que lhe turvava a realidade. Seu lema era: “Só na ressaca enxergamos
o mundo como ele é”.

Um dia, sem muitas palavras, Stela foi embora. Alguma ressaca oracular deve ter
lhe dito que eu não era bom para seu futuro. Não a culpo.

Adaptado de: CORSO, M. O valor da ressaca. Zero Hora, n. 18489, 02/04/2016.


Disponível em: http://www.clicrbs.com.b /zerohora/
jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a5711255.xml&template=
3916.dwt&edition=28691&section=4572. Acessado em 02/04/2016.

Assinale a alternativa que apresenta a classificação gramatical da palavra A, da


palavra a e da palavra a, respectivamente.
a) preposição – artigo definido – pronome pessoal
b) pronome pessoal – artigo definido – preposição
c) pronome pessoal – preposição – pronome pessoal
d) artigo definido – preposição – pronome pessoal
e) artigo definido – artigo definido – preposição

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Questão 11: FUNDEP - Tec Jud (TJ MG)/TJ MG/Assistente Social Judicial/2010
Assunto: Classes de palavras
Fala, Amendoeira

Carlos Drummond de Andrade – Fala, Amendoeira (1957)

Esse ofício de rabiscar sobre as coisas do tempo exige que prestemos alguma
atenção à natureza – essa natureza que não presta atenção em nós. Abrindo a
janela matinal, o cronista reparou no firmamento, que seria de uma safira
impecável se não houvesse a longa barra de névoa a toldar a linha entre o céu e o
chão – névoa baixa e seca, hostil aos aviões. Pousou a vista, depois, nas árvores que
algum remoto prefeito deu à rua, e que ainda ninguém se lembrou de arrancar,
talvez porque haja outras destruições mais urgentes. Estavam todas verdes, menos
uma. Uma que, precisamente, lá está plantada em frente à porta, companheira mais
chegada de um homem e sua vida, espécie de anjo vegetal proposto ao seu destino.

Essa árvore de certo modo incorporada aos bens pessoais, alguns fios elétricos lhe
atravessam a fronde, sem que a molestem, e a luz crua do projetor, a dois passos, a
impediria talvez de dormir, se ela fosse mais nova. Às terças, pela manhã, o feirante
nela encosta sua barraca, e ao entardecer, cada dia, garotos procuram subir-lhe o
tronco. Nenhum desses incômodos lhe afeta a placidez de árvore madura e magra,
que já viu muita chuva, muito cortejo de casamento, muitos enterros, e serve há
longos anos à necessidade de sombra que têm os amantes de rua, e mesmo a outras
precisões mais humildes de cãezinhos transeuntes.

Todas estavam ainda verdes, mas essa ostentava algumas folhas amarelas e outras
já estriadas de vermelho, gradação fantasista que chegava mesmo até o marrom –
cor final de decomposição, depois da qual as folhas caem. Pequenas amêndoas
atestavam o seu esforço, e também elas se preparavam para ganhar coloração
dourada e, por sua vez, completado o ciclo, tombar sobre o meio-fio, se não as colhe
algum moleque apreciador do seu azedinho. E como o cronista lhe perguntasse –
fala, amendoeira – por que fugia ao rito de suas irmãs, adotando vestes assim
particulares, a árvore pareceu explicar-lhe:

- Não vês? Começo a outonear. É 21 de março, data em que as folhinhas assinalam


o equinócio do outono. Cumpro meu dever de árvore, embora minhas irmãs não
respeitem as estações.

- E vais outoneando sozinha?

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- Na medida do possível. Anda tudo muito desorganizado, e, como deves notar,
trago comigo um resto de verão, uma antecipação de primavera e mesmo, se
reparares bem neste ventinho que me fustiga pela madrugada, uma suspeita de
inverno.

- Somos todos assim.

- Os homens, não. Em ti, por exemplo, o outono é manifesto e exclusivo. Acho-te


bem outonal, meu filho, e teu trabalho é exatamente o que os autores chamam de
outonada: são frutos colhidos numa hora da vida que já não é clara, mas ainda não
se dilui em treva. Repara que o outono é mais estação da alma que da natureza.

- Não me entristeças.

- Não, querido, sou tua árvore-da-guarda e simbolizo teu outono pessoal. Quero
apenas que te outonizes com paciência e doçura. O dardo de luz fere menos, a
chuva dá às frutas seu definitivo sabor. As folhas caem, é certo, e os cabelos
também, mas há alguma coisa de gracioso em tudo isso: parábolas, ritmos, tons
suaves... Outoniza-te com dignidade, meu velho.

―Todas estavam ainda verdes, mas essa ostentava algumas folhas amarelas e
outras já estriadas de vermelho (...) também elas se preparavam para ganhar
coloração dourada.

Considerando o trecho acima, assinale a alternativa que NÃO CONTÉM um


pronome substantivo.
a) Todas
b) Essa
c) Algumas
d) Outras

Questão 12: FGV - AJ (TJ RO)/TJ RO/Administrador/2015


Assunto: Verbo
Texto 1 –

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Facebook

Vimos que o Vale do Silício é um tecnopolo importante, com indústria avançada, de


ponta, em que são feitos altos investimentos. Mas, às vezes, uma simples ideia pode
valer mais do que muita tecnologia. É o caso da maior rede social do mundo, o
Facebook.

Segundo o seu criador Mark Zuckerberg, em seu segundo ano da Universidade de


Harvard (2004), ele e seus amigos tinham muito a compartilhar: suas fotos, o que
estudavam, de que gostavam, entre tantas outras coisas que os amigos curtem.
Pensando nisso, Mark elaborou – em duas semanas e com apenas 19 anos de idade
– a primeira versão do que se tornaria essa famosa rede social.

Mas há quem diga que a história inicial não foi tão sublime, mas que tudo começou
como uma brincadeira: Mark teria colocado as fotos das garotas da Universidade
na internet, à revelia, para que os colegas escolhessem qual a mais bonita. Outro
detalhe não menos importante seria que o desenvolvimento do Facebook contou
com a colaboração de mais colegas, entre eles o brasileiro Eduardo Saverin,
reconhecido como o co-fundador do site.

De qualquer forma, e intrigas à parte, inovação e agilidade transformaram esse


pequeno projeto/brincadeira em uma empresa extremamente lucrativa, com mais
de 500 milhões de usuários, faturamento bilionário e um valor de 50 bilhões de
dólares, estimado pelo Banco Sachs em janeiro de 2011, maior do que o da Time
Warner.

(Paulo Roberto Moraes, Urbanização e Metropolização, São Paulo, 2011)

“... a primeira versão do que se tornaria essa famosa rede social”.

A forma verbal “tornaria” foi empregada com o seguinte valor:


a) marcar um fato futuro, mas próximo;
b) transportarmo-nos a uma época passada e descrevermos o que seria ação
futura;
c) designar fatos passados concebidos como contínuos ou permanentes;
d) indicar ações posteriores à época em que se fala;

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e) exprimir a incerteza sobre fatos passados.

Questão 13: TJ PR (Ban. Exam.) - Ana Jud (TJ PR)/TJ PR/Análise de Sistemas/2009
Assunto: Verbo
O texto a seguir servirá de referência para a questão.

06/07/2009 - 12h20

Crise deixará até 90 milhões a mais de pessoas desnutridas, diz ONU


da Folha Online
Atualizado às 12h35.

(P.1) A atual recessão global, que ganhou força a partir de setembro do ano
passado, reverteu 20 anos de declínio na pobreza mundial e deve elevar em até 90
milhões de pessoas o número de desnutridos, disse nesta segunda-feira o
secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon.

(P.2) A estimativa, que consta do "Relatório das Metas de Desenvolvimento do


Milênio", divulgado hoje em Genebra (Suíça), sugere que 17% da população
mundial (estimada em 6,8 bilhões) estará em condição de pobreza extrema até o
fim deste ano.

(P.3) "Em 2009, estarão vivendo na pobreza extrema entre 55 milhões e 90 milhões
de pessoas a mais que o estimado antes da crise mundial", diz o documento. As
Metas do Milênio são um conjunto de diretrizes fixadas pela ONU para reduzir pela
metade, até 2015, os níveis da pobreza extrema de 1990. O programa inclui ainda
a redução da mortalidade infantil e a garantia da sustentabilidade ambiental, entre
outros objetivos.

(P.4) O relatório aponta ainda para o declínio na ajuda externa a países pobres, o
que pode provocar ainda mais casos de violência e de doenças. O secretário-geral
da ONU pediu ainda ao G8 (grupo dos sete países mais ricos e a Rússia), que se
reunirá na Itália entre os dias 8 e 10 deste mês, para ampliar as ajudas,
especialmente para a África.

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(P.5) "A credibilidade do sistema internacional depende do quanto os doadores
oferecerem", afirmou. "A decência humana e a solidariedade global exigem que nos
mobilizemos pelos mais pobres e mais vulneráveis dentre nós."

(P.6) Ele destacou os compromisso assumidos pelo G8 de aumentar as ajudas


financeiras e técnicas ao países em desenvolvimento para que atinjam as Metas do
Milênio até 2010 para US$ 50 bilhões, metade desse montante para a África. Mas
a ajuda ainda está ao menos US$ 20 bilhões abaixo da meta, destacou.

“A credibilidade do sistema internacional depende do quanto os doadores


oferecerem...” (P. 5)

O verbo flexionado de maneira diferente da grifada no exemplo está também


grifado no período:
a) Os atores serão muito aplaudidos pelo público no momento em que deixarem a
cena.
b) Quando saírem, por favor, deixem a porta fechada.
c) Por comerem pouco, as pessoas que vivem na pobreza extrema são mais sujeitas
a doenças..
d) Se obedecerem às normas dos países mais ricos, os mais pobres terão ajuda.

Questão 14: FUNDEP - Tec Jud (TJ MG)/TJ MG/Assistente Social Judicial/2010
Assunto: Verbo
Fala, Amendoeira

Carlos Drummond de Andrade – Fala, Amendoeira (1957)

Esse ofício de rabiscar sobre as coisas do tempo exige que prestemos alguma
atenção à natureza – essa natureza que não presta atenção em nós. Abrindo a
janela matinal, o cronista reparou no firmamento, que seria de uma safira
impecável se não houvesse a longa barra de névoa a toldar a linha entre o céu e o
chão – névoa baixa e seca, hostil aos aviões. Pousou a vista, depois, nas árvores que
algum remoto prefeito deu à rua, e que ainda ninguém se lembrou de arrancar,
talvez porque haja outras destruições mais urgentes. Estavam todas verdes, menos

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de
Compartilhamento.
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uma. Uma que, precisamente, lá está plantada em frente à porta, companheira mais
chegada de um homem e sua vida, espécie de anjo vegetal proposto ao seu destino.

Essa árvore de certo modo incorporada aos bens pessoais, alguns fios elétricos lhe
atravessam a fronde, sem que a molestem, e a luz crua do projetor, a dois passos, a
impediria talvez de dormir, se ela fosse mais nova. Às terças, pela manhã, o feirante
nela encosta sua barraca, e ao entardecer, cada dia, garotos procuram subir-lhe o
tronco. Nenhum desses incômodos lhe afeta a placidez de árvore madura e magra,
que já viu muita chuva, muito cortejo de casamento, muitos enterros, e serve há
longos anos à necessidade de sombra que têm os amantes de rua, e mesmo a outras
precisões mais humildes de cãezinhos transeuntes.

Todas estavam ainda verdes, mas essa ostentava algumas folhas amarelas e outras
já estriadas de vermelho, gradação fantasista que chegava mesmo até o marrom –
cor final de decomposição, depois da qual as folhas caem. Pequenas amêndoas
atestavam o seu esforço, e também elas se preparavam para ganhar coloração
dourada e, por sua vez, completado o ciclo, tombar sobre o meio-fio, se não as colhe
algum moleque apreciador do seu azedinho. E como o cronista lhe perguntasse –
fala, amendoeira – por que fugia ao rito de suas irmãs, adotando vestes assim
particulares, a árvore pareceu explicar-lhe:

- Não vês? Começo a outonear. É 21 de março, data em que as folhinhas assinalam


o equinócio do outono. Cumpro meu dever de árvore, embora minhas irmãs não
respeitem as estações.

- E vais outoneando sozinha?

- Na medida do possível. Anda tudo muito desorganizado, e, como deves notar,


trago comigo um resto de verão, uma antecipação de primavera e mesmo, se
reparares bem neste ventinho que me fustiga pela madrugada, uma suspeita de
inverno.

- Somos todos assim.

- Os homens, não. Em ti, por exemplo, o outono é manifesto e exclusivo. Acho-te


bem outonal, meu filho, e teu trabalho é exatamente o que os autores chamam de
outonada: são frutos colhidos numa hora da vida que já não é clara, mas ainda não
se dilui em treva. Repara que o outono é mais estação da alma que da natureza.

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- Não me entristeças.

- Não, querido, sou tua árvore-da-guarda e simbolizo teu outono pessoal. Quero
apenas que te outonizes com paciência e doçura. O dardo de luz fere menos, a
chuva dá às frutas seu definitivo sabor. As folhas caem, é certo, e os cabelos
também, mas há alguma coisa de gracioso em tudo isso: parábolas, ritmos, tons
suaves... Outoniza-te com dignidade, meu velho.

―Pequenas amêndoas atestavam o seu esforço, e também elas se preparavam


para ganhar coloração dourada, e [...] completado o ciclo, tombar sobre o meio-fio,
[...].

É CORRETO afirmar que, dentre as formas verbais destacadas no período acima


a) há um verbo na voz passiva.
b) há um verbo no particípio.
c) apenas um verbo se apresenta no infinitivo.
d) os dois primeiros verbos estão flexionados no pretérito perfeito.

Questão 15: FUNDEP - Tec Jud (TJ MG)/TJ MG/Assistente Social Judicial/2010
Assunto: Verbo
Fala, Amendoeira

Carlos Drummond de Andrade – Fala, Amendoeira (1957)

Esse ofício de rabiscar sobre as coisas do tempo exige que prestemos alguma
atenção à natureza – essa natureza que não presta atenção em nós. Abrindo a
janela matinal, o cronista reparou no firmamento, que seria de uma safira
impecável se não houvesse a longa barra de névoa a toldar a linha entre o céu e o
chão – névoa baixa e seca, hostil aos aviões. Pousou a vista, depois, nas árvores que
algum remoto prefeito deu à rua, e que ainda ninguém se lembrou de arrancar,
talvez porque haja outras destruições mais urgentes. Estavam todas verdes, menos
uma. Uma que, precisamente, lá está plantada em frente à porta, companheira mais
chegada de um homem e sua vida, espécie de anjo vegetal proposto ao seu destino.

Essa árvore de certo modo incorporada aos bens pessoais, alguns fios elétricos lhe
atravessam a fronde, sem que a molestem, e a luz crua do projetor, a dois passos, a

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de
Compartilhamento.
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impediria talvez de dormir, se ela fosse mais nova. Às terças, pela manhã, o feirante
nela encosta sua barraca, e ao entardecer, cada dia, garotos procuram subir-lhe o
tronco. Nenhum desses incômodos lhe afeta a placidez de árvore madura e magra,
que já viu muita chuva, muito cortejo de casamento, muitos enterros, e serve há
longos anos à necessidade de sombra que têm os amantes de rua, e mesmo a outras
precisões mais humildes de cãezinhos transeuntes.

Todas estavam ainda verdes, mas essa ostentava algumas folhas amarelas e outras
já estriadas de vermelho, gradação fantasista que chegava mesmo até o marrom –
cor final de decomposição, depois da qual as folhas caem. Pequenas amêndoas
atestavam o seu esforço, e também elas se preparavam para ganhar coloração
dourada e, por sua vez, completado o ciclo, tombar sobre o meio-fio, se não as colhe
algum moleque apreciador do seu azedinho. E como o cronista lhe perguntasse –
fala, amendoeira – por que fugia ao rito de suas irmãs, adotando vestes assim
particulares, a árvore pareceu explicar-lhe:

- Não vês? Começo a outonear. É 21 de março, data em que as folhinhas assinalam


o equinócio do outono. Cumpro meu dever de árvore, embora minhas irmãs não
respeitem as estações.

- E vais outoneando sozinha?

- Na medida do possível. Anda tudo muito desorganizado, e, como deves notar,


trago comigo um resto de verão, uma antecipação de primavera e mesmo, se
reparares bem neste ventinho que me fustiga pela madrugada, uma suspeita de
inverno.

- Somos todos assim.

- Os homens, não. Em ti, por exemplo, o outono é manifesto e exclusivo. Acho-te


bem outonal, meu filho, e teu trabalho é exatamente o que os autores chamam de
outonada: são frutos colhidos numa hora da vida que já não é clara, mas ainda não
se dilui em treva. Repara que o outono é mais estação da alma que da natureza.

- Não me entristeças.

- Não, querido, sou tua árvore-da-guarda e simbolizo teu outono pessoal. Quero
apenas que te outonizes com paciência e doçura. O dardo de luz fere menos, a
chuva dá às frutas seu definitivo sabor. As folhas caem, é certo, e os cabelos

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também, mas há alguma coisa de gracioso em tudo isso: parábolas, ritmos, tons
suaves... Outoniza-te com dignidade, meu velho.

Leia os seguintes trechos do texto.

―[...] – fala, amendoeira – [...].


– Não me entristeças.
―Outoniza-te com dignidade, meu velho.
―Repara que o outono é mais estação da alma que da natureza.

Em relação ao que há de comum entre os verbos destacados nos trechos acima,


assinale a alternativa CORRETA.
a) O modo
b) A voz
c) A conjugação
d) A transitividade

Questão 16: FAURGS - AJ (TJ RS)/TJ RS/Apoio Especializado/Engenharia


Civil/2014
Assunto: Verbo
Nos últimos vinte anos, é inegável a existência de ____ processo de reestruturação
produtiva no mundo do trabalho. Não apenas a questão da economia neoliberal,
sustentada em fluxos autorreguladores do capitalismo contemporâneo, das
relações trabalhistas, da formação profissional e da ____ de pesquisas aplicadas às
indústrias, constitui um fenômeno que contribui para a profusão de problemáticas
complexas, relacionadas ao mundo do trabalho e à formação profissional
especializada. Tais problemáticas e suas complexidades se estreitam em diferentes
âmbitos de relações de modo a ____ local, regional ou globalmente outras lógicas de
formação requeridas pelo mundo do trabalho.

Nesse contexto, a formação profissional de base interdisciplinar surge como


demanda de expressiva necessidade econômica e política. Desde os anos noventa,
a demanda por profissionais com capacidade de integrar conhecimentos dispersos
pela hiperespecialização desenvolveu-se em torno da busca da
interdisciplinaridade, em diferentes campos do conhecimento.

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Essa demanda se justifica pelas transformações ocorridas no mundo do trabalho e,
especificamente, pela insuficiência epistemológica que as ciências modernas
expressam diante da complexidade do mundo físico, social, político e cultural do
homem. Assim, a Sociologia como ciência que estuda objetos do mundo social em
suas dinâmicas, permanências e mutabilidades, voltar-se-á para a análise das
relações entre mundo do trabalho, formação e práticas profissionais específicas.
Tanto a Sociologia do Trabalho quanto a Sociologia das Profissões surgem nesse
cenário como importantes campos teóricos para a compreensão aprofundada do
tema.

Acredito que os estudos sobre o trabalho devem abranger uma variedade de


objetos de pesquisa, dando, por isso mesmo, uma amplidão sistemática no que se
refere aos complexos modos de relação entre trabalho, formação para o trabalho,
profissões e formação profissional.

Adaptado de: SANTOS, Najó Glória dos et al. Formação


profissional interdisciplinar. Disponível em: <https://ri.ufs.br/bitstream/12345678
/503/1/Formacao ProfissionalInterdisciplinar.pdf>. Acessado em: 07 jul. 2014.

Quanto à forma verbal voltar-se-á, é correto afirmar que está conjugada


a) na terceira pessoa singular do presente do indicativo.
b) na terceira pessoa singular do presente do subjuntivo.
c) na terceira pessoa singular do pretérito imperfeito do indicativo.
d) na terceira pessoa singular do pretérito do subjuntivo.
e) na terceira pessoa singular do futuro do presente do indicativo.

Questão 17: VUNESP - ContJ (TJ SP)/TJ SP/2008


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
Leia o texto para responder à questão.
Recado ao senhor 903

Vizinho,

Quem fala aqui é o homem do 1003. Recebi outro dia, consternado, a visita do
zelador, que me mostrou a carta em que o senhor reclamava contra o barulho em
meu apartamento. Recebi depois a sua própria visita pessoal – devia ser meia-noite

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– e a sua veemente reclamação verbal. Devo dizer que estou desolado com tudo
isso, elhe dou inteira razão. O regulamento do prédio é explícito e, se não o fosse, o
senhor ainda teria ao seu lado a Lei e a Polícia. Quem trabalha o dia inteiro tem
direito ao repouso noturno e é impossível repousar no 903, quando há vozes,
passos e música no 1003. Ou melhor: é impossível ao 903 dormir, quando o 1003
se agita; pois como não sei o seu nome nem o senhor sabe o meu, ficamos reduzidos
a ser dois números, dois números empilhados entre dezenas de outros. Eu, o 1003,
me limito, a Leste pelo 1005, a Oeste pelo 1001, ao Sul pelo Oceano Atlântico, ao
Norte pelo 1004, ao alto pelo 1103 e embaixo pelo 903 – que é o senhor. Todos
esses números são comportados e silenciosos; apenas eu e o Oceano Atlântico
fazemos algum ruído e funcionamos fora dos horários civis; nós dois apenas nos
agitamos e bramimos ao sabor da maré, dos ventos e da lua. Prometo sinceramente
adotar, depois das 22 horas, de hoje em diante, um comportamento de manso lago
azul. Prometo. Quem vier à minha casa (perdão: ao meu número) será convidado a
se retirar às 21:45, e explicarei: o 903 precisa repousar das 22 às 7 pois às 8:15
deve deixar o 783 para tomar o 109 que o levará até o 527 de outra rua, onde ele
trabalha na sala 305. Nossa vida, vizinho, está toda numerada; e reconheço que ela
só pode ser tolerada, quando um número não incomoda outro número, mas o
respeita, ficando dentro dos limites de seus algarismos. Peço-lhe desculpas – e
prometo silêncio.

... Mas que me seja permitido sonhar com outra vida e outro mundo, em que um
homem batesse à porta do outro e dissesse: "Vizinho, são três horas da manhã e
ouvi música em tua casa. Aqui estou." E o outro respondesse: "Entra, vizinho, e
come de meu pão e bebe de meu vinho. Aqui estamos todos a bailar e cantar, pois
descobrimos que a vida é curta e a lua é bela."

E o homem trouxesse sua mulher, e os dois ficassem entre os amigos e amigas do


vizinho entoando canções para agradecer a Deus o brilho das estrelas e o murmúrio
da brisa nas árvores, e o dom da vida e a amizade entre os humanos, e o amor e a
paz.

(Rubem Braga, Para gostar de ler: crônicas)

Assinale a alternativa em que os verbos em destaque repetem, respectivamente,


os mesmos tempos verbais dos verbos em destaque em: Quem vier à minha casa
(perdão: ao meu número) será convidado a se retirar às 21:45, e explicarei: o 903
precisa repousar das 22 às 7 pois às 8:15 deve deixar o 783 para tomar o 109 que
o levará até o 527 de outra rua, onde ele trabalha na sala 305.
a) A alta dos preços dos alimentos, nos últimos meses, pesou no bolso do
consumidor e levou a uma redução do consumo, como mostram as pesquisas.

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b) Quando as pessoas se conscientizarem da necessidade de proteger o meio
ambiente, todos se beneficiarão com mais qualidade de vida; é o que dizem os
especialistas.
c) Com a inflação que afeta os preços dos alimentos, o gasto com comida
aumentará e, com isso, sobrará menos dinheiro no bolso dos pobres.
d) "Mesmo as camadas de maior poder aquisitivo sentiram os efeitos da inflação, o
que acontecerá até com os mais ricos", afirmou ontem o economista.
e) Se as condições econômicas mudarem, a situação se estabilizará e todos
passarão a viver melhor.

Questão 18: CESPE - AJ TJDFT/TJDFT/Judiciária/"Sem Especialidade"/2013


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
Eu resolvera passar o dia com os trabalhadores da estiva e via-os vir chegando a
balançar o corpo, com a comida debaixo do braço, muito modestos. Em pouco, a
beira do cais ficou coalhada. Durante a última greve, um delegado de polícia
dissera-me:

— São criaturas ferozes! (...)

Logo que o saveiro atracou, eles treparam pelas escadas, rápidos; oito homens
desapareceram na face aberta do porão, despiram-se, enquanto os outros
rodeavam o guincho e as correntes de ferro começavam a ir e vir do porão para o
saveiro, do saveiro para o porão, carregadas de sacas de café. Era regular,
matemático, a oscilação de um lento e formidável relógio.

Aqueles seres ligavam-se aos guinchos; eram parte da máquina; agiam


inconscientemente. Quinze minutos depois de iniciado o trabalho, suavam
arrancando as camisas. Não falavam, não tinham palavras inúteis. Quando a pilha
de sacas estava feita, erguiam a cabeça e esperavam nova carga. Que fazer? Aquilo
tinha que ser até às 5 da tarde. (...)

Esses homens têm uma força de vontade incrível. Fizeram com o próprio esforço
uma classe, impuseram-na. Hoje, estão todos ligados, exercendo uma mútua
polícia para a moralização da classe. A União dos Operários Estivadores consegue,
com uns estatutos que a defendem habilmente, o seu nobre fim. (...)

Que querem eles? Apenas ser considerados homens dignificados pelo esforço e a
diminuição das horas de trabalho, para descansar e para viver.

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João do Rio. Os trabalhadores de estiva. In: A alma encantadora das ruas. Paris:
Garnier, 1908. Internet: <www.dominiopublico.gov.br> (com adaptações).

Julgue o item que se segue, relativo às ideias do texto acima e às estruturas


linguísticas nele utilizadas.

O emprego da forma verbal “resolvera”, no pretérito mais-que-perfeito, indica que


o narrador tomou a decisão de “passar o dia com os trabalhadores da estiva” antes
da ocorrência do evento narrativo principal do texto.
Certo
Errado

Questão 19: VUNESP - ContJ (TJ SP)/TJ SP/2015


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
Leia o texto para responder à questão.

Previsão do tempo no Sudeste é uma dor de cabeça para cientistas

Se a sucessão de boas e más notícias sobre a chuva que abastece os reservatórios


de São Paulo parece uma confusão só, não se preocupe: previsões climáticas sobre
o Sudeste brasileiro podem confundir até especialistas.

Isso acontece porque a região mais populosa do Brasil ocupa uma área do globo
terrestre que recebe todo tipo de influência complexa, desde a umidade oriunda da
Amazônia até as frentes frias “sopradas” da Antártida.

Resultado: um nível de incerteza acima do normal numa seara que, por natureza, já
é bastante incerta.

“Isso vale principalmente para prever o clima, ou seja, as variações de médio e longo
prazo, mas também é verdade, ainda que em grau bem menor, para as previsões de
tempo, ou seja, na escala de dias”, diz Tercio Ambrizzi, climatologista da USP.

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Portanto, não é que o tempo seja mais instável na área do sistema Cantareira, o
mais castigado pela atual crise e agora em ligeira recuperação. O que ocorre é que
a região que abastece o Cantareira às vezes pode ficar mais sujeita a variações
aleatórias de um sistema climático naturalmente complicado.

(Folha de S.Paulo, 15.02.2015)

No texto, um verbo no imperativo marca claramente que o autor está se dirigindo


ao leitor. Isso se comprova com o trecho:
a) “... mas também é verdade, ainda que em grau bem menor, para as previsões de
tempo, ou seja, na escala de dias...” (quarto parágrafo)
b) Isso acontece porque a região mais populosa do Brasil ocupa uma área do globo
terrestre que recebe todo tipo de influência complexa... (segundo parágrafo)
c) Portanto, não é que o tempo seja mais instável na área do sistema Cantareira, o
mais castigado pela atual crise... (quinto parágrafo)
d) ... não se preocupe: previsões climáticas sobre o Sudeste brasileiro podem
confundir até especialistas. (primeiro parágrafo)
e) Resultado: um nível de incerteza acima do normal numa seara que, por natureza,
já é bastante incerta. (terceiro parágrafo)

Questão 20: FGV - Ana (TJ SC)/TJ SC/Administrativo/2015


Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
Dos verbos assinalados, só está corretamente empregado o que aparece na frase:
a) O atual síndico quer crescer a arrecadação de condomínios em cerca de 40%.
b) Os candidatos participaram das provas sem que a chegada com atraso
prejudicou a organização.
c) Se fazer cálculos sobre os resultados do concurso já era difícil, agora tornou-se
mais problemático.
d) O treinador ficará contente quando vencer metade dos jogos e transpor os
adversários mais difíceis.
e) Por mais que os jogadores se esforçam nos treinos, a colocação na tabela está
cada vez pior.

Questão 21: CESPE - AJ (TJ SE)/TJ SE/Administrativa/Análise de Sistemas/2014

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Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações Filipinas, um código legal que
se aplicava a Portugal e seus territórios ultramarinos. Com todas as letras, as
Ordenações Filipinas asseguravam ao marido o direito de matar a mulher caso a
apanhasse em adultério. Também podia matá-la por meramente suspeitar de
traição. Previa-se um único caso de punição: sendo o marido traído um “peão” e o
amante de sua mulher uma “pessoa de maior qualidade”, o assassino poderia ser
condenado a três anos de desterro na África.

No Brasil República, as leis continuaram reproduzindo a ideia de que o homem era


superior à mulher. O Código Civil de 1916 dava às mulheres casadas o status de
“incapazes”. Elas só podiam assinar contratos ou trabalhar fora de casa se tivessem
a autorização expressa do marido.

Há tempos, o direito de matar a mulher, previsto pelas Ordenações Filipinas,


deixou de valer. O machismo, porém, sobreviveu nos tribunais. O Código Penal de
1890 livrava da condenação quem matava “em estado de completa privação de
sentidos”. O atual Código Penal, de 1940, abrevia a pena dos criminosos que agem
“sob o domínio de violenta emoção”. Os “crimes passionais” — eufemismo para a
covardia — encaixam-se à perfeição nessas situações. Em outra bem-sucedida
tentativa de aliviar a responsabilidade do homem, os advogados inventaram o
direito da “legítima defesa da honra”.

O machismo é uma praga histórica. Não se elimina da noite para o dia. A criação da
Lei Maria da Penha, em 2006, em que se previu punição para quem agride e mata
mulheres, foi um primeiro e audacioso passo. O segundo passo contra o machismo
é a educação.

Ricardo Westin e Cintia Sasse. Dormindo com o inimigo. In:


Jornal do Senado. Brasília, 4/jul./2013, p. 4-5. Internet: <www.senado.gov.br> (com
adaptações).

Em relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item.

O emprego do futuro do pretérito em “poderia” (l.4) indica que a situação


apresentada na oração é não factual, ou seja, é hipotética.
Certo
Errado

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Questão 22: VUNESP - CDJ (TJ SP)/TJ SP/2010
Assunto: Vozes (voz passiva e voz ativa)
Leia o texto para responder à questão.

Com a criação da Secretaria Estadual de Saúde paulista, em 1947, instituiu-se a


recomendação de que os centros de saúde contassem com um "Serviço de Higiene
Bucodentária". Desde então, sucessivos arranjos institucionais marcaram a
organização da assistência odontológica pública, tanto em São Paulo como em
outras unidades federativas.

Embora os profissionais buscassem desenvolver ações educativas, sua prática


clínica reproduzia, essencialmente, o que faziam os dentistas nos consultórios
particulares. A abordagem era individual e não se lograva realizar um diagnóstico
de situação em termos populacionais e, menos ainda, se utilizava qualquer
tecnologia de programação resultante de processos de planejamento que
considerassem a saúde bucal da população como um todo.

Tal cenário mudou radicalmente quando, em 1952, o SESP – Serviço Especial de


Saúde Pública – implementou os primeiros programas de odontologia sanitária,
inicialmente em Aimorés, MG, e em seguida em vários municípios do Norte,
Nordeste e Sudeste do Brasil. O alvo principal desses programas era a população
em idade escolar, tida como epidemiologicamente mais vulnerável e, ao mesmo
tempo, a mais sensível às intervenções de saúde pública. Assim, métodos e técnicas
de planejamento e programação em saúde passaram a fazer parte do cotidiano de
dezenas de profissionais de odontologia em várias regiões do País.

A odontologia de mercado seguia absolutamente majoritária, mas deixou de ser a


única modalidade assistencial neste segmento do setor saúde.

(NARVAI, P.C. "Saúde bucal coletiva: caminhos da odontologia sanitária à


bucalidade". Com adaptações. Revista de Saúde Pública, v. 40, São Paulo, ago.
2006. Disponível em: www.scielosp.org/pdf/rsp/v40nspe/30633.pdf)

Em voz passiva, a frase – … em 1952, o SESP […] implementou os primeiros


programas de odontologia sanitária … – assume a seguinte forma:
a) … em 1952, implementaram os primeiros programas de odontologia sanitária
pelo SESP…

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b) … em 1952, o SESP foi implementando os primeiros programas de odontologia
sanitária…
c) … em 1952, os primeiros programas de odontologia sanitária foram
implementados pelo SESP…
d) … em 1952, houve a implementação dos primeiros programas de odontologia
sanitária no SESP…
e) … em 1952, os primeiros programas de odontologia sanitária implementou-se o
SESP…

Questão 23: VUNESP - EnfJ (TJ SP)/TJ SP/2009


Assunto: Vozes (voz passiva e voz ativa)
Leia o texto a seguir para responder à questão.

Em apenas 17 anos, a Inglaterra viu nascer três das mais importantes obras de sua
cultura pelo significado que tiveram para a religião, a literatura e a medicina: a
tradução autorizada da Bíblia pelo rei James I (1611), a edição das peças de William
Shakespeare (1623) e o tratado médico Exercitatio anatomica de motu cordis et
sanguinis in animalibus (1628). Este último livro, escrito por William Harvey (1578-
1657), é tido como o modelo fundador e o protótipo do método científico da
pesquisa médica atual. Conhecido como De motu cordis, o tratado foi lançado em
março pela editora Unifesp com o nome de Estudo anatômico do movimento do
coração e do sangue nos animais, em edição trilíngue (latim, francês e português).

O estudo de Harvey foi publicado em Frankfurt, na Alemanha, por precaução. Na


época, ainda imperavam os ensinamentos do médico grego Galeno de Pérgamo
(132-200 d.C.), estudioso e praticante da medicina hipocrática na Roma imperial.
Galeno descreveu corretamente a anatomia do coração e percebeu que ele
funcionava como uma bomba, porém acreditava que o sangue era fabricado no
fígado, de onde era distribuído aos outros órgãos e aos diversos tecidos. Também
achava que havia um "espírito vital", criado no coração, que percorria as artérias e
as veias junto com o sangue.

Essas impressões de Galeno perduraram por 14 séculos, até o início do século XVII.
Nesse período, foram ligeiramente modificadas por outros médicos, como os
italianos Realdo Colombo (1516-1559) e Andrea Cesalpino (1519-1603), sendo
definitivamente contestadas no De motu cordis. No livro, Harvey refere-se à
oposição que esperava receber de anatomistas que se empenhavam em demolir a
nova doutrina, em caluniá-la. Ele sabia que poderia ser perigoso contrariar as
centenárias doutrinas de Galeno, daí a escolha de Frankfurt para publicar seu
tratado. (...)

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(Pesquisa Fapesp, 159, maio de 2009. Adaptado)

Assinale a alternativa que apresenta uma oração na voz ativa.


a) … o sangue era fabricado no fígado, de onde era distribuído aos outros órgãos…
b) … o tratado foi lançado em março pela editora Unifesp…
c) Essas impressões de Galeno perduraram por 14 séculos,…
d) O estudo de Harvey foi publicado em Frankfurt,…
e) Nesse período, foram ligeiramente modificadas por outros médicos,…

Questão 24: FGV - AJ I (TJ AM)/TJ AM/Administração/2013


Assunto: Vozes (voz passiva e voz ativa)
Volta à polêmica sobre patente de remédios

Patentes de medicamentos geralmente são reconhecidas pelo prazo de dez anos,


de acordo com regras internacionais aceitas por muitos países. Esse prazo inclui a
fase final de desenvolvimento dos medicamentos, chamada pipeline no jargão
técnico. Muitas vezes, esse período até o lançamento comercial do produto pode
levar até quatro anos, de modo que em vários casos o laboratório terá
efetivamente cerca de seis anos de proteção exclusiva para obter no mercado o
retorno do investimento feito.

A partir da perda de validade da patente, o medicamento estará sujeito à


concorrência de produtos similares e genéricos que contenham princípios ativos
encontrados no original. Por não embutirem os custos de pesquisa e
desenvolvimento do produto original, os genéricos e similares podem ser lançados
a preços mais baixos do que os dos medicamentos de marca, que, no período de
proteção exclusiva, tiveram a oportunidade de conquistar a confiança do
consumidor e dos médicos que os prescrevem para seus pacientes.

A pesquisa para obtenção de novos medicamentos comprovadamente eficazes


envolve somas elevadíssimas. Daí que geralmente as empresas que estão no topo
da indústria farmacêutica são grandes grupos internacionais, ficando os
laboratórios regionais mais voltados para a produção de genéricos e similares.

A necessidade de se remunerar o investimento realizado faz com que, não


raramente, os remédios sejam caros em relação à renda da maioria das pessoas, e

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isso provoca conflitos de toda ordem, em especial nos países menos desenvolvidos,
onde se encontram também as maiores parcelas da população que sofrem de
doenças endêmicas, causadas por falta de saneamento básico, habitação insalubre,
deficiências na alimentação etc. Muitas vezes para reduzir o custo da distribuição
de medicamentos nas redes públicas os governos investem em laboratórios
estatais, que se financiam com subsídios e verbas oficiais, diferentemente de
empresas, que precisam do lucro para se manterem no mercado. Esse conflito
chega em alguns momentos ao ponto de quebra de patente por parte dos países
que se sentem prejudicados. O Brasil mesmo já recorreu a essa decisão extrema em
relação ao coquetel de remédios para tratamento dos pacientes portadores do
vírus HIV e dos que sofrem com a AIDS, chegando depois a um entendimento com
os laboratórios.

O tema da quebra de patente voltou à tona depois que a Corte Superior da Índia
não reconheceu como inovação um medicamento para tratamento do câncer que
o laboratório suíço Novartis considera evolução do seu remédio original, Glivec. A
patente foi reconhecida nos Estados Unidos e em outros 39 países, o que provocou
a polêmica. O Brasil hoje é cauteloso nessa questão. Optou por uma atitude mais
pragmática, que tem dado bons resultados e permitido, inclusive, o
desenvolvimento de novos medicamentos no país. A quebra de patente não pode
ser banalizada.

(O Globo, 07/04/2013)

Assinale a frase que não apresenta uma forma verbal na voz passiva.
a) “Patentes de medicamentos geralmente são reconhecidas pelo prazo de dez
anos...”.
b) “A quebra de patente não pode ser banalizada”.
c) “Optou por uma atitude mais pragmática, que tem dado bons resultados...”.
d) “A patente foi reconhecida nos Estados Unidos e em outros 39 países...”.
e) “os genéricos e similares podem ser lançados a preços mais baixos”.

Questão 25: VUNESP - ContJ (TJ SP)/TJ SP/2015


Assunto: Vozes (voz passiva e voz ativa)
Leia o texto para responder à questão.

O vilão da história

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É um fato incontornável: o planeta passa por um aquecimento global intenso, e a
maior parte da responsabilidade pelo descompasso do clima é do ser humano. Com
fábricas, carros e o desmatamento generalizado de habitats, multiplicamos por 180
a quantidade de CO2 na atmosfera desde a Revolução Industrial, motor do efeito
estufa, responsável pelo aumento de 0,8 grau na temperatura da Terra. Parece
pouco, mas foi o suficiente para consolidar um caos climático que se agrava: o calor
elevado faz com que eventos extremos, como tempestades e secas duradouras,
sejam cada vez mais frequentes. Em 2014, o ano mais quente desde que
começaram os registros, em 1880, a situação só piorou. Nesse contexto, cabe,
portanto, a pergunta: a falta de chuvas e o calorão do início de janeiro no Sudeste
brasileiro são também filhos do aquecimento global?

Climatologistas dizem não ter certeza, pois dependem de projeções de longo prazo
para responder. Ou seja, precisam esperar para verificar se a situação se repete por
muitos anos ou se trata de uma anomalia, provocada por algum fenômeno climático
pontual e ainda desconhecido. Mas, afastada a minuciosidade exigida por
comprovações científicas, é concebível concluir que o aquecimento planetário está
na origem da seca. E, se essa é a resposta, pode-se esperar por tempos ainda mais
áridos nas próximas décadas.

Trata-se de uma lógica cujo desfecho é um cenário de contornos assustadores, com


evidentes repercussões econômicas, e que alguns, com certo exagero, denominam
de apocalípticos.

(Veja, 28.01.2015. Adaptado)

Em conformidade com a norma-padrão, na voz passiva, a oração – ... multiplicamos


por 180 a quantidade de CO2 na atmosfera... – (primeiro parágrafo) assume a
seguinte redação:
a) Tem sido multiplicada por 180 a quantidade de CO2 na atmosfera.
b) Multiplicaram-se por 180 a quantidade de CO2 na atmosfera.
c) A quantidade de CO2 na atmosfera foi multiplicada por 180 por nós.
d) Nós temos multiplicado por 180 a quantidade de CO2 na atmosfera.
e) A quantidade de CO2 na atmosfera multiplicou por 180.

Questão 26: FGV - AJ (TJ PI)/TJ PI/Administrativa/Analista Administrativo/2015

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Assunto: Vozes (voz passiva e voz ativa)
Texto 3

TRÂNSITO: SOLUÇÕES

Em 1997 foram criados os rodízios para diminuir a circulação de veículos em


determinados horários na capital paulista. Também foram feitas ciclovias (17,5 km)
e campanhas de conscientização. Mas nada disso resolveu o caos no trânsito.

Também foi incentivado o uso de motocicletas, que ocupam menos espaço no


tráfego. Porém, elas poluem mais do que veículos novos e são as principais
causadoras de mortes no trânsito. Segundo o “Mapa da Violência 2011”, do
Instituto Sangari, o número de vítimas fatais no trânsito brasileiro subiu 23,9%, de
1998 a 2008; entre os motociclistas, o aumento foi de 753,8%.

Por isso, cada vez mais especialistas defendem a mobilidade urbana sustentável.
Uma das principais mudanças seria o investimento em transporte coletivo e o
desestímulo ao individual.

Entre as medidas sugeridas – e uma das mais polêmicas – está a cobrança de


pedágio urbano. Ele consiste em cobrar uma tarifa dos motoristas que circulem em
determinadas áreas da cidade. O modelo foi implantado pela primeira vez em 1975,
em Cingapura, e se espalhou por países europeus.

Em São Paulo, há projetos que tramitam na Câmara para cobrar motoristas que
trafeguem na região central. As tarifas variam de R$ 1 a R$ 4, valor que
especialistas acham pouco para que a medida dê resultado.

Há ainda propostas de aumento da malha ferroviária – atualmente, 60% do


transporte brasileiro é feito em rodovias. São Paulo, por exemplo, possui apenas
65,3 km de linhas de metrô, enquanto Santiago do Chile (com metade da população
paulista) possui 83,2 km e Nova York, 479 km.

Todos esses pontos são avaliados como soluções para as demais capitais brasileiras
e mesmo para cidades de médio porte, que já enfrentam problemas semelhantes.

“Também foram feitas ciclovias e campanhas de conscientização”.

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A forma ativa dessa frase passiva é:
a) fizeram ciclovias e também campanhas de conscientização;
b) também fizeram ciclovias e campanhas de conscientização;
c) também tinham feito ciclovias e campanhas de conscientização;
d) também faziam ciclovias e campanhas de conscientização;
e) ciclovias e campanhas de conscientização também eram feitas.

Questão 27: FGV - AJ II (TJ AM)/TJ AM/Leiloeiro/2013


Assunto: Pronomes
Muito além do ridículo (fragmento)

“Certa vez, ante o espanto da opinião pública com a violência de uma rebelião de
presos, o memorável jurista Evandro Lins e Silva saiu‐se com esta: espantoso,
mesmo, é que os detentos enjaulados em condições subumanas não estejam
realizando mais motins pelo país afora.

Lins era um humanista por excelência e sempre achou equivocada a política


penitenciária. Não havia ironia no que disse. Com mais de 500 mil presos, o sistema
atual tem capacidade para receber pouco mais de 300 mil. O que sobra fica
amontoado em celas fétidas, sujeito à disseminação de doenças e, o que é pior, a
mais violência. Como é possível imaginar que um ser humano se adapte a tais
condições?

Do outro lado dos muros das prisões, uma sociedade acuada pela escalada da
violência urbana prefere imaginar que lugar de bandido é na cadeia, deixando o
Estado à vontade para varrer a sujeira tapete abaixo. Construir presídios e dar
tratamento digno ao preso não rendem votos. Punir, sim.

Daí porque se discute tanto um novo Código Penal, como se fossem frouxas as 117
leis penais especiais e os 1.170 crimes tipificados de que dispomos. Inclusive
trazendo de volta a ideia da maioridade penal, que na prática significa transformar
menino em delinquente e sujeitá‐lo à crueldade das prisões. Nada mais autoritário.
O que a juventude precisa é de amparo, de oportunidade, de educação, e não de
medidas que visem a puni‐la.

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A sociedade não pode virar as costas ao drama dos presídios”.
(Marcus Vinicius Furtado)

“...o memorável jurista Evandro Lins e Silva saiu‐se com esta: ...”;

o emprego da forma do demonstrativo sublinhada


a) mostra equívoco do autor do texto, pois a forma correta seria “essa”.
b) indica que o seu referente será enunciado a seguir.
c) demonstra que o referente do pronome já foi enunciado.
d) destaca que o fato ocorrido ocorreu no tempo presente.
e) informa que o referente tem significado humorístico ou irônico.

Questão 28: NC-UFPR - Ana Jud (TJ PR)/TJ PR/Arquitetura/2013


Assunto: Pronomes
O texto a seguir é referência para a questão.

A Praga que ficou na Idade Média

Felipe van Deursen

Kutná Hora cresceu graças a suas grandes minas de prata em uma época anterior
às colônias da América. Com isso, estima-se que 1/3 da prata da Europa saía da
cidade. O metal enriqueceu o antigo reino da Boêmia até o século 15, período em
que a maioria dos prédios históricos da capital, Praga, foi construída. Assim, as
minas ajudaram a forjar uma das mais lindas cidades do mundo – mas ela não
reinava sozinha. Por três séculos, Kutná Hora foi uma rival à altura em importância
cultural e econômica. Isso até os tempos de bonança acabarem, no século 16. A
Boêmia foi anexada à poderosa Áustria, que reprimiu revoltas. A maior mina de
prata foi destruída em uma inundação. Por fim, a peste, a Guerra dos Trinta Anos e
um incêndio em 1770 acabaram com a cidade. Pobre e largada, ela nunca voltou a
ser o que era. Hoje na lista dos patrimônios da Unesco, Kutná Hora tem uma
atmosfera sinistra: no outono, é possível andar pelas ruas sem cruzar com ninguém.
E o que mais atrai visitantes à cidade, dominada pelo cheiro de tabaco de uma
fábrica da Philip Morris, não é a catedral de Santa Bárbara e suas três torres em
formato de lona de circo, mas o Ossuário de Sedlec. Nos tempos barra-pesada,
morreu tanta gente que o cemitério não deu conta e o ossuário acumulou milhares

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de ossadas, largadas. Até que em 1870 um artesão decidiu fazer esculturas com os
ossos. A atração reforça o clima lúgubre daqui. Dá frio na espinha. Sem multidões,
sem vida cultural intensa, 500 anos de decadência pairam no ar numa beleza
melancólica. É a cidade que poderia ser Praga. Mas não foi.

(Revista Superinteressante, 328: 53, janeiro de 2014.)

Sobre as relações sintáticas da palavra “que”, no texto, considere as seguintes


afirmativas:

1. Na linha 2, a palavra “que” introduz um complemento do verbo “estimar”, ligado


a ele por preposição.

2. Na linha 7, a palavra “que” é um pronome relativo, cujo antecedente é a


expressão “pobre e largada”.

3. Na linha 10, a palavra “que” introduz uma relação de consequência entre a


sentença que ela inicia e a anterior.

4. Na linha 12, a palavra “que” é um pronome relativo, cujo antecedente é o termo


“cidade”.

Assinale a alternativa correta.


a) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.

Questão 29: VUNESP - PsiJ (TJ SP)/TJ SP/2017


Assunto: Pronomes
Um funcionário do Judiciário que precise encaminhar um documento oficial a um
juiz iniciará seu texto da seguinte forma:
a) Ilustríssimo Juiz, segue o relatório para que Vossa Excelência analise a
necessidade ou não de incluir novas informações.

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b) Juiz, segue o relatório para que Sua Excelência analiseis a necessidade ou não
de incluir novas informações.
c) Senhor Juiz, segue o relatório para que Vossa Excelência analise a necessidade
ou não de incluir novas informações.
d) Senhor Juiz, segue o relatório para que Sua Excelência analise a necessidade ou
não de incluir novas informações.
e) Sua Excelência Senhor Juiz, segue o relatório para Vossa Excelência analisar a
necessidade ou não de incluir novas informações.

Questão 30: VUNESP - ContJ (TJ SP)/TJ SP/2015


Assunto: Advérbio
Leia o texto para responder à questão.

O vilão da história

É um fato incontornável: o planeta passa por um aquecimento global intenso, e a


maior parte da responsabilidade pelo descompasso do clima é do ser humano. Com
fábricas, carros e o desmatamento generalizado de habitats, multiplicamos por 180
a quantidade de CO2 na atmosfera desde a Revolução Industrial, motor do efeito
estufa, responsável pelo aumento de 0,8 grau na temperatura da Terra. Parece
pouco, mas foi o suficiente para consolidar um caos climático que se agrava: o calor
elevado faz com que eventos extremos, como tempestades e secas duradouras,
sejam cada vez mais frequentes. Em 2014, o ano mais quente desde que
começaram os registros, em 1880, a situação só piorou. Nesse contexto, cabe,
portanto, a pergunta: a falta de chuvas e o calorão do início de janeiro no Sudeste
brasileiro são também filhos do aquecimento global?

Climatologistas dizem não ter certeza, pois dependem de projeções de longo prazo
para responder. Ou seja, precisam esperar para verificar se a situação se repete por
muitos anos ou se trata de uma anomalia, provocada por algum fenômeno climático
pontual e ainda desconhecido. Mas, afastada a minuciosidade exigida por
comprovações científicas, é concebível concluir que o aquecimento planetário está
na origem da seca. E, se essa é a resposta, pode-se esperar por tempos ainda mais
áridos nas próximas décadas.

Trata-se de uma lógica cujo desfecho é um cenário de contornos assustadores, com


evidentes repercussões econômicas, e que alguns, com certo exagero, denominam
de apocalípticos.

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43
(Veja, 28.01.2015. Adaptado)

Na passagem – ... provocada por algum fenômeno climático pontual e ainda


desconhecido. – (segundo parágrafo), o advérbio em destaque expressa
circunstância de
a) dúvida e, nesse contexto, equivale a “provavelmente”.
b) afirmação e, nesse contexto, equivale a “indubitavelmente”.
c) negação e, nesse contexto, equivale a “absolutamente”.
d) concessão e, nesse contexto, equivale a “apesar disso”.
e) tempo e, nesse contexto, equivale a “até agora”.

Questão 31: VUNESP - ContJ (TJ SP)/TJ SP/2015


Assunto: Conjunção
Leia a charge para responder à questão.

(Gazeta do Povo, 04.02.2015)

A conjunção que inicia a fala da personagem tem o mesmo sentido que a destacada
em:
a) Como Machado de Assis, Guimarães Rosa engrandece a literatura nacional.
b) Como pode um peixe vivo viver fora da água fria? – diz a conhecida canção.
c) Como choveu, algumas escolas de samba se sentiram prejudicadas no desfile.
d) Como praga, o capim cresceu e se espalhou rapidamente por todo o terreno.
e) Como disse Fernando Pessoa, tudo vale a pena se a alma não é pequena.

Questão 32: VUNESP - ContJ (TJ SP)/TJ SP/2015


Assunto: Conjunção
Leia o texto para responder à questão.

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44
Previsão do tempo no Sudeste é uma dor de cabeça para cientistas

Se a sucessão de boas e más notícias sobre a chuva que abastece os reservatórios


de São Paulo parece uma confusão só, não se preocupe: previsões climáticas sobre
o Sudeste brasileiro podem confundir até especialistas.

Isso acontece porque a região mais populosa do Brasil ocupa uma área do globo
terrestre que recebe todo tipo de influência complexa, desde a umidade oriunda da
Amazônia até as frentes frias “sopradas” da Antártida.

Resultado: um nível de incerteza acima do normal numa seara que, por natureza, já
é bastante incerta.

“Isso vale principalmente para prever o clima, ou seja, as variações de médio e longo
prazo, mas também é verdade, ainda que em grau bem menor, para as previsões de
tempo, ou seja, na escala de dias”, diz Tercio Ambrizzi, climatologista da USP.

Portanto, não é que o tempo seja mais instável na área do sistema Cantareira, o
mais castigado pela atual crise e agora em ligeira recuperação. O que ocorre é que
a região que abastece o Cantareira às vezes pode ficar mais sujeita a variações
aleatórias de um sistema climático naturalmente complicado.

(Folha de S.Paulo, 15.02.2015)

Nos trechos “ainda que em grau bem menor” (quarto parágrafo) e “Portanto, não é
que o tempo seja mais instável” (quinto parágrafo), as conjunções em destaque
podem ser substituídas, sem prejuízo de sentido, respectivamente, por:
a) conforme e Se bem que.
b) embora e Logo.
c) porém e Entretanto.
d) por conseguinte e Então.
e) mesmo e Porque.

Questão 33: FGV - AJ (TJ BA)/TJ BA/Apoio Especializado/Administração/2015


Assunto: Conjunção

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45
Texto

“A revista The Economist comenta: “Os cigarros estão entre os produtos de


consumo mais lucrativos do mundo. São também os únicos produtos (legais) que,
usados como manda o figurino, viciam a maioria dos consumidores e muitas vezes
os matam.” Isso dá grandes lucros para a indústria do tabaco, e enormes prejuízos
para os clientes”.

O segmento abaixo em que a conjunção E tem valor adversativo, e não aditivo, é:


a) “Comanda legiões de compradores leais e tem um mercado em mais rápida
expansão”;
b) “Satisfeitíssimos, os fabricantes orgulham-se de ter lucros impressionantes,
influência política e prestígio”;
c) “São também os únicos produtos (legais) que, usados como manda o figurino,
viciam a maioria dos consumidores e muitas vezes os matam”;
d) “Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, dos Estados Unidos,..”;
e) “Isso dá grandes lucros para a indústria do tabaco, e enormes prejuízos para os
clientes”.

Questão 34: FGV - AJ (TJ PI)/TJ PI/Administrativa/Analista Judicial/2015


Assunto: Conjunção
Texto 1

O site Cracked separou sete coisas que ninguém sabia sobre os celulares. São
várias teorias sobre a nocividade dos aparelhos sobre o corpo humano. Quer saber
quais são elas? Então vamos à lista:

1. Celulares são responsáveis pela destruição de famílias

Antes dos telefones celulares, os casais eram muito mais fiéis. Atualmente, a
grande maioria dos casos de adultério é combinada por telefones pessoais, pois
dessa forma não há tanto risco de outra pessoa atender às ligações. Isso sem falar
em reuniões familiares, que são constantemente atrapalhadas (ou ignoradas) por
filhos e filhas que preferem as mensagens de texto às conversas com os pais.

2. Ele põe sua vida em risco

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46
No Brasil, falar ao celular enquanto se está no volante é uma infração de trânsito.
Isso acontece porque o telefone realmente tira a atenção dos motoristas. Mas há
relatos de que a distração causada pelos celulares vai muito mais além: até mesmo
quando estamos caminhando, ficamos mais suscetíveis a acidentes quando
estamos em ligações.

3. Seu telefone é uma colônia de bactérias

Um dos principais problemas dos celulares são os micróbios. Muitos utilizam os


aparelhos no banheiro, o que pode infectá-los com bactérias dos mais variados
tipos. Sujeiras dos bolsos, chão e mesas também afetam os telefones. Em suma, os
celulares são verdadeiras colônias de germes e outros pequenos vilões da saúde
humana.

4. Mensagens estão em nosso subconsciente

Um estudo alemão mostrou que grande parte das pessoas de até 30 anos está com
os caminhos para a digitação de mensagens gravados no subconsciente. Isso
significa que, mesmo sem um teclado visível, os usuários conseguem saber onde
estão as letras de seus celulares.

Parece o mesmo que acontece com os teclados de computadores, mas nos


experimentos somente os números eram mostrados e, incrivelmente, as pessoas
envolvidas conseguiam decifrar os códigos mais rapidamente.

5. Você está perdendo seus sentidos

Em uma velocidade muito baixa, mas isso está acontecendo. Possivelmente os


celulares estejam fazendo com que seus olhos sejam afetados (a radiação faz com
que eles sejam aquecidos). Além disso, a audição pode estar sendo afetada por
volumes muito altos em fones de ouvido.

6. Eles deixam as crianças malcriadas

Estudos mostram um dado curioso. Mulheres que usam celular durante a gravidez
e durante os primeiros anos de vida de seus bebês têm 50% a mais de chances de
terem filhos com sérios problemas comportamentais. A causa disso? A radiação por

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47
celulares estaria estimulando a liberação de melatonina (um hormônio que regula
várias funções corporais).

7. Celulares podem causar esterilidade

Segundo apontam cientistas, celulares emitem radiação eletromagnética. É ela


que, supostamente, causa danos ao cérebro. Novas teorias apontam para o fato de
que essa mesma radiação poderia ser responsável por afetar também o sistema
reprodutor dos homens. Como os celulares ficam muito tempo nos bolsos, isso
poderia ser uma causa da esterilidade.

“No Brasil, falar ao celular enquanto se está no volante é uma infração de trânsito.
Isso acontece porque o telefone realmente tira a atenção dos motoristas. Mas há
relatos de que a distração causada pelos celulares vai muito mais além: até mesmo
quando estamos caminhando, ficamos mais suscetíveis a acidentes quando
estamos em ligações”.

Nesse segmento do texto 1 há uma série de conectores sublinhados; o substituto


inadequado a um desses conectores é:
a) enquanto / ao mesmo tempo em que;
b) porque / em função de que;
c) mas / no entanto;
d) até mesmo / justamente;
e) quando / enquanto.

Questão 35: VUNESP - PsiJ (TJ SP)/TJ SP/2017


Assunto: Conjunção
Leia o texto para responder à questão.

A moléstia conservou durante muitos dias – dias angustiosos e terríveis – um


caráter de excessiva gravidade; durante longo tempo, Fadinha, que estava com
todo o corpo cruelmente invadido pela medonha erupção, teve a existência por um
fio.

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48
Entretanto, os cuidados da ciência e a ciência dos cuidados triunfaram do mal, e
Fadinha ficou boa, completamente boa, depois de ter estado suspensa entre a vida
e a morte.

Ficou boa, mas desfigurada: a moça mais bonita do Rio de Janeiro transformara-se
num monstro. Aquele rosto intumescido e esburacado não conservara nada,
absolutamente nada da beleza célebre de outrora. Ela, porém, consolou-se vendo
que o amor de Remígio, longe de enfraquecer, crescera, fortificado pelo espetáculo
do seu martírio.

A mãe, conquanto insensível às boas ações, não pôde disfarçar a admiração e o


prazer que o moço lhe causou no dia em que lhe pediu a filha em casamento,
dizendo:

– Só havia um obstáculo à minha felicidade: era a formosura – de Fadinha. Agora


que esse obstáculo desapareceu, espero que a senhora não se oponha a um enlace
que era o desejo de seu marido.

Realizou-se o casamento. D. Firmina, desprovida sempre de todo o senso moral,


entendeu que devia ser aproveitado o rico enxoval oferecido pelo primeiro noivo;
Remígio, porém, teve o cuidado de fazer com que o restituíssem ao barão. A
cerimônia efetuou-se com toda a simplicidade, na matriz do Engenho Novo.

Um ano depois do casamento, Fadinha estava outra vez bonita, não da boniteza
irradiante e espetaculosa de outrora, mas, enfim, com um semblante agradável, o
quanto bastava para regalo dos olhos enamorados do esposo. Remígio dizia,
sinceramente, quem sabe? que a achava assim mais simpática, e os sinais das
bexigas lhe davam até um “não sei quê”, que lhe faltava dantes.

– Não é bela que me inquiete, nem feia que me repugne. Era assim que eu a
desejava.

O caso é que ambos foram muito felizes. Ainda vivem. Remígio é atualmente um
alto funcionário, pai de cinco filhos perfeitamente educados.

(Arthur Azevedo, “A moça mais bonita do Rio de Janeiro”. Em: Seleção de Contos,
2014. Adaptado)

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49
Quanto ao sentido, a oração destacada em “A mãe, conquanto insensível às boas
ações, não pôde disfarçar a admiração e o prazer que o moço lhe causou...” equivale
a:
a) apesar de insensível às boas ações.
b) conforme insensível às boas ações.
c) porque insensível às boas ações.
d) portanto insensível às boas ações.
e) como insensível às boas ações.

Colocação pronominal (sintaxe)


Questão 36: VUNESP - MJ (TJ SP)/TJ SP/2013
Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
A colocação do pronome em destaque está de acordo com o português padrão na
frase:
a) Muitos dos efeitos colaterais listados nas bulas dos remédios não manifestam-
se na maioria dos pacientes.
b) O efeito ocorre sobretudo quando teme-se uma doença ou o tratamento a ser
enfrentado.
c) Ao orientar o paciente, deve-se ter o cuidado de ouvi-lo com atenção, mantendo
o contato visual.
d) O neurologista Magnus Heier tem dedicado-se ao estudo do efeito nocebo.
e) É possível que experimente-se o efeito colateral da quimioterapia antes que a
sessão aconteça.

Questão 37: FGV - AJ II (TJ AM)/TJ AM/Leiloeiro/2013


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)
Muito além do ridículo (fragmento)

“Certa vez, ante o espanto da opinião pública com a violência de uma rebelião de
presos, o memorável jurista Evandro Lins e Silva saiu‐se com esta: espantoso,
mesmo, é que os detentos enjaulados em condições subumanas não estejam
realizando mais motins pelo país afora.

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50
Lins era um humanista por excelência e sempre achou equivocada a política
penitenciária. Não havia ironia no que disse. Com mais de 500 mil presos, o sistema
atual tem capacidade para receber pouco mais de 300 mil. O que sobra fica
amontoado em celas fétidas, sujeito à disseminação de doenças e, o que é pior, a
mais violência. Como é possível imaginar que um ser humano se adapte a tais
condições?

Do outro lado dos muros das prisões, uma sociedade acuada pela escalada da
violência urbana prefere imaginar que lugar de bandido é na cadeia, deixando o
Estado à vontade para varrer a sujeira tapete abaixo. Construir presídios e dar
tratamento digno ao preso não rendem votos. Punir, sim.

Daí porque se discute tanto um novo Código Penal, como se fossem frouxas as 117
leis penais especiais e os 1.170 crimes tipificados de que dispomos. Inclusive
trazendo de volta a ideia da maioridade penal, que na prática significa transformar
menino em delinquente e sujeitá‐lo à crueldade das prisões. Nada mais autoritário.
O que a juventude precisa é de amparo, de oportunidade, de educação, e não de
medidas que visem a puni‐la.

A sociedade não pode virar as costas ao drama dos presídios”.

(Marcus Vinicius Furtado)

“O que a juventude precisa é de amparo, de oportunidade, de educação, e não de


medidas que visem a puni‐la”.

O pronome “la” substitui, na progressão do texto,


a) a juventude.
b) o amparo.
c) a oportunidade.
d) a educação.
e) a medida.

Questão 38: FGV - Ana (TJ SC)/TJ SC/Administrativo/2015


Assunto: Colocação pronominal (sintaxe)

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51
“Ao se apresentarem os projetos, chegou-se à seguinte conclusão: pôr em
discussão esses projetos com outros menos caros equivaleria a julgar melhor o
valor desses projetos, em vista do princípio geral que vem julgando os mesmos
projetos”.

Transcrevendo o texto, substituindo as expressões sublinhadas por pronomes


pessoais que lhes sejam correspondentes e efetuando as alterações necessárias, as
formas adequadas seriam, respectivamente:
a) pô-los / julgar-lhes / os vem julgando;
b) por-los / julgá-los / vem julgando-os;
c) pô-los / julgar melhor o seu valor / vem-nos julgando;
d) por em discussão eles / julgar-lhes / os vem julgando;
e) por-los / julgar o seu melhor valor / vem julgando-os.

Regência Nominal e Verbal (casos gerais)


Questão 39: VUNESP - MJ (TJ SP)/TJ SP/2013
Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
A palavra cuja regência atende às regras do português padrão está destacada em:
a) O termo nocebo provém no latim, “fazer mal”.
b) Medo implica a estresse para o corpo.
c) Quem acredita que as radiações eletromagnéticas das antenas acarretam em
doenças pode sentir dor de cabeça.
d) Assim, o corpo torna-se passível de contrair infecções.
e) Não se deve subestimar a maneira como as informações exercem influência sob
o subconsciente.

Questão 40: FUNDATEC - Ana Sist (TJ RS)/TJ RS/Classe P/2010


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Instrução: Para responder à questão, leia o texto abaixo.

O Gigante Gaúcho

Até bem pouco tempo atrás, quem visitasse o Museu Júlio de Castilhos, no centro
de Porto Alegre, daria de cara com um par de botas tamanho 56 ao lado de objetos

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52
que pertenceram a renomados personagens da história gaúcha, como Júlio de
Castilhos (1860-1903), Bento Gonçalves (1788-1847) e Getúlio Vargas (1882-
1954). E não é porque algum desses políticos locais tivesse pés descomunais. As
botas eram de um sujeito humilde chamado Francisco Ângelo Guerreiro (1892-
1925?), que ficou famoso nas arenas de circo e nos livros de medicina no início do
século XX por causa de seus 2,17 metros de altura, que lhe valeram o apelido de
“Gigante”.

A exposição de objetos de Guerreiro no museu mais antigo do Rio Grande do Sul


tem sido motivo de controvérsia há anos. Em uma “sala de curiosidades” – similar
às “câmaras de maravilhas”, de onde surgiram os primeiros museus de História
Natural – ficavam o par de botas, ao lado de outras de “tamanho normal”, e poucas
fotos de sua vida. A sala fazia a alegria dos visitantes, principalmente das crianças,
mas provocava desconforto entre os técnicos do museu, que a consideravam uma
“distorção” dentro do acervo. Em 1993, esse espaço foi desativado e seu material
levado para a reserva técnica, mas a reação do público foi tão negativa que as botas
tiveram de voltar no ano seguinte como parte de uma exposição temporária sobre
a vida do Gigante. Elas acabaram retornando às galerias do museu até que, no início
de 2007, foram retiradas novamente para serem recuperadas.

A enorme atenção que Guerreiro despertou durante sua vida tem muito a ver com
o tratamento que era dado no início do século XX a quem tinha alguma deficiência.
Embora hoje possa parecer algo marginal e indecente, essas pessoas eram expostas
ao público, numa atividade lucrativa, popular e organizada. Guerreiro foi atração
de várias exibições, em teatros e circos pelo país. Segundo depoimento de um
irmão, quando o Gigante morreu, ele fazia parte do elenco do Circo Sarrazani, onde
se apresentava em uma jaula ao preço de um mil réis. As fotos que estão no museu
o mostram na época em que se exibia no Teatro Politeama. Ali ele aparece de
braços abertos, tendo abaixo de si homens altos, médios, baixos e anões. Moreno,
de tipo indígena, Guerreiro tinha braços, pés, mãos e rosto que cresciam
desproporcionalmente em relação ao resto do corpo. Ele sofria de uma síndrome
chamada acromegalia, que o fazia produzir o hormônio do crescimento em excesso
.

Depois de sua morte no Rio de Janeiro, as botas do Gigante viraram atração do


Museu Júlio de Castilhos – provavelmente, a mais popular de toda a casa. Sempre
havia quem perguntasse “se as botas ainda estavam lá”, referindo-se à sala de
curiosidades, lugar de maior concentração de pessoas nas visitas guiadas ao museu.
Além das peças de Guerreiro, também ficavam reunidos naquele espaço, de forma
desordenada, objetos exóticos, como membros de indígenas mumificados, adornos
andinos e animais defeituosos natimortos conservados em formol.

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53
As visitas de estudantes, iniciadas na década de 1940, e o “trem da cultura”, projeto
que nos anos 1970 levava parte do acervo ao interior do Estado, ajudaram a tornar
ainda mais populares os objetos de Guerreiro, principalmente as botas, mostradas
a sucessivas gerações.

O interesse pelo Gigante no museu faz pensar que, se o tempo em que o público se
divertia vendo pessoas com deficiência sendo expostas já passou, o diferente ainda
exerce um grande fascínio.

(Adaptado de NEDEL, Letícia Borges. Revista de História da Biblioteca Nacional. n.


57, junho de 2010)

Considere as preposições ou as combinações de preposição com artigo sublinhadas


nos segmentos abaixo.

I - principalmente das crianças (linha 8)

II - a quem tinha alguma deficiência (linhas 13 e 14)

III - em que se exibia (linha 17)

IV - ao interior do Estado (linhas 24 e 25)

Em quais deles as preposições são exigidas por verbos?


a) Apenas em I e IV
b) Apenas em II e III
c) Apenas em II e IV
d) Apenas em I, II e III
e) Apenas em II, III e IV

Questão 41: FGV - AJ (TJ BA)/TJ BA/Apoio Especializado/Administração/2015


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Texto

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de
Compartilhamento.
54
“O cigarro é um dos produtos de consumo mais vendidos no mundo. Comanda
legiões de compradores leais e tem um mercado em mais rápida expansão.
Satisfeitíssimos, os fabricantes orgulham-se de ter lucros impressionantes,
influência política e prestígio. O único problema é que seus melhores clientes
morrem um a um.

A revista The Economist comenta: “Os cigarros estão entre os produtos de


consumo mais lucrativos do mundo. São também os únicos produtos (legais) que,
usados como manda o figurino, viciam a maioria dos consumidores e muitas vezes
os matam.” Isso dá grandes lucros para a indústria do tabaco, e enormes prejuízos
para os clientes.

Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, dos Estados Unidos, a vida


dos fumantes americanos é reduzida, coletivamente, todo ano, em uns cinco
milhões de anos, cerca de um minuto de vida a menos para cada minuto gasto
fumando.“ O fumo mata 420.000 americanos por ano”, diz a revista Newsweek.
“Isso equivale a 50 vezes mais mortes do que as causadas pelas drogas ilegais”.

O segmento do texto em que a preposição DE é empregada em razão da exigência


de algum termo anterior é:
a) “O cigarro é um dos produtos DE consumo mais vendidos no mundo”;
b) “Comanda legiões DE compradores leais”;
c) “os fabricantes orgulham-se DE ter lucros impressionantes”;
d) “a vida DOS fumantes americanos é reduzida”;
e) “cinco milhões DE anos”.

Questão 42: TJ PR (Ban. Exam.) - Ana Jud (TJ PR)/TJ PR/Enfermagem/2006


Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Texto para a questão.

Projeto de lei regulamenta comércio eletrônico

Quarta-feira, 09 de agosto de 2006 - 10h09

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55
BRASÍLIA - Um projeto de lei, que está em fase final de elaboração pelos
ministérios da Justiça e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, vai
regulamentar o comércio eletrônico no país.

O objetivo é criar mecanismos para proteger o consumidor que faz compras pela
internet. E, para isso, um dos pontos centrais é a certificação digital, ou seja, um
documento semelhante a uma carteira de identidade virtual, que permite a
identificação segura de uma mensagem ou transação na rede de computadores.

Segundo o secretário de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento,


Jairo Klepacz, a proposta deve seguir na semana que vem para a Casa Civil. Depois
da análise, o projeto precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional.

"O comprador tem que ter uma forma de se proteger quando ele adquire um
produto da mesma forma que no comércio concreto. Uma das coisas mais
importantes quando você transaciona no mundo digital é você ter segurança que
essa transação tenha começo, meio e fim e que você esteja protegido", explica. "O
que estamos fazendo é regulamentar essas transações através de uma lei."

Ao participar do 4º Fórum de Certificação Digital, em Brasília, o secretário afirmou


que o governo federal entrou em contato com as grandes empresas de comércio
eletrônico no país para fazer consultas e buscar contribuições ao projeto. Já a
parceria com o Ministério da Justiça, de acordo com Klepacz, é "fundamental" para
resguardar a legislação sobre os direitos do consumidor.

"Hoje em dia, ao comprar um CD pela internet, você tem uma transação. Paga e
aguarda receber. E se você recebe um produto distinto do que você comprou? Hoje,
você não tem uma maneira segura de se resguardar esse direito. Então, o que nós
temos criando é justamente a materialização dessas regras dentro do mundo
dinâmico e virtual como é do comércio eletrônico", disse.

Indagado sobre a forma que os consumidores poderiam reclamar seus direitos, o


secretário explicou que existe até a proposta de criar o "Procon virtual". "Uma
maneira de as pessoas,através da própria internet, colocarem a sua reclamação,
sua demanda e ver isso legalmente ser atendido, porque hoje as pessoas estão
desprotegidas dentro do comércio eletrônico", resume. Agência Brasil

(http://info.abril.uol.com.br/aberto/infonews/082006/09082006-3.shl)

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56
Assinale a opção que apresenta um período em que a regência nominal NÃO
obedece às normas da língua padrão.
a) “O objetivo é criar mecanismos para proteger o consumidor que faz compras
pela internet.”
b) “ Uma das coisas mais importantes quando você transiciona no mundo digital é
você ter segurança que essa transação tenha começo, meio e fim...”
c) “... o secretário afirmou que o governo federal entrou em contato com as
grandes empresas de comércio eletrônico...”
d) “Já a parceria com o Ministério da Justiça, de acordo com Klepacz, é
‘fundamental’ para resguardar esse direito.”
e) “ Então, o que nós temos criado é justamente a materialização dessas regras
dentro do mundo dinâmico...”

Crase
Questão 43: VUNESP - ContJ (TJ SP)/TJ SP/2013
Assunto: Crase
O que é ler?

Começo distraidamente a ler um livro. Contribuo com


alguns pensamentos, julgo entender o que está escrito porque conheço a língua
e as coisas indicadas pelas palavras, assim como sei identificar as experiências ali
relatadas. Escritor e leitor possuem o mesmo repertório disponível de palavras,
coisas, fatos, experiências, depositados pela cultura instituída e sedimentados no
mundo de ambos.

De repente, porém, algumas palavras me “pegam”. Insensivelmente, o escritor


as desviou de seu sentido comum e costumeiro e elas me arrastam, como num
turbilhão, para um sentido novo, que alcanço apenas graças a elas. O escritor me
invade, passo a pensar de dentro dele e não apenas com ele, ele se pensa em mim
ao falar em mim com palavras cujo sentido ele fez mudar. O livro que eu parecia
soberanamente dominar apossa-se de mim, interpela-me, arrasta-me para o que eu
não sabia, para o novo. O escritor não convida quem o lê a reencontrar o que já
sabia, mas toca nas significações existentes para torná-las destoantes, estranhas, e
para conquistar, por virtude
dessa estranheza, uma nova harmonia que se aposse do leitor.

Ler, escreve Merleau-Ponty, é fazer a experiência da “retomada do pensamento de


outrem através de sua palavra”, é uma reflexão em outrem, que enriquece nossos

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57
próprios pensamentos. Por isso, prossegue Merleau-Ponty, “começo a
compreender uma filosofia deslizando para dentro dela, na maneira de existir de
seu pensamento”, isto é, em seu discurso.

(Marilena Chauí, Prefácio. Em: Jairo Marçal, Antologia de Textos Filosóficos.


Adaptado)

O escritor toca nas significações existentes para torná-las destoantes, estranhas, e


para conquistar, devido _____ estranheza, uma nova harmonia que se aposse do
leitor, envolvendo _____.

De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas da frase devem


ser preenchidas, correta e respectivamente, com:
a) à ... o
b) a ... lhe
c) essa ... lhe
d) à essa ... o
e) a essa ... lhe

Questão 44: FUNDATEC - Ana Sist (TJ RS)/TJ RS/Classe P/2010


Assunto: Crase
Instrução: Para responder à questão, leia o texto abaixo.

O Gigante Gaúcho

Até bem pouco tempo atrás, quem visitasse o Museu Júlio de Castilhos, no centro
de Porto Alegre, daria de cara com um par de botas tamanho 56 ao lado de objetos
que pertenceram a renomados personagens da história gaúcha, como Júlio de
Castilhos (1860-1903), Bento Gonçalves (1788-1847) e Getúlio Vargas (1882-
1954). E não é porque algum desses políticos locais tivesse pés descomunais. As
botas eram de um sujeito humilde chamado Francisco Ângelo Guerreiro (1892-
1925?), que ficou famoso nas arenas de circo e nos livros de medicina no início do
século XX por causa de seus 2,17 metros de altura, que lhe valeram o apelido de
“Gigante”.

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58
A exposição de objetos de Guerreiro no museu mais antigo do Rio Grande do Sul
tem sido motivo de controvérsia há anos. Em uma “sala de curiosidades” – similar
às “câmaras de maravilhas”, de onde surgiram os primeiros museus de História
Natural – ficavam o par de botas, ao lado de outras de “tamanho normal”, e poucas
fotos de sua vida. A sala fazia a alegria dos visitantes, principalmente das crianças,
mas provocava desconforto entre os técnicos do museu, que a consideravam uma
“distorção” dentro do acervo. Em 1993, esse espaço foi desativado e seu material
levado para a reserva técnica, mas a reação do público foi tão negativa que as botas
tiveram de voltar no ano seguinte como parte de uma exposição temporária sobre
a vida do Gigante. Elas acabaram retornando às galerias do museu até que, no início
de 2007, foram retiradas novamente para serem recuperadas.

A enorme atenção que Guerreiro despertou durante sua vida tem muito a ver com
o tratamento que era dado no início do século XX a quem tinha alguma deficiência.
Embora hoje possa parecer algo marginal e indecente, essas pessoas eram expostas
ao público, numa atividade lucrativa, popular e organizada. Guerreiro foi atração
de várias exibições, em teatros e circos pelo país. Segundo depoimento de um
irmão, quando o Gigante morreu, ele fazia parte do elenco do Circo Sarrazani, onde
se apresentava em uma jaula ao preço de um mil réis. As fotos que estão no museu
o mostram na época em que se exibia no Teatro Politeama. Ali ele aparece de
braços abertos, tendo abaixo de si homens altos, médios, baixos e anões. Moreno,
de tipo indígena, Guerreiro tinha braços, pés, mãos e rosto que cresciam
desproporcionalmente em relação ao resto do corpo. Ele sofria de uma síndrome
chamada acromegalia, que o fazia produzir o hormônio do crescimento em excesso
.

Depois de sua morte no Rio de Janeiro, as botas do Gigante viraram atração do


Museu Júlio de Castilhos – provavelmente, a mais popular de toda a casa. Sempre
havia quem perguntasse “se as botas ainda estavam lá”, referindo-se à sala de
curiosidades, lugar de maior concentração de pessoas nas visitas guiadas ao museu.
Além das peças de Guerreiro, também ficavam reunidos naquele espaço, de forma
desordenada, objetos exóticos, como membros de indígenas mumificados, adornos
andinos e animais defeituosos natimortos conservados em formol.

As visitas de estudantes, iniciadas na década de 1940, e o “trem da cultura”, projeto


que nos anos 1970 levava parte do acervo ao interior do Estado, ajudaram a tornar
ainda mais populares os objetos de Guerreiro, principalmente as botas, mostradas
a sucessivas gerações.

O interesse pelo Gigante no museu faz pensar que, se o tempo em que o público se
divertia vendo pessoas com deficiência sendo expostas já passou, o diferente ainda
exerce um grande fascínio.

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59
(Adaptado de NEDEL, Letícia Borges. Revista de História da Biblioteca Nacional. n.
57, junho de 2010)

Considere as seguintes sugestões de substituição de termos no texto.

I - Substituição de similar (linha 07) por análoga

II - Substituição de retornando (linha 11) por sendo devolvidas

III - Substituição de referindo-se (linha 21) por aludindo

Quais delas manteriam as condições para a ocorrência de crase?


a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e II
e) I, II e III

Questão 45: FUNDATEC - Med Jud (TJ RS)/TJ RS/Classe R/Psiquiatria/2009


Assunto: Crase
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Avareza na ficção

Moacyr Scliar

Embora muitos já tenham esquecido, o Brasil viveu períodos de grandes surtos


inflacionários, nos quais o dinheiro perdia rapidamente o seu valor. Era muito
comum ver moedas nas sarjetas das ruas; ali ficavam porque valiam tão pouco que
ninguém se dava ao trabalho de abaixar-se para apanhá-las. Isso nos remete a um
fato básico da economia e da vida social: a rigor, o dinheiro é uma ficção. Mas
exatamente por causa desse ângulo, digamos, ficcional, ele assume também caráter
altamente simbólico. E não muito agradável, segundo Freud. Observando que ao

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60
longo da história o dinheiro foi frequentemente (e ainda é) associado à sujeira, o pai
da psicanálise postulou que a proposital retenção de fezes, característica da
chamada fase anal do desenvolvimento infantil, teria continuidade, no adulto, com
a preocupação com o dinheiro. O avarento é um exemplo caricatural disso.

Aos escritores essas coisas não poderiam passar despercebidas, mesmo porque
muitos deles tinham, e têm, problemas com dinheiro; Honoré de Balzac (1799 -
1850) e Fiódor Dostoievski (1821 - 1881) viviam atolados em dívidas, sobretudo o
escritor russo, que era um jogador compulsivo. Não é de admirar que avarentos
tenham dado grandes personagens da ficção. O primeiro exemplo é, naturalmente,
o Shylock, de William Shakespeare (1564 -1616) na comédia O mercador de
Veneza, do fim do século XVI. Shylock era um agiota. Na Idade Média, o empréstimo
a juros era proibido aos cristãos e reservado ao desprezado e marginal grupo dos
judeus. Um arranjo perfeito: quando o senhor feudal não queria ou não podia pagar
dívidas contraídas com os agiotas, desencadeava um massacre de judeus, um grupo
desprezado e marginalizado, e resolvia o problema. Shylock sente-se desprezado e
quando empresta dinheiro a Antonio, um mercador cristão, pede em garantia uma
libra da carne do devedor: ele quer que este se revele inadimplente e pague a dívida
com a matéria de seu próprio corpo: um esforço desesperado e grotesco para ser
respeitado.

Outro usurário que aparece na peça O avarento (1668), de Jean-Baptiste Molière


(1622 - 1673), é Harpagon. Quanto mais rico fica, mais mesquinho se torna, e mais
faz sofrer os filhos, o jovem Cléante, apaixonado por Mariane, moça pobre –
Harpagon obviamente se opõe ao namoro – e a filha Élise, que ele quer casar com
o velho Anselme. Além das brigas com os filhos, Harpagon tem outros motivos para
se inquietar: enterrou em seu jardim uma caixa com dez mil escudos de ouro e é
constantemente perseguido pela ideia de que sua fortuna será roubada. No fim, a
avareza é castigada, e Cléante e Élise podem se unir às pessoas que amam.

Avarentos também não faltam nos romances de Charles Dickens (1812-1870), um


dos mais conhecidos é o personagem Ebenezer Scrooge de Um conto de Natal
(1843), um homem velho, egoísta, insensível, que odeia tudo – até o Natal – uma
festa que evoca bondade e generosidade. Scrooge maltrata seu empregado Bob
Cratchit, que tem um filho deficiente físico, o Pequeno Tim, mas na noite de Natal
é visitado por misteriosas entidades, os Espíritos do Natal, e muda por completo,
tornando-se generoso, ajudando Cratchit e sua família. Em Silas Marner, novela de
George Eliot (1819-1880) que usava o pseudônimo de Mary Ann Evans, o
personagem, um misantropo que prefere o ouro às pessoas, aprenderá, assim como
Scrooge, a sua lição. Ele é roubado, mas, ao tomar sob seus cuidados o menino
Eppie, mudará, tornando-se um homem melhor. Em Eugénie Grandet (1900), de
Balzac, somos apresentados a Félix Grandet, um rico e sovina mercador de vinhos,
que se opõe à paixão da filha pelo sobrinho pobre.

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61
Como se pode ver em todas essas obras, a obsessão pelo dinheiro resulta de uma
personalidade repulsiva ou patética. Freud tinha razão: o poder simbólico do vil
metal não é pequeno e tem atravessado os séculos incólume.

Texto adaptado de: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos - Acesso em


04/06/2009

Considere as seguintes possibilidades de substituições no texto.

I – Na linha 02, se a palavra trabalho for substituída pela expressão “perda de


tempo”, criam-se condições para ocorrência de crase.

II – Na linha 12, se a expressão grupo dos judeus for substituída por “comunidade
judaica”, criam-se condições para a ocorrência de crase.

III – Na linha 08, se a palavra escritores for passada para o feminino, criam-se
condições para a ocorrência da crase.

IV – Na linha 21, se a forma verbal unir fosse substituída por “casar”, não haveria
necessidade de se fazerem outras alterações na frase para se manter a correção
sintática.

Quais estão corretas?


a) Apenas I e II.
b) Apenas I, II e III.
c) Apenas II e III.
d) Apenas III e IV.
e) I, II, III e IV.

Questão 46: FGV - AJ I (TJ AM)/TJ AM/Administração/2013


Assunto: Crase
Volta à polêmica sobre patente de remédios

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62
Patentes de medicamentos geralmente são reconhecidas pelo prazo de dez anos,
de acordo com regras internacionais aceitas por muitos países. Esse prazo inclui a
fase final de desenvolvimento dos medicamentos, chamada pipeline no jargão
técnico. Muitas vezes, esse período até o lançamento comercial do produto pode
levar até quatro anos, de modo que em vários casos o laboratório terá
efetivamente cerca de seis anos de proteção exclusiva para obter no mercado o
retorno do investimento feito.

A partir da perda de validade da patente, o medicamento estará sujeito à


concorrência de produtos similares e genéricos que contenham princípios ativos
encontrados no original. Por não embutirem os custos de pesquisa e
desenvolvimento do produto original, os genéricos e similares podem ser lançados
a preços mais baixos do que os dos medicamentos de marca, que, no período de
proteção exclusiva, tiveram a oportunidade de conquistar a confiança do
consumidor e dos médicos que os prescrevem para seus pacientes.

A pesquisa para obtenção de novos medicamentos comprovadamente eficazes


envolve somas elevadíssimas. Daí que geralmente as empresas que estão no topo
da indústria farmacêutica são grandes grupos internacionais, ficando os
laboratórios regionais mais voltados para a produção de genéricos e similares.

A necessidade de se remunerar o investimento realizado faz com que, não


raramente, os remédios sejam caros em relação à renda da maioria das pessoas, e
isso provoca conflitos de toda ordem, em especial nos países menos desenvolvidos,
onde se encontram também as maiores parcelas da população que sofrem de
doenças endêmicas, causadas por falta de saneamento básico, habitação insalubre,
deficiências na alimentação etc. Muitas vezes para reduzir o custo da distribuição
de medicamentos nas redes públicas os governos investem em laboratórios
estatais, que se financiam com subsídios e verbas oficiais, diferentemente de
empresas, que precisam do lucro para se manterem no mercado. Esse conflito
chega em alguns momentos ao ponto de quebra de patente por parte dos países
que se sentem prejudicados. O Brasil mesmo já recorreu a essa decisão extrema em
relação ao coquetel de remédios para tratamento dos pacientes portadores do
vírus HIV e dos que sofrem com a AIDS, chegando depois a um entendimento com
os laboratórios.

O tema da quebra de patente voltou à tona depois que a Corte Superior da Índia
não reconheceu como inovação um medicamento para tratamento do câncer que
o laboratório suíço Novartis considera evolução do seu remédio original, Glivec. A
patente foi reconhecida nos Estados Unidos e em outros 39 países, o que provocou
a polêmica. O Brasil hoje é cauteloso nessa questão. Optou por uma atitude mais
pragmática, que tem dado bons resultados e permitido, inclusive, o

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desenvolvimento de novos medicamentos no país. A quebra de patente não pode
ser banalizada.

(O Globo, 07/04/2013)

“A partir da perda de validade da patente, o medicamento estará sujeito à


concorrência de produtos similares e genéricos que contenham princípios ativos
encontrados no original”.

Assinale a alternativa que traz uma afirmação adequada sobre os componentes


desse fragmento do texto.
a) A expressão “a partir de” indica uma ideia de causa.
b) A presença do acento grave da crase é fruto da união de duas ocorrências do
artigo definido feminino singular “a”.
c) “produtos similares” e “genéricos” se referem a produtos idênticos.
d) O pronome relativo “que” refere-se exclusivamente a “genéricos”.
e) A forma do subjuntivo “contenham” indica uma possibilidade.

Questão 47: FAURGS - AJ (TJ RS)/TJ RS/Judiciária/Ciências Jurídicas e


Sociais/2012
Assunto: Crase
A questão refere-se ao texto abaixo.

Li que Samuel Becket dizia que quem morria passava para outro tempo. Não queria
dizer outro mundo, com um presumível outro clima. Referia-se ao tempo do verbo.
Entre todas as mudanças provocadas pela morte havia esta: o morto passava
.............. ao pretérito.

Era bom pensar assim. A morte acontecia no mundo antisséptico das palavras e das
regras gramaticais, nada a ver com a decomposição da carne. O “é” transformava-
se em “era” e “foi”, e pronto. A migração do morto, em vez de ser da vida para o nada,
era só entre categorias verbais.

A vida vista como uma narrativa literária nos protege do horror incompreensível
da morte. Podemos nos imaginar como protagonistas de uma trama, que mesmo
quando não é clara indica alguma coerência, em algum lugar.

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O próprio Becket só escreveu sobre isto: a busca de uma trama, qualquer trama,
por trás do aparente absurdo da experiência humana. E um enredo, ou um sentido
que faça sentido, só pode ser buscado na narrativa literária, no encadear de
palavras que leva ____ uma revelação, mesmo que esta não explique nada, muito
menos ____ morte.

E se falar, falar, falar sem cessar, como fazem os personagens do Becket na


esperança de que aflore algum sentido, não der resultado, pelo menos está-se
fazendo barulho e mantendo a morte afastada.

A literatura tem essa função, a de uma fogueira no meio da escuridão da qual a


morte nos espreita. Ou de uma matraca contra o silêncio final. Vale tudo, mesmo a
............... incoerente de um personagem do Becket, contra a escuridão e o silêncio.

Num poema que fez sobre seu pai moribundo, Dylan Thomas o ............... a reagir
ferozmente contra o esvaecer da luz — “Rage, rage against the dying of the light” –
e a não se entregar à morte sem uma briga.

Não sei se o Becket encontrou o consolo que procurava pelos seus mortos na ideia
de que tinham apenas mudado de tempo de verbo, mas imagino que, como Dylan
Thomas na sua poesia inconformada, tenha recorrido ____ literatura como um meio
de negar ____ morte o seu triunfo. Ninguém morre. Há apenas uma revisão na
narrativa da sua vida para atualizar o tempo dos verbos.

Outra vez Dylan Thomas: “And death shall have no dominion”, e a morte não terá
domínio.

Diz-se que quem morreu “já era”, o que é o mesmo que dizia o Becket com mais
sensibilidade. Mas Becket queria dizer mais. Os personagens de narrativas
literárias mudam do tempo presente para o tempo passado, mas continuam no
mundo, mesmo que no mundo restrito dos livros e das estantes. Salvo, talvez, os
cupins e as traças, nada ameaça a sua perenidade. “São” eternamente.

Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. A morte não terá domínio. Blog de
Ricardo Noblat. O Globo Blogs. Disponível em:
<http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2012/07/19/a-morte-naotera-
dominio-por-luis-fernando-verissimo-456141.asp.>. Acessado em 24/7/2012.

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Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas
indicadas por traços contínuos.
a) à – a – a – à
b) a – à – à – a
c) à – a – à – à
d) a – a – à – à
e) a – à – a – à

Questão 48: VUNESP - Estat (TJ SP)/TJ SP/Judiciário/2015


Assunto: Crase
Com relação à ocorrência da crase, assinale a alternativa que completa
corretamente a frase a seguir.

Mario Quintana faz referência


a) à povos selvagens e sua relação com os rituais.
b) à certas características de algumas culturas.
c) à uma possível semelhança entre sociedades distintas.
d) à presença dos rituais em algumas sociedades.
e) à esta temática acerca da violação de tabus.

Questão 49: CESPE - AJ (TJ SE)/TJ SE/Administrativa/Análise de Sistemas/2014


Assunto: Crase
Em vinte e poucos anos, a Internet deixou de ser um ambiente virtual restrito e
transformou-se em fenômeno mundial. Atualmente, há tantos computadores e
dispositivos conectados à Internet que os mais de quatro bilhões de endereços
disponíveis estão praticamente esgotados. Por essa razão, a rede mundial
concentra as atenções não só das pessoas e de governos, mas também movimenta
um enorme contingente de empresas de infraestrutura de telecomunicações e de
empresas de conteúdo. Pela Internet são compradas passagens aéreas, entradas
de cinema e pizzas; acompanham-se as notícias do dia, as ações do governo, os gols
e os capítulos das novelas; e são postadas as fotos da última viagem, além de serem
comentados os últimos acontecimentos do grupo de amigos.

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66
No entanto, junto com esse crescimento do mundo virtual, aumentaram também o
cometimento de crimes e outros desconfortos que levaram à criação de leis que
criminalizam determinadas práticas no uso da Internet, tais como invasão a sítios e
roubo de senhas.

Devido ao aumento dos problemas motivados pela digitalização das relações


pessoais, comerciais e governamentais, surgiu a necessidade de se regulamentar o
uso da Internet.

Internet: <www.camara.leg.br> (com adaptações).

No que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item
a seguir.

É obrigatório o emprego do sinal indicativo de crase em “à Internet” (l.2) e “à


criação” (l.8).
Certo
Errado

Questão 50: VUNESP - PsiJ (TJ SP)/TJ SP/2017


Assunto: Crase
Leia o texto para responder à questão.

Surgiu a Maria da Anália, pediu se eu podia vender um pedaço de toucinho.

– Não vou vender. Quando você engordou e matou o teu porco, eu não fui
aborrecer-te.

Ela começou a dizer que queria só o toucinho. Perpassei o olhar no povo. Fitavam o
toucinho igual a raposa quando fita uma galinha. Pensei: e se eles invadir o quintal?
Resolvi levar o toucinho para dentro de casa o mais depressa possível. Fitei as
tabuas do barraco, que já estão podres. Se eles invadir, adeus barraco.

Juro que fiquei com medo...

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(Carolina Maria de Jesus. Quarto de despejo – diário de uma favelada, 1993.
Adaptado)

A Maria da Anália visava um pedaço de toucinho, mas seu pedido não


chegou sensibilizar a dona do porco que, vendo-se mercê de uma invasão
em seu quintal, decidiu recolher-se sua casa.

Assinale a alternativa cujos termos preenchem, correta e respectivamente, as


lacunas do enunciado conforme a norma-padrão.
a) a … a … à … à
b) à … à … à … à
c) a … a … a … a
d) a … à … a … à
e) à … a … a … a

Concordância (Verbal e Nominal)


Questão 51: VUNESP - ContJ (TJ SP)/TJ SP/2008
Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
TEXTO

Duas grandes metas estabelecidas no programa de incentivo à indústria,


denominado Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), dificilmente serão
alcançadas até 2010. Uma é ampliar os investimentos de 17,6% para 21% do
Produto Interno Bruto (PIB) e a outra, expandir a participação do Brasil nas
exportações mundiais de 1,18% para 1,25%. É o que indica estudo elaborado pela
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

De acordo com o diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia da


entidade, José Ricardo Roriz Coelho, a combinação da carga tributária elevada,
juros em alta e câmbio "derretendo" tendem a inviabilizar as metas definidas pelo
governo. “Nossas projeções mostram que a taxa de investimento não deverá
passar de 19%". (...) "Os juros altos aumentam o custo de capital, enquanto a carga
tributária representa transferência de renda do setor privado para o governo, o
que diminui os recursos para investimento" afirma o executivo. Para completar, o
dólar fraco reduz as exportações e as vendas no mercado interno, já que tira
competitividade e favorece as importações.

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(O Estado de S.Paulo, 25.05.2008. Adaptado)

Atente para as afirmações:

I. Na frase – Reclamaram do barulho do 1003 os vizinhos e o morador do 903. –


repete-se a mesma regra de concordância verbal da frase: ... juros em alta e câmbio
"derretendo" tendem a inviabilizar as metas definidas pelo governo.

II. Está correta a concordância verbal em: Juros altos, taxas abusivas,
investimentos baixos, tudo isso impede o desenvolvimento do país.

III. Está correta a concordância em: Reduz-se no mercado interno as exportações e


as vendas por causa do dólar fraco.

IV. Na frase – De acordo com as projeções, não deverá passar dos 19% os índices
de investimentos. – a concordância do verbo com o sujeito está correta.

Está correto apenas o que se afirma em


a) I, II e III.
b) II, III e IV.
c) II e IV.
d) I e II.
e) II e III.

Questão 52: VUNESP - EnfJ (TJ SP)/TJ SP/2009


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Leia o texto a seguir para responder à questão.

Em apenas 17 anos, a Inglaterra viu nascer três das mais importantes obras de sua
cultura pelo significado que tiveram para a religião, a literatura e a medicina: a
tradução autorizada da Bíblia pelo rei James I (1611), a edição das peças de William
Shakespeare (1623) e o tratado médico Exercitatio anatomica de motu cordis et
sanguinis in animalibus (1628). Este último livro, escrito por William Harvey (1578-
1657), é tido como o modelo fundador e o protótipo do método científico da
pesquisa médica atual. Conhecido como De motu cordis, o tratado foi lançado em

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69
março pela editora Unifesp com o nome de Estudo anatômico do movimento do
coração e do sangue nos animais, em edição trilíngue (latim, francês e português).

O estudo de Harvey foi publicado em Frankfurt, na Alemanha, por precaução. Na


época, ainda imperavam os ensinamentos do médico grego Galeno de Pérgamo
(132-200 d.C.), estudioso e praticante da medicina hipocrática na Roma imperial.
Galeno descreveu corretamente a anatomia do coração e percebeu que ele
funcionava como uma bomba, porém acreditava que o sangue era fabricado no
fígado, de onde era distribuído aos outros órgãos e aos diversos tecidos. Também
achava que havia um "espírito vital", criado no coração, que percorria as artérias e
as veias junto com o sangue.

Essas impressões de Galeno perduraram por 14 séculos, até o início do século XVII.
Nesse período, foram ligeiramente modificadas por outros médicos, como os
italianos Realdo Colombo (1516-1559) e Andrea Cesalpino (1519-1603), sendo
definitivamente contestadas no De motu cordis. No livro, Harvey refere-se à
oposição que esperava receber de anatomistas que se empenhavam em demolir a
nova doutrina, em caluniá-la. Ele sabia que poderia ser perigoso contrariar as
centenárias doutrinas de Galeno, daí a escolha de Frankfurt para publicar seu
tratado. (...)

(Pesquisa Fapesp, 159, maio de 2009. Adaptado)

Considere as seguintes orações:

I. A Inglaterra viu nascer importantes obras de sua cultura.

II. A Inglaterra viu nascerem importantes obras de sua cultura.

III. A Inglaterra viu-as nascer.

Assinale a alternativa que avalia adequadamente a concordância verbal dessas


orações.
a) Apenas I está correta.
b) Apenas II está correta.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.

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e) I, II e III estão corretas.

Questão 53: CESPE - AJ TJDFT/TJDFT/Judiciária/"Sem Especialidade"/2013


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
O direito e seu conjunto de atos e procedimentos podem ser observados como atos
literários, e um dos fatores que pode explicar essa visão do direito como literatura
é o fato de que, devido à tradição positivista do direito, os atos jurídicos são, via de
regra, reduzidos a termo, isto é, transformam-se em textos narrativos acerca de
um fato. Sob a ótica da literatura, esses atos escritos do sistema jurídico são formas
de contar e de repassar uma história. Assim, é perfeitamente possível conceber, por
exemplo, uma sentença como uma peça com personagens, início, enredo e fim.
Nessa esteira de raciocínio, a citação de jurisprudência e precedentes em uma
petição seria um relato inserido em outro, adaptado à necessidade de um suporte
jurídico. Dessa forma, o literário é intrínseco ao jurídico, que encerra traços da
literatura pela construção de personagens, personalidades, sensibilidades, mitos e
tradições que compõem o mundo social.

O direito é, por conseguinte, um contar de histórias. Assim como os antigos


transmitiam o conhecimento por intermédio da oralidade, um processo judicial é,
além de processo de conhecimento, um conjunto de histórias contrapostas uma à
outra. Sua lógica sequenciada permite ao juiz a compreensão do acontecimento
dos fatos da mesma forma que uma boa obra literária reporta o leitor ao
entendimento linear de sua narração. A correta narrativa judicial é, portanto, um
meio de se assegurar uma decisão que responda às expectativas lançadas pela
parte em um procedimento judiciário.

Germano Schwartz e Elaine Macedo. Pode o direito ser arte? Respostas a partir do
direito e literatura. Internet: <www.conpedi.org.br> (com adaptações).

Com referência às ideias desenvolvidas no texto acima e às estruturas linguísticas


nele empregadas, julgue o item a seguir.

O emprego da forma verbal “seria”, na terceira pessoa do singular, deve-se à


concordância com a expressão “a citação de jurisprudência”, que exerce a função
de núcleo do sujeito dessa forma verbal.
Certo
Errado

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71
Questão 54: VUNESP - MJ (TJ SP)/TJ SP/2013
Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
A frase em que a concordância se dá em conformidade com o português padrão é:
a) Nas últimas décadas, houveram algumas pesquisas relacionando o efeito
nocebo ao efeito placebo.
b) Aparece, por causa do excesso de informação disponibilizada na internet, medos
e dúvidas.
c) As empresas farmacêuticas detalham os efeitos colaterais que pode aparecer
durante o tratamento.
d) Entre 1960 e 2011 foi publicado uma série de estudos sobre o efeito nocebo.
e) Segundo o neurologista Magnus Heier, criam-se sintomas apenas a partir da
expectativa.

Questão 55: VUNESP - ContJ (TJ SP)/TJ SP/2013


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
O que é ler?

Começo distraidamente a ler um livro. Contribuo com


alguns pensamentos, julgo entender o que está escrito porque conheço a língua
e as coisas indicadas pelas palavras, assim como sei identificar as experiências ali
relatadas. Escritor e leitor possuem o mesmo repertório disponível de palavras,
coisas, fatos, experiências, depositados pela cultura instituída e sedimentados no
mundo de ambos.

De repente, porém, algumas palavras me “pegam”. Insensivelmente, o escritor


as desviou de seu sentido comum e costumeiro e elas me arrastam, como num
turbilhão, para um sentido novo, que alcanço apenas graças a elas. O escritor me
invade, passo a pensar de dentro dele e não apenas com ele, ele se pensa em mim
ao falar em mim com palavras cujo sentido ele fez mudar. O livro que eu parecia
soberanamente dominar apossa-se de mim, interpela-me, arrasta-me para o que eu
não sabia, para o novo. O escritor não convida quem o lê a reencontrar o que já
sabia, mas toca nas significações existentes para torná-las destoantes, estranhas, e
para conquistar, por virtude
dessa estranheza, uma nova harmonia que se aposse do leitor.

Ler, escreve Merleau-Ponty, é fazer a experiência da “retomada do pensamento de


outrem através de sua palavra”, é uma reflexão em outrem, que enriquece nossos

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próprios pensamentos. Por isso, prossegue Merleau-Ponty, “começo a
compreender uma filosofia deslizando para dentro dela, na maneira de existir de
seu pensamento”, isto é, em seu discurso.

(Marilena Chauí, Prefácio. Em: Jairo Marçal, Antologia de Textos Filosóficos.


Adaptado)

Assinale a alternativa correta quanto à concordância.


a) As coisas indicadas pelas palavras e a língua que conheço me faz entender o que
está escrito.
b) Novos sentidos das palavras compõem uma nova forma de ler, na qual eu e o
escritor agimos colaborativamente.
c) Contribui para a leitura que faço distraidamente de um livro alguns
pensamentos meus.
d) Seguindo a perspectiva de Merleau-Ponty, entende-se que se enriquece os
nossos próprios pensamentos com a reflexão em outrem.
e) Os desvios de sentido das palavras mostram que nelas não cabe sentidos únicos:
existe sempre mais possibilidades.

Questão 56: FUNDATEC - Med Jud (TJ RS)/TJ RS/Classe R/Psiquiatria/2009


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Avareza na ficção

Moacyr Scliar

Embora muitos já tenham esquecido, o Brasil viveu períodos de grandes surtos


inflacionários, nos quais o dinheiro perdia rapidamente o seu valor. Era muito
comum ver moedas nas sarjetas das ruas; ali ficavam porque valiam tão pouco que
ninguém se dava ao trabalho de abaixar-se para apanhá-las. Isso nos remete a um
fato básico da economia e da vida social: a rigor, o dinheiro é uma ficção. Mas
exatamente por causa desse ângulo, digamos, ficcional, ele assume também caráter
altamente simbólico. E não muito agradável, segundo Freud. Observando que ao
longo da história o dinheiro foi frequentemente (e ainda é) associado à sujeira, o pai

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73
da psicanálise postulou que a proposital retenção de fezes, característica da
chamada fase anal do desenvolvimento infantil, teria continuidade, no adulto, com
a preocupação com o dinheiro. O avarento é um exemplo caricatural disso.

Aos escritores essas coisas não poderiam passar despercebidas, mesmo porque
muitos deles tinham, e têm, problemas com dinheiro; Honoré de Balzac (1799 -
1850) e Fiódor Dostoievski (1821 - 1881) viviam atolados em dívidas, sobretudo o
escritor russo, que era um jogador compulsivo. Não é de admirar que avarentos
tenham dado grandes personagens da ficção. O primeiro exemplo é, naturalmente,
o Shylock, de William Shakespeare (1564 -1616) na comédia O mercador de
Veneza, do fim do século XVI. Shylock era um agiota. Na Idade Média, o empréstimo
a juros era proibido aos cristãos e reservado ao desprezado e marginal grupo dos
judeus. Um arranjo perfeito: quando o senhor feudal não queria ou não podia pagar
dívidas contraídas com os agiotas, desencadeava um massacre de judeus, um grupo
desprezado e marginalizado, e resolvia o problema. Shylock sente-se desprezado e
quando empresta dinheiro a Antonio, um mercador cristão, pede em garantia uma
libra da carne do devedor: ele quer que este se revele inadimplente e pague a dívida
com a matéria de seu próprio corpo: um esforço desesperado e grotesco para ser
respeitado.

Outro usurário que aparece na peça O avarento (1668), de Jean-Baptiste Molière


(1622 - 1673), é Harpagon. Quanto mais rico fica, mais mesquinho se torna, e mais
faz sofrer os filhos, o jovem Cléante, apaixonado por Mariane, moça pobre –
Harpagon obviamente se opõe ao namoro – e a filha Élise, que ele quer casar com
o velho Anselme. Além das brigas com os filhos, Harpagon tem outros motivos para
se inquietar: enterrou em seu jardim uma caixa com dez mil escudos de ouro e é
constantemente perseguido pela ideia de que sua fortuna será roubada. No fim, a
avareza é castigada, e Cléante e Élise podem se unir às pessoas que amam.

Avarentos também não faltam nos romances de Charles Dickens (1812-1870), um


dos mais conhecidos é o personagem Ebenezer Scrooge de Um conto de Natal
(1843), um homem velho, egoísta, insensível, que odeia tudo – até o Natal – uma
festa que evoca bondade e generosidade. Scrooge maltrata seu empregado Bob
Cratchit, que tem um filho deficiente físico, o Pequeno Tim, mas na noite de Natal
é visitado por misteriosas entidades, os Espíritos do Natal, e muda por completo,
tornando-se generoso, ajudando Cratchit e sua família. Em Silas Marner, novela de
George Eliot (1819-1880) que usava o pseudônimo de Mary Ann Evans, o
personagem, um misantropo que prefere o ouro às pessoas, aprenderá, assim como
Scrooge, a sua lição. Ele é roubado, mas, ao tomar sob seus cuidados o menino
Eppie, mudará, tornando-se um homem melhor. Em Eugénie Grandet (1900), de
Balzac, somos apresentados a Félix Grandet, um rico e sovina mercador de vinhos,
que se opõe à paixão da filha pelo sobrinho pobre.

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74
Como se pode ver em todas essas obras, a obsessão pelo dinheiro resulta de uma
personalidade repulsiva ou patética. Freud tinha razão: o poder simbólico do vil
metal não é pequeno e tem atravessado os séculos incólume.

Texto adaptado de: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos - Acesso em


04/06/2009

Se a palavra poder for passada para plural, quantas outras palavras, em toda a
frase, deveriam ser modificadas para efeito de concordância?
a) Nove.
b) Oito.
c) Sete.
d) Seis.
e) Cinco.

Questão 57: FUNDATEC - Med Psiq Jud (TJ RS)/TJ RS/PJ-J/2009


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
INSTRUÇÃO - A questão refere-se ao texto ao seguir.

Sorrir para a vida


Moacyr Scliar

A Organização Mundial da Saúde define saúde como 'o estado do mais completo
bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de enfermidade'. Os
veteranos da área costumam dizer que essa é, na realidade, a definição de
felicidade.

Pode ser. Mas a verdade é que os estudos científicos apontam, cada vez mais, para
uma estreita relação entre saúde e a condição de ser feliz. O que não é de
surpreender. No mundo em que vivemos, as doenças dependem muito de nosso
estilo de vida. Estilo de vida que, por sua vez, é resultado de uma cultura que nos
pressiona a consumir mais, a comer mais, a ficar sentados diante da tela da TV, a
fumar, a consumir álcool e drogas. Tudo isso, paradoxalmente, traduz-se em
insatisfação, porque esse tipo de apelo não tem limites. A insatisfação leva à
tristeza, à depressão, associadas com várias doenças, como diabetes ou acidente
vascular cerebral.

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Um estudo realizado na Universidade do Texas, em Galveston, com cerca de 4 mil
pacientes, mostrou que pessoas idosas que se consideram felizes têm menor
probabilidade de serem vítimas de acidente vascular cerebral. Outro estudo, desta
vez na Universidade de Pittsburgh, mostrou que mulheres deprimidas estão mais
propensas ao endurecimento das artérias, conhecido como aterosclerose.
Pergunta: por que isso acontece? É a felicidade uma poção mágica, uma panaceia
contra doenças? Claro que não.

O que acontece é que as pessoas infelizes tendem a adotar, como compensação, o


estilo de vida acima citado, que, este sim, causa doença. O inverso também é
verdadeiro: se felicidade traz saúde, saúde também traz felicidade. Um estudo
realizado na Holanda, em 2004, com pessoas de 18 anos de idade ou mais, procurou
correlacionar felicidade com vários fatores: renda, situação social e outros. A saúde
ganha longe. Um quarto das pessoas que não se consideram sadias também não se
considera feliz; mas, das pessoas sadias, apenas 8% _________________.

Quanto ao dinheiro, faz diferença nos países muito pobres, porque aí pode ser
condição de sobrevivência. Mas, quanto mais afluente é o país, menos pesa a renda
em termos de felicidade. Um levantamento feito com os cem americanos mais ricos
mostrou que eles são apenas um pouco mais felizes que a média da população.
'Sorria' pode ser, portanto, um bom conselho, à medida que o sorriso, atributo
caracteristicamente humano, possa ser um indicador do sentimento de felicidade.
A propósito, recentemente pesquisadores da Universidade de Amsterdã
examinaram o famoso sorriso da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, com a ajuda de
um programa de computador capaz de correlacionar expressões faciais com
emoções e sentimentos. Resultado: 83% do sorriso __________ de felicidade (e 9%
_________ de desdém - afinal, Mona Lisa também tem direito a desdenhar). Mas a
conquista da felicidade não depende só da pessoa. Se a angústia é demasiada, a
ajuda profissional pode ser necessária. E todos têm direito a ela.

Razão tem a Constituição americana de 1776, quando inclui, entre os direitos


fundamentais, o pursuit of happiness, a busca da felicidade. Se temos direito à
saúde - e a Constituição brasileira de 1988 isso nos garante -, por que não teríamos
direito à felicidade, ao sorriso?

Texto adaptado de http://moacyrscliar.blogspot.com - Acesso em 11/06/2009

Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas de traço contínuo das


linhas 15 e 21, na ordem em que aparecem.
a) declaram-se infelizes – resultam – provêm

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b) declaram-se infelizes – resultam – provém
c) declara-se infeliz – resulta – proveem
d) declara-se infeliz – resultam – provêm
e) declaram-se infelizes – resultam – proveem

Questão 58: FUNDATEC - Med Psiq Jud (TJ RS)/TJ RS/PJ-J/2009


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
INSTRUÇÃO - A questão refere-se ao texto ao seguir.

Sorrir para a vida


Moacyr Scliar

A Organização Mundial da Saúde define saúde como 'o estado do mais completo
bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de enfermidade'. Os
veteranos da área costumam dizer que essa é, na realidade, a definição de
felicidade.

Pode ser. Mas a verdade é que os estudos científicos apontam, cada vez mais, para
uma estreita relação entre saúde e a condição de ser feliz. O que não é de
surpreender. No mundo em que vivemos, as doenças dependem muito de nosso
estilo de vida. Estilo de vida que, por sua vez, é resultado de uma cultura que nos
pressiona a consumir mais, a comer mais, a ficar sentados diante da tela da TV, a
fumar, a consumir álcool e drogas. Tudo isso, paradoxalmente, traduz-se em
insatisfação, porque esse tipo de apelo não tem limites. A insatisfação leva à
tristeza, à depressão, associadas com várias doenças, como diabetes ou acidente
vascular cerebral.

Um estudo realizado na Universidade do Texas, em Galveston, com cerca de 4 mil


pacientes, mostrou que pessoas idosas que se consideram felizes têm menor
probabilidade de serem vítimas de acidente vascular cerebral. Outro estudo, desta
vez na Universidade de Pittsburgh, mostrou que mulheres deprimidas estão mais
propensas ao endurecimento das artérias, conhecido como aterosclerose.
Pergunta: por que isso acontece? É a felicidade uma poção mágica, uma panaceia
contra doenças? Claro que não.

O que acontece é que as pessoas infelizes tendem a adotar, como compensação, o


estilo de vida acima citado, que, este sim, causa doença. O inverso também é

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verdadeiro: se felicidade traz saúde, saúde também traz felicidade. Um estudo
realizado na Holanda, em 2004, com pessoas de 18 anos de idade ou mais, procurou
correlacionar felicidade com vários fatores: renda, situação social e outros. A saúde
ganha longe. Um quarto das pessoas que não se consideram sadias também não se
considera feliz; mas, das pessoas sadias, apenas 8% declaram-se infelizes.

Quanto ao dinheiro, faz diferença nos países muito pobres, porque aí pode ser
condição de sobrevivência. Mas, quanto mais afluente é o país, menos pesa a renda
em termos de felicidade. Um levantamento feito com os cem americanos mais ricos
mostrou que eles são apenas um pouco mais felizes que a média da população.
'Sorria' pode ser, portanto, um bom conselho, à medida que o sorriso, atributo
caracteristicamente humano, possa ser um indicador do sentimento de felicidade.
A propósito, recentemente pesquisadores da Universidade de Amsterdã
examinaram o famoso sorriso da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, com a ajuda de
um programa de computador capaz de correlacionar expressões faciais com
emoções e sentimentos. Resultado: 83% do sorriso provêm de felicidade (e 9%
resultam de desdém - afinal, Mona Lisa também tem direito a desdenhar). Mas a
conquista da felicidade não depende só da pessoa. Se a angústia é demasiada, a
ajuda profissional pode ser necessária. E todos têm direito a ela.

Razão tem a Constituição americana de 1776, quando inclui, entre os direitos


fundamentais, o pursuit of happiness, a busca da felicidade. Se temos direito à
saúde - e a Constituição brasileira de 1988 isso nos garante -, por que não teríamos
direito à felicidade, ao sorriso?

Texto adaptado de http://moacyrscliar.blogspot.com - Acesso em 11/06/2009

Se a palavra pessoas (linha 08) fosse substituída por uma pessoa, quantas OUTRAS
palavras do período em que se insere devem passar por alterações para efeito de
concordância?
a) Sete.
b) Seis.
c) Cinco.
d) Quatro.
e) Três.

Questão 59: FUNDATEC - Med Psiq Jud (TJ RS)/TJ RS/PJ-J/2009


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)

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INSTRUÇÃO – A questão refere-se ao texto a seguir.

Pacientes internautas

Você já procurou na internet a solução para algum problema de saúde? Se a


resposta for “sim”, você pode fazer parte do grupo dos “pacientes experts”, que
usam a rede para se informar sobre doenças. Para descobrir como o acesso a tanta
informação está influenciando as relações entre médicos e pacientes,
pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) analisaram diversos artigos
estrangeiros que tratam do tema e concluíram que, para os profissionais de
medicina, é hora de se atualizar.

O estudo, desenvolvido por Helena Beatriz da Rocha Garbin, Maria Cristina


Rodrigues Guilam e André de Faria Pereira Neto, comparou 15 artigos publicados
entre 1997 e 2006 nos periódicos britânicos Social Science and Medicine e
Sociology of Health & Illness. O período de publicação dos artigos foi definido pelo
início da democratização da internet, motivo pelo qual teria surgido esse
fenômeno, ainda muito recente e pouco estudado no Brasil. Os pesquisadores se
depararam com três interpretações bastante distintas do fenômeno dos “pacientes
experts”: enquanto alguns artigos defendem que pacientes mais informados
valorizam o papel do médico, outros dizem que o livre acesso à informação leva a
uma “desprofissionalização” do médico. Já um terceiro ponto de vista sustenta que,
mesmo questionando certas posições dos médicos, pacientes mais interessados
possibilitariam um diálogo mais profundo sobre os temas.

Para a equipe, o novo panorama exige que os profissionais da saúde se mantenham


atualizados. Isso é possível pesquisando e conhecendo melhor esse universo em
que se insere o paciente. “Tradicionalmente existe uma relação patriarcal entre
médicos e pacientes. É preciso compreender que esse poder está se equilibrando:
os profissionais devem trabalhar com o paciente, em vez de para ele”, afirma a
médica Helena Garbin, coautora do estudo.

Mas é preciso tomar cuidado com o que se encontra na rede. “Muitas páginas
podem ser escritas sem nenhum embasamento, ou serem simplesmente veículos
de empresas comerciais, interessadas na divulgação de medicamentos”, afirma
Garbin, que alerta para as possíveis más interpretações da linguagem médica por
leigos e a questão da automedicação, hoje considerada um problema de saúde
pública.

Texto adaptado de: http://cienciahoje.uol.com.br – Acesso em 05/06/2009

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Considere os seguintes segmentos do texto e as solicitações de alterações
propostas.

I - Para a equipe, o novo panorama exige que os profissionais da saúde se


mantenham atualizados. (linha 12) – Passar o verbo sublinhado para o Futuro do
Pretérito do Indicativo.

II - “Muitas páginas podem ser escritas sem nenhum embasamento, ou serem


simplesmente veículos de empresas comerciais, interessadas na divulgação de
medicamentos” (linhas 16 a 17) – Transformar a expressão sublinhada em Uma
página.

Assinale a alternativa que apresenta a resposta com as modificações corretas nos


dois casos, respectivamente.
a) Em I, a mudança do tempo verbal de exige faz com que o verbo mantenham
passe para mantessem.

Em II, a passagem de Muitas páginas para Uma página faz com que outras sete
palavras sejam necessariamente modificadas para efeito de concordância.
b) Em I, a mudança do tempo verbal de exige faz com que o verbo mantenham
passe para mantinham.

Em II, a passagem de Muitas páginas para Uma página faz com com que outras seis
palavras sejam necessariamente modificadas para efeito de concordância.
c) Em I, a mudança do tempo verbal de exige faz com que o verbo mantenham
passe para mantivessem.

Em II, a passagem de Muitas páginas para Uma página faz com que outras quatro
palavras sejam necessariamente modificadas para efeito de concordância.
d) Em I, a mudança do tempo verbal de exige faz com que o verbo mantenham
passe para manteriam.

Em II, a passagem de Muitas páginas para Uma página faz com que outras oito
palavras sejam necessariamente modificadas para efeito de concordância.
e) Em I, a mudança do tempo verbal de exige faz com que o verbo mantenham
passe para mantiverem.

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Em II, a passagem de Muitas páginas para Uma página faz com que outras sete
palavras sejam necessariamente modificadas para efeitos de concordância

Questão 60: FAURGS - AJ (TJ RS)/TJ RS/Judiciária/Ciências Jurídicas e


Sociais/2012
Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Há um método de escrita disciplinadamente seguido pelo biólogo Fernando


Reinach em A longa marcha dos grilos canibais, crônica após crônica: primeiro, o
autor mostra um breve plano geral do campo ___ que pertence o experimento
científico do qual vai tratar, para, em seguida, fazer foco no próprio experimento,
___ maneira de tantos filmes em que de saída o diretor nos arrasta rapidamente da
contemplação da paisagem vista do alto para um objeto no solo, no qual quer que
fixemos nossa atenção. Na sequência, ele descreve o que foi observado durante o
experimento e, para fechar, especula com provocadora imaginação sobre os
significados práticos ou teóricos, econômicos, sociais, existenciais ou outros dos
achados e descobertas do trabalho analisado. Em suma, lança-se na aventura de
pensar e imaginar, assim como, por outras vias, os pesquisadores responsáveis
pelos estudos de que trata – quase todos originários das ciências biológicas –, a seu
ver, também se atiraram. É este, de fato, nas crônicas, o olhar de Reinach para a
ciência – lugar de aventuras, ponto de partida de expedições que entram em
território inexplorado: “Cada descoberta científica é uma pequena história de
aventura. Nas publicações científicas, o relato dessas aventuras está encoberto por
uma infinidade de termos técnicos, descrição de métodos e um cuidado paranoico
com a precisão da linguagem. O resultado é que o sabor da aventura se perde em
um texto quase incompreensível”, diz ele na introdução do livro.

O mais curioso é que, para extrair a essência aventurosa do emaranhado da


terminologia científica dos artigos (da Nature e da Science principalmente) que
servem de base ___ crônicas e entregá-la límpida a seus leitores, o que Reinach faz
em seus textos é, como ele mesmo afirma, uma mímese do formato dos trabalhos
científicos. Plano geral, apresentação do objeto etc., mesmo que nos tragam
memória de movimentos da câmera em começo de filmes sem conta, estão na
estrutura mais comum de tais artigos. Só que ele segue esse roteiro valendo-se de
um saber escrever bem, com talento e na linguagem cotidiana, digamos para
sintetizar. Toma o modelo por guia, mas recorrendo ___ comparações, metáforas e
outras figuras de linguagem bem escolhidas, que, a par de tornarem inteligíveis
para não especialistas conceitos e procedimentos complexos, adicionam sabor ao
texto e deixam visível o prazer do escritor por trás das palavras. Dito de outra

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forma, Reinach, seguindo as pegadas de outros cientistas divulgadores de ciência,
recria os modelos de escritura que o inspiram para mostrar as produções da ciência
ao público de forma quase lúdica.

Não há parentesco entre o que ele faz e, por exemplo, as notícias e reportagens no
âmbito do jornalismo científico, ainda que seja um jornal, O Estado de S. Paulo, o
suporte original de suas crônicas semanais, desde 2004. Poder-se-.......... dizer que
seus textos estão mesmo de cabeça para baixo em relação aos jornalísticos e ..........,
inclusive, citar nomes dos autores e das instituições onde se desenvolveram as
pesquisas que enfocam, coisa impensável em material noticioso. Mas, como
Reinach lembrou no programa Roda viva da tevê Cultura em 12 de abril passado,
foi exatamente um jornalista, Flavio Pinheiro, um dos mais experientes editores da
imprensa nacional, o responsável por seu “aprendizado” de escrever para jornal
dentro do modelo que vislumbrava. Na época ocupando o cargo de editor-chefe,
era ele quem comentava os primeiros textos que o biólogo ia produzindo bem antes
da estreia no Estadão, dando-lhe uma série de dicas preciosas, até que ambos
consideraram que o novo cronista estava pronto.

O livro agora lançado é uma boa seleção de crônicas produzidas para o jornal de
2004 a 2009. Cada uma está focada num experimento singular, e o conjunto está
subdividido em 11 áreas temáticas que recebem títulos tão abertos quanto
“mente”, “sexo”, “comportamento”, “humano”, “tecnologia” ou “política”. Esses
agrupamentos, aliás, servem mais para orientar o leitor quanto a seus próprios
blocos de interesse, porque não há prejuízo nenhum em começar pela última
crônica, saltar para a primeira e se deixar levar de forma um tanto anárquica, ao
sabor dos belos e quase sempre intrigantes títulos. Seja qual for a ordem que o
leitor escolha, no final terá deparado com a imensa diversidade de interesses que a
mente inquieta desse híbrido de professor (tornou-se titular da USP aos 35 anos),
pesquisador, empreendedor muito bem-sucedido e escritor de ciência .......... .

Adaptado de: Moura, M. Está na cara, você não vê. A arte de arrancar aventuras
maravilhosas de trabalhos científicos. In: Revista Pesquisa FAPESP. Edição
Impressa 171, mai. 2010.

Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas


pontilhadas.
a) iam – evitam – abrangem
b) ia – evitam – abrange
c) ia – evita – abrange
d) ia – evita – abrangem

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e) iam – evita – abrangem

Questão 61: VUNESP - ContJ (TJ SP)/TJ SP/2015


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Leia o texto para responder à questão.

Previsão do tempo no Sudeste é uma dor de cabeça para cientistas

Se a sucessão de boas e más notícias sobre a chuva que abastece os reservatórios


de São Paulo parece uma confusão só, não se preocupe: previsões climáticas sobre
o Sudeste brasileiro podem confundir até especialistas.

Isso acontece porque a região mais populosa do Brasil ocupa uma área do globo
terrestre que recebe todo tipo de influência complexa, desde a umidade oriunda da
Amazônia até as frentes frias “sopradas” da Antártida.

Resultado: um nível de incerteza acima do normal numa seara que, por natureza, já
é bastante incerta.

“Isso vale principalmente para prever o clima, ou seja, as variações de médio e longo
prazo, mas também é verdade, ainda que em grau bem menor, para as previsões de
tempo, ou seja, na escala de dias”, diz Tercio Ambrizzi, climatologista da USP.

Portanto, não é que o tempo seja mais instável na área do sistema Cantareira, o
mais castigado pela atual crise e agora em ligeira recuperação. O que ocorre é que
a região que abastece o Cantareira às vezes pode ficar mais sujeita a variações
aleatórias de um sistema climático naturalmente complicado.

(Folha de S.Paulo, 15.02.2015)

No terceiro parágrafo – Resultado: um nível de incerteza acima do normal numa


seara que, por natureza, já é bastante incerta. –, se a expressão numa seara for
substituída por em campos, o final do período, em conformidade com a norma-
padrão da língua portuguesa, assume a seguinte redação:
a) ... já são bastantes incerto.

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b) ... já é bastante incerto.
c) ... já é bastante incertos.
d) ... já são bastantes incertos.
e) ... já são bastante incertos.

Questão 62: VUNESP - Estat (TJ SP)/TJ SP/Judiciário/2015


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
A concordância está de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa em:
a) Foi feito, a um número indeterminado de famílias, perguntas concernente a
dívidas com cheque pré-datado, cartão de crédito, etc.
b) De acordo com pesquisa divulgada pela CNC, houveram menos famílias com
dívidas contraída em janeiro de 2015.
c) Outros recursos recebidos, tal qual o 13º salário, foram responsável pela
redução do endividamento das famílias brasileiras.
d) Dado a moderação do crescimento do crédito, constatou-se menos famílias
endividadas em janeiro.
e) Concluiu-se que os inadimplentes, eles próprios, cuidaram de resolver suas
pendências com credores.

Questão 63: CESPE - AJ (TJ SE)/TJ SE/Administrativa/Análise de Sistemas/2014


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Em vinte e poucos anos, a Internet deixou de ser um ambiente virtual restrito e
transformou-se em fenômeno mundial. Atualmente, há tantos computadores e
dispositivos conectados à Internet que os mais de quatro bilhões de endereços
disponíveis estão praticamente esgotados. Por essa razão, a rede mundial
concentra as atenções não só das pessoas e de governos, mas também movimenta
um enorme contingente de empresas de infraestrutura de telecomunicações e de
empresas de conteúdo. Pela Internet são compradas passagens aéreas, entradas
de cinema e pizzas; acompanham-se as notícias do dia, as ações do governo, os gols
e os capítulos das novelas; e são postadas as fotos da última viagem, além de serem
comentados os últimos acontecimentos do grupo de amigos.

No entanto, junto com esse crescimento do mundo virtual, aumentaram também o


cometimento de crimes e outros desconfortos que levaram à criação de leis que

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criminalizam determinadas práticas no uso da Internet, tais como invasão a sítios e
roubo de senhas.

Devido ao aumento dos problemas motivados pela digitalização das relações


pessoais, comerciais e governamentais, surgiu a necessidade de se regulamentar o
uso da Internet.

Internet: <www.camara.leg.br> (com adaptações).

No que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item
a seguir.

Seriam mantidos o sentido e a correção gramatical do texto, se a forma verbal “há”


(l.1) fosse substituída por existe.
Certo
Errado

Questão 64: UFMT - AJ (TJ MT)/TJ MT/Administração/2016


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
[...]

A meu juízo, o Brasil precisa de líderes políticos transformadores, capazes de


empreender reformas e assim ampliar o potencial de crescimento e bem-estar. São
pessoas aptas a mobilizar a sociedade e a classe política para enfrentar e resolver
problemas, o que implica motivar, seduzir, agregar, organizar, orientar, focalizar. O
líder virtuoso precisa ter visão de futuro, habilidade para construir maiorias no
Congresso e capacidade para identificar e atacar os problemas mais relevantes de
sua época.

Rever opiniões, reconhecer erros e considerar novas realidades são igualmente


atributos do líder sensato e verdadeiro. Fluência verbal, carisma e capacidade de
se comunicar são características requeridas nas modernas democracias de massas,
pois é assim que o líder transmite mensagens, ideias, estímulos. Valorizar a
experiência administrativa para o exercício do cargo de presidente é menosprezar
a boa política.

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(Revista Veja, 17/09/2014.)

O uso de adjetivos em um texto é um recurso que evidencia a intencionalidade do


autor, inserindo marcas apreciativas e valores ideológicos. Em geral, o adjetivo
flexiona-se de forma a concordar com o substantivo a que se refere; há casos em
que o adjetivo não se flexiona em gênero, somente em número. No texto, quais
apresentam essa concordância?
a) virtuoso, transformadores, aptas
b) modernas, administrativa, política
c) políticos, novas, sensato
d) capazes, relevantes, verbal

Questão 65: UFMT - AJ (TJ MT)/TJ MT/Administração/2016


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Leia as frases abaixo.

I - Enquanto houver leitores, haverá livros.

II - Mais de um terço dos jovens no Brasil nunca desliga o celular.

III - Vossa Senhoria tomou posse de seu mandato em dia auspicioso.

IV - Hoje são 08 de março, dia da mulher.

Sobre a concordância verbal empregada nas frases, assinale a afirmativa


INCORRETA.
a) O verbo haver no sentido de existir flexiona-se somente na 3ª pessoa do
singular, como ocorre em I.
b) Em II, o verbo desligar deveria ser pluralizado visto que a expressão mais de é
indicativa de plural.
c) Com pronomes de tratamento, a concordância verbal se dá na 3ª pessoa; em III,
no singular, pois o pronome está no singular.

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d) Em IV, o verbo ser concorda com o numeral, mas também poderia concordar
com a palavra dia, subentendida antes do numeral.

Questão 66: FAURGS - AJ (TJ RS)/TJ RS/Apoio Especializado/Engenharia


Civil/2014
Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Mais do que combater as teses racistas que são difundidas em muitos países e
sociedades que afirmam serem superiores em relação às outras no que concerne à
etnia, devemos voltar nosso olhar para outras vertentes preconceituosas nas
sociedades que se consideram avançadas, seja no âmbito tecnológico, ou até
mesmo na linguagem e na escrita.

Essa tendência refere-se à superioridade cultural de uma civilização ou grupo em


relação a outros que são compreendidos como inferiores e tratados como
obsoletos e desvalorizados em todos os seus aspectos culturais.

As sociedades que, durante toda a história da humanidade, foram exploradas,


embora perdessem traços culturais, não deixaram de lado suas principais
circunscrições que as identificam, assim como seus costumes, crenças e modo de
vida próprio. No entanto, as civilizações exploradoras conseguiram desviar o foco
dos problemas ocasionado pela exploração, para uma “terrível” imagem dos povos
que não se adequaram ao seu estilo de vida, fazendo-nos acreditar que essas
civilizações não têm nenhuma relevância cultural no cenário mundial.

Nossas convicções ideológicas pessoais prevalecem muito mais do que qualquer


relação social com povos que não pensam como nós pensamos e que fogem de
nossos padrões de vida. Somos levados a querer que o outro grupo seja o reflexo
ideal do nosso próprio conceito de “sociedade ideal”, caso contrário rotulamos o
outro grupo como inferior e irrelevante para o progresso da humanidade.

Ao julgarmos uma cultura em relação à nossa e afirmar sua inferioridade, não


devemos partir de valores como avanços tecnológicos e científicos, pois nenhuma
civilização é tão “inferior” que não tenha nenhuma característica específica que a
nossa ainda não conseguiu desenvolver. Desse modo, se consideramos o diferente
como inferior, também podemos cair no mesmo grau de inferioridade, na medida
em que o outro grupo nos terá como sendo também inferiores em determinados
aspectos.

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87
Adaptado de: LIMA, Fabiano de Albuquerque. Disponível em:
<http://www.opovo.com.br/app/jornaldoleitor/noticiasse
cundarias/artigos/2013/09/17/noticiajornaldoleitorartigos,- 3131118/a-pretensao-
de-uma-superioridadecultural.shtml>. Acessado em 07 jul. 2014.

A substituição de As sociedades por A sociedade acarreta a modificação, para fins


de concordância, de quantas outras palavras no seguimento que vai da linha 13 à
linha 17?
a) Quatro.
b) Cinco.
c) Seis.
d) Sete.
e) Oito.

Questão 67: FAURGS - Ass Soc (TJ RS)/TJ RS/Classe PJ-J/2014


Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Esqueça um pouco do celular e melhore suas relações

Em 2013, um restaurante em Jerusalém criou uma promoção interessante: os


donos do estabelecimento resolveram conceder descontos de 50% aos clientes
que se dispusessem a desligar os celulares durante a permanência no local. O
objetivo era permitir aos frequentadores uma experiência de degustação mais
tranquila e prazerosa, sem interrupções.

No Brasil, alguns estabelecimentos têm adotado medidas semelhantes. Em São


Paulo, um bar tradicional desenvolveu o copo off-line, que só fica de pé na mesa se
estiver apoiado sobre um celular. Todas essas iniciativas vêm atender a novas
necessidades, típicas de uma sociedade conectada.

Para se ter uma ideia, fechamos o ano de 2013 com 271,10 milhões de linhas ativas
de celular, segundo dados da Anatel. O aparelho, que antes tinha como única
função ampliar e agilizar a comunicação, hoje é também um computador de bolso.
“O mundo da tecnologia se parece com um parque de diversões para adultos”,
declara a psicóloga Rosa Maria Farah, coordenadora do NPPI (Núcleo de Pesquisas

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88
da Psicologia em Informática) da PUC-SP. “Os smartphones têm funções lúdicas,
que carregam um aspecto de novidade e despertam a criança que vive dentro do
usuário”, diz.

E quem se deixa envolver por tanta sedução dificilmente é capaz de perceber se a


frequência do uso está passando dos limites e, mais ainda, de distinguir se aquela
espiadinha no celular, que muitas vezes interrompe outras atividades importantes,
acrescenta algo de relevante na vida pessoal. “O aparelho que tinha a função de
aproximar as pessoas pode fazer com que o indivíduo diminua suas habilidades
sociais”, explica a psicóloga Dora Sampaio Góes, do Hospital das Clínicas da USP.

Estar sozinho com os próprios pensamentos também se tornou um desafio. “Fala-


se muito que a tecnologia interfere na relação com o outro, mas ela também
influencia na relação do indivíduo consigo mesmo”, afirma Rosa Maria. “O tempo
dedicado para se perder nas próprias ideias, sentimentos, refletir sobre o cotidiano
está cada vez menor. E isso interfere no desenvolvimento pessoal, já que não
encontramos espaço para avaliar ideias, posturas, valores e as expectativas de
vida”, explica.

Adaptado de OLIVEIRA, M.; TREVISAN, R. Esqueça um pouco do celular e melhore


suas relações. Disponível em
http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2014/04/07/esquec
a-um-pouco-do-celular-e-melhoresuas-relacoes.htm. Acesso em 15 de abril de
2014.

Se a palavra iniciativas estivesse no singular, quantas outras palavras na frase


deveriam ser alteradas, necessariamente, para fins de concordância?
a) Duas.
b) Três.
c) Quatro.
d) Cinco.
e) Seis.

Pontuação
Questão 68: FUNDATEC - Ana Sist (TJ RS)/TJ RS/Classe P/2010
Assunto: Pontuação
Instrução: Para responder à questão, leia o texto abaixo.

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89
O Gigante Gaúcho

Até bem pouco tempo atrás, quem visitasse o Museu Júlio de Castilhos, no centro
de Porto Alegre, daria de cara com um par de botas tamanho 56 ao lado de objetos
que pertenceram a renomados personagens da história gaúcha, como Júlio de
Castilhos (1860-1903), Bento Gonçalves (1788-1847) e Getúlio Vargas (1882-
1954). E não é porque algum desses políticos locais tivesse pés descomunais. As
botas eram de um sujeito humilde chamado Francisco Ângelo Guerreiro (1892-
1925?), que ficou famoso nas arenas de circo e nos livros de medicina no início do
século XX por causa de seus 2,17 metros de altura, que lhe valeram o apelido de
“Gigante”.

A exposição de objetos de Guerreiro no museu mais antigo do Rio Grande do Sul


tem sido motivo de controvérsia há anos. Em uma “sala de curiosidades” – similar
às “câmaras de maravilhas”, de onde surgiram os primeiros museus de História
Natural – ficavam o par de botas, ao lado de outras de “tamanho normal”, e poucas
fotos de sua vida. A sala fazia a alegria dos visitantes, principalmente das crianças,
mas provocava desconforto entre os técnicos do museu, que a consideravam uma
“distorção” dentro do acervo. Em 1993, esse espaço foi desativado e seu material
levado para a reserva técnica, mas a reação do público foi tão negativa que as botas
tiveram de voltar no ano seguinte como parte de uma exposição temporária sobre
a vida do Gigante. Elas acabaram retornando às galerias do museu até que, no início
de 2007, foram retiradas novamente para serem recuperadas.

A enorme atenção que Guerreiro despertou durante sua vida tem muito a ver com
o tratamento que era dado no início do século XX a quem tinha alguma deficiência.
Embora hoje possa parecer algo marginal e indecente, essas pessoas eram expostas
ao público, numa atividade lucrativa, popular e organizada. Guerreiro foi atração
de várias exibições, em teatros e circos pelo país. Segundo depoimento de um
irmão, quando o Gigante morreu, ele fazia parte do elenco do Circo Sarrazani, onde
se apresentava em uma jaula ao preço de um mil réis. As fotos que estão no museu
o mostram na época em que se exibia no Teatro Politeama. Ali ele aparece de
braços abertos, tendo abaixo de si homens altos, médios, baixos e anões. Moreno,
de tipo indígena, Guerreiro tinha braços, pés, mãos e rosto que cresciam
desproporcionalmente em relação ao resto do corpo. Ele sofria de uma síndrome
chamada acromegalia, que o fazia produzir o hormônio do crescimento em excesso
.

Depois de sua morte no Rio de Janeiro, as botas do Gigante viraram atração do


Museu Júlio de Castilhos – provavelmente, a mais popular de toda a casa. Sempre
havia quem perguntasse “se as botas ainda estavam lá”, referindo-se à sala de
curiosidades, lugar de maior concentração de pessoas nas visitas guiadas ao museu.

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Além das peças de Guerreiro, também ficavam reunidos naquele espaço, de forma
desordenada, objetos exóticos, como membros de indígenas mumificados, adornos
andinos e animais defeituosos natimortos conservados em formol.

As visitas de estudantes, iniciadas na década de 1940, e o “trem da cultura”, projeto


que nos anos 1970 levava parte do acervo ao interior do Estado, ajudaram a tornar
ainda mais populares os objetos de Guerreiro, principalmente as botas, mostradas
a sucessivas gerações.

O interesse pelo Gigante no museu faz pensar que, se o tempo em que o público se
divertia vendo pessoas com deficiência sendo expostas já passou, o diferente ainda
exerce um grande fascínio.

(Adaptado de NEDEL, Letícia Borges. Revista de História da Biblioteca Nacional. n.


57, junho de 2010)

Considere as assertivas abaixo sobre pontuação.

I - A omissão da vírgula que ocorre após a palavra altura (linha 05) seria possível,
mantendo a correção da frase, caso o segmento de seus 2,17 metros fosse
substituído por dos 2,17 metros.

II - Na linha 7, a substituição dos travessões por parênteses seguidos de vírgula


seria uma opção correta de pontuação para a frase em questão.

III - Na linha 19, uma vírgula poderia ser acrescentada depois da palavra
crescimento, sem acarretar erro ou mudança de sentido.

Quais são corretas?


a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e II
e) I, II e III

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Questão 69: FUNDATEC - Med Jud (TJ RS)/TJ RS/Classe R/Psiquiatria/2009
Assunto: Pontuação
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Avareza na ficção

Moacyr Scliar

Embora muitos já tenham esquecido, o Brasil viveu períodos de grandes surtos


inflacionários, nos quais o dinheiro perdia rapidamente o seu valor. Era muito
comum ver moedas nas sarjetas das ruas; ali ficavam porque valiam tão pouco que
ninguém se dava ao trabalho de abaixar-se para apanhá-las. Isso nos remete a um
fato básico da economia e da vida social: a rigor,(a) o dinheiro é uma ficção. Mas
exatamente por causa desse ângulo, digamos, ficcional, ele assume também caráter
altamente simbólico. E não muito agradável, segundo Freud. Observando que ao
longo da história o dinheiro foi frequentemente (e ainda é) associado à sujeira, o pai
da psicanálise postulou que a proposital retenção de fezes, característica da
chamada fase anal do desenvolvimento infantil, teria continuidade, no adulto, com
a preocupação com o dinheiro. O avarento é um exemplo caricatural disso.

Aos escritores essas coisas não poderiam passar despercebidas, mesmo porque
muitos deles tinham, e têm, problemas com dinheiro; Honoré de Balzac (1799 -
1850) e Fiódor Dostoievski (1821 - 1881) viviam atolados em dívidas,(b) sobretudo
o escritor russo, que era um jogador compulsivo. Não é de admirar que avarentos
tenham dado grandes personagens da ficção. O primeiro exemplo é,(c)
naturalmente, o Shylock, de William Shakespeare (1564 -1616) na comédia O
mercador de Veneza, do fim do século XVI. Shylock era um agiota. Na Idade Média,
o empréstimo a juros era proibido aos cristãos e reservado ao desprezado e
marginal grupo dos judeus. Um arranjo perfeito: quando o senhor feudal não queria
ou não podia pagar dívidas contraídas com os agiotas, desencadeava um massacre
de judeus, um grupo desprezado e marginalizado, e resolvia o problema. Shylock
sente-se desprezado e quando empresta dinheiro a Antonio, um mercador cristão,
pede em garantia uma libra da carne do devedor: ele quer que este se revele
inadimplente e pague a dívida com a matéria de seu próprio corpo: um esforço
desesperado e grotesco para ser respeitado.

Outro usurário que aparece na peça O avarento (1668),(d) de Jean-Baptiste Molière


(1622 - 1673), é Harpagon. Quanto mais rico fica,(e) mais mesquinho se torna, e
mais faz sofrer os filhos, o jovem Cléante, apaixonado por Mariane, moça pobre –
Harpagon obviamente se opõe ao namoro – e a filha Élise, que ele quer casar com
o velho Anselme. Além das brigas com os filhos, Harpagon tem outros motivos para

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se inquietar: enterrou em seu jardim uma caixa com dez mil escudos de ouro e é
constantemente perseguido pela ideia de que sua fortuna será roubada. No fim, a
avareza é castigada, e Cléante e Élise podem se unir às pessoas que amam.

Avarentos também não faltam nos romances de Charles Dickens (1812-1870), um


dos mais conhecidos é o personagem Ebenezer Scrooge de Um conto de Natal
(1843), um homem velho, egoísta, insensível, que odeia tudo – até o Natal – uma
festa que evoca bondade e generosidade. Scrooge maltrata seu empregado Bob
Cratchit, que tem um filho deficiente físico, o Pequeno Tim, mas na noite de Natal
é visitado por misteriosas entidades, os Espíritos do Natal, e muda por completo,
tornando-se generoso, ajudando Cratchit e sua família. Em Silas Marner, novela de
George Eliot (1819-1880) que usava o pseudônimo de Mary Ann Evans, o
personagem, um misantropo que prefere o ouro às pessoas, aprenderá, assim como
Scrooge, a sua lição. Ele é roubado, mas, ao tomar sob seus cuidados o menino
Eppie, mudará, tornando-se um homem melhor. Em Eugénie Grandet (1900), de
Balzac, somos apresentados a Félix Grandet, um rico e sovina mercador de vinhos,
que se opõe à paixão da filha pelo sobrinho pobre.

Como se pode ver em todas essas obras, a obsessão pelo dinheiro resulta de uma
personalidade repulsiva ou patética. Freud tinha razão: o poder simbólico do vil
metal não é pequeno e tem atravessado os séculos incólume.

Texto adaptado de: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos - Acesso em


04/06/2009

A vírgula em " Como se pode ver em todas essas obras, a obsessão pelo dinheiro
resulta de uma personalidade repulsiva ou patética" ocorre pela mesma razão que
a vírgula em:

a) a rigor, o dinheiro é uma ficção.


b) Honoré de Balzac (1799 -1850) e Fiódor Dostoievski (1821 - 1881) viviam
atolados em dívidas, sobretudo o escritor russo
c) O primeiro exemplo é, naturalmente
d) Outro usuário que aparece na peça O avarento (1668), de Jean-Baptiste
Molière (1622 - 1673)
e) Quanto mais rico fica, mais mesquinho se torna

Questão 70: CESPE - AJ (TJ CE)/TJ CE/Judiciária/"Sem Especialidade"/2014

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Assunto: Pontuação
Texto para a questão

Papel, amigo papel, não recolhas tudo o que escrever esta pena vadia. Querendo
servir me, acabarás desservindo-me, porque se acontecer que eu me vá desta vida,
sem tempo de te reduzir a cinzas, os que me lerem depois da missa de sétimo dia,
ou antes, ou ainda antes do enterro, podem cuidar que te confio cuidados de amor.

Não, papel. Quando sentires que insisto nessa nota, esquiva-te da minha mesa, e
foge. A janela aberta te mostrará um pouco de telhado, entre a rua e o céu, e ali ou
acolá acharás descanso. Comigo, o mais que podes achar é esquecimento, que é
muito, mas não é tudo; primeiro que ele chegue, virá a troça dos malévolos ou
simplesmente vadios.

Escuta, papel. O que naquela dama Fidélia me atrai é principalmente certa feição
de espírito, algo parecida com o sorriso fugitivo, que já lhe vi algumas vezes. Quero
estudá-la se tiver ocasião. Tempo sobra-me, mas tu sabes que é ainda pouco para
mim mesmo, para o meu criado José, e para ti, se tenho vagar e quê — e pouco mais.

Machado de Assis. Memorial de Aires. In: Obra


Completa. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1994.

No que se refere ao emprego da vírgula, assinale a opção correta.


a) Sem prejuízo da correção gramatical do texto ou de seu sentido original, a
vírgula empregada em “Escuta, papel” (l.7) poderia ser suprimida.
b) O emprego da vírgula em “Quando sentires que insisto nessa nota, esquiva-te
da minha mesa” (l.4) é obrigatório, uma vez que a vírgula isola uma oração adverbial
deslocada.
c) A oração introduzida pela conjunção “mas”, em “Tempo sobra-me, mas tu sabes
que é ainda pouco para mim mesmo” (l.8), classifica-se como oração subordinada
adverbial, o que justifica o emprego da vírgula logo após “sobra-me”.
d) No trecho “tu sabes que é ainda pouco para mim mesmo, para o meu criado José,
e para ti” (l.8 e 9), as vírgulas foram empregadas para separar elementos de uma
enumeração que exercem, a função de complemento verbal no período.
e) No primeiro período do texto, o emprego das vírgulas que isolam o trecho
“amigo papel” deve-se à repetição do termo “papel”.

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Questão 71: FAURGS - AJ (TJ RS)/TJ RS/Judiciária/Ciências Jurídicas e
Sociais/2012
Assunto: Pontuação
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Entre as transformações acarretadas e tornadas possíveis pelas tecnologias de


informação e comunicação (TICs) está a organização e a disponibilização de
grandes acervos de obras e de periódicos que, considerados, não fosse por outros
motivos, só do ponto de vista acadêmico, representam uma revolução na forma de
acesso às bibliotecas que constituem.

As bibliotecas virtuais têm, de certo modo, os predicados ______ o escritor argentino


Jorge Luis Borges define a sua fantástica Biblioteca de Babel: são ilimitadas e
periódicas.

Desse modo, atualizam, no que oferecem e na forma ______ o oferecem, uma espécie
de otimismo cético próprio do racionalismo. Capazes de abrigar ilimitadamente o
conhecimento produzido, difundido, divulgado, socializado e posto em circulação,
abrem-se também para as conexões e interconexões de bibliotecas que se
agregam, como o próprio conhecimento, para formar, periodicamente, grandes
instituições virtuais que se expandem, se modificam, se encolhem, se alastram e
que, sendo uma, logo em seguida, serão múltiplas para juntar-se depois, em uma,
outra, outra mais, as mesmas que, ora iguais, ora diferentes, cumprem todas,
quando não há trincos burocráticos e trancas comerciais, o desígnio do acesso
aberto da sociedade ao conhecimento e do conhecimento às sociedades que o
originaram.

A biblioteca está e vai com você onde você estiver, como uma Babel feita do
paradoxo do conhecimento: quanto mais se sabe, mais há para saber, de modo que,
o máximo sendo também o mínimo, nunca nos falte nem a pergunta ilimitada, nem
a resposta periódica _______ os livros e revistas postos ao alcance de nosso cotidiano
podem nos ajudar a formular, ou, ao menos, entrever.

Adaptado de: VOGT, Carlos. Bibliotecas virtuais. Revista ComCiência. Nº. 139 –
10 jun. 2012. Disponível em: <http://www.comciencia.br/comciencia
/?section=8&edicao=79&tipo=968>

No contexto em que se encontram, os dois pontos da linha 4 podem ser


substituídos, com ajustes de vírgula, pela expressão
a) por isso.

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b) já que.
c) além do que.
d) se bem que.
e) no entanto.

Questão 72: FAURGS - AJ (TJ RS)/TJ RS/Judiciária/Ciências Jurídicas e


Sociais/2012
Assunto: Pontuação
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Há um método de escrita disciplinadamente seguido pelo biólogo Fernando


Reinach em A longa marcha dos grilos canibais, crônica após crônica: primeiro, o
autor mostra um breve plano geral do campo ___ que pertence o experimento
científico do qual vai tratar, para, em seguida, fazer foco no próprio experimento,
___ maneira de tantos filmes em que de saída o diretor nos arrasta rapidamente da
contemplação da paisagem vista do alto para um objeto no solo, no qual quer que
fixemos nossa atenção. Na sequência, ele descreve o que foi observado durante o
experimento e, para fechar, especula com provocadora imaginação sobre os
significados práticos ou teóricos, econômicos, sociais, existenciais ou outros dos
achados e descobertas do trabalho analisado. Em suma, lança-se na aventura de
pensar e imaginar, assim como, por outras vias, os pesquisadores responsáveis
pelos estudos de que trata – quase todos originários das ciências biológicas –, a seu
ver, também se atiraram. É este, de fato, nas crônicas, o olhar de Reinach para a
ciência – lugar de aventuras, ponto de partida de expedições que entram em
território inexplorado: “Cada descoberta científica é uma pequena história de
aventura. Nas publicações científicas, o relato dessas aventuras está encoberto por
uma infinidade de termos técnicos, descrição de métodos e um cuidado paranoico
com a precisão da linguagem. O resultado é que o sabor da aventura se perde em
um texto quase incompreensível”, diz ele na introdução do livro.

O mais curioso é que, para extrair a essência aventurosa do emaranhado da


terminologia científica dos artigos (da Nature e da Science principalmente) que
servem de base ___ crônicas e entregá-la límpida a seus leitores, o que Reinach faz
em seus textos é, como ele mesmo afirma, uma mímese do formato dos trabalhos
científicos. Plano geral, apresentação do objeto etc., mesmo que nos tragam
memória de movimentos da câmera em começo de filmes sem conta, estão na
estrutura mais comum de tais artigos. Só que ele segue esse roteiro valendo-se de
um saber escrever bem, com talento e na linguagem cotidiana, digamos para
sintetizar. Toma o modelo por guia, mas recorrendo ___ comparações, metáforas e
outras figuras de linguagem bem escolhidas, que, a par de tornarem inteligíveis

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para não especialistas conceitos e procedimentos complexos, adicionam sabor ao
texto e deixam visível o prazer do escritor por trás das palavras. Dito de outra
forma, Reinach, seguindo as pegadas de outros cientistas divulgadores de ciência,
recria os modelos de escritura que o inspiram para mostrar as produções da ciência
ao público de forma quase lúdica.

Não há parentesco entre o que ele faz e, por exemplo, as notícias e reportagens no
âmbito do jornalismo científico, ainda que seja um jornal, O Estado de S. Paulo, o
suporte original de suas crônicas semanais, desde 2004. Poder-se-.......... dizer que
seus textos estão mesmo de cabeça para baixo em relação aos jornalísticos e ..........,
inclusive, citar nomes dos autores e das instituições onde se desenvolveram as
pesquisas que enfocam, coisa impensável em material noticioso. Mas, como
Reinach lembrou no programa Roda viva da tevê Cultura em 12 de abril passado,
foi exatamente um jornalista, Flavio Pinheiro, um dos mais experientes editores da
imprensa nacional, o responsável por seu “aprendizado” de escrever para jornal
dentro do modelo que vislumbrava. Na época ocupando o cargo de editor-chefe,
era ele quem comentava os primeiros textos que o biólogo ia produzindo bem antes
da estreia no Estadão, dando-lhe uma série de dicas preciosas, até que ambos
consideraram que o novo cronista estava pronto.

O livro agora lançado é uma boa seleção de crônicas produzidas para o jornal de
2004 a 2009. Cada uma está focada num experimento singular, e o conjunto está
subdividido em 11 áreas temáticas que recebem títulos tão abertos quanto
“mente”, “sexo”, “comportamento”, “humano”, “tecnologia” ou “política”. Esses
agrupamentos, aliás, servem mais para orientar o leitor quanto a seus próprios
blocos de interesse, porque não há prejuízo nenhum em começar pela última
crônica, saltar para a primeira e se deixar levar de forma um tanto anárquica, ao
sabor dos belos e quase sempre intrigantes títulos. Seja qual for a ordem que o
leitor escolha, no final terá deparado com a imensa diversidade de interesses que a
mente inquieta desse híbrido de professor (tornou-se titular da USP aos 35 anos),
pesquisador, empreendedor muito bem-sucedido e escritor de ciência .......... .

Adaptado de: Moura, M. Está na cara, você não vê. A arte de arrancar aventuras
maravilhosas de trabalhos científicos. In: Revista Pesquisa FAPESP. Edição
Impressa 171, mai. 2010.

Considere as afirmações abaixo sobre pontuação no texto.

I - A substituição dos travessões das linhas 7 e 8 por parênteses permitiria a


supressão da vírgula antes de a seu ver.

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II - A vírgula depois de semanais cumpre a função de sinalizar o deslocamento do
adjunto adverbial desde 2004.

III - As vírgulas depois de Flávio Pinheiro e nacional cumprem a função de isolar


um aposto.

Quais estão corretas?


a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.

Questão 73: FGV - AJ (TJ RO)/TJ RO/Administrador/2015


Assunto: Pontuação
Texto 1 –

Facebook

Vimos que o Vale do Silício é um tecnopolo importante, com indústria avançada, de


ponta, em que são feitos altos investimentos. Mas, às vezes, uma simples ideia pode
valer mais do que muita tecnologia. É o caso da maior rede social do mundo, o
Facebook.

Segundo o seu criador Mark Zuckerberg, em seu segundo ano da Universidade de


Harvard (2004), ele e seus amigos tinham muito a compartilhar: suas fotos, o que
estudavam, de que gostavam, entre tantas outras coisas que os amigos curtem.
Pensando nisso, Mark elaborou – em duas semanas e com apenas 19 anos de idade
– a primeira versão do que se tornaria essa famosa rede social.

Mas há quem diga que a história inicial não foi tão sublime, mas que tudo começou
como uma brincadeira: Mark teria colocado as fotos das garotas da Universidade
na internet, à revelia, para que os colegas escolhessem qual a mais bonita. Outro
detalhe não menos importante seria que o desenvolvimento do Facebook contou
com a colaboração de mais colegas, entre eles o brasileiro Eduardo Saverin,
reconhecido como o co-fundador do site.

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De qualquer forma, e intrigas à parte, inovação e agilidade transformaram esse
pequeno projeto/brincadeira em uma empresa extremamente lucrativa, com mais
de 500 milhões de usuários, faturamento bilionário e um valor de 50 bilhões de
dólares, estimado pelo Banco Sachs em janeiro de 2011, maior do que o da Time
Warner.

(Paulo Roberto Moraes, Urbanização e Metropolização, São Paulo, 2011)

Observe as seguintes frases do texto 1: “ele e seus amigos tinham muito a


compartilhar: suas fotos, o que estudavam, de que gostavam, entre tantas outras
coisas que os amigos curtem” e “tudo começou como uma brincadeira: Mark teria
colocado as fotos das garotas da Universidade na internet, à revelia, para que os
colegas escolhessem qual a mais bonita”.

Sobre o emprego dos dois pontos (:) nesses segmentos, é correto afirmar que:
a) nos dois casos há explicitação de termos anteriores;
b) nos dois casos, os dois pontos precedem uma enumeração;
c) apenas no segundo caso há uma enumeração;
d) apenas no primeiro caso há uma explicitação;
e) nos dois casos essa pontuação poderia ser substituída por vírgulas.

Questão 74: CESPE - AJ (TJ SE)/TJ SE/Administrativa/Análise de Sistemas/2014


Assunto: Pontuação
A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações Filipinas, um código legal que
se aplicava a Portugal e seus territórios ultramarinos. Com todas as letras, as
Ordenações Filipinas asseguravam ao marido o direito de matar a mulher caso a
apanhasse em adultério. Também podia matá-la por meramente suspeitar de
traição. Previa-se um único caso de punição: sendo o marido traído um “peão” e o
amante de sua mulher uma “pessoa de maior qualidade”, o assassino poderia ser
condenado a três anos de desterro na África.

No Brasil República, as leis continuaram reproduzindo a ideia de que o homem era


superior à mulher. O Código Civil de 1916 dava às mulheres casadas o status de
“incapazes”. Elas só podiam assinar contratos ou trabalhar fora de casa se tivessem
a autorização expressa do marido.

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Há tempos, o direito de matar a mulher, previsto pelas Ordenações Filipinas,
deixou de valer. O machismo, porém, sobreviveu nos tribunais. O Código Penal de
1890 livrava da condenação quem matava “em estado de completa privação de
sentidos”. O atual Código Penal, de 1940, abrevia a pena dos criminosos que agem
“sob o domínio de violenta emoção”. Os “crimes passionais” — eufemismo para a
covardia — encaixam-se à perfeição nessas situações. Em outra bem-sucedida
tentativa de aliviar a responsabilidade do homem, os advogados inventaram o
direito da “legítima defesa da honra”.

O machismo é uma praga histórica. Não se elimina da noite para o dia. A criação da
Lei Maria da Penha, em 2006, em que se previu punição para quem agride e mata
mulheres, foi um primeiro e audacioso passo. O segundo passo contra o machismo
é a educação.

Ricardo Westin e Cintia Sasse. Dormindo com o inimigo. In:


Jornal do Senado. Brasília, 4/jul./2013, p. 4-5. Internet: <www.senado.gov.br> (com
adaptações).

Em relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item.

O emprego das vírgulas que isolam “de 1940” (l.5) é facultativo, de modo que a
supressão dessas vírgulas não prejudicaria o sentido original ou a correção
gramatical do texto.
Certo
Errado

Questão 75: FAURGS - AJ (TJ RS)/TJ RS/Apoio Especializado/Engenharia


Civil/2014
Assunto: Pontuação
Suspiros de fumaça

“Parar de fumar é muito fácil. Eu mesmo já parei umas 20 vezes.” Assim dizia meu
pai brincando para minimizar sua maior derrota: nunca conseguiu largar o cigarro.
Quando, pela doença, as proibições chegaram, fumava escondido. Anos depois que
partiu, minha mãe seguia encontrando maços em esconderijos insólitos.

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100
Meu primeiro contato com o comércio foi comprando cigarros para meu pai.
Diligentemente, não aceitava o troco em balas, o acerto justo dignificava a missão.
Hoje me lembro dessas incursões com um pingo de culpa, como se nelas houvesse
uma névoa de conivência.

Claro, eu era criança. Se é para ter culpa, melhor lembrar dos últimos anos do meu
avô materno, quando eu já era adolescente. Outro que levou o cigarro até o fim.
Embora a questão seja quem levou quem. Respirando muito mal, os médicos
cortaram-lhe o hábito. Mas houve um apelo e uma concessão: três meios cigarros
ao dia. Quando estava comigo, roubava no jogo e eu fazia escandalosa vista grossa.
Trocávamos olhares e eu esquecia de cortar o cigarro, ou me enganava na difícil
matemática que é discernir entre três e quatro.

Sinto falta do cheiro de tabacaria, de comprar cigarros, mas não sei o que faria com
eles. Eu jamais fumei e meus fumantes se foram. Não descobri se nunca fumei para
não desafiar quem derrotou meu pai ou para triunfar onde ele falhou.

Quando minha mulher chegou na minha vida, fumava. Trazia essa familiaridade de
um gozo que eu não entendia. O cigarro para Diana era um amigo fiel que pontuava
e sublinhava sua vida. Antes disso, depois daquilo, no momento de angústia, nos
momentos de alegria, contra a solidão, enfim, arrimo para todas as pausas. Mas
minha paciência com o cigarro, e o custo que ele me trouxe, já havia esgotado.
Agora, era eu ou ele. Quase perdi! Havia um inimigo na trincheira, minhas
memórias, tinha uma queda pelo inimigo. Mas consegui. Depois de anos de luta e
com o decisivo apoio da minha tropa de choque, minhas duas filhas, vencemos.

Se existe algo que aprendi com o cigarro é não menosprezar sua força e o preço que
os fumantes estão dispostos a pagar. Tingir de morte o seu prazer, como a medicina
explica e agora está impresso em qualquer maço, a meu ver, pouco ajuda. Talvez só
denote o que ele é, uma tourada com a finitude, desafiando e chamando a morte a
cada tragada.

O preço por esse prazer letal é enorme para a saúde pública. Mas o pior, talvez mais
doloroso por ser mais próximo, é testemunhar essa escolha entre a fuga solitária
do canudinho de fumaça e a nossa companhia. Gostaria que todos os fumantes que
amei tivessem preferido a minha companhia ____ dele, _______ preferência sempre
terei ciúme. Precisamos ganhar os fumantes de volta para nós.

Adaptado de: CORSO, Mário. Suspiros de fumaça. Zero Hora, 12/06/2014.

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101
Considere as propostas de alteração da pontuação do texto a seguir.

I - Deslocamento da vírgula depois de partiu para depois de mãe (l. 06).

II - Inserção de uma vírgula depois de jogo.

III - Inserção de uma vírgula depois de custo

Se fossem realizadas, quais preservariam a correção gramatical e o sentido literal


dos períodos originais?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.

Questão 76: FAURGS - Ass Soc (TJ RS)/TJ RS/Classe PJ-J/2014


Assunto: Pontuação
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Esqueça um pouco do celular e melhore suas relações

Em 2013, um restaurante em Jerusalém criou uma promoção interessante: os


donos do estabelecimento resolveram conceder descontos de 50% aos clientes
que se dispusessem a desligar os celulares durante a permanência no local. O
objetivo era permitir aos frequentadores uma experiência de degustação mais
tranquila e prazerosa, sem interrupções.

No Brasil, alguns estabelecimentos têm adotado medidas semelhantes. Em São


Paulo, um bar tradicional desenvolveu o copo off-line, que só fica de pé na mesa se
estiver apoiado sobre um celular. Todas essas iniciativas vêm atender a novas
necessidades, típicas de uma sociedade conectada.

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102
Para se ter uma ideia, fechamos o ano de 2013 com 271,10 milhões de linhas ativas
de celular, segundo dados da Anatel. O aparelho, que antes tinha como única
função ampliar e agilizar a comunicação, hoje é também um computador de bolso.
“O mundo da tecnologia se parece com um parque de diversões para adultos”,
declara a psicóloga Rosa Maria Farah, coordenadora do NPPI (Núcleo de Pesquisas
da Psicologia em Informática) da PUC-SP. “Os smartphones têm funções lúdicas,
que carregam um aspecto de novidade e despertam a criança que vive dentro do
usuário”, diz.

E quem se deixa envolver por tanta sedução dificilmente é capaz de perceber se a


frequência do uso está passando dos limites e, mais ainda, de distinguir se aquela
espiadinha no celular, que muitas vezes interrompe outras atividades importantes,
acrescenta algo de relevante na vida pessoal. “O aparelho que tinha a função de
aproximar as pessoas pode fazer com que o indivíduo diminua suas habilidades
sociais”, explica a psicóloga Dora Sampaio Góes, do Hospital das Clínicas da USP.

Estar sozinho com os próprios pensamentos também se tornou um desafio. “Fala-


se muito que a tecnologia interfere na relação com o outro, mas ela também
influencia na relação do indivíduo consigo mesmo”, afirma Rosa Maria. “O tempo
dedicado para se perder nas próprias ideias, sentimentos, refletir sobre o cotidiano
está cada vez menor. E isso interfere no desenvolvimento pessoal, já que não
encontramos espaço para avaliar ideias, posturas, valores e as expectativas de
vida”, explica.

Adaptado de OLIVEIRA, M.; TREVISAN, R. Esqueça um pouco do celular e melhore


suas relações. Disponível em
http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2014/04/07/esquec
a-um-pouco-do-celular-e-melhoresuas-relacoes.htm. Acesso em 15 de abril de
2014.

Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações a seguir.

( ) As aspas das linhas 10 e 11 estão sendo empregadas pelo mesmo motivo que as
aspas das linhas 14 e 15.

( ) A vírgula da linha 01 está sendo empregada pelo mesmo motivo que a segunda
vírgula da linha 9.

( ) As vírgulas da linha 18 estão sendo usadas para separar um aposto.

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A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) V – F – F.
b) V – V – F.
c) F – V – V.
d) V – F – V.
e) F – V – F.

Questão 77: FAURGS - Ass Soc (TJ RS)/TJ RS/Classe PJ-J/2014


Assunto: Pontuação
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Índios, os estrangeiros nativos.

A volta dos indígenas à pauta de discussões do País tem gerado discursos bastante
reveladores sobre a impossibilidade de escutá-los como parte do Brasil que tem
algo a dizer não só sobre o seu lugar, mas também sobre si. Os indígenas parecem
ser, para uma parcela das elites, da população e do governo, algo que poderíamos
chamar de “estrangeiros nativos”. É um curioso caso de xenofobia, no qual aqueles
que aqui estavam são vistos como os de fora. No processo histórico de
estrangeirização da população originária, os indígenas foram escravizados,
catequizados, expulsos, em alguns casos, dizimados. A muito custo foram
reconhecidos como detentores de direitos, mas ainda hoje parecem ser aqueles
com quem a sociedade não índia tem uma dívida e em quem, para alguns setores –
e não apenas os ruralistas –, seria melhor dar calote. Para que os de dentro
continuem fora, é preciso mante-los fora no discurso.

Entre os exemplos mais explícitos está a tese de que não falam por si. Aos
estrangeiros é negada a posse de uma voz, já que não podem ser reconhecidos
como parte. Sempre que os indígenas saem das fronteiras, tanto as físicas quanto
as simbólicas, impostas para que continuem fora, ainda que dentro, é reeditada a
versão de que são “massa de manobra” das ONGs. Vale a pena olhar com mais
atenção para essa versão narrativa, que está sempre presente, mas que em
momentos de acirramento dos conflitos ganha força.

Desta vez, a entrada dos indígenas no noticiário se deu por dois episódios: a morte
do terena Oziel Gabriel durante uma operação da Polícia Federal em Mato Grosso
do Sul, e a paralisação das obras de Belo Monte, no Pará, pela ocupação do canteiro

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pelos mundurucus. O terena Oziel Gabriel, 35 anos, morreu com um tiro na barriga
durante o cumprimento de uma ordem de reintegração de posse em favor de um
fazendeiro, envolvendo uma terra reconhecida como território indígena desde
1993. Pela lógica do discurso de que seriam manipulados pelas ONGs, Oziel e seu
grupo, se pensassem e agissem segundo suas próprias convicções, não estariam
reivindicando o direito assegurado constitucionalmente de viver na sua área
original. Tampouco estariam ali, porque a alternativa à luta pela terra seria virar
mão de obra barata ou semiescrava nas fazendas da região, ou rumar para as
periferias das cidades. Não. Os indígenas só seriam genuinamente indígenas se
aceitassem pacífica e silenciosamente o gradual desaparecimento de seu povo, sem
perturbar o país com seus insistentes pedidos para que a Constituição seja
cumprida.

No caso dos mundurucus, questionou-se exaustivamente a conveniência e a


legitimidade de sua presença no canteiro de obras da hidrelétrica de Belo Monte,
por estarem “a 800 quilômetros de sua terra”. De novo, os indígenas estariam
extrapolando fronteiras não escritas. Os mundurucus estavam ali porque suas
terras poderão ser afetadas por outras 14 hidrelétricas, desta vez na Bacia do
Tapajós, e pelo menos uma delas, São Luiz do Tapajós, deverá estar no leilão de
energia previsto para o início de 2014. Se não conseguirem fazer-se ouvir agora,
eles sabem que acontecerá com eles o mesmo que acabou de acontecer com os
povos do Xingu. Serão vítimas de um outro discurso muito em voga, o da obra
consumada. A trajetória de Belo Monte mostrou que a estratégia é tocar a obra,
mesmo sem o cumprimento das condicionantes socioambientais, mesmo sem a
devida escuta dos indígenas, mesmo com os conhecidos atropelamentos do
processo dentro e fora do governo, até que a usina esteja tão adiantada, já tenha
consumido tanto dinheiro, que parar seja quase impossível.

Adiantaria os mundurucus gritarem sozinhos lá no Tapajós, para serem


contemplados no seu direito constitucional, respaldado também por convenção da
Organização Internacional do Trabalho, de serem ouvidos sobre uma obra que vai
afetá-los? Não. Portanto, eles foram até Belo Monte se fazer ouvir. Mas, como são
indígenas, alguns acreditam que não seriam capazes de tal estratégia política. É
preciso resgatar, mais uma vez, o discurso da manipulação – ou da infiltração. Já
que, para serem indígenas legítimos, os mundurucus teriam de apenas aceitar toda
e qualquer obra – e, se fossem bons selvagens, talvez até agradecer aos chefes
brancos por isso.

Adaptado de: BRUM, Eliane. Índios, os estrangeiros nativos. Revista Época.


Disponível em: http://revistaepoca.globo.com/-Sociedade/eliane-
brum/noticia/2013/06/indios-os-estrangeirosnativos.html. Acessado em
02/05/2014.

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Considere as afirmações a seguir a respeito da utilização de recursos de pontuação
no texto.

I - A vírgula depois da palavra elites, na linha 03, é usada pelo mesmo motivo que a
vírgula da linha 06.

II - A vírgula da linha 04 é usada pelo mesmo motivo que a vírgula da linha 21.

III - As vírgulas da linha 14 são usadas para isolar o vocativo.

Quais estão corretas?


a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.

Questão 78: FAURGS - Ass Soc (TJ RS)/TJ RS/Classe PJ-J/2014


Assunto: Pontuação
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Índios, os estrangeiros nativos.

A volta dos indígenas à pauta de discussões do País tem gerado discursos bastante
reveladores sobre a impossibilidade de escutá-los como parte do Brasil que tem
algo a dizer não só sobre o seu lugar, mas também sobre si. Os indígenas parecem
ser, para uma parcela das elites, da população e do governo, algo que poderíamos
chamar de “estrangeiros nativos”. É um curioso caso de xenofobia, no qual aqueles
que aqui estavam são vistos como os de fora. No processo histórico de
estrangeirização da população originária, os indígenas foram escravizados,
catequizados, expulsos, em alguns casos, dizimados. A muito custo foram
reconhecidos como detentores de direitos, mas ainda hoje parecem ser aqueles
com quem a sociedade não índia tem uma dívida e em quem, para alguns setores –

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106
e não apenas os ruralistas –, seria melhor dar calote. Para que os de dentro
continuem fora, é preciso mante-los fora no discurso.

Entre os exemplos mais explícitos está a tese de que não falam por si. Aos
estrangeiros é negada a posse de uma voz, já que não podem ser reconhecidos
como parte. Sempre que os indígenas saem das fronteiras, tanto as físicas quanto
as simbólicas, impostas para que continuem fora, ainda que dentro, é reeditada a
versão de que são “massa de manobra” das ONGs. Vale a pena olhar com mais
atenção para essa versão narrativa, que está sempre presente, mas que em
momentos de acirramento dos conflitos ganha força.

Desta vez, a entrada dos indígenas no noticiário se deu por dois episódios: a morte
do terena Oziel Gabriel durante uma operação da Polícia Federal em Mato Grosso
do Sul, e a paralisação das obras de Belo Monte, no Pará, pela ocupação do canteiro
pelos mundurucus. O terena Oziel Gabriel, 35 anos, morreu com um tiro na barriga
durante o cumprimento de uma ordem de reintegração de posse em favor de um
fazendeiro, envolvendo uma terra reconhecida como território indígena desde
1993. Pela lógica do discurso de que seriam manipulados pelas ONGs, Oziel e seu
grupo, se pensassem e agissem segundo suas próprias convicções, não estariam
reivindicando o direito assegurado constitucionalmente de viver na sua área
original. Tampouco estariam ali, porque a alternativa à luta pela terra seria virar
mão de obra barata ou semiescrava nas fazendas da região, ou rumar para as
periferias das cidades. Não. Os indígenas só seriam genuinamente indígenas se
aceitassem pacífica e silenciosamente o gradual desaparecimento de seu povo, sem
perturbar o país com seus insistentes pedidos para que a Constituição seja
cumprida.

No caso dos mundurucus, questionou-se exaustivamente a conveniência e a


legitimidade de sua presença no canteiro de obras da hidrelétrica de Belo Monte,
por estarem “a 800 quilômetros de sua terra”. De novo, os indígenas estariam
extrapolando fronteiras não escritas. Os mundurucus estavam ali porque suas
terras poderão ser afetadas por outras 14 hidrelétricas, desta vez na Bacia do
Tapajós, e pelo menos uma delas, São Luiz do Tapajós, deverá estar no leilão de
energia previsto para o início de 2014. Se não conseguirem fazer-se ouvir agora,
eles sabem que acontecerá com eles o mesmo que acabou de acontecer com os
povos do Xingu. Serão vítimas de um outro discurso muito em voga, o da obra
consumada. A trajetória de Belo Monte mostrou que a estratégia é tocar a obra,
mesmo sem o cumprimento das condicionantes socioambientais, mesmo sem a
devida escuta dos indígenas, mesmo com os conhecidos atropelamentos do
processo dentro e fora do governo, até que a usina esteja tão adiantada, já tenha
consumido tanto dinheiro, que parar seja quase impossível.

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Adiantaria os mundurucus gritarem sozinhos lá no Tapajós, para serem
contemplados no seu direito constitucional, respaldado também por convenção da
Organização Internacional do Trabalho, de serem ouvidos sobre uma obra que vai
afetá-los? Não. Portanto, eles foram até Belo Monte se fazer ouvir. Mas, como são
indígenas, alguns acreditam que não seriam capazes de tal estratégia política. É
preciso resgatar, mais uma vez, o discurso da manipulação – ou da infiltração. Já
que, para serem indígenas legítimos, os mundurucus teriam de apenas aceitar toda
e qualquer obra – e, se fossem bons selvagens, talvez até agradecer aos chefes
brancos por isso.

Adaptado de: BRUM, Eliane. Índios, os estrangeiros nativos. Revista Época.


Disponível em: http://revistaepoca.globo.com/-Sociedade/eliane-
brum/noticia/2013/06/indios-os-estrangeirosnativos.html. Acessado em
02/05/2014.

Considere as propostas a seguir de alteração da pontuação do texto.

I - Retirada da vírgula depois de narrativa, na linha 11.

II - Retirada da vírgula depois de Sul, na linha 13.

III - Substituição da vírgula depois de voga, na linha 26, por dois-pontos.

Em quais delas o período resultante seria gramaticalmente correto?


a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.

Questão 79: PUC PR - Ana Jud (TJ PR)/TJ PR/Psicologia/2017


Assunto: Pontuação
Leia o texto para responder à questão.

Garota é encontrada vivendo entre macacos na Índia

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108
Uma garota de aproximadamente oito anos foi encontrada entre macacos na
floresta do santuário selvagem Katarniaghat, na Índia. As autoridades ainda não
conseguiram identificar a família da menina, nem mesmo como ela foi parar ali, (1)
mas ela já está sendo tratada em um hospital próximo. Apesar de possuir alguns
ferimentos pelo corpo e estar subnutrida, (2) ela tem apresentado conduta
agressiva, guinchando como um macaco quando se sente irritada.

A criança foi achada na companhia de três macacos enquanto a polícia fazia uma
patrulha pela região. Os policiais contam que, no momento em que a encontraram,
ela emitiu um grito parecido com o dos animais. "Ela estava com muito medo de nós,
não conseguia falar, nem nos ouvir direito", explica um dos inspetores, Ram Avtar
Singh.

A polícia, porém, não acredita que ela tenha passado anos ali, já que a floresta faz
parte de um santuário local. A teoria levantada é que os pais a tenham abandonado
na região devido aos problemas mentais da criança e algum tempo depois ela tenha
sido encontrada.

Segundo eles, (3) a menina estava com alguns machucados nas pernas e no
cotovelo, porém suas roupas não pareciam muito sujas. Ela foi encaminhada para o
hospital local, onde vem sendo tratada nos últimos dois meses. Quando ela se
recuperar totalmente, (4) a garota será enviada para o departamento de proteção
à criança do governo.

"Quando chegou aqui, ela estava com muito medo de nós, esquivando-se como um
animal, como um macaco", explicou o médico Dinesh Singh. "Nós cuidamos dela,
demos banho, alimentamo-la e a limpamos. Ela estava desnutrida e pode ter
comido o que os animais comiam. Às vezes, ela se irrita e precisamos acalmá-la; tem
sido difícil lidar com ela."

A menina já come sozinha, apesar de não pegar os alimentos de um prato — é


necessário colocá-los na cama para que ela se sinta à vontade para recolhê-los. De
acordo com os médicos, ela também já consegue andar "como uma pessoa normal",
sobre as duas pernas, mas já fez algumas tentativas de fuga. A polícia, agora,
procura saber quem é a família da menina.

Disponível em:
<http://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2017/04/garota-e-
encontrada-vivendo-entre-macacos-na-india.html>.

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109
Acesso em: 24/04/2017, às 19h21min (adaptado).

A seguir, você encontra quatro motivos para o emprego da vírgula e as quatro


ocorrências da vírgula numeradas no texto, de (1) a (4).

Relacione o motivo a cada uma delas e selecione a alternativa que completa os


parênteses CORRETAMENTE, de cima para baixo.

A. Isolamento de adjunto adverbial.

B. Separação de oração coordenada.

C. Isolamento de oração subordinada adverbial.

D. Separação de oração reduzida.

( ) Vírgula em (1).

( ) Vírgula em (2).

( ) Vírgula em (3).

( ) Vírgula em (4).

a) A – C – B – D.
b) B – D – A – C.
c) C – A – D – B.
d) B – A – D – C.
e) C – D – A – B.

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110
Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes
relativos, Conjunções etc)

Questão 80: VUNESP - EnfJ (TJ SP)/TJ SP/2009


Assunto: Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos,
Conjunções etc)
Leia o texto a seguir para responder à questão.

Em apenas 17 anos, a Inglaterra viu nascer três das mais importantes obras de sua
cultura pelo significado que tiveram para a religião, a literatura e a medicina: a
tradução autorizada da Bíblia pelo rei James I (1611), a edição das peças de William
Shakespeare (1623) e o tratado médico Exercitatio anatomica de motu cordis et
sanguinis in animalibus (1628). Este último livro, escrito por William Harvey (1578-
1657), é tido como o modelo fundador e o protótipo do método científico da
pesquisa médica atual. Conhecido como De motu cordis, o tratado foi lançado em
março pela editora Unifesp com o nome de Estudo anatômico do movimento do
coração e do sangue nos animais, em edição trilíngue (latim, francês e português).

O estudo de Harvey foi publicado em Frankfurt, na Alemanha, por precaução. Na


época, ainda imperavam os ensinamentos do médico grego Galeno de Pérgamo
(132-200 d.C.), estudioso e praticante da medicina hipocrática na Roma imperial.
Galeno descreveu corretamente a anatomia do coração e percebeu que ele
funcionava como uma bomba, porém acreditava que o sangue era fabricado no
fígado, de onde era distribuído aos outros órgãos e aos diversos tecidos. Também
achava que havia um "espírito vital", criado no coração, que percorria as artérias e
as veias junto com o sangue.

Essas impressões de Galeno perduraram por 14 séculos, até o início do século XVII.
Nesse período, foram ligeiramente modificadas por outros médicos, como os
italianos Realdo Colombo (1516-1559) e Andrea Cesalpino (1519-1603), sendo
definitivamente contestadas no De motu cordis. No livro, Harvey refere-se à
oposição que esperava receber de anatomistas que se empenhavam em demolir a
nova doutrina, em caluniá-la. Ele sabia que poderia ser perigoso contrariar as
centenárias doutrinas de Galeno, daí a escolha de Frankfurt para publicar seu
tratado. (...)

(Pesquisa Fapesp, 159, maio de 2009. Adaptado)

Assinale a alternativa que substitui, sem alteração de sentido, a conjunção porém


em – … porém acreditava que o sangue era fabricado no fígado, … – (2.o parágrafo).

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111
a) apesar disso.
b) em virtude disso.
c) posto que.
d) conclusivamente.
e) por causa disso.

Questão 81: FUNDATEC - Ana Sist (TJ RS)/TJ RS/Classe P/2010


Assunto: Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos,
Conjunções etc)
Instrução: Para responder à questão, leia o texto abaixo.

O Gigante Gaúcho

Até bem pouco tempo atrás, quem visitasse o Museu Júlio de Castilhos, no centro
de Porto Alegre, daria de cara com um par de botas tamanho 56 ao lado de objetos
que pertenceram a renomados personagens da história gaúcha, como Júlio de
Castilhos (1860-1903), Bento Gonçalves (1788-1847) e Getúlio Vargas (1882-
1954). E não é porque algum desses políticos locais tivesse pés descomunais. As
botas eram de um sujeito humilde chamado Francisco Ângelo Guerreiro (1892-
1925?), que ficou famoso nas arenas de circo e nos livros de medicina no início do
século XX por causa de seus 2,17 metros de altura, que lhe valeram o apelido de
“Gigante”.

A exposição de objetos de Guerreiro no museu mais antigo do Rio Grande do Sul


tem sido motivo de controvérsia há anos. Em uma “sala de curiosidades” – similar
às “câmaras de maravilhas”, de onde surgiram os primeiros museus de História
Natural – ficavam o par de botas, ao lado de outras de “tamanho normal”, e poucas
fotos de sua vida. A sala fazia a alegria dos visitantes, principalmente das crianças,
mas provocava desconforto entre os técnicos do museu, que a consideravam uma
“distorção” dentro do acervo. Em 1993, esse espaço foi desativado e seu material
levado para a reserva técnica, mas a reação do público foi tão negativa que as botas
tiveram de voltar no ano seguinte como parte de uma exposição temporária sobre
a vida do Gigante. Elas acabaram retornando às galerias do museu até que, no início
de 2007, foram retiradas novamente para serem recuperadas.

A enorme atenção que Guerreiro despertou durante sua vida tem muito a ver com
o tratamento que era dado no início do século XX a quem tinha alguma deficiência.
Embora(I) hoje possa parecer algo marginal e indecente, essas pessoas eram
expostas ao público, numa atividade lucrativa, popular e organizada. Guerreiro foi

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112
atração de várias exibições, em teatros e circos pelo país. Segundo (II) depoimento
de um irmão, quando o Gigante morreu, ele fazia parte do elenco do Circo
Sarrazani, onde se apresentava em uma jaula ao preço de um mil réis. As fotos que
estão no museu o mostram na época em que se exibia no Teatro Politeama. Ali ele
aparece de braços abertos, tendo abaixo de si homens altos, médios, baixos e
anões. Moreno, de tipo indígena, Guerreiro tinha braços, pés, mãos e rosto que
cresciam desproporcionalmente em relação ao resto do corpo. Ele sofria de uma
síndrome chamada acromegalia, que o fazia produzir o hormônio do crescimento
em excesso .

Depois de sua morte no Rio de Janeiro, as botas do Gigante viraram atração do


Museu Júlio de Castilhos – provavelmente, a mais popular de toda a casa. Sempre
havia quem perguntasse “se as botas ainda estavam lá”, referindo-se à sala de
curiosidades, lugar de maior concentração de pessoas nas visitas guiadas ao museu.
Além das peças de Guerreiro, também ficavam reunidos naquele espaço, de forma
desordenada, objetos exóticos, como membros de indígenas mumificados, adornos
andinos e animais defeituosos natimortos conservados em formol.

As visitas de estudantes, iniciadas na década de 1940, e o “trem da cultura”, projeto


que nos anos 1970 levava parte do acervo ao interior do Estado, ajudaram a tornar
ainda mais populares os objetos de Guerreiro, principalmente as botas, mostradas
a sucessivas gerações.

O interesse pelo Gigante no museu faz pensar que, se(III) o tempo em que o público
se divertia vendo pessoas com deficiência sendo expostas já passou, o diferente
ainda exerce um grande fascínio.

(Adaptado de NEDEL, Letícia Borges. Revista de História da Biblioteca Nacional. n.


57, junho de 2010)

Considere as seguintes sugestões de substituição de nexos no texto.

I - Embora por Visto que

II - Segundo por Conforme

III - se por caso

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113
Quais delas conservariam a correção e o sentido da frase em que ocorrem?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas II e III
e) I, II e III

Questão 82: CESPE - AJ (TJ CE)/TJ CE/Judiciária/"Sem Especialidade"/2014


Assunto: Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos,
Conjunções etc)
Texto para a questão

Por quase três décadas a comunidade científica tem buscado decifrar o fenômeno
das falsas memórias, ou seja, circunstâncias em que pessoas normais se lembram
de fatos específicos como se tivessem ocorrido durante determinados episódios de
suas vidas, quando, de fato, não ocorreram naquele momento ou jamais ocorreram.
Em virtude de suas implicações na área legal, tal fenômeno tem sido mais
conhecido pela comunidade forense. Avanços em pesquisas nessa área têm
influenciado, por exemplo, práticas de entrevistas para a obtenção de testemunhos
e técnicas de reconhecimento de suspeitos por testemunhas. Pesquisas também
têm gerado modificações na legislação de muitos países com relação a essas
práticas. No campo da psicoterapia, por sua vez, essa ainda é uma área pouco
explorada, embora algumas técnicas psicoterapêuticas estejam sendo revistas em
função do que se sabe hoje sobre os mecanismos que podem reduzir ou aumentar
as falsas memórias.

Rodrigo Grassi-Oliveira. Falsas Memórias: fundamentos científicos e


suas aplicações clínicas e jurídicas. In: Revista Brasileira de Psiquiatria, vol. 32, n.º 2,
2010, p. 204 (com adaptações).

Em relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto acima, assinale a opção
correta.
a) Prejudicaria o sentido original do texto caso o vocábulo “quando” (l.2) fosse
substituído por no momento em que.
b) A substituição de “Em virtude” (l.3) por Pela virtude preservaria a correção
gramatical e o sentido original do texto.

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114
c) No último período do texto, o trecho “que podem reduzir ou aumentar as falsas
memórias” exerce a função de complemento da forma verbal “sabe” (l.8).
d) Sem prejuízo do sentido original do texto e de sua correção gramatical, o trecho
“Pesquisas também têm gerado modificações na legislação de muitos países com
relação a essas práticas” (l.5 a 6) poderia ser reescrito da seguinte forma: Pesquisas
relativas a essas práticas vem gerando, ainda, modificações na legislação de muitos
países.
e) O emprego do particípio em “tem buscado” (l.1), “tivessem ocorrido” (l.2) e “tem
sido mais conhecido” (l.3 e 4) indica que a ação expressa nesses trechos foi
concluída em tempo anterior ao da escritura do texto.

Questão 83: FGV - AJ (TJ RO)/TJ RO/Administrador/2015


Assunto: Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos,
Conjunções etc)
Texto 1 –

Facebook

Vimos que o Vale do Silício é um tecnopolo importante, com indústria avançada, de


ponta, em que são feitos altos investimentos. Mas, às vezes, uma simples ideia pode
valer mais do que muita tecnologia. É o caso da maior rede social do mundo, o
Facebook.

Segundo o seu criador Mark Zuckerberg, em seu segundo ano da Universidade de


Harvard (2004), ele e seus amigos tinham muito a compartilhar: suas fotos, o que
estudavam, de que gostavam, entre tantas outras coisas que os amigos curtem.
Pensando nisso, Mark elaborou – em duas semanas e com apenas 19 anos de idade
– a primeira versão do que se tornaria essa famosa rede social.

Mas há quem diga que a história inicial não foi tão sublime, mas que tudo começou
como uma brincadeira: Mark teria colocado as fotos das garotas da Universidade
na internet, à revelia, para que os colegas escolhessem qual a mais bonita. Outro
detalhe não menos importante seria que o desenvolvimento do Facebook contou
com a colaboração de mais colegas, entre eles o brasileiro Eduardo Saverin,
reconhecido como o co-fundador do site.

De qualquer forma, e intrigas à parte, inovação e agilidade transformaram esse


pequeno projeto/brincadeira em uma empresa extremamente lucrativa, com mais

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115
de 500 milhões de usuários, faturamento bilionário e um valor de 50 bilhões de
dólares, estimado pelo Banco Sachs em janeiro de 2011, maior do que o da Time
Warner.

(Paulo Roberto Moraes, Urbanização e Metropolização, São Paulo, 2011)

Observe o seguinte segmento do texto 1: “Pensando nisso, Mark elaborou – em


duas semanas e com apenas 19 anos de idade – a primeira versão do que se tornaria
essa famosa rede social”. Sobre as duas formas do demonstrativo
esse/essa/esses/essas/isso empregadas, é correto afirmar que:
a) referem-se a termos anteriores, com certo distanciamento de tempo;
b) prendem-se a elementos mais próximos dentro do contexto;
c) ligam-se a fatos que ainda vão ser esclarecidos na progressão textual;
d) substituem termos anteriores, construindo coesão entre segmentos;
e) indicam proximidade dos elementos referidos em relação ao leitor.

Questão 84: FGV - AJ (TJ PI)/TJ PI/Administrativa/Analista Administrativo/2015


Assunto: Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos,
Conjunções etc)
Texto 1

Coordenação entre órgãos gestores

Um Plano de Contingência para o Trânsito necessita de planejamento prévio para


lidar com situações emergenciais e atuar em casos que venham a causar
transtornos nos principais corredores viários de uma cidade.

O aumento progressivo da frota de veículos provoca congestionamentos que


muitas vezes impedem que os procedimentos planejados de emergência sejam
adotados.

Nesses casos, passam a exigir ações mais criativas e diferenciadas, devendo ser
planejadas por equipes de técnicos especializados, com a parceria das
universidades.

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116
O gerenciamento de acidentes de trânsito, como a velocidade que se desfaz o local
de uma batida numa via estrutural, envolve o uso de equipamentos especiais, como
helicópteros, e de pessoal devidamente treinado para isso. É crucial haver
integração e coordenação entre os órgãos gestores da mobilidade urbana, para
solucionar rapidamente as demandas dessa natureza.

Situações como obras, fechamento de ruas e de faixas de tráfego, enchentes,


alagamentos das vias e quedas de encostas e árvores, que impedem a circulação
normal de veículos, necessitam de sinalização adequada, de informação relevante
e bem veiculada em várias mídias, de agentes de trânsito devidamente preparados,
de cavaletes e indicação dos desvios possíveis, para diminuir os impactos
negativos.

Podemos fazer analogia com um infarto e um AVC, que impedem o fluxo de sangue
e exigem providências urgentes para que a pessoa não morra. O mesmo fenômeno
ocorre com o trânsito, para que o fluxo seja restabelecido o mais rápido possível.

(Eva Vider, O Globo, 9/10/2015 - adaptado)

A oração adjetiva abaixo sublinhada que deveria vir introduzida com um pronome
relativo precedido de preposição é:
a) “lidar com situações emergenciais e atuar em casos que venham a causar
transtornos nos principais corredores viários de uma cidade”.
b) “O aumento progressivo da frota de veículos provoca congestionamentos que
muitas vezes impedem que os procedimentos planejados de emergência sejam
adotados”.
c) “O gerenciamento de acidentes de trânsito, como a velocidade que se desfaz o
local de uma batida numa via estrutural”.
d) “Situações como obras, fechamento de ruas e de faixas de tráfego, enchentes,
alagamentos das vias e quedas de encostas e árvores, que impedem a circulação
normal de veículos”.
e) “Podemos fazer analogia com um infarto e um AVC, que impedem o fluxo de
sangue...”.

Questão 85: FGV - AJ (TJ PI)/TJ PI/Administrativa/Analista Administrativo/2015

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Assunto: Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos,
Conjunções etc)
Texto 2

Semana Nacional do Trânsito

Estamos no último dia da Semana Nacional do Trânsito e vamos encerrar falando


sobre o tema que foi bem escolhido pelo Denatran: Seja Você a Mudança no
Trânsito.

Vivemos numa sociedade que tem o hábito de responsabilizar o Estado,


autoridades e governos pelas mazelas do país. Em muitos casos são críticas
absolutamente procedentes, mas, quando o tema é segurança no trânsito, não nos
podemos esquecer que quem faz o trânsito são seres humanos, ou seja, somos nós.

Deveríamos aproveitar a importância desta semana para refletir sobre nosso


comportamento como pedestres, passageiros, motoristas, motociclistas, ciclistas,
pais, enfim, como cidadãos cujas ações tem reflexo na nossa segurança, assim como
dos demais. O pedestre que não respeita a faixa coloca em risco sua vida e também
a do motorista e de terceiros. Muitas vezes para desviar de um pedestre e evitar
seu atropelamento, um motorista perde o controle do veículo e provoca um
acidente grave com outras pessoas que nada têm a ver com o comportamento do
pedestre. Não precisamos nem aprofundar as consequências dos motoristas que
andam em excesso de velocidade, sob efeito de álcool, ou que dirigem uma carreta
cansados. São todos fatores humanos que contribuem para o que chamamos de
acidente.

(....) Nesta semana nacional do trânsito pelo menos mil pessoas vão ter morrido nas
ruas e nas estradas. Não podemos mais tolerar esses números e, para que isso
mude realmente, é preciso que você e cada um de nós sejamos de fato os agentes
da mudança na direção de um trânsito mais seguro. Com certeza você pode
contribuir para isso, aproveite esta semana para refletir e conversar sobre o tema
com seus entes queridos e amigos, afinal, quem morre no trânsito é amigo ou
parente de alguém. Ninguém está livre disso.

Rodolfo Alberto Rizzotto (adaptado)

“Nesta semana nacional do trânsito pelo menos mil pessoas vão ter morrido nas
ruas e nas estradas. Não podemos mais tolerar esses números e, para que isso
mude realmente, é preciso que você e cada um de nós sejamos de fato os agentes

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da mudança na direção de um trânsito mais seguro. Com certeza você pode
contribuir para isso, aproveite esta semana para refletir e conversar sobre o tema
com seus entes queridos e amigos, afinal, quem morre no trânsito é amigo ou
parente de alguém. Ninguém está livre disso”.

Nesse parágrafo do texto 2, há um conjunto de demonstrativos empregados de


forma correta. O comentário inadequado sobre seu emprego é:
a) “nesta semana” / a forma “esta” se refere ao momento presente da enunciação;
b) “tolerar esses números” / a forma “esses” se refere ao número de mortos citado
anteriormente;
c) “para que isso mude” / a forma “isso” se refere ao alto número de acidentes
fatais;
d) “você pode contribuir para isso” / a forma “isso” se refere à mudança do número
de mortos;
e) “ninguém está livre disso” / a forma “disso” se refere à possibilidade de ter um
amigo ou parente morto no trânsito.

Questão 86: CONSULPLAN - JL (TJ MG)/TJ MG/2015


Assunto: Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos,
Conjunções etc)
Texto para responder à questão.

Vamos acabar com esta folga

O negócio aconteceu num café. Tinha uma porção de sujeitos, sentados nesse café,
tomando umas e outras. Havia brasileiros, portugueses, franceses, argelinos,
alemães, o diabo.

De repente, um alemão forte pra cachorro levantou e gritou que não via homem
pra ele ali dentro. Houve a surpresa inicial, motivada pela provocação e logo um
turco, tão forte como o alemão, levantou‐se de lá e perguntou:

— Isso é comigo?

— Pode ser com você também — respondeu o alemão.

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119
Aí então o turco avançou para o alemão e levou uma traulitada tão segura que caiu
no chão. Vai daí o alemão repetiu que não havia homem ali dentro pra ele.
Queimou‐se então um português que era maior ainda do que o turco. Queimou‐se
e não conversou. Partiu para cima do alemão e não teve outra sorte. Levou um
murro debaixo dos queixos e caiu sem sentidos.

O alemão limpou as mãos, deu mais um gole no chope e fez ver aos presentes que o
que dizia era certo. Não havia homem para ele ali naquele café. Levantou‐se então
um inglês troncudo pra cachorro e também entrou bem. E depois do inglês foi a vez
de um francês, depois de um norueguês etc. etc. Até que, lá do canto do café
levantou‐se um brasileiro magrinho, cheio de picardia para perguntar, como os
outros:

— Isso é comigo?

O alemão voltou a dizer que podia ser. Então o brasileiro deu um sorriso cheio de
bossa e veio vindo gingando assim pro lado do alemão. Parou perto, balançou o
corpo e... pimba! O alemão deu‐lhe uma porrada na cabeça com tanta força que
quase desmonta o brasileiro.

Como, minha senhora? Qual é o fim da história? Pois a história termina aí, madame.
Termina aí que é pros brasileiros perderem essa mania de pisar macio e pensar que
são mais malandros do que os outros.

(PONTE PRETA, Stanislaw. In: O melhor de Stanislaw Ponte Preta, 2. Ed. Rio de Janeiro:
José Olympio, 1979.)

Algumas palavras foram utilizadas no texto com o propósito de remeter a


elementos presentes no texto ou que são inferíveis a partir deste. Tal processo
contribui para que a tessitura textual ocorra de forma clara e compreensível.

Dentre os segmentos destacados a seguir, NÃO há ocorrência de tal mecanismo


linguístico apenas em:
a) “— Isso é comigo?” (3º§)
b) “— Pode ser com você também” (4º§)
c) “O negócio aconteceu num café.” (1º§)
d) “[...] cheio de picardia para perguntar, como os outros: [...]” (6º§)

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Questão 87: TJ PR (Ban. Exam.) - Ana Jud (TJ PR)/TJ PR/Odontologia/2006
Assunto: Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos,
Conjunções etc)
ANTÍDOTO PARA CRISES

Por Alexander Lucinski

(P1) Resolver conflitos, principalmente numa negociação, como comentei no artigo


do mês passado, implica a realização de um diagnóstico preciso das causas do
problema. Defendi a idéia de que essa análise precisa ter abrangência e
profundidade. Mas agora devo chamar a atenção dos executivos para os perigos de
limitar a abrangência do diagnóstico. Ao se fazer isso, compromete-se a
profundidade da análise e o próprio processo de mundança. O risco assumido nessa
prática é o de deixar de fora algumas causas relevantes, partindo para resolver
apenas os sintomas. O que certamente vai comprometer os resultados.

(P2) Vejamos um exemplo simples de como isso acontece na prática. Um líder


elabora um pedido de contratação de um novo executivo, mas faz isso de forma
incompleta porque não dispõe de um meio adequado para fazer essa solicitação.
Resultado, a bola chega quadrada para o RH, que faz o recrutamento baseado em
parâmetros errados e acaba selecionando alguém inapropriado para o cargo em
questão. De quem é a culpa: do líder ou do RH? Numa análise abrangente, percebe-
se que a falha está no processo de comunicação entre áreas, e não nas pessoas. Ou
seja, gerou-se um conflito entre duas pessoas ou dois departamentos por causa de
processos desalinhados ou mal construídos.

(P3)Para resolver de forma efetiva situações do gênero, é preciso analisar o


problema de uma forma mais ampla. Quando estamos trabalhando com grupos ou
organizações, utilizo o conceito de Visão Holística da Organização (VHO). Ele
consiste em um modelo de quatro dimensões, ou seja, a da identidade/estratégia
da empresa, a das relações/pessoas da companhia, a de seus processos/sistemas
(ou o jeito da companhia trabalhar) e, finalmente, a dimensão dos recursos da
corporação. Quando estamos trabalhando o indivíduo, utilizamos essa mesma
metodologia de análise, mas o modelo correspondente consiste em observar
outras quatro dimensões: a espiritual, a emocional, a cognitiva e a física. Assim,
chegamos à raiz do problema.

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(P4)O passo seguinte é perceber qual será o papel de cada profissional no processo
de mudança que foi estabelecido para solucionar o problema. São eles: o de agente
de mudança, que tem uma característica operacional do processo, e o de líder da
mudança, que concebe e conduz o processo. Às vezes, você desempenha esses dois
papéis simultaneamente. Falarei sobre esses papéis mais detalhadamente nos
próximos artigos, mas aqui cabe esclarecer que eles se sobrepõem aos outros
papéis que o profissional deve desempenhar no contexto da organização. Uma
última reflexão: seja qual for seu papel, não simplifique a fase de análise e
diagnóstico deixando de fora alguma das quatro dimensões. Na hora de atuar, no
entanto, simplifique suas ações. Não complique sua vida.

*Alexander Lucinski é sócio da Lucinski Consultoria e consultor sobre gestão de


crises e negociações em situações extremas

(Revista VOCÊ S.A., Edição 91, janeiro de 2006)

Analisando os elementos coesivos do texto e as funções sintáticas deles, assinale a


opção em que NÃO houve classificação adequada dos termos sublinhados.
a) isso (P1) – objeto direto – refere-se a “limitar a abrangência do diagnóstico”
b) isso (P2) – sujeito do verbo acontecer - refere-se ao comprometimento dos
resultados anunciados no P1.
c) “mas faz isso...” (P2) – objeto direto – refere-se ao pedido de contratação de um
novo executivo.
d) “... essa análise...” (P1) – adjunto adnominal – retoma a idéia “causas do
problema”, da linha anterior.
e) “...esses dois papéis...” – (P4) – adjunto adnominal – demonstra quais são os dois
papéis: “agente de mudança” e “líder”.

Questão 88: NC-UFPR - Ana Jud (TJ PR)/TJ PR/Administração/2013


Assunto: Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos,
Conjunções etc)
O texto a seguir é referência para a questão.

Um mundo transparente

Roberto Damatta

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122
Li uma vez uma lenda na qual se contava o seguinte:

Um gênio descobriu o poder da comunicação pelo pensamento. No início, foi uma


delícia poder falar sem sons – sem gemidos, lágrimas, sussurros e sorrisos. Como
no cinema mudo, as pessoas exultavam com o fato de comunicar-se pelo cérebro.
Bastava pensar numa pessoa e, pronto! – fazia-se o contato. [...]

O pensamento – invisível e inaudível, sinuoso, permanente, incontrolável e


invasivo como uma enchente – tornava a compreensão entre os seres humanos um
ato absoluto. E, justamente por isso(a), ele impedia tudo, principalmente os
sentimentos. Os primeiros a serem liquidados foram atos fundamentais: o fingir, o
disfarçar e o mentir. E, sem poder mentir, houve uma tal sinceridade que a
individualidade, com suas escolhas e seus(b) planos essencialmente secretos; as
paixões, com suas fúrias, inibições e gozos; e as esperanças, com suas expectativas,
desvaneceram-se. E assim muita gente se matou, especialmente no governo, nas
igrejas e na universidade. Muitos isolaram-se em casas com paredes de chumbo
que, descobriu-se, tornavam fracas as ondas mentais, diminuindo, mas
infelizmente não impedindo, a telepatia e a tragicomédia de um entendimento
total, completo e absoluto.

Em poucos anos, o drama que é justamente o que jaz eternamente entre o dito e o
não dito; o que fica encerrado dentro de cada qual sem ruído ou palavra; ou o que
se transforma em silêncio ou suspiro reprimido, tornou-se coisa do passado, e as
pessoas ficaram muito amargas e tristes porque não havia mais a distinção entre o
manifesto e o oculto, de modo que a comédia e o riso ficaram escassos. E, sem riso
e comédia, sumiram igualmente as lágrimas e o choro, pois não havia mais o que se
poderia exprimir além dos pensamentos. Ou melhor, sem as palavras e os seus sons,
não havia mais a vontade de exprimir sentimentos, os quais dependiam
exatamente das palavras, pois, como se sabe, nenhuma sentença verbal ou canto
traduz uma amizade, um desejo, um perdão, uma bênção, um ódio ou uma
esperança. Sem sons, o ato de dar, de receber e de retribuir palavras, músicas,
brindes, beijos e presentes sumiu. As descontinuidades entre os sons foram
suprimidas pelas continuidades dos pensamentos, o que(c) fez com que a
humanidade fosse atingida por um enorme silêncio, pois ninguém precisava
produzir sons para implorar, dar, perdoar, perguntar, discutir, rir, protestar ou
jogar conversa fora. Viviam todos num silêncio profundo lançando mensagens
telepáticas uns aos outros e, quando souberam que seus(d) ancestrais usavam da
fala para a comunicação, ficaram intrigados e com inveja. Foram ouvir o mar e os
ventos cujos sons lhes pareceram encantadores.

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Como todas as portas humanas, a novidade da telepatia também trouxe seus
problemas, pois o pensamento decorria de línguas naturais que eram variadas, mas
que, com a evolução da comunicação pelo pensamento, perderam seus lastros, suas
concretudes e suas diferenças. Agora ninguém podia dizer aquilo que só poderia
ser dito em inglês, alemão, russo, português, tupi ou chinês. A universalização
absoluta do telepático produziu uma perda irreparável nos modos de dizer porque
o pensamento puro se fazia numa só língua: uma espécie de Esperanto que juntava
todos os idiomas vivos e mortos, antigos e modernos, mas que não era língua
nenhuma. Dizem que a partir da telepatia, a poesia, a literatura, a música e os mitos
acabaram.

E os homens, como sempre, arrependeram-se e pediram de volta as suas línguas


antigas que permitiam o milagre das compreensões sempre incompreendidas. Mas
era tarde demais.

(Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,um-mundo-


transparente-,1068646,0.htm>. Acesso em 23 nov. 2013.)

As alternativas a seguir indicam os antecedentes de algumas formas pronominais


empregadas no texto. Assinale a INCORRETA.
a) “isso” → “tornava a compreensão entre os seres humanos um ato absoluto”.
b) “seus” → “a individualidade”.
c) “o que” → “as descontinuidades”.
d) “seus” → “todos”.

Questão 89: NC-UFPR - Ana Jud (TJ PR)/TJ PR/Arquitetura/2013


Assunto: Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos,
Conjunções etc)
O texto a seguir é referência para a questão.

A Praga que ficou na Idade Média

Felipe van Deursen

Kutná Hora cresceu graças a suas grandes minas de prata em uma época anterior
às colônias da América. Com isso, estima-se que 1/3 da prata da Europa saía da

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124
cidade. O metal enriqueceu o antigo reino da Boêmia até o século 15, período em
que a maioria dos prédios históricos da capital, Praga, foi construída. Assim, as
minas ajudaram a forjar uma das mais lindas cidades do mundo – mas ela não
reinava sozinha. Por três séculos, Kutná Hora foi uma rival à altura em importância
cultural e econômica. Isso até os tempos de bonança acabarem, no século 16. A
Boêmia foi anexada à poderosa Áustria, que reprimiu revoltas. A maior mina de
prata foi destruída em uma inundação. Por fim, a peste, a Guerra dos Trinta Anos e
um incêndio em 1770 acabaram com a cidade. Pobre e largada, ela nunca voltou a
ser o que era. Hoje na lista dos patrimônios da Unesco, Kutná Hora tem uma
atmosfera sinistra: no outono, é possível andar pelas ruas sem cruzar com ninguém.
E o que mais atrai visitantes à cidade, dominada pelo cheiro de tabaco de uma
fábrica da Philip Morris, não é a catedral de Santa Bárbara e suas três torres em
formato de lona de circo, mas o Ossuário de Sedlec. Nos tempos barra-pesada,
morreu tanta gente que o cemitério não deu conta e o ossuário acumulou milhares
de ossadas, largadas. Até que em 1870 um artesão decidiu fazer esculturas com os
ossos. A atração reforça o clima lúgubre daqui. Dá frio na espinha. Sem multidões,
sem vida cultural intensa, 500 anos de decadência pairam no ar numa beleza
melancólica. É a cidade que poderia ser Praga. Mas não foi.

(Revista Superinteressante, 328: 53, janeiro de 2014.)

As expressões “ela”, “que” e “ela” têm como referentes, no texto, respectivamente:


a) Kutná Hora – Boêmia – Praga.
b) Praga – Áustria – Kutná Hora.
c) Praga – Boêmia – Kutná Hora.
d) Kutná Hora – Áustria – Praga.

Questão 90: NC-UFPR - Ana Jud (TJ PR)/TJ PR/Economia/2013


Assunto: Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos,
Conjunções etc)
O texto a seguir é referência para a questão.

Também somos o chumbo das balas

Você está na sala assistindo à TV. Ou está no restaurante, com seus amigos. Ou está
voltando para casa depois de um dia de trabalho. Você ouve tiros, você ouve
bombas, você ouve gritos. Você olha e vê a polícia militar ocupando o seu bairro, a
sua rua. É difícil enxergar, por causa das bombas de gás lacrimogêneo, o que

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aumenta o seu medo. Logo, você está sem luz, porque a polícia atirou nos
transformadores. O garçom que o atendia cai morto com uma bala na cabeça. O
adolescente que você conhece desde pequeno cai morto. Um motorista está
dirigindo a sua van e cai ferido por um tiro. Agora você está aterrorizado. Os gritos
soam cada vez mais perto e você ouve a porta da casa do seu vizinho ser arrombada
por policiais, que quebram tudo, gritam com ele e com sua família. Em seguida você
vê os policiais saírem arrastando um saco preto. E sabe que é o seu vizinho dentro
dele. Por quê? Você não pergunta o porquê, do contrário será o próximo a ser
esculachado, a ter todos os seus bens, duramente conquistados com trabalho,
destruídos. Se você está em casa, não pode sair. Se você está na rua, não pode
entrar.

O que você faz?

Nada.

Você não faz nada porque não aconteceu com você(a)(c). Você não faz nada
especialmente porque se sente a salvo, porque sabe que não apenas não aconteceu,
como não acontecerá com você. Não aconteceu e não acontecerá no seu bairro.
Isso só acontece na favela(c), com os outros, aqueles que trabalham para você em
serviços mal remunerados(b).

Aconteceu na Nova Holanda, no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, na segunda-


feira passada (24/6). Com a justificativa de que pessoas se aproveitavam da
manifestação que ocorria na Avenida Brasil – o nome sempre tão simbólico – para
fazer arrastão, policiais ocuparam a favela. (...). Saldo final: 10 mortos, entre eles
“três moradores inocentes”.

Os brasileiros foram às ruas, algo de profundo mudou nas últimas semanas, tão
profundo que levaremos muito tempo para compreender. Mas algo de ainda mais
profundo não mudou. E, se esse algo ainda mais profundo não mudar, nenhuma
outra mudança terá o peso de uma transformação, porque nenhuma (d) terá sido
capaz de superar o fosso de uma sociedade desigual. A desigualdade que se
perpetua no concreto da vida cotidiana começa e persiste na cabeça de cada um.

(...)

Quando a polícia paulista reprimiu com violência os manifestantes de 13 de junho,


provocando uma ampliação dos movimentos de protesto não só em São Paulo, mas
em todo o Brasil, houve um choque da classe média porque, dessa vez, muitos

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daqueles que foram atingidos por balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo
eram seus filhos, irmãos e amigos. Como era possível que isso acontecesse?

(...)

É preciso que a classe média se olhe no espelho, se existe mesmo o desejo real de
mudança. É preciso que se olhe no espelho para encarar sua alma deformada. E
perceber que essa polícia reflete pelo menos uma de suas faces. Parece óbvio, do
contrário essa polícia não seguiria existindo e agindo impunemente, mas às vezes o
óbvio é esquecido em nome da conveniência.

(Eliane Brum, Revista Época, 03/07/2013. Disponível em:


<http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/eliane-
brum/noticia/2013/07/tambem-somos-o-chumbo-das-balasb.html>, acesso em
20 ago. 13).

Sobre relações referenciais construídas no texto, é correto afirmar:


a) No período “Você não faz nada porque não aconteceu com você”, está implícita
a repetição do pronome “nada” após “aconteceu”.
b) O referente de “outros” e de “aqueles que trabalham para você em serviços mal
remunerados” não coincidem na ordem da realidade.
c) O pronome “isso” em “Isso só acontece na favela” refere-se ao fato de “você não
fazer nada porque não aconteceu com você”.
d) O pronome indefinido “nenhuma” implica a supressão do substantivo
“mudança”.

Questão 91: FAURGS - Med Psi (TJ RS)/TJ RS/PJ-J/2016


Assunto: Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos,
Conjunções etc)
Todo mundo teve ao menos uma namorada esquisita, comigo não foi diferente.
Beber é trivial, bebe-se por prazer, para comemorar, para esquecer, para suportar
a vida, mas beber para ficar de ressaca nunca tinha visto. Essa era Stela, ela bebia
em busca do lado escuro do porre. Acreditava que precisava desse terremoto
orgânico para seu reequilíbrio espiritual.

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127
Sua ressaca era diferente, não como a nossa, tingida de culpa pelo excesso. A dela
era almejada, portanto com propriedades metafísicas. Nem por isso passava menos
mal, sofria muito, o desconforto era visível, pungente. Tomava coisas que poucos
profissionais do copo se arriscariam, destilados das marcas mais diabo. Ou então
era revés de um vinho da Serra com nome de Papa, algo que nem ao menos rolha
tinha, era de tampinha. Bebida que, com sua qualidade, desonrava,
simultaneamente, os vinhos e o pontífice.

Não era masoquismo. Acompanhando suas peregrinações etílicas, cheguei a outra


conclusão: ela realmente precisava daquilo. Stela inventara uma religião do Santo
Daime particular, caseira, sabia que era preciso passar pelo inferno para vislumbrar
o céu. Os porres eram uma provação cósmica, um ordálio voluntário, um encontro
reverencial com o sagrado.

Depois da devastação do pileque, ela ficava melhor. Uma lucidez calma a invadia,
sua beleza readquiria os traços que a marcavam, seus olhos voltavam ao brilho que
me encantara. Tinha mergulhado no poço da existência e reavaliado seus rumos.
Durante dias a paz reinava entre nós e entre ela e o mundo.

Mas bastava uma nova dúvida em sua vida, uma decisão a tomar, e ela requisitava
mais um inferno para se repensar. A rotina era extenuante. Quem aguenta uma
mulher que, em vez de falar sobre a vida, mergulha num porre xamânico? Mas o
amor perdoa. Lá estava eu ajudando-a a levantar-se de mais uma triste manguaça.
Fiquei expert em reidratar e reanimar mortos, em contornar enxaquecas siderais e
em amparar dengues existenciais.

Amava Stela pela inusitada maneira de consultar o destino. Triste era o


desencontro. Eu cansado por cuidá-la depois de uma noite mal dormida, servindo
de enfermeiro, e ela radiante, prenha da energia que a purgação lhe rendera.

Stela era irredutível no seu método terapêutico, dizia que só nesse estado se
encontrava com o melhor de seu ser. Reiterava que era mais sábia durante o
martírio. Insistia que, sóbria, em seu estado normal, sofria de um otimismo
injustificado que lhe turvava a realidade. Seu lema era: “Só na ressaca enxergamos
o mundo como ele é”.

Um dia, sem muitas palavras, Stela foi embora. Alguma ressaca oracular deve ter
lhe dito que eu não era bom para seu futuro. Não a culpo.

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128
Adaptado de: CORSO, M. O valor da ressaca. Zero Hora, n. 18489, 02/04/2016.
Disponível em: http://www.clicrbs.com.b /zerohora/
jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a5711255.xml&template=
3916.dwt&edition=28691&section=4572. Acessado em 02/04/2016.

Considere as seguintes formas encontradas no texto.

I - por
II - pelo
III - pela
IV - por

Quais veiculam ideia de causa?


a) Apenas III.
b) Apenas I e II.
c) Apenas III e IV.
d) Apenas I, II e IV.
e) Apenas I, III e IV.

Questão 92: FAURGS - AJ (TJ RS)/TJ RS/Apoio Especializado/Engenharia


Civil/2014
Assunto: Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos,
Conjunções etc)
Suspiros de fumaça

“Parar de fumar é muito fácil. Eu mesmo já parei umas 20 vezes.” Assim dizia meu
pai brincando para minimizar sua maior derrota: nunca conseguiu largar o cigarro.
Quando, pela doença, as proibições chegaram, fumava escondido. Anos depois que
partiu, minha mãe seguia encontrando maços em esconderijos insólitos.

Meu primeiro contato com o comércio foi comprando cigarros para meu pai.
Diligentemente, não aceitava o troco em balas, o acerto justo dignificava a missão.
Hoje me lembro dessas incursões com um pingo de culpa, como se nelas houvesse
uma névoa de conivência.

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129
Claro, eu era criança. Se é para ter culpa, melhor lembrar dos últimos anos do meu
avô materno, quando eu já era adolescente. Outro que levou o cigarro até o fim.
Embora a questão seja quem levou quem. Respirando muito mal, os médicos
cortaram-lhe o hábito. Mas houve um apelo e uma concessão: três meios cigarros
ao dia. Quando estava comigo, roubava no jogo e eu fazia escandalosa vista grossa.
Trocávamos olhares e eu esquecia de cortar o cigarro, ou me enganava na difícil
matemática que é discernir entre três e quatro.

Sinto falta do cheiro de tabacaria, de comprar cigarros, mas não sei o que faria com
eles. Eu jamais fumei e meus fumantes se foram. Não descobri se nunca fumei para
não desafiar quem derrotou meu pai ou para triunfar onde ele falhou.

Quando minha mulher chegou na minha vida, fumava. Trazia essa familiaridade de
um gozo que eu não entendia. O cigarro para Diana era um amigo fiel que pontuava
e sublinhava sua vida. Antes disso, depois daquilo, no momento de angústia, nos
momentos de alegria, contra a solidão, enfim, arrimo para todas as pausas. Mas
minha paciência com o cigarro, e o custo que ele me trouxe, já havia esgotado.
Agora, era eu ou ele. Quase perdi! Havia um inimigo na trincheira, minhas
memórias, tinha uma queda pelo inimigo. Mas consegui. Depois de anos de luta e
com o decisivo apoio da minha tropa de choque, minhas duas filhas, vencemos.

Se existe algo que aprendi com o cigarro é não menosprezar sua força e o preço que
os fumantes estão dispostos a pagar. Tingir de morte o seu prazer, como a medicina
explica e agora está impresso em qualquer maço, a meu ver, pouco ajuda. Talvez só
denote o que ele é, uma tourada com a finitude, desafiando e chamando a morte a
cada tragada.

O preço por esse prazer letal é enorme para a saúde pública. Mas o pior, talvez mais
doloroso por ser mais próximo, é testemunhar essa escolha entre a fuga solitária
do canudinho de fumaça e a nossa companhia. Gostaria que todos os fumantes que
amei tivessem preferido a minha companhia ____ dele, _______ preferência sempre
terei ciúme. Precisamos ganhar os fumantes de volta para nós.

Adaptado de: CORSO, Mário. Suspiros de fumaça. Zero Hora, 12/06/2014.

Assinale a alternativa que propõe o preenchimento correto para as lacunas das


linhas 54 e 55, na ordem em que aparecem.
a) à – cuja
b) a – de cuja
c) à – de cuja

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130
d) a – cuja
e) a – por cuja

Questão 93: FAURGS - Ass Soc (TJ RS)/TJ RS/Classe PJ-J/2014


Assunto: Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos,
Conjunções etc)
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Esqueça um pouco do celular e melhore suas relações

Em 2013, um restaurante em Jerusalém criou uma promoção interessante: os


donos do estabelecimento resolveram conceder descontos de 50% aos clientes
que se dispusessem a desligar os celulares durante a permanência no local. O
objetivo era permitir aos frequentadores uma experiência de degustação mais
tranquila e prazerosa, sem interrupções.

No Brasil, alguns estabelecimentos têm adotado medidas semelhantes. Em São


Paulo, um bar tradicional desenvolveu o copo off-line, que só fica de pé na mesa se
estiver apoiado sobre um celular. Todas essas iniciativas vêm atender a novas
necessidades, típicas de uma sociedade conectada.

Para se ter uma ideia, fechamos o ano de 2013 com 271,10 milhões de linhas ativas
de celular, segundo dados da Anatel. O aparelho, que antes tinha como única
função ampliar e agilizar a comunicação, hoje é também um computador de bolso.
“O mundo da tecnologia se parece com um parque de diversões para adultos”,
declara a psicóloga Rosa Maria Farah, coordenadora do NPPI (Núcleo de Pesquisas
da Psicologia em Informática) da PUC-SP. “Os smartphones têm funções lúdicas,
que carregam um aspecto de novidade e despertam a criança que vive dentro do
usuário”, diz.

E quem se deixa envolver por tanta sedução dificilmente é capaz de perceber se a


frequência do uso está passando dos limites e, mais ainda, de distinguir se aquela
espiadinha no celular, que muitas vezes interrompe outras atividades importantes,
acrescenta algo de relevante na vida pessoal. “O aparelho que tinha a função de
aproximar as pessoas pode fazer com que o indivíduo diminua suas habilidades
sociais”, explica a psicóloga Dora Sampaio Góes, do Hospital das Clínicas da USP.

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131
Estar sozinho com os próprios pensamentos também se tornou um desafio. “Fala-
se muito que a tecnologia interfere na relação com o outro, mas ela também
influencia na relação do indivíduo consigo mesmo”, afirma Rosa Maria. “O tempo
dedicado para se perder nas próprias ideias, sentimentos, refletir sobre o cotidiano
está cada vez menor. E isso interfere no desenvolvimento pessoal, já que não
encontramos espaço para avaliar ideias, posturas, valores e as expectativas de
vida”, explica.

Adaptado de OLIVEIRA, M.; TREVISAN, R. Esqueça um pouco do celular e melhore


suas relações. Disponível em
http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2014/04/07/esquec
a-um-pouco-do-celular-e-melhoresuas-relacoes.htm. Acesso em 15 de abril de
2014.

Considere as seguintes afirmações.

I - O pronome possessivo suas do título visa estreitar a ligação do leitor com o texto.

II - O pronome possessivo suas expressa uma relação de posse entre o indivíduo e


habilidades sociais.

III - O pronome isso faz referência ao uso do celular de maneira excessiva.

Quais estão corretas?


a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.

Questão 94: FAURGS - Ass Soc (TJ RS)/TJ RS/Classe PJ-J/2014


Assunto: Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos,
Conjunções etc)
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

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132
Índios, os estrangeiros nativos.

A volta dos indígenas à pauta de discussões do País tem gerado discursos bastante
reveladores sobre a impossibilidade de escutá-los como parte do Brasil que tem
algo a dizer não só sobre o seu lugar, mas também sobre si. Os indígenas parecem
ser, para uma parcela das elites, da população e do governo, algo que poderíamos
chamar de “estrangeiros nativos”. É um curioso caso de xenofobia, no qual aqueles
que aqui estavam são vistos como os de fora. No processo histórico de
estrangeirização da população originária, os indígenas foram escravizados,
catequizados, expulsos, em alguns casos, dizimados. A muito custo foram
reconhecidos como detentores de direitos, mas ainda hoje parecem ser aqueles
com quem a sociedade não índia tem uma dívida e em quem, para alguns setores –
e não apenas os ruralistas –, seria melhor dar calote. Para que os de dentro
continuem fora, é preciso mante-los fora no discurso.

Entre os exemplos mais explícitos está a tese de que não falam por si. Aos
estrangeiros é negada a posse de uma voz, já que não podem ser reconhecidos
como parte. Sempre que os indígenas saem das fronteiras, tanto as físicas quanto
as simbólicas, impostas para que continuem fora, ainda que dentro, é reeditada a
versão de que são “massa de manobra” das ONGs. Vale a pena olhar com mais
atenção para essa versão narrativa, que está sempre presente, mas que em
momentos de acirramento dos conflitos ganha força.

Desta vez, a entrada dos indígenas no noticiário se deu por dois episódios: a morte
do terena Oziel Gabriel durante uma operação da Polícia Federal em Mato Grosso
do Sul, e a paralisação das obras de Belo Monte, no Pará, pela ocupação do canteiro
pelos mundurucus. O terena Oziel Gabriel, 35 anos, morreu com um tiro na barriga
durante o cumprimento de uma ordem de reintegração de posse em favor de um
fazendeiro, envolvendo uma terra reconhecida como território indígena desde
1993. Pela lógica do discurso de que seriam manipulados pelas ONGs, Oziel e seu
grupo, se pensassem e agissem segundo suas próprias convicções, não estariam
reivindicando o direito assegurado constitucionalmente de viver na sua área
original. Tampouco estariam ali, porque a alternativa à luta pela terra seria virar
mão de obra barata ou semiescrava nas fazendas da região, ou rumar para as
periferias das cidades. Não. Os indígenas só seriam genuinamente indígenas se
aceitassem pacífica e silenciosamente o gradual desaparecimento de seu povo, sem
perturbar o país com seus insistentes pedidos para que a Constituição seja
cumprida.

No caso dos mundurucus, questionou-se exaustivamente a conveniência e a


legitimidade de sua presença no canteiro de obras da hidrelétrica de Belo Monte,

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Compartilhamento.
133
por estarem “a 800 quilômetros de sua terra”. De novo, os indígenas estariam
extrapolando fronteiras não escritas. Os mundurucus estavam ali porque suas
terras poderão ser afetadas por outras 14 hidrelétricas, desta vez na Bacia do
Tapajós, e pelo menos uma delas, São Luiz do Tapajós, deverá estar no leilão de
energia previsto para o início de 2014. Se não conseguirem fazer-se ouvir agora,
eles sabem que acontecerá com eles o mesmo que acabou de acontecer com os
povos do Xingu. Serão vítimas de um outro discurso muito em voga, o da obra
consumada. A trajetória de Belo Monte mostrou que a estratégia é tocar a obra,
mesmo sem o cumprimento das condicionantes socioambientais, mesmo sem a
devida escuta dos indígenas, mesmo com os conhecidos atropelamentos do
processo dentro e fora do governo, até que a usina esteja tão adiantada, já tenha
consumido tanto dinheiro, que parar seja quase impossível.

Adiantaria os mundurucus gritarem sozinhos lá no Tapajós, para serem


contemplados no seu direito constitucional, respaldado também por convenção da
Organização Internacional do Trabalho, de serem ouvidos sobre uma obra que vai
afetá-los? Não. Portanto, eles foram até Belo Monte se fazer ouvir. Mas, como são
indígenas, alguns acreditam que não seriam capazes de tal estratégia política. É
preciso resgatar, mais uma vez, o discurso da manipulação – ou da infiltração. Já
que, para serem indígenas legítimos, os mundurucus teriam de apenas aceitar toda
e qualquer obra – e, se fossem bons selvagens, talvez até agradecer aos chefes
brancos por isso.

Adaptado de: BRUM, Eliane. Índios, os estrangeiros nativos. Revista Época.


Disponível em: http://revistaepoca.globo.com/-Sociedade/eliane-
brum/noticia/2013/06/indios-os-estrangeirosnativos.html. Acessado em
02/05/2014.

Considere as afirmações a seguir a respeito da utilização de expressões no texto.

I - A expressão essa versão narrativa faz referência à versão daqueles que


manipulam os índios em suas manifestações de descontentamento.

II - A palavra ali da linha 17 faz referência ao local onde houve o cumprimento de


uma ordem de reintegração de posse em favor de um fazendeiro.

III - A palavra ali da linha 23 faz referência às terras dos índios mundurucus.

Quais estão corretas?


a) Apenas I.

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134
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.

Questão 95: PUC PR - Ana Jud (TJ PR)/TJ PR/Psicologia/2017


Assunto: Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos,
Conjunções etc)
Leia o texto a seguir que é parte de um artigo técnico.

A construção e manutenção de um ambiente de trabalho seguro e saudável não é


uma tarefa fácil. Ela requer disciplina, dedicação convencimento e capacitação
técnica. Os riscos associados ao exercício profissional têm uma ampla variedade de
agentes, com atuação permanente no ambiente de trabalho. Antecipar,
reconhecer, avaliar e controlar esses riscos é obrigação legal do empregador e
compromisso dos profissionais especializados em segurança e saúde. Entretanto,
as ações dessas duas partes só alcançam resultados efetivos com a participação
ativa dos trabalhadores, pois são eles que atuam diretamente nos sistemas.

MATTOS, Ricardo Pereira. Campos eletromagnéticos.


Disponível em: <http://www.ricardomattos.com/artigo.htm>. Acesso em: 15 abril
2017.

De acordo com o texto, “esses riscos”, “dessas duas partes” e “eles” correspondem,
respectivamente
a) ao ambiente de trabalho; do empregador e dos trabalhadores; trabalhadores.
b) à construção e manutenção da segurança; dos profissionais especializados em
saúde e segurança do trabalho; empregador e dos trabalhadores.
c) à capacitação técnica; do empregado e dos profissionais especializados;
trabalhadores.
d) ao exercício profissional; do empregador e dos trabalhadores; profissionais
especializados.
e) aos riscos associados ao exercício profissional; do empregador e dos
profissionais especializados em saúde e segurança; trabalhadores.

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135
Semântica
Questão 96: VUNESP - ContJ (TJ SP)/TJ SP/2013
Assunto: Sentidos
Leia a tira.

Nas frases da personagem que está na fila, o termo “para” é empregado


expressando ideia de
a) causa.
b) modo.
c) lugar.
d) finalidade.
e) oposição.

Questão 97: VUNESP - ContJ (TJ SP)/TJ SP/2015


Assunto: Sentidos
Leia a charge.

(Folha de S.Paulo, 15.02.2015)

As falas da personagem estruturam-se em relações de sentido de


a) negação.
b) redundância.
c) objetividade.
d) oposição.
e) causa e consequência.

Questão 98: FGV - AJ (TJ PI)/TJ PI/Administrativa/Analista Administrativo/2015


Assunto: Sentidos
Texto 1

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136
Coordenação entre órgãos gestores

Um Plano de Contingência para o Trânsito necessita de planejamento prévio para


lidar com situações emergenciais e atuar em casos que venham a causar
transtornos nos principais corredores viários de uma cidade.

O aumento progressivo da frota de veículos provoca congestionamentos que


muitas vezes impedem que os procedimentos planejados de emergência sejam
adotados.

Nesses casos, passam a exigir ações mais criativas e diferenciadas, devendo ser
planejadas por equipes de técnicos especializados, com a parceria das
universidades.

O gerenciamento de acidentes de trânsito, como a velocidade que se desfaz o local


de uma batida numa via estrutural, envolve o uso de equipamentos especiais, como
helicópteros, e de pessoal devidamente treinado para isso. É crucial haver
integração e coordenação entre os órgãos gestores da mobilidade urbana, para
solucionar rapidamente as demandas dessa natureza.

Situações como obras, fechamento de ruas e de faixas de tráfego, enchentes,


alagamentos das vias e quedas de encostas e árvores, que impedem a circulação
normal de veículos, necessitam de sinalização adequada, de informação relevante
e bem veiculada em várias mídias, de agentes de trânsito devidamente preparados,
de cavaletes e indicação dos desvios possíveis, para diminuir os impactos
negativos.

Podemos fazer analogia com um infarto e um AVC, que impedem o fluxo de sangue
e exigem providências urgentes para que a pessoa não morra. O mesmo fenômeno
ocorre com o trânsito, para que o fluxo seja restabelecido o mais rápido possível.

(Eva Vider, O Globo, 9/10/2015 - adaptado)

No texto 1 aparecem elementos que se relacionam, respectivamente, como causa


e consequência; os termos em que essa relação lógica mostra troca de posição é:
a) aumento da frota de veículos / congestionamentos;
b) intensos congestionamentos / ações criativas e diferenciadas;

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137
c) integração de órgãos gestores / solução de demandas;
d) gerenciamento de acidentes / uso de equipamentos especiais;
e) diminuição de impactos / uso de cavaletes e indicação de desvios.

Questão 99: FGV - AJ (TJ PI)/TJ PI/Administrativa/Analista Judicial/2015


Assunto: Sentidos
Texto 1

O site Cracked separou sete coisas que ninguém sabia sobre os celulares. São
várias teorias sobre a nocividade dos aparelhos sobre o corpo humano. Quer saber
quais são elas? Então vamos à lista:

1. Celulares são responsáveis pela destruição de famílias

Antes dos telefones celulares, os casais eram muito mais fiéis. Atualmente, a
grande maioria dos casos de adultério é combinada por telefones pessoais, pois
dessa forma não há tanto risco de outra pessoa atender às ligações. Isso sem falar
em reuniões familiares, que são constantemente atrapalhadas (ou ignoradas) por
filhos e filhas que preferem as mensagens de texto às conversas com os pais.

2. Ele põe sua vida em risco

No Brasil, falar ao celular enquanto se está no volante é uma infração de trânsito.


Isso acontece porque o telefone realmente tira a atenção dos motoristas. Mas há
relatos de que a distração causada pelos celulares vai muito mais além: até mesmo
quando estamos caminhando, ficamos mais suscetíveis a acidentes quando
estamos em ligações.

3. Seu telefone é uma colônia de bactérias

Um dos principais problemas dos celulares são os micróbios. Muitos utilizam os


aparelhos no banheiro, o que pode infectá-los com bactérias dos mais variados
tipos. Sujeiras dos bolsos, chão e mesas também afetam os telefones. Em suma, os
celulares são verdadeiras colônias de germes e outros pequenos vilões da saúde
humana.

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4. Mensagens estão em nosso subconsciente

Um estudo alemão mostrou que grande parte das pessoas de até 30 anos está com
os caminhos para a digitação de mensagens gravados no subconsciente. Isso
significa que, mesmo sem um teclado visível, os usuários conseguem saber onde
estão as letras de seus celulares.

Parece o mesmo que acontece com os teclados de computadores, mas nos


experimentos somente os números eram mostrados e, incrivelmente, as pessoas
envolvidas conseguiam decifrar os códigos mais rapidamente.

5. Você está perdendo seus sentidos

Em uma velocidade muito baixa, mas isso está acontecendo. Possivelmente os


celulares estejam fazendo com que seus olhos sejam afetados (a radiação faz com
que eles sejam aquecidos). Além disso, a audição pode estar sendo afetada por
volumes muito altos em fones de ouvido.

6. Eles deixam as crianças malcriadas

Estudos mostram um dado curioso. Mulheres que usam celular durante a gravidez
e durante os primeiros anos de vida de seus bebês têm 50% a mais de chances de
terem filhos com sérios problemas comportamentais. A causa disso? A radiação por
celulares estaria estimulando a liberação de melatonina (um hormônio que regula
várias funções corporais).

7. Celulares podem causar esterilidade

Segundo apontam cientistas, celulares emitem radiação eletromagnética. É ela


que, supostamente, causa danos ao cérebro. Novas teorias apontam para o fato de
que essa mesma radiação poderia ser responsável por afetar também o sistema
reprodutor dos homens. Como os celulares ficam muito tempo nos bolsos, isso
poderia ser uma causa da esterilidade.

Entre os segmentos abaixo, aquele em que o grau destacado contraria a lógica, pois
a qualidade apontada NÃO admite gradação é:
a) “Mas há relatos de que a distração causada pelos celulares vai muito mais além”;

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139
b) “Muitos utilizam os aparelhos no banheiro, o que pode infectá-los com bactérias
dos mais variados tipos”;
c) “...as pessoas envolvidas conseguiam decifrar os códigos mais rapidamente”;
d) “...ficamos mais suscetíveis a acidentes quando estamos em ligações”;
e) “Antes dos telefones celulares, os casais eram muito mais fiéis”.

Questão 100: FGV - AJ (TJ PI)/TJ PI/Administrativa/Analista Judicial/2015


Assunto: Sentidos
Texto 1

O site Cracked separou sete coisas que ninguém sabia sobre os celulares. São
várias teorias sobre a nocividade dos aparelhos sobre o corpo humano. Quer saber
quais são elas? Então vamos à lista:

1. Celulares são responsáveis pela destruição de famílias

Antes dos telefones celulares, os casais eram muito mais fiéis. Atualmente, a
grande maioria dos casos de adultério é combinada por telefones pessoais, pois
dessa forma não há tanto risco de outra pessoa atender às ligações. Isso sem falar
em reuniões familiares, que são constantemente atrapalhadas (ou ignoradas) por
filhos e filhas que preferem as mensagens de texto às conversas com os pais.

2. Ele põe sua vida em risco

No Brasil, falar ao celular enquanto se está no volante é uma infração de trânsito.


Isso acontece porque o telefone realmente tira a atenção dos motoristas. Mas há
relatos de que a distração causada pelos celulares vai muito mais além: até mesmo
quando estamos caminhando, ficamos mais suscetíveis a acidentes quando
estamos em ligações.

3. Seu telefone é uma colônia de bactérias

Um dos principais problemas dos celulares são os micróbios. Muitos utilizam os


aparelhos no banheiro, o que pode infectá-los com bactérias dos mais variados
tipos. Sujeiras dos bolsos, chão e mesas também afetam os telefones. Em suma, os

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140
celulares são verdadeiras colônias de germes e outros pequenos vilões da saúde
humana.

4. Mensagens estão em nosso subconsciente

Um estudo alemão mostrou que grande parte das pessoas de até 30 anos está com
os caminhos para a digitação de mensagens gravados no subconsciente. Isso
significa que, mesmo sem um teclado visível, os usuários conseguem saber onde
estão as letras de seus celulares.

Parece o mesmo que acontece com os teclados de computadores, mas nos


experimentos somente os números eram mostrados e, incrivelmente, as pessoas
envolvidas conseguiam decifrar os códigos mais rapidamente.

5. Você está perdendo seus sentidos

Em uma velocidade muito baixa, mas isso está acontecendo. Possivelmente os


celulares estejam fazendo com que seus olhos sejam afetados (a radiação faz com
que eles sejam aquecidos). Além disso, a audição pode estar sendo afetada por
volumes muito altos em fones de ouvido.

6. Eles deixam as crianças malcriadas

Estudos mostram um dado curioso. Mulheres que usam celular durante a gravidez
e durante os primeiros anos de vida de seus bebês têm 50% a mais de chances de
terem filhos com sérios problemas comportamentais. A causa disso? A radiação por
celulares estaria estimulando a liberação de melatonina (um hormônio que regula
várias funções corporais).

7. Celulares podem causar esterilidade

Segundo apontam cientistas, celulares emitem radiação eletromagnética. É ela


que, supostamente, causa danos ao cérebro. Novas teorias apontam para o fato de
que essa mesma radiação poderia ser responsável por afetar também o sistema
reprodutor dos homens. Como os celulares ficam muito tempo nos bolsos, isso
poderia ser uma causa da esterilidade.

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O texto 1 é marcado pela imprecisão; o segmento do texto em que essa imprecisão
está ausente é:
a) “É ela que, supostamente, causa danos ao cérebro”.
b) “Novas teorias apontam para o fato de que essa mesma radiação poderia ser
responsável por afetar também o sistema reprodutor dos homens”.
c) “Parece o mesmo que acontece com os teclados de computadores, mas nos
experimentos somente os números eram mostrados...”.
d) “Possivelmente os celulares estejam fazendo com que seus olhos sejam
afetados...”.
e) “Atualmente, a grande maioria dos casos de adultério é combinada por
telefones pessoais, pois dessa forma não há tanto risco de outra pessoa atender às
ligações...”.

Questão 101: FAURGS - AJ (TJ RS)/TJ RS/Apoio Especializado/Engenharia


Civil/2014
Assunto: Sentidos
Suspiros de fumaça

“Parar de fumar é muito fácil. Eu mesmo já parei umas 20 vezes.” Assim dizia meu
pai brincando para minimizar sua maior derrota: nunca conseguiu largar o cigarro.
Quando, pela doença, as proibições chegaram, fumava escondido. Anos depois que
partiu, minha mãe seguia encontrando maços em esconderijos insólitos.

Meu primeiro contato com o comércio foi comprando cigarros para meu pai.
Diligentemente, não aceitava o troco em balas, o acerto justo dignificava a missão.
Hoje me lembro dessas incursões com um pingo de culpa, como se nelas houvesse
uma névoa de conivência.

Claro, eu era criança. Se é para ter culpa, melhor lembrar dos últimos anos do meu
avô materno, quando eu já era adolescente. Outro que levou o cigarro até o fim.
Embora a questão seja quem levou quem. Respirando muito mal, os médicos
cortaram-lhe o hábito. Mas houve um apelo e uma concessão: três meios cigarros
ao dia. Quando estava comigo, roubava no jogo e eu fazia escandalosa vista grossa.
Trocávamos olhares e eu esquecia de cortar o cigarro, ou me enganava na difícil
matemática que é discernir entre três e quatro.

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142
Sinto falta do cheiro de tabacaria, de comprar cigarros, mas não sei o que faria com
eles. Eu jamais fumei e meus fumantes se foram. Não descobri se nunca fumei para
não desafiar quem derrotou meu pai ou para triunfar onde ele falhou.

Quando minha mulher chegou na minha vida, fumava. Trazia essa familiaridade de
um gozo que eu não entendia. O cigarro para Diana era um amigo fiel que pontuava
e sublinhava sua vida. Antes disso, depois daquilo, no momento de angústia, nos
momentos de alegria, contra a solidão, enfim, arrimo para todas as pausas. Mas
minha paciência com o cigarro, e o custo que ele me trouxe, já havia esgotado.
Agora, era eu ou ele. Quase perdi! Havia um inimigo na trincheira, minhas
memórias, tinha uma queda pelo inimigo. Mas consegui. Depois de anos de luta e
com o decisivo apoio da minha tropa de choque, minhas duas filhas, vencemos.

Se existe algo que aprendi com o cigarro é não menosprezar sua força e o preço que
os fumantes estão dispostos a pagar. Tingir de morte o seu prazer, como a medicina
explica e agora está impresso em qualquer maço, a meu ver, pouco ajuda. Talvez só
denote o que ele é, uma tourada com a finitude, desafiando e chamando a morte a
cada tragada.

O preço por esse prazer letal é enorme para a saúde pública. Mas o pior, talvez mais
doloroso por ser mais próximo, é testemunhar essa escolha entre a fuga solitária
do canudinho de fumaça e a nossa companhia. Gostaria que todos os fumantes que
amei tivessem preferido a minha companhia ____ dele, _______ preferência sempre
terei ciúme. Precisamos ganhar os fumantes de volta para nós.

Adaptado de: CORSO, Mário. Suspiros de fumaça. Zero Hora, 12/06/2014.

Na frase em que se encontra, a expressão pela doença expressa uma ideia de


a) meta.
b) percurso.
c) causa.
d) conclusão.
e) concessão.

Questão 102: FAURGS - AJ (TJ RS)/TJ RS/Apoio Especializado/Engenharia


Civil/2014
Assunto: Sentidos

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143
Suspiros de fumaça

“Parar de fumar é muito fácil. Eu mesmo já parei umas 20 vezes.” Assim dizia meu
pai brincando para minimizar sua maior derrota: nunca conseguiu largar o cigarro.
Quando, pela doença, as proibições chegaram, fumava escondido. Anos depois que
partiu, minha mãe seguia encontrando maços em esconderijos insólitos.

Meu primeiro contato com o comércio foi comprando cigarros para meu pai.
Diligentemente, não aceitava o troco em balas, o acerto justo dignificava a missão.
Hoje me lembro dessas incursões com um pingo de culpa, como se nelas houvesse
uma névoa de conivência.

Claro, eu era criança. Se é para ter culpa, melhor lembrar dos últimos anos do meu
avô materno, quando eu já era adolescente. Outro que levou o cigarro até o fim.
Embora a questão seja quem levou quem. Respirando muito mal, os médicos
cortaram-lhe o hábito. Mas houve um apelo e uma concessão: três meios cigarros
ao dia. Quando estava comigo, roubava no jogo e eu fazia escandalosa vista grossa.
Trocávamos olhares e eu esquecia de cortar o cigarro, ou me enganava na difícil
matemática que é discernir entre três e quatro.

Sinto falta do cheiro de tabacaria, de comprar cigarros, mas não sei o que faria com
eles. Eu jamais fumei e meus fumantes se foram. Não descobri se nunca fumei para
não desafiar quem derrotou meu pai ou para triunfar onde ele falhou.

Quando minha mulher chegou na minha vida, fumava. Trazia essa familiaridade de
um gozo que eu não entendia. O cigarro para Diana era um amigo fiel que pontuava
e sublinhava sua vida. Antes disso, depois daquilo, no momento de angústia, nos
momentos de alegria, contra a solidão, enfim, arrimo para todas as pausas. Mas
minha paciência com o cigarro, e o custo que ele me trouxe, já havia esgotado.
Agora, era eu ou ele. Quase perdi! Havia um inimigo na trincheira, minhas
memórias, tinha uma queda pelo inimigo. Mas consegui. Depois de anos de luta e
com o decisivo apoio da minha tropa de choque, minhas duas filhas, vencemos.

Se existe algo que aprendi com o cigarro é não menosprezar sua força e o preço que
os fumantes estão dispostos a pagar. Tingir de morte o seu prazer, como a medicina
explica e agora está impresso em qualquer maço, a meu ver, pouco ajuda. Talvez só
denote o que ele é, uma tourada com a finitude, desafiando e chamando a morte a
cada tragada.

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144
O preço por esse prazer letal é enorme para a saúde pública. Mas o pior, talvez mais
doloroso por ser mais próximo, é testemunhar essa escolha entre a fuga solitária
do canudinho de fumaça e a nossa companhia. Gostaria que todos os fumantes que
amei tivessem preferido a minha companhia ____ dele, _______ preferência sempre
terei ciúme. Precisamos ganhar os fumantes de volta para nós.

Adaptado de: CORSO, Mário. Suspiros de fumaça. Zero Hora, 12/06/2014.

Assinale a alternativa que apresenta uma ocorrência em que a forma para é uma
conjunção adverbial final.
a) para
b) para
c) para
d) para
e) para

Figuras de Linguagem
Questão 103: VUNESP - ContJ (TJ SP)/TJ SP/2013
Assunto: Figuras de Linguagem
Segundo o dicionário Houaiss, a personificação é uma “figura de retórica pela qual
se atribui a um ser inanimado ou abstrato características tipicamente humanas”.
Tal definição é comprovada com a seguinte passagem do texto:
a) Insensivelmente, o escritor as desviou de seu sentido comum e costumeiro...
b) Escritor e leitor possuem o mesmo repertório disponível de palavras, coisas,
fatos, experiências...
c) Começo distraidamente a ler um livro.
d) O livro que eu parecia soberanamente dominar apossa- se de mim, interpela-me,
arrasta-me para o que eu não sabia, para o novo.
e) Contribuo com alguns pensamentos, julgo entender o que está escrito porque
conheço a língua e as coisas indicadas pelas palavras...

Questão 104: FGV - AJ (TJ PI)/TJ PI/Administrativa/Analista Administrativo/2015


Assunto: Figuras de Linguagem

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A charge anterior apoia-se na estrutura de uma figura de linguagem, que é:
a) a hipérbole;
b) o eufemismo;
c) a catacrese;
d) o pleonasmo;
e) a metáfora.

Questão 105: VUNESP - PsiJ (TJ SP)/TJ SP/2017


Assunto: Figuras de Linguagem
Leia o texto para responder à questão.

Surgiu a Maria da Anália, pediu se eu podia vender um pedaço de toucinho.

– Não vou vender. Quando você engordou e matou o teu porco, eu não fui
aborrecer-te.

Ela começou a dizer que queria só o toucinho. Perpassei o olhar no povo. Fitavam o
toucinho igual a raposa quando fita uma galinha. Pensei: e se eles invadir o quintal?
Resolvi levar o toucinho para dentro de casa o mais depressa possível. Fitei as
tabuas do barraco, que já estão podres. Se eles invadir, adeus barraco.

Juro que fiquei com medo...

(Carolina Maria de Jesus. Quarto de despejo – diário de uma favelada, 1993.


Adaptado)

Na passagem “Perpassei o olhar no povo. Fitavam o toucinho igual a raposa quando


fita uma galinha. Pensei: e se eles invadir o quintal?”, os termos destacados
denotam a seguinte figura de sintaxe:
a) pleonasmo, já que ocorre a repetição, para fins de clareza, de um termo
anteriormente expresso.
b) zeugma, já que o termo “povo” não aparece na última oração, mas está implícito.
c) anacoluto, já que existe a quebra da estruturação lógica e sintática da oração.
d) silepse de número, já que se alternam entre as expressões o singular e o plural.

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146
e) silepse de pessoa, já que se tem a terceira pessoa do singular e a terceira do
plural.

Interpretação de Textos (compreensão)


Questão 106: VUNESP - CDJ (TJ SP)/TJ SP/2010
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.

Com a criação da Secretaria Estadual de Saúde paulista, em 1947, instituiu-se a


recomendação de que os centros de saúde contassem com um "Serviço de Higiene
Bucodentária". Desde então, sucessivos arranjos institucionais marcaram a
organização da assistência odontológica pública, tanto em São Paulo como em
outras unidades federativas.

Embora os profissionais buscassem desenvolver ações educativas, sua prática


clínica reproduzia, essencialmente, o que faziam os dentistas nos consultórios
particulares. A abordagem era individual e não se lograva realizar um diagnóstico
de situação em termos populacionais e, menos ainda, se utilizava qualquer
tecnologia de programação resultante de processos de planejamento que
considerassem a saúde bucal da população como um todo.

Tal cenário mudou radicalmente quando, em 1952, o SESP – Serviço Especial de


Saúde Pública – implementou os primeiros programas de odontologia sanitária,
inicialmente em Aimorés, MG, e em seguida em vários municípios do Norte,
Nordeste e Sudeste do Brasil. O alvo principal desses programas era a população
em idade escolar, tida como epidemiologicamente mais vulnerável e, ao mesmo
tempo, a mais sensível às intervenções de saúde pública. Assim, métodos e técnicas
de planejamento e programação em saúde passaram a fazer parte do cotidiano de
dezenas de profissionais de odontologia em várias regiões do País.

A odontologia de mercado seguia absolutamente majoritária, mas deixou de ser a


única modalidade assistencial neste segmento do setor saúde.

(NARVAI, P.C. "Saúde bucal coletiva: caminhos da odontologia sanitária à


bucalidade". Com adaptações. Revista de Saúde Pública, v. 40, São Paulo, ago.
2006. Disponível em: www.scielosp.org/pdf/rsp/v40nspe/30633.pdf)

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De acordo com o texto, a organização da assistência odontológica pública, antes da
implantação dos primeiros programas de odontologia sanitária, estava
caracterizada pela atuação dos profissionais de forma
a) distinta do que havia em relação aos consultórios particulares, nos quais se dava
menos atenção ao planejamento da saúde bucal.
b) bastante engajada aos preceitos das ações educativas, tal como era comum nos
consultórios particulares.
c) articulada com os propósitos de diagnóstico de situação em termos
populacionais, com mais prevenção do que atendimento.
d) análoga ao que se vivenciava nos consultórios particulares, com ações que
privilegiavam a abordagem individual.
e) alternativa ao tipo de atendimento dos consultórios particulares, privilegiando
abordagens preventivas e coletivas.

Questão 107: VUNESP - CDJ (TJ SP)/TJ SP/2010


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
A questão refere-se ao texto que segue.

A odontologia de mercado jamais perdeu a hegemonia no sistema de saúde


brasileiro. Em linhas gerais, sua concepção de prática centrada na assistência
odontológica ao indivíduo doente, realizada com exclusividade por um sujeito
individual no restrito ambiente clínico-cirúrgico, não apenas predomina no setor
privado, como segue exercendo poderosa influência sobre os serviços públicos. A
essência da odontologia de mercado está na base biológica e individual sobre a qual
constrói seu fazer clínico e em sua organicidade ao modo de produção capitalista,
com a transformação dos cuidados de saúde em mercadorias, solapando a saúde
como bem comum sem valor de troca, e impondo-lhes as deformações
mercantilistas e éticas sobejamente conhecidas.

Neste início do século XXI, a maioria dos serviços públicos odontológicos


brasileiros reproduz, mecânica e acriticamente, os elementos nucleares do modelo
de prática odontológica do setor privado de prestação de serviços.

(NARVAI, P.C. "Saúde bucal coletiva: caminhos da odontologia sanitária à


bucalidade". Com adaptações. Revista de Saúde Pública, v. 40, São Paulo, ago.
2006. Disponível em: www.scielosp.org/pdf/rsp/v40nspe/30633.pdf)

Conforme as informações apresentadas no texto, entende-se que

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148
a) há uma crítica ao sistema de saúde brasileiro, que ignora a odontologia de
mercado e deixa a população sem o devido atendimento.
b) a lógica da odontologia de mercado, com a transformação da saúde em
mercadoria, impõe-se no serviço público de forma inovadora e crítica.
c) há explicitamente uma crítica à odontologia de mercado, pois esta compromete
a qualidade da saúde da população brasileira.
d) se faz apologia à essência da odontologia de mercado, que minimiza as práticas
que reproduzem o mecanicismo e a acriticidade.
e) a odontologia dos serviços públicos do início do século XXI apresenta
encaminhamentos diversos do que se postula no sistema capitalista.

Questão 108: VUNESP - ContJ (TJ SP)/TJ SP/2008


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.
Recado ao senhor 903

Vizinho,

Quem fala aqui é o homem do 1003. Recebi outro dia, consternado, a visita do
zelador, que me mostrou a carta em que o senhor reclamava contra o barulho em
meu apartamento. Recebi depois a sua própria visita pessoal – devia ser meia-noite
– e a sua veemente reclamação verbal. Devo dizer que estou desolado com tudo
isso, elhe dou inteira razão. O regulamento do prédio é explícito e, se não o fosse, o
senhor ainda teria ao seu lado a Lei e a Polícia. Quem trabalha o dia inteiro tem
direito ao repouso noturno e é impossível repousar no 903, quando há vozes,
passos e música no 1003. Ou melhor: é impossível ao 903 dormir, quando o 1003
se agita; pois como não sei o seu nome nem o senhor sabe o meu, ficamos reduzidos
a ser dois números, dois números empilhados entre dezenas de outros. Eu, o 1003,
me limito, a Leste pelo 1005, a Oeste pelo 1001, ao Sul pelo Oceano Atlântico, ao
Norte pelo 1004, ao alto pelo 1103 e embaixo pelo 903 – que é o senhor. Todos
esses números são comportados e silenciosos; apenas eu e o Oceano Atlântico
fazemos algum ruído e funcionamos fora dos horários civis; nós dois apenas nos
agitamos e bramimos ao sabor da maré, dos ventos e da lua. Prometo sinceramente
adotar, depois das 22 horas, de hoje em diante, um comportamento de manso lago
azul. Prometo. Quem vier à minha casa (perdão: ao meu número) será convidado a
se retirar às 21:45, e explicarei: o 903 precisa repousar das 22 às 7 pois às 8:15
deve deixar o 783 para tomar o 109 que o levará até o 527 de outra rua, onde ele
trabalha na sala 305. Nossa vida, vizinho, está toda numerada; e reconheço que ela
só pode ser tolerada, quando um número não incomoda outro número, mas o

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Compartilhamento.
149
respeita, ficando dentro dos limites de seus algarismos. Peço-lhe desculpas – e
prometo silêncio.

... Mas que me seja permitido sonhar com outra vida e outro mundo, em que um
homem batesse à porta do outro e dissesse: "Vizinho, são três horas da manhã e
ouvi música em tua casa. Aqui estou." E o outro respondesse: "Entra, vizinho, e
come de meu pão e bebe de meu vinho. Aqui estamos todos a bailar e cantar, pois
descobrimos que a vida é curta e a lua é bela."

E o homem trouxesse sua mulher, e os dois ficassem entre os amigos e amigas do


vizinho entoando canções para agradecer a Deus o brilho das estrelas e o murmúrio
da brisa nas árvores, e o dom da vida e a amizade entre os humanos, e o amor e a
paz.

(Rubem Braga, Para gostar de ler: crônicas)

Assinale a alternativa correta de acordo com os sentidos do texto.


a) O 903 não deve exigir do 1003 o cumprimento da lei porque ele também está
em desacordo com ela.
b) O 1003 revela postura submissa ao regulamento e aceita sem contestação
segui-lo integralmente.
c) O 1003 pode ficar em desacordo com o regulamento, mas procura ser fiel aos
valores que norteiam um estilo ideal de vida.
d) Depois de ouvir as razões do 1003, o 903 concorda em relativizar as condições
do regulamento do prédio.
e) Ao procurar o 1003 em sua própria casa, o 903 revela comportamento
conciliador e flexível.

Questão 109: VUNESP - EnfJ (TJ SP)/TJ SP/2009


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto a seguir para responder à questão.

Em apenas 17 anos, a Inglaterra viu nascer três das mais importantes obras de sua
cultura pelo significado que tiveram para a religião, a literatura e a medicina: a
tradução autorizada da Bíblia pelo rei James I (1611), a edição das peças de William
Shakespeare (1623) e o tratado médico Exercitatio anatomica de motu cordis et
sanguinis in animalibus (1628). Este último livro, escrito por William Harvey (1578-
1657), é tido como o modelo fundador e o protótipo do método científico da

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150
pesquisa médica atual. Conhecido como De motu cordis, o tratado foi lançado em
março pela editora Unifesp com o nome de Estudo anatômico do movimento do
coração e do sangue nos animais, em edição trilíngue (latim, francês e português).

O estudo de Harvey foi publicado em Frankfurt, na Alemanha, por precaução. Na


época, ainda imperavam os ensinamentos do médico grego Galeno de Pérgamo
(132-200 d.C.), estudioso e praticante da medicina hipocrática na Roma imperial.
Galeno descreveu corretamente a anatomia do coração e percebeu que ele
funcionava como uma bomba, porém acreditava que o sangue era fabricado no
fígado, de onde era distribuído aos outros órgãos e aos diversos tecidos. Também
achava que havia um "espírito vital", criado no coração, que percorria as artérias e
as veias junto com o sangue.

Essas impressões de Galeno perduraram por 14 séculos, até o início do século XVII.
Nesse período, foram ligeiramente modificadas por outros médicos, como os
italianos Realdo Colombo (1516-1559) e Andrea Cesalpino (1519-1603), sendo
definitivamente contestadas no De motu cordis. No livro, Harvey refere-se à
oposição que esperava receber de anatomistas que se empenhavam em demolir a
nova doutrina, em caluniá-la. Ele sabia que poderia ser perigoso contrariar as
centenárias doutrinas de Galeno, daí a escolha de Frankfurt para publicar seu
tratado. (...)

(Pesquisa Fapesp, 159, maio de 2009. Adaptado)

De acordo com o texto,


a) a tradução da Bíblia do grego para o inglês foi realizada pelo rei James I.
b) publicaram-se livros importantes na Inglaterra, no século XVII.
c) o livro De motu cordis foi traduzido em março de 1628.
d) De motu cordis tinha, originalmente, versão em latim e inglês.
e) aos 17 anos, William Harvey fundou a pesquisa moderna em medicina.

Questão 110: CESPE - AJ TJDFT/TJDFT/Judiciária/"Sem Especialidade"/2013


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
O direito e seu conjunto de atos e procedimentos podem ser observados como atos
literários, e um dos fatores que pode explicar essa visão do direito como literatura
é o fato de que, devido à tradição positivista do direito, os atos jurídicos são, via de
regra, reduzidos a termo, isto é, transformam-se em textos narrativos acerca de
um fato. Sob a ótica da literatura, esses atos escritos do sistema jurídico são formas
de contar e de repassar uma história. Assim, é perfeitamente possível conceber, por

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Compartilhamento.
151
exemplo, uma sentença como uma peça com personagens, início, enredo e fim.
Nessa esteira de raciocínio, a citação de jurisprudência e precedentes em uma
petição seria um relato inserido em outro, adaptado à necessidade de um suporte
jurídico. Dessa forma, o literário é intrínseco ao jurídico, que encerra traços da
literatura pela construção de personagens, personalidades, sensibilidades, mitos e
tradições que compõem o mundo social.

O direito é, por conseguinte, um contar de histórias. Assim como os antigos


transmitiam o conhecimento por intermédio da oralidade, um processo judicial é,
além de processo de conhecimento, um conjunto de histórias contrapostas uma à
outra. Sua lógica sequenciada permite ao juiz a compreensão do acontecimento
dos fatos da mesma forma que uma boa obra literária reporta o leitor ao
entendimento linear de sua narração. A correta narrativa judicial é, portanto, um
meio de se assegurar uma decisão que responda às expectativas lançadas pela
parte em um procedimento judiciário.

Germano Schwartz e Elaine Macedo. Pode o direito ser arte? Respostas a partir do
direito e literatura. Internet: <www.conpedi.org.br> (com adaptações).

Com referência às ideias desenvolvidas no texto acima e às estruturas linguísticas


nele empregadas, julgue o item a seguir.

Conclui-se da leitura do texto que, dado o importante papel da escrita na ligação


entre direito e literatura, interpretações de casos jurídicos como narrativas
literárias são inconcebíveis em sociedades ágrafas.
Certo
Errado

Questão 111: CESPE - AJ TJDFT/TJDFT/Judiciária/"Sem Especialidade"/2013


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Eu resolvera passar o dia com os trabalhadores da estiva e via-os vir chegando a
balançar o corpo, com a comida debaixo do braço, muito modestos. Em pouco, a
beira do cais ficou coalhada. Durante a última greve, um delegado de polícia
dissera-me:

— São criaturas ferozes! (...)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de
Compartilhamento.
152
Logo que o saveiro atracou, eles treparam pelas escadas, rápidos; oito homens
desapareceram na face aberta do porão, despiram-se, enquanto os outros
rodeavam o guincho e as correntes de ferro começavam a ir e vir do porão para o
saveiro, do saveiro para o porão, carregadas de sacas de café. Era regular,
matemático, a oscilação de um lento e formidável relógio.

Aqueles seres ligavam-se aos guinchos; eram parte da máquina; agiam


inconscientemente. Quinze minutos depois de iniciado o trabalho, suavam
arrancando as camisas. Não falavam, não tinham palavras inúteis. Quando a pilha
de sacas estava feita, erguiam a cabeça e esperavam nova carga. Que fazer? Aquilo
tinha que ser até às 5 da tarde. (...)

Esses homens têm uma força de vontade incrível. Fizeram com o próprio esforço
uma classe, impuseram-na. Hoje, estão todos ligados, exercendo uma mútua
polícia para a moralização da classe. A União dos Operários Estivadores consegue,
com uns estatutos que a defendem habilmente, o seu nobre fim. (...)

Que querem eles? Apenas ser considerados homens dignificados pelo esforço e a
diminuição das horas de trabalho, para descansar e para viver.

João do Rio. Os trabalhadores de estiva. In: A alma encantadora das ruas. Paris:
Garnier, 1908. Internet: <www.dominiopublico.gov.br> (com adaptações).

Julgue o item que se segue, relativo às ideias do texto acima e às estruturas


linguísticas nele utilizadas.

Com o período “Era regular (...) formidável relógio”, o autor descreve a ida e vinda
dos trabalhadores entre o porão e o saveiro, em termos que aproximam o ritmo da
atividade humana ao da atividade das máquinas.
Certo
Errado

Questão 112: CESPE - AJ TJDFT/TJDFT/Judiciária/"Sem Especialidade"/2013


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de
Compartilhamento.
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Eu resolvera passar o dia com os trabalhadores da estiva e via-os vir chegando a
balançar o corpo, com a comida debaixo do braço, muito modestos. Em pouco, a
beira do cais ficou coalhada. Durante a última greve, um delegado de polícia
dissera-me:

— São criaturas ferozes! (...)

Logo que o saveiro atracou, eles treparam pelas escadas, rápidos; oito homens
desapareceram na face aberta do porão, despiram-se, enquanto os outros
rodeavam o guincho e as correntes de ferro começavam a ir e vir do porão para o
saveiro, do saveiro para o porão, carregadas de sacas de café. Era regular,
matemático, a oscilação de um lento e formidável relógio.

Aqueles seres ligavam-se aos guinchos; eram parte da máquina; agiam


inconscientemente. Quinze minutos depois de iniciado o trabalho, suavam
arrancando as camisas. Não falavam, não tinham palavras inúteis. Quando a pilha
de sacas estava feita, erguiam a cabeça e esperavam nova carga. Que fazer? Aquilo
tinha que ser até às 5 da tarde. (...)

Esses homens têm uma força de vontade incrível. Fizeram com o próprio esforço
uma classe, impuseram-na. Hoje, estão todos ligados, exercendo uma mútua
polícia para a moralização da classe. A União dos Operários Estivadores consegue,
com uns estatutos que a defendem habilmente, o seu nobre fim. (...)

Que querem eles? Apenas ser considerados homens dignificados pelo esforço e a
diminuição das horas de trabalho, para descansar e para viver.

João do Rio. Os trabalhadores de estiva. In: A alma encantadora das ruas. Paris:
Garnier, 1908. Internet: <www.dominiopublico.gov.br> (com adaptações).

Julgue o item que se segue, relativo às ideias do texto acima e às estruturas


linguísticas nele utilizadas.

O texto revela realidades jurídicas associadas, por exemplo, a relações de trabalho


e a direitos sindicais.
Certo
Errado

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154
Questão 113: CESPE - AJ TJDFT/TJDFT/Judiciária/"Sem Especialidade"/2013
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
De início, não existiam direitos, mas poderes. Desde que o homem pôde vingar a
ofensa a ele dirigida e verificou que tal vingança o satisfazia e atemorizava a
reincidência, só deixou de exercer sua força perante uma força maior. No entanto,
como acontece muitas vezes no domínio biológico, a reação começou a ultrapassar
de muito a ação que a provocara. Os fracos uniram-se; e foi então que começou
propriamente a incursão do consciente e do raciocínio no mecanismo social, ou
melhor, foi aí que começou a sociedade propriamente dita. Fracos unidos não
deixam de constituir uma força. E os fracos, os primeiros ladinos e sofistas, os
primeiros inteligentes da história da humanidade, procuraram submeter aquelas
relações até então naturais, biológicas e necessárias, ao domínio do pensamento.
Surgiu, como defesa, a ideia de que, apesar de não terem força, tinham direitos.
Novas noções de Justiça, Caridade, Igualdade e Dever foram se insinuando naquele
grupo primitivo, instiladas pelos que delas necessitavam, tão certo como o é o fato
de os primeiros remédios terem sido inventados pelos doentes. No espírito do
homem, foi se formando a correspondente daquela revolta: um superego mais ou
menos forte, que daí em diante regeria e fiscalizaria as relações do novo homem
com os seus semelhantes, impedindo-lhe a perpetração de atos considerados por
todos como proibidos. (...) Na resolução de seus litígios, não mais aparecia o mais
forte e musculoso diante do menos poderoso pelo próprio nascimento e natureza.
Igualados pelas mesmas condições, afrouxados na sua agressividade de animal pelo
nascimento do superego, fizeram uma espécie de tratado de paz, as leis, pelas quais
os interesses e os “proibidos” não seriam violados reciprocamente, sob a garantia
de uma punição por parte da coletividade.

Clarice Lispector. Observações sobre o fundamento do direito de punir. In: Aparecida


Maria Nunes (Org.). Clarice na cabeceira. Rio de Janeiro: Rocco, 2012, p. 67-8 (com
adaptações).

A respeito do texto acima, julgue o próximo item.

Constrói-se no texto uma dicotomia que opõe fraqueza, racionalidade e


inteligência, de um lado, a força física, primitivismo e agressividade animalesca, de
outro, sendo a formação da sociedade entendida como o resultado do embate
entre esses dois opostos das qualidades humanas.

Certo

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de
Compartilhamento.
155
Errado

Questão 114: CESPE - AJ TJDFT/TJDFT/Judiciária/"Sem Especialidade"/2013


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
De início, não existiam direitos, mas poderes. Desde que o homem pôde vingar a
ofensa a ele dirigida e verificou que tal vingança o satisfazia e atemorizava a
reincidência, só deixou de exercer sua força perante uma força maior. No entanto,
como acontece muitas vezes no domínio biológico, a reação começou a ultrapassar
de muito a ação que a provocara. Os fracos uniram-se; e foi então que começou
propriamente a incursão do consciente e do raciocínio no mecanismo social, ou
melhor, foi aí que começou a sociedade propriamente dita. Fracos unidos não
deixam de constituir uma força. E os fracos, os primeiros ladinos e sofistas, os
primeiros inteligentes da história da humanidade, procuraram submeter aquelas
relações até então naturais, biológicas e necessárias, ao domínio do pensamento.
Surgiu, como defesa, a ideia de que, apesar de não terem força, tinham direitos.
Novas noções de Justiça, Caridade, Igualdade e Dever foram se insinuando naquele
grupo primitivo, instiladas pelos que delas necessitavam, tão certo como o é o fato
de os primeiros remédios terem sido inventados pelos doentes. No espírito do
homem, foi se formando a correspondente daquela revolta: um superego mais ou
menos forte, que daí em diante regeria e fiscalizaria as relações do novo homem
com os seus semelhantes, impedindo-lhe a perpetração de atos considerados por
todos como proibidos. (...) Na resolução de seus litígios, não mais aparecia o mais
forte e musculoso diante do menos poderoso pelo próprio nascimento e natureza.
Igualados pelas mesmas condições, afrouxados na sua agressividade de animal pelo
nascimento do superego, fizeram uma espécie de tratado de paz, as leis, pelas quais
os interesses e os “proibidos” não seriam violados reciprocamente, sob a garantia
de uma punição por parte da coletividade.

Clarice Lispector. Observações sobre o fundamento do direito de punir. In: Aparecida


Maria Nunes (Org.). Clarice na cabeceira. Rio de Janeiro: Rocco, 2012, p. 67-8 (com
adaptações).

A respeito do texto acima, julgue o próximo item.

Os elementos “Igualados” e “afrouxados”, assim como “fizeram”, estão ligados por


relação que os associa à ideia de homem, descrito em linhas gerais, no texto, como
“o mais forte e musculoso” e “ menos poderoso pelo próprio nascimento
e natureza”.
Certo

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156
Errado

Questão 115: VUNESP - MJ (TJ SP)/TJ SP/2013


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.

Opostos ao efeito placebo, medo e estresse causam doenças

Excesso de informação pode fazer com que o paciente, inconscientemente,


desenvolva doenças por medo, alerta o neurologista Magnus Heier.

“A expectativa determina o desenvolvimento de doenças”, afirma. Segundo ele,


podemos criar sintomas ou fazê-los desaparecer. Quem lê um artigo que diz que as
radiações eletromagnéticas das antenas de celulares provocam doenças pode
sentir dor de cabeça mesmo que a antena esteja desligada. É o chamado efeito
nocebo.

“O efeito nocebo ocorre sobretudo quando se tem medo de uma doença ou do


tratamento a ser enfrentado. Os efeitos colaterais ficam, então, muito mais fortes”,
diz Heier. “Muitos pacientes com câncer começam a se sentir mal quando entram
na sala da quimioterapia, porque inconscientemente esperam sentir náusea após a
sessão.” Medo significa estresse para o corpo e pode debilitar o sistema
imunológico. Assim, o corpo fica mais suscetível a infecções e surgem dores que não
deveriam existir, explica o especialista.

Outros estudos confirmam tal fenômeno, como os realizados por médicos das
clínicas universitárias de Regensburg e Tübingen. Winfried Häuser, Emil Jansen e
Paul Enck publicaram estudos sobre o efeito nocebo entre 1960 e 2011 em todo o
mundo, tendo verificado e compilado os resultados obtidos.

O termo nocebo, em latim, significa “fazer mal”, enquanto placebo significa


“agradar”. Trata-se basicamente do mesmo efeito, só que um é negativo, e o outro,
positivo. Ambos afetam as pessoas no ponto que elas menos podem controlar: o
subconsciente.

O efeito nocebo geralmente ocorre quando recebemos muitas informações e não


conseguimos ordená-las, especialmente ao buscar na internet por doenças e

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157
sintomas. Já a bula dos remédios lista todos os possíveis efeitos colaterais, mesmo
que alguns raramente se manifestem, ou seja, em algo como um em cada dez mil
pacientes. As empresas farmacêuticas são, porém, obrigadas a detalhar todas as
possibilidades.

Diante disso, a orientação médica precisa é o principal meio de combater o efeito


nocebo. Mas até mesmo a comunicação médico-paciente pode desencadear
medos, se o médico não for cuidadoso. Não escutar com atenção, não fazer contato
visual, não levar o paciente a sério ou intimidá-lo pode ser nocivo. O médico
também deve ter cuidado para não usar um tom negativo e criar desconforto. Tudo
isso pode ocorrer devido à falta de tempo, à pressão no trabalho ou porque os
médicos querem ser transparentes sobre os possíveis riscos de um tratamento ou
operação.

É fundamental que as dúvidas sejam esclarecidas, sempre com cautela, já que não
se deve subestimar o impacto das informações sobre o subconsciente.

(http://saude.terra.com.br/doencas-e-tratamentos. Adaptado)

Conforme as informações do texto,


a) fatores psicológicos podem influenciar o tipo de resposta que um paciente
demonstra com relação a seu tratamento.
b) o efeito nocebo é um indício de que o tratamento adotado para combater
determinada doença deve ser interrompido.
c) as bulas de remédio devem omitir os efeitos colaterais do medicamento para não
amedrontar ou estressar o paciente.
d) as dores que surgem durante um tratamento são sintomas comprovados da
ausência de informação dos pacientes sobre sua doença.
e) os efeitos colaterais de um tratamento podem ser mitigados pelo que se
convencionou chamar de efeito nocebo.

Questão 116: VUNESP - MJ (TJ SP)/TJ SP/2013


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.

Opostos ao efeito placebo, medo e estresse causam doenças

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158
Excesso de informação pode fazer com que o paciente, inconscientemente,
desenvolva doenças por medo, alerta o neurologista Magnus Heier.

“A expectativa determina o desenvolvimento de doenças”, afirma. Segundo ele,


podemos criar sintomas ou fazê-los desaparecer. Quem lê um artigo que diz que as
radiações eletromagnéticas das antenas de celulares provocam doenças pode
sentir dor de cabeça mesmo que a antena esteja desligada. É o chamado efeito
nocebo.

“O efeito nocebo ocorre sobretudo quando se tem medo de uma doença ou do


tratamento a ser enfrentado. Os efeitos colaterais ficam, então, muito mais fortes”,
diz Heier. “Muitos pacientes com câncer começam a se sentir mal quando entram
na sala da quimioterapia, porque inconscientemente esperam sentir náusea após a
sessão.” Medo significa estresse para o corpo e pode debilitar o sistema
imunológico. Assim, o corpo fica mais suscetível a infecções e surgem dores que não
deveriam existir, explica o especialista.

Outros estudos confirmam tal fenômeno, como os realizados por médicos das
clínicas universitárias de Regensburg e Tübingen. Winfried Häuser, Emil Jansen e
Paul Enck publicaram estudos sobre o efeito nocebo entre 1960 e 2011 em todo o
mundo, tendo verificado e compilado os resultados obtidos.

O termo nocebo, em latim, significa “fazer mal”, enquanto placebo significa


“agradar”. Trata-se basicamente do mesmo efeito, só que um é negativo, e o outro,
positivo. Ambos afetam as pessoas no ponto que elas menos podem controlar: o
subconsciente.

O efeito nocebo geralmente ocorre quando recebemos muitas informações e não


conseguimos ordená-las, especialmente ao buscar na internet por doenças e
sintomas. Já a bula dos remédios lista todos os possíveis efeitos colaterais, mesmo
que alguns raramente se manifestem, ou seja, em algo como um em cada dez mil
pacientes. As empresas farmacêuticas são, porém, obrigadas a detalhar todas as
possibilidades.

Diante disso, a orientação médica precisa é o principal meio de combater o efeito


nocebo. Mas até mesmo a comunicação médico-paciente pode desencadear
medos, se o médico não for cuidadoso. Não escutar com atenção, não fazer contato
visual, não levar o paciente a sério ou intimidá-lo pode ser nocivo. O médico
também deve ter cuidado para não usar um tom negativo e criar desconforto. Tudo

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159
isso pode ocorrer devido à falta de tempo, à pressão no trabalho ou porque os
médicos querem ser transparentes sobre os possíveis riscos de um tratamento ou
operação.

É fundamental que as dúvidas sejam esclarecidas, sempre com cautela, já que não
se deve subestimar o impacto das informações sobre o subconsciente.

(http://saude.terra.com.br/doencas-e-tratamentos. Adaptado)

De acordo com o texto, no diálogo com o paciente, o médico deve


a) mostrar-se otimista, dando garantias de cura para a enfermidade.
b) limitar-se a ouvir o paciente, eximindo-se de emitir sua opinião.
c) expressar-se com prudência, usando linguagem objetiva.
d) omitir os riscos envolvidos no tratamento a ser enfrentado.
e) ser lacônico, empregando um tom marcadamente imperativo.

Questão 117: VUNESP - ContJ (TJ SP)/TJ SP/2013


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
O que é ler?

Começo distraidamente a ler um livro. Contribuo com


alguns pensamentos, julgo entender o que está escrito porque conheço a língua
e as coisas indicadas pelas palavras, assim como sei identificar as experiências ali
relatadas. Escritor e leitor possuem o mesmo repertório disponível de palavras,
coisas, fatos, experiências, depositados pela cultura instituída e sedimentados no
mundo de ambos.

De repente, porém, algumas palavras me “pegam”. Insensivelmente, o escritor


as desviou de seu sentido comum e costumeiro e elas me arrastam, como num
turbilhão, para um sentido novo, que alcanço apenas graças a elas. O escritor me
invade, passo a pensar de dentro dele e não apenas com ele, ele se pensa em mim
ao falar em mim com palavras cujo sentido ele fez mudar. O livro que eu parecia
soberanamente dominar apossa-se de mim, interpela-me, arrasta-me para o que eu
não sabia, para o novo. O escritor não convida quem o lê a reencontrar o que já
sabia, mas toca nas significações existentes para torná-las destoantes, estranhas, e
para conquistar, por virtude

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Compartilhamento.
160
dessa estranheza, uma nova harmonia que se aposse do leitor.

Ler, escreve Merleau-Ponty, é fazer a experiência da “retomada do pensamento de


outrem através de sua palavra”, é uma reflexão em outrem, que enriquece nossos
próprios pensamentos. Por isso, prossegue Merleau-Ponty, “começo a
compreender uma filosofia deslizando para dentro dela, na maneira de existir de
seu pensamento”, isto é, em seu discurso.

(Marilena Chauí, Prefácio. Em: Jairo Marçal, Antologia de Textos Filosóficos.


Adaptado)

Com base nas palavras de Marilena Chauí, entende-se que ler é


a) um ato de interação e de desalojamento de sentidos cristalizados.
b) uma atividade em que a contribuição pessoal está ausente.
c) uma reprodução automatizada de sentidos da ideologia dominante.
d) um processo prejudicado pela insensibilidade do escritor.
e) um produto em que o posicionamento do outro se neutraliza.

Questão 118: VUNESP - ContJ (TJ SP)/TJ SP/2013


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
O que é ler?

Começo distraidamente a ler um livro. Contribuo com


alguns pensamentos, julgo entender o que está escrito porque conheço a língua
e as coisas indicadas pelas palavras, assim como sei identificar as experiências ali
relatadas. Escritor e leitor possuem o mesmo repertório disponível de palavras,
coisas, fatos, experiências, depositados pela cultura instituída e sedimentados no
mundo de ambos.

De repente, porém, algumas palavras me “pegam”. Insensivelmente, o escritor


as desviou de seu sentido comum e costumeiro e elas me arrastam, como num
turbilhão, para um sentido novo, que alcanço apenas graças a elas. O escritor me
invade, passo a pensar de dentro dele e não apenas com ele, ele se pensa em mim
ao falar em mim com palavras cujo sentido ele fez mudar. O livro que eu parecia
soberanamente dominar apossa-se de mim, interpela-me, arrasta-me para o que eu

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Compartilhamento.
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não sabia, para o novo. O escritor não convida quem o lê a reencontrar o que já
sabia, mas toca nas significações existentes para torná-las destoantes, estranhas, e
para conquistar, por virtude
dessa estranheza, uma nova harmonia que se aposse do leitor.

Ler, escreve Merleau-Ponty, é fazer a experiência da “retomada do pensamento de


outrem através de sua palavra”, é uma reflexão em outrem, que enriquece nossos
próprios pensamentos. Por isso, prossegue Merleau-Ponty, “começo a
compreender uma filosofia deslizando para dentro dela, na maneira de existir de
seu pensamento”, isto é, em seu discurso.

(Marilena Chauí, Prefácio. Em: Jairo Marçal, Antologia de Textos Filosóficos.


Adaptado)

Com a frase – O escritor me invade, passo a pensar de dentro dele e não apenas
com ele... – (2.º parágrafo), a autora revela que
a) sua visão de mundo destoa do pensamento do escritor.
b) seu mundo agora deixa de existir e vale o do escritor.
c) sua reflexão está integrada ao pensamento do escritor.
d) seu modo de pensar anula o pensamento do escritor.
e) seu pensamento suplanta a perspectiva do escritor.

Questão 119: FUNDATEC - Ana Sist (TJ RS)/TJ RS/Classe P/2010


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Instrução: Para responder à questão, leia o texto abaixo.

O Gigante Gaúcho

Até bem pouco tempo atrás, quem visitasse o Museu Júlio de Castilhos, no centro
de Porto Alegre, daria de cara com um par de botas tamanho 56 ao lado de objetos
que pertenceram a renomados personagens da história gaúcha, como Júlio de
Castilhos (1860-1903), Bento Gonçalves (1788-1847) e Getúlio Vargas (1882-
1954). E não é porque algum desses políticos locais tivesse pés descomunais. As
botas eram de um sujeito humilde chamado Francisco Ângelo Guerreiro (1892-
1925?), que ficou famoso nas arenas de circo e nos livros de medicina no início do

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162
século XX por causa de seus 2,17 metros de altura, que lhe valeram o apelido de
“Gigante”.

A exposição de objetos de Guerreiro no museu mais antigo do Rio Grande do Sul


tem sido motivo de controvérsia há anos. Em uma “sala de curiosidades” – similar
às “câmaras de maravilhas”, de onde surgiram os primeiros museus de História
Natural – ficavam o par de botas, ao lado de outras de “tamanho normal”, e poucas
fotos de sua vida. A sala fazia a alegria dos visitantes, principalmente das crianças,
mas provocava desconforto entre os técnicos do museu, que a consideravam uma
“distorção” dentro do acervo. Em 1993, esse espaço foi desativado e seu material
levado para a reserva técnica, mas a reação do público foi tão negativa que as botas
tiveram de voltar no ano seguinte como parte de uma exposição temporária sobre
a vida do Gigante. Elas acabaram retornando às galerias do museu até que, no início
de 2007, foram retiradas novamente para serem recuperadas.

A enorme atenção que Guerreiro despertou durante sua vida tem muito a ver com
o tratamento que era dado no início do século XX a quem tinha alguma deficiência.
Embora hoje possa parecer algo marginal e indecente, essas pessoas eram expostas
ao público, numa atividade lucrativa, popular e organizada. Guerreiro foi atração
de várias exibições, em teatros e circos pelo país. Segundo depoimento de um
irmão, quando o Gigante morreu, ele fazia parte do elenco do Circo Sarrazani, onde
se apresentava em uma jaula ao preço de um mil réis. As fotos que estão no museu
o mostram na época em que se exibia no Teatro Politeama. Ali ele aparece de
braços abertos, tendo abaixo de si homens altos, médios, baixos e anões. Moreno,
de tipo indígena, Guerreiro tinha braços, pés, mãos e rosto que cresciam
desproporcionalmente em relação ao resto do corpo. Ele sofria de uma síndrome
chamada acromegalia, que o fazia produzir o hormônio do crescimento em excesso
.

Depois de sua morte no Rio de Janeiro, as botas do Gigante viraram atração do


Museu Júlio de Castilhos – provavelmente, a mais popular de toda a casa. Sempre
havia quem perguntasse “se as botas ainda estavam lá”, referindo-se à sala de
curiosidades, lugar de maior concentração de pessoas nas visitas guiadas ao museu.
Além das peças de Guerreiro, também ficavam reunidos naquele espaço, de forma
desordenada, objetos exóticos, como membros de indígenas mumificados, adornos
andinos e animais defeituosos natimortos conservados em formol.

As visitas de estudantes, iniciadas na década de 1940, e o “trem da cultura”, projeto


que nos anos 1970 levava parte do acervo ao interior do Estado, ajudaram a tornar
ainda mais populares os objetos de Guerreiro, principalmente as botas, mostradas
a sucessivas gerações.

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163
O interesse pelo Gigante no museu faz pensar que, se o tempo em que o público se
divertia vendo pessoas com deficiência sendo expostas já passou, o diferente ainda
exerce um grande fascínio.

(Adaptado de NEDEL, Letícia Borges. Revista de História da Biblioteca Nacional. n.


57, junho de 2010)
De acordo com o texto, é correto afirmar que
a) o Museu Júlio de Castilhos tem um acervo de História Natural.
b) a popularidade da sala de curiosidades do Museu Júlio de Castilhos levou seus
técnicos a considerá-la uma distorção.
c) a exibição de pessoas diferentes ou portadoras de deficiências era uma forma de
entretenimento no Brasil do início do século XX.
d) os deficientes não recebiam tratamento médico adequado no Brasil do início do
século XX.
e) a reserva técnica do Museu Júlio de Castilhos é mantida para que exibições
temporárias possam ser oferecidas.

Questão 120: FUNDATEC - Med Jud (TJ RS)/TJ RS/Classe R/Psiquiatria/2009


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Avareza na ficção

Moacyr Scliar

Embora muitos já tenham esquecido, o Brasil viveu períodos de grandes surtos


inflacionários, nos quais o dinheiro perdia rapidamente o seu valor. Era muito
comum ver moedas nas sarjetas das ruas; ali ficavam porque valiam tão pouco que
ninguém se dava ao trabalho de abaixar-se para apanhá-las. Isso nos remete a um
fato básico da economia e da vida social: a rigor, o dinheiro é uma ficção. Mas
exatamente por causa desse ângulo, digamos, ficcional, ele assume também caráter
altamente simbólico. E não muito agradável, segundo Freud. Observando que ao
longo da história o dinheiro foi frequentemente (e ainda é) associado à sujeira, o pai
da psicanálise postulou que a proposital retenção de fezes, característica da
chamada fase anal do desenvolvimento infantil, teria continuidade, no adulto, com
a preocupação com o dinheiro. O avarento é um exemplo caricatural disso.

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Aos escritores essas coisas não poderiam passar despercebidas, mesmo porque
muitos deles tinham, e têm, problemas com dinheiro; Honoré de Balzac (1799 -
1850) e Fiódor Dostoievski (1821 - 1881) viviam atolados em dívidas, sobretudo o
escritor russo, que era um jogador compulsivo. Não é de admirar que avarentos
tenham dado grandes personagens da ficção. O primeiro exemplo é, naturalmente,
o Shylock, de William Shakespeare (1564 -1616) na comédia O mercador de
Veneza, do fim do século XVI. Shylock era um agiota. Na Idade Média, o empréstimo
a juros era proibido aos cristãos e reservado ao desprezado e marginal grupo dos
judeus. Um arranjo perfeito: quando o senhor feudal não queria ou não podia pagar
dívidas contraídas com os agiotas, desencadeava um massacre de judeus, um grupo
desprezado e marginalizado, e resolvia o problema. Shylock sente-se desprezado e
quando empresta dinheiro a Antonio, um mercador cristão, pede em garantia uma
libra da carne do devedor: ele quer que este se revele inadimplente e pague a dívida
com a matéria de seu próprio corpo: um esforço desesperado e grotesco para ser
respeitado.

Outro usurário que aparece na peça O avarento (1668), de Jean-Baptiste Molière


(1622 - 1673), é Harpagon. Quanto mais rico fica, mais mesquinho se torna, e mais
faz sofrer os filhos, o jovem Cléante, apaixonado por Mariane, moça pobre –
Harpagon obviamente se opõe ao namoro – e a filha Élise, que ele quer casar com
o velho Anselme. Além das brigas com os filhos, Harpagon tem outros motivos para
se inquietar: enterrou em seu jardim uma caixa com dez mil escudos de ouro e é
constantemente perseguido pela ideia de que sua fortuna será roubada. No fim, a
avareza é castigada, e Cléante e Élise podem se unir às pessoas que amam.

Avarentos também não faltam nos romances de Charles Dickens (1812-1870), um


dos mais conhecidos é o personagem Ebenezer Scrooge de Um conto de Natal
(1843), um homem velho, egoísta, insensível, que odeia tudo – até o Natal – uma
festa que evoca bondade e generosidade. Scrooge maltrata seu empregado Bob
Cratchit, que tem um filho deficiente físico, o Pequeno Tim, mas na noite de Natal
é visitado por misteriosas entidades, os Espíritos do Natal, e muda por completo,
tornando-se generoso, ajudando Cratchit e sua família. Em Silas Marner, novela de
George Eliot (1819-1880) que usava o pseudônimo de Mary Ann Evans, o
personagem, um misantropo que prefere o ouro às pessoas, aprenderá, assim como
Scrooge, a sua lição. Ele é roubado, mas, ao tomar sob seus cuidados o menino
Eppie, mudará, tornando-se um homem melhor. Em Eugénie Grandet (1900), de
Balzac, somos apresentados a Félix Grandet, um rico e sovina mercador de vinhos,
que se opõe à paixão da filha pelo sobrinho pobre.

Como se pode ver em todas essas obras, a obsessão pelo dinheiro resulta de uma
personalidade repulsiva ou patética. Freud tinha razão: o poder simbólico do vil
metal não é pequeno e tem atravessado os séculos incólume.

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de
Compartilhamento.
165
Texto adaptado de: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos - Acesso em
04/06/2009

Sobre o texto foram feitas as seguintes considerações.

I – Honoré de Balzac (linha 09), Fiódor Dostoievski (linha 09) e William


Shakespeare (linha 11) foram escritores notáveis, mas todos viviam atolados em
dívidas.

II – Na Idade Média, os judeus eram um povo desprezado e marginalizado por causa


de sua religião e de sua pobreza.

III – Jean Baptiste Molière (linha 17) e Charles Dickens (linha 22) escreveram
obras que retratam a mesquinharia humana, mas – ao final delas – o bem triunfa
sobre o mal.

IV – De acordo com Freud (linha 04), na vida adulta, a preocupação com o dinheiro
corresponde a uma das principais características da fase anal, uma etapa do
desenvolvimento infantil.

Quais encontram suporte no texto?


a) Apenas I e II.
b) Apenas I e III.
c) Apenas II e III.
d) Apenas III e IV.
e) I, II, III e IV.

Questão 121: FUNDATEC - Med Jud (TJ RS)/TJ RS/Classe R/Psiquiatria/2009


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Avareza na ficção

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de
Compartilhamento.
166
Moacyr Scliar

Embora muitos já tenham esquecido, o Brasil viveu períodos de grandes surtos


inflacionários, nos quais o dinheiro perdia rapidamente o seu valor. Era muito
comum ver moedas nas sarjetas das ruas; ali ficavam porque valiam tão pouco que
ninguém se dava ao trabalho de abaixar-se para apanhá-las. Isso nos remete a um
fato básico da economia e da vida social: a rigor, o dinheiro é uma ficção. Mas
exatamente por causa desse ângulo, digamos, ficcional, ele assume também caráter
altamente simbólico. E não muito agradável, segundo Freud. Observando que ao
longo da história o dinheiro foi frequentemente (e ainda é) associado à sujeira, o pai
da psicanálise postulou que a proposital retenção de fezes, característica da
chamada fase anal do desenvolvimento infantil, teria continuidade, no adulto, com
a preocupação com o dinheiro. O avarento é um exemplo caricatural disso.

Aos escritores essas coisas não poderiam passar despercebidas, mesmo porque
muitos deles tinham, e têm, problemas com dinheiro; Honoré de Balzac (1799 -
1850) e Fiódor Dostoievski (1821 - 1881) viviam atolados em dívidas, sobretudo o
escritor russo, que era um jogador compulsivo. Não é de admirar que avarentos
tenham dado grandes personagens da ficção. O primeiro exemplo é, naturalmente,
o Shylock, de William Shakespeare (1564 -1616) na comédia O mercador de
Veneza, do fim do século XVI. Shylock era um agiota. Na Idade Média, o empréstimo
a juros era proibido aos cristãos e reservado ao desprezado e marginal grupo dos
judeus. Um arranjo perfeito: quando o senhor feudal não queria ou não podia pagar
dívidas contraídas com os agiotas, desencadeava um massacre de judeus, um grupo
desprezado e marginalizado, e resolvia o problema. Shylock sente-se desprezado e
quando empresta dinheiro a Antonio, um mercador cristão, pede em garantia uma
libra da carne do devedor: ele quer que este se revele inadimplente e pague a dívida
com a matéria de seu próprio corpo: um esforço desesperado e grotesco para ser
respeitado.

Outro usurário que aparece na peça O avarento (1668), de Jean-Baptiste Molière


(1622 - 1673), é Harpagon. Quanto mais rico fica, mais mesquinho se torna, e mais
faz sofrer os filhos, o jovem Cléante, apaixonado por Mariane, moça pobre –
Harpagon obviamente se opõe ao namoro – e a filha Élise, que ele quer casar com
o velho Anselme. Além das brigas com os filhos, Harpagon tem outros motivos para
se inquietar: enterrou em seu jardim uma caixa com dez mil escudos de ouro e é
constantemente perseguido pela ideia de que sua fortuna será roubada. No fim, a
avareza é castigada, e Cléante e Élise podem se unir às pessoas que amam.

Avarentos também não faltam nos romances de Charles Dickens (1812-1870), um


dos mais conhecidos é o personagem Ebenezer Scrooge de Um conto de Natal
(1843), um homem velho, egoísta, insensível, que odeia tudo – até o Natal – uma

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de
Compartilhamento.
167
festa que evoca bondade e generosidade. Scrooge maltrata seu empregado Bob
Cratchit, que tem um filho deficiente físico, o Pequeno Tim, mas na noite de Natal
é visitado por misteriosas entidades, os Espíritos do Natal, e muda por completo,
tornando-se generoso, ajudando Cratchit e sua família. Em Silas Marner, novela de
George Eliot (1819-1880) que usava o pseudônimo de Mary Ann Evans, o
personagem, um misantropo que prefere o ouro às pessoas, aprenderá, assim como
Scrooge, a sua lição. Ele é roubado, mas, ao tomar sob seus cuidados o menino
Eppie, mudará, tornando-se um homem melhor. Em Eugénie Grandet (1900), de
Balzac, somos apresentados a Félix Grandet, um rico e sovina mercador de vinhos,
que se opõe à paixão da filha pelo sobrinho pobre.

Como se pode ver em todas essas obras, a obsessão pelo dinheiro resulta de uma
personalidade repulsiva ou patética. Freud tinha razão: o poder simbólico do vil
metal não é pequeno e tem atravessado os séculos incólume.

Texto adaptado de: http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos - Acesso em


04/06/2009

Assinale a alternativa que contém uma informação incorreta a respeito do texto.


a) Muitos escritores, do passado e da atualidade, passam por problemas
relacionados a dinheiro.
b) O Brasil, em outros tempos, passou por períodos de grande desvalorização da
moeda.
c) Casualmente ou não, todos os escritores que trataram da avareza em suas obras
tinham problemas financeiros.
d) Na Idade Média, a prática da usura era proibida aos cristãos, mas isso não os
impedia de pegar empréstimos de usurários.
e) Nas obras de Charles Dickens, os avarentos costumam aparecer.

Questão 122: FUNDATEC - Med Psiq Jud (TJ RS)/TJ RS/PJ-J/2009


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
INSTRUÇÃO – A questão refere-se ao texto a seguir.

Pacientes internautas

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168
Você já procurou na internet a solução para algum problema de saúde? Se a
resposta for “sim”, você pode fazer parte do grupo dos “pacientes experts”, que
usam a rede para se informar sobre doenças. Para descobrir como o acesso a tanta
informação está influenciando as relações entre médicos e pacientes,
pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) analisaram diversos artigos
estrangeiros que tratam do tema e concluíram que, para os profissionais de
medicina, é hora de se atualizar.

O estudo, desenvolvido por Helena Beatriz da Rocha Garbin, Maria Cristina


Rodrigues Guilam e André de Faria Pereira Neto, comparou 15 artigos publicados
entre 1997 e 2006 nos periódicos britânicos Social Science and Medicine e
Sociology of Health & Illness. O período de publicação dos artigos foi definido pelo
início da democratização da internet, motivo pelo qual teria surgido esse
fenômeno, ainda muito recente e pouco estudado no Brasil. Os pesquisadores se
depararam com três interpretações bastante distintas do fenômeno dos “pacientes
experts”: enquanto alguns artigos defendem que pacientes mais informados
valorizam o papel do médico, outros dizem que o livre acesso à informação leva a
uma “desprofissionalização” do médico. Já um terceiro ponto de vista sustenta que,
mesmo questionando certas posições dos médicos, pacientes mais interessados
possibilitariam um diálogo mais profundo sobre os temas.

Para a equipe, o novo panorama exige que os profissionais da saúde se mantenham


atualizados. Isso é possível pesquisando e conhecendo melhor esse universo em
que se insere o paciente. “Tradicionalmente existe uma relação patriarcal entre
médicos e pacientes. É preciso compreender que esse poder está se equilibrando:
os profissionais devem trabalhar com o paciente, em vez de para ele”, afirma a
médica Helena Garbin, coautora do estudo.

Mas é preciso tomar cuidado com o que se encontra na rede. “Muitas páginas
podem ser escritas sem nenhum embasamento, ou serem simplesmente veículos
de empresas comerciais, interessadas na divulgação de medicamentos”, afirma
Garbin, que alerta para as possíveis más interpretações da linguagem médica por
leigos e a questão da automedicação, hoje considerada um problema de saúde
pública.

Texto adaptado de: http://cienciahoje.uol.com.br – Acesso em 05/06/2009

Considere as seguintes afirmações sobre o conteúdo do texto.

I – A preocupação com a possível influência da internet na relação entre médicos e


pacientes tem sido objeto de estudo de pesquisadores.

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169
II – Antes do estudo realizado por estudiosos da Fiocruz, vários artigos haviam sido
escritos, sobre esse tema, em outros países.

III – O estudo dos pesquisadores brasileiros chegou a três conclusões sobre o


fenômeno dos pacientes internautas; portanto, é um estudo sem resultados
confiáveis.

IV – Perante o novo cenário, criado pela internet, para as relações entre pacientes
e profissionais da saúde, estudiosos do assunto sugerem que estes profissionais
devam preparar-se mantendo-se sempre atualizados.

Quais estão corretas?


a) Apenas I e II.
b) Apenas I e III.
c) Apenas I, II e IV.
d) Apenas III e IV.
e) A I, a II, a III e a IV.

Questão 123: FUNDATEC - Med Psiq Jud (TJ RS)/TJ RS/PJ-J/2009


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
INSTRUÇÃO – A questão refere-se ao texto a seguir.

Pacientes internautas

Você já procurou na internet a solução para algum problema de saúde? Se a


resposta for “sim”, você pode fazer parte do grupo dos “pacientes experts”, que
usam a rede para se informar sobre doenças. Para descobrir como o acesso a tanta
informação está influenciando as relações entre médicos e pacientes,
pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) analisaram diversos artigos
estrangeiros que tratam do tema e concluíram que, para os profissionais de
medicina, é hora de se atualizar.

O estudo, desenvolvido por Helena Beatriz da Rocha Garbin, Maria Cristina


Rodrigues Guilam e André de Faria Pereira Neto, comparou 15 artigos publicados

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170
entre 1997 e 2006 nos periódicos britânicos Social Science and Medicine e
Sociology of Health & Illness. O período de publicação dos artigos foi definido pelo
início da democratização da internet, motivo pelo qual teria surgido esse
fenômeno, ainda muito recente e pouco estudado no Brasil. Os pesquisadores se
depararam com três interpretações bastante distintas do fenômeno dos “pacientes
experts”: enquanto alguns artigos defendem que pacientes mais informados
valorizam o papel do médico, outros dizem que o livre acesso à informação leva a
uma “desprofissionalização” do médico. Já um terceiro ponto de vista sustenta que,
mesmo questionando certas posições dos médicos, pacientes mais interessados
possibilitariam um diálogo mais profundo sobre os temas.

Para a equipe, o novo panorama exige que os profissionais da saúde se mantenham


atualizados. Isso é possível pesquisando e conhecendo melhor esse universo em
que se insere o paciente. “Tradicionalmente existe uma relação patriarcal entre
médicos e pacientes. É preciso compreender que esse poder está se equilibrando:
os profissionais devem trabalhar com o paciente, em vez de para ele”, afirma a
médica Helena Garbin, coautora do estudo.

Mas é preciso tomar cuidado com o que se encontra na rede. “Muitas páginas
podem ser escritas sem nenhum embasamento, ou serem simplesmente veículos
de empresas comerciais, interessadas na divulgação de medicamentos”, afirma
Garbin, que alerta para as possíveis más interpretações da linguagem médica por
leigos e a questão da automedicação, hoje considerada um problema de saúde
pública.

Texto adaptado de: http://cienciahoje.uol.com.br – Acesso em 05/06/2009

Segundo o que é possível compreender do texto, seja por declaração explícita, seja
por inferência, é correta a afirmação de que
a) há um grupo de pacientes, a quem os estudiosos chamam de “experts”, que
substituem a consulta médica pela internet quando querem obter informações
sobre problemas de saúde e tratamento.
b) o Brasil não é o país pioneiro no estudo da influência da rede de computadores
na relação entre os profissionais da saúde e os pacientes.
c) em uma das interpretações, os estudos concluíram que os pacientes mais
informados tendem a questionar os médicos e prescindir de sua ajuda.
d) A internet, por meio da informação que oferece aos usuários, promoveu uma
mudança na relação médico-paciente, tornando essa relação muito menos
profissional.

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171
e) As informações sobre saúde e doenças, na internet, são sempre divulgadas por
sites comerciais, ligados – por exemplo – a grandes empresas de medicamentos.

Questão 124: FGV - AJ II (TJ AM)/TJ AM/Leiloeiro/2013


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Muito além do ridículo (fragmento)

“Certa vez, ante o espanto da opinião pública com a violência de uma rebelião de
presos, o memorável jurista Evandro Lins e Silva saiu‐se com esta: espantoso,
mesmo, é que os detentos enjaulados em condições subumanas não estejam
realizando mais motins pelo país afora.

Lins era um humanista por excelência e sempre achou equivocada a política


penitenciária. Não havia ironia no que disse. Com mais de 500 mil presos, o sistema
atual tem capacidade para receber pouco mais de 300 mil. O que sobra fica
amontoado em celas fétidas, sujeito à disseminação de doenças e, o que é pior, a
mais violência. Como é possível imaginar que um ser humano se adapte a tais
condições?

Do outro lado dos muros das prisões, uma sociedade acuada pela escalada da
violência urbana prefere imaginar que lugar de bandido é na cadeia, deixando o
Estado à vontade para varrer a sujeira tapete abaixo. Construir presídios e dar
tratamento digno ao preso não rendem votos. Punir, sim.

Daí porque se discute tanto um novo Código Penal, como se fossem frouxas as 117
leis penais especiais e os 1.170 crimes tipificados de que dispomos. Inclusive
trazendo de volta a ideia da maioridade penal, que na prática significa transformar
menino em delinquente e sujeitá‐lo à crueldade das prisões. Nada mais autoritário.
O que a juventude precisa é de amparo, de oportunidade, de educação, e não de
medidas que visem a puni‐la.

A sociedade não pode virar as costas ao drama dos presídios”.


(Marcus Vinicius Furtado)

Ao citar o jurista Evandro Lins e Silva, o autor do texto


a) pretende dar valor à opinião emitida por ele.

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172
b) tenta mostrar um argumento oposto ao seu.
c) indica a necessidade de criar interesse pela leitura do texto.
d) mostra a preocupação de ser juridicamente perfeito.
e) demonstra a necessidade de textos informativos apoiarem‐se em fatos.

Questão 125: FGV - AJ II (TJ AM)/TJ AM/Leiloeiro/2013


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Muito além do ridículo (fragmento)

“Certa vez, ante o espanto da opinião pública com a violência de uma rebelião de
presos, o memorável jurista Evandro Lins e Silva saiu‐se com esta: espantoso,
mesmo, é que os detentos enjaulados em condições subumanas não estejam
realizando mais motins pelo país afora.

Lins era um humanista por excelência e sempre achou equivocada a política


penitenciária. Não havia ironia no que disse. Com mais de 500 mil presos, o sistema
atual tem capacidade para receber pouco mais de 300 mil. O que sobra fica
amontoado em celas fétidas, sujeito à disseminação de doenças e, o que é pior, a
mais violência. Como é possível imaginar que um ser humano se adapte a tais
condições?

Do outro lado dos muros das prisões, uma sociedade acuada pela escalada da
violência urbana prefere imaginar que lugar de bandido é na cadeia, deixando o
Estado à vontade para varrer a sujeira tapete abaixo. Construir presídios e dar
tratamento digno ao preso não rendem votos. Punir, sim.

Daí porque se discute tanto um novo Código Penal, como se fossem frouxas as 117
leis penais especiais e os 1.170 crimes tipificados de que dispomos. Inclusive
trazendo de volta a ideia da maioridade penal, que na prática significa transformar
menino em delinquente e sujeitá‐lo à crueldade das prisões. Nada mais autoritário.
O que a juventude precisa é de amparo, de oportunidade, de educação, e não de
medidas que visem a puni‐la.

A sociedade não pode virar as costas ao drama dos presídios”.


(Marcus Vinicius Furtado)

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Compartilhamento.
173
A pergunta final do segundo parágrafo
a) dirige‐se prioritariamente aos juristas e legisladores.
b) volta‐se para os políticos e autoridades de nível federal.
c) não supõe qualquer tipo de resposta.
d) é encaminhada especificamente ao leitor do texto.
e) questiona diretamente os diretores de presídios.

Questão 126: FGV - AJ II (TJ AM)/TJ AM/Leiloeiro/2013


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Muito além do ridículo (fragmento)

“Certa vez, ante o espanto da opinião pública com a violência de uma rebelião de
presos, o memorável jurista Evandro Lins e Silva saiu‐se com esta: espantoso,
mesmo, é que os detentos enjaulados em condições subumanas não estejam
realizando mais motins pelo país afora.

Lins era um humanista por excelência e sempre achou equivocada a política


penitenciária. Não havia ironia no que disse. Com mais de 500 mil presos, o sistema
atual tem capacidade para receber pouco mais de 300 mil. O que sobra fica
amontoado em celas fétidas, sujeito à disseminação de doenças e, o que é pior, a
mais violência. Como é possível imaginar que um ser humano se adapte a tais
condições?

Do outro lado dos muros das prisões, uma sociedade acuada pela escalada da
violência urbana prefere imaginar que lugar de bandido é na cadeia, deixando o
Estado à vontade para varrer a sujeira tapete abaixo. Construir presídios e dar
tratamento digno ao preso não rendem votos. Punir, sim.

Daí porque se discute tanto um novo Código Penal, como se fossem frouxas as 117
leis penais especiais e os 1.170 crimes tipificados de que dispomos. Inclusive
trazendo de volta a ideia da maioridade penal, que na prática significa transformar
menino em delinquente e sujeitá‐lo à crueldade das prisões. Nada mais autoritário.
O que a juventude precisa é de amparo, de oportunidade, de educação, e não de
medidas que visem a puni‐la.

A sociedade não pode virar as costas ao drama dos presídios”.

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de
Compartilhamento.
174
(Marcus Vinicius Furtado)

“Construir presídios e dar tratamento digno ao preso não rendem votos. Punir,
sim”.

Sobre os componentes desse segmento do texto, assinale a alternativa que


apresenta o comentário incorreto.
a) “presídios” e “preso” pertencem à mesma família de palavras.
b) “construir presídios” se opõe semanticamente a “punir”.
c) O “sim” está no lugar de “rende votos”.
d) Entre os dois períodos que compõem o segmento há uma oposição.
e) “punir” representa o que o autor do texto defende que se faça.

Questão 127: FGV - AJ I (TJ AM)/TJ AM/Administração/2013


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Volta à polêmica sobre patente de remédios

Patentes de medicamentos geralmente são reconhecidas pelo prazo de dez anos,


de acordo com regras internacionais aceitas por muitos países. Esse prazo inclui a
fase final de desenvolvimento dos medicamentos, chamada pipeline no jargão
técnico. Muitas vezes, esse período até o lançamento comercial do produto pode
levar até quatro anos, de modo que em vários casos o laboratório terá
efetivamente cerca de seis anos de proteção exclusiva para obter no mercado o
retorno do investimento feito.

A partir da perda de validade da patente, o medicamento estará sujeito à


concorrência de produtos similares e genéricos que contenham princípios ativos
encontrados no original. Por não embutirem os custos de pesquisa e
desenvolvimento do produto original, os genéricos e similares podem ser lançados
a preços mais baixos do que os dos medicamentos de marca, que, no período de
proteção exclusiva, tiveram a oportunidade de conquistar a confiança do
consumidor e dos médicos que os prescrevem para seus pacientes.

A pesquisa para obtenção de novos medicamentos comprovadamente eficazes


envolve somas elevadíssimas. Daí que geralmente as empresas que estão no topo

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de
Compartilhamento.
175
da indústria farmacêutica são grandes grupos internacionais, ficando os
laboratórios regionais mais voltados para a produção de genéricos e similares.

A necessidade de se remunerar o investimento realizado faz com que, não


raramente, os remédios sejam caros em relação à renda da maioria das pessoas, e
isso provoca conflitos de toda ordem, em especial nos países menos desenvolvidos,
onde se encontram também as maiores parcelas da população que sofrem de
doenças endêmicas, causadas por falta de saneamento básico, habitação insalubre,
deficiências na alimentação etc. Muitas vezes para reduzir o custo da distribuição
de medicamentos nas redes públicas os governos investem em laboratórios
estatais, que se financiam com subsídios e verbas oficiais, diferentemente de
empresas, que precisam do lucro para se manterem no mercado. Esse conflito
chega em alguns momentos ao ponto de quebra de patente por parte dos países
que se sentem prejudicados. O Brasil mesmo já recorreu a essa decisão extrema em
relação ao coquetel de remédios para tratamento dos pacientes portadores do
vírus HIV e dos que sofrem com a AIDS, chegando depois a um entendimento com
os laboratórios.

O tema da quebra de patente voltou à tona depois que a Corte Superior da Índia
não reconheceu como inovação um medicamento para tratamento do câncer que
o laboratório suíço Novartis considera evolução do seu remédio original, Glivec. A
patente foi reconhecida nos Estados Unidos e em outros 39 países, o que provocou
a polêmica. O Brasil hoje é cauteloso nessa questão. Optou por uma atitude mais
pragmática, que tem dado bons resultados e permitido, inclusive, o
desenvolvimento de novos medicamentos no país. A quebra de patente não pode
ser banalizada.

(O Globo, 07/04/2013)

O fato motivador da produção do texto é


a) a banalização da quebra de patentes dos remédios.
b) as mudanças ocorridas na legislação das patentes de remédios.
c) a polêmica sobre um novo medicamento, na Índia.
d) a fabricação de genéricos e similares em países pobres.
e) a quebra de patente no caso da AIDS, no Brasil.

Questão 128: FGV - AJ II (TJ AM)/TJ AM/Leiloeiro/2013


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

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176
Muito além do ridículo (fragmento)

“Certa vez, ante o espanto da opinião pública com a violência de uma rebelião de
presos, o memorável jurista Evandro Lins e Silva saiu‐se com esta: espantoso,
mesmo, é que os detentos enjaulados em condições subumanas não estejam
realizando mais motins pelo país afora.

Lins era um humanista por excelência e sempre achou equivocada a política


penitenciária. Não havia ironia no que disse. Com mais de 500 mil presos, o sistema
atual tem capacidade para receber pouco mais de 300 mil. O que sobra fica
amontoado em celas fétidas, sujeito à disseminação de doenças e, o que é pior, a
mais violência. Como é possível imaginar que um ser humano se adapte a tais
condições?

Do outro lado dos muros das prisões, uma sociedade acuada pela escalada da
violência urbana prefere imaginar que lugar de bandido é na cadeia, deixando o
Estado à vontade para varrer a sujeira tapete abaixo. Construir presídios e dar
tratamento digno ao preso não rendem votos. Punir, sim.

Daí porque se discute tanto um novo Código Penal, como se fossem frouxas as 117
leis penais especiais e os 1.170 crimes tipificados de que dispomos. Inclusive
trazendo de volta a ideia da maioridade penal, que na prática significa transformar
menino em delinquente e sujeitá‐lo à crueldade das prisões. Nada mais autoritário.
O que a juventude precisa é de amparo, de oportunidade, de educação, e não de
medidas que visem a puni‐la.

A sociedade não pode virar as costas ao drama dos presídios”.

(Marcus Vinicius Furtado)

Observe a charge a seguir.

Assinale a alternativa que apresenta a observação correta sobre o conteúdo da


charge.
a) A charge contraria frontalmente a ideia de presídio mostrada no texto.
b) A imagem da charge mostra o porquê de o texto defender a mudança da política
penitenciária.

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Compartilhamento.
177
c) Os guardas da charge mostram a disseminação da violência entre policiais
penitenciários.
d) A charge elogia a invasão dos presídios pela tecnologia moderna.
e) A mensagem da charge demonstra o fruto esperado da ressocialização dos
presos.

Questão 129: FGV - AJ I (TJ AM)/TJ AM/Administração/2013


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Volta à polêmica sobre patente de remédios

Patentes de medicamentos geralmente são reconhecidas pelo prazo de dez anos,


de acordo com regras internacionais aceitas por muitos países. Esse prazo inclui a
fase final de desenvolvimento dos medicamentos, chamada pipeline no jargão
técnico. Muitas vezes, esse período até o lançamento comercial do produto pode
levar até quatro anos, de modo que em vários casos o laboratório terá
efetivamente cerca de seis anos de proteção exclusiva para obter no mercado o
retorno do investimento feito.

A partir da perda de validade da patente, o medicamento estará sujeito à


concorrência de produtos similares e genéricos que contenham princípios ativos
encontrados no original. Por não embutirem os custos de pesquisa e
desenvolvimento do produto original, os genéricos e similares podem ser lançados
a preços mais baixos do que os dos medicamentos de marca, que, no período de
proteção exclusiva, tiveram a oportunidade de conquistar a confiança do
consumidor e dos médicos que os prescrevem para seus pacientes.

A pesquisa para obtenção de novos medicamentos comprovadamente eficazes


envolve somas elevadíssimas. Daí que geralmente as empresas que estão no topo
da indústria farmacêutica são grandes grupos internacionais, ficando os
laboratórios regionais mais voltados para a produção de genéricos e similares.

A necessidade de se remunerar o investimento realizado faz com que, não


raramente, os remédios sejam caros em relação à renda da maioria das pessoas, e
isso provoca conflitos de toda ordem, em especial nos países menos desenvolvidos,
onde se encontram também as maiores parcelas da população que sofrem de
doenças endêmicas, causadas por falta de saneamento básico, habitação insalubre,
deficiências na alimentação etc. Muitas vezes para reduzir o custo da distribuição
de medicamentos nas redes públicas os governos investem em laboratórios
estatais, que se financiam com subsídios e verbas oficiais, diferentemente de

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de
Compartilhamento.
178
empresas, que precisam do lucro para se manterem no mercado. Esse conflito
chega em alguns momentos ao ponto de quebra de patente por parte dos países
que se sentem prejudicados. O Brasil mesmo já recorreu a essa decisão extrema em
relação ao coquetel de remédios para tratamento dos pacientes portadores do
vírus HIV e dos que sofrem com a AIDS, chegando depois a um entendimento com
os laboratórios.

O tema da quebra de patente voltou à tona depois que a Corte Superior da Índia
não reconheceu como inovação um medicamento para tratamento do câncer que
o laboratório suíço Novartis considera evolução do seu remédio original, Glivec. A
patente foi reconhecida nos Estados Unidos e em outros 39 países, o que provocou
a polêmica. O Brasil hoje é cauteloso nessa questão. Optou por uma atitude mais
pragmática, que tem dado bons resultados e permitido, inclusive, o
desenvolvimento de novos medicamentos no país. A quebra de patente não pode
ser banalizada.

(O Globo, 07/04/2013)

A polêmica sobre o medicamento, referida no último parágrafo do texto, se


concentra entre
a) necessidade X custo.
b) público X privado.
c) inovação X continuidade.
d) criação X plágio.
e) investimento X subvenção.

Questão 130: CESPE - Admin (TJ RR)/TJ RR/2012


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto para o item.

O exercício da advocacia criminal constitui instrumento de equilíbrio social. Não


haveria paz e tranquilidade se os julgamentos fossem realizados sem leis
antecipadamente organizadas e se os réus — por mais graves que fossem os crimes
cometidos — pudessem ser condenados sumariamente sem defesa.

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de
Compartilhamento.
179
Quando se fala em defesa, trata-se da ampla defesa, que abrange o direito de
recorrer, quando a decisão não for favorável. O recurso ampara-se em dois
fundamentos de natureza psicológica. De um lado, o sentimento inato, inerente ao
gênero humano, de inconformidade com a derrota. De outro, a certeza universal da
falibilidade humana. Daí o impulso existencial legítimo de ver um julgamento
desfavorável
reexaminado, de preferência por quem lhe pareça mais qualificado por melhores
dotes de sabedoria e experiência, e mesmo, ainda que por simples presunção, por
melhores valores culturais e morais.

Se, na vida, recorrer ao amparo dos nossos semelhantes é uma necessidade, a lei
não poderia deixar de acolher a utilização de recursos para o seu trato diário, como
uma forma de ver-se prestigiada, ou seja, para que as partes envolvidas no processo
se sintam amparadas, com a sensação de que a decisão foi, tanto quanto possível,
devidamente apreciada, imparcial e justa.

Tales Castelo Branco. Todo réu deve ter defesa. Internet:


<http://super.abril.com.br> (com adaptações).

Considerando as ideias e a tipologia do texto apresentado, julgue o item


subsequente.

De acordo com o texto, a previsão em lei do direito de recorrer contra decisão


judicial contribui tanto para a manutenção da reputação do sistema judicial quanto
para a promoção do bem-estar do réu.
Certo
Errado

Questão 131: CESPE - Admin (TJ RR)/TJ RR/2012


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto para o item.

O exercício da advocacia criminal constitui instrumento de equilíbrio social. Não


haveria paz e tranquilidade se os julgamentos fossem realizados sem leis
antecipadamente organizadas e se os réus — por mais graves que fossem os crimes
cometidos — pudessem ser condenados sumariamente sem defesa.

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de
Compartilhamento.
180
Quando se fala em defesa, trata-se da ampla defesa, que abrange o direito de
recorrer, quando a decisão não for favorável. O recurso ampara-se em dois
fundamentos de natureza psicológica. De um lado, o sentimento inato, inerente ao
gênero humano, de inconformidade com a derrota. De outro, a certeza universal da
falibilidade humana. Daí o impulso existencial legítimo de ver um julgamento
desfavorável
reexaminado, de preferência por quem lhe pareça mais qualificado por melhores
dotes de sabedoria e experiência, e mesmo, ainda que por simples presunção, por
melhores valores culturais e morais.

Se, na vida, recorrer ao amparo dos nossos semelhantes é uma necessidade, a lei
não poderia deixar de acolher a utilização de recursos para o seu trato diário, como
uma forma de ver-se prestigiada, ou seja, para que as partes envolvidas no processo
se sintam amparadas, com a sensação de que a decisão foi, tanto quanto possível,
devidamente apreciada, imparcial e justa.

Tales Castelo Branco. Todo réu deve ter defesa. Internet:


<http://super.abril.com.br> (com adaptações).

Considerando as ideias e a tipologia do texto apresentado, julgue o item


subsequente.

O texto sugere que a ausência de paz e tranquilidade em uma sociedade advém do


fato de o exercício da advocacia criminal ser falho ou inexistente.

Certo
Errado

Questão 132: VUNESP - ContJ (TJ SP)/TJ SP/2015


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto para responder à questão.

O vilão da história

É um fato incontornável: o planeta passa por um aquecimento global intenso, e a


maior parte da responsabilidade pelo descompasso do clima é do ser humano. Com

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181
fábricas, carros e o desmatamento generalizado de habitats, multiplicamos por 180
a quantidade de CO2 na atmosfera desde a Revolução Industrial, motor do efeito
estufa, responsável pelo aumento de 0,8 grau na temperatura da Terra. Parece
pouco, mas foi o suficiente para consolidar um caos climático que se agrava: o calor
elevado faz com que eventos extremos, como tempestades e secas duradouras,
sejam cada vez mais frequentes. Em 2014, o ano mais quente desde que
começaram os registros, em 1880, a situação só piorou. Nesse contexto, cabe,
portanto, a pergunta: a falta de chuvas e o calorão do início de janeiro no Sudeste
brasileiro são também filhos do aquecimento global?

Climatologistas dizem não ter certeza, pois dependem de projeções de longo prazo
para responder. Ou seja, precisam esperar para verificar se a situação se repete por
muitos anos ou se trata de uma anomalia, provocada por algum fenômeno climático
pontual e ainda desconhecido. Mas, afastada a minuciosidade exigida por
comprovações científicas, é concebível concluir que o aquecimento planetário está
na origem da seca. E, se essa é a resposta, pode-se esperar por tempos ainda mais
áridos nas próximas décadas.

Trata-se de uma lógica cujo desfecho é um cenário de contornos assustadores, com


evidentes repercussões econômicas, e que alguns, com certo exagero, denominam
de apocalípticos.

(Veja, 28.01.2015. Adaptado)

Considerando-se as informações textuais, o título O vilão da história é uma


referência direta ao
a) clima.
b) caos climático.
c) ano de 2014.
d) aquecimento global.
e) planeta Terra.

Questão 133: VUNESP - Estat (TJ SP)/TJ SP/Judiciário/2015


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Vício em internet

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182
Poucos artigos sérios usam a palavra “vício” para falar de tecnologia. É comum ver
eufemismos como “compulsão” ou “uso exagerado”. “Vício” é palavra ainda rara. Ou
ao menos era. Na edição de janeiro de 2015, a revista Wired (influente publicação
sobre tecnologia) não hesitou em usar a palavra “viciante”, da seguinte forma:
“Facebook, Twitter, Instagram. Os produtos tecnológicos de maior sucesso têm
uma coisa em comum: eles são viciantes”.

O texto comenta a obra do consultor Nir Eyal, especializado em aconselhar


empresas e designers a tornarem seus produtos mais viciantes. Eyal é autor do livro
Hooked: How to Build Habit-Forming Products (Fisgado: como construir produtos
que formam hábitos) e roda o mundo auxiliando a “fisgar” usuários e não soltá-los
mais.

Em seu livro, Eyal cria um sistema a partir de autores polêmicos, como B. Frederic
Skinner, inventor da “caixa de Skinner”. Nela é colocado um pombo que, para se
alimentar, precisa puxar uma alavanca. Skinner demonstrou que, se a comida
aparece todas as vezes em que o pombo aciona a alavanca, o bicho se torna
preguiçoso e apenas a puxa quando sente fome. Já se a comida aparecer
aleatoriamente, o pombo passa a acionar a alavanca incessantemente,
desenvolvendo uma compulsão por ela. Skinner demonstrou que recompensas
esporádicas ligadas a uma ação podem gerar compulsão por repetir a ação (algo
visível em cassinos ou muitos sites na rede).

Aproveitando-se desses modelos, Eyal foi ainda além. Ele explica a dinâmica da
criação do vício com quatro elementos: gatilho, ação, recompensa esporádica e
investimento.

O gatilho corresponde aos nossos confortos e desconfortos inevitáveis ao longo do


dia. Por exemplo, momentos em que sentimos tédio, solidão ou ansiedade. Ao
passar por um deles, buscamos algo que possa nos distrair.

Daí vem a ação. Por exemplo, tirar o celular do bolso e abrir um aplicativo como o
Instagram. Ao fazer isso, a recompensa é incerta. Podemos achar uma foto
interessante ou não. Uma vez que esse comportamento é associado ao gatilho, o
vício se forma. Quando a pessoa se sentir desconfortável novamente, terá vontade
de abrir o Instagram.

A última fase do processo é o investimento. Ele acontece quando a pessoa passa a


trabalhar para o ciclo. Por exemplo, passa a postar fotos suas no Instagram, pois
sabe que isso irá gerar comentários e curtidas. Nesse momento, a pessoa passa a

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Compartilhamento.
183
ter incentivos adicionais para voltar frequentemente ao aplicativo a fim de conferir
a repercussão de sua postagem, e o ciclo recomeça.

Muitas pessoas ficarão incomodadas com o trabalho de Eyal. Outras vão sair
correndo para comprar seu livro. O fato é que sua obra nos provoca a pensar de que
lado da caixa de Skinner estamos neste exato momento.

(Ronaldo Lemos. www.folha.uol.com.br, 03.02.2015. Adaptado)

Segundo o texto, o trabalho de Eyal encontra paralelo com a “caixa de Skinner” no


que diz respeito
a) ao fato de vincular o surgimento da compulsão a um comportamento
preguiçoso.
b) ao método de análise do comportamento humano a partir de experimentos
feitos em laboratório.
c) à interpretação do vício como o conjunto de ações repetitivas que levam a
resultados invariáveis.
d) à atribuição do vício à necessidade de se quebrar uma rotina de monotonia ou
de agitação.
e) à compreensão de que a criação do comportamento compulsivo se liga a
recompensas esporádicas.

Questão 134: VUNESP - Estat (TJ SP)/TJ SP/Judiciário/2015


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Considere a tira.

É correto afirmar que o efeito de humor da tira está vinculado


a) ao termo documentário, empregado exclusivamente com sentido próprio,
equivalendo a “história fictícia”.
b) ao termo lâminas, empregado exclusivamente com sentido figurado,
equivalendo a “armas brancas”.
c) ao termo barbear, empregado, concomitantemente, com sentido figurado,
equivalendo a “aparar a barba”, e com sentido próprio, correspondendo a “ferir de
propósito”.

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184
d) ao termo seguras, empregado com sentido próprio, equivalendo a “sem risco”,
e também com sentido figurado, correspondendo a “dubitáveis”.
e) ao termo afiados, empregado com sentido figurado, equivalendo a “instruídos”,
sem perder a relação com seu sentido próprio, correspondendo a “cortantes”.

Questão 135: VUNESP - Estat (TJ SP)/TJ SP/Judiciário/2015


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Considere o texto a seguir.

Dos rituais

No primeiro contato com os selvagens, que medo nos dá de infringir os rituais, de


violar um tabu! É todo um meticuloso cerimonial, cuja infração eles não nos
perdoam.

Eu estava falando nos selvagens? Mas com os civilizados é o mesmo. Ou pior até.

Quando você estiver metido entre grã-finos, é preciso ter muito, muito cuidado:
eles são tão primitivos...

(Mario Quintana. A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro, MEDIAfashion, 2008, p. 62)

Em seu texto, o autor


a) condena com veemência a agressividade característica dos povos incivilizados.
b) lamenta a pouca importância que os homens civilizados atribuem aos ritos.
c) defende que as comunidades cultas, assim como as incultas, prescindem de
regras.
d) critica o modo como a alta sociedade supervaloriza as normas de conduta.
e) satiriza a falta de organização dos rituais conduzidos por alguns povos iletrados.

Questão 136: FGV - Ana (TJ SC)/TJ SC/Administrativo/2015


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

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185
Observe a charge abaixo, publicada por ocasião dos atos terroristas em Paris, em
janeiro de 2015; a afirmativa INADEQUADA sobre a imagem é:

a) há uma referência clara aos ataques terroristas ocorridos nos Estados Unidos
há algum tempo;
b) as imagens dos lápis indicam metonimicamente a profissão de algumas das
vítimas;
c) a presença do avião indica a rapidez da comunicação com apoio da tecnologia
nos dias de hoje;
d) a imagem mostra um ataque a valores culturais, aqui representados pela arte
do desenho;
e) a imagem representa uma situação temporal anterior aos atentados e às
mortes.

Questão 137: FGV - Ana (TJ SC)/TJ SC/Administrativo/2015


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Observe, agora, a charge 2 a seguir; comparando-se essa imagem com a da charge
1, a afirmativa adequada é:

Charge 1

Charge 2

a) a bala à esquerda tem por alvo a Torre Eifell;


b) a imagem da Torre Eifell transfere a França para os Estados Unidos;
c) os lápis aqui representam as indústrias modernas;
d) a Torre Eifell situa os atentados na cidade de Paris;
e) as folhas de papel no meio da fumaça mostram a relatividade da arte.

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186
Questão 138: FGV - Ana (TJ SC)/TJ SC/Administrativo/2015
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Num açougue, um pequeno cartaz dizia: “Aqui, a única carne fraca é a do
açougueiro”.

Considerando-se a situação de comunicação, o cartaz mostra uma:


a) desvalorização do produto a ser vendido;
b) informação desabonadora sobre o comerciante;
c) mensagem comercial de fundo humorístico;
d) informação justificadora de preços mais altos;
e) estratégia de atração para clientes do sexo feminino.

Questão 139: FGV - Anal Jud (TJ GO)/TJ GO/Apoio Judiciário e


Administrativo/2014
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto 2 – Apologia de Sócrates

“O que vós, cidadãos atenienses, haveis sentido com o manejo dos meus
acusadores, não sei; o certo é que eu, devido a eles, quase me esquecia de mim
mesmo, tão persuasivos foram. Contudo, não disseram nada de verdadeiro. Mas,
entre as muitas mentiras que divulgaram, uma, acima de todas, eu admiro: aquela
pela qual disseram que deveis ter cuidado para não serdes enganados por mim,
como homem hábil no falar.

Mas, então, não se envergonham disto, de que logo seriam desmentidos com fatos,
quando eu me apresentasse diante de vós, de nenhum modo hábil orador? Essa me
parece a sua maior imprudência se, todavia, denominam "hábil no falar" aquele que
diz a verdade. Porque, se dizem exatamente isso, poderei confessar que sou orador,
não porém à sua maneira.

Assim, pois, como acabei de dizer, pouco ou absolutamente nada disseram da


verdade; mas, ao contrário, eu vo-la direi em toda a sua claridade. Contudo, por
Zeus, não ouvireis, por certo, cidadãos atenienses, discursos enfeitados de
locuções e de palavras, ou adornados como os deles, mas coisas ditas simplesmente

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187
com as palavras que me vierem à boca, pois estou certo de que é justo o que eu digo,
e nenhum de vós espera outra coisa”.

Segundo o texto 2, Sócrates considera o espaço do tribunal onde se realiza seu


julgamento, um espaço:
a) do embelezamento do discurso;
b) da clareza das informações;
c) da verdade dos fatos;
d) da busca de soluções;
e) do convencimento do próximo.

Questão 140: FGV - Anal Jud (TJ GO)/TJ GO/Apoio Judiciário e


Administrativo/2014
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
O escritor italiano A. Manzoni declarou certa vez que “Quando se julga por indução
e sem o necessário conhecimento dos fatos, às vezes chega-se a ser injusto até
mesmo com os malfeitores”.

Nessa frase, o escritor fala do método indutivo, que se caracteriza por partir:
a) do geral para o particular;
b) do abstrato para o concreto;
c) do universal para o individual;
d) do todo para as partes;
e) do fato para a generalização.

Questão 141: FGV - AJ (TJ RO)/TJ RO/Administrador/2015


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto 1 –

Facebook

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188
Vimos que o Vale do Silício é um tecnopolo importante, com indústria avançada, de
ponta, em que são feitos altos investimentos. Mas, às vezes, uma simples ideia pode
valer mais do que muita tecnologia. É o caso da maior rede social do mundo, o
Facebook.

Segundo o seu criador Mark Zuckerberg, em seu segundo ano da Universidade de


Harvard (2004), ele e seus amigos tinham muito a compartilhar: suas fotos, o que
estudavam, de que gostavam, entre tantas outras coisas que os amigos curtem.
Pensando nisso, Mark elaborou – em duas semanas e com apenas 19 anos de idade
– a primeira versão do que se tornaria essa famosa rede social.

Mas há quem diga que a história inicial não foi tão sublime, mas que tudo começou
como uma brincadeira: Mark teria colocado as fotos das garotas da Universidade
na internet, à revelia, para que os colegas escolhessem qual a mais bonita. Outro
detalhe não menos importante seria que o desenvolvimento do Facebook contou
com a colaboração de mais colegas, entre eles o brasileiro Eduardo Saverin,
reconhecido como o co-fundador do site.

De qualquer forma, e intrigas à parte, inovação e agilidade transformaram esse


pequeno projeto/brincadeira em uma empresa extremamente lucrativa, com mais
de 500 milhões de usuários, faturamento bilionário e um valor de 50 bilhões de
dólares, estimado pelo Banco Sachs em janeiro de 2011, maior do que o da Time
Warner.

(Paulo Roberto Moraes, Urbanização e Metropolização, São Paulo, 2011)

O objetivo mais importante do texto 1, segundo o que se pode depreender de sua


estrutura, é:
a) demonstrar a capacidade tecnológica da juventude moderna;
b) mostrar o valor da criatividade num mundo tecnológico;
c) indicar um novo caminho para o desenvolvimento da Informática;
d) criticar o aprisionamento intelectual causado pela tecnologia;
e) comprovar que a sociedade americana se fundamenta na meritocracia.

Questão 142: FGV - AJ (TJ RO)/TJ RO/Administrador/2015


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

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189
Texto 1 –

Facebook

Vimos que o Vale do Silício é um tecnopolo importante, com indústria avançada, de


ponta, em que são feitos altos investimentos. Mas, às vezes, uma simples ideia pode
valer mais do que muita tecnologia. É o caso da maior rede social do mundo, o
Facebook.

Segundo o seu criador Mark Zuckerberg, em seu segundo ano da Universidade de


Harvard (2004), ele e seus amigos tinham muito a compartilhar: suas fotos, o que
estudavam, de que gostavam, entre tantas outras coisas que os amigos curtem.
Pensando nisso, Mark elaborou – em duas semanas e com apenas 19 anos de idade
– a primeira versão do que se tornaria essa famosa rede social.

Mas há quem diga que a história inicial não foi tão sublime, mas que tudo começou
como uma brincadeira: Mark teria colocado as fotos das garotas da Universidade
na internet, à revelia, para que os colegas escolhessem qual a mais bonita. Outro
detalhe não menos importante seria que o desenvolvimento do Facebook contou
com a colaboração de mais colegas, entre eles o brasileiro Eduardo Saverin,
reconhecido como o co-fundador do site.

De qualquer forma, e intrigas à parte, inovação e agilidade transformaram esse


pequeno projeto/brincadeira em uma empresa extremamente lucrativa, com mais
de 500 milhões de usuários, faturamento bilionário e um valor de 50 bilhões de
dólares, estimado pelo Banco Sachs em janeiro de 2011, maior do que o da Time
Warner.

(Paulo Roberto Moraes, Urbanização e Metropolização, São Paulo, 2011)

“De qualquer forma, e intrigas à parte, inovação e agilidade transformaram esse


pequeno projeto/brincadeira”.

A expressão “De qualquer forma” indica:


a) resumo de elementos anteriores;
b) retificação de erros cometidos;
c) modificação de informações prestadas;

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190
d) tentativa de simplificação;
e) desprezo de argumentos contrários.

Questão 143: FGV - AJ (TJ RO)/TJ RO/Administrador/2015


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto 1 –

Facebook

Vimos que o Vale do Silício é um tecnopolo importante, com indústria avançada, de


ponta, em que são feitos altos investimentos. Mas, às vezes, uma simples ideia pode
valer mais do que muita tecnologia. É o caso da maior rede social do mundo, o
Facebook.

Segundo o seu criador Mark Zuckerberg, em seu segundo ano da Universidade de


Harvard (2004), ele e seus amigos tinham muito a compartilhar: suas fotos, o que
estudavam, de que gostavam, entre tantas outras coisas que os amigos curtem.
Pensando nisso, Mark elaborou – em duas semanas e com apenas 19 anos de idade
– a primeira versão do que se tornaria essa famosa rede social.

Mas há quem diga que a história inicial não foi tão sublime, mas que tudo começou
como uma brincadeira: Mark teria colocado as fotos das garotas da Universidade
na internet, à revelia, para que os colegas escolhessem qual a mais bonita. Outro
detalhe não menos importante seria que o desenvolvimento do Facebook contou
com a colaboração de mais colegas, entre eles o brasileiro Eduardo Saverin,
reconhecido como o co-fundador do site.

De qualquer forma, e intrigas à parte, inovação e agilidade transformaram esse


pequeno projeto/brincadeira em uma empresa extremamente lucrativa, com mais
de 500 milhões de usuários, faturamento bilionário e um valor de 50 bilhões de
dólares, estimado pelo Banco Sachs em janeiro de 2011, maior do que o da Time
Warner.

(Paulo Roberto Moraes, Urbanização e Metropolização, São Paulo, 2011)

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191
As vozes presentes no texto 1 só NÃO incluem a voz:
a) do autor do texto;
b) do criador do Facebook;
c) de pessoas não nominalizadas;
d) do brasileiro Eduardo Savarin;
e) do Banco Goldman Sachs.

Questão 144: CESPE - AJ (TJ SE)/TJ SE/Administrativa/Análise de Sistemas/2014


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública. Relatório Nacional da Execução


da Meta 2: um diagnóstico da investigação de homicídios no país. Brasília: Conselho
Nacional do Ministério Público, 2012, p. 35. Internet: <www.cnmp.mp.br>.

O gráfico acima mostra os resultados do esforço nacional para o cumprimento da


meta 2 do Grupo de Persecução Penal, da Estratégia Nacional de Justiça e
Segurança Pública. O objetivo dessa meta era o de concluir os inquéritos policiais
relativos a homicídios dolosos instaurados até 31 de dezembro de 2007. Para
avaliar o cumprimento da meta 2, o Grupo de Persecução Penal adotou um critério
percentual, segundo o qual era considerada cumprida a meta, caso o estado tivesse
concluído 90% do seu estoque inicial de inquéritos. Com base nessas informações
e nos dados do gráfico, julgue o item que segue.

O estado que ficou mais próximo de cumprir a meta 2 foi Tocantins e o que ficou
mais distante de cumprir essa meta foi Minas Gerais.
Certo
Errado

Questão 145: CESPE - AJ (TJ SE)/TJ SE/Administrativa/Análise de Sistemas/2014


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública. Relatório Nacional da Execução


da Meta 2: um diagnóstico da investigação de homicídios no país. Brasília: Conselho
Nacional do Ministério Público, 2012, p. 35. Internet: <www.cnmp.mp.br>.

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Compartilhamento.
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O gráfico acima mostra os resultados do esforço nacional para o cumprimento da
meta 2 do Grupo de Persecução Penal, da Estratégia Nacional de Justiça e
Segurança Pública. O objetivo dessa meta era o de concluir os inquéritos policiais
relativos a homicídios dolosos instaurados até 31 de dezembro de 2007. Para
avaliar o cumprimento da meta 2, o Grupo de Persecução Penal adotou um critério
percentual, segundo o qual era considerada cumprida a meta, caso o estado tivesse
concluído 90% do seu estoque inicial de inquéritos. Com base nessas informações
e nos dados do gráfico, julgue o item que segue.

O gráfico evidencia que mais de 50% dos estados brasileiros conseguiram concluir
pelo menos metade de seus inquéritos policiais, resultado mais positivo que o
apresentado pelo Brasil como um todo.
Certo
Errado

Questão 146: CESPE - AJ (TJ SE)/TJ SE/Administrativa/Análise de Sistemas/2014


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública. Relatório Nacional da Execução


da Meta 2: um diagnóstico da investigação de homicídios no país. Brasília: Conselho
Nacional do Ministério Público, 2012, p. 35. Internet: <www.cnmp.mp.br>.

O gráfico acima mostra os resultados do esforço nacional para o cumprimento da


meta 2 do Grupo de Persecução Penal, da Estratégia Nacional de Justiça e
Segurança Pública. O objetivo dessa meta era o de concluir os inquéritos policiais
relativos a homicídios dolosos instaurados até 31 de dezembro de 2007. Para
avaliar o cumprimento da meta 2, o Grupo de Persecução Penal adotou um critério
percentual, segundo o qual era considerada cumprida a meta, caso o estado tivesse
concluído 90% do seu estoque inicial de inquéritos. Com base nessas informações
e nos dados do gráfico, julgue o item que segue.

De acordo com o gráfico, nenhuma das regiões brasileiras cumpriu a meta 2.


Certo
Errado

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de
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Questão 147: CESPE - AJ TJDFT/TJDFT/Apoio Especializado/Análise de
Sistemas/2015
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
O objetivo do direito é a paz. A luta é o meio de consegui-la. Enquanto o direito tiver
de repelir o ataque causado pela injustiça — e isso durará enquanto o mundo
estiver de pé —, ele não será poupado.

A vida do direito é a luta: a luta de povos, de governos, de classes, de indivíduos.


Todo o direito do mundo foi assim conquistado. Todo ordenamento jurídico que se
lhe contrapôs teve de ser eliminado e todo direito, o direito de um povo ou o de um
indivíduo, teve de ser conquistado com luta.

O direito não é mero pensamento, mas sim força viva. Por isso, a justiça segura, em
uma das mãos, a balança, com a qual pesa o direito, e, na outra, a espada, com a qual
o defende. A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada é a
fraqueza do direito. Ambas se completam e o verdadeiro estado de direito só existe
onde a força, com a qual a justiça empunha a espada, é usada com a mesma destreza
com que a justiça maneja a balança.

O direito é um labor contínuo, não apenas dos governantes, mas de todo o povo.
Cada um que se encontra na situação de precisar defender seu direito participa
desse trabalho, levando sua contribuição para a concretização da ideia de direito
sobre a Terra.

Rudolf von Ihering. A luta pelo direito. Tradução de J. Cretella Jr. e Agnes Cretella.
5.ª ed. revista da tradução. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008, p. 31
(com adaptações).

Com referência às ideias apresentadas no texto precedente e a seus aspectos


linguísticos, julgue o item a seguir.

O direito é um produto histórico que resulta de constante luta de uma coletividade


ou de um indivíduo.
Certo
Errado

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Compartilhamento.
194
Questão 148: CESPE - AJ TJDFT/TJDFT/Apoio Especializado/Análise de
Sistemas/2015
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
O objetivo do direito é a paz. A luta é o meio de consegui-la. Enquanto o direito tiver
de repelir o ataque causado pela injustiça — e isso durará enquanto o mundo
estiver de pé —, ele não será poupado.

A vida do direito é a luta: a luta de povos, de governos, de classes, de indivíduos.


Todo o direito do mundo foi assim conquistado. Todo ordenamento jurídico que se
lhe contrapôs teve de ser eliminado e todo direito, o direito de um povo ou o de um
indivíduo, teve de ser conquistado com luta.

O direito não é mero pensamento, mas sim força viva. Por isso, a justiça segura, em
uma das mãos, a balança, com a qual pesa o direito, e, na outra, a espada, com a qual
o defende. A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada é a
fraqueza do direito. Ambas se completam e o verdadeiro estado de direito só existe
onde a força, com a qual a justiça empunha a espada, é usada com a mesma destreza
com que a justiça maneja a balança.

O direito é um labor contínuo, não apenas dos governantes, mas de todo o povo.
Cada um que se encontra na situação de precisar defender seu direito participa
desse trabalho, levando sua contribuição para a concretização da ideia de direito
sobre a Terra.

Rudolf von Ihering. A luta pelo direito. Tradução de J. Cretella Jr. e Agnes Cretella.
5.ª ed. revista da tradução. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008, p. 31
(com adaptações).

Com referência às ideias apresentadas no texto precedente e a seus aspectos


linguísticos, julgue o item a seguir.

Por ser um trabalho contínuo e de todo o povo, todos os cidadãos são chamados a
tomar parte na tarefa de concretizar a ideia do direito sobre a Terra.
Certo
Errado

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de
Compartilhamento.
195
Questão 149: CESPE - AJ TJDFT/TJDFT/Apoio Especializado/Análise de
Sistemas/2015
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto para o item.

Os dados revelam realidade alarmante: conforme o IPEA, 63% das pessoas


envolvidas em conflito não aciona o sistema de justiça; a prática de tortura é
sistêmica, segundo as Nações Unidas; o sistema carcerário, cuja população
aumentou 67% nos últimos 10 anos, é medieval e dá em oferenda nossos jovens
(negros em sua maioria) à rede de facções criminosas. A violência contra os
segmentos mais vulneráveis (idosos, crianças, negros, mulheres, deficientes,
população indígena e LGBT) ecoa na sociedade pelas vozes que incitam o ódio sob
o manto de pretensa imunidade.

No cenário de exclusão e violência, é preciso radicalizar a política de ampliação do


acesso à justiça. Para tanto, não basta a inclusão no sistema da maioria excluída. Há
consenso de que o acesso à justiça não se limita ao direito de acessar o Judiciário.
Para que a promoção da justiça seja tarefa de todos, é necessário romper os limites
das liturgias forenses e levar a justiça onde o conflito está, ou seja, na vida, na casa
e na rua. Nesse sentido, a política de universalização do acesso à justiça deve
contemplar dois eixos de atuação: o de proteção dos direitos violados (inclusive
quando o órgão violador é o próprio Estado) e o de prevenção da violência, por meio
do envolvimento da sociedade na formulação de uma política que assegure direitos
e promova a paz.

No primeiro eixo, é preciso coragem para a adoção de políticas públicas no âmbito


penal com franco apelo popular: firmeza no combate à tortura e à violência policial,
reestruturação da política penitenciária e fortalecimento da defensoria pública
para assegurar a proteção dos direitos humanos. Não é aceitável que o Brasil
pretenda consolidar sua democracia praticando um direito penal patrimonialista e
revanchista que olha para o passado, julga e pune, sob a pretensão de que a
privação da liberdade vai “reeducar” o indivíduo a viver em sociedade.

Os estatutos penais devem absorver as práticas restaurativas que recuperam as


relações afetadas pela violência. São inúmeras as alternativas penais possíveis que,
por sua efetividade, afastam a impunidade: as prestações de serviços comunitários;
os círculos restaurativos nos moldes da Resolução n.º 2.002/2012 da Organização
das Nações Unidas; a mediação de conflitos no âmbito penal, civil e familiar. No eixo
da prevenção da violência, a sociedade pode promover a justiça comunitária antes
da judicialização dos conflitos, por meio da mediação, da educação para os direitos
e da articulação de uma rede de participação na gestão da comunidade.

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Compartilhamento.
196
A política de acesso à justiça deve mobilizar todos os segmentos sociais contra a
violência que emerge no cotidiano, dentro e fora do Estado. Para além das múltiplas
portas que o sistema de justiça deve abrir, é necessária a adoção de espaços livres
de coerção para a construção de uma justiça acessível, mas, sobretudo, realizada
por todos.

Glaúcia Falsarella Foley. Nova política de acesso à justiça é possível. In: Correio
Braziliense, 22/12/2014 (com adaptações).

A respeito das ideias apresentadas no texto, julgue o item seguinte.

A universalização do acesso à justiça é dificultada pela distância entre os órgãos da


justiça e os lugares onde ocorrem conflitos e pela existência de muitos espaços
marcados por coerções, exclusões e violência.
Certo
Errado

Questão 150: CESPE - AJ TJDFT/TJDFT/Apoio Especializado/Análise de


Sistemas/2015
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto para o item.

Os dados revelam realidade alarmante: conforme o IPEA, 63% das pessoas


envolvidas em conflito não aciona o sistema de justiça; a prática de tortura é
sistêmica, segundo as Nações Unidas; o sistema carcerário, cuja população
aumentou 67% nos últimos 10 anos, é medieval e dá em oferenda nossos jovens
(negros em sua maioria) à rede de facções criminosas. A violência contra os
segmentos mais vulneráveis (idosos, crianças, negros, mulheres, deficientes,
população indígena e LGBT) ecoa na sociedade pelas vozes que incitam o ódio sob
o manto de pretensa imunidade.

No cenário de exclusão e violência, é preciso radicalizar a política de ampliação do


acesso à justiça. Para tanto, não basta a inclusão no sistema da maioria excluída. Há
consenso de que o acesso à justiça não se limita ao direito de acessar o Judiciário.
Para que a promoção da justiça seja tarefa de todos, é necessário romper os limites
das liturgias forenses e levar a justiça onde o conflito está, ou seja, na vida, na casa

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de
Compartilhamento.
197
e na rua. Nesse sentido, a política de universalização do acesso à justiça deve
contemplar dois eixos de atuação: o de proteção dos direitos violados (inclusive
quando o órgão violador é o próprio Estado) e o de prevenção da violência, por meio
do envolvimento da sociedade na formulação de uma política que assegure direitos
e promova a paz.

No primeiro eixo, é preciso coragem para a adoção de políticas públicas no âmbito


penal com franco apelo popular: firmeza no combate à tortura e à violência policial,
reestruturação da política penitenciária e fortalecimento da defensoria pública
para assegurar a proteção dos direitos humanos. Não é aceitável que o Brasil
pretenda consolidar sua democracia praticando um direito penal patrimonialista e
revanchista que olha para o passado, julga e pune, sob a pretensão de que a
privação da liberdade vai “reeducar” o indivíduo a viver em sociedade.

Os estatutos penais devem absorver as práticas restaurativas que recuperam as


relações afetadas pela violência. São inúmeras as alternativas penais possíveis que,
por sua efetividade, afastam a impunidade: as prestações de serviços comunitários;
os círculos restaurativos nos moldes da Resolução n.º 2.002/2012 da Organização
das Nações Unidas; a mediação de conflitos no âmbito penal, civil e familiar. No eixo
da prevenção da violência, a sociedade pode promover a justiça comunitária antes
da judicialização dos conflitos, por meio da mediação, da educação para os direitos
e da articulação de uma rede de participação na gestão da comunidade.

A política de acesso à justiça deve mobilizar todos os segmentos sociais contra a


violência que emerge no cotidiano, dentro e fora do Estado. Para além das múltiplas
portas que o sistema de justiça deve abrir, é necessária a adoção de espaços livres
de coerção para a construção de uma justiça acessível, mas, sobretudo, realizada
por todos.

Glaúcia Falsarella Foley. Nova política de acesso à justiça é possível. In: Correio
Braziliense, 22/12/2014 (com adaptações).

A respeito das ideias apresentadas no texto, julgue o item seguinte.

A radicalização das políticas de promoção da justiça, defendida no texto, não se


esgota em medidas de inclusão da maioria excluída no sistema judiciário, devendo
contemplar medidas de proteção de direitos violados e medidas de prevenção de
violência.
Certo
Errado

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de
Compartilhamento.
198
Questão 151: CESPE - AJ TJDFT/TJDFT/Apoio Especializado/Análise de
Sistemas/2015
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto para o item.

Os dados revelam realidade alarmante: conforme o IPEA, 63% das pessoas


envolvidas em conflito não aciona o sistema de justiça; a prática de tortura é
sistêmica, segundo as Nações Unidas; o sistema carcerário, cuja população
aumentou 67% nos últimos 10 anos, é medieval e dá em oferenda nossos jovens
(negros em sua maioria) à rede de facções criminosas. A violência contra os
segmentos mais vulneráveis (idosos, crianças, negros, mulheres, deficientes,
população indígena e LGBT) ecoa na sociedade pelas vozes que incitam o ódio sob
o manto de pretensa imunidade.

No cenário de exclusão e violência, é preciso radicalizar a política de ampliação do


acesso à justiça. Para tanto, não basta a inclusão no sistema da maioria excluída. Há
consenso de que o acesso à justiça não se limita ao direito de acessar o Judiciário.
Para que a promoção da justiça seja tarefa de todos, é necessário romper os limites
das liturgias forenses e levar a justiça onde o conflito está, ou seja, na vida, na casa
e na rua. Nesse sentido, a política de universalização do acesso à justiça deve
contemplar dois eixos de atuação: o de proteção dos direitos violados (inclusive
quando o órgão violador é o próprio Estado) e o de prevenção da violência, por meio
do envolvimento da sociedade na formulação de uma política que assegure direitos
e promova a paz.

No primeiro eixo, é preciso coragem para a adoção de políticas públicas no âmbito


penal com franco apelo popular: firmeza no combate à tortura e à violência policial,
reestruturação da política penitenciária e fortalecimento da defensoria pública
para assegurar a proteção dos direitos humanos. Não é aceitável que o Brasil
pretenda consolidar sua democracia praticando um direito penal patrimonialista e
revanchista que olha para o passado, julga e pune, sob a pretensão de que a
privação da liberdade vai “reeducar” o indivíduo a viver em sociedade.

Os estatutos penais devem absorver as práticas restaurativas que recuperam as


relações afetadas pela violência. São inúmeras as alternativas penais possíveis que,
por sua efetividade, afastam a impunidade: as prestações de serviços comunitários;
os círculos restaurativos nos moldes da Resolução n.º 2.002/2012 da Organização
das Nações Unidas; a mediação de conflitos no âmbito penal, civil e familiar. No eixo
da prevenção da violência, a sociedade pode promover a justiça comunitária antes

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199
da judicialização dos conflitos, por meio da mediação, da educação para os direitos
e da articulação de uma rede de participação na gestão da comunidade.

A política de acesso à justiça deve mobilizar todos os segmentos sociais contra a


violência que emerge no cotidiano, dentro e fora do Estado. Para além das múltiplas
portas que o sistema de justiça deve abrir, é necessária a adoção de espaços livres
de coerção para a construção de uma justiça acessível, mas, sobretudo, realizada
por todos.

Glaúcia Falsarella Foley. Nova política de acesso à justiça é possível. In: Correio
Braziliense, 22/12/2014 (com adaptações).

No que se refere aos aspectos linguísticos do texto, julgue o próximo item.

No segundo período do terceiro parágrafo, a escolha vocabular — exemplificada


por “revanchista”, entre outros exemplos — e o uso de certas estruturas sintáticas
— ilustradas por “Não é aceitável” — contribuem para a veiculação da opinião da
autora do texto.
Certo
Errado

Questão 152: CESPE - AJ TJDFT/TJDFT/Apoio Especializado/Análise de


Sistemas/2015
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto para o item.

Os dados revelam realidade alarmante: conforme o IPEA, 63% das pessoas


envolvidas em conflito não aciona o sistema de justiça; a prática de tortura é
sistêmica, segundo as Nações Unidas; o sistema carcerário, cuja população
aumentou 67% nos últimos 10 anos, é medieval e dá em oferenda nossos jovens
(negros em sua maioria) à rede de facções criminosas. A violência contra os
segmentos mais vulneráveis (idosos, crianças, negros, mulheres, deficientes,
população indígena e LGBT) ecoa na sociedade pelas vozes que incitam o ódio sob
o manto de pretensa imunidade.

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200
No cenário de exclusão e violência, é preciso radicalizar a política de ampliação do
acesso à justiça. Para tanto, não basta a inclusão no sistema da maioria excluída. Há
consenso de que o acesso à justiça não se limita ao direito de acessar o Judiciário.
Para que a promoção da justiça seja tarefa de todos, é necessário romper os limites
das liturgias forenses e levar a justiça onde o conflito está, ou seja, na vida, na casa
e na rua. Nesse sentido, a política de universalização do acesso à justiça deve
contemplar dois eixos de atuação: o de proteção dos direitos violados (inclusive
quando o órgão violador é o próprio Estado) e o de prevenção da violência, por meio
do envolvimento da sociedade na formulação de uma política que assegure direitos
e promova a paz.

No primeiro eixo, é preciso coragem para a adoção de políticas públicas no âmbito


penal com franco apelo popular: firmeza no combate à tortura e à violência policial,
reestruturação da política penitenciária e fortalecimento da defensoria pública
para assegurar a proteção dos direitos humanos. Não é aceitável que o Brasil
pretenda consolidar sua democracia praticando um direito penal patrimonialista e
revanchista que olha para o passado, julga e pune, sob a pretensão de que a
privação da liberdade vai “reeducar” o indivíduo a viver em sociedade.

Os estatutos penais devem absorver as práticas restaurativas que recuperam as


relações afetadas pela violência. São inúmeras as alternativas penais possíveis que,
por sua efetividade, afastam a impunidade: as prestações de serviços comunitários;
os círculos restaurativos nos moldes da Resolução n.º 2.002/2012 da Organização
das Nações Unidas; a mediação de conflitos no âmbito penal, civil e familiar. No eixo
da prevenção da violência, a sociedade pode promover a justiça comunitária antes
da judicialização dos conflitos, por meio da mediação, da educação para os direitos
e da articulação de uma rede de participação na gestão da comunidade.

A política de acesso à justiça deve mobilizar todos os segmentos sociais contra a


violência que emerge no cotidiano, dentro e fora do Estado. Para além das múltiplas
portas que o sistema de justiça deve abrir, é necessária a adoção de espaços livres
de coerção para a construção de uma justiça acessível, mas, sobretudo, realizada
por todos.

Glaúcia Falsarella Foley. Nova política de acesso à justiça é possível. In: Correio
Braziliense, 22/12/2014 (com adaptações).

No que se refere aos aspectos linguísticos do texto, julgue o próximo item.

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201
O emprego do verbo “dever” e o uso das expressões “ser preciso” e “ser necessário”
ao longo do texto servem para sinalizar ações consideradas importantes e
programáticas no desenvolvimento de uma nova política de acesso à justiça.
Certo
Errado

Questão 153: FGV - AJ (TJ BA)/TJ BA/Apoio Especializado/Administração/2015


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto

A única observação INADEQUADA sobre o cartaz da campanha antifumo é:


a) a imagem mostra duas etapas de um mesmo rosto;
b) o termo HORROR intensifica o problema do envelhecimento da pele;
c) a imagem do rosto envelhecido é vista através da transparência de um maço de
cigarros;
d) a frase PARE DE FUMAR está escrita em maiúsculas para dar mais destaque à
mensagem pretendida;
e) o telefone informado deve ser utilizado para denúncias de fumantes que
prejudiquem sua saúde e o meio ambiente.

Questão 154: FGV - AJ (TJ BA)/TJ BA/Apoio Especializado/Administração/2015


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto

“A revista The Economist comenta: “Os cigarros estão entre os produtos de


consumo mais lucrativos do mundo. São também os únicos produtos (legais) que,
usados como manda o figurino, viciam a maioria dos consumidores e muitas vezes
os matam.” Isso dá grandes lucros para a indústria do tabaco, e enormes prejuízos
para os clientes”.

A frase abaixo que contém, fundamentalmente, uma visão positiva do cigarro é:

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202
a) “Cigarros são a forma perfeita de prazer: elegantes e insatisfatórios”;
b) “Bebidas, drogas, cigarros, amor, festas, frituras, chocolate… Tudo que me faz
mal, geralmente me atrai muito”;
c) “Noites de blues, cigarros e poesias não me tornam menos vazio, eu tenho este
infinito oco que parece impossível de preencher”;
d) “Meu melhor romance foi com uísques e cigarros, amor sincero, ele me mata, e
eu gosto”;
e) “Algumas pessoas deveriam ser igual cigarros, vir com a foto do mal que elas
fazem''.

Questão 155: FGV - AJ (TJ BA)/TJ BA/Apoio Especializado/Administração/2015


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto

O FUMO NÃO PRODUZ CÂNCER

Os cientistas soviéticos afirmam que chegaram à conclusão de que não há


nenhuma relação entre o tabagismo e o câncer. Informam que depois de
minuciosas experiências com aplicação de tabaco nos lábios e na pele de ratos, não
conseguiram produzir o câncer. ‘É possível, contudo, esclarecem, que o nosso
tabaco georgiano não contenha cancerígenos’.

Os norte-americanos, entretanto, na pessoa do Dr. Cuyler Hammond, diretor de


Pesquisas Estatísticas da Sociedade Americana de Câncer e professor de biometria
da Universidade de Yale, declaram que o cigarro é responsável por numerosos
casos de câncer, nos Estados Unidos. [...] ‘O Estudo não deixou dúvida alguma –
prossegue – que o tipo de câncer que mais aumenta nos Estados Unidos, o câncer
de pulmão masculino, é mais comum entre os fumantes do que entre os não
fumantes’[...] (IV Congresso Internacional do Câncer)

Os dois trechos do texto acima mostram:


a) posições opostas diante do tabagismo, mas reveladoras de interesses
comerciais nacionais;
b) posições de caráter científico, que abordam sob pontos de vista diferentes a
relação entre câncer e tabagismo;
c) posições semelhantes, já que ambas se fundamentam em pesquisas científicas;

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203
d) uma relativização nas afirmações de que as relações entre câncer e tabagismo
estão definitivamente estabelecidas;
e) posições opostas, mas de valorização do conhecimento científico.

Questão 156: FGV - AJ (TJ PI)/TJ PI/Administrativa/Analista Administrativo/2015


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto 2

Semana Nacional do Trânsito

Estamos no último dia da Semana Nacional do Trânsito e vamos encerrar falando


sobre o tema que foi bem escolhido pelo Denatran: Seja Você a Mudança no
Trânsito.

Vivemos numa sociedade que tem o hábito de responsabilizar o Estado,


autoridades e governos pelas mazelas do país. Em muitos casos são críticas
absolutamente procedentes, mas, quando o tema é segurança no trânsito, não nos
podemos esquecer que quem faz o trânsito são seres humanos, ou seja, somos nós.

Deveríamos aproveitar a importância desta semana para refletir sobre nosso


comportamento como pedestres, passageiros, motoristas, motociclistas, ciclistas,
pais, enfim, como cidadãos cujas ações tem reflexo na nossa segurança, assim como
dos demais. O pedestre que não respeita a faixa coloca em risco sua vida e também
a do motorista e de terceiros. Muitas vezes para desviar de um pedestre e evitar
seu atropelamento, um motorista perde o controle do veículo e provoca um
acidente grave com outras pessoas que nada têm a ver com o comportamento do
pedestre. Não precisamos nem aprofundar as consequências dos motoristas que
andam em excesso de velocidade, sob efeito de álcool, ou que dirigem uma carreta
cansados. São todos fatores humanos que contribuem para o que chamamos de
acidente.

(....) Nesta semana nacional do trânsito pelo menos mil pessoas vão ter morrido nas
ruas e nas estradas. Não podemos mais tolerar esses números e, para que isso
mude realmente, é preciso que você e cada um de nós sejamos de fato os agentes
da mudança na direção de um trânsito mais seguro. Com certeza você pode
contribuir para isso, aproveite esta semana para refletir e conversar sobre o tema
com seus entes queridos e amigos, afinal, quem morre no trânsito é amigo ou
parente de alguém. Ninguém está livre disso.

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204
Rodolfo Alberto Rizzotto (adaptado)

A partir da leitura do primeiro parágrafo do texto 2, descobrimos que:


a) a Semana Nacional do Trânsito foi comemorada com a realização de palestras e
outras atividades;
b) os temas das palestras dadas na Semana Nacional do Trânsito diziam respeito à
segurança dos passageiros;
c) os temas das palestras foram escolhidos por órgãos superiores da
administração do trânsito;
d) o palestrante do último dia da Semana Nacional do Trânsito foi o responsável
pelas palestras anteriores;
e) a Semana Nacional do Trânsito foi celebrada com atividades que se
relacionavam tematicamente ao trânsito.

Questão 157: FGV - AJ (TJ PI)/TJ PI/Administrativa/Analista Administrativo/2015


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto 2

Semana Nacional do Trânsito

Estamos no último dia da Semana Nacional do Trânsito e vamos encerrar falando


sobre o tema que foi bem escolhido pelo Denatran: Seja Você a Mudança no
Trânsito.

Vivemos numa sociedade que tem o hábito de responsabilizar o Estado,


autoridades e governos pelas mazelas do país. Em muitos casos são críticas
absolutamente procedentes, mas, quando o tema é segurança no trânsito, não nos
podemos esquecer que quem faz o trânsito são seres humanos, ou seja, somos nós.

Deveríamos aproveitar a importância desta semana para refletir sobre nosso


comportamento como pedestres, passageiros, motoristas, motociclistas, ciclistas,
pais, enfim, como cidadãos cujas ações tem reflexo na nossa segurança, assim como
dos demais. O pedestre que não respeita a faixa coloca em risco sua vida e também
a do motorista e de terceiros. Muitas vezes para desviar de um pedestre e evitar
seu atropelamento, um motorista perde o controle do veículo e provoca um

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Compartilhamento.
205
acidente grave com outras pessoas que nada têm a ver com o comportamento do
pedestre. Não precisamos nem aprofundar as consequências dos motoristas que
andam em excesso de velocidade, sob efeito de álcool, ou que dirigem uma carreta
cansados. São todos fatores humanos que contribuem para o que chamamos de
acidente.

(....) Nesta semana nacional do trânsito pelo menos mil pessoas vão ter morrido nas
ruas e nas estradas. Não podemos mais tolerar esses números e, para que isso
mude realmente, é preciso que você e cada um de nós sejamos de fato os agentes
da mudança na direção de um trânsito mais seguro. Com certeza você pode
contribuir para isso, aproveite esta semana para refletir e conversar sobre o tema
com seus entes queridos e amigos, afinal, quem morre no trânsito é amigo ou
parente de alguém. Ninguém está livre disso.

Rodolfo Alberto Rizzotto (adaptado)

“Vivemos numa sociedade que tem o hábito de responsabilizar o Estado,


autoridades e governos pelas mazelas do país. Em muitos casos são críticas
absolutamente procedentes, mas, quando o tema é segurança no trânsito, não nos
podemos esquecer que quem faz o trânsito são seres humanos, ou seja, somos nós”.

Em termos argumentativos, o autor do texto 2:


a) divide a responsabilidade da segurança no trânsito entre as autoridades e a
legislação;
b) atribui às autoridades uma maior responsabilidade por um trânsito seguro;
c) retira das autoridades qualquer responsabilidade sobre a segurança no trânsito;
d) isenta parcialmente as autoridades sobre as responsabilidades em relação à
segurança no trânsito;
e) indica a população como única responsável pela segurança no trânsito.

Questão 158: FGV - AJ (TJ PI)/TJ PI/Administrativa/Analista Administrativo/2015


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

Deduz-se da leitura que:


a) os ciclistas e os motoristas são os mais injustiçados no trânsito;
b) todas as falas são atribuídas ao ciclista;

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206
c) os pedestres estão sempre em situação perigosa;
d) os veículos motorizados são os que mais respeitam as regras de trânsito;
e) o menino da tira demonstra a mesma atitude diante de motoristas e ciclistas.

Questão 159: FGV - AJ (TJ PI)/TJ PI/Administrativa/Analista Administrativo/2015


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto 3

TRÂNSITO: SOLUÇÕES

Em 1997 foram criados os rodízios para diminuir a circulação de veículos em


determinados horários na capital paulista. Também foram feitas ciclovias (17,5 km)
e campanhas de conscientização. Mas nada disso resolveu o caos no trânsito.

Também foi incentivado o uso de motocicletas, que ocupam menos espaço no


tráfego. Porém, elas poluem mais do que veículos novos e são as principais
causadoras de mortes no trânsito. Segundo o “Mapa da Violência 2011”, do
Instituto Sangari, o número de vítimas fatais no trânsito brasileiro subiu 23,9%, de
1998 a 2008; entre os motociclistas, o aumento foi de 753,8%.

Por isso, cada vez mais especialistas defendem a mobilidade urbana sustentável.
Uma das principais mudanças seria o investimento em transporte coletivo e o
desestímulo ao individual.

Entre as medidas sugeridas – e uma das mais polêmicas – está a cobrança de


pedágio urbano. Ele consiste em cobrar uma tarifa dos motoristas que circulem em
determinadas áreas da cidade. O modelo foi implantado pela primeira vez em 1975,
em Cingapura, e se espalhou por países europeus.

Em São Paulo, há projetos que tramitam na Câmara para cobrar motoristas que
trafeguem na região central. As tarifas variam de R$ 1 a R$ 4, valor que
especialistas acham pouco para que a medida dê resultado.

Há ainda propostas de aumento da malha ferroviária – atualmente, 60% do


transporte brasileiro é feito em rodovias. São Paulo, por exemplo, possui apenas

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207
65,3 km de linhas de metrô, enquanto Santiago do Chile (com metade da população
paulista) possui 83,2 km e Nova York, 479 km.

Todos esses pontos são avaliados como soluções para as demais capitais brasileiras
e mesmo para cidades de médio porte, que já enfrentam problemas semelhantes.

Abaixo estão cinco medidas que pretendem melhorar o problema do trânsito nas
grandes cidades. O aspecto positivo de uma delas que, no contexto, está apontado
de forma correta é:
a) rodízios / melhora a conscientização das pessoas;
b) ciclovias / redução da poluição do ar;
c) uso de motocicletas / aumento do número de acidentes;
d) cobrança de pedágio / aumento da arrecadação municipal;
e) incentivo ao transporte coletivo / redução do número de transportes
individuais.

Questão 160: FGV - AJ (TJ PI)/TJ PI/Administrativa/Analista Judicial/2015


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Observe a charge abaixo:

Sobre os elementos presentes na charge anterior, é correto afirmar que:


a) a culpa maior do futuro acidente cabe ao transeunte;
b) a culpa do motorista é agravada pelo fato de o transeunte estar atravessando
na faixa de pedestres;
c) o celular do motorista deveria estar colocado em suas mãos e não no banco de
trás;
d) ao transeunte não cabe qualquer culpa por estar distraído, digitando no celular;
e) os jovens são indiretamente criticados por serem os usuários mais frequentes
de celulares.

Questão 161: FGV - AJ (TJ PI)/TJ PI/Administrativa/Analista Judicial/2015


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)

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208
Texto 1

O site Cracked separou sete coisas que ninguém sabia sobre os celulares. São
várias teorias sobre a nocividade dos aparelhos sobre o corpo humano. Quer saber
quais são elas? Então vamos à lista:

1. Celulares são responsáveis pela destruição de famílias

Antes dos telefones celulares, os casais eram muito mais fiéis. Atualmente, a
grande maioria dos casos de adultério é combinada por telefones pessoais, pois
dessa forma não há tanto risco de outra pessoa atender às ligações. Isso sem falar
em reuniões familiares, que são constantemente atrapalhadas (ou ignoradas) por
filhos e filhas que preferem as mensagens de texto às conversas com os pais.

2. Ele põe sua vida em risco

No Brasil, falar ao celular enquanto se está no volante é uma infração de trânsito.


Isso acontece porque o telefone realmente tira a atenção dos motoristas. Mas há
relatos de que a distração causada pelos celulares vai muito mais além: até mesmo
quando estamos caminhando, ficamos mais suscetíveis a acidentes quando
estamos em ligações.

3. Seu telefone é uma colônia de bactérias

Um dos principais problemas dos celulares são os micróbios. Muitos utilizam os


aparelhos no banheiro, o que pode infectá-los com bactérias dos mais variados
tipos. Sujeiras dos bolsos, chão e mesas também afetam os telefones. Em suma, os
celulares são verdadeiras colônias de germes e outros pequenos vilões da saúde
humana.

4. Mensagens estão em nosso subconsciente

Um estudo alemão mostrou que grande parte das pessoas de até 30 anos está com
os caminhos para a digitação de mensagens gravados no subconsciente. Isso
significa que, mesmo sem um teclado visível, os usuários conseguem saber onde
estão as letras de seus celulares.

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209
Parece o mesmo que acontece com os teclados de computadores, mas nos
experimentos somente os números eram mostrados e, incrivelmente, as pessoas
envolvidas conseguiam decifrar os códigos mais rapidamente.

5. Você está perdendo seus sentidos

Em uma velocidade muito baixa, mas isso está acontecendo. Possivelmente os


celulares estejam fazendo com que seus olhos sejam afetados (a radiação faz com
que eles sejam aquecidos). Além disso, a audição pode estar sendo afetada por
volumes muito altos em fones de ouvido.

6. Eles deixam as crianças malcriadas

Estudos mostram um dado curioso. Mulheres que usam celular durante a gravidez
e durante os primeiros anos de vida de seus bebês têm 50% a mais de chances de
terem filhos com sérios problemas comportamentais. A causa disso? A radiação por
celulares estaria estimulando a liberação de melatonina (um hormônio que regula
várias funções corporais).

7. Celulares podem causar esterilidade

Segundo apontam cientistas, celulares emitem radiação eletromagnética. É ela


que, supostamente, causa danos ao cérebro. Novas teorias apontam para o fato de
que essa mesma radiação poderia ser responsável por afetar também o sistema
reprodutor dos homens. Como os celulares ficam muito tempo nos bolsos, isso
poderia ser uma causa da esterilidade.

“Isso sem falar em reuniões familiares, que são constantemente atrapalhadas (ou
ignoradas) por filhos e filhas que preferem as mensagens de texto às conversas com
os pais”.

Nesse segmento do texto 1 há uma incoerência aparente, que é:


a) as mensagens de texto citadas também podem ser dos pais e, portanto, não
haveria preferência;
b) o texto declara que não falaria das reuniões familiares, mas acaba falando de
suas perturbações;
c) o autor do texto separa os filhos em “filhos e filhas”, quando a forma masculina
plural já incorpora os dois sexos;

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210
d) as conversas com os pais não são, de fato, deixadas de lado, mas preferidas às
demais;
e) as reuniões familiares não contam com todos os elementos da família, já que
filhos e filhas estão ausentes.

Questão 162: FGV - AJ (TJ PI)/TJ PI/Administrativa/Analista Judicial/2015


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto 1

O site Cracked separou sete coisas que ninguém sabia sobre os celulares. São
várias teorias sobre a nocividade dos aparelhos sobre o corpo humano. Quer saber
quais são elas? Então vamos à lista:

1. Celulares são responsáveis pela destruição de famílias

Antes dos telefones celulares, os casais eram muito mais fiéis. Atualmente, a
grande maioria dos casos de adultério é combinada por telefones pessoais, pois
dessa forma não há tanto risco de outra pessoa atender às ligações. Isso sem falar
em reuniões familiares, que são constantemente atrapalhadas (ou ignoradas) por
filhos e filhas que preferem as mensagens de texto às conversas com os pais.

2. Ele põe sua vida em risco

No Brasil, falar ao celular enquanto se está no volante é uma infração de trânsito.


Isso acontece porque o telefone realmente tira a atenção dos motoristas. Mas há
relatos de que a distração causada pelos celulares vai muito mais além: até mesmo
quando estamos caminhando, ficamos mais suscetíveis a acidentes quando
estamos em ligações.

3. Seu telefone é uma colônia de bactérias

Um dos principais problemas dos celulares são os micróbios. Muitos utilizam os


aparelhos no banheiro, o que pode infectá-los com bactérias dos mais variados
tipos. Sujeiras dos bolsos, chão e mesas também afetam os telefones. Em suma, os
celulares são verdadeiras colônias de germes e outros pequenos vilões da saúde
humana.

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Compartilhamento.
211
4. Mensagens estão em nosso subconsciente

Um estudo alemão mostrou que grande parte das pessoas de até 30 anos está com
os caminhos para a digitação de mensagens gravados no subconsciente. Isso
significa que, mesmo sem um teclado visível, os usuários conseguem saber onde
estão as letras de seus celulares.

Parece o mesmo que acontece com os teclados de computadores, mas nos


experimentos somente os números eram mostrados e, incrivelmente, as pessoas
envolvidas conseguiam decifrar os códigos mais rapidamente.

5. Você está perdendo seus sentidos

Em uma velocidade muito baixa, mas isso está acontecendo. Possivelmente os


celulares estejam fazendo com que seus olhos sejam afetados (a radiação faz com
que eles sejam aquecidos). Além disso, a audição pode estar sendo afetada por
volumes muito altos em fones de ouvido.

6. Eles deixam as crianças malcriadas

Estudos mostram um dado curioso. Mulheres que usam celular durante a gravidez
e durante os primeiros anos de vida de seus bebês têm 50% a mais de chances de
terem filhos com sérios problemas comportamentais. A causa disso? A radiação por
celulares estaria estimulando a liberação de melatonina (um hormônio que regula
várias funções corporais).

7. Celulares podem causar esterilidade

Segundo apontam cientistas, celulares emitem radiação eletromagnética. É ela


que, supostamente, causa danos ao cérebro. Novas teorias apontam para o fato de
que essa mesma radiação poderia ser responsável por afetar também o sistema
reprodutor dos homens. Como os celulares ficam muito tempo nos bolsos, isso
poderia ser uma causa da esterilidade.

Tendo em vista o ambiente interno das prisões brasileiras, podemos estabelecer


uma relação entre os celulares e a seguinte teoria do texto 1:

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212
a) Você está perdendo seus sentidos;
b) Eles deixam as crianças malcriadas;
c) Ele põe sua vida em risco;
d) Seu telefone é uma colônia de bactérias;
e) Celulares podem causar esterilidade.

Questão 163: FGV - AJ (TJ PI)/TJ PI/Administrativa/Analista Judicial/2015


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto 1

O site Cracked separou sete coisas que ninguém sabia sobre os celulares. São
várias teorias sobre a nocividade dos aparelhos sobre o corpo humano. Quer saber
quais são elas? Então vamos à lista:

1. Celulares são responsáveis pela destruição de famílias

Antes dos telefones celulares, os casais eram muito mais fiéis. Atualmente, a
grande maioria dos casos de adultério é combinada por telefones pessoais, pois
dessa forma não há tanto risco de outra pessoa atender às ligações. Isso sem falar
em reuniões familiares, que são constantemente atrapalhadas (ou ignoradas) por
filhos e filhas que preferem as mensagens de texto às conversas com os pais.

2. Ele põe sua vida em risco

No Brasil, falar ao celular enquanto se está no volante é uma infração de trânsito.


Isso acontece porque o telefone realmente tira a atenção dos motoristas. Mas há
relatos de que a distração causada pelos celulares vai muito mais além: até mesmo
quando estamos caminhando, ficamos mais suscetíveis a acidentes quando
estamos em ligações.

3. Seu telefone é uma colônia de bactérias

Um dos principais problemas dos celulares são os micróbios. Muitos utilizam os


aparelhos no banheiro, o que pode infectá-los com bactérias dos mais variados
tipos. Sujeiras dos bolsos, chão e mesas também afetam os telefones. Em suma, os

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de
Compartilhamento.
213
celulares são verdadeiras colônias de germes e outros pequenos vilões da saúde
humana.

4. Mensagens estão em nosso subconsciente

Um estudo alemão mostrou que grande parte das pessoas de até 30 anos está com
os caminhos para a digitação de mensagens gravados no subconsciente. Isso
significa que, mesmo sem um teclado visível, os usuários conseguem saber onde
estão as letras de seus celulares.

Parece o mesmo que acontece com os teclados de computadores, mas nos


experimentos somente os números eram mostrados e, incrivelmente, as pessoas
envolvidas conseguiam decifrar os códigos mais rapidamente.

5. Você está perdendo seus sentidos

Em uma velocidade muito baixa, mas isso está acontecendo. Possivelmente os


celulares estejam fazendo com que seus olhos sejam afetados (a radiação faz com
que eles sejam aquecidos). Além disso, a audição pode estar sendo afetada por
volumes muito altos em fones de ouvido.

6. Eles deixam as crianças malcriadas

Estudos mostram um dado curioso. Mulheres que usam celular durante a gravidez
e durante os primeiros anos de vida de seus bebês têm 50% a mais de chances de
terem filhos com sérios problemas comportamentais. A causa disso? A radiação por
celulares estaria estimulando a liberação de melatonina (um hormônio que regula
várias funções corporais).

7. Celulares podem causar esterilidade

Segundo apontam cientistas, celulares emitem radiação eletromagnética. É ela


que, supostamente, causa danos ao cérebro. Novas teorias apontam para o fato de
que essa mesma radiação poderia ser responsável por afetar também o sistema
reprodutor dos homens. Como os celulares ficam muito tempo nos bolsos, isso
poderia ser uma causa da esterilidade.

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de
Compartilhamento.
214
O segmento do texto 1 que mostra distanciamento do autor do texto em relação à
opinião emitida é:
a) “Isso acontece porque o telefone realmente tira a atenção dos motoristas”.
b) “Um dos principais problemas dos celulares são os micróbios”.
c) “No Brasil, falar ao celular enquanto se está no volante é uma infração de
trânsito”.
d) “Segundo apontam cientistas, celulares emitem radiação eletromagnética”.
e) “Em suma, os celulares são verdadeiras colônias de germes e outros pequenos
vilões da saúde humana”.

Questão 164: TJ PR (Ban. Exam.) - Ana Jud (TJ PR)/TJ PR/Odontologia/2006


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto para a questão.

São Paulo, domingo, 30 de julho de 2006

Desestímulo aos negócios

A CARGA tributária elevada e o custo estratosférico do crédito são fatores sempre


citados por economistas e empresários como inibidores dos negócios no Brasil.
Também é comum serem elencados, nesse rol, fatores de outra série, como o peso
da burocracia. Estudo recente do Banco Mundial (Bird) pôs em números essa
percepção, com resultados alarmantes.

A fim de possibilitar a comparação internacional, o Bird selecionou indicadores


como o tempo para a abertura de uma firma e para fazer cumprir contratos e o nível
de pagamento de tributos. Em termos gerais, o Brasil obteve a vergonhosa 119ª
classificação no ranking dos países onde é mais fácil fazer negócios, entre 155
nações analisadas.

A pesquisa também avaliou a performance de 13 Estados brasileiros. O resultado


é ruim para São Paulo, o mais rico do país, que é apenas o 11º na lista de facilitação
de negócios. Empresas paulistas levam em média absurdos cinco meses para serem
abertas. A título de comparação, a recordista Austrália conseguiu reduzir esse
período para apenas dois dias. Em Minas, destaque positivo no Brasil, já se abre
uma firma em menos de 20 dias.

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215
Um contrato que precise de arbitragem judicial leva em média 2,5 anos para ser
liquidado no Brasil. São Paulo, nesse item, é o menos vagaroso, com 1,5 ano em
média. Já o Rio Grande do Sul é o destaque negativo: quatro anos de tramitação,
em média.

Tamanho entrave à atividade empresarial no país é uma das causas da


informalidade: pelo menos 40% das firmas não se legalizam. Resultados tão
díspares entre os Estados requerem um esforço nacional para harmonizar as
burocracias, escolhendo as unidades federativas mais destacadas em cada item
como modelo. É urgente eliminar processos e custos das empresas que apenas
desestimulam os negócios.

Assinale a alternativa que apresenta o objetivo principal do texto:


a) Analisar em detalhe todos os fatores que influenciam a atividade empresarial
no Brasil.
b) Estabelecer uma comparação entre o desempenho brasileiro e o de outros 155
países, na indústria e no comércio.
c) Divulgar um estudo do Banco Mundial, no qual o Brasil obteve uma colocação
crítica nas categorias que analisam a carga tributária e o custo do crédito.
d) Comparar o desempenho dos diversos Estados brasileiros no que se refere ao
tempo gasto para se abrir uma firma e para fazer cumprir contratos.
e) Demonstrar a necessidade de eliminar ao máximo os entraves burocráticos,
uma vez que são responsáveis por desestimular a atividade empresarial brasileira.

Questão 165: NC-UFPR - Ana Jud (TJ PR)/TJ PR/Administração/2013


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
O texto a seguir é referência para a questão.

Um mundo transparente

Roberto Damatta

Li uma vez uma lenda na qual se contava o seguinte:

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216
Um gênio descobriu o poder da comunicação pelo pensamento. No início, foi uma
delícia poder falar sem sons – sem gemidos, lágrimas, sussurros e sorrisos. Como
no cinema mudo, as pessoas exultavam com o fato de comunicar-se pelo cérebro.
Bastava pensar numa pessoa e, pronto! – fazia-se o contato. [...]

O pensamento – invisível e inaudível, sinuoso, permanente, incontrolável e


invasivo como uma enchente – tornava a compreensão entre os seres humanos um
ato absoluto. E, justamente por isso, ele impedia tudo, principalmente os
sentimentos. Os primeiros a serem liquidados foram atos fundamentais: o fingir, o
disfarçar e o mentir. E, sem poder mentir, houve uma tal sinceridade que a
individualidade, com suas escolhas e seus planos essencialmente secretos; as
paixões, com suas fúrias, inibições e gozos; e as esperanças, com suas expectativas,
desvaneceram-se. E assim muita gente se matou, especialmente no governo, nas
igrejas e na universidade. Muitos isolaram-se em casas com paredes de chumbo
que, descobriu-se, tornavam fracas as ondas mentais, diminuindo, mas
infelizmente não impedindo, a telepatia e a tragicomédia de um entendimento
total, completo e absoluto.

Em poucos anos, o drama que é justamente o que jaz eternamente entre o dito e o
não dito; o que fica encerrado dentro de cada qual sem ruído ou palavra; ou o que
se transforma em silêncio ou suspiro reprimido, tornou-se coisa do passado, e as
pessoas ficaram muito amargas e tristes porque não havia mais a distinção entre o
manifesto e o oculto, de modo que a comédia e o riso ficaram escassos. E, sem riso
e comédia, sumiram igualmente as lágrimas e o choro, pois não havia mais o que se
poderia exprimir além dos pensamentos. Ou melhor, sem as palavras e os seus sons,
não havia mais a vontade de exprimir sentimentos, os quais dependiam
exatamente das palavras, pois, como se sabe, nenhuma sentença verbal ou canto
traduz uma amizade, um desejo, um perdão, uma bênção, um ódio ou uma
esperança. Sem sons, o ato de dar, de receber e de retribuir palavras, músicas,
brindes, beijos e presentes sumiu. As descontinuidades entre os sons foram
suprimidas pelas continuidades dos pensamentos, o que fez com que a humanidade
fosse atingida por um enorme silêncio, pois ninguém precisava produzir sons para
implorar, dar, perdoar, perguntar, discutir, rir, protestar ou jogar conversa fora.
Viviam todos num silêncio profundo lançando mensagens telepáticas uns aos
outros e, quando souberam que seus ancestrais usavam da fala para a
comunicação, ficaram intrigados e com inveja. Foram ouvir o mar e os ventos cujos
sons lhes pareceram encantadores.

Como todas as portas humanas, a novidade da telepatia também trouxe seus


problemas, pois o pensamento decorria de línguas naturais que eram variadas, mas
que, com a evolução da comunicação pelo pensamento, perderam seus lastros, suas
concretudes e suas diferenças. Agora ninguém podia dizer aquilo que só poderia
ser dito em inglês, alemão, russo, português, tupi ou chinês. A universalização

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absoluta do telepático produziu uma perda irreparável nos modos de dizer porque
o pensamento puro se fazia numa só língua: uma espécie de Esperanto que juntava
todos os idiomas vivos e mortos, antigos e modernos, mas que não era língua
nenhuma. Dizem que a partir da telepatia, a poesia, a literatura, a música e os mitos
acabaram.

E os homens, como sempre, arrependeram-se e pediram de volta as suas línguas


antigas que permitiam o milagre das compreensões sempre incompreendidas. Mas
era tarde demais.

(Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,um-mundo-


transparente-,1068646,0.htm>. Acesso em 23 nov. 2013.)

Segundo o texto, foram consequências da nova forma de comunicação entre os


seres humanos:

1. A impossibilidade de ocultar os pensamentos.

2. O desaparecimento do humor.

3. O acirramento da diversidade cultural.

4. A sobreposição da racionalidade sobre os sentimentos.

5. A consciência de que muita coisa se perdeu junto com o desaparecimento das


línguas.

Estão corretos os itens:


a) 1, 2 e 3 apenas.
b) 2, 3 e 4 apenas.
c) 1, 4 e 5 apenas.
d) 1, 2, 4 e 5 apenas.

Questão 166: NC-UFPR - Ana Jud (TJ PR)/TJ PR/Administração/2013

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218
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
A charge abaixo é referência para a questão.

O efeito de humor da charge decorre da resposta que o segundo personagem dá à


pergunta que lhe foi feita. Relacionando essa resposta com a pergunta e o título da
charge, é correto afirmar:
a) A resposta mostra um equívoco na aplicação das novas regras de acentuação,
pois as palavras “deputado” e “castelinho” não eram acentuadas antes da reforma.
b) Há um equívoco na resposta, uma vez que o nome do deputado não pode ter
perdido o acento, pois a ortografia oficial não afeta os nomes próprios.
c) A resposta mostra um deslocamento, pois o uso do interrogativo “o que”
pressupõe que a resposta não seria uma pessoa.
d) O efeito de humor decorre da dualidade na interpretação de “perdeu o acento”.

Questão 167: NC-UFPR - Ana Jud (TJ PR)/TJ PR/Administração/2013


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
O texto a seguir é referência para a questão.

Também somos o chumbo das balas

Você está na sala assistindo à TV. Ou está no restaurante, com seus amigos. Ou está
voltando para casa depois de um dia de trabalho. Você ouve tiros, você ouve
bombas, você ouve gritos. Você olha e vê a polícia militar ocupando o seu bairro, a
sua rua. É difícil enxergar, por causa das bombas de gás lacrimogêneo, o que
aumenta o seu medo. Logo, você está sem luz, porque a polícia atirou nos
transformadores. O garçom que o atendia cai morto com uma bala na cabeça. O
adolescente que você conhece desde pequeno cai morto. Um motorista está
dirigindo a sua van e cai ferido por um tiro. Agora você está aterrorizado. Os gritos
soam cada vez mais perto e você ouve a porta da casa do seu vizinho ser arrombada
por policiais, que quebram tudo, gritam com ele e com sua família. Em seguida você
vê os policiais saírem arrastando um saco preto. E sabe que é o seu vizinho dentro
dele. Por quê? Você não pergunta o porquê, do contrário será o próximo a ser
esculachado, a ter todos os seus bens, duramente conquistados com trabalho,
destruídos. Se você está em casa, não pode sair. Se você está na rua, não pode
entrar.

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219
O que você faz?

Nada.

Você não faz nada porque não aconteceu com você. Você não faz nada
especialmente porque se sente a salvo, porque sabe que não apenas não aconteceu,
como não acontecerá com você. Não aconteceu e não acontecerá no seu bairro.
Isso só acontece na favela, com os outros, aqueles que trabalham para você em
serviços mal remunerados.

Aconteceu na Nova Holanda, no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, na segunda-


feira passada (24/6). Com a justificativa de que pessoas se aproveitavam da
manifestação que ocorria na Avenida Brasil – o nome sempre tão simbólico – para
fazer arrastão, policiais ocuparam a favela. (...). Saldo final: 10 mortos, entre eles
“três moradores inocentes”.

Os brasileiros foram às ruas, algo de profundo mudou nas últimas semanas, tão
profundo que levaremos muito tempo para compreender. Mas algo de ainda mais
profundo não mudou. E, se esse algo ainda mais profundo não mudar, nenhuma
outra mudança terá o peso de uma transformação, porque nenhuma terá sido
capaz de superar o fosso de uma sociedade desigual. A desigualdade que se
perpetua no concreto da vida cotidiana começa e persiste na cabeça de cada um.

(...)

Quando a polícia paulista reprimiu com violência os manifestantes de 13 de junho,


provocando uma ampliação dos movimentos de protesto não só em São Paulo, mas
em todo o Brasil, houve um choque da classe média porque, dessa vez, muitos
daqueles que foram atingidos por balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo
eram seus filhos, irmãos e amigos. Como era possível que isso acontecesse?

(...)

É preciso que a classe média se olhe no espelho, se existe mesmo o desejo real de
mudança. É preciso que se olhe no espelho para encarar sua alma deformada. E
perceber que essa polícia reflete pelo menos uma de suas faces. Parece óbvio, do
contrário essa polícia não seguiria existindo e agindo impunemente, mas às vezes o
óbvio é esquecido em nome da conveniência.

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220
(Eliane Brum, Revista Época, 03/07/2013. Disponível em:
<http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/eliane-
brum/noticia/2013/07/tambem-somos-o-chumbo-das-balasb.html>, acesso em
20 ago. 13).

Identifique as seguintes afirmativas acerca do primeiro parágrafo como


verdadeiras (V) ou falsas (F):

( ) Apresenta uma sequência de fatos, o que qualifica o texto como narrativo.

( ) Há nele um plano de hipóteses que são confirmadas ao final do texto.

( ) O recurso da repetição é nele explorado com finalidade estilística.

( ) Os fatos são apresentados em ordem crescente de gravidade.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.


a) F – V – F – V.
b) V – F – V – F.
c) F – F – V – V.
d) V – V – F – F.

Questão 168: FAURGS - Med Psi (TJ RS)/TJ RS/PJ-J/2016


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
A língua do Brasil amanhã

Ouvimos com frequência opiniões alarmantes a respeito do futuro da nossa língua.


___ vezes se diz que ela vai simplesmente desaparecer, em benefício de outras
línguas supostamente expansionistas (em especial o inglês, atual candidato
número um a língua universal); ou que vai se “misturar” com o espanhol, formando
o “portunhol”; ou, simplesmente, que vai se corromper pelo uso da gíria e das
formas populares de expressão (do tipo: o casaco que cê ia sair com ele tá rasgado).
Aqui pretendo trazer uma opinião mais otimista: a nossa língua, estou convencido,
não está em perigo de desaparecimento, muito menos de mistura. Por outro lado (e

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Compartilhamento.
221
não é possível agradar a todos) acredito que nossa língua está mudando, e
certamente não será a mesma dentro de vinte, cem ou trezentos anos.

O que é que poderia ameaçar a integridade ou a existência da nossa língua? Um dos


fatores, frequentemente citado, é a influência do inglês – o mundo de empréstimos
que andamos fazendo para nos expressarmos sobre certos assuntos.

Não se pode negar que o fenômeno existe; o que mais se faz hoje em dia é surfar,
deletar ou tratar do marketing. Mas isso não significa o desaparecimento da língua
portuguesa. Empréstimos são um fato da vida e sempre existiram. Hoje pouca
gente sabe disso, mas avalanche, alfaiate, tenor e pingue-pongue são palavras de
origem estrangeira; hoje já se naturalizaram, e certamente ninguém vê ameaça
nelas. Afinal de contas, quando se começou a jogar aquela bolinha em cima da mesa,
precisou-se de um nome; podíamos dizer tênis de mesa, e alguns tentaram, mas a
palavra estrangeira venceu – só que virou portuguesa, hoje vive entre nós como
uma imigrante já casada, com filhos brasileiros etc. Perdeu até o sotaque.

Quero dizer que não há o menor sintoma de que os empréstimos estrangeiros


estejam causando lesões na língua portuguesa; a maioria, aliás, desaparece em
pouco tempo, e os que ficam se assimilam. Como todalíngua, o português precisa
crescer para dar conta das novidades sociais, tecnológicas, artísticas e culturais; e
pode aceitar empréstimos – ravióli, ioga, chucrute, balé – e também pode (e com
maior frequência) criar palavras a partir de seus próprios recursos – como
computador, ecologia, poluição – ou então estender o uso de palavras antigas a
novos significados – executivo ou celular, que significam coisas hoje que não
significavam ___ vinte anos. Isso está acontecendo a todo o tempo com todas as
línguas, e nunca levou nenhuma delas ___ extinção.

Adaptado de PERINI, M. A. A língua do Brasil


amanhã e outros mistérios. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. Páginas 11-14.

Considere as seguintes afirmações sobre algumas das ideias do texto.

I - Segundo o autor, a língua portuguesa não corre o risco de desaparecer ou ter sua
identidade alterada. Contudo, é preciso estar atento ao uso demasiado de
estrangeirismos, que podem, no longo prazo, ameaçar a integridade da língua.

II - Existem palavras da língua portuguesa que têm sua origem estrangeira e que
nunca foram aportuguesadas, como ravióli, ioga, chucrute, balé, que mantêm sua
pronúncia original.

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222
III - Além de a língua contar com novas palavras, criadas no seio da própria língua
(computador, por exemplo), o autor destaca que palavras antigas na língua podem
receber novos significados com o passar do tempo.

Quais estão corretas?


a) Apenas I.
b) Apenas III.
c) Apenas I e II.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.

Questão 169: FAURGS - Med Psi (TJ RS)/TJ RS/PJ-J/2016


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
A língua do Brasil amanhã

Ouvimos com frequência opiniões alarmantes a respeito do futuro da nossa língua.


___ vezes se diz que ela vai simplesmente desaparecer, em benefício de outras
línguas supostamente expansionistas (em especial o inglês, atual candidato
número um a língua universal); ou que vai se “misturar” com o espanhol, formando
o “portunhol”; ou, simplesmente, que vai se corromper pelo uso da gíria e das
formas populares de expressão (do tipo: o casaco que cê ia sair com ele tá rasgado).
Aqui pretendo trazer uma opinião mais otimista: a nossa língua, estou convencido,
não está em perigo de desaparecimento, muito menos de mistura. Por outro lado (e
não é possível agradar a todos) acredito que nossa língua está mudando, e
certamente não será a mesma dentro de vinte, cem ou trezentos anos.

O que é que poderia ameaçar a integridade ou a existência da nossa língua? Um dos


fatores, frequentemente citado, é a influência do inglês – o mundo de empréstimos
que andamos fazendo para nos expressarmos sobre certos assuntos.

Não se pode negar que o fenômeno existe; o que mais se faz hoje em dia é surfar,
deletar ou tratar do marketing. Mas isso não significa o desaparecimento da língua
portuguesa. Empréstimos são um fato da vida e sempre existiram. Hoje pouca
gente sabe disso, mas avalanche, alfaiate, tenor e pingue-pongue são palavras de
origem estrangeira; hoje já se naturalizaram, e certamente ninguém vê ameaça
nelas. Afinal de contas, quando se começou a jogar aquela bolinha em cima da mesa,

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precisou-se de um nome; podíamos dizer tênis de mesa, e alguns tentaram, mas a
palavra estrangeira venceu – só que virou portuguesa, hoje vive entre nós como
uma imigrante já casada, com filhos brasileiros etc. Perdeu até o sotaque.

Quero dizer que não há o menor sintoma de que os empréstimos estrangeiros


estejam causando lesões na língua portuguesa; a maioria, aliás, desaparece em
pouco tempo, e os que ficam se assimilam. Como todalíngua, o português precisa
crescer para dar conta das novidades sociais, tecnológicas, artísticas e culturais; e
pode aceitar empréstimos – ravióli, ioga, chucrute, balé – e também pode (e com
maior frequência) criar palavras a partir de seus próprios recursos – como
computador, ecologia, poluição – ou então estender o uso de palavras antigas a
novos significados – executivo ou celular, que significam coisas hoje que não
significavam ___ vinte anos. Isso está acontecendo a todo o tempo com todas as
línguas, e nunca levou nenhuma delas ___ extinção.

Adaptado de PERINI, M. A. A língua do Brasil


amanhã e outros mistérios. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. Páginas 11-14.

Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) nas afirmações a seguir sobre algumas das


ideias do texto.

( ) Os empréstimos linguísticos são um fenômeno relativamente recente na língua,


um reflexo de atividades modernas, como surfar, deletar e lidar com vocábulos da
área do marketing.

( ) A língua portuguesa está mudando mais rapidamente hoje do que antigamente


para que seu vocabulário possa abarcar novidades de ordem social, tecnológica,
artística e cultural.

( ) Todas as línguas podem receber a influência de empréstimos linguísticos, não


apenas a língua portuguesa.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é


a) F – F – V.
b) V – F – V.
c) F – V – F.
d) V – V – F.

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e) F – F – F.

Questão 170: FUNDEP - Tec Jud (TJ MG)/TJ MG/Assistente Social Judicial/2010
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Fala, Amendoeira

Carlos Drummond de Andrade – Fala, Amendoeira (1957)

Esse ofício de rabiscar sobre as coisas do tempo exige que prestemos alguma
atenção à natureza – essa natureza que não presta atenção em nós. Abrindo a
janela matinal, o cronista reparou no firmamento, que seria de uma safira
impecável se não houvesse a longa barra de névoa a toldar a linha entre o céu e o
chão – névoa baixa e seca, hostil aos aviões. Pousou a vista, depois, nas árvores que
algum remoto prefeito deu à rua, e que ainda ninguém se lembrou de arrancar,
talvez porque haja outras destruições mais urgentes. Estavam todas verdes, menos
uma. Uma que, precisamente, lá está plantada em frente à porta, companheira mais
chegada de um homem e sua vida, espécie de anjo vegetal proposto ao seu destino.

Essa árvore de certo modo incorporada aos bens pessoais, alguns fios elétricos lhe
atravessam a fronde, sem que a molestem, e a luz crua do projetor, a dois passos, a
impediria talvez de dormir, se ela fosse mais nova. Às terças, pela manhã, o feirante
nela encosta sua barraca, e ao entardecer, cada dia, garotos procuram subir-lhe o
tronco. Nenhum desses incômodos lhe afeta a placidez de árvore madura e magra,
que já viu muita chuva, muito cortejo de casamento, muitos enterros, e serve há
longos anos à necessidade de sombra que têm os amantes de rua, e mesmo a outras
precisões mais humildes de cãezinhos transeuntes.

Todas estavam ainda verdes, mas essa ostentava algumas folhas amarelas e outras
já estriadas de vermelho, gradação fantasista que chegava mesmo até o marrom –
cor final de decomposição, depois da qual as folhas caem. Pequenas amêndoas
atestavam o seu esforço, e também elas se preparavam para ganhar coloração
dourada e, por sua vez, completado o ciclo, tombar sobre o meio-fio, se não as colhe
algum moleque apreciador do seu azedinho. E como o cronista lhe perguntasse –
fala, amendoeira – por que fugia ao rito de suas irmãs, adotando vestes assim
particulares, a árvore pareceu explicar-lhe:

- Não vês? Começo a outonear. É 21 de março, data em que as folhinhas assinalam


o equinócio do outono. Cumpro meu dever de árvore, embora minhas irmãs não
respeitem as estações.

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de
Compartilhamento.
225
- E vais outoneando sozinha?

- Na medida do possível. Anda tudo muito desorganizado, e, como deves notar,


trago comigo um resto de verão, uma antecipação de primavera e mesmo, se
reparares bem neste ventinho que me fustiga pela madrugada, uma suspeita de
inverno.

- Somos todos assim.

- Os homens, não. Em ti, por exemplo, o outono é manifesto e exclusivo. Acho-te


bem outonal, meu filho, e teu trabalho é exatamente o que os autores chamam de
outonada: são frutos colhidos numa hora da vida que já não é clara, mas ainda não
se dilui em treva. Repara que o outono é mais estação da alma que da natureza.

- Não me entristeças.

- Não, querido, sou tua árvore-da-guarda e simbolizo teu outono pessoal. Quero
apenas que te outonizes com paciência e doçura. O dardo de luz fere menos, a
chuva dá às frutas seu definitivo sabor. As folhas caem, é certo, e os cabelos
também, mas há alguma coisa de gracioso em tudo isso: parábolas, ritmos, tons
suaves... Outoniza-te com dignidade, meu velho.

Assinale a alternativa que apresenta a frase que identifica com mais eficiência a
intimidade da Árvore com o Homem
a) ―Essa árvore de certo modo incorporada aos bens pessoais, [...].
b) ―– Somos todos assim.
c) ―[...], sou tua árvore-da-guarda [...].
d) ―E como o cronista lhe perguntasse – fala, amendoeira – por que fugia ao rito
de suas irmãs [...].

Questão 171: FAURGS - AJ (TJ RS)/TJ RS/Apoio Especializado/Engenharia


Civil/2014
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Suspiros de fumaça

Todos os direitos reservados ao Master Juris. São proibidas a reprodução e quaisquer outras formas de
Compartilhamento.
226
“Parar de fumar é muito fácil. Eu mesmo já parei umas 20 vezes.” Assim dizia meu
pai brincando para minimizar sua maior derrota: nunca conseguiu largar o cigarro.
Quando, pela doença, as proibições chegaram, fumava escondido. Anos depois que
partiu, minha mãe seguia encontrando maços em esconderijos insólitos.

Meu primeiro contato com o comércio foi comprando cigarros para meu pai.
Diligentemente, não aceitava o troco em balas, o acerto justo dignificava a missão.
Hoje me lembro dessas incursões com um pingo de culpa, como se nelas houvesse
uma névoa de conivência.

Claro, eu era criança. Se é para ter culpa, melhor lembrar dos últimos anos do meu
avô materno, quando eu já era adolescente. Outro que levou o cigarro até o fim.
Embora a questão seja quem levou quem. Respirando muito mal, os médicos
cortaram-lhe o hábito. Mas houve um apelo e uma concessão: três meios cigarros
ao dia. Quando estava comigo, roubava no jogo e eu fazia escandalosa vista grossa.
Trocávamos olhares e eu esquecia de cortar o cigarro, ou me enganava na difícil
matemática que é discernir entre três e quatro.

Sinto falta do cheiro de tabacaria, de comprar cigarros, mas não sei o que faria com
eles. Eu jamais fumei e meus fumantes se foram. Não descobri se nunca fumei para
não desafiar quem derrotou meu pai ou para triunfar onde ele falhou.

Quando minha mulher chegou na minha vida, fumava. Trazia essa familiaridade de
um gozo que eu não entendia. O cigarro para Diana era um amigo fiel que pontuava
e sublinhava sua vida. Antes disso, depois daquilo, no momento de angústia, nos
momentos de alegria, contra a solidão, enfim, arrimo para todas as pausas. Mas
minha paciência com o cigarro, e o custo que ele me trouxe, já havia esgotado.
Agora, era eu ou ele. Quase perdi! Havia um inimigo na trincheira, minhas
memórias, tinha uma queda pelo inimigo. Mas consegui. Depois de anos de luta e
com o decisivo apoio da minha tropa de choque, minhas duas filhas, vencemos.

Se existe algo que aprendi com o cigarro é não menosprezar sua força e o preço que
os fumantes estão dispostos a pagar. Tingir de morte o seu prazer, como a medicina
explica e agora está impresso em qualquer maço, a meu ver, pouco ajuda. Talvez só
denote o que ele é, uma tourada com a finitude, desafiando e chamando a morte a
cada tragada.

O preço por esse prazer letal é enorme para a saúde pública. Mas o pior, talvez mais
doloroso por ser mais próximo, é testemunhar essa escolha entre a fuga solitária

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Compartilhamento.
227
do canudinho de fumaça e a nossa companhia. Gostaria que todos os fumantes que
amei tivessem preferido a minha companhia ____ dele, _______ preferência sempre
terei ciúme. Precisamos ganhar os fumantes de volta para nós.

Adaptado de: CORSO, Mário. Suspiros de fumaça. Zero Hora, 12/06/2014.

Assinale a alternativa que apresenta ideia que se pode depreender da leitura do


texto.
a) Com suas brincadeiras, o pai do narrador pretendia aumentar a importância de
sua incapacidade de parar de fumar.
b) O narrador considera-se mais culpado por não ter se empenhado contra o vício
do avô do que por ter colaborado com o vício do pai.
c) O vício da mulher do narrador o incomodava por impedi-la de dedicar-se às
filhas.
d) Na opinião do narrador, o preço alto de um maço de cigarros não é suficiente
para desestimular o tabagismo.
e) Para o narrador, o mais doloroso é testemunhar a tentativa dos fumantes de
livrar-se do vício do cigarro.

Questão 172: FAURGS - AJ (TJ RS)/TJ RS/Apoio Especializado/Engenharia


Civil/2014
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Suspiros de fumaça

“Parar de fumar é muito fácil. Eu mesmo já parei umas 20 vezes.” Assim dizia meu
pai brincando para minimizar sua maior derrota: nunca conseguiu largar o cigarro.
Quando, pela doença, as proibições chegaram, fumava escondido. Anos depois que
partiu, minha mãe seguia encontrando maços em esconderijos insólitos.

Meu primeiro contato com o comércio foi comprando cigarros para meu pai.
Diligentemente, não aceitava o troco em balas, o acerto justo dignificava a missão.
Hoje me lembro dessas incursões com um pingo de culpa, como se nelas houvesse
uma névoa de conivência.

Claro, eu era criança. Se é para ter culpa, melhor lembrar dos últimos anos do meu
avô materno, quando eu já era adolescente. Outro que levou o cigarro até o fim.

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228
Embora a questão seja quem levou quem. Respirando muito mal, os médicos
cortaram-lhe o hábito. Mas houve um apelo e uma concessão: três meios cigarros
ao dia. Quando estava comigo, roubava no jogo e eu fazia escandalosa vista grossa.
Trocávamos olhares e eu esquecia de cortar o cigarro, ou me enganava na difícil
matemática que é discernir entre três e quatro.

Sinto falta do cheiro de tabacaria, de comprar cigarros, mas não sei o que faria com
eles. Eu jamais fumei e meus fumantes se foram. Não descobri se nunca fumei para
não desafiar quem derrotou meu pai ou para triunfar onde ele falhou.

Quando minha mulher chegou na minha vida, fumava. Trazia essa familiaridade de
um gozo que eu não entendia. O cigarro para Diana era um amigo fiel que pontuava
e sublinhava sua vida. Antes disso, depois daquilo, no momento de angústia, nos
momentos de alegria, contra a solidão, enfim, arrimo para todas as pausas. Mas
minha paciência com o cigarro, e o custo que ele me trouxe, já havia esgotado.
Agora, era eu ou ele. Quase perdi! Havia um inimigo na trincheira, minhas
memórias, tinha uma queda pelo inimigo. Mas consegui. Depois de anos de luta e
com o decisivo apoio da minha tropa de choque, minhas duas filhas, vencemos.

Se existe algo que aprendi com o cigarro é não menosprezar sua força e o preço que
os fumantes estão dispostos a pagar. Tingir de morte o seu prazer, como a medicina
explica e agora está impresso em qualquer maço, a meu ver, pouco ajuda. Talvez só
denote o que ele é, uma tourada com a finitude, desafiando e chamando a morte a
cada tragada.

O preço por esse prazer letal é enorme para a saúde pública. Mas o pior, talvez mais
doloroso por ser mais próximo, é testemunhar essa escolha entre a fuga solitária
do canudinho de fumaça e a nossa companhia. Gostaria que todos os fumantes que
amei tivessem preferido a minha companhia ____ dele, _______ preferência sempre
terei ciúme. Precisamos ganhar os fumantes de volta para nós.

Adaptado de: CORSO, Mário. Suspiros de fumaça. Zero Hora, 12/06/2014.

Ao afirmar que tinha uma queda pelo inimigo, o narrador estabelece uma relação
entre a luta que empreendeu contra o vício de sua esposa e
a) seu amor por ela.
b) seu carinho pelas filhas.
c) seu respeito pela autoridade dos médicos.
d) sua lembrança do convívio com fumantes na infância.

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229
e) sua vontade de experimentar o prazer proporcionado pelo cigarro.

Questão 173: FAURGS - Ass Soc (TJ RS)/TJ RS/Classe PJ-J/2014


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Esqueça um pouco do celular e melhore suas relações

Em 2013, um restaurante em Jerusalém criou uma promoção interessante: os


donos do estabelecimento resolveram conceder descontos de 50% aos clientes
que se dispusessem a desligar os celulares durante a permanência no local. O
objetivo era permitir aos frequentadores uma experiência de degustação mais
tranquila e prazerosa, sem interrupções.

No Brasil, alguns estabelecimentos têm adotado medidas semelhantes. Em São


Paulo, um bar tradicional desenvolveu o copo off-line, que só fica de pé na mesa se
estiver apoiado sobre um celular. Todas essas iniciativas vêm atender a novas
necessidades, típicas de uma sociedade conectada.

Para se ter uma ideia, fechamos o ano de 2013 com 271,10 milhões de linhas ativas
de celular, segundo dados da Anatel. O aparelho, que antes tinha como única
função ampliar e agilizar a comunicação, hoje é também um computador de bolso.
“O mundo da tecnologia se parece com um parque de diversões para adultos”,
declara a psicóloga Rosa Maria Farah, coordenadora do NPPI (Núcleo de Pesquisas
da Psicologia em Informática) da PUC-SP. “Os smartphones têm funções lúdicas,
que carregam um aspecto de novidade e despertam a criança que vive dentro do
usuário”, diz.

E quem se deixa envolver por tanta sedução dificilmente é capaz de perceber se a


frequência do uso está passando dos limites e, mais ainda, de distinguir se aquela
espiadinha no celular, que muitas vezes interrompe outras atividades importantes,
acrescenta algo de relevante na vida pessoal. “O aparelho que tinha a função de
aproximar as pessoas pode fazer com que o indivíduo diminua suas habilidades
sociais”, explica a psicóloga Dora Sampaio Góes, do Hospital das Clínicas da USP.

Estar sozinho com os próprios pensamentos também se tornou um desafio. “Fala-


se muito que a tecnologia interfere na relação com o outro, mas ela também
influencia na relação do indivíduo consigo mesmo”, afirma Rosa Maria. “O tempo

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Compartilhamento.
230
dedicado para se perder nas próprias ideias, sentimentos, refletir sobre o cotidiano
está cada vez menor. E isso interfere no desenvolvimento pessoal, já que não
encontramos espaço para avaliar ideias, posturas, valores e as expectativas de
vida”, explica.

Adaptado de OLIVEIRA, M.; TREVISAN, R. Esqueça um pouco do celular e melhore


suas relações. Disponível em
http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2014/04/07/esquec
a-um-pouco-do-celular-e-melhoresuas-relacoes.htm. Acesso em 15 de abril de
2014.

Assinale a alternativa que contém uma ideia que NÃO pode ser depreendida a
partir da leitura do texto.
a) O uso demasiado do aparelho celular pode prejudicar o convívio social entre as
pessoas.
b) As funções lúdicas dos smartphones cativam as crianças, que se tornam adultos
compulsivamente conectados.
c) O uso exagerado do aparelho celular e de outras tecnologias prejudica até
mesmo a reflexão própria e individual das pessoas.
d) Os aparelhos celulares estão se tornando verdadeiros computadores portáteis.
e) Muitas vezes, as pessoas não percebem quando a frequência de uso do aparelho
celular está exagerada.

Questão 174: FAURGS - Ass Soc (TJ RS)/TJ RS/Classe PJ-J/2014


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Esqueça um pouco do celular e melhore suas relações

Em 2013, um restaurante em Jerusalém criou uma promoção interessante: os


donos do estabelecimento resolveram conceder descontos de 50% aos clientes
que se dispusessem a desligar os celulares durante a permanência no local. O
objetivo era permitir aos frequentadores uma experiência de degustação mais
tranquila e prazerosa, sem interrupções.

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231
No Brasil, alguns estabelecimentos têm adotado medidas semelhantes. Em São
Paulo, um bar tradicional desenvolveu o copo off-line, que só fica de pé na mesa se
estiver apoiado sobre um celular. Todas essas iniciativas vêm atender a novas
necessidades, típicas de uma sociedade conectada.

Para se ter uma ideia, fechamos o ano de 2013 com 271,10 milhões de linhas ativas
de celular, segundo dados da Anatel. O aparelho, que antes tinha como única
função ampliar e agilizar a comunicação, hoje é também um computador de bolso.
“O mundo da tecnologia se parece com um parque de diversões para adultos”,
declara a psicóloga Rosa Maria Farah, coordenadora do NPPI (Núcleo de Pesquisas
da Psicologia em Informática) da PUC-SP. “Os smartphones têm funções lúdicas,
que carregam um aspecto de novidade e despertam a criança que vive dentro do
usuário”, diz.

E quem se deixa envolver por tanta sedução dificilmente é capaz de perceber se a


frequência do uso está passando dos limites e, mais ainda, de distinguir se aquela
espiadinha no celular, que muitas vezes interrompe outras atividades importantes,
acrescenta algo de relevante na vida pessoal. “O aparelho que tinha a função de
aproximar as pessoas pode fazer com que o indivíduo diminua suas habilidades
sociais”, explica a psicóloga Dora Sampaio Góes, do Hospital das Clínicas da USP.

Estar sozinho com os próprios pensamentos também se tornou um desafio. “Fala-


se muito que a tecnologia interfere na relação com o outro, mas ela também
influencia na relação do indivíduo consigo mesmo”, afirma Rosa Maria. “O tempo
dedicado para se perder nas próprias ideias, sentimentos, refletir sobre o cotidiano
está cada vez menor. E isso interfere no desenvolvimento pessoal, já que não
encontramos espaço para avaliar ideias, posturas, valores e as expectativas de
vida”, explica.

Adaptado de OLIVEIRA, M.; TREVISAN, R. Esqueça um pouco do celular e melhore


suas relações. Disponível em
http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2014/04/07/esquec
a-um-pouco-do-celular-e-melhoresuas-relacoes.htm. Acesso em 15 de abril de
2014.

Considere as seguintes afirmações acerca da tipologia do texto.

I - Os 3 primeiros parágrafos do texto têm claro teor narrativo.

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232
II - O texto tem caráter predominantemente informativo, mas a informação
exposta está a serviço de uma argumentação.

III - Ao apontar estados subjetivos do usuário de tecnologias, o último parágrafo


reveste-se de caráter predominantemente poético.

Quais estão corretas?


a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.

Questão 175: FAURGS - Ass Soc (TJ RS)/TJ RS/Classe PJ-J/2014


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Índios, os estrangeiros nativos.

A volta dos indígenas à pauta de discussões do País tem gerado discursos bastante
reveladores sobre a impossibilidade de escutá-los como parte do Brasil que tem
algo a dizer não só sobre o seu lugar, mas também sobre si. Os indígenas parecem
ser, para uma parcela das elites, da população e do governo, algo que poderíamos
chamar de “estrangeiros nativos”. É um curioso caso de xenofobia, no qual aqueles
que aqui estavam são vistos como os de fora. No processo histórico de
estrangeirização da população originária, os indígenas foram escravizados,
catequizados, expulsos, em alguns casos, dizimados. A muito custo foram
reconhecidos como detentores de direitos, mas ainda hoje parecem ser aqueles
com quem a sociedade não índia tem uma dívida e em quem, para alguns setores –
e não apenas os ruralistas –, seria melhor dar calote. Para que os de dentro
continuem fora, é preciso mante-los fora no discurso.

Entre os exemplos mais explícitos está a tese de que não falam por si. Aos
estrangeiros é negada a posse de uma voz, já que não podem ser reconhecidos
como parte. Sempre que os indígenas saem das fronteiras, tanto as físicas quanto
as simbólicas, impostas para que continuem fora, ainda que dentro, é reeditada a

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233
versão de que são “massa de manobra” das ONGs. Vale a pena olhar com mais
atenção para essa versão narrativa, que está sempre presente, mas que em
momentos de acirramento dos conflitos ganha força.

Desta vez, a entrada dos indígenas no noticiário se deu por dois episódios: a morte
do terena Oziel Gabriel durante uma operação da Polícia Federal em Mato Grosso
do Sul, e a paralisação das obras de Belo Monte, no Pará, pela ocupação do canteiro
pelos mundurucus. O terena Oziel Gabriel, 35 anos, morreu com um tiro na barriga
durante o cumprimento de uma ordem de reintegração de posse em favor de um
fazendeiro, envolvendo uma terra reconhecida como território indígena desde
1993. Pela lógica do discurso de que seriam manipulados pelas ONGs, Oziel e seu
grupo, se pensassem e agissem segundo suas próprias convicções, não estariam
reivindicando o direito assegurado constitucionalmente de viver na sua área
original. Tampouco estariam ali, porque a alternativa à luta pela terra seria virar
mão de obra barata ou semiescrava nas fazendas da região, ou rumar para as
periferias das cidades. Não. Os indígenas só seriam genuinamente indígenas se
aceitassem pacífica e silenciosamente o gradual desaparecimento de seu povo, sem
perturbar o país com seus insistentes pedidos para que a Constituição seja
cumprida.

No caso dos mundurucus, questionou-se exaustivamente a conveniência e a


legitimidade de sua presença no canteiro de obras da hidrelétrica de Belo Monte,
por estarem “a 800 quilômetros de sua terra”. De novo, os indígenas estariam
extrapolando fronteiras não escritas. Os mundurucus estavam ali porque suas
terras poderão ser afetadas por outras 14 hidrelétricas, desta vez na Bacia do
Tapajós, e pelo menos uma delas, São Luiz do Tapajós, deverá estar no leilão de
energia previsto para o início de 2014. Se não conseguirem fazer-se ouvir agora,
eles sabem que acontecerá com eles o mesmo que acabou de acontecer com os
povos do Xingu. Serão vítimas de um outro discurso muito em voga, o da obra
consumada. A trajetória de Belo Monte mostrou que a estratégia é tocar a obra,
mesmo sem o cumprimento das condicionantes socioambientais, mesmo sem a
devida escuta dos indígenas, mesmo com os conhecidos atropelamentos do
processo dentro e fora do governo, até que a usina esteja tão adiantada, já tenha
consumido tanto dinheiro, que parar seja quase impossível.

Adiantaria os mundurucus gritarem sozinhos lá no Tapajós, para serem


contemplados no seu direito constitucional, respaldado também por convenção da
Organização Internacional do Trabalho, de serem ouvidos sobre uma obra que vai
afetá-los? Não. Portanto, eles foram até Belo Monte se fazer ouvir. Mas, como são
indígenas, alguns acreditam que não seriam capazes de tal estratégia política. É
preciso resgatar, mais uma vez, o discurso da manipulação – ou da infiltração. Já
que, para serem indígenas legítimos, os mundurucus teriam de apenas aceitar toda

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234
e qualquer obra – e, se fossem bons selvagens, talvez até agradecer aos chefes
brancos por isso.

Adaptado de: BRUM, Eliane. Índios, os estrangeiros nativos. Revista Época.


Disponível em: http://revistaepoca.globo.com/-Sociedade/eliane-
brum/noticia/2013/06/indios-os-estrangeirosnativos.html. Acessado em
02/05/2014.

Assinale a afirmativa cujo conteúdo pode ser considerado expressão de ponto de


vista da autora do texto.
a) Os mundurucus não são indígenas legítimos.
b) Para os índios, não há alternativa além de virar mão de obra barata ou
semiescrava em fazendas.
c) O índio terena Oziel Gabriel e seu grupo não pensam e agem segundo suas
próprias convicções.
d) Em construções de usinas hidrelétricas, a melhor estratégia é tocar a obra para
que não haja atraso em sua conclusão.
e) Um protesto dos índios mundurucus no Tapajós não seria suficiente para que
fossem ouvidos em suas reivindicações.

Questão 176: IBFC - AJ (TJ PE)/TJ PE/Judiciária/2017


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto

Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição


linguística. Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente,
creio que posso garantir que se trata de uma verdade quase banal: as piadas
fornecem simultaneamente um dos melhores retratos dos valores e problemas de
uma sociedade, por um lado, e uma coleção de fatos e dados impressionantes para
quem quer saber o que é e como funciona uma língua, por outro. Se se quiser
descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate, uma coleção de
piadas fornecerá excelente pista: sexualidade, etnia/raça e outras diferenças,
instituições (igreja, escola, casamento, política), morte, tudo isso está sempre
presente nas piadas que circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por
todo mundo em todo o mundo.[...]

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235
Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais
aprofundada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se
trata de um corpus que, além de expor traços do que nela é sistemático
(gramatical) e, paradoxalmente, “desarrumado”, contribui para deixar muito claro
que uma língua funciona sempre em relação a um contexto culturalmente
relevante e que cada texto requer uma relação com outros textos. [...]

A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada
diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho.
Praticamente cada segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra
interpretação, por razões variadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas
não são poucas. Ou, no mínimo, nós as ouvimos muitas vezes.

(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje.


Rio de Janeiro, SBPC, v.30, n.176, out. 2001)

Em relação ao texto, é correto afirmar que:


a) emprega a pessoalidade gramatical uma vez que não pretende explicitar um
posicionamento.
b) ao se preocupar com a dimensão social das piadas, o autor deixa de lado os
aspectos linguísticos.
c) aborda, através de um recorte específico e também linguístico, um tema
bastante corriqueiro em sociedades de diferentes épocas.
d) aponta a necessidade de estudar as piadas fora dos contextos sociais em que
são produzidas.
e) a diversidade de temas que compõe as piadas dificulta a apreensão dos sentidos
que ela produz.

Questão 177: IBFC - AJ (TJ PE)/TJ PE/Judiciária/2017


Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto

A observação dos elementos não-verbais do texto é responsável pelo


entendimento do humor sugerido. Nesse sentido, a evolução do homem e do
computador, através de tais elementos, deve ser entendida como:

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236
a) complementar.
b) semelhante.
c) conflitante.
d) antitética.
e) idealizada.

Tipologia Textual
Questão 178: CESPE - AJ TJDFT/TJDFT/Judiciária/"Sem Especialidade"/2013
Assunto: Tipologia Textual
De início, não existiam direitos, mas poderes. Desde que o homem pôde vingar a
ofensa a ele dirigida e verificou que tal vingança o satisfazia e atemorizava a
reincidência, só deixou de exercer sua força perante uma força maior. No entanto,
como acontece muitas vezes no domínio biológico, a reação começou a ultrapassar
de muito a ação que a provocara. Os fracos uniram-se; e foi então que começou
propriamente a incursão do consciente e do raciocínio no mecanismo social, ou
melhor, foi aí que começou a sociedade propriamente dita. Fracos unidos não
deixam de constituir uma força. E os fracos, os primeiros ladinos e sofistas, os
primeiros inteligentes da história da humanidade, procuraram submeter aquelas
relações até então naturais, biológicas e necessárias, ao domínio do pensamento.
Surgiu, como defesa, a ideia de que, apesar de não terem força, tinham direitos.
Novas noções de Justiça, Caridade, Igualdade e Dever foram se insinuando naquele
grupo primitivo, instiladas pelos que delas necessitavam, tão certo como o é o fato
de os primeiros remédios terem sido inventados pelos doentes. No espírito do
homem, foi se formando a correspondente daquela revolta: um superego mais ou
menos forte, que daí em diante regeria e fiscalizaria as relações do novo homem
com os seus semelhantes, impedindo-lhe a perpetração de atos considerados por
todos como proibidos. (...) Na resolução de seus litígios, não mais aparecia o mais
forte e musculoso diante do menos poderoso pelo próprio nascimento e natureza.
Igualados pelas mesmas condições, afrouxados na sua agressividade de animal pelo
nascimento do superego, fizeram uma espécie de tratado de paz, as leis, pelas quais
os interesses e os “proibidos” não seriam violados reciprocamente, sob a garantia
de uma punição por parte da coletividade.

Clarice Lispector. Observações sobre o fundamento do direito de punir. In: Aparecida


Maria Nunes (Org.). Clarice na cabeceira. Rio de Janeiro: Rocco, 2012, p. 67-8 (com
adaptações).

A respeito do texto acima, julgue o próximo item.

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237
O texto tem caráter predominantemente dissertativo e argumentativo, embora
nele possam ser identificados trechos que remetam ao tipo narrativo.
Certo
Errado

Questão 179: FGV - AJ (TJ RO)/TJ RO/Administrador/2015


Assunto: Tipologia Textual
Texto 1 –

Facebook

Vimos que o Vale do Silício é um tecnopolo importante, com indústria avançada, de


ponta, em que são feitos altos investimentos. Mas, às vezes, uma simples ideia pode
valer mais do que muita tecnologia. É o caso da maior rede social do mundo, o
Facebook.

Segundo o seu criador Mark Zuckerberg, em seu segundo ano da Universidade de


Harvard (2004), ele e seus amigos tinham muito a compartilhar: suas fotos, o que
estudavam, de que gostavam, entre tantas outras coisas que os amigos curtem.
Pensando nisso, Mark elaborou – em duas semanas e com apenas 19 anos de idade
– a primeira versão do que se tornaria essa famosa rede social.

Mas há quem diga que a história inicial não foi tão sublime, mas que tudo começou
como uma brincadeira: Mark teria colocado as fotos das garotas da Universidade
na internet, à revelia, para que os colegas escolhessem qual a mais bonita. Outro
detalhe não menos importante seria que o desenvolvimento do Facebook contou
com a colaboração de mais colegas, entre eles o brasileiro Eduardo Saverin,
reconhecido como o co-fundador do site.

De qualquer forma, e intrigas à parte, inovação e agilidade transformaram esse


pequeno projeto/brincadeira em uma empresa extremamente lucrativa, com mais
de 500 milhões de usuários, faturamento bilionário e um valor de 50 bilhões de
dólares, estimado pelo Banco Sachs em janeiro de 2011, maior do que o da Time
Warner.

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238
(Paulo Roberto Moraes, Urbanização e Metropolização, São Paulo, 2011)

A estruturação do texto 1 pode ser definida como:


a) didática, pois se dedica à organização de conhecimentos;
b) informativa, pois reúne fatos atuais;
c) publicitária, pois faz propaganda clara de um produto;
d) argumentativa, pois apresenta uma tese e argumentos;
e) narrativa, pois mostra uma sequência cronológica de ações.

Questão 180: CESPE - AJ TJDFT/TJDFT/Apoio Especializado/Análise de


Sistemas/2015
Assunto: Tipologia Textual
Texto para o item.

Os dados revelam realidade alarmante: conforme o IPEA, 63% das pessoas


envolvidas em conflito não aciona o sistema de justiça; a prática de tortura é
sistêmica, segundo as Nações Unidas; o sistema carcerário, cuja população
aumentou 67% nos últimos 10 anos, é medieval e dá em oferenda nossos jovens
(negros em sua maioria) à rede de facções criminosas. A violência contra os
segmentos mais vulneráveis (idosos, crianças, negros, mulheres, deficientes,
população indígena e LGBT) ecoa na sociedade pelas vozes que incitam o ódio sob
o manto de pretensa imunidade.

No cenário de exclusão e violência, é preciso radicalizar a política de ampliação do


acesso à justiça. Para tanto, não basta a inclusão no sistema da maioria excluída. Há
consenso de que o acesso à justiça não se limita ao direito de acessar o Judiciário.
Para que a promoção da justiça seja tarefa de todos, é necessário romper os limites
das liturgias forenses e levar a justiça onde o conflito está, ou seja, na vida, na casa
e na rua. Nesse sentido, a política de universalização do acesso à justiça deve
contemplar dois eixos de atuação: o de proteção dos direitos violados (inclusive
quando o órgão violador é o próprio Estado) e o de prevenção da violência, por meio
do envolvimento da sociedade na formulação de uma política que assegure direitos
e promova a paz.

No primeiro eixo, é preciso coragem para a adoção de políticas públicas no âmbito


penal com franco apelo popular: firmeza no combate à tortura e à violência policial,
reestruturação da política penitenciária e fortalecimento da defensoria pública

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239
para assegurar a proteção dos direitos humanos. Não é aceitável que o Brasil
pretenda consolidar sua democracia praticando um direito penal patrimonialista e
revanchista que olha para o passado, julga e pune, sob a pretensão de que a
privação da liberdade vai “reeducar” o indivíduo a viver em sociedade.

Os estatutos penais devem absorver as práticas restaurativas que recuperam as


relações afetadas pela violência. São inúmeras as alternativas penais possíveis que,
por sua efetividade, afastam a impunidade: as prestações de serviços comunitários;
os círculos restaurativos nos moldes da Resolução n.º 2.002/2012 da Organização
das Nações Unidas; a mediação de conflitos no âmbito penal, civil e familiar. No eixo
da prevenção da violência, a sociedade pode promover a justiça comunitária antes
da judicialização dos conflitos, por meio da mediação, da educação para os direitos
e da articulação de uma rede de participação na gestão da comunidade.

A política de acesso à justiça deve mobilizar todos os segmentos sociais contra a


violência que emerge no cotidiano, dentro e fora do Estado. Para além das múltiplas
portas que o sistema de justiça deve abrir, é necessária a adoção de espaços livres
de coerção para a construção de uma justiça acessível, mas, sobretudo, realizada
por todos.

Glaúcia Falsarella Foley. Nova política de acesso à justiça é possível. In: Correio
Braziliense, 22/12/2014 (com adaptações).

No que se refere aos aspectos linguísticos do texto, julgue o próximo item.

No primeiro parágrafo do texto, utiliza-se trecho de natureza descritiva para


fundamentar a argumentação, pois o parágrafo se inicia com uma ideia que é
corroborada pela descrição de uma série de fatos relevantes.
Certo
Errado

Reescritura de Frases. Substituição de palavras ou trechos de


texto.
Questão 181: CESPE - AJ TJDFT/TJDFT/Judiciária/"Sem Especialidade"/2013
Assunto: Reescritura de Frases. Substituição de palavras ou trechos de texto.
Eu resolvera passar o dia com os trabalhadores da estiva e via-os vir chegando a
balançar o corpo, com a comida debaixo do braço, muito modestos. Em pouco, a

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240
beira do cais ficou coalhada. Durante a última greve, um delegado de polícia
dissera-me:

— São criaturas ferozes! (...)

Logo que o saveiro atracou, eles treparam pelas escadas, rápidos; oito homens
desapareceram na face aberta do porão, despiram-se, enquanto os outros
rodeavam o guincho e as correntes de ferro começavam a ir e vir do porão para o
saveiro, do saveiro para o porão, carregadas de sacas de café. Era regular,
matemático, a oscilação de um lento e formidável relógio.

Aqueles seres ligavam-se aos guinchos; eram parte da máquina; agiam


inconscientemente. Quinze minutos depois de iniciado o trabalho, suavam
arrancando as camisas. Não falavam, não tinham palavras inúteis. Quando a pilha
de sacas estava feita, erguiam a cabeça e esperavam nova carga. Que fazer? Aquilo
tinha que ser até às 5 da tarde. (...)

Esses homens têm uma força de vontade incrível. Fizeram com o próprio esforço
uma classe, impuseram-na. Hoje, estão todos ligados, exercendo uma mútua
polícia para a moralização da classe. A União dos Operários Estivadores consegue,
com uns estatutos que a defendem habilmente, o seu nobre fim. (...)

Que querem eles? Apenas ser considerados homens dignificados pelo esforço e a
diminuição das horas de trabalho, para descansar e para viver.

João do Rio. Os trabalhadores de estiva. In: A alma encantadora das ruas. Paris:
Garnier, 1908. Internet: <www.dominiopublico.gov.br> (com adaptações).

Julgue o item que se segue, relativo às ideias do texto acima e às estruturas


linguísticas nele utilizadas.

Seriam mantidas a correção gramatical e a coerência do texto caso o último


parágrafo fosse reescrito da seguinte forma: O que quer essa união a não ser sua
dignidade como trabalhadores e a redução das horas reconhecidas, para que
possam descansar e viver?
Certo
Errado

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Compartilhamento.
241
Questão 182: CESPE - AJ TJDFT/TJDFT/Judiciária/"Sem Especialidade"/2013
Assunto: Reescritura de Frases. Substituição de palavras ou trechos de texto.
De início, não existiam direitos, mas poderes. Desde que o homem pôde vingar a
ofensa a ele dirigida e verificou que tal vingança o satisfazia e atemorizava a
reincidência, só deixou de exercer sua força perante uma força maior. No entanto,
como acontece muitas vezes no domínio biológico, a reação começou a ultrapassar
de muito a ação que a provocara. Os fracos uniram-se; e foi então que começou
propriamente a incursão do consciente e do raciocínio no mecanismo social, ou
melhor, foi aí que começou a sociedade propriamente dita. Fracos unidos não
deixam de constituir uma força. E os fracos, os primeiros ladinos e sofistas, os
primeiros inteligentes da história da humanidade, procuraram submeter aquelas
relações até então naturais, biológicas e necessárias, ao domínio do pensamento.
Surgiu, como defesa, a ideia de que, apesar de não terem força, tinham direitos.
Novas noções de Justiça, Caridade, Igualdade e Dever foram se insinuando naquele
grupo primitivo, instiladas pelos que delas necessitavam, tão certo como o é o fato
de os primeiros remédios terem sido inventados pelos doentes. No espírito do
homem, foi se formando a correspondente daquela revolta: um superego mais ou
menos forte, que daí em diante regeria e fiscalizaria as relações do novo homem
com os seus semelhantes, impedindo-lhe a perpetração de atos considerados por
todos como proibidos. (...) Na resolução de seus litígios, não mais aparecia o mais
forte e musculoso diante do menos poderoso pelo próprio nascimento e natureza.
Igualados pelas mesmas condições, afrouxados na sua agressividade de animal pelo
nascimento do superego, fizeram uma espécie de tratado de paz, as leis, pelas quais
os interesses e os “proibidos” não seriam violados reciprocamente, sob a garantia
de uma punição por parte da coletividade.

Clarice Lispector. Observações sobre o fundamento do direito de punir. In: Aparecida


Maria Nunes (Org.). Clarice na cabeceira. Rio de Janeiro: Rocco, 2012, p. 67-8 (com
adaptações).

A respeito do texto acima, julgue o próximo item.

Sem prejuízo para o sentido original do texto e para sua correção gramatical, o
segundo período pode ser reescrito da seguinte forma: Assim que pôde se vingar
da ofensa sofrida e perceber que essa vingança lhe era agradável e útil para repelir
novos ofensores, o ser humano nunca deixou de impor sua força as pessoas mais
fracas.
Certo
Errado

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242
Questão 183: VUNESP - ContJ (TJ SP)/TJ SP/2013
Assunto: Reescritura de Frases. Substituição de palavras ou trechos de texto.
O que é ler?

Começo distraidamente a ler um livro. Contribuo com


alguns pensamentos, julgo entender o que está escrito porque conheço a língua
e as coisas indicadas pelas palavras, assim como sei identificar as experiências ali
relatadas. Escritor e leitor possuem o mesmo repertório disponível de palavras,
coisas, fatos, experiências, depositados pela cultura instituída e sedimentados no
mundo de ambos.

De repente, porém, algumas palavras me “pegam”. Insensivelmente, o escritor


as desviou de seu sentido comum e costumeiro e elas me arrastam, como num
turbilhão, para um sentido novo, que alcanço apenas graças a elas. O escritor me
invade, passo a pensar de dentro dele e não apenas com ele, ele se pensa em mim
ao falar em mim com palavras cujo sentido ele fez mudar. O livro que eu parecia
soberanamente dominar apossa-se de mim, interpela-me, arrasta-me para o que eu
não sabia, para o novo. O escritor não convida quem o lê a reencontrar o que já
sabia, mas toca nas significações existentes para torná-las destoantes, estranhas, e
para conquistar, por virtude
dessa estranheza, uma nova harmonia que se aposse do leitor.

Ler, escreve Merleau-Ponty, é fazer a experiência da “retomada do pensamento de


outrem através de sua palavra”, é uma reflexão em outrem, que enriquece nossos
próprios pensamentos. Por isso, prossegue Merleau-Ponty, “começo a
compreender uma filosofia deslizando para dentro dela, na maneira de existir de
seu pensamento”, isto é, em seu discurso.

(Marilena Chauí, Prefácio. Em: Jairo Marçal, Antologia de Textos Filosóficos.


Adaptado)

Sem que haja mudança de sentido do texto original quanto à conjunção empregada
e transpondo-se para a voz passiva o período – De repente, porém, algumas
palavras me “pegam”. – (2.º parágrafo), obtém-se:
a) De repente, apesar disso, algumas palavras têm-me pegado.
b) De repente, então, têm-me pego algumas palavras.
c) De repente, portanto, eu sou pegado por algumas palavras.

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243
d) De repente, entretanto, eu sou pego por algumas palavras.
e) De repente, inclusive, tenho sido pegado por algumas palavras.

Questão 184: FUNDATEC - Med Psiq Jud (TJ RS)/TJ RS/PJ-J/2009


Assunto: Reescritura de Frases. Substituição de palavras ou trechos de texto.
INSTRUÇÃO - A questão refere-se ao texto ao seguir.

Sorrir para a vida


Moacyr Scliar

A Organização Mundial da Saúde define saúde como 'o estado do mais completo
bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de enfermidade'. Os
veteranos da área costumam dizer que essa é, na realidade, a definição de
felicidade.

Pode ser. Mas a verdade é que os estudos científicos apontam, cada vez mais, para
uma estreita relação entre saúde e a condição de ser feliz. O que não é de
surpreender. No mundo em que vivemos, as doenças dependem muito de nosso
estilo de vida. Estilo de vida que, por sua vez, é resultado de uma cultura que nos
pressiona a consumir mais, a comer mais, a ficar sentados diante da tela da TV, a
fumar, a consumir álcool e drogas. Tudo isso, paradoxalmente, traduz-se em
insatisfação, porque esse tipo de apelo não tem limites. A insatisfação leva à
tristeza, à depressão, associadas com várias doenças, como diabetes ou acidente
vascular cerebral.

Um estudo realizado na Universidade do Texas, em Galveston, com cerca de 4 mil


pacientes, mostrou que pessoas idosas que se consideram felizes têm menor
probabilidade de serem vítimas de acidente vascular cerebral. Outro estudo, desta
vez na Universidade de Pittsburgh, mostrou que mulheres deprimidas estão mais
propensas ao endurecimento das artérias, conhecido como aterosclerose.
Pergunta: por que isso acontece? É a felicidade uma poção mágica, uma panaceia
contra doenças? Claro que não.

O que acontece é que as pessoas infelizes tendem a adotar, como compensação, o


estilo de vida acima citado, que, este sim, causa doença. O inverso também é
verdadeiro: se felicidade traz saúde, saúde também traz felicidade. Um estudo

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244
realizado na Holanda, em 2004, com pessoas de 18 anos de idade ou mais, procurou
correlacionar felicidade com vários fatores: renda, situação social e outros. A saúde
ganha longe. Um quarto das pessoas que não se consideram sadias também não se
considera feliz; mas, das pessoas sadias, apenas 8% declaram-se infelizes.

Quanto ao dinheiro, faz diferença nos países muito pobres, porque aí pode ser
condição de sobrevivência. Mas, quanto mais afluente é o país, menos pesa a renda
em termos de felicidade. Um levantamento feito com os cem americanos mais ricos
mostrou que eles são apenas um pouco mais felizes que a média da população.
'Sorria' pode ser, portanto, um bom conselho, à medida que o sorriso, atributo
caracteristicamente humano, possa ser um indicador do sentimento de felicidade.
A propósito, recentemente pesquisadores da Universidade de Amsterdã
examinaram o famoso sorriso da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, com a ajuda de
um programa de computador capaz de correlacionar expressões faciais com
emoções e sentimentos. Resultado: 83% do sorriso provêm de felicidade (e 9%
resultam de desdém - afinal, Mona Lisa também tem direito a desdenhar). Mas a
conquista da felicidade não depende só da pessoa. Se a angústia é demasiada, a
ajuda profissional pode ser necessária. E todos têm direito a ela.

Razão tem a Constituição americana de 1776, quando inclui, entre os direitos


fundamentais, o pursuit of happiness, a busca da felicidade. Se temos direito à
saúde - e a Constituição brasileira de 1988 isso nos garante -, por que não teríamos
direito à felicidade, ao sorriso?

Texto adaptado de http://moacyrscliar.blogspot.com - Acesso em 11/06/2009

Considere as seguintes possibilidades de alterações no texto.

I – Substituição de com (linha 07) por a.

II – Substituição de com (linha 14) por à.

III – Substituição de ao dinheiro (linha 16) por à renda.

IV – Substituição de com (linha 20) por às.

Quais manteriam a correção gramatical do período em que se inserem?


a) Apenas I e II.

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245
b) Apenas I e III.
c) Apenas II e III.
d) Apenas II, III e IV.
e) I, II, III e IV.

Questão 185: CESPE - AJ (TJ CE)/TJ CE/Judiciária/"Sem Especialidade"/2014


Assunto: Reescritura de Frases. Substituição de palavras ou trechos de texto.
Texto para a questão

Dado o caráter transitório de nossas lembranças, a passagem do tempo está entre


os principais fatores que afetam negativamente a qualidade de uma recordação,
porque promove o esquecimento e facilita a ocorrência de distorções da memória.
À medida que o tempo transcorre e novas informações vão sendo processadas,
tendemos a esquecer informação sobre eventos passados. A transitoriedade é
apontada por Schacter (1999) como um dos “sete pecados” aos quais a memória
humana está sujeita e envolve o esquecimento e o empobrecimento de nossas
recordações. Com o tempo, nossas recordações perdem a “força” e a “riqueza”,
tornando-se mais genéricas, pobres em detalhes e com menor vivacidade. A
recuperação de um fato na memória tende, com o tempo, a ter como base os
aspectos mais gerais da experiência, ou mesmo o conhecimento que temos sobre o
episódio vivido e não a recordação do que de fato aconteceu. Tal processo, que
envolve a passagem de recordações mais específicas e detalhadas a descrições
mais gerais e reconstrutivas da experiência, cria, por sua vez, um solo fértil para a
ocorrência de outros “erros” e distorções da memória. Tais distorções são
observadas tanto em relatos de adultos quanto nos de crianças.

Internet: <www.crianca.mppr.mp.br>.

Sem prejuízo do sentido original do texto, o período “Dado o caráter transitório de


nossas lembranças, a passagem do tempo está entre os principais fatores que
afetam negativamente a qualidade de uma recordação, porque promove o
esquecimento e facilita a ocorrência de distorções da memória” (l.1 a 2) poderia ser
corretamente reescrito da maneira a seguir:
a) Diante do caráter transitório de nossas lembranças, a passagem do tempo está
entre os principais fatores que afeta negativamente a qualidade de uma
recordação, pois, ao promover o esquecimento, facilita a ocorrência de distorções
da memória.

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246
b) A passagem do tempo está, entre os principais fatores, que afetam
negativamente a qualidade de uma recordação, onde promove o esquecimento e
facilita a ocorrência de distorções da memória, diante do caráter transitório de
nossas lembranças.
c) Dado o caráter transitório de nossas lembranças, a passagem do tempo está
entre os fatores elementares, afetando negativamente a qualidade de uma
recordação, ao promover o esquecimento e ao facilitar a ocorrência de distorções
da memória.
d) Em razão do caráter transitório de nossas lembranças, a passagem do tempo,
uma vez que promove o esquecimento e facilita a ocorrência de distorções da
memória, está entre os principais fatores que afetam negativamente a qualidade
de uma recordação.
e) A passagem do tempo, devido o caráter transitório de nossas lembranças, está
entre os principais fatores afetando negativamente a qualidade de uma
recordação, porque promove o esquecimento e facilita a ocorrência de distorções
da memória.

Questão 186: FAURGS - AJ (TJ RS)/TJ RS/Judiciária/Ciências Jurídicas e


Sociais/2012
Assunto: Reescritura de Frases. Substituição de palavras ou trechos de texto.
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Entre as transformações acarretadas e tornadas possíveis pelas tecnologias de


informação e comunicação (TICs) está a organização e a disponibilização de
grandes acervos de obras e de periódicos que, considerados, não fosse por outros
motivos, só do ponto de vista acadêmico, representam uma revolução na forma de
acesso às bibliotecas que constituem.

As bibliotecas virtuais têm, de certo modo, os predicados ______ o escritor argentino


Jorge Luis Borges define a sua fantástica Biblioteca de Babel: são ilimitadas e
periódicas.

Desse modo, atualizam, no que oferecem e na forma ______ o oferecem, uma espécie
de otimismo cético próprio do racionalismo. Capazes de abrigar ilimitadamente o
conhecimento produzido, difundido, divulgado, socializado e posto em circulação,
abrem-se também para as conexões e interconexões de bibliotecas que se
agregam, como o próprio conhecimento, para formar, periodicamente, grandes
instituições virtuais que se expandem, se modificam, se encolhem, se alastram e
que, sendo uma, logo em seguida, serão múltiplas para juntar-se depois, em uma,

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247
outra, outra mais, as mesmas que, ora iguais, ora diferentes, cumprem todas,
quando não há trincos burocráticos e trancas comerciais, o desígnio do acesso
aberto da sociedade ao conhecimento e do conhecimento às sociedades que o
originaram.

A biblioteca está e vai com você onde você estiver, como uma Babel feita do
paradoxo do conhecimento: quanto mais se sabe, mais há para saber, de modo que,
o máximo sendo também o mínimo, nunca nos falte nem a pergunta ilimitada, nem
a resposta periódica _______ os livros e revistas postos ao alcance de nosso cotidiano
podem nos ajudar a formular, ou, ao menos, entrever.

Adaptado de: VOGT, Carlos. Bibliotecas virtuais. Revista ComCiência. Nº. 139 –
10 jun. 2012. Disponível em: <http://www.comciencia.br/comciencia
/?section=8&edicao=79&tipo=968>

A oração reduzida de gerúndio o máximo sendo também o mínimo, no período em


que ocorre no texto, pode ser substituída, sem alteração de sentido, pela seguinte
forma:
a) a despeito de o máximo ser também o mínimo.
b) contanto que o máximo seja também o mínimo.
c) a não ser que o máximo seja também o mínimo.
d) a fim de que o máximo seja também o mínimo.
e) visto ser o máximo também o mínimo.

Questão 187: FAURGS - AJ (TJ RS)/TJ RS/Judiciária/Ciências Jurídicas e


Sociais/2012
Assunto: Reescritura de Frases. Substituição de palavras ou trechos de texto.
A questão refere-se ao texto abaixo.

Li que Samuel Becket dizia que quem morria passava para outro tempo. Não queria
dizer outro mundo, com um presumível outro clima. Referia-se ao tempo do verbo.
Entre todas as mudanças provocadas pela morte havia esta: o morto passava
.............. ao pretérito.

Era bom pensar assim. A morte acontecia no mundo antisséptico das palavras e das
regras gramaticais, nada a ver com a decomposição da carne. O “é” transformava-

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se em “era” e “foi”, e pronto. A migração do morto, em vez de ser da vida para o nada,
era só entre categorias verbais.

A vida vista como uma narrativa literária nos protege do horror incompreensível
da morte. Podemos nos imaginar como protagonistas de uma trama, que mesmo
quando não é clara indica alguma coerência, em algum lugar.

O próprio Becket só escreveu sobre isto: a busca de uma trama, qualquer trama,
por trás do aparente absurdo da experiência humana. E um enredo, ou um sentido
que faça sentido, só pode ser buscado na narrativa literária, no encadear de
palavras que leva ____ uma revelação, mesmo que esta não explique nada, muito
menos ____ morte.

E se falar, falar, falar sem cessar, como fazem os personagens do Becket na


esperança de que aflore algum sentido, não der resultado, pelo menos está-se
fazendo barulho e mantendo a morte afastada.

A literatura tem essa função, a de uma fogueira no meio da escuridão da qual a


morte nos espreita. Ou de uma matraca contra o silêncio final. Vale tudo, mesmo a
............... incoerente de um personagem do Becket, contra a escuridão e o silêncio.

Num poema que fez sobre seu pai moribundo, Dylan Thomas o ............... a reagir
ferozmente contra o esvaecer da luz — “Rage, rage against the dying of the light” –
e a não se entregar à morte sem uma briga.

Não sei se o Becket encontrou o consolo que procurava pelos seus mortos na ideia
de que tinham apenas mudado de tempo de verbo, mas imagino que, como Dylan
Thomas na sua poesia inconformada, tenha recorrido ____ literatura como um meio
de negar ____ morte o seu triunfo. Ninguém morre. Há apenas uma revisão na
narrativa da sua vida para atualizar o tempo dos verbos.

Outra vez Dylan Thomas: “And death shall have no dominion”, e a morte não terá
domínio.

Diz-se que quem morreu “já era”, o que é o mesmo que dizia o Becket com mais
sensibilidade. Mas Becket queria dizer mais. Os personagens de narrativas
literáriasmudam do tempo presente para o tempo passado, mas continuam no
mundo, mesmo que no mundo restrito dos livros e das estantes. Salvo, talvez, os
cupins e as traças, nada ameaça a sua perenidade. “São” eternamente.

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Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. A morte não terá domínio. Blog de
Ricardo Noblat. O Globo Blogs. Disponível em:
<http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2012/07/19/a-morte-naotera-
dominio-por-luis-fernando-verissimo-456141.asp.>. Acessado em 24/7/2012.

Se substituirmos a expressão Os personagens de narrativas literárias por O


personagem de narrativas literárias, quantos outros vocábulos do parágrafo, que
se estende até a linha 23, deverão sofrer obrigatoriamente ajuste de flexão?
a) Dois.
b) Três.
c) Quatro.
d) Cinco.
e) Seis.

Questão 188: FGV - Ana (TJ SC)/TJ SC/Administrativo/2015


Assunto: Reescritura de Frases. Substituição de palavras ou trechos de texto.
“Geralmente gastavam pouco, mas como haviam recebido bastante na colheita do
algodão, a caminhada foi cheia de paradas para compras”.

Reescrevendo-se o período, mantém-se o sentido original apenas em:


a) A caminhada foi cheia de paradas para compras, uma vez que haviam recebido
bastante na colheita do algodão, dado que geralmente gastavam pouco.
b) Haviam recebido bastante na colheita do algodão, a caminhada foi cheia de
paradas para compras porque geralmente gastavam pouco.
c) Porque haviam recebido bastante na colheita do algodão, geralmente gastavam
pouco, e a caminhada foi cheia de paradas para compras.
d) Ainda que geralmente gastassem pouco, a caminhada foi cheia de paradas para
compras, pois haviam recebido bastante na colheita do algodão.
e) Em virtude de gastarem geralmente pouco e de haverem recebido bastante na
colheita do algodão, a caminhada foi cheia de paradas para compras.

Questão 189: FGV - AJ (TJ PI)/TJ PI/Administrativa/Analista Judicial/2015

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Assunto: Reescritura de Frases. Substituição de palavras ou trechos de texto.
Texto 1

O site Cracked separou sete coisas que ninguém sabia sobre os celulares. São
várias teorias sobre a nocividade dos aparelhos sobre o corpo humano. Quer saber
quais são elas? Então vamos à lista:

1. Celulares são responsáveis pela destruição de famílias

Antes dos telefones celulares, os casais eram muito mais fiéis. Atualmente, a
grande maioria dos casos de adultério é combinada por telefones pessoais, pois
dessa forma não há tanto risco de outra pessoa atender às ligações. Isso sem falar
em reuniões familiares, que são constantemente atrapalhadas (ou ignoradas) por
filhos e filhas que preferem as mensagens de texto às conversas com os pais.

2. Ele põe sua vida em risco

No Brasil, falar ao celular enquanto se está no volante é uma infração de trânsito.


Isso acontece porque o telefone realmente tira a atenção dos motoristas. Mas há
relatos de que a distração causada pelos celulares vai muito mais além: até mesmo
quando estamos caminhando, ficamos mais suscetíveis a acidentes quando
estamos em ligações.

3. Seu telefone é uma colônia de bactérias

Um dos principais problemas dos celulares são os micróbios. Muitos utilizam os


aparelhos no banheiro, o que pode infectá-los com bactérias dos mais variados
tipos. Sujeiras dos bolsos, chão e mesas também afetam os telefones. Em suma, os
celulares são verdadeiras colônias de germes e outros pequenos vilões da saúde
humana.

4. Mensagens estão em nosso subconsciente

Um estudo alemão mostrou que grande parte das pessoas de até 30 anos está com
os caminhos para a digitação de mensagens gravados no subconsciente. Isso
significa que, mesmo sem um teclado visível, os usuários conseguem saber onde
estão as letras de seus celulares.

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Parece o mesmo que acontece com os teclados de computadores, mas nos
experimentos somente os números eram mostrados e, incrivelmente, as pessoas
envolvidas conseguiam decifrar os códigos mais rapidamente.

5. Você está perdendo seus sentidos

Em uma velocidade muito baixa, mas isso está acontecendo. Possivelmente os


celulares estejam fazendo com que seus olhos sejam afetados (a radiação faz com
que eles sejam aquecidos). Além disso, a audição pode estar sendo afetada por
volumes muito altos em fones de ouvido.

6. Eles deixam as crianças malcriadas

Estudos mostram um dado curioso. Mulheres que usam celular durante a gravidez
e durante os primeiros anos de vida de seus bebês têm 50% a mais de chances de
terem filhos com sérios problemas comportamentais. A causa disso? A radiação por
celulares estaria estimulando a liberação de melatonina (um hormônio que regula
várias funções corporais).

7. Celulares podem causar esterilidade

Segundo apontam cientistas, celulares emitem radiação eletromagnética. É ela


que, supostamente, causa danos ao cérebro. Novas teorias apontam para o fato de
que essa mesma radiação poderia ser responsável por afetar também o sistema
reprodutor dos homens. Como os celulares ficam muito tempo nos bolsos, isso
poderia ser uma causa da esterilidade.

“O site Cracked separou sete coisas que ninguém sabia sobre os celulares”.

A forma de reescrever-se essa primeira frase do texto 1 que altera o seu sentido
original é:
a) Sete coisas que ninguém sabia sobre os celulares foram separadas pelo site
Cracked.
b) Ninguém sabia sobre os celulares as sete coisas que foram separadas pelo site
Cracked.
c) O site Cracked separou sete coisas sobre os celulares, desconhecidas por todos.

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d) O site Cracked separou, sobre os celulares, sete coisas que ninguém sabia.
e) O site Cracked sobre os celulares separou sete coisas que ninguém sabia.

Questão 190: NC-UFPR - Ana Jud (TJ PR)/TJ PR/Ciências Contábeis/2008


Assunto: Reescritura de Frases. Substituição de palavras ou trechos de texto.

Leia o excerto do texto e assinale a opção que melhor o reescreve em um só


período.

Muitas pessoas tomam medicamentos, mas nunca leram a bula. Antidepressivos e


antiinflamatórios têm sempre uma restrição porque comprometem a capacidade
de reação
das pessoas, assim como o álcool.

a) As pessoas que tomam medicamentos antiinflamatórios e depressivos e nunca


lêem a bula acompanhados da ingestão de álcool, comprometem sua capacidade de
reação.
b) Antidepressivos e antiinflamatórios têm sempre uma restrição porque, como o
álcool, comprometem a capacidade de reação das pessoas, embora muitas das
pessoas que tomam medicamentos nunca tenham lido a bula.
c) Embora nunca tenham lido a bula, muitas pessoas que tomam medicamentos
antidepressivos e antiinflamatórios fazem restrição ao álcool porque este
compromete sua capacidade de reação na direção.
d) As pessoas que ingerem medicamentos como antidepressivos e
antiinflamatórios precisam ter sempre restrições, já que combinados com álcool,
esses medicamentos afetam a capacidade de reação das pessoas.

Questão 191: TJ PR (Ban. Exam.) - Ana Jud (TJ PR)/TJ PR/Enfermagem/2006


Assunto: Reescritura de Frases. Substituição de palavras ou trechos de texto.
Texto para a questão.

São Paulo, sexta-feira, 28 de julho de 2006

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253
Alívio nas multas

É SEMPRE complicado abrandar as punições previstas nas leis de trânsito.


Transmite-se para o motorista a idéia de que o delito cujas penas foram atenuadas
não é tão grave assim. Não será surpresa se, após a redução das multas para o
excesso de velocidade, as infrações dessa categoria aumentarem.

Embora a sinalização geral das mudanças promovidas no Código de Trânsito


Brasileiro (CTB) seja negativa, é difícil discordar de que as novas regras tendem a
criar, pelo menos nas cidades, uma situação mais equilibrada.

Agora, quem ultrapassar o limite de velocidade em até 20% comete uma infração
média (multa de R$ 85,13 e quatro pontos na carteira); quando a ultrapassagem é
de 20% a 50% do limite, a falta é grave (R$ 127,69 e cinco pontos). A infração
gravíssima (R$ 574,62 e suspensão do direito de dirigir) acontece quando o
motorista supera em mais de 50% o limite estabelecido.

Antes, a regra era bem mais confusa. Havia uma norma para rodovias e artérias
urbanas e outra para as demais vias. A infração média não existia. Quem circulasse
a 61 km/h numa rua cujo limite fosse 40 km/h cometia uma infração gravíssima,
situação análoga à de quem trafegasse a 145 km/h numa rodovia de velocidade
máxima de 120 km/h.

As novas normas geraram, entretanto, pelo menos uma distorção importante.


Alguém correndo a 179 km/h numa estrada de 120 km/h -comportamento de
altíssimo risco- cometerá apenas uma infração grave.

Mais importante do que ficar mudando as normas do CTB é cuidar de aplicar à risca
o que já está previsto. É verdade que nesse aspecto houve progressos,
notadamente na cobrança de multas aplicadas a carros que circulavam em outros
Estados, mas a impunidade ainda é a regra. Nem todos os que chegam aos 20
pontos têm suas carteiras suspensas.

Em relação aos tempos verbais, considerando a norma padrão da língua, assinale a


opção em que a mudança dos tempos e vozes verbais do período NÃO mantém a
correlação adequada com a idéia original.
a) “É sempre complicado abrandar as punições previstas nas leis de trânsito”.
É sempre complicado que as punições previstas nas leis de trânsito sejam
abrandadas.

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b) “Nem todos os que chegam aos 20 pontos têm suas carteiras suspensas.”
Nem todos os que chegaram aos 20 pontos tiveram suas carteiras suspensas.
c) “As novas normas geraram, entretanto, pelo menos uma distorção importante.”
Pelo menos uma distorção importante foi gerada pelas novas normas.
d) “Quem circulasse a 61km/h numa rua cujo limite fosse 40km/h cometia uma
infração gravíssima, situação análoga à de quem trafegasse a 145 km/h...”
Quem circular a 61km/h numa rua cujo limite seja 40km/h cometerá uma infração
gravíssima, situação análoga à de quem trafegar a 145km/h...
e) “Mais importante do que ficar mudando as normas do CTB é cuidar de aplicar à
risca o que já está previsto.”
Mais importante do que ficar mudando as normas do CTB será cuidar de aplicar à
risca o que já será previsto.

Questão 192: FAURGS - Med Psi (TJ RS)/TJ RS/PJ-J/2016


Assunto: Reescritura de Frases. Substituição de palavras ou trechos de texto.
Todo mundo teve ao menos uma namorada esquisita, comigo não foi diferente.
Beber é trivial, bebe-se por prazer, para comemorar, para esquecer, para suportar
a vida, mas beber para ficar de ressaca nunca tinha visto. Essa era Stela, ela bebia
em busca do lado escuro do porre. Acreditava que precisava desse terremoto
orgânico para seu reequilíbrio espiritual.

Sua ressaca era diferente, não como a nossa, tingida de culpa pelo excesso. A dela
era almejada, portanto com propriedades metafísicas. Nem por isso passava menos
mal, sofria muito, o desconforto era visível, pungente. Tomava coisas que poucos
profissionais do copo se arriscariam, destilados das marcas mais diabo. Ou então
era revés de um vinho da Serra com nome de Papa, algo que nem ao menos rolha
tinha, era de tampinha. Bebida que, com sua qualidade, desonrava,
simultaneamente, os vinhos e o pontífice.

Não era masoquismo. Acompanhando suas peregrinações etílicas, cheguei a outra


conclusão: ela realmente precisava daquilo. Stela inventara uma religião do Santo
Daime particular, caseira, sabia que era preciso passar pelo inferno para vislumbrar
o céu. Os porres eram uma provação cósmica, um ordálio voluntário, um encontro
reverencial com o sagrado.

Depois da devastação do pileque, ela ficava melhor. Uma lucidez calma a invadia,
sua beleza readquiria os traços que a marcavam, seus olhos voltavam ao brilho que

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me encantara. Tinha mergulhado no poço da existência e reavaliado seus rumos.
Durante dias a paz reinava entre nós e entre ela e o mundo.

Mas bastava uma nova dúvida em sua vida, uma decisão a tomar, e ela requisitava
mais um inferno para se repensar. A rotina era extenuante. Quem aguenta uma
mulher que, em vez de falar sobre a vida, mergulha num porre xamânico? Mas o
amor perdoa. Lá estava eu ajudando-a a levantar-se de mais uma triste manguaça.
Fiquei expert em reidratar e reanimar mortos, em contornar enxaquecas siderais e
em amparar dengues existenciais.

Amava Stela pela inusitada maneira de consultar o destino. Triste era o


desencontro. Eu cansado por cuidá-la depois de uma noite mal dormida, servindo
de enfermeiro, e ela radiante, prenha da energia que a purgação lhe rendera.

Stela era irredutível no seu método terapêutico, dizia que só nesse estado se
encontrava com o melhor de seu ser. Reiterava que era mais sábia durante o
martírio. Insistia que, sóbria, em seu estado normal, sofria de um otimismo
injustificado que lhe turvava a realidade. Seu lema era: “Só na ressaca enxergamos
o mundo como ele é”.

Um dia, sem muitas palavras, Stela foi embora. Alguma ressaca oracular deve ter
lhe dito que eu não era bom para seu futuro. Não a culpo.

Adaptado de: CORSO, M. O valor da ressaca. Zero Hora,


n. 18489, 02/04/2016. Disponível em: http://www.clicrbs.com.b /zerohora/
jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a5711255.xml&template=
3916.dwt&edition=28691&section=4572. Acessado em 02/04/2016.

Identifique a alternativa que apresenta uma interpretação adequada, no contexto


em que se encontra, da frase que inicia o quinto parágrafo do texto.
a) Diante de uma dúvida ou decisão a tomar, Stela pedia ajuda ao namorado.
b) Diante de uma dúvida ou decisão a tomar, Stela refugiava-se em lugares pouco
acessíveis.
c) Diante de uma dúvida ou decisão a tomar, Stela tomava um porre para ficar de
ressaca.
d) Diante de uma dúvida ou decisão a tomar, Stela ia a lugares agitados para pensar
sobre si mesma.

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256
e) Diante de uma dúvida ou decisão a tomar, Stela sentia necessidade de infernizar
a vida do namorado.

Questão 193: FAURGS - Ass Soc (TJ RS)/TJ RS/Classe PJ-J/2014


Assunto: Reescritura de Frases. Substituição de palavras ou trechos de texto.
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Esqueça um pouco do celular e melhore suas relações

Em 2013, um restaurante em Jerusalém criou uma promoção interessante: os


donos do estabelecimento resolveram conceder descontos de 50% aos clientes
que se dispusessem a desligar os celulares durante a permanência no local. O
objetivo era permitir aos frequentadores uma experiência de degustação mais
tranquila e prazerosa, sem interrupções.

No Brasil, alguns estabelecimentos têm adotado medidas semelhantes. Em São


Paulo, um bar tradicional desenvolveu o copo off-line, que só fica de pé na mesa se
estiver apoiado sobre um celular. Todas essas iniciativas vêm atender a novas
necessidades, típicas de uma sociedade conectada.

Para se ter uma ideia, fechamos o ano de 2013 com 271,10 milhões de linhas ativas
de celular, segundo dados da Anatel. O aparelho, que antes tinha como única
função ampliar e agilizar a comunicação, hoje é também um computador de bolso.
“O mundo da tecnologia se parece com um parque de diversões para adultos”,
declara a psicóloga Rosa Maria Farah, coordenadora do NPPI (Núcleo de Pesquisas
da Psicologia em Informática) da PUC-SP. “Os smartphones têm funções lúdicas,
que carregam um aspecto de novidade e despertam a criança que vive dentro do
usuário”, diz.

E quem se deixa envolver por tanta sedução dificilmente é capaz de perceber se a


frequência do uso está passando dos limites e, mais ainda, de distinguir se aquela
espiadinha no celular, que muitas vezes interrompe outras atividades importantes,
acrescenta algo de relevante na vida pessoal. “O aparelho que tinha a função de
aproximar as pessoas pode fazer com que o indivíduo diminua suas habilidades
sociais”, explica a psicóloga Dora Sampaio Góes, do Hospital das Clínicas da USP.

Estar sozinho com os próprios pensamentos também se tornou um desafio. “Fala-


se muito que a tecnologia interfere na relação com o outro, mas ela também

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257
influencia na relação do indivíduo consigo mesmo”, afirma Rosa Maria. “O tempo
dedicado para se perder nas próprias ideias, sentimentos, refletir sobre o cotidiano
está cada vez menor. E isso interfere no desenvolvimento pessoal, já que não
encontramos espaço para avaliar ideias, posturas, valores e as expectativas de
vida”, explica.

Adaptado de OLIVEIRA, M.; TREVISAN, R. Esqueça um pouco do celular e melhore


suas relações. Disponível em
http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2014/04/07/esquec
a-um-pouco-do-celular-e-melhoresuas-relacoes.htm. Acesso em 15 de abril de
2014.

Assinale a alternativa que apresenta uma versão modificada da frase Todas essas
iniciativas vêm atender a novas necessidades, típicas de uma sociedade
conectada com sentido literal equivalente.
a) Essas iniciativas vêm atender a novas necessidades, todas típicas de uma
sociedade conectada.
b) Essas iniciativas vêm todas atender a novas necessidades, típicas de uma
sociedade conectada.
c) Essas iniciativas vêm atender a todas as novas necessidades, típicas de uma
sociedade conectada.
d) Essas iniciativas vêm atender a novas necessidades, típicas de toda uma
sociedade conectada.
e) Típicas de uma sociedade conectada, essas iniciativas vêm atender a todas as
novas necessidades.

Análise das estruturas linguísticas do texto


Questão 194: VUNESP - ContJ (TJ SP)/TJ SP/2008
Assunto: Análise das estruturas linguísticas do texto
Leia o texto para responder à questão.
Recado ao senhor 903

Vizinho,

Quem fala aqui é o homem do 1003. Recebi outro dia, consternado, a visita do
zelador, que me mostrou a carta em que o senhor reclamava contra o barulho em
meu apartamento. Recebi depois a sua própria visita pessoal – devia ser meia-noite
– e a sua veemente reclamação verbal. Devo dizer que estou desolado com tudo

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258
isso, elhe dou inteira razão. O regulamento do prédio é explícito e, se não o fosse, o
senhor ainda teria ao seu lado a Lei e a Polícia. Quem trabalha o dia inteiro tem
direito ao repouso noturno e é impossível repousar no 903, quando há vozes,
passos e música no 1003. Ou melhor: é impossível ao 903 dormir, quando o 1003
se agita; pois como não sei o seu nome nem o senhor sabe o meu, ficamos reduzidos
a ser dois números, dois números empilhados entre dezenas de outros. Eu, o 1003,
me limito, a Leste pelo 1005, a Oeste pelo 1001, ao Sul pelo Oceano Atlântico, ao
Norte pelo 1004, ao alto pelo 1103 e embaixo pelo 903 – que é o senhor. Todos
esses números são comportados e silenciosos; apenas eu e o Oceano Atlântico
fazemos algum ruído e funcionamos fora dos horários civis; nós dois apenas nos
agitamos e bramimos ao sabor da maré, dos ventos e da lua. Prometo sinceramente
adotar, depois das 22 horas, de hoje em diante, um comportamento de manso lago
azul. Prometo. Quem vier à minha casa (perdão: ao meu número) será convidado a
se retirar às 21:45, e explicarei: o 903 precisa repousar das 22 às 7 pois às 8:15
deve deixar o 783 para tomar o 109 que o levará até o 527 de outra rua, onde ele
trabalha na sala 305. Nossa vida, vizinho, está toda numerada; e reconheço que ela
só pode ser tolerada, quando um número não incomoda outro número, mas o
respeita, ficando dentro dos limites de seus algarismos. Peço-lhe desculpas – e
prometo silêncio.

... Mas que me seja permitido sonhar com outra vida e outro mundo, em que um
homem batesse à porta do outro e dissesse: "Vizinho, são três horas da manhã e
ouvi música em tua casa. Aqui estou." E o outro respondesse: "Entra, vizinho, e
come de meu pão e bebe de meu vinho. Aqui estamos todos a bailar e cantar, pois
descobrimos que a vida é curta e a lua é bela."

E o homem trouxesse sua mulher, e os dois ficassem entre os amigos e amigas do


vizinho entoando canções para agradecer a Deus o brilho das estrelas e o murmúrio
da brisa nas árvores, e o dom da vida e a amizade entre os humanos, e o amor e a
paz.

(Rubem Braga, Para gostar de ler: crônicas)

Assinale a alternativa correta.


a) Aos verbos receber, reduzir e permitir correspondem, respectivamente, os
substantivos: recepção, redussão e permissão.
b) Há ocorrência da voz passiva na transformação da frase: Prometo sinceramente
adotar, depois das 22 horas, de hoje em diante, um comportamento de manso lago
azul./ Um comportamento de manso lago azul, depois das 22 horas, de hoje em
diante, prometo sinceramente adotar.

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259
c) A palavra Deus na frase ... para agradecer a Deus – está corretamente
substituída por um pronome pessoal em: para agradecê-Lo.
d) As palavras prédio, horários e silêncio são acentuadas de acordo com a mesma
regra de acentuação.
e) A preposição a da frase – Aqui estamos todos a bailar ... – repete-se em: Recebi,
outro dia, consternado, a visita do zelador.

Questão 195: CESPE - AJ (TJ CE)/TJ CE/Judiciária/"Sem Especialidade"/2014


Assunto: Análise das estruturas linguísticas do texto
Texto para a questão

As experiências perdidas constituem uma rede de lembranças legítimas. Pode até


ser que o vivido mesmo, pão pão, queijo queijo, ocupe uma parte bem reduzida de
nossas memórias. Penso que existe um acervo de saudades lotado de imagens do
que se viveu só através de relatos alheios, da literatura e da imaginação. É possível
ter saudades, por exemplo, da infância da sua avó, se ela te contou episódios com
graça, imaginação e alguma nostalgia. Algumas cenas contadas por ela passam a te
pertencer também.

As saudades do que eu queria ter feito e não fiz se constroem de trás pra frente. É
depois, só depois, que você se dá conta de que prestou atenção ao que acontecia à
sua direita e não percebeu algo muito mais interessante que se passava à esquerda.
Ou vice-versa. Claro, existem também as escolhas. Nesse caso penso que se eu
quisesse mesmo, mesmo, fazer x em vez de y, teria feito. Essa coleção de vacilos
escreve uma história. No horizonte virtual das possibilidades que foram deixadas
pra traz, deve haver um duplo meu, vivendo a vida
que foi dos outros.

Não recebi o impacto dos primeiros filmes de Glauber Rocha, nem do Godard dos
anos 60. Mas não me entrego não — em matéria de filmes e livros, tudo se recupera.
Viva os livros e filmes que não li nem vi. Por conta deles, estou salva do tédio até
morrer.

A lista das coisas perdidas não tem fim. Só as canções eu não deixei passar. As
canções me salvaram de ficar fora do mundo. Estavam todas no ar, trazidas pelo
vento diretamente para minha memória musical. Respirei canções, sonhei canções,
entendi o Brasil desde o primeiro samba, porque existem as canções. Vivi sempre a
condição dessa cidadania dupla, uma vida no chão, outra no plano das canções que
recobrem o mundo ou, pelo menos, o país em que nasci. As canções ampliaram o

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260
meu tempo, transcenderam o presente e, numa gambiarra genial, juntaram um
monte de pontas soltas desde antes de eu nascer.

As canções: já que não virei cantora — opa: eis aí um arrependimento sincero! —,


espero um dia escrever alguma coisa à altura delas.

Maria Rita Khel. In: Internet: <www.mariaritakehl.psc.br> (com adaptações).

Em relação à interpretação do texto e às estruturas linguísticas usadas, assinale a


opção correta.
a) Seriam preservados o sentido original do texto e sua correção gramatical caso o
trecho “Penso que existe (...) da literatura e da imaginação” (l.2 a 3) fosse reescrito
da seguinte forma: Só através de relatos de outros, da literatura e da imaginação,
penso haver uma coleção de saudades lotada de imagens do que foi vivido.
b) A correção gramatical e o sentido do texto seriam mantidos caso fosse
empregado sinal indicativo de crase no “a” que introduz o vocábulo “condição”, na
linha 14.
c) A oração “já que não virei cantora” (l.17) expressa uma condição relativa à ideia
expressa pela oração “espero um dia escrever alguma coisa à altura delas” (l.17).
d) Seria mantida a correção gramatical do texto caso o trecho “As canções (...)
nascer” (l.15 a 16) fosse reescrito da seguinte forma: Numa gambiarra genial, as
canções juntaram um monte de pontas soltas desde antes de eu nascer, além de
terem ampliado o meu tempo e de terem transcendido o presente.
e) Dado seu caráter adverbial, na linha 1, o vocábulo “mesmo” poderia ser
deslocado para imediatamente após a forma verbal “ser”, sem prejuízo do sentido
e da correção gramatical do texto.

Questão 196: FAURGS - AJ (TJ RS)/TJ RS/Judiciária/Ciências Jurídicas e


Sociais/2012
Assunto: Análise das estruturas linguísticas do texto
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo.

Entre as transformações acarretadas e tornadas possíveis pelas tecnologias de


informação e comunicação (TICs) está a organização e a disponibilização de
grandes acervos de obras e de periódicos que, considerados, não fosse por outros
motivos, só do ponto de vista acadêmico, representam uma revolução na forma de
acesso às bibliotecas que constituem.

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261
As bibliotecas virtuais têm, de certo modo, os predicados ______ o escritor argentino
Jorge Luis Borges define a sua fantástica Biblioteca de Babel: são ilimitadas e
periódicas.

Desse modo, atualizam, no que oferecem e na forma ______ o oferecem, uma espécie
de otimismo cético próprio do racionalismo. Capazes de abrigar ilimitadamente o
conhecimento produzido, difundido, divulgado, socializado e posto em circulação,
abrem-se também para as conexões e interconexões de bibliotecas que se
agregam, como o próprio conhecimento, para formar, periodicamente, grandes
instituições virtuais que se expandem, se modificam, se encolhem, se alastram e
que, sendo uma, logo em seguida, serão múltiplas para juntar-se depois, em uma,
outra, outra mais, as mesmas que, ora iguais, ora diferentes, cumprem todas,
quando não há trincos burocráticos e trancas comerciais, o desígnio do acesso
aberto da sociedade ao conhecimento e do conhecimento às sociedades que o
originaram.

A biblioteca está e vai com você onde você estiver, como uma Babel feita do
paradoxo do conhecimento: quanto mais se sabe, mais há para saber, de modo que,
o máximo sendo também o mínimo, nunca nos falte nem a pergunta ilimitada, nem
a resposta periódica _______ os livros e revistas postos ao alcance de nosso cotidiano
podem nos ajudar a formular, ou, ao menos, entrever.

Adaptado de: VOGT, Carlos. Bibliotecas virtuais. Revista ComCiência. Nº. 139 –
10 jun. 2012. Disponível em: <http://www.comciencia.br/comciencia
/?section=8&edicao=79&tipo=968>

Assinale a afirmação correta sobre as formas verbais considerados, representam


e constituem.
a) Todas as formas estabelecem uma relação de concordância com a expressão
grandes acervos de obras e de periódicos.
b) A forma considerados tem como sujeito periódicos.
c) A forma representam tem como sujeito outros motivos.
d) O sujeito de constituem é bibliotecas.
e) A forma bibliotecas é objeto indireto de constituem.

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Questão 197: FGV - AJ (TJ RO)/TJ RO/Administrador/2015
Assunto: Análise das estruturas linguísticas do texto
Texto 1 –

Facebook

Vimos que o Vale do Silício é um tecnopolo importante, com indústria avançada, de


ponta, em que são feitos altos investimentos. Mas, às vezes, uma simples ideia pode
valer mais do que muita tecnologia. É o caso da maior rede social do mundo, o
Facebook.

Segundo o seu criador Mark Zuckerberg, em seu segundo ano da Universidade de


Harvard (2004), ele e seus amigos tinham muito a compartilhar: suas fotos, o que
estudavam, de que gostavam, entre tantas outras coisas que os amigos curtem.
Pensando nisso, Mark elaborou – em duas semanas e com apenas 19 anos de idade
– a primeira versão do que se tornaria essa famosa rede social.

Mas há quem diga que a história inicial não foi tão sublime, mas que tudo começou
como uma brincadeira: Mark teria colocado as fotos das garotas da Universidade
na internet, à revelia, para que os colegas escolhessem qual a mais bonita. Outro
detalhe não menos importante seria que o desenvolvimento do Facebook contou
com a colaboração de mais colegas, entre eles o brasileiro Eduardo Saverin,
reconhecido como o co-fundador do site.

De qualquer forma, e intrigas à parte, inovação e agilidade transformaram esse


pequeno projeto/brincadeira em uma empresa extremamente lucrativa, com mais
de 500 milhões de usuários, faturamento bilionário e um valor de 50 bilhões de
dólares, estimado pelo Banco Sachs em janeiro de 2011, maior do que o da Time
Warner.

(Paulo Roberto Moraes, Urbanização e Metropolização, São Paulo, 2011)

O texto 1 se utiliza de uma série de recursos gráficos na produção de seu sentido.


A explicação inadequada para o recurso gráfico empregado é:
a) Facebook em itálico / indicar um estrangeirismo;
b) os parênteses em (2004) / acrescentar uma informação;
c) os travessões no 2º parágrafo / destacar dado de impacto;

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263
d) barra inclinada em projeto/brincadeira / mostrar mudança de estado;
e) emprego de iniciais maiúsculas em Facebook / marcar um nome próprio.

Questão 198: TJ PR (Ban. Exam.) - Ana Jud (TJ PR)/TJ PR/Odontologia/2006


Assunto: Análise das estruturas linguísticas do texto
ANTÍDOTO PARA CRISES

Por Alexander Lucinski

(P1) Resolver conflitos, principalmente numa negociação, como comentei no artigo


do mês passado, implica a realização de um diagnóstico preciso das causas do
problema. Defendi a idéia de que essa análise precisa ter abrangência e
profundidade. Mas agora devo chamar a atenção dos executivos para os perigos de
limitar a abrangência do diagnóstico. Ao se fazer isso, compromete-se a
profundidade da análise e o próprio processo de mundança. O risco assumido nessa
prática é o de deixar de fora algumas causas relevantes, partindo para resolver
apenas os sintomas. O que certamente vai comprometer os resultados.

(P2) Vejamos um exemplo simples de como isso acontece na prática. Um líder


elabora um pedido de contratação de um novo executivo, mas faz isso de forma
incompleta porque não dispõe de um meio adequado para fazer essa solicitação.
Resultado, a bola chega quadrada para o RH, que faz o recrutamento baseado em
parâmetros errados e acaba selecionando alguém inapropriado para o cargo em
questão. De quem é a culpa: do líder ou do RH? Numa análise abrangente, percebe-
se que a falha está no processo de comunicação entre áreas, e não nas pessoas. Ou
seja, gerou-se um conflito entre duas pessoas ou dois departamentos por causa de
processos desalinhados ou mal construídos.

(P3)Para resolver de forma efetiva situações do gênero, é preciso analisar o


problema de uma forma mais ampla. Quando estamos trabalhando com grupos ou
organizações, utilizo o conceito de Visão Holística da Organização (VHO). Ele
consiste em um modelo de quatro dimensões, ou seja, a da identidade/estratégia
da empresa, a das relações/pessoas da companhia, a de seus processos/sistemas
(ou o jeito da companhia trabalhar) e, finalmente, a dimensão dos recursos da
corporação. Quando estamos trabalhando o indivíduo, utilizamos essa mesma
metodologia de análise, mas o modelo correspondente consiste em observar
outras quatro dimensões: a espiritual, a emocional, a cognitiva e a física. Assim,
chegamos à raiz do problema.

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264
(P4)O passo seguinte é perceber qual será o papel de cada profissional no processo
de mudança que foi estabelecido para solucionar o problema. São eles: o de agente
de mudança, que tem uma característica operacional do processo, e o de líder da
mudança, que concebe e conduz o processo. Às vezes, você desempenha esses dois
papéis simultaneamente. Falarei sobre esses papéis mais detalhadamente nos
próximos artigos, mas aqui cabe esclarecer que eles se sobrepõem aos outros
papéis que o profissional deve desempenhar no contexto da organização. Uma
última reflexão: seja qual for seu papel, não simplifique a fase de análise e
diagnóstico deixando de fora alguma das quatro dimensões. Na hora de atuar, no
entanto, simplifique suas ações. Não complique sua vida.

*Alexander Lucinski é sócio da Lucinski Consultoria e consultor sobre gestão de


crises e negociações em situações extremas

(Revista VOCÊ S.A., Edição 91, janeiro de 2006)

Considerando o trecho a seguir, analise os aspectos morfossintáticos e assinale a


opção de classificação INCORRETA.

“O risco assumido nessa prática é o de deixar de fora algumas causas relevantes,


partindo para resolver apenas os sintomas. O que certamente vai comprometer os
resultados.”
a) No final do 1.º período pode haver, corretamente, uma vírgula seguida de letra
minúscula, incluindo o último período como parte do 1.º.
b) No final do primeiro período tem-se uma idéia de finalidade.
c) Se o sujeito do primeiro período for colocado no plural, será reescrito: “Os riscos
assumidos nessa prática”, podendo-se retirar a expressão o de e mantendo-se o
verbo no singular.
d) Nas três ocorrências, a palavra o tem a mesma classificação morfológica: artigo
definido.
e) O último período do trecho apresenta uma locução verbal que pode ser
substituída por um verbo no futuro.

Questão 199: FUNDEP - Tec Jud (TJ MG)/TJ MG/Técnico Judiciário/2010


Assunto: Análise das estruturas linguísticas do texto
Fala, Amendoeira

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265
Carlos Drummond de Andrade – Fala, Amendoeira (1957)

Esse ofício de rabiscar sobre as coisas do tempo exige que prestemos alguma
atenção à natureza – essa natureza que não presta atenção em nós. Abrindo a
janela matinal, o cronista reparou no firmamento, que seria de uma safira
impecável se não houvesse a longa barra de névoa a toldar a linha entre o céu e o
chão – névoa baixa e seca, hostil aos aviões. Pousou a vista, depois, nas árvores que
algum remoto prefeito deu à rua, e que ainda ninguém se lembrou de arrancar,
talvez porque haja outras destruições mais urgentes. Estavam todas verdes, menos
uma. Uma que, precisamente, lá está plantada em frente à porta, companheira mais
chegada de um homem e sua vida, espécie de anjo vegetal proposto ao seu destino.

Essa árvore de certo modo incorporada aos bens pessoais, alguns fios elétricos lhe
atravessam a fronde, sem que a molestem, e a luz crua do projetor, a dois passos, a
impediria talvez de dormir, se ela fosse mais nova. Às terças, pela manhã, o feirante
nela encosta sua barraca, e ao entardecer, cada dia, garotos procuram subir-lhe o
tronco. Nenhum desses incômodos lhe afeta a placidez de árvore madura e magra,
que já viu muita chuva, muito cortejo de casamento, muitos enterros, e serve há
longos anos à necessidade de sombra que têm os amantes de rua, e mesmo a outras
precisões mais humildes de cãezinhos transeuntes.

Todas estavam ainda verdes, mas essa ostentava algumas folhas amarelas e outras
já estriadas de vermelho, gradação fantasista que chegava mesmo até o marrom –
cor final de decomposição, depois da qual as folhas caem. Pequenas amêndoas
atestavam o seu esforço, e também elas se preparavam para ganhar coloração
dourada e, por sua vez, completado o ciclo, tombar sobre o meio-fio, se não as colhe
algum moleque apreciador do seu azedinho. E como o cronista lhe perguntasse –
fala, amendoeira – por que fugia ao rito de suas irmãs, adotando vestes assim
particulares, a árvore pareceu explicar-lhe:

- Não vês? Começo a outonear. É 21 de março, data em que as folhinhas assinalam


o equinócio do outono. Cumpro meu dever de árvore, embora minhas irmãs não
respeitem as estações.

- E vais outoneando sozinha?

- Na medida do possível. Anda tudo muito desorganizado, e, como deves notar,


trago comigo um resto de verão, uma antecipação de primavera e mesmo, se
reparares bem neste ventinho que me fustiga pela madrugada, uma suspeita de
inverno.

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266
Somos todos assim.

- Os homens, não. Em ti, por exemplo, o outono é manifesto e exclusivo. Acho-te


bem outonal, meu filho, e teu trabalho é exatamente o que os autores chamam de
outonada: são frutos colhidos numa hora da vida que já não é clara, mas ainda não
se dilui em treva. Repara que o outono é mais estação da alma que da natureza.

- Não me entristeças.

- Não, querido, sou tua árvore-da-guarda e simbolizo teu outono pessoal. Quero
apenas que te outonizes com paciência e doçura. O dardo de luz fere menos, a
chuva dá às frutas seu definitivo sabor. As folhas caem, é certo, e os cabelos
também, mas há alguma coisa de gracioso em tudo isso: parábolas, ritmos, tons
suaves... Outoniza-te com dignidade, meu velho.

―Quero apenas que te outonizes com paciência e doçura.

É CORRETO afirmar que nessa frase a palavra destacada exerce uma função
a) adjetiva.
b) adverbial.
c) conectiva.
d) completiva.

Questão 200: FAURGS - AJ (TJ RS)/TJ RS/Apoio Especializado/Engenharia


Civil/2014
Assunto: Análise das estruturas linguísticas do texto
Nos últimos vinte anos, é inegável a existência de ____ processo de reestruturação
produtiva no mundo do trabalho. Não apenas a questão da economia neoliberal,
sustentada em fluxos autorreguladores do capitalismo contemporâneo, das
relações trabalhistas, da formação profissional e da ____ de pesquisas aplicadas às
indústrias, constitui um fenômeno que contribui para a profusão de problemáticas
complexas, relacionadas ao mundo do trabalho e à formação profissional
especializada. Tais problemáticas e suas complexidades se estreitam em diferentes
âmbitos de relações de modo a ____ local, regional ou globalmente outras lógicas de
formação requeridas pelo mundo do trabalho.

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267
Nesse contexto, a formação profissional de base interdisciplinar surge como
demanda de expressiva necessidade econômica e política. Desde os anos noventa,
a demanda por profissionais com capacidade de integrar conhecimentos dispersos
pela hiperespecialização desenvolveu-se em torno da busca da
interdisciplinaridade, em diferentes campos do conhecimento.

Essa demanda se justifica pelas transformações ocorridas no mundo do trabalho e,


especificamente, pela insuficiência epistemológica que as ciências modernas
expressam diante da complexidade do mundo físico, social, político e cultural do
homem. Assim, a Sociologia como ciência que estuda objetos do mundo social em
suas dinâmicas, permanências e mutabilidades, voltar-se-á para a análise das
relações entre mundo do trabalho, formação e práticas profissionais específicas.
Tanto a Sociologia do Trabalho quanto a Sociologia das Profissões surgem nesse
cenário como importantes campos teóricos para a compreensão aprofundada do
tema.

Acredito que os estudos sobre o trabalho devem abranger uma variedade de


objetos de pesquisa, dando, por isso mesmo, uma amplidão sistemática no que se
refere aos complexos modos de relação entre trabalho, formação para o trabalho,
profissões e formação profissional.

Adaptado de: SANTOS, Najó Glória dos et al. Formação


profissional interdisciplinar. Disponível em: <https://ri.ufs.br/bitstream/12345678
/503/1/Formacao ProfissionalInterdisciplinar.pdf>. Acessado em: 07 jul. 2014.

Considere as seguintes afirmações sobre emprego de classe de palavras no texto.

I - inegável é um adjetivo em função predicativa.

II - neoliberal é um adjetivo em função de adjunto adnominal.

III - regional é um adjetivo em função adverbial.

Quais estão corretas, de acordo com o texto?


a) Apenas I.
b) Apenas II.

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268
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

Gabarito
1) D 2) A 3) A 4) C 5) C
6) E 7) B 8) C 9) A 10) D
11) C 12) B 13) C 14) B 15) A
16) E 17) B 18) Certo 19) D 20) C
21) Certo 22) C 23) C 24) C 25) C
26) B 27) B 28) D 29) C 30) E
31) E 32) B 33) E 34) D 35) A
36) C 37) A 38) A 39) D 40) C
41) C 42) B 43) A 44) E 45) B
46) E 47) D 48) D 49) Certo 50) A
51) D 52) E 53) Errado 54) E 55) B
56) D 57) A 58) B 59) C 60) B
61) E 62) E 63) Errado 64) D 65) B
66) B 67) B 68) D 69) E 70) B
71) B 72) C 73) A 74) Errado 75) B
76) A 77) B 78) E 79) B 80) A
81) B 82) A 83) D 84) C 85) D
86) B 87) D 88) C 89) B 90) D
91) E 92) C 93) D 94) B 95) E
96) D 97) D 98) E 99) E 100) E
101) C 102) A 103) D 104) E 105) D
106) D 107) C 108) C 109) B 110) Errado

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269
111) Errado 112) Certo 113) Certo 114) Certo 115) A
116) C 117) A 118) C 119) C 120) D
121) C 122) C 123) B 124) A 125) C
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