Bronze Age Mindset Tradução PT-BR (Bronze Age Pervert)

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BRONZE AGE MINDSET

por

Bronze Age Pervert

- Uma exortação –

\V/ ITÓRIA AOS DEUSES!


Z

ESTE LIVRO É DEDICADO À MEMÓRIA DE DEAN DEJANA, UM IRMÃO DE ESPÍRITO,


UM GIGANTE SARDINIANO DE GRANDE VISÃO, UM SUPERHOMEM DE GRANDE
FORÇA FÍSICA. VOCÊ FOI MUITO PODEROSO PARA ESTE MUNDO, MEU QUERIDO
AMIGO. QUE VOCÊ RENASÇA NOVAMENTE EM UMA ERA MELHOR – NÓS VAMOS
NOS REENCONTRAR, VAMOS LUTAR JUNTOS!

Tradução: lyutsan
PRÓLOGO

Este não é um livro de filosofia. É uma exortação. Eu dificilmente tenho algo a dizer para
aqueles que não são como eu, e me importo menos ainda em convencê-los. Este é um diário
de meus devaneios. Tentei inserir da forma mais breve e simples possível o pensamento que
me motiva e o problema encontrado pela vida na ascensão e no declínio.

Eu fui convencido de escrever este livro por certos anons que me disseram “não é uma
vergonha que picaretas estão espalhando suas mentiras e ganhando dinheiro com isso?
Milhares de perversões estão nascendo e se multiplicando como uma miríade de bizarrices
espelhadas em salões de vidro, isso se espalhou pelo mundo, livros, internet. As mentes estão
perdidas. Se você esperar mais tudo estará no lixo, não restará nada. Tudo vai se transformar,
todo o mundo vai se transformar em uma loja de esquina. Você viu o filme Expresso da Meia-
Noite? E o que você sentiu depois de assisti-lo?”

Eu fui acordado de meu sono e declaro a você, com máxima ousadia, que estou aqui para
salva-lo da miséria.

Se você olhar para os olhos das pessoas ao redor, você certamente irá notar uma certa
demência. Pura ira ou desejo por poder e nada mais. Eu odeio ter que sujar essas páginas com
os desprezíveis nomes de nosso tempo. Mas se você ver uma foto de Hillary Clinton ou Adam
Schiff com seus olhos vazios consumidos por pecado e antidepressivos, ou seja lá o que for,
você vai certamente saber do que eu estou falando. Há uma sombra no olhar que diz isso, algo
como um ciborgue em curto-circuito, essas pessoas não parecem humanas e certamente são
possuídos por alguma outra coisa. Você também nota isso nos burocratas da União Europeia
com seus olhos senis escondidos pelos pequenos óculos com suas pequenas lentes que
refletem a luz do sol. Você nota isso nos olhos inexpressivos dos autômatos funcionários
públicos, nos zumbis seguranças de aeroportos ou nos corredores dos hospitais públicos
consumidos por lâmpadas florescentes amarelas.
Quero expor a movimentação sombria que ocorre por detrás dos grandes eventos de nosso
tempo e do passado. É um grande poder que age como um fantasma, se escondendo em sua
própria escuridão e tão absorto pelos países e pessoas que sequer podemos realmente
percebê-lo. Há somente vestígios quase sobrenaturais, pistas escondidas em algumas coisas e
alguns rostos. O mesmo foi dito sobre Hades. Alguns dizem que ele sentia uma grande
vergonha quando algum outro deus rasgava o véu que cobria o Submundo, fazendo com que
todas as coisas vis guardadas ali pudessem ser vistas por todos. Este Hades de nosso tempo é
capaz de sentir vergonha? Disseram-me, também, de certas coisas escondidas sob as águas,
coisas desprezíveis e nojentas reveladas pelo mar antes de uma tempestade. Eu irei remover a
cortina que cobre esta prisão e lhe mostrar onde você realmente vive...

Tudo que é secreto nos é revelado nos sonhos. Heráclito dizia: “morte é tudo que vemos
acordado; sono, tudo o que vemos dormindo”. Ele estava sendo modesto! Em seus tempos
muitos deuses, Sátiros e outras coisas revelavam-se nos sonhos dos homens.

Espiritualmente você é um grande vazio em que poderes monstruosos destroem lentamente


sua sanidade, dissipando toda vitalidade e foco. Você não se vê como realmente é, mas, talvez
algum pesadelo possa lhe acordar. Eu estou aqui para mostrar a saída.
Havia um homem chamado Empédocles, um filósofo, um homem de visão. Ele pulou no vulcão
Aetna na Sicília porque ele sabia que reencarnaria como um deus. Agora imagine-se em frente
ao mesmo vulcão. É quente e arenoso. Você sente o calor, mas não é como você imaginou que
seria. Não é romântico. É apenas quente, rarefeito, você não consegue respirar e o enxofre
consome seus pulmões. Algum instinto animalesco ou memórias antigas passam por sua
mente, o incitando a fugir. Você veio para confrontar com veemência e retidão seu destino,
mas se sente cada vez mais contido e com medo. Mas não é apenas isso. Se fosse apenas um
grande medo, esse mesmo medo poderia ser um gatilho para um último ato de coragem. Mas
há algo a mais... As cinzas ofuscam tudo a sua vista, você vê apenas cinza e negro. Isso o
lembra de um almoço de verão em uma estação abandonada, você está sujo e cansado pela
estrada, abatido pelo calor e por toda sujeira. Você vê as chamas do vulcão e isso não parece
as chamas acolhedoras que você imaginou. É isso? Isso não parece nada para você, porque
para seus olhos isso não é nada. Então você decide ir embora. Você não renasceu como um
deus, pelo contrário, permaneceu como um nada. Você começa a mentir para si mesmo,
dizendo os motivos de não valer a pena. Afinal, há uma boa comida o esperando, um bom
copo de vinho. Talvez há uma garota o esperando. Ela está molhada e convidativa. Empédocles
estava errado.

Não, não pule no Aetna ou no Mauna Loa ou no Puyehue ou no Eyjafjallajokull, nestes titãs de
nosso mundo, mesmo se você se convencer de que deve fazer isso. Não vai mais funcionar.
Estes portais estão fechados há muito tempo. Mas! Mas outras portas também estão fechadas
para você. Há algo para você como Aetna foi para Empédocles?

Há algo na vida que leva para além de si mesma. Isso é uma transcendência intergaláctica, não
posso dizer nada sobre isso aqui, você deve esperar. Mas lhe digo que, se você não superar a si
mesmo e buscar algo além de si, você já estará morto! A maior parte da Humanidade já está
morta.

Vou te contar uma estória. Na Idade da Pedra um homem surgiu, um homem com ombros
fortes e um bastão na mão. As pessoas acreditavam que ele era filho de um deus... filho de
alguma mulher mortal que traiu seu marido com um deus. Quando criança ele já demonstrava
força sobre-humana. Quando crescido ele entrou na mais profunda caverna para desafiar uma
enorme besta. Ele retornou da caverna com a pele da besta sob seus ombros. Ele retornou
segurando a pele da besta em uma mão e um grande bastão em outra mão. Este homem foi
idolatrado por todos: sua linhagem se tornou a linhagem de reis, governantes de Esparta e
muitos outros reinos. Qual foi seu ato de fundação? Ele derrotou monstros, ele desbravou e
desenhou as rotas conhecidas pelo homem. Mas não se esqueça da pele da besta sob seus
ombros. Esta era a besta de Nemeia. Você entende o que Nêmesis é? Há na natureza uma
força purgatória, geradora e destruidora. Há macacos que trocam de sexo as vezes. Há alguns
répteis que quando atingem a superpopulação são combatidos por um monstro gerado pela
natureza especialmente para devora-los. Os gregos acreditavam neste grande poder da
natureza e o adoravam, adoravam a justiça contida neste poder. Na Bíblia isto aparece no
Dilúvio, uma alegoria para o espírito irrepreensível dos Povos do Mar e a justiça divina que
estes trouxeram sob as cidades arrasadas por sua ira, cidades em que a vida crescia sem
sentido, trazendo apenas uma grande feiura e vilania para o mundo. Você pode trazer os
filhotes da besta para casa e cria-los como seus, mas, como Ésquilo disse, estes mesmos trarão
o apocalipse quando chegar a hora. Na natureza há esta força irrepreensível e cruel. E essa
violência quando utilizada contra o excesso das populações se mostra como justiça divina. É a
justiça contra os fracos delírios da razão, contra as inúteis palavras do homem – e isto é lindo.
Este é o poder do Nêmesis: poucos são escolhidos para utiliza-lo, poucos reconhecem que são
os escolhidos e sabem o que fazer com isto. Quando Hercules pôs os poderes de Nêmesis sob
seus ombros ele se tornou o Herói que domou o mundo e tornou as cidades seguras para
todos os homens. Mas isto foi a muito tempo, em sua era. Nossa era é outra, é a era do
sofrimento. A estrela do Nêmesis certamente irá retornar e arde dentro de você.

Na Idade do Bronze os homens possuíam vida e força, e eu já posso ver, longe, ao horizonte do
mundo, mas certamente já está aqui – que isto não seja uma miragem! – Eu vejo os espíritos
heroicos retornando à nossa era. Bandos e irmandades de piratas tomarão os mares, e não
apenas os mares. Os inimigos do homem ocidental e os inimigos da beleza logo descobrirão o
que significa estirpe de piratas, uma estirpe tal qual os chineses pensaram ao primeiro contato
com os holandeses. Eu quero prepara-lo para receber esse velho espírito – os velhos espíritos
estão se movendo... as silhuetas brilham contra o rio em pleno verão, e eu consigo ver homens
que sabem como honrar nossos velhos amigos de outras eras.

Que eles habitem entre nós novamente e nos deem forças para purificar o mundo!
Parte Um: A Chama da Vida
1
E se você estiver errado sobre o que é a vida? Eles fazem isso o mostrando duas marionetes
vermelhas e balançam elas, e então você mesmeriza e aplaude como um macaco bem
treinado. É como a política no último ano. Na política antes de Trump os grandes glutões da
Direita disputavam com os manlets emasculados da Esquerda. Mesmo agora, ainda há pessoas
mesmerizadas por esse show de marionetes: e é engraçado ver uma mulher gorda tentando
arrancar os olhos de outra mulher sarada com um mullet, provavelmente lésbica. As duas não
dizendo coisa alguma, apenas grunhindo como porcos. Mas enquanto isso o futuro da nação
está perdido e condenado ao sofrimento e o futuro da juventude foi há muito esquecido.
Quando eles o perguntam o que é a vida, isso se torna ainda pior porque você não vê o
problema inteiramente..., mas então sessenta anos se passam e seus netos não existem mais,
ou eles são algo como 56% humanoides se esgueirando entre as sombras, ou são de sangue
nobre, mas tem de se esconder entre os escombros porque estão sendo caçados. Mas você
entende que a Direita e a Esquerda foram enganados sobre o que é a vida.

Um grupo de cavalos está pastando nas estepes, e então o garanhão é tomado por um
espírito, ele começa a galopar para um lado e então para outro, e todos os demais o seguem
em uma grande corrida de poder e liberdade – Nietzsche falava sobre isso. Eu vi várias coisas
assim: estava em uma cachoeira, descanso de vários pássaros e outros animais. Mesmo com
tantos ciclos da História e o ir-e-vir das civilizações esse lugar permaneceu tal qual os pássaros
que o visitam. Quando a água mudava ligeiramente, a queda d’água era tão grande que
mesmo um pequeno pássaro poderia fazer um spray de água voar por todos os lugares. E
então o sol veio por detrás das nuvens e espalhou arco-íris, os pássaros se agitaram e
realizaram acrobacias entre a cachoeira e os arco-íris. Tal como Homero registrou sobre
algumas tribos asiáticas de gansos com suas majestosas asas, ou a terra entre o rio
Escamandro. Porém, qual a finalidade disso para a sobrevivência ou reprodução? Certamente
alguém poderia dar uma explicação. Mas quando você vê esse comportamento, não é tão
estranho. Talvez, em momentos de felicidade você seja livre para agir e sentir coletivamente:
sem qualquer ligação com sobrevivência ou reprodução. Esse tipo de necessidade é um fardo,
e isso é o oposto. Essa uma visão mesquinha da vida... a vida, quando livre, quando em
abundância, conhece a luxúria, ganância e desperdício... sobrevivência e reprodução são
sintomas de alguma outra coisa...

3
Os mais nobres animais se recusam a ser servis quando em cativeiro. Muitos animais, não
apenas o homem, escolhem a morte ao invés da servidão. Mas me foi dito que a vida era
apenas sobrevivência e reprodução; mas será isto realmente o suficiente? Se não é o suficiente
então devemos entender os animais de alguma outra maneira. Quando cientistas falam de
uma “psicologia evolucionista” eles apenas abstraem o mundo e fogem da questão principal.
4

Há uma sociologia no mundo científico tal como em todas as coisas. É o caso da confusão entre
biologia e ideias evolucionistas. Você acha que estão lhe dando verdades objetivas, mas na
verdade a mente dos biólogos é bastante limitada. A verdade é que os gênios escolhem a
Física ou a Química dentre as ciências, enquanto os biólogos raramente se atrevem a explorar
os mistérios da natureza, o tipo de mistério que atrai somente as melhores mentes científicas.
Schopenhauer se refere com desprezo às pessoas que criam suas “categorias de macacos” e
pensam que assim entendem a natureza. De acordo com Nietzsche, Darwin era um ser de
pensamentos curtos, do tipo que reúne pequenos fatos desconexos e cria uma teoria
remendada. A teoria é confusa e cheia de lapsos. Essa é a principal razão pela qual os
Criacionistas – que também estão errados – foram capazes de desafiar a teoria darwinista,
mesmo nunca sendo capaz de entender o mínimo de física teórica. Há muita desonestidade e
estupidez entre os cientistas e biólogos quando o tema é evolução e vida.

Provavelmente você está pensando que irei atacar a ideia da evolução ou muda-la porque ela
é racista ou incômoda, assim como a Esquerda ou outros fazem. Mas isso não é verdade!
Escute: você não precisa de Darwin para acreditar em hereditariedade ou mesmo evolução. As
pessoas conhecem hereditariedade e as diferentes linhagens entre os homens há muito
tempo, mesmo antes de Darwin sequer ter nascido. No sentido político a promoção das ideias
darwinistas e sua aplicação à humanidade foi grandioso. A Esquerda e seus NPCs – eu falarei
de sua origem depois – querem esconder a verdade sobre a natureza humana. E Darwin, tal
como a ciência evolucionista em suas várias formas, é uma grande arma da verdade contra
eles. Concordo com tudo isto, mas lembre-se das marionetes que mencionei. Não se distraia
com jogos de marionetes. É importante não se distrair em um debate fútil com um oponente
estúpido. A Esquerda, ou o que chamarei de bug-man (homem inseto, o Último Homem),
odeia e teme as ideias evolucionistas aplicadas aos humanos, o darwinismo por si só é o
produto do último homem. A natureza hereditária das qualidades e a suscetibilidade de um
organismo com seu meio e vice-versa, tudo isto é verdade, uma observação exata. E essa
observação é o suficiente: você não precisa de mais do que isso para esmagar completamente
os devaneios e mentiras seguras do bug-man. O último homem teme a hereditariedade e a
natureza, não Darwin.

Entenda que, o psicólogo evolucionista, o biólogo evolucionista, o darwinista em geral – são


pessoas boas, e até mesmo inteligentes, que estão apenas equivocadas – jogam o jogo da
maneira errada. Muitas vezes ele sequer está ciente de que age dessa maneira. Ele acredita no
darwinismo com uma fé teleológica, com a fé de que reprodução e sobrevivência são o único
fato da vida, são o propósito pelo qual todas as vidas existem e que isso explica como uma
espécie ou organismo se comporta; e também como se adapta ao ambiente. Mas quando você
o confronta, ele irá negar completamente essa teleologia. Ele irá dizer que não acredita em
nada disso, somente nas evidências materiais da seleção natural. Através desse mecanismo os
organismos que não estão atendendo as demandas do ambiente em algum momento
certamente desaparecerão. Em um processo semelhante à nossa criação de cachorros e
cavalos, a natureza por si só cria organismo de uma maneira ou outra, por puro acidente. Não
há qualquer sentido ou fim último, ele irá dizer, você está louco! Mas então, quando ele não
estiver prestando atenção, ele irá falar de uma maneira diferente. Eles sempre fazem isso. Ele
irá dizer que esse ou aquele animal estão agindo dessa forma porque está tentando assegurar
sua sobrevivência ou reprodução. Ele irá explicar características físicas dessa forma também, e
então quando ele estiver distraído ele irá fazer um princípio moral a partir disso. Os mais
honestos, quando confiam em você, falarão de replicar a si mesmos como uma inspiração ou
objetivo. Isso é humano, demasiado humano, mas também bastante natural. É bastante difícil
falar de biologia ou vida sem algum tipo de teleologismo ou fim ou propósito. Claramente
Física ou Química carecem de algum propósito ou fim. Mas animais parecem ser bastante
guiados por algo. Então o darwinista esquece ou tenta mudar constantemente de tópico: ele
sabe que o que é realmente interessante é a questão do que move a vida, o que influencia o
comportamento animal e o que explica a correspondência entre organismo e ambiente. Essa é
a questão. O mecanismo da hereditariedade ou o meio pelo qual uma espécie é moldada,
natural ou não, é realmente o único insight de Darwin, é a única coisa interessante. Na
verdade, é uma tautologia: sim, somente os animais capazes de reproduzir passam para frente
suas características e espécie. Algo que qualquer um sempre soube ao longo da História. Mas
que isso por si só explica a adaptação animal ou seu comportamento é estúpido, sem sentido.

Há um rato alpino que coleta comida para o inverno. De alguma forma ele sabe exatamente a
proporção de ervas venenosas que deve incluir em seu estoque de inverno para preserva-lo.
Se houver muitas, sua comida estará envenenada, se houver poucas, sua comida estará
estragada. Há um exemplo que Schopenhauer nos dá: dois insetos, e um matará o outro ao
menor sinal de ameaça. Mesmo que esse outro não apresente qualquer sinal imediato de
perigo, mas certamente irá se alimentar de seus ovos no futuro. Como esse primeiro inseto
sabe disso? Não é algo que está acontecendo, tampouco algo que ele possa ver. É um sistema
nervoso bastante primitivo. Ele sabe de alguma forma. Esse é um comportamento bastante
específico e complicado. Há tantos casos assim na natureza! Criacionistas estão tão
concentrados em problemas físicos complexos enquanto mesmo em um olho ou num flagelo
bacterial é possível construir estórias sobre como eles evoluíram gradualmente. Eu não
acredito nessas teorias. Elas soam improváveis e fajutas, mas são mais credíveis do que as
criadas para justificar comportamentos. Muito mais! Muitos animais e mesmo simples insetos
possuem comportamentos complexos que nasceram com eles. Em alguns momentos, as
teorias para explicar tal comportamento se tornam complicadas ao ponto de serem duvidosas.
Lembre-se do sistema aristotélico-ptolomaico para calcular a distância e tamanho dos planetas
que funcionou durante séculos. Esse sistema foi abandonado por sistemas ainda mais
complicados adotados para sustentar a falsa teoria do modelo geocêntrico. O mesmo acontece
com a teoria evolucionista hoje. É óbvio que alguns comportamentos – ou se você quiser,
“adaptações” – surgiram como nós conhecemos hoje, completos e sem qualquer mudança
significativa. Como tal “milagre” aconteceu? Esse não é um livro criacionista – eu não acredito
nisso. Tampouco acredito no “milagre” que a ciência moderna inventou, escondido sob as
“mutações aleatórias”. Não houve tempo suficiente, nem um número suficiente de espécimes,
nem tipos suficientes de “mutações” observadas para comprovar a seleção natural ou mesmo
o lamarckismo. Muitos dos modelos matemáticos de como uma característica irá se espalhar
em uma população falharam – eles não nos dizem isso. Não, eu não estou falando de milagres,
ou seja, qual for a palavra que você queira utilizar. O “design” existe, mas não por meios
benevolentes ou inteligentes, tampouco compreensíveis. Você vê na teia das aranhas uma
criatura de um sistema nervoso rudimentar e pequena inteligência “desenhar” algo belo e
complexo. E essa é a chave para compreender toda a natureza. Há uma “inteligência” inerente,
silenciosa e demoníaca em todas as coisas. Seus trabalhos e influências são obscuros para nós.
Nossa própria inteligência é uma derivação disso. Há uma “inteligência” em tudo, presente em
nossos corpos antes de termos um cérebro ou sistema nervoso. Todas as “adaptações”, não
importando se foram espalhadas de forma natural ou não natural, ocorrem não de forma
aleatória, mas por uma correspondência espontânea entre o organismo e o ambiente. Algum
dia talvez possamos descobrir a causa material da manifestação dessa correspondência ou o
canal pelo qual é transferido das rochas e elementos da natureza para as formas de vida – há
formas ainda não descobertas de conexões na natureza. A adaptação não leva de forma
alguma ao acaso, tampouco à seleção natural, que é um meio pelo qual isso se espalha em
uma população.

Uma verdadeira interpretação ou objetivo científico deve começar sem suposições. Sem
grandes estórias. Estudando os animais. Estudando o que acontece na natureza, não nos
laboratórios, estudando o que acontece quando os seres são deixados para viver sem os
humanos. Estudando diferentes espécies, seus comportamentos e hábitos em diferentes
épocas do ano, em diferentes lugares, em diferentes níveis de sobrevivência. Estudos sem
presunções sobre os acontecimentos, estudos sobre o comportamento hoje, amanhã, no
momento, somente estas coisas importam e existem para o animal. Olhe dentro do cérebro!
Estude seus hormônios e seus estados emocionais com grande cuidado e zelo, com um olhar
objetivo e clínico correlacione esses estados com o que está acontecendo ou com o que está o
causando – e o que está acontecendo naquele dia e naquele momento, não o que você acha
sobre “sobrevivência e reprodução”. Esse é o verdadeiro meio para entender os animais,
adaptação, comportamento e vida. Algumas dessas coisas estão sendo feitas, mas muito
raramente e não da maneira devida. Afinal, você é mesmo tão diferente da cabra, cachorro ou
mesmo da formiga a qual está estudando? É claro, a pesquisa a qual estou falando deve ser
feita, mesmo que para convencer os idiotas. Mas o comportamento de um animal será
bastante estranho para você se você não possuir ideia dos seus próprios comportamentos;
dessa forma, podemos entender perfeitamente porquê um urso sente raiva das abelhas, ou
porquê está brincando sob pétalas no meio de uma floresta, ou um lagarto assustado correndo
em meio as dunas, entendemos seus motivos, seus comportamentos. Nós amamos os
cachorros porque eles nos demonstram honestamente e sem qualquer dissimulação o que nós
realmente somos e o que eles querem. Eles e outros animais de estimação nos acalmam,
fornecem um tipo de carinho normal na vida animal livre de remorsos ou preocupações com o
futuro, o qual nenhum dos quais de fato existe. Mulheres, em seu estado natural, estão perto
dessa condição, e é daí que surge boa parte de seu charme e poder (a educação moderna, que
ensina as mulheres a serem preocupadas, ansiosas com seu futuro, neuróticas, acaba por as
afastar desse poder natural enquanto as engana, fazendo-as pensar que estão sendo duronas
e empoderadas; mas uma mulher “empoderada” é um ser insuficiente e sem qualquer valor).
Um estudo deve ser feito sobre o estado de um animal nesta condição, e então em outra, e
então em outra. Mas afinal, o que o estudo de um organismo nos pode dizer? O que a vida
quer? O que é a vida?

Darwin e sua teoria jamais teriam feito tanto sucesso ou mesmo conquistado tanto espaço e
poder se fossem simplesmente falsos, equivocados. O darwinismo é verdadeiro, mas somente
sob certas condições. Não é uma “meia-verdade”, é, de fato, a verdade sobre um tipo de vida,
o erro consiste em pensar que o darwinismo descreve toda a vida. Darwin é um nada, um
Colombo sem América, quando separado de Malthus, e é exatamente por isso que Nietzsche
estava certo sobre ambos quando disse que descreviam somente a vida na Inglaterra, ou mais
precisamente, na Inglaterra de seu tempo. O começo da Revolução Industrial e a Inglaterra
como a primeira nação a erradicar o problema da mortalidade infantil: esses são os fatos
relevantes. A Inglaterra foi capaz de colonizar o Novo Mundo porque foi a primeira nação a
solucionar esse problema. Muitos criticam os portugueses ou espanhóis por seus modelos de
colonização, mas você deve saber que Portugal possuía uma população de um milhão de
habitantes quando a Era das Descobertas começou com Henrique o Navegador. E desta
população, poucos eram jovens e hábeis para embarcar nas expedições incertas e de grande
perigo; alguns dizem que mais de um quarto pereceram durante as expedições. Portugal não
possuía mão de obra suficiente para os empreendimentos coloniais e exploradores, mas
continuaram o modelo de conquista em que irmandades de conquistadores tomavam esposas
dentre os locais e suas riquezas para si. Em contraste, os ingleses podiam transportar
populações inteiras para suas colônias. Mas isso não era o suficiente, as cidades se enchiam,
superlotavam enquanto as classes mais baixas multiplicavam-se em meio a sujeira, sufocados
pelas novas máquinas da indústria em ascensão. As condições materiais da classe trabalhadora
no começo do século XX eram desesperadoras: Marx e seus seguidores estavam certos sobre
isto e é por isso que eles puderam desenvolver tratados acerca disso. Era uma condição de
miséria e dissolução similar ou mesmo pior às favelas que vemos no Terceiro Mundo. A
solução para a mortalidade infantil significou que as classes mais baixas depositavam toda sua
energia e salários em alimentar mais bocas, não melhorando a qualidade de vida das crianças
que eles geravam: um crescimento extraordinário de biomassa humana! E este era o mundo
de Malthus e Darwin, uma vida sobre a podridão, uma vida sobre o estresse e a doença. O
darwinismo descreve a vida sob um intenso estresse. Sob esse ponto de vista bastante
específico Darwin pensou ter descoberto a verdade sobre a vida como um todo, mas animais
sob uma vida de estresse, condições precárias, quando observado e estudado, maltratado,
espancado e encarcerado, irá fechar-se para si mesmo, não revelando qualquer segredo sobre
o que é a vida, será um exemplo enganador e falso, e eis a base do darwinismo e de todo
pensamento que vem com ele. É a filosofia do cortiço e da favela, do trabalho exaustivo e da
miséria em céu aberto.

10

Nenhum tipo de estresse é pior do que estar preso. Meus piores pesadelos são sobre abrir a
porta apenas para descobrir que estou preso na mesma cela, de novo e de novo e de novo, por
toda a eternidade. A exaustão que consome sua mente depois de uma longa partida de xadrez,
que gera devaneios noturnos sobre movimentos sem sentido, eu conheço poucas formas
piores de tormento. E essa exaustão é autoimposta, mas é ainda pior quando uma força
externa ou outro ser o restringe, mesmo quando se está sob controle total de seu espírito e
poder. Essa condição é intolerável para os espíritos mais nobres, que preferem a morte à
servidão. Muitos índios caribenhos, quando escravizados, morriam por não suportar a
servidão, alguns até mesmo cortavam seus braços apenas para livrar-se das correntes e
escapar do cativeiro. Crianças germanas eram mortas por suas próprias mães quando as
legiões romanas chegavam: Tacitus descreveu a vida de um germano que se dedicou
inteiramente à guerra e violência, recusando-se a ser domesticado pela lei romana. Em
Masada e em outros lugares, os judeus, quando ainda eram um povo de espírito nobre,
matavam suas próprias crianças para evitar a submissão. Xenofonte descreve no Anabasis uma
mãe com seu bebê de colo pulando de um penhasco em Urartu apenas para escapar do
avanço grego: nós vimos vídeos de mães pulando de penhascos com seus filhos diante do
avanço Aliado em Okinawa. Monges budistas ateando fogo em si mesmos afim de
envergonhar o Ocidente e suas atitudes durante a Guerra do Vietnã. Por essa razão, Nietzsche
aponta que os espíritos nobres jamais se submetem à escravidão. Ou eles vivem livres ou
morrem como guerreiros. Para algumas estirpes não há “adaptação” à servidão. O que são
esses seres, esses seres que escolhem a sobrevivência a qualquer preço? O preço pago é
monstruoso e tais pessoas certamente se tornam monstros, deformados, sub-humanos. A
distinção entre a estirpe dos mestres e o resto é simples e verdadeira, Hegel aponta que –
ecoando Heráclito – aqueles que escolhem a morte frente à servidão ou escravidão, esses
pertencem à raça dos senhores. Ainda há muitos desse tipo, não apenas entre os Arianos, mas
também entre os Comanches, muitos Polinésios, os Japoneses e muitos outros. O mesmo vale
para animais. É desolador que seres desse tipo não possam escapar, tampouco matar ou
matar-se em nome de sua libertação. Certa vez observei um jaguar em um zoológico preso em
um habitat, isolado por uma parede de vidro transparente, feita especialmente para que os
homens-insetos possam vê-lo e humilha-lo. Tal animal é tomado por uma tristeza profunda e
nobre, sendo observado constantemente e por todos os lugares por macacos inferiores. Ele
pode dizer – eu vejo isso! Ele pode dizer que está vivendo em um ambiente falso, forjado,
simulado, em que ele não possui qualquer poder para se mover ou viver. Sua tristeza me
tomou de tal forma que jamais esquecerei. Eu jamais desejo experimentar tal vida.

11

Há algumas semanas atrás eu estava em uma cidade relativamente intocada pela higiene
regimentada do primeiro-mundo: ruas bem iluminadas, limpas e seguras para mulheres
costumam ter seu preço. Neste local o governo e a burocracia não poderiam estender seu
poder e influência mesmo que quisesse. Havia muitos becos e recantos sem qualquer controle
governamental, lapsos de controle da ordem. Nesta terra-de-ninguém existe a máfia,
pervertidos, alguns crimes, mas em nível baixo ou quase inexistente devido a presença de
vigilantes. Eu achei nesta vida um refúgio e me senti livre. Então após um dia de farra, tomei
600mg de tiamina e bastante café, me senti como que flutuando... sob sedutoras luzes de
neon amarelo observei o segurança quase que sob um transe demoníaco. Eu me pergunto
como ele se sentiu. Ele estava em alerta, sabia que postura manter durante seu trabalho e
como manter um olhar altivo, frio... ele estava sério, vestindo um casaco militar, mas havia
algum tipo de leveza em seu olhar. Talvez algum tipo de percepção fosse necessário para
observar isso, mas eu conseguia notar como ele era tomado por uma espécie de tristeza ou
pensamentos distantes quando se entediava. Eu olhei para o restante da rua quase vazia,
exceto pelos bêbados e vadios, mais ao horizonte havia uma grande fonte iluminada. Não sei
por quê, mas fui tomado por um impulso e me virei para observar os apartamentos no outro
lado da rua. Havia somente uma lâmpada acesa em meio as janelas e refleti sobre quem eram
os moradores, o que faziam e então sobre como seria minha vida se eu fosse o homem ou a
mulher que ali moravam. Muitas vezes desejei ser outra pessoa, não desejei ser imortal, e sim
viver simultaneamente várias vidas, não sendo limitado a viver uma única vida em meio a
eternidade. Nestes momentos, quando você se sente simultaneamente calmo e livre, cada
detalhe da vida se torna interessante, tudo se tornam imagens de um sonho pacífico, tudo
pode ser observado claramente. Eu desejo saber como é ser uma garota vietnamita dona de
um salão de beleza, ou uma senhora angolana obesa de meia-idade... sim, nenhuma forma de
vida, mesmo que a mais miserável, me escapa nesses momentos de curiosidade. Tenho até
mesmo sonhos em que sou um vaso ou uma porta, livre para observar – eu imagino apenas a
observação, a satisfação da curiosidade, não os milhares de tormentos que habitam nas
pessoas que desejo ser. Quando essa curiosidade é tomada por uma súbita explosão de
energia, começo a me perguntar sobre homens como eu ou de mesma idade e como seria ser
um deles, o que eles costumam pensar a cada momento, o que os leva a fazer isso ou aquilo.
Eu sinto então uma grande ternura por eles e até mesmo por mim. Penso sobre as amizades
que poderíamos ter e as grandes lembranças que poderíamos compartilhar. Me sinto
atormentado por isso, um tormento insuportável e difuso, sou tomado por uma grande
tristeza e irritação ao saber que jamais saberei quem mora naquele prédio, jamais saberei o
que eles sentem e veem ao observar daquela janela. Esse é todo meu “amor pela
humanidade”. Qualquer outra forma desse mesmo “amor” é vazia e insignificante.

12

Carneiros quando jovens, tal como filhotes de veados, antes mesmo de sequer terem chifres,
costumam brincar chocando suas cabeças uns aos outros ou em objetos. Essa é uma
antecipação aos chifres que os coroam. Ninguém os ensina isso, eles o fazem naturalmente. O
que vem “primeiro” ao animal, o desenvolvimento dos chifres ou o “conhecimento” e a
vontade de lutar dessa maneira? Em um fenômeno como esse está a verdade e o segredo
acerca da vida e evolução.

13

Luta por espaço – um animal saudável, livre do estresse, não enjaulado nem domado pelo
homem, sempre procura uma coisa: espaço. Animais buscam espaço no sentido físico, buscam
território. Mas esse sentido não é exclusivamente físico, ainda que a maioria dos animais
busquem domínio sob um território concreto. Porém, você deve também interpretar isto em
um outro sentido, além do espaço físico, também é buscado um espaço para desenvolver seus
poderes internos. Macacos que vivem em meio as árvores buscam tal espaço para aprimorar
suas escaladas, castores buscam margens de rios e juncos ao seu alcance para aprimorar seus
talentos de construção, grandes felinos buscam territórios extensos e com uma variedade de
presas para aprimorar sua caça. Leões e cães de caça buscam o uso de suas garras, presas, uso
do olfato e audição e outras coisas para aprimorar seu domínio sob um território, sob suas
caças. Eles buscam essas coisas pois desejam se tornar mestres de si mesmos. Todos esses
organismos estão buscando aprimorar a si mesmos para dominar seu espaço. O domínio bem-
sucedido leva ao desenvolvimento dos poderes inatos do animal e o florescimento do
organismo, o que lhe permite dominar mais matéria e espaço, ordenar o inferior para
alimentar o superior. Esse aprimoramento de si desenvolve os talentos inatos, a ideia e o
destino – isso é verdade não apenas para a busca por comida. Em animais sociais um processo
análogo acontece em meio as relações sociais ou “espaços” sociais: algumas mudanças
acontecem, mas o princípio é o mesmo. É importante ressaltar que aqui desenvolve-se um
processo circular: o organismo busca a maestria sob o espaço e o ambiente, busca aprimorar
suas habilidades e como resultado seu corpo é aprimorado, seus sentidos e todos os seus
domínios, tal como seus talentos inatos e seu destino e espírito. Tudo isso requer liberdade
diante da luta pela sobrevivência, ou, ao menos um intervalo. Quanto a reprodução, o animal
em seu estado natural sequer pensará nisso, não buscará tal ponto. O animal busca
primeiramente tornar-se forte, habilidoso, dominar suas ameaças e sentir a expansão de seus
poderes, não apenas senti-los, mas ser verdadeiramente poderoso ao ponto de perceber
intuitivamente seu domínio sob um espaço. Apenas após o pleno desenvolvimento de seus
poderes e domínio vêm a necessidade ou desejo por reprodução. A reprodução é apenas um
efeito colateral do desejo animal de despejar sua força, após o domínio ser estabelecido. Por
essa razão muitos animais inferiores, fracos, crescem rapidamente e se reproduzem em um
curto espaço de tempo, porém, quanto mais altiva a forma de vida, mais forte, quanto mais
complexa a necessidade de desenvolvimento, maior seu intervalo de reprodução e maior sua
suscetibilidade à luta pela sobrevivência e domínio. Animais que “evoluem” sob uma intensa
competição são em certo sentido “atrofiados”, menos belos, menos inteligentes, menos
magníficos. Há muitas “facções” e muitos caminhos na natureza que seguem rumos
diametricamente opostos. Você deve aprender a ler a linguagem secreta da natureza e o que a
guia: um desses caminhos leva ao desenvolvimento do espécime supremo. Tal caminho é o
caminho que guia as formas mais altas de vida; sobrevivência e reprodução são apenas efeitos
colaterais desse caminho. A vida é, em sua essência, competição pelo domínio de um espaço.

14

Algumas coisas fazem meu sangue ferver mais do que uma luta faria. Uma vez, ao sair da
academia, um chad me abordou. Então ele começou a apalpar meus bolsos, tentando
descobrir se eu havia o roubado. Eu achei isso bastante incômodo. Talvez por estar cansado
me mantive calmo, então não me ofendi muito com isto, de alguma forma ele não estava
sendo tão intrusivo. Talvez isso seja algum tipo de adoração ao músculo, mas raramente eu me
sinto tão irritado com a violação de minha privacidade do que quando estou comendo sozinho
em um restaurante e alguém senta do meu lado mesmo com todo o lugar estando vazio. O
pior é quando algum grupo se senta próximo a mim mesmo com o restaurante vazio e
começam a comer com a boca aberta e de forma barulhenta. É um ato invasivo, um ataque
aos nervos ouvir o som irritante da presença de seres tão desprezíveis. Outros animais
comendo não me irritam tanto, até me encantam. Diferentes tipos de animais, mesmo que em
um grupo similar – eu recuso a palavra “espécie” – possuem diferentes tipos de vida. Meu
sangue começa a ferver, mesmo contra minha sensibilidade e julgamento, quando saio com
alguma garota e ela se recusa a se sentar perto de uma janela ou ar-condicionado porque está
“muito frio”. Gosto de espaços abertos e um pouco de frio e não creio que haja convivência
com criaturas que gostam de calor e uma vida coletiva. Eu acredito que os brancos, ou grupos
parecidos com este – existem mais raças do que a maioria das pessoas está disposta a admitir
– é de forma geral hostil a vida em tribos ou de uma coexistência compactada. Existem
requisitos biológicos para este ou aquele modo de vida, e nenhuma lei, nenhuma crença
comum, pode reunir tipos tão diferentes. Um híbrido destes tipos provavelmente nasceria
fisiologicamente confuso ou doente.

15

Hormônios: Energia e vida superior em um só – Se tivéssemos sensores avançados seríamos


capazes de observar os animais de longe e em grande detalhe, sem interferir, sem os estressar
ou os oprimir com nossas imposições, poderíamos aprender bastante sobre o que é a vida. Ao
observar diferentes animais em diferentes lugares poderíamos compreender que condições
um animal busca na vida em geral. Para isso, tais sensores devem ser muito mais avançados do
que os que temos disponíveis hoje e devem mostrar que partes do cérebro são ativadas,
correlacionando tais ativações com a pressão sanguínea e os batimentos cardíacos, com as
ações do sistema imunológico, com inflamações e marcas, com observações sobre o nível de
hormônios e suas substâncias e como tudo isso se correlaciona. Qualquer observações que
temos hoje são virtualmente rudimentares. A literatura medicinal é confusa e foi corrompida
por dinheiro, ganhos de carreira e outros interesses dos mais variados tipos. A literatura
medicinal é curta e essencialmente contraditória. Sabemos no máximo algumas correlações
como o que a tireoide ou o cortisol elevados significam em determinada hora do dia e seus
efeitos no corpo e sistema. Não temos real conhecimento de como tais coisas interagem, ou o
que elas significam para o corpo, menos ainda para o que significam no organismo como um
todo e os poucos que se aventuram em explorar isso, como Ray Peat, são ridicularizados e
tratados como idiotas. Não será possível entender o que é a vida, nem como um organismo
trabalha, nem compreender um comportamento específico ou adaptação física até tal
conhecimento ser atingido. Se os biólogos fossem pessoas honestas eles teriam procedido
dessa forma, sem presunções, apenas coletando observações sobre diferentes organismos em
diferentes situações. Isso foi feito em pequena quantidade e quase sempre distorcido por seus
preconceitos e por agendas de interesses. Os dados que temos hoje são escassos e mesmo que
tais pesquisas comecem hoje demorará décadas até termos o que é necessário para sermos
realmente capazes de entender totalmente como hormônios atuam em um organismo. Não há
ironia aqui: eu não falo ironias! Entenda que eu não entendo essa viadagem chamada “ironia”.
Nos hormônios está a chave para entender a vida. Se isso soa “reducionista” para você, se
você acha que estou desmitificando demais as coisas, então provavelmente você acha que
sabe sobre coisas que não sabe, ou você acha que os cientistas sabem, quando na verdade não
sabem. Essas substâncias quando vistas por olhos limpos de preconceitos são pura magia. Elas
governam todo o ciclo de ascensão e queda de um organismo. Elas podem transformar um
pequeno bebê macaco em um grande gorila ou um filho em um grande elefante cinza de
toneladas usando apenas folhas verdes, elas podem transformar um pequeno e fraco homem
em um semideus grego como Hercules ou transformar um homem forte em uma mulher
indefesa, podem mudar sentimentos e tendências, podem fazer animais mudarem de sexo de
uma forma tão espontânea e rápida que para nós é um mistério. Elas nos ajudariam a
entender os diferentes tipos de tireoide, de progesterona, os vários neurotransmissores e
muitas outras substâncias que atuam no sistema nervoso, nos ajudariam a entender de outra
forma o intestino e o sistema digestório, nos ajudariam a entender a divisão celular e as
atuações do sistema imunológico, coisas que são no momento mistérios incompreensíveis
para os médicos e para a ciência. Somente o conhecimento sobre essas substâncias nos
revelariam conhecimento sobre a vida com toda sua glória! O estudo da vida como uma “caixa
preta” nos levou a inúmeros enganos e erros porque seus observadores são desonestos e
estúpidos que reportam uma ação, mas não o que aconteceu antes ou depois, tampouco o
ambiente e como isso afeta a vida do animal. O estudo dos hormônios pode prevenir tais
enganos. Por exemplo, um animal pode agir de determinada maneira sob estresse e pressão,
mas depois fazer a mesma coisa durante uma situação mais calma e relaxante, o mesmo
comportamento pode ter significados diferentes biologicamente: isso poderá ser mostrado por
meio das ações hormonais, pelos neurotransmissores, pelas citocinas no corpo. E eu o direi o
que eles acharão! Por ora, apenas Ray Peat, um homem abençoado com grande genialidade,
tentou decifrar os grandes segredos que tais substâncias possuem. Ele aprendeu que existem
pelo menos dois tipos de vida. Geralmente, pensamos na dualidade vida versus matéria
inanimada – que estranho que as mais primitivas línguas, como os grunhidos aglutinantes de
neandertais como o Basco, não distinguem entre gênero e substantivo, mas entre animado e
inanimado! Eu me pergunto de que forma eles chamariam a levedura. Aprenda que existem
dois tipos de vida, e a levedura é diferente da vida superior. A vida superior possui
extravagâncias e mistérios, mas sua base é a sua diferenciação e estrutura. A levedura é uma
“bolha amorfa” que se expande, enquanto um organismo superior possui diferentes partes
com diferentes funções, diferentes órgãos e sistemas diferentes dentro de si. Os sexos são
diferentes porque possuem formas de reprodução sexuadas diferentes, e alguns tomam por
principal diferenciação a reprodução assexuada versus a reprodução sexuada. Mas é óbvio que
a “diferenciação” da vida superior vai além disso. Para preservar a função de diferentes órgãos
e diferentes sistemas dentro de si, um organismo sacrifica a capacidade de se expandir e
replicar indiscriminadamente, como a levedura faz, por exemplo. Você pode pensar nisso
como um “sacrifício” de suas habilidades, ou dizer que estes dois modelos ou tendências,
replicação e replicação de células de um lado, e a preservação ou diferenciação de uma função
superior de outro, são como pares um d’outro. Ambos são governados por diferentes
hormônios e neurotransmissores, onde o estrogênio e a serotonina são substâncias de
“estresse” que governam a divisão celular, mas a tireoide e a progesterona governam a
preservação da função. Não é correto chamar o estrogênio de “hormônio sexual”, e sim um
hormônio de estresse cuja grande presença no corpo feminino acontece porque as mulheres
estão sempre sob grande estresse devido as demandas celulares internas e a menstruação.
Esse quadro geral está longe de ser completo, mas pode levar a observações interessantes.
Considerando isso de um outro lado, pela perspectiva da patologia, a divisão celular
indiscriminada, o retorno para a “vida primitiva” dentro do corpo humano é chamado de
câncer, que parece e age de forma bastante parecida com um fungo. Por outro lado, do ponto
de vista da saúde, a estrutura do corpo é preservada pela extensão das células que com
sucesso comandam a energia, e então, para falar artisticamente mas da maneira certa, os
hormônios que promovem a energia celular são precisamente aqueles que promovem a
preservação da função, nomeada tireoide, enquanto o hormônio que promove a fadiga e que
leva a energia é precisamente o que promove a divisão celular, inflamações, que produz os
radicais livres, que quebra a ordem e função. Em um nível mais amplo, isso deve ser conectado
com a verdade fundamental da natureza de que a estrutura e energia devem ser o mesmo,
que a energia não é tão “difusa” quanto imaginamos, a energia possui uma “inteligência
inerente” – essa é uma palavra bastante imperfeita para esse caso, porque traz a ideia do
intelecto imperfeito de nossos cérebros que são meras aproximações desta Vontade primitiva
e primária. Essa Vontade é poderosa. Suas formas não possuem fim. Não é diferente do fogo
de Heráclito, uma energia perversa presente dentro de todas as coisas, que organiza e
desorganiza a si mesma. Sua intenção é maliciosa e além de nossa compreensão. No campo
dos organismos, aquele que busca organizar-se em formas mais elevadas e diferenciadas busca
a produção de uma espécime suprema. Os povos são caminhos tortuosos da natureza para
grandes espécimes surgirem e por isso os povos que surgiram da natureza devem ser
preservados em suas mais diversas formas. Dessa forma, o físico estético possui o significado
mais cósmico e profundo e por isso digo que os corpos estetas são “janelas para o outro
mundo”, pois são pináculos da natureza. Os deuses que com certeza existem, mas
permanecem escondidos, possuem os corpos mais belos que podemos imaginar – eles
apareciam para os antigos gregos em sonhos. Contrário à isso existe o excesso de carne que
vemos em obesos e sedentários, não só no mundo moderno, mas também na vida doméstica
do vilarejo, nos vales fétidos, nos matriarcados, na domesticação, nos escravos, na poluição
das cidades, na vida no pântano, na vida humana decaída à mera existência, na vida com o fim
em si mesma. Por outro lado, há a vida dos deuses imortais que vivem em uma montanha com
ar puro, e o sinal dessa vida, onde a energia é voltada para a produção de coisas superiores, é
o físico estético, o corpo em sua gloriosa beleza. E a mente? Ora, assim como os corpos belos
são raros, a mente em perfeito estado é ainda mais rara. Deixe-nos lutar, em nosso mundo
decrépito, canceroso e fétido, pelo que é concreto e pelo que podemos alcançar. Aqueles que
esquecem o corpo para buscar a “mente perfeita” ou o “espírito perfeito” não tem qualquer
ideia de onde começar. Somente a beleza física fundamenta para uma verdadeira grande
erudição e desenvolvimento da mente e do espírito. Somente o sol e o aço vão lhe mostrar o
caminho.

16

Chimpanzés na natureza jamais se masturbam, mas em cativeiro o fazem, o que isso significa?
Na natureza ele está muito ocupado para isso. Ele está concentrado em dominar o espaço e
estabelecer um território: seu objetivo é resolver o problema da vida acima e entre as árvores,
aperfeiçoando as habilidades disponíveis, aperfeiçoando suas relações sociais na disputa por
poder e status. Quando privado dessa motivação para o desenvolvimento pessoal e físico ele
se dedica apenas a fútil masturbação, pois no cativeiro ele sente que domina o território e que
todos seus esforços e objetivos são infrutíferos. O onanismo da sociedade moderna é ligado à
sua suposta “hiper sexualização” e à sua infertilidade. Não é realmente hiper sexualização, mas
apenas o desenvolvimento da lassidão de uma sexualidade difusa e fraca. A vida em um
espaço seguro tem sua energia drenada por meio da excitação inútil e de baixo grau – o no fap
é apenas um culto que tenta reestabelecer a energia pela ordem, com fins de ascensão. Às
vezes é um culto bem sucedido, mas seu funcionamento ou não funcionamento pode ser visto
em menos de uma semana. Infelizmente as mulheres possuem algum tipo de sensor para esse
tipo de coisa, elas detectam quase que automaticamente quando um homem se liberta... elas
possuem um macabro instinto de buscar os ascetas e sugar toda sua vitalidade... mulheres e
espécies desse tipo atingem seus objetivos sangrando seus hospedeiros, transformando-os em
cascas vazias. Elas regridem a vida de volta ao seu estado de irritação e muitas vezes ofuscam
grandes objetivos.

17
Eu sempre fui atraído pelas coisas baixas e sujas, porque algo em mim sabia intuitivamente
que é apenas no submundo da vida como ela existe hoje que você encontra as verdadeiras
“lacunas”, os “buracos” onde o controle é limitado ou fraco. Sempre senti que há um tipo de
liberdade nos becos escuros e nas luzes vermelhas, uma liberdade compartilhada entre putas,
viciados, pervertidos e coisas piores e sempre busquei jantar entre eles quando tive chance.
Essas pessoas possuem histórias interessantes, algumas mostravam cartas de amantes
hispânicos desiludidos que queriam casar-se com putas, outras contavam sobre os abortos
espontâneos que suas amigas tiveram no banheiro de algum velho tarado, sobre como elas
jogaram o feto no vaso sanitário e escreveram seu nome no papel higiênico. É neste mundo e
quase que somente neste mundo que você pode mostrar as garras que a natureza lhe deu, se
é que ela lhe deu alguma. Infelizmente é fácil para um bom observador ver que este mundo de
sombras há no máximo uma existência condicionada. A verdade é que (((eles))) permitem
essas “lacunas” porquê são espertos o suficiente para saber que precisamos desses “espaços
livres”: eles são de grande utilidade para manipuladores. Veja como os japoneses, tão famosos
por seu apreço pela lei e pela ordem, permitiram quase que sempre a existência da Yakuza e
de seus cassinos, casas de prostituição e coisas piores. Tais coisas possuem uma séria função
na sociedade japonesa, como a máfia e outras instituições no Ocidente. Somente um governo
de cretinos combateriam verdadeiramente tais coisas, e felizmente temos apenas governos de
estúpidos no Ocidente. Seus dias estão contados. É com grande tristeza que você percebe,
após o primeiro suspiro de liberdade neste mundo de condenados, que estes espaços também
têm ligações mantidas com aqueles que controlam todo o resto. Mesmo assim, é melhor do
que nada, pois ao menos no presente, tudo isso ainda é distante... em uma noite de verão,
após um advogado corrupto lhe pedir para espionar um clube de strip libanês, você está no
pátio com uma prostituta de 20 anos, ela coloca gentilmente cocaína na sua língua e você
sente a brisa do oceano a noite cobrindo seu corpo, sente seu espírito e o mar se tornando um
só... você se esquece de todo o ar fétido a sua volta, e se sente por alguns segundos como um
animal preparando-se para caçar.

18
Quando falo de hormônios você deve pensar que eu sou um reducionista materialista, ou que
estou falando que você é uma máquina. Esta é a atitude de muitos cientistas ou melhor, de
adoradores da ciência. Muitos esquerdistas têm essa atitude, afinal, eles nunca conseguem
explicar a força moral de seus “direitos” e “compaixão” inexistentes na natureza sem partir do
pressuposto divino. Quando eles dizem que são ateístas, eu automaticamente duvido: ateístas
agem como Stalin ou Brejnev, não como uma professora presbiteriana. A verdade é que
aqueles que fazem parte da Esquerda moderna são moralistas fanáticos. Não há uma gota de
ateísmo ou relativismo neles. Eles nunca usufruem do cinismo e nunca o tolerarão. Eles
sempre fogem do espírito livre e do livre arbítrio quando ninguém está olhando. Eles gostam
disso e muitas vezes agem com desprezo até mesmo por si mesmos. Eles gostam de sentir que
não estão no controle, “meus hormônios me fizeram fazer isso”: o que você é além de seus
hormônios, seus genes, seu instinto inato? “São os genes”, “é o ambiente”, “é a economia ou a
opressão” – tudo isso são versões da teoria milleu, uma teoria neurótica de acordo com
Nietzsche. É por isso que eles conseguem acreditar nos transgêneros: essas são as pessoas que
acreditam que de alguma forma a matéria pode ser transfigurada de forma corrupta e que
todos nós temos em si almas desencarnadas como essências masculinas ou femininas. Todo o
esforço para redefinir a identidade, não apenas a identidade sexual, como uma mera questão
de decisão, leia-se decisão feita de forma arbitrária, uma escolha meramente intelectual e
racionalista, é fruto do desespero em buscar uma nova justificativa para a liberdade da
Vontade, uma justificativa para o espírito livre da matéria ou da biologia. Tais coisas perdem
sentido quando você percebe que você é seu corpo e não há nada dentro de si. As primeiras
linhas da Ilíada esclarecem isso: você não possui uma “alma” à parte do seu corpo...
simplesmente não é você. É uma sombra. É completamente homossexual.

19

Alguns pensam que essas ideias o alienam das consequências de seus atos. Mas na verdade,
você é responsável por muito além de seus atos. O que é dito para lhe determinar
biologicamente é o que você de fato é. Isso restringe seus atos de acordo com suas formas
inerentes de desejo e de ação, mas você é isso, e isso decide o ser, então você é responsável
por muito mais, você é responsável pelo que você é. Você é responsável pelas coisas boas e
pelas coisas ruins que acontecem com você, por qualquer acidente ou desgraça de qualquer
natureza! Na verdade, tudo estava destinado a acontecer com você desde o momento em que
você nasceu, ou em sua concepção, ou mesmo muito antes, como no momento em que seus
pais cruzaram os olhares pela primeira vez. Não há diferença fundamental entre você e aquele
brilho nos olhares.

20

Animais vivem em um estado de frenesi religioso permanente. Essa é a condição natural da


mente e do intelecto do Homem, da percepção do presente. Uma vez escutei um nerd imbecil
dizer que a religião é a “velha realidade virtual” para justificar seus delírios. Não, a verdadeira
“realidade virtual” é o seu estado atual, desmitificado e desencantado, uma condição
deplorável. Nos tempos mais longínquos, desde os remotos tempos do Paleolítico, os humanos
caminhavam livremente, como animais saudáveis, em um estado que chamaríamos hoje de
delírio religioso, que é na verdade o estado natural e normal de qualquer forma de vida
consciente ou semiconsciente. Por anos após o aparecimento da civilização muitos
continuaram neste estado, ou durante períodos especiais no ano como festivais em que o
homem poderia retornar a seu estado natural de liberdade e animosidade. Foi a civilização, em
especial a civilização sedentária e agrícola, que nos alienou deste estado e condenou infinitas
gerações a viver sob um regime repressivo semipermanente, sob um estado depressivo
permanente. O fato disto ser consistente e até mesmo um pré-requisito para o
desenvolvimento de uma grande civilização e da alta cultura não deveria ser surpresa: a
maioria da humanidade sofreu terrivelmente até mesmo em seus corpos com o advento da
agricultura, do trabalho árduo, sofrimento que se manifestou na desnutrição, na menor
estatura, na constituição mais frágil do esqueleto dos fazendeiros, na destruição de seus
dentes, na atrofia de seus cérebros e outros órgãos. A agricultura permitiu uma fonte fixa de
recursos, um aumento na população, e acima de tudo a manutenção de uma elite, livre de
responsabilidades, que vive como um parasita às custas de muitos. A agricultura quebrou o
espírito humano e o domesticou. Você entende o que o ponto de vista “desencantado” do
mundo quer dizer? Devo rir da “visão de mundo secular”, do olhar em desencanto, que não
passa da visão limitada e quebrada do camponês. “Ciência” é o suposto conteúdo... que é
completamente irrelevante aqui.

21

Uma das minhas coisas favoritas é andar pela cidade durante o dia, caminhar em meio as
avenidas movimentadas ou pelas calçadas perto do mar e dos rios, com um copo de
aparentemente café ou chá, mas que na verdade está cheio de álcool. Não gosto muito de
fazer isso durante a noite, mas durante o dia há algo de agradável em vagar em um estado de
animosidade e entusiasmo motivadas pelo licor, ou melhor ainda, algum tipo de vinho capaz
de lhe gerar uma grande e fantástica raiva energizante. Não a raiva propriamente dita, mas um
estado satírico, caminhando entre as pessoas e rindo delas, as abordando de diversas formas,
nada é mais divertido do que isso. Tenho pensado em como seria, e como a vida seria boa, se
esse estado caótico e divertido fosse permanente, presente não só quando bebo. O álcool,
aliás, nunca deveria ser usado para aliviar o estresse, porque no dia seguinte, quando a ressaca
vem, há um aumento no cortisol, ou seja, os sentimentos ruins se tornam piores. Mas eu me
pergunto como seria se sentir assim o tempo todo e que deve haver pessoas que se sentem
assim sempre. Não foi nos dito que esse mundo é cheio de mutantes? Por que não um
mutante tomado permanentemente por esse estado de euforia? Ou por um único estado
emocional? Tenho me perguntado ultimamente como seria se fossemos possuídos por um
único e específico sentimento, se existe alguém por aí tomado unicamente pela mais pura e
intensa raiva, de forma contínua, sem nenhuma outra emoção, ou que foi tomado por uma
única espécie de felicidade e que nunca mais sentiu nada além disso... até mesmo certos tipos
de tristeza e melancolia podem tornar a vida bela e podem ser a base grandes feitos. Até
mesmo o pânico é melhor do que as emoções vazias e passageiras promovidas hoje. O que
faria uma criatura capaz de sentir somente uma coisa, e por que ela não existe? Certamente
seria um monstro, ou um deus, ou qualquer coisa possuída por um deus.

22

Você consegue imaginar gênios, ou digamos, homens da ciência, permanecendo sempre


lúcidos e razoáveis, com toda a confiança do cultista cientificista e materialista moderno?
Nenhuma grande descoberta foi feita pelo poder da razão. A razão é um meio para comunicar,
imperfeitamente, algumas descobertas para outros, e no caso das ciências, um método de
tentar tornar essa comunicação certa e precisa. Porém, ninguém jamais fez uma descoberta
por meio de silogismos, pela razão, por meio dessa forma fajuta de transmissão. Grandes
matemáticos viram relações espaciais, tal como grandes físicos viram e por vezes sentiram
relações físicas. Na contemplação das formas matemáticas há quase uma sensação física em
relação às formas geométricas, e toda matemática é, no fundo, sobre relações geométricas,
mesmo quando não aparenta ser. Compare a prova euclidiana do teorema pitagórico, baseada
no silogismo, que na verdade não lhe ajuda a entender nada, com a prova imagística dos três
quadrados que faz você perceber mesmo que fisicamente, mesmo que em seu próprio corpo,
porque esse teorema é verdadeiro. Gauss, tão adorado pelos goblins cientificistas que até
mesmo lhe deram um cartoon no Google, é famoso por certa vez dizer “eu senti isso... agora
eu tenho que entender isso.” O que quer dizer que ele viu e sentiu a relação fundamental que
estava procurando, mas que agora deveria traduzir isso aos outros por meio de uma linguagem
matemática imperfeita. Todos os matemáticos e toda a ciência em geral – a matemática é o
protótipo mais perfeito das ciências – é sobre definições, não sobre a prova, nem sobre o
processo ou – que absurdo! – “algoritmo”. Todas as grandes descobertas científicas,
supostamente grandes obras da “razão”, são na verdade o resultado de intuições e do súbito
aparecimento de ideias. E toda essa espontaneidade de ideias é baseada no que, em outras
circunstâncias, seria chamado de intoxicação religiosa: depende de um estado mental onde a
parte perceptiva do intelecto está absolutamente focada, limpa, mas impulsionada pela
energia mais implacável, por uma energia penetrante. A percepção já é “intelectualizada” e se
encontra muito mais próxima da “inteligência inata” das coisas do que os silogismos cerebrais.
Nenhum cientista digno já sentiu orgulho de usar algoritmos ou tentativas-erro para resolver
um problema. Sim, feministas estão certas em dizer que a “ciência” é patriarcal neste sentido,
que é um “estupro” contra a natureza. Cientistas de verdade, como Gallois, são monstros da
Vontade, e a protuberância de homens nas ciências é explicada por essa orientação de caráter,
e, também, pelo fato de a mente dos homens ter uma capacidade maior em focar em uma
coisa (mulheres são melhores em multitasking). Há mulheres que são grandes cientistas, mas,
assim como mulheres que são grandes enxadristas, ou poetas, estas são provavelmente
lésbicas de espírito.

23
O plebeu moderno apenas substituiu seus preconceitos artificiais e superstições de velhas
estórias de interior por superstições científicas, as quais ele recebe prontas por autoridades
dentre os mais populares cientistas. Ele os ama pelos confortos que ele acredita receber por
meio da tecnologia. Ele é um cultista, um crente – ele desconhece os experimentos e métodos
científicos, as descobertas, ao menos da forma conhecida entre os cientistas, ele apenas
repete as propagandas e suas fórmulas mágicas. Isto não é diferente de acreditar na Grande
Magia, que é o equivalente primitivo à Ciência – a Grande Magia do homem branco. Não é a
substância da ciência que é o problema, porque esta poderia ser usada para um grande uso, tal
como qualquer outra religião popular: o problema é o vício de espírito que toma o acólito. Ele
pensa que possui poder sob os processos da natureza que na verdade são pouco
compreendidos. Ao remover o medo instintivo – o único tipo de temor que motiva muitos – é
injetado um mix tóxico de complacência, arrogância, brutalidade, fanatismo, tudo isso
escondido por de baixo de uma superfície de tempos bons. Isso os torna mais submissos às
autoridades, que se presume serem mais inteligentes e terem melhor controle sob a
tecnologia. Isso é propósito, um propósito que faz muitos cederem, o que por si só não é ruim,
exceto que neste caso se trata de uma submissão ao senhor da mentira. Dessa forma pode-se
observar porquê o Iluminismo é falho e também por que a maioria dos críticos do Iluminismo,
como os seguidores de Heidegger, acabam tornando-se falhos também. Eles estão certos
quando dizem, em muitas palavras e textos, que a essência de cada homem é de certa forma
única, que sua biologia é particular, única, quando comparada com outros animais. Uma
formiga operária ou uma mosca possuem a mesma essência, mas os humanos são diferentes.
Disto eles concluem que nenhuma “causa comum” pode satisfazer a todos, que somente uma
vida autêntica pode satisfazer o seu desejo interior e corresponder à sua essência. Toda
adesão a um código de conduta externo, uma religião ou ideologia, é “inautêntico” e
representa essencialmente formas de controle mental, representa a adoção de pensamentos
de terceiros, do Outro, do DasMan, pensamentos inapropriados ao seu próprio metabolismo, à
sua biologia, às suas formas peculiares de crescimento e amadurecimento. Sim, isto é verdade,
Nietzsche sempre evitou ler qualquer coisa escrita por outros, para não infectar sua mente...
bravo! Sendo ele mesmo um mutante com uma biologia excêntrica – ele estava certo de que
fisiologia e dieta podem ser uma pesquisa urgente e necessária. Nietzsche jamais esqueceu
que o fato fundamental da natureza é a inequalidade, e isso é algo que essas pessoas,
Heidegger e seus seguidores, parecem esquecer. É loucura pedir ao homem pré-fabricado,
comum, de mente pequena, que molde seu próprio caminho, sua própria “religião” – a maioria
apenas acha sossego e propósito na submissão. É bom que seja assim, e eles não devem se
sentir envergonhados por serem assim. A maior parte da estupidez moderna consiste em
envergonhar aqueles que acham o verdadeiro prazer na submissão! A grande corrente do ser é
formada em conjunto com o comando e a obediência. A maioria não é tão diferente de um,
nem suas condições de vida são tão diferentes assim. No final, até mesmo você, não importa o
quão especial ou inteligente possa ser, está acorrentado ao homem comum, ordinário,
conectados pelas muitas ligações biológicas, de forma que é bom para ambos prestarem
atenção ao que é comum, especialmente no que diz respeito ao corpo. O corpo não é uma
coisa particular: o corpo “individual” provavelmente está doente. O corpo universal, o tipo
correto descoberto pela ciência e arte da Antiguidade, não é algo que você irá nutrir por meio
de seus caprichos pessoais. A biologia age de acordo com tipos e graus de manifestação, não
de acordo com o desenvolvimento de excentricidades “únicas” e pessoais. A ciência quando
compreendida da forma certa nos ajuda a entender os tipos, as espécies, as verdadeiras
clivagens da natureza. A ciência não é em si mesma a causa de nossos problemas, de nossa
“alienação”, nem há qualquer grandiosidade além de quem, de que forma e para que se usa a
ciência. A ciência é uma grande ferramenta porquê pode revelar para nós as condições
biológicas de toda a vida e as relações entre os tipos de vida. Pode, como Nietzsche previu,
resolver a questão da verdadeira hierarquia de valores, ou, mais precisamente, a verdadeira
escada da vida, a verdadeira hierarquia biológica. O que impede isso de acontecer não é
inerente à ciência ou à tecnologia. É um problema político e sociológico – de uma forma ou de
outra, um dia, uma força digna tomará controle da ciência e revelará seu verdadeiro potencial.
A ciência jamais deve ser feita para gerar confortos!

24

Não perco tempo questionando se Deus existe. Nunca senti qualquer vontade de me
questionar sobre isso. Já passei por várias escolas e templos, mas nunca senti nada, apenas
tédio e sono. Até mesmo um majestoso pavilhão budista ou hinduísta me entedia: eu gosto do
espetáculo, mas... esses sacerdotes são apenas palhaços. Sempre acabava entediado. Como
pode o segredo, o mistério e todas as preciosidades serem sobre doutrina e discursos? Mas – e
eu não sei porque as pessoas colocam essas coisas juntas, pois para mim não há qualquer
correlação entre elas – mesmo quando criança eu podia sentir que cada objeto era habitado
por algum tipo de espírito ou sombra. Eu prestava honras à certos brinquedos e objetos e os
guardava cuidadosamente. Ninguém nunca me disse para fazer isso, eu simplesmente fazia. Eu
achava um animal morto e o enterrava piamente, com cerimônias e pompas. Eu sempre senti
como se pudesse conversar com animais e que eles eram meus irmãos e irmãs. Este
“animismo” é a religião natural do Homem, e se manifesta até mesmo em uma criança
solitária. Eu lembro de achar um pequeno cão branco sob uma moita de arbustos de glicínias
crescendo em aço corrugado, e eu acredito que ele me seguiu de diferentes formas durante
toda minha vida. Mas eu estou quase certo que deuses existem, e que, de qualquer forma, o
argumento contra Deus não é o mesmo que contra os demais deuses. Não há nada de novo
nas fulminações de Sam Harris e Hitchens e os demais “novos ateístas” – eles não querem
banir a religião somente da vida pública, mas também entrar em sua mente e substituir
qualquer vestígio de velhas crenças religiosas por sua própria versão estúpida de religião. Se
eles têm facilidade com isso, é devido ao monoteísmo ultrapassado. O monoteísmo fez
reinvindicações tão grandiosas... e quando tais promessas foram abandonadas só restou a
impressão de que realmente não há nada além da “ciência”, a qual, é claro, ninguém
realmente entende, porque não é nada além de método. Seria muito mais honesto adotar o
ceticismo, mas é claro (((eles))) jamais permitirão que você tenha uma conclusão lógica
própria. Mas, esqueça por um momento todas as afirmações sobre Deus, sobre a criação da
matéria a partir do nada – o que vai contra qualquer intuição e qualquer observação que você
possa fazer por si... você nem sequer precisa de ciência para isso. Paglia disse uma vez que a
real novidade de Deus foi trazer o mundo à existência. Quão diferente de todos os outros
mitos de criação! Todos os pagãos sabiam que o mundo é eterno e que a condição presente é
fruto de ciclos de nascimento, renascimento, regeneração, copulação: os japoneses possuem
até mesmo mitos de deuses cagando em campos para transforma-los em solo fértil! Isso
facilita o entendimento de muitos aspectos da cultura japonesa. Monoteísmo, mesmo sua
variação intelectualizada ou deísta, faz os mais diversos tipos de promessas e reinvindicações
sobre matéria e natureza, sobre o design inteligente e coisas do tipo. É muito próximo da
ciência que diz refutar isso do que do paganismo originário de toda a humanidade. O
monoteísmo faz da História uma linha e da matéria condicionada uma divindade ou criador
que vive fora dela: a criação da matéria a partir do nada, a criação de sua alma a partir do
nada. A matéria é morta, em alguns sentidos homogênea, e seu significado é “divino” apenas
no sentido que revela a criação de uma deidade externa, ou melhor ainda, apenas leis feitas
para governa-la. Parece e soa ruim, ou vai contra a percepção imediata do mundo, então
requer fé, um conceito desconhecido aos antigos pagãos de todas as estirpes. Por essa razão
os romanos consideravam os cristãos e judeus semelhantes aos ateístas. Tal visão é muito
diferente. Então, se não há razão “cientifica” por que você teria que descartar a existência de
seres mais fortes, superiores, mais inteligentes, mais magníficos do que nós, equipados com
poderes mágicos? A única razão pela qual posso pensar em descartar tal possibilidade é por
Schopenhauer e sua divertida refutação à existência de Deus – que qualquer ser de
inteligência maior que a humana já teria se abolido há muito tempo. Mas, se você não acredita
nisso, que razão pode haver? Por favor não diga “não há provas”, “eu não vejo isso”. Provas
científicas serão totalmente esquecidas aqui: na verdade, existem muitas ocorrências
estranhas que foram registradas por muitos, mas que carecem de significado científico. Se uma
divindade impura de estirpe inferior, do tipo que esse mundo está cheio, algum goblin
perverso, mostrar-se com um pedante jaleco branco, o cientista convenceria a si mesmo que
está alucinando – e de qualquer forma, sem ser capaz de avaliar e estudar, sua existência não
cairia dentro das graças da “ciência”. E o que você diria para os relatos de tais criaturas
revelando-se para os homens no passado, e talvez até mesmo hoje? Por que elas se revelariam
a você? Só há fraqueza e covardia no homem moderno – nenhum deus se revelaria para tal
repugnante criatura, para ser zombado! Por quê? Lembre-se o porquê dos jovens personagens
da novela de Mishima “Liga do Vento Divino” estavam tão inflamados de paixão e raiva em
nome dos deuses imortais. Eles sabiam que, sem eles, sem o sacrifícios dos guerreiros, muitos
esqueceriam dos deuses. Se tornariam impotentes espíritos escondidos entre os juncos, mera
superstição, objetos do ridículo. Os verdadeiros deuses possuem um tipo de poder, mas não
do tipo que a maioria imagina. Por que eles deveriam cuidar da humanidade? Eles são raros e
preciosos e cabe ao homem acha-los, conhece-los e honra-los. Isto, pelo menos, era a visão
antiga, ancestral: a fundação e preservação dos oráculos foi a primeira questão da vida e a
forja dos Estados. Deuses não podem controlar a natureza ou o destino, mas podem revelar
suas obras em tempos-chave. Se um deus se revelasse hoje a você, em um sonho, você teria e
energia interior necessária para honra-lo e traze-lo a este mundo? Ou você, neutralizado pela
perversidade moderna da mente de escravo, o teria ignorado e zombado, o chamando de
irreal e traiçoeiro quando o inseto moderno e sua tagarelice são o que de fato carecem de
realidade? Eu quero que você seja intoxicado com o mais alto entusiasmo e que esteja pronto
para receber estas grandes bençãos com toda a confiança!

25

Nerds, tão estimados pelos medrosos governantes das cidades e que pensam que, por serem
tão inteligentes e espertos, merecem algum tipo de RESPEITO são em sua maioria alguma
espécie de paródia autodestrutiva da inteligência. Sua afinidade com conceitos vazios e
abstrações os fazem acreditar que possuem entendimento sobre todas as coisas reais, quando
não passa de uma má compreensão básica de palavras e gramática, generalizando ao ponto de
não ser entendível. Pessoas simples confundem facilidade com palavras com real intelecto.
Seria muito fácil especular, por exemplo, sobre as duas formas de vida que mencionei acima e
dizer, como alguns o fazem, que há um progresso no universo da forma mais simples para a
forma mais complexa. Isto é similar para aqueles que acreditam no progresso histórico em
direção à racionalidade, à paz, à prosperidade, à liberdade, etc. Tudo isso são maneiras erradas
de se pensar. Até mesmo minha crença nos dois processos fisiológicos que mencionei para
descrever duas formas diferentes de vida e suas diferentes condições e características não
possuem qualquer evidência a favor de uma ou d’outra, independente de considerarmos o
universo ou a história humana. A evidência, talvez, seja o movimento em direção às formas
inferiores de vida. De qualquer forma, não tenho dúvidas que seres de magnífica beleza e
complexidade existiram, mas desapareceram, pois, as condições para sua preservação eram
muito difíceis e complexas. Também acredito que a humanidade é regida por ciclos ao longo
dos milhares de anos que se passaram e que ainda estão por vir. Civilizações muito mais
avançadas do que a nossa estão enterradas sob quilômetros e quilômetros de poeira e rochas,
ou sob o gelo da Antártica, ou estão totalmente pulverizadas. A memória deste passado pode
ser vislumbrada por sensíveis mentes jovens com um sistema nervoso tão forte que, como um
parasita, toma controle do organismo: em momento de extrema calma, uma pequena
perturbação no devir traz uma estranha lembrança do passado... eles subitamente se
recordam... como uma revelação...

26

Reencarnação é a crença original de qualquer sociedade ou tribo que chega às suas conclusões
ao observar a vida e a natureza. As novas religiões, a fé de Israel e suas derivações, tal como as
que surgiram na mesma época, ou ascenderam desde seu nascimento – eu acredito que o
Zoroastrismo possui a mesma raiz de fé que a exposta na Bíblia – possuíram alguma inspiração
divina em seu início, mas acredito que a forma que existem hoje são meras interpretações
moldadas e calculadas pela mente humana. Elas são abstratas, utilitárias e cruelmente
políticas. Antes disso, quase todas as sociedades acreditavam em reencarnação. Em alguns
casos tal crença permanece, embora o significado moral imposto à reencarnação pelo budismo
e hinduísmo, tal como em Platão, possua razões de utilidade social e uso político. De qualquer
forma, há um grande significado na crença primitiva da reencarnação, que parece ser um tipo
de crença primordial e perene. É universal e acredito que possuí alguma verdade. Não é
possível descarta-la como realização de desejos inconscientes ou como um falso desejo por
imortalidade: primeiro, porque como podemos observar, as religiões posteriores satisfazem
muito melhor estes desejos por meio das promessas de vida após a morte, mas acima de tudo,
porque para muitas pessoas a reencarnação é uma espécie de inferno, de punição, de castigo
divino. Vocês todos tiveram vidas confortáveis e talvez não se importarão de reviver assim
novamente, mas tente pensar em uma realidade pior. A vida é tão miserável e dolorosa para
muitos que o suicídio, um escape desta prisão infernal, é muito comum em todas as eras. Mas,
infelizmente, a morte não é o fim. Eu acredito que a reencarnação é fundamentalmente
verdadeira, mesmo que muitas religiões a usem de uma forma metafórica e popular chamada
metempsicose. Metempsicose é a (falsa)crença que a alma, a suposta unidade da vontade e do
intelecto, é totalmente reencarnada. Isso é incorreto. O intelecto é uma mera qualidade física
como a força muscular e não pode ser “reencarnado” tal como seus músculos não podem ser
literalmente reencarnados. Você não é seu intelecto, isso é impossível, embora essa seja a
suposição de quase todas as pessoas modernas, mesmo quando afirmam o contrário. Eles se
submetem à “supremacia dos desejos” ou ao determinismo biológico, mas ainda acreditam
que são seus intelectos, que estão apenas aprisionados pela carne, pela matéria, pelos genes e
por uma “programação” biológica. Estão errados! Não é o intelecto que é reencarnado, eu vou
lhes dizer o que é. Pegue uma borboleta, ou uma formiga. Esse tipo está muito próximo da
vida vegetal em alguns aspectos. Possuem um intelecto bastante primitivo, um sistema
nervoso bastante primitivo. Possuem comportamentos inatos, reações inatas a determinados
estímulos, desejos inatos e orientações “em seu sangue”, e quando você mata uma formiga, a
próxima será idêntica à anterior. Seu renascimento é “espontâneo” pois a formiga possui um
devir que é compartilhado uniformemente pela colônia, que persiste e dura. Quando a rainha
morre, a próxima rainha é indistinguível da anterior, e isto Schopenhauer identificou como
Vontade, o que ele apontou como uma força inata e num sentido bastante literal uma
“reencarnação” da mesma coisa. Se você não vê isso você provavelmente continua preso às
confusões do seu intelecto. Mas essa parte de você que é você mesmo persiste mesmo
quando seu intelecto está dormindo, e irá persistir mesmo em total amnésia. Se você dúvida,
pergunte a si mesmo... se tivesse que escolher – você preferiria que alguém que você ama
esquecesse tudo, mas ainda se comportasse do jeito que você sempre conheceu, ou você
preferiria que mantivesse todas as memórias e conhecimentos, mas tivesse uma mudança
radical de personalidade? Essa questão é fácil de se responder... se você ama alguém somente
pelo que eles sabem ou lembram... todos sabem que isso é uma traição pois não é o que você
realmente é. Na verdade, não há algo como uma mudança radical de personalidade. As formas
inferiores de vida são uniformes em suas vontades e maneiras inatas de agir, e também muito
simples: é o caso da ameba e da levedura, que não são muito distantes do comportamento das
forças naturais, como a gravidade, que é completamente uniforme e persistente. Uma vez
mortas, elas são imediatamente reencarnadas e vivem simultaneamente em diversos corpos.
Para os animais superiores e diferenciados, a Vontade aparece mais particularmente definida
para cada tipo, espécie, e, finalmente, espécime quando se trata do humano. Mas essa
realidade biológica, independente do que sabemos, relembramos ou conscientemente
decidimos, é uma matéria de sangue e corpo, e esse mesmo ser, coisa, ou Vontade, chame do
que quiser, irá renascer da mesma forma. Em uma era diferente, mas de qualquer forma, esta
particular forma de desejar e se comportar que está dentro de si voltará: esse é o real sentido
de reencarnação. E, com o excesso de humanos em nosso tempo, temos que nos perguntar se
o mesmo ser vive em vários corpos às vezes. De onde esses seres surgiram? Alguns dizem que
estes novos bilhões de humanos eram em suas vidas anteriores algum tipo de ameba,
levedura, lagostas e outros insetos. Eu gostaria que isso fosse verdade, mas acredito que em
algum momento do passado a humanidade cresceu para bilhões ou mesmo mais... não tenho
dúvidas que todo o universo está repleto de todos os tipos de vida.

27

Seria interessante saber o que foi o evento ou caminho de “extinção” em cada ciclo anterior da
civilização. Se fora algo completamente aleatório e externo, como asteroides ou vulcões, ou se
fora algo inerente a civilização... alguma circunstância ou comportamento que leva ao colapso
social, ou algum tipo de grande arma ou mesmo algo mais profano. Me pergunto se os povos e
religiões que existem hoje também existiram nos ciclos passados sob nomes diferentes com
diferenças ligeiras circunstanciais em sua aparência, mas fundamentalmente mantendo a sua
essência presente nos tempos atuais. Também me pergunto se um ou mais desses conjuntos,
ou alguma crença que ainda não surgiu, foram a causa do fim da civilização em cada ciclo. Um
amigo uma vez me sugeriu que a explosão demográfica presente na África de nosso tempo é o
evento que o filme Alien descreve, uma população criada sob a carga patogênica mais
extrema, e que apesar de suas debilidades, pode causar tantos danos no restante do mundo
que as sociedades desmoronam diante desta horda zumbi... eu pessoalmente duvido disso. A
Ásia irá os repelir sem pensar duas vezes ou se comover com seus sofrimentos. Eu penso que o
fim dos ciclos anteriores foi variado e muito mais interessante, uma das causas, talvez, tenha
sido o surgimento de irmandades de selvagens que decidiram limpar e purificar a Terra da
infestação dos mais mesquinhos e deploráveis homens. Pois infelizmente o desenvolvimento
da civilização e da vida confortável leva inevitavelmente à proliferação da existência miserável,
a inovação da humanidade leva à indizíveis abortos de outras formas de vida e então homens
periféricos, que desejam preservar a ordem natural, começam a conspirar o fim de tudo. Me
pergunto às vezes se alguma civilização antiga tentou escapar de todos esses ciclos de
destruição e se escondeu em algum lugar. Talvez sejam realmente eternos e vivam a vida
como uma espécie de experimento, vendo tudo isto como um sonho ao qual podem observar
de longe... talvez algum emissário seja enviado de tempos em tempos para que eles possam se
divertir conosco. Eu estremeço ao pensar que, por essa mesma razão, a vida artificial e sem
sentido ao qual a maioria da humanidade mergulha inevitavelmente em cada ciclo também
sobreviveu, talvez existindo em pequenas comunidades de “toupeiras”, escondidas sob colinas
secas de calcário e redes de cavernas e túneis. Sem dúvidas as lendas sobre vampiros, kobold,
humanoides decrépitos e outras criaturas inferiores se referem a esses degenerados... sem
dúvida muitas deidades vieram de ambos os tipos, e coisas estranhas certamente ainda
existem de baixo da terra. Por favor veja DERO se tiver interesse. Há tantas coisas...

28

Não pode haver qualquer “inteligência artificial” no sentido que a maioria das pessoas querem
que exista. Se eles se referem à uma máquina com o intelecto próximo do homem, isto então
pode ser plausível e até mesmo útil, embora ainda seja uma realidade um tanto distante.
Vitórias no xadrez são por ora a única grande conquista das I.A e seu maior desafio é chutar
uma bola, segurar um ketchup, reconhecer simples objetos... poderiam as I.A caçar, ou
sobreviver à caça? Mas a maioria não se refere à intelecto somente neste sentido mecânico,
racional: quando as pessoas falam sobre “inteligência artificial” o que eles realmente querem
dizer é vida artificial, um ciborgue ou uma consciência artificial indistinguível da consciência
humana. Há uma especulação que nerds adoram: que o universo é composto em sua essência
por “lógica” ou informação. Que o que constitui a matéria pode ser compilado em
“informação” e que o universo é precisamente isso – isso está por trás da crença de que se
pode fazer um “upload” de sua inteligência à um computador e assim alcançar a imortalidade
e muitas formas similares de imbecilidade. A motivação para isso é pura nerdice e algum
pensamento judaico, ou a tendência judaizante que promove afinidade com palavras e
números enquanto leva a deficiência mental ou mesmo retardação quando se trata de
qualquer coisa visual. O ódio judaico à matéria, um preconceito ancestral que precede a Bíblia,
tal como o ódio à beleza que os judeus compartilham com outros povos semitas são mesclados
para gerar essa nerdice agressiva. Aí está a origem de muitas destas declarações, embora não
se deva imaginar que aqui me refiro a todos os judeus ou que isso absolve os não-judeus. Pois
a “judaizante” tendência a qual me refiro é inerente à natureza humana e é muito comum
mesmo entre os não-judeus e existe de alguma forma em todos, junto com o amor pela
matéria vibrante, pela imagem e pela beleza. Isto existe em diferentes graus em diferentes
pessoas. De qualquer forma, todas essas desilusões, como a de que você pode ser “uploaded”
pois seu “cérebro” pode ser uploaded, de que “o universo é informação” ou algo como
“inteligência artificial” realmente existir são frutos da mesma desilusão, o desejo fantasioso do
nerd. Um nerd pode ser descrito como uma pessoa de deselegante e pedante inteligência,
uma inteligência muitas vezes mediana, que possui orgulho em excesso por seu intelecto, que
memoriza fatos e designs desajeitados aos quais acredita-se serem o perfeito retrato da
realidade. Há alguns casos raros na História, como em santos e mártires, que se
envergonharam de seu mau caráter e vontade, e que então buscaram a salvação na
contemplação. Estes são casos de pessoas nobres, mas que não é válido para o nerd. O nerd
não odeia a si mesmo, não odeia a sua natureza, suas tendências ou espírito, nem seu
intelecto poderoso suficiente para assustar sua vontade de considerar as coisas sem pressão
ou interesse de seus desejos mesquinhos. Ele nunca vê as coisas como os verdadeiros gênios e
artistas, isso acontece quando a parte perceptiva do intelecto se torna tão poderosa que
realmente domina todo o resto... de modo que a plenitude do objeto ocupa toda a consciência
e uma ideia, ou alguma nova percepção de mundo, é realmente apreendida. O nerd é uma
criatura da vontade, sujeito a uma vontade mesquinha e todos seus pensamentos, conceitos e
insights possuem uma qualidade forçada, pois sujeitam-se sempre à necessidade e desejo por
algum tipo de ganho, sendo muitas vezes apenas ganho material, ou pior ainda, o desejo por
prestígio. Em homens de espírito o desejo por prestígio é uma das coisas mais repugnantes,
especialmente quando não há qualquer sentido nisso, pois leva à covardice e mentiras, para os
outros e para si mesmo. Por essa razão Nietzsche afirmava que a masculinidade é a primeira
requisição ao filósofo, e não há nada mais longe da figura do filósofo do que o nerd não viril,
não há inimigo mais implacável da raça humana e do gênio da espécie do que o nerd e tudo
que ele representa. A tentativa de “imitar” a vida através de algoritmos, através da força
bruta, através da tentativa-e-erro, nunca criará vida ou “consciência” alguma – do que uma
máquina seria “consciente”? Criará apenas uma paródia do intelecto humano mediano. Um
espelho e uma exaltação ao falso intelecto do nerd, que nunca deixa o reino intangível das
palavras, silogismos, motivos e desejos, que é sempre forçado e contraído, porque está sob
grande pressão de algum desejo patético. Uma coisa realmente grotesca. É como se você
perdesse a garota que deseja, e então você revivesse seu corpo usando a Big Magic, a
maquiasse, ensinasse novamente esse zumbi a falar, a forçasse a copiar todos seus velhos
hábitos, condicionando-a como um pombo a agir da maneira que você lembra e que gosta.
Mas de que adianta? No fim, ela é apenas um corpo reanimado agindo como uma boneca, e
isso é grotesco. Isso é o que uma “I.A” realmente é, uma fantasia de nerds, de seus intelectos
“racionais” – de suas crenças em palavras vazias – dos medianos, dos judeus de espírito que
clamam por seu golem. “I.A” é o golem daqueles que odeiam a vida... são o seu verdadeiro
messias e sua vingança.
29

Juventude e beleza são universalmente odiadas em quase todas as sociedades humanas ao


longo da História. Tais sociedades são governadas por velhos decrépitos e esclerosados.
Algumas vezes eles usam a imagem de uma gorda “Mãe Terra” para bater nos jovens e fazê-los
se submeter. Outras vezes eles promovem a feiura: feiura e perversão nos costumes,
escarificação, circuncisão, auto mutilação. Costumes e autoridades religiosas cuja preocupação
se trata de como você deve limpar sua bunda, como deve escovar os dentes, quantos dedos
enfiar no ânus para ter um ganho “mágico-medicinal”, legalismos patéticos de todas as formas
– o xiismo e o judaísmo rabínico são assim. Tudo isso sufoca o genuíno entusiasmo religioso e
a verdadeira ciência oracular, da qual podem evoluir as artes e o belo. Muitas vezes suas
comidas típicas não são apetitosas e parecem cozidas com rochas. Suas línguas – muitos
idiomas humanos são tão difíceis de ouvir! Filipino é quase uma tortura de se escutar, embora
eu não deseje generalizar isto para o povo filipino, mas esse é certamente um dos idiomas
mais feios (os filipinos são um povo bastante amigável com um senso de humor divertido
inerente aos negritos hoje absolvido pela população em geral). Apesar disso, os filipinos são
feios: milênios de casamentos arranjados, para ganhos financeiros, com indianos –
originalmente um povo nobre – levou a uma nação de um bilhão de pessoas que quase nunca
vence alguma disputa olímpica, que venceu poucas medalhas desde seu ingresso às
competições, perdendo em quantidade até mesmo para a pequena Croácia, um país em que
tanto os homens quanto as mulheres são feios, repugnantes e quase sempre deformados. De
qualquer forma, não quero implicar com eles, pois dificilmente são os únicos e a feiura física é
quase universal na humanidade. A beleza é muito rara e preciosa, reservada às tribos que
promovem a criação de filhos para algo além de ganho financeiro, social ou político. A
promoção da feiura é quase universal e o amor à beleza é tão raro: dentre as grandes
civilizações, somente os antigos gregos, os franceses, os japoneses, e em algum sentido os
italianos foram grandes amantes da beleza e do refinamento, e desde então condicionaram
sua existência unicamente ao belo. Quantas vezes ao longo da história civilizações se tornaram
feias e deploráveis por trocarem os casamentos eugênicos em nome do interesse financeiro –
o livre amor, de uma forma imperfeita, é mais eugênico do que os pais vendendo suas filhas
por puro ganho pessoal. Em seu ódio e desprezo pela beleza, tais sociedades vivem sob uma
enorme tensão de necessidades. Seu verdadeiro governante é o deus da gravidade e são
dominados pelo medo em relação ao futuro, por ansiedades indizíveis sobre dinheiro e
matéria, por importunos comportamentos motivados pela necessidade, pelo desejo de possuir,
pelo sentimento de estarem sendo constantemente explorados. Eles sempre se sentem como
se estivessem sendo desrespeitados. O desejo por respeito é a marca do para sempre
desprezado. A desconfiança em relação a beleza às vezes é vendida por algum santo como
rejeição pelo desejo material. Isso não faz sentido. Culturas que odeiam a beleza possuem algo
em comum. Todas odeiam a privacidade e o espaço pessoal, todas odeiam a beleza em formas
diversas e refinadas. Tais sociedades são baseadas em tamanha solidariedade popular que é
considerado normal invadir o espaço de outras pessoas, considerado absurdo pedir que batam
na porta antes de abri-la; fazem sons animalescos enquanto comem – o cheiro que tais
pessoas costumam exalar – tudo isso lhe diz sobre o que o ódio à beleza realmente significa.
Freud se refere à dor profunda e interior que muitos de seus clientes experimentam ao tentar
sair da cultura medieval, coletiva e feia para a valorização do espaço pessoal, do refinamento,
da distância, da beleza. É o ódio à distinção ou superioridade, ódio ao princípio da diferença e
da distância entre indivíduos, princípio que por sua vez é precioso para as poucas culturas que
adoram a beleza. O ódio às formas superiores vem da suspeita que muitos em tais sociedades
que odeiam a beleza sentem por estarem sujeitos às pressões de necessidade e ansiedade ao
qual vivem, as quais os belos e despreocupados zombam. Os belos ameaçam desvendar o
regimento sob o qual devem submeter sua necessidade crua e constante de coisas. É por isso
que tais sociedades descendem a níveis tão grandes de viadagens sempre que suas leis
relaxam. O Islã é assim. Os judeus, quando desprovidos de sua religião, assim como os persas
que vivem sob a tirânica lei xiita e, acima de tudo, o povo dos Estados do Golfo, todos voltam a
uma condição animal crua sem leis rígidas e se tornam completamente dissolutos, como se
dizia que eram os árabes antes do Islã. E eles logo retornarão a isso. Eu não desejo adicionar
notas para aspergers e pedantes: homens como John Milius estão isentos de tais julgamentos,
mas sua existência nada tem a ver com o meu ponto, que é sobre os tipos gerais e a maneira
com que são gerados. Estou falando de dois pontos de vista diferentes da vida que são
baseados em duas orientações biológicas muito diferentes. Não deve haver qualquer
compromisso entre aqueles que vivem sob a pressão da necessidade e do crescimento
material e aqueles despreocupados, amantes dos prazeres e adoradores da beleza. Um busca
a preservação e a expansão da vida por si mesma, o outro busca a exaltação da vida.

30

Dentre os gregos aquele que possuía poder era chamado de aner, que era diferente da outra
palavra usada, antropos, a qual se refere a alguma sombra indistinta, um tipo de silhueta
humana. O homem real era raro, e a maioria dos homens não foram e não são homens de
verdade! No início a palavra era usada apenas para se referir aos semideuses e super-humanos
como Aquiles, Diomedes e Odisseu. Na Ilíada Diomedes em seu momento de glória é
comparado com um leão cujo espírito é tomado pela raiva ao ser ferido, e então dispersa os
pastores e cães diante dele. Atena acendeu uma chama sob sua cabeça e ombros e o marcou
como possuído pela verdadeira força dentro de todas as coisas. Isso o queimou por dentro e o
fez iluminar-se acima de todos os outros. O homem real é um homem tomado por coragem e
audácia que transborda sua existência. Tal ideia é compartilhada entre outras culturas arianas;
o vir romano, o sânscrito e avéstico nar, o galês ner, o protoindo-europeu Hner, todos se
referindo a um tipo de força vital capaz de poderes sobre-humanos. Há outra palavra, que é
relacionada com a juventude viril: ayu; ayu se refere a vida e força da juventude que se renova
a cada geração, que se move de vida para vida sem fim, sempre persistindo. Está por trás de
todas as palavras indo-europeias para juventude e para o poder e força juvenil. Aparece no
latim como iuuenis, no sânscrito, e também no alemão e inglês. É essa mesma palavra, essa
mesma ideia, que está por trás do latim aetas e aeternus, por de trás de uma visão de idade,
de tempo cíclico, de eternidade. Quão profunda é a junção de juventude e eternidade nestas
linguagens! O mesmo acontece no gótico e no germânico. Tal ideia é bastante vívida no grego!
Nisto, a palavra aiei, que significa eterno, e a palavra aion contém a mesma origem em seu
significado: de vida eterna, de força vital, de força juvenil. Tais povos viram o vigor da
juventude como a verdadeira força por de trás da vida e de todas as coisas, renovando-se por
toda a eternidade, embora as memórias dos homens e das sociedades possam desaparecer. Se
você deseja a mais bela expressão poética dessa visão, você deve ler a descrição de Homero
sobre a morte de Euforbo. Sua morte é comparada a jovem árvore em seu auge derrubada
pela ventania. Pitágoras, ao olhar para o escudo caído de Euforbo, se despedaça em lágrimas,
lembrando que ele já foi aquele homem. Ele sabia o que estava escondido do outro lado
daquele escudo. Tal visão persiste: e é por isso que alguém como D.H Lawrence pôde olhar
para o sarcófago dos antigos toscanos e ver neste povo belo e majestoso a celebração de algo
similar. Eles colocam em seus objetos funerários imagens de divertimento, de festas, de vida
florescente, de grande alegria, de celebrações regadas a vinho, saltos, golfinhos, para se
lembrarem de que essa força irreprimível, natural, essa juventude, continua em cada geração,
não sendo derrotada nem mesmo pela morte. Da mesma forma, quando eu posto fotos de
jovens fortes e lindos faço-o pois estou contemplando-os, encho-me de profunda calma e
alegria com eles – vejo neles a persistente renovação desta força eterna, que está dentro de
todas as coisas. Eu vejo nesta força o design escondido e a intenção da natureza, uma intenção
que transcende a si mesma. Seus desígnios são indizíveis e o que isso gera e busca é um
mistério para nós, pode somente ser entendido imperfeitamente e por meio de metáforas. Tal
“plano” e desígnio está além da compreensão humana, mas sem dúvidas, está lutando contra
numerosas outras “facções”, outras forças centrífugas, para a produção e criação de uma
criatura superior, uma espécime de terrível beleza e poder. Eu não tenho dúvidas de que os
deuses, se existirem, são versões melhoradas e ainda mais belas do físico dos jovens, tal como
foi revelado aos oráculos gregos em sonhos. Eles foram os primeiros a descobrir a verdadeira
forma biológica e física do homem, a forma correta, as verdadeiras proporções. Eu não tenho
dúvidas de que essa força, que se encontra em nós e em todas as coisas, fez da história
humana, da vida e de nossas mentes o campo de batalha e suas ações, e que a passividade em
face a tal poder é absurda: devemos permitir que tal força tome conta de nós para guerrear
contra seus inimigos. Se você deseja entender o verdadeiro poder do aion, da energia
eternamente jovem que é o universo, você deve estudar o que resta de Heráclito quando ele
usa essa palavra, e como ele conecta tal palavra com a ideia de o fogo ser a essência de todas
as coisas e todas as ações. Ele estava bastante certo quando disse, “O melhor deseja a
grandeza em seus feitos, mas a maioria se farta como gado.” Isto é o que eu acredito!

PARTE DOIS: PARÁBOLA DA PRISÃO


31

Se você reconhece a patologia, o cansaço e a vida desnaturada tal como ela é, isso pode lhe
ensinar muito sobre a vida em um estado saudável. Não há nada de errado em observar a vida
sob estresse, se você não a confundir com a vida em ascensão e liberdade. Quando você
coloca algum tipo de cão de caça, como o terrier, ou um fofo Jack Russell em um apartamento,
eles começarão a tentar cavar o piso. Isto é inato à eles, um instinto natural, eles buscam o
desenvolvimento de suas habilidades, e há poucas coisas mais tristes do que ver um animal
frustrado dessa forma. Lutando para alcançar seu verdadeiro eu, mas reduzido a um
brinquedo frívolo. Carl Schimitt disse, “Eles nos reduziram a gado.” Esta é a condição de vida
no mundo moderno.

32

O mundo moderno não é ruim porque é moderno; na verdade, é melhor do que algumas eras
do passado. Muitas partes do passado eram tão ruins, ou piores, que nossa situação atual. O
moderno não possui nada novo: é o retorno para uma sujeição muito antiga à desolação,
promovido por novos conceitos e justificativas. Se você deseja ver nosso futuro olhe para a
Europa como era antes de 1600 A.C, ou para como grande parte do mundo era até
recentemente e ainda é... a vida comunal do casarão com seus jovens dominados e quebrados
por velhos esclerosados, pelas matriarcas, o sopro e fermento na vida humana ultrapassando e
submetendo toda a aspiração superior. Olhe para as “cidades” astecas com vinte idiotas
dormindo e comendo no chão, com demagogos sacerdotes de olhos mortos sedentos por
sangue. Não é tão diferente das doses de Razão e Logos que utilizam para nos prometer algo
além desta vida.

33

A história da desolação moderna – Muitas coisas já foram escritas sobre os males da


modernidade, ou sobre nossa crise atual. Muitos, seja na Esquerda seja na Direita, sentem que
algo está errado. Mesmo aqueles que amam alguns aspectos da nova era, como a tecnologia,
olham para além de nossa época banal, em busca de um futuro esperançoso e florescente que
ainda não chegou. Eu estou farto disso! Eu não quero apenas repetir as mesmas calúnias sobre
a modernidade, muitas das quais você certamente já conhece. Muitas delas são notas de
rodapé ou comentários do prólogo de Nietzsche em Assim Falou Zaratustra, ao qual ele
descreve o Último Homem. O Último Homem foi erroneamente confundido com o burguês,
mesmo Nietzsche o descrevendo como muito, muito pior do que isso. Houellebecq, cujas
explicações giram em torno dos problemas sexuais da modernidade, do incel – mesmo com
todas suas explicações sendo surpreendentes e verdadeiras, está apenas seguindo Nietzsche.
Se você quer entender o verdadeiro problema de nosso tempo, você pode ler isso e não irei
prolongar mais. Tratarei apenas de um caso em particular, do caso da domesticação, do
despedaçamento do espírito, da vida potencialmente alta que foi frustrada, para ilustrar o
problema da modernidade. A peculiar “história” de como a queen se desenvolve, do moderno
efeminado homossexual, é muito reveladora. O problema do homossexual moderno é
revelador pois se trata do modelo ao qual muitos outros tipos de vida superior foram
frustrados e distorcidos em outra coisa. Não seja enganado por propagandistas: o gay
moderno não possui semelhança alguma com a “bissexualidade predatória” da antiguidade ou
com os ritos pederastas de muitas sociedades. Por um lado, tais pessoas como a drag queen
moderna sempre existiram, mas por outro, há muitas espécimes que se tornaram isso
recentemente, que não haviam passado por tal processo antes. É um evento muito
desafortunado na vida do animal. Camille Paglia afirma que o homossexual moderno é o
produto das condições da vida pós-industrial. Seu modelo para tal tese é de que um jovem
muito sensível, aberto à experiência estética de todos os tipos, talvez o tipo de jovem
neurótico e artístico de um século atrás, teria experimentado sinestesia; tal rapaz é desligado
das brincadeiras e da masculinidade “tóxica” de seu pai, seus irmãos e outros jovens de sua
idade. A distância de tal masculinidade é concomitante com o fato dele se aproximar demais
de sua mãe, idolatrando o feminino: na puberdade, a distância ou o medo da masculinidade
faz com que ele a erotize, enquanto se afasta das mulheres seja por excesso de familiaridade,
seja por temor. Paglia está parcialmente certa, o todo desta estória foi revelado por uma
mente inquietante cujos ensinamentos foram espalhados dentre alguns anons. O nome de tal
mente é Harro MJ, mas acho que esse é um nome falso. Contarei seus ensinamentos da
melhor maneira que puder. Harro conta como o mundo moderno corrompeu sua natureza
através da restrição e o tornou homossexual. Acredito que sua história se aplica a muitos
outros, que não se transformaram em gays, mas que, no entanto, foram desfigurados de
alguma forma... Voltando a Paglia, sua reafirmação de Freud está correta, mas ela deixa
escapar um importante elemento da estória: o motivo pelo qual tal jovem se afasta da
masculinidade de seus pares. Não são as brincadeiras ou a brutalidade da competição
masculina que o afastaram, mas o caráter totalmente falso ou artificial de tais exibições em
nosso tempo. Tal jovem percebe o que seus pares não reconhecem: o caráter condicional e
inteiramente dependente da vida em nosso tempo. Não é a masculinidade, a competição por
status entre os homens ou a aspereza física que o afastam... mas sim o fato de que tais jogos
ocorrem em um espaço já dominado. Este é o aspecto de nosso tempo cujo entendimento é
crucial. Quando falo de algo como espaço dominado, isto não deve se reter meramente à
palavra. Você deve ver e sentir como se fosse uma paisagem que você conhece desde a
juventude, como navegar por todos os seus recantos, pelos seus diferentes lugares e margens,
por onde estão as árvores e como se sente em meio a elas, quanto tempo leva para caminhar
em meio as fábricas abandonadas, como se o mapa já estivesse em seu corpo. Esta é a única
maneira de realmente entender alguma coisa. Eu acredito que um jovem como o que
exemplamos é do tipo que enxerga além das farsas que os senhores da mentira proferem, que
vê além do jogo de sombras criado para enganar a maioria, e talvez ele esteja desiludido não
com a masculinidade, mas sim com o caráter bufão e ilusório da masculinidade moderna. O
macho derrotado foi transformado em peão e fera castrada para as mulheres e mestres
ocultos, uma coisa terrível de se ver. A disputa por status, as lutas físicas, as aventuras juvenis
que os meninos devem ter em seu estado natural... tudo isso na natureza é uma preparação
para a vida, para uma vida de conquista e expansão. Os adolescentes da casta dos patrícios na
Roma Antiga eram enviados para missões no extremo do Império. O jovem adulto ocidental
moderno pede permissão para assistir outros homens praticando esportes, utiliza óleo vegetal,
implora por buceta e se masturba com um plástico no pênis. Alguém precisamente nascido
para a conquista, para expansão, um tipo precoce que busca desenvolvimento e dominação
real do espaço ao seu redor, que entende em seu sangue que o jogo e a masculinidade são
para esse fim, precisamente esse tipo, têm suas expectativas frustradas e esmagadas assim
que seus olhos se abrem. Isso costuma acontecer entre os seis ou sete anos, mas às vezes
acontece mais cedo. Tal jovem passa a ter então apenas desprezo por seus pares que, não
vendo a sujeição em que nos encontramos, continua a viver sob uma ilusão e destruição do
espírito humano que os senhores das sombras criaram – por volta dos nove ou dez anos, a
“educação” está quase completa em nossa era. Eles se submetem ao jugo e sua masculinidade
simulada é agora uma paródia da verdadeira masculinidade, que em estado de ascensão se
desenvolve na vontade de dominar o espaço ao seu redor, não em uma caricatura em
benefício das mulheres. Mas tal dominação não é sequer possível quando o espaço já está
conquistado. Esta intuição de espaço conquistado se manifesta muito cedo: com os olhos
abertos, é como se um espírito maldoso habitasse todas as coisas. Creio que há muitos tipos
cheios de energia e perseverança que chegam a este estágio, que são desmotivados pela moral
e autocastração biológica de seus pares convencionais, que sentem as sufocantes limitações
da modernidade. O resto desta estória é mais particular ao garoto que como resposta se torna
homossexual ou travesti, e Paglia está certa sobre isso – a masculinidade quando rejeitada
simplesmente pela distância dos outros meninos em geral, é principalmente causada por uma
certa hipersensibilidade nativa. Mas, quando é adicionada a observação que, quando na
adolescência ou na juventude, tal garoto decide que ele é “gay”, isto é apenas o ato final de
autocompreensão. O drama de seu espírito é reinterpretado em termos sexuais. Ele convence
a si mesmo que o sentimento de supressão e pavor que o acompanhou a vida inteira tem
como origem seus desejos sexuais ou “sexualidade” reprimidas pela “sociedade”. Ele esquece
como os desejos sexuais se desenvolvem, que tais desejos são um tortuoso resultado da
verdade que lhe ocorreu em silêncio, a verdade sobre a sujeição total e da domesticação ao
qual ele se encontra. Ao se tornar “gay” ele acredita estar escapando do senso de limitação e
sujeição que sente desde menino: ele reinterpreta todo o seu drama como uma alegoria
sentimental de sexualidade suprimida ou oprimida por normas sociais e políticas retrógradas.
Assim, ele se torna um peão involuntário de si mesmo, do próprio poder que, quando jovem,
deveria se manifestar, a grande e sufocante sombra de nosso tempo, que sufoca toda a vida
superior. O gay é o soldado raso espiritual do novo regime, quando ele nasceu para ser seu
inimigo. Essa é a parte incomum de tal percepção, que alguns dos jovens mais sensíveis e
perceptivos, talvez imbuídos de uma centelha de inspiração e um espírito conquistador e
expansivo, acabam por se tornar a vanguarda daquilo que os sufocou e quebrou. Em uma era
passada eles não seriam gays, ou ao menos, não estritamente gays. A estória de tal jovem é a
estória de toda a estirpe superior em nosso tempo. Nem todos os gays possuem essa origem –
como Jeffrey Dahmer, este e outros. E é claro, nem todos os tipos superiores se tornam gays,
apenas uma minoria. Mas todos os distintos em nossa era são afetados por um drama similar
em seu espírito – o que acontece depois, nesse caso a sexualização de sua alienação particular,
é apenas o exemplo mais vívido. Em tudo isso pode-se observar a ideia de espaço ou território
que já está fechado ou dominado. E isto traz à luz a questão de quem ou o que tal força é.
Acredito que a resposta para esse problema não é tão simples, pois uma característica da era
moderna é que os mestres estão ocultos. Por isso tal condição subjetiva é tão sufocante,
porque eles se escondem, impossibilitando qualquer oportunidade para um desafio direto e
aberto à eles. Tal problema pode ser entendido por outro tipo de exemplo... e a isto me refiro
ao spook. A questão do submundo gay, que não existe mais em nosso tempo, é vívida e
instrutiva. Nos anos 1950 e até mesmo um pouco antes disso, quando o sistema de tirania
global estava começando a se erguer, o submundo gay atuou como “negativo” da nova ordem
mundial, como sua peneira e válvula de pressão. Tal submundo era parte do “resto”. O
fenômeno da “homossexualidade” no mundo moderno alcança os problemas políticos e
sociais mais profundos: sempre foi o mundo esquecido, o submundo ao qual os engenheiros
de nosso tempo não conseguiam administrar ou pôr sob controle do Leviatã. Tal submundo
incluí muito além dos gays de nosso tempo, mas é claro: esse é o ponto. Os gays formaram um
tipo de sociedade paralela que serve de ponte entre tal mundo e o nosso. Eles tornaram isso
muito mais permeável para outros: se você tiver uma namorada, talvez uma namorada artista,
ela provavelmente terá um amigo gay; você poderia ir com eles até uma lounge neste
submundo, e tudo aconteceria ali e somente ali... dois contatos sociais acontecendo e se
anulando... Mas agora que este mundo desapareceu, você não possui sequer um caminho de
por onde começar. Suas fronteiras foram policiadas, suas entradas vigiadas, mas sempre existe
um espaço de liberdade fora da desilusão da domesticação na civilização pós-industrial. Não
vamos esquecer, repito, o “submundo gay” não é apenas sobre gays, mas sobre todos os tipos
de devassos, pervertidos, putas, perturbados, empresários, cafetões, mafiosos, gangsters,
esquisitos, serviços de inteligência de todos os tipos – basta ler sobre a Sociedade do Oceano
Negro e você irá entender – que se infiltram em tal submundo. A Sociedade do Oceano Negro
é a chave para entender todas as formas modernas de organização social e política pois
debaixo da onipresença da domesticação e gestão da civilização moderna, sob sua ordem
superficial, restava o “mundo flutuante”, o mundo livre como o oceano calmo e escuro no qual
se moviam monstros, incluindo os senhores e artífices desta nova civilização. Eles ainda vivem
nesse mundo, não no nosso. Nosso mundo é a casa da submissão, enquanto eles vivem no
estado de liberdade e poder. Com o número de gays relativamente grande que existem, tal
mundo foi muito maior do que é agora, mais variado, com seus pontos de entrada mais
permeáveis. O espaço noturno ao qual os gays criaram para si mesmos, ao qual alguns tipos
puderam ao menos sentir uma nova oportunidade para expansão e para agir, foi destruído nos
anos 1980 primeiramente com a AIDS, e, quase que ao mesmo tempo, pelos “direitos dos
gays” e pelo movimento “identitário gay”, que os levou à luz e os tornou piores e mais
impiedosos executores do estado escravista global. Mas, basta disso: você deve entender! Eu
usei isto como um exemplo ilustrativo e verdadeiro do que acontece a todos os tipos
superiores em nosso tempo. A grande maioria não se torna gay, mas o exemplo do que
ocorreu aos gays é o mais simples e ilustrativo deste processo. Qualquer um que nasça com
uma Vontade para a conquista e expansão, qualquer espécime nascido para a coragem e
expansão dos limites, se sentirá frustrado, irá se encontrar quando jovem em meio a um
mundo permeado por um mal sufocante e sombrio que procura apagar seu espírito e doma-lo.
A questão tornar-se então como responder a isso... E a resposta para tal é variável. Observe
uma ninhada de filhotes, de qualquer espécie, alguns serão curiosos, brincalhões, procurarão
experimentar, descobrir seus limites, para deixar o olhar dos pais e do velho, para conquistar
espaço; outros serão muito mais dóceis e não terão tal curiosidade. Os únicos que sobrevivem
a “educação” moderna, para não falar regime de domesticação moderna, são precisamente
aqueles da ninhada que nascem dóceis. Podemos ir além em tal assunto; quem pode olhar
para os cabisbaixos e derrotados homens modernos e pensar que o menino dentro dele possui
alguma centelha de espírito para a conquista e dominação não terá nada além de desgosto por
sua risível paródia de masculinidade! O que importa aqui é para qual lado o espírito se volta, e
se pode sobreviver à corrida de obstáculos que a vida moderna e a educação moderna
impõem aos melhores. A “homossexualidade” em nossa época, de qualquer forma, é diferente
de qualquer comportamento do passado: como um fenômeno total, representa uma das
características ao qual uma espécime incomum responde a domesticação e como são
quebrados por ela. A homossexualidade moderna é uma forma de vazio, de niilismo.

34

Da mesma forma que a história do gay moderno é triste, a história do transsexual moderno é
igualmente triste e talvez até mesmo pior. Isto explica porque tantos travecos são obcecados
por Hegel. Eles sabem em seu sangue – mas interpretam mal a si mesmos e esquecem quem
os quebrou. A história do transsexual moderno é a história do nosso futuro enquanto coletivo.

35

Se a tirania que se abateu sobre nossa era alguma vez alcançar o poder que deseja e então ser
desafiada o suficiente para se sentir em perigo, a aniquilação em massa que será perpetuada
pelos homossexuais, transsexuais e, especificamente, por comissariados lésbicos, irá exceder
em escala e crueldade qualquer genocídio que ocorreu na história da humanidade. Imagine os
comissários políticos compostos por mulatas lésbicas com o rosto e cabelo de Martin Sheen
quando jovem, administrando futuros campos de concentração que se estenderão por
dezenas de quilômetros.

36

Barbarismo e civilização – É engraçado quando os Ocidentais se referem à China ou as velhas


cidades do Oriente Próximo e do Extremo Oriente como as fontes da civilização, o padrão para
as cidades: “somos menos avançados, estávamos caçando em florestas com tangas e cara
pintada enquanto eles construíam cidades e desenvolviam a escrita.” Isto é verdade, mas o
Ocidental esqueceu o que civilização significa. Menos míope que os demais, mas ainda sim
míope, ele pensa quando ouve que os chineses vivem em cidades há pelo menos cinco
milênios que eles devem ser tão sábios quanto suas cidades. Existem cidades e cidades. Mas o
que estava sendo escrito sobre elas? A maior parte dos escritos eram tediosos inventários ou
crônicas nacionais ou dinásticas. Escute: os tipos de passagem que deixam os jovens
entediados até mesmo com a Bíblia. A parte mais antiga da literatura grega é a Ilíada, o
catálogo dos navios: os heróis e seus séquitos são contados com floreio e poesia, o que não o
deixa chato, sendo salvo pela arte de Homero. Mas, quase toda “escrita” nacional é assim e
permanece assim há um bom tempo. Os chineses sempre viveram em casas, é verdade, se é
isso que você imagina ser “civilização”; mas sua história é marcada por convulsões e
aniquilações. Apenas olhe para a História, a Revolução Cultural é a norma: extinção em norma
de milhões de camponeses em nome da reformulação da sociedade. Eles não são como uma
colmeia: ignoram os mortos na rua e desviam o olhar. Conheço corvos que possuem mais
consideração pelos seus mortos do que um chinês. Tudo para si, tudo para a utilidade: um
prazer na crueldade para com animais e com os fracos. Este é o resultado final de milhares de
anos de “civilização”. Não seja engano pela suposta auto concepção histórica de tal povo.
Houveram muitos períodos de esquecimento, em que apagavam ou jogavam fora suas
crônicas ou até mesmo falsificavam a História (um pequeno exemplo: afirmam que Genghis
Khan era um general chinês...) Isso é válido para muitas outras civilizações. Mesmo em textos
religiosos: deixando de lado o problema da tradução, o Alcorão é, como Schopenhauer
afirmou, um tedioso livro de miserável estupidez repetitiva, sem nenhuma ideia nova, “a
forma mais pobre de teísmo.” Infelizmente isso é o suficiente para a maioria das pessoas
religiosas. O valor da escrita é questionável, não é claro se ele foi realmente um grande avanço
civilizacional ao longo da História... Somente após um certo tempo nascem gênios capazes de
resgatar a beleza da escrita. Da mesma forma, as sociedades possuem diferentes concepções
de “cidade”. No Oriente “cidade” sempre significou uma pilha de humanos amontoados em
um mesmo espaço fétido contendo multidões disformes, mercadores comercializando grãos e
cuspindo catarro nas ruas, cães, gatos e galinhas convivendo com humanos na imundice. Isso
ainda pode ser visto nas cidades do Extremo Oriente. Mesmo no Japão, com todo seu amor
por sua suposta ordem, há uma terrível ameaça pairando as ruas de Tóquio que leva muitas
boas pessoas ao manicômio. O escritório é um inferno e o sistema de transporte é caótico e
sufocante... uma sombra habita até mesmo as casas em que as mulheres desempenham todo
seu papel de terror das antigas deidades familiares. O japonês vive da mesada organizada por
sua esposa, que muitas vezes o esgota fisicamente, leva seu telefone e seu dinheiro. A mulher
governa o Vietnã e o funcionário sem rosto ou mercador que abre seu caminho em meio a
essa sociedade que mais parece um formigueiro está em dívida com sua esposa dominadora. O
matriarcado e o anonimato são os princípios destas pilhas de biomassa – nunca as chame de
colmeias! A colmeia é nobre: a colmeia pode ser um espaço de beleza e ordem, mas a cidade,
a cidade em sua forma original, é a humanidade reduzida a uma pilha de humanos
amontoados. Na colmeia a formiga ou abelha alcançam o total desenvolvimento de suas
habilidades naturais como operário, guerreiro ou rainha. Mas quem pode dizer o mesmo sobre
a maioria das cidades? Você acha que o homem de escritório, carimbando papéis o dia inteiro,
planejando escapar da ira de um autocrata de escritório, possui grandes aspirações na vida? E
a possibilidade mais triste é de que para a maioria, para a grande maioria, tal vida é a plena
expressão de seus desejos e alcance, o que deve significar que foram criados especificamente
por seus mestres para tal vida degrada e zumbificada. Mas mesmo um medroso habitante de
Saigon ou Chengdu possuí uma remota ancestralidade com os livres guerreiros Yi que
aterrorizaram os Han por centenas de anos, ou com os poderosos e auto suficientes tibetanos
que os ridicularizaram por séculos. A existência para tal vida é um inferno, preso não apenas
em uma sociedade miserável, mas também por um corpo criado para tal sociedade. Mas,
ainda deve haver uma faísca de esperança que nunca se extingue, que pelo menos pede para
que tudo isso pare. Você entende o que é o budismo agora? Olhe para o norte: para os
manchus e outros povos tungus endurecidos na taiga e no Ártico, olhe para os mongóis
amantes da liberdade que até hoje amam cavalgar por campo aberto, que consideram nossas
cidades infernos claustrofóbicos. Quando você olha para a vida dos verdadeiros nômades que
estão sempre em movimento e em espaço livre, você nota que eles nunca estiveram
propensos à introspecção depressiva e ao questionamento da vida, diferente do que se vê nas
pessoas que vivem nas cidades. Buda tornou-se o negador do mundo nas cidades – veja sua
retórica, o que o levou a isso! É a injustiça, mas sobretudo a imundice, a asfixia repugnante da
vida citadina, a visão degradada e aflita, que o levou a fugir... ele disse, “a casa é um lugar de
sujeira.” E o que foi tal fuga, afinal, senão uma tentativa de reestabelecer a liberdade e a
abertura da estepe, onde o homem pode mais uma vez ser o que ele nasceu para ser? Ele
pensou que estava abrindo uma estepe do espírito, na sangha, na irmandade de discípulos e
monges, ele estava recriando a verdadeira sociedade secreta da estepe, a sociedade natural a
um como ele, a irmandade de guerreiros jovens e livres! Desta forma você também deve
entender que o “Ocidente”, ou ao menos a cidade do Ocidente. A pequena e antiga cidade do
norte da Itália, ou as cidades alemães e suíças adoradas por Maquiavel, são completamente
estranhas ao Oriente, assim como para quaisquer outras sociedades conhecidas. A própria
ideia de cidadão é estranha a tais civilizações. No respeito pela privacidade, pela distância, pela
propriedade – no caráter pequeno e ordeiro das cidades, na implacável preocupação da
aristocracia com qualidade biológica, vê-se uma tentativa de mitigar os grandes males da
civilização. Você pode até mesmo notar algumas tentativas de reestabelecer algumas
características da vida bárbara e livre dentro das cidades, mesmo que apenas para os cidadãos
ou para os mais ricos. Se pode haver alguma defesa da civilização é esta, aquela que
historicamente deu a uma classe os benefícios completos ou quase completos da vida livre da
estepe, da floresta e da montanha, livrando-os de alguns de seus inconvenientes – ao preço, é
claro, da miséria para a grande maioria. Em quase todas as outras partes do mundo, assim
como no Ocidente, a miséria dentro da civilização era universal e a elite, como tal, não redimiu
essa miséria: eles próprios permaneceram servis. Uma cidade não significa nada, mas pode
trazer um retrocesso à vida humana. Se as únicas civilizações que existiram fossem todas como
a China, então a escolha entre a barbárie e a civilização seria facilmente feita em favor da
barbárie, da vida do mongol livre.

37
A cidade moderna é uma monstruosidade, mas não se compara a miséria da civilização
oriental. É um lugar contraditório em que você nota uma contracorrente mesmo na tentativa
de preservar os parques. Isso existe em Tóquio, em muitas cidades europeias e derivadas da
Europa como Buenos Aires – seus criadores devem ter sido obcecados em preservar algum
pedaço da natureza dentro da cidade e então contrataram franceses para embeleza-las – e em
cidades não-ocidentais que copiaram tal modelo. Também no planejamento e distribuição dos
espaços públicos, das ruas e mesmo da vida social, a cidade moderna não é inteiramente uma
reversão à miséria pré-moderna de pura civilização, mas uma tentativa de preservar ou pelo
menos simular um espaço natural para o homem se mover, expandir, praticar e aperfeiçoar
algumas excelências, por mais limitadas ou atrofiadas que sejam. No mundo moderno o
retorno da civilização pura é a favela e a periferia. Devagar, porém continuadamente, tal
processo invade gradualmente a cidade moderna, que é em todos os sentidos resquícios da
dominação europeia, e não é de forma alguma o caminho para qual a vida está progredindo. O
futuro de Blade Runner é muito otimista, e mesmo o de Elysium não demonstra
completamente o quão doentio será nosso destino se nada for feito. Mohammed Atta, um dos
líderes do ataque do 11 de Setembro, foi um estudante de arquitetura. Ele foi profundamente
transtornado pelo que aconteceu em Aleppo e pela corrupção da vida islâmica que se tornou
desorientada na cidade moderna, não apenas em sua diferente moral, mas também na
posição dos prédios e nos modelos arquitetônicos que atormentam a vida de seus habitantes e
distorcem a vida religiosa. Ele estava reagindo à cidade moderna, não necessariamente à
favela, embora a expansão da vida moderna no Terceiro Mundo é muita ambígua; há sempre
algum atrofiamento. As cidades do Oriente Médio, do Norte da África, da maioria do mundo
islâmico e até mesmo boa parte do Oriente, são bem diferentes das cidades do Ocidente,
tendo vizinhanças muito próximas umas das outras, condomínios murados com pátios
internos, e, em geral, um desvio do espaço público e político para o espaço da família e do clã.
Isto é resultado não apenas da corrupção das autoridades, mas também de uma concepção
diferente do que é a cidade. Há uma confusão sobre o que diferentes povos se opõem no
mundo moderno: eles não necessariamente odeiam no moderno a mesma coisa que você
odeia. Prefiro me aliar ao hipster de Esquerda do que à China! Os chineses irão se apropriar de
tudo e fingir que o inventaram.

38

Aristóteles afirmou que os gregos eram diferentes dos europeus do norte e dos orientais. O
asiático é civilizado porém servil; o bárbaro europeu é incivilizado, ignorante, porém livre.
Acredita-se que Aristóteles acreditava no meio-termo, no “equilíbrio”, entre estes dois
extremos, e que os gregos eram melhores pois eram “medianos”, algo entre estes dois
extremos deficientes. Na verdade, nem a visão de Aristóteles, nem a dos gregos de seu tempo
e além, conseguiram levar as coisas para esse caminho. Não houve equivalência entre o livre
bárbaro do norte e o escravo asiático, mas os gregos respeitavam o bárbaro muito mais do que
o asiático. Você pode ver isso em muitas coisas: após as Cruzadas, quando Anna Comnena
escreveu A Alexíada, ela se referiu aos bárbaros do norte com certo horror e fascinação. Ela
estava ciente da beleza do bárbaro, de sua coragem e de sua estirpe. Exaltações familiares
nunca aconteceram aos povos civilizados ou escravos do Oriente Próximo. O mesmo
aconteceu na Antiguidade. Heródoto dentre outros demonstrava admiração pelos Citas e os
via como inovadores, criadores de uma nova forma de vida, o nômade, ao qual utilizaram para
derrotar Dário e os persas. Você também pode ler relatos clássicos gregos sobre jovens que
partiam pelo Mar Negro procurando juntar-se aos Citas em admiração por seu estilo de vida
livre. O mesmo aconteceu com muito menos frequência, e geralmente em pouca quantidade,
no Oriente Próximo: haviam mercenários, artesãos e arquitetos que trabalhavam para o rei
persa e outros, mas que não se dedicavam de maneira alguma. Os atenienses utilizavam dos
Citas para policiar suas cidades, mas, com exceção de famílias antigas que podiam traçar sua
origem aos fenícios, não havia uso equivalente de orientais e asiáticos, exceto como escravos.
A beleza da criança europeia era louvada na Antiguidade: crianças Anglos eram vendidas nos
mercados de escravos por preços altíssimos e dizia-se que “não são Anglos, mas sim Anjos”.
Muitos dos heróis e deuses gregos tinham cabelos loiros e olhos azuis ou cinzas, como
Afrodite, Atena, Apolo, Aquiles, Menelau e muitos outros; muitos poetas da Antiguidade se
referem aos Dórias como uma raça de loiros. É difícil acreditar que tal idealização teria sido
feita às qualidades das nações vizinhas que foram desprezadas. Não, diante disto e de mais é
óbvio que os gregos admiravam o poder e a liberdade dos bárbaros muito mais do que a vida
“civilizada” do escravo e sua falsa inteligência. E a ideia de “equilíbrio” atribuída à Aristóteles,
não é coisa alguma a não ser uma referência ao que falo aqui, que a civilização ocidental, a
cidade europeia, é incomum pois consiste na tentativa de preservar a vida livre e bárbara
dentro dos limites da cidade. É uma tentativa de exaltar e desenvolver certas tendências da
vida livre que presumidamente beneficia as artes, a ciência e o lazer que podem ser fornecidos
na cidade. É uma exceção na história. E por cidade estabelecida e vida estabelecida, eu quero
dizer estabelecida por ESCRAVOS! Não devemos esquecer que os gregos nunca abandonaram
a vida móvel e nômade, apenas a transportaram para o mar, como em certa medida os povos
germânicos sempre fizeram – eles sempre foram um povo marítimo. Cidades gregas inteiras,
como as de Foceia, ao invés de se submeterem aos persas, partiram rumo a colônias distantes
na França e na Espanha – Marselha foi fundada por eles, havendo postos de controle muito
mais avançados. Os atenienses estavam prontos para fazer o mesmo para escapar da
submissão, e como os citas, ir para o mar aberto com seus navios, o que de fato fizeram por
algum tempo. O chamado da estepe, a liberdade da nova estepe nos mares, jamais foi
esquecido. Diante disto é claro quanto desprezo eles possuíam pela vida civilizada e servil dos
asiáticos, e quanto respeito e saudade sentiam pela vida do bárbaro livre. Isto se estendeu de
certa forma para o respeito pelos etíopes, sobre quem Heródoto escreveu coisas boas,
especialmente quando comparadas às palavras dirigidas aos vizinhos egípcios. Mas neste caso,
havia pouca familiaridade com o africano, sua natureza era muito estranha ao grego, e havia a
suspeita, apoiada por Aristóteles e muitos outros, de que o africano e também o árabe eram
estúpidos demais para apresentar uma alternativa admirável. No entanto, em termos de
espírito, eu gostaria de dizer que mesmo agora o europeu possuí muito mais em comum com o
africano do que com o “asiático”, termo ao qual me refiro ao habitante da longa faixa de terra
que se estende da China até o Oriente Próximo. Eu sei que muitos idiotas que prezam o QI
acima de tudo irão discordar disso. O Oriente e a Ásia sempre foram o inimigo... a África é
irrelevante. O “africano” pode até mesmo ser um aliado e apenas se torna um problema nas
condições da moderna democracia de massa, quando é manipulado e instigado por outros.

39

Parte da Direita moderna é “ecologista” e quiçá mais que isso, mas possuem um desprezo
pelos Verdes de Esquerda e outros pois entendem mal o problema da civilização e da
tecnologia. O problema da Esquerda moderna é que eles não procuram defender a natureza,
mas sim culpar o Ocidente pela condição moderna. E é por isso que o problema ambiental é
dito como um problema tecnológico ou “civilizacional”. Tais pessoas não conseguem entender
que a vida moderna, a vida de inseto, é a condição básica do universo e que o Ocidente, com
ajuda de algumas outros povos, tentou ao máximo possível mitigar os males da “civilização
pura” e trazer os benefícios da vida livre sem civilização. O ecologismo de Esquerda não é
suficiente para ser o defensor da natureza: ele é primeiramente “antirracista”, deixando a
natureza em segundo plano, sendo as duas coisas incompatíveis. China e Índia são os focos
mais óbvios de poluição, são os maiores destruidores dos oceanos com seus plásticos e lixo
sendo despejados em alto mar. O desprezo pela vida animal é raro na Índia – Schopenhauer
aponta que este foi o motivo pelo qual os indianos rejeitaram o cristianismo, pois ouviram
falar dos maus-tratos a animais praticado na Europa da época – mas o abuso e exploração dos
animais é muito comum na China e em boa parte do mundo não-europeu. É somente na Índia,
e hoje na Europa, que há compaixão pelos animais, que são nossos irmãos e irmãs. A prática
da agricultura industrial é um grande mal que precisa ser parado, mas além da Europa, quem
mais se importa? Outros veem grande prazer e divertimento em torturar simples gatos e
cachorros. Além disso, são as hordas zumbis do Terceiro Mundo que desprezam o público e os
parques nacionais e são eles que muitas vezes exploram e destroem sua própria natureza,
condenando seus filhos a comerem a própria merda. Como é bem sabido, o Sierra Club e
outras organizações ambientalistas costumavam se opor a imigração em massa, pois o
aumento exponencial da população colocará por si só tensões inaceitáveis na natureza. As
populações da Europa e do Japão, sob a tensão da vida em alta densidade demográfica no final
do século XX, optaram por limitar sua fertilidade, e não há nada de errado nisso: são os
governos, corruptos e sob controle dos financistas dependentes do aumento populacional, que
proibiram a redução da população. A Esquerda moderna, “antirracista”, pró-imigrante, nunca
poderá ser realmente ecológica. Devemos ir além, pois na promoção do Terceiro Mundo
“primitivo” (ele não é tal coisa) e a falsa crença de que a vida em tal lugar é mais fácil para o
meio ambiente, eles promovem a favela e o cortiço, isto é, a “civilização” das favelas, a
existência padrão dos insetos da humanidade. É verdade que o homem não-ocidental vive em
“contato com a natureza” em termos de suas necessidades materiais, mas isto não quer dizer
uma vida mais natural ou menos estresse na busca por recursos: ele usa qualquer excesso para
se reproduzir indiscriminadamente. Qualquer ajuda à África ou grande parte do Terceiro
Mundo não se traduz em melhor qualidade de vida, ou mesmo em nutrição melhorada, mas
sim em mais crianças que continuam a viver no mesmo nível de miséria. O verdadeiro
ecologismo e ambientalismo é racista e racial em sua fundação, na verdade, o ambientalismo e
o racismo são indistinguíveis. Por isso há um debate interminável sobre o “aquecimento
global”, pois desvia a atenção de problemas concretos que estão ao nosso alcance – a
destruição dos parques nacionais, dos espaços públicos, os maus-tratos aos animais, a poluição
dos oceanos. Todos estes problemas são problemas de raça, não da cidade moderna em si, do
progresso moderno ou da tecnologia moderna. Na verdade, a tentativa de limitar o progresso
e de desacelerar a humanidade ou à força-la a viver sob a suposta vida pré-moderna, a
tentativa de trazer de volta as “pequenas comunidades” no mundo moderno, consistem no
grande perigo e uma possível fonte de sujeição à mais completa forma de totalitarismo.

40

O verdadeiro entendimento sobre os plebeus não lhe será dado pelos fanfarrões modernos
que exaltam sua vida ou a do “bom selvagem”; você provavelmente obterá tal entendimento
com Chekhov. Os camponeses não passam de um bando miserável, insetos na terra. Você
pode ter uma boa imagem disso no filme Os Sete Samurai de Kurosawa. O camponês e o servo,
que representam a condição básica de boa parte da humanidade, tal qual animais, repousam
seus narizes na terra e no chão, pois é ali que seus objetos de interesse se encontram, isto é,
as necessidades da vida crua e simples. O plebeu está até mesmo longe da contemplação das
estrelas, que Homero diz alegrar o coração do pastor solitário na montanha. Os moradores do
vale e os lavradores do solo são o protótipo do homem moderno, não se engane. Isto é a
“estrutura” ou visão de mundo que transforma toda matéria e todas as coisas em meras
utilidades, sem jamais precisar de qualquer tecnologia para tal. Nas sociedades agrícolas
primitivas eles imediatamente executavam qualquer um minimamente inteligente acusando-o
de bruxaria: ainda fazem isso na África e na China. Este é o caso na maioria da assim chamada
vida “primitiva”, vida sob o controle das velhas matriarcas empoderadas e dos dildos
conceituais que elas usam para espancar a cabeça dos jovens. A pior coisa do mundo moderno
é a imposição de tal estilo de vida, imposição feita por motivos políticos e biológicos. O
problema de nosso tempo nunca foi a tecnologia em si. Não há nada na tecnologia que
inevitavelmente leva à subjetividade humana. Tal tendência existe apenas porque, ao permitir
o aumento avassalador do supérfluo, dá a eles e àqueles que os atendem poder por meio da
democracia. O ambientalismo de Esquerda, assim como muitos outros, segue um caminho
errado por querer mais poder para tais pessoas. Ele ataca os elementos do Ocidente moderno,
da tecnologia moderna, e até mesmo da cultura moderna, que poderiam mitigar o reinado do
supérfluo e a destruição da natureza, incluindo a natureza humana. Posso imaginar poucos
destinos piores do que se decidíssemos “viver mais perto de nosso ambiente”, recuar e parar o
progresso tecnológico e inovação para nos reduzir a “pequenas comunidades”, para trazer de
volta “formas tradicionais”. Eu entendo tais desejos vindos da Direita, daqueles que exaltam
certos tempos do passado, mas entenda isso: qualquer tentativa disso no mundo moderno, e
aqui quero dizer a promoção da vida em vilarejo, da vida rústica, da vida modesta, não levará
ao reestabelecimento das glórias de eras passadas, mas sim ao estabelecimento da corrupção
moderna, à sua fixação e permanência. Levará à pequenas comunidades governadas pela
ginecocracia, levará à supressão das irmandades e da juventude, mas dessa vez com os meios
de repressão que a tecnologia proporciona. Eles farão isso em nome da “virtude tradicional”.
Justificarão isso por meio do cristianismo ou quiçá do marxismo, ou um pouco dos dois. Não
importa qual ideologia ou religião ou “ideais” forem utilizados, o camponês continuará a se
comportar da maneira ao qual nasceu para ser. O problema do mundo moderno não é apenas
a degradação da natureza, tampouco a tecnologia ou um estilo de vida ou uma ideologia, mas
a onipresença e domínio de um certo tipo de humano... e até que este problema seja
resolvido...

41

Não sei dizer se os guardas desta prisão e os donos deste espaço estão presentes ou não, mas
eu suspeito que estejam. Não creio que vivemos apenas em algum mecanismo emergente
impessoal, um “sistema” que enclausura a todos, algo como um “gerencialismo” ou “tédio
pós-industrial”. Creio que todos esses conceitos vazios foram conscientemente fabricados e
vendidos. É possível que muito de nossa história seja falso. Nietzsche entre muitos outros
pensou de forma semelhante. Não creio que podemos sequer saber quem são esses
indivíduos, mas suspeito que eles caminham entre nós como o homem comum. Uma vez
conheci uma mulher de uma filial Rockefeller – isto é exatamente o que não quero dizer sobre
estes poderes ocultos, são ocultos pois você não conhece seus nomes – e ela frequentava as
mesmas feiras ou metrôs que o homem comum, sem joalherias caras e tinha desprezo apenas
pelos ricos famosos que têm que andar com comitivas e guarda-costas em constante vigilância
pela mídia e outros. O que eles desejam, então, se não apreciam a ostentação de suas
riquezas? Simples, liberdade e poder. Eles vivem além de qualquer lei ou coerção, somos
apenas a matéria-prima e as engrenagens que alimentam sua fome por dinheiro. Seus
esquemas são lunáticos: o filme Cidade dos Sonhos revela um pouco do que eles fazem,
indiretamente e por meio de metáforas. Eles aprenderam como captar diversos tipos de
energia, como por exemplo, a energia gerada pela atenção das massas humanas, e como
energizar certas máquinas usando tal energia. A atenção que Hollywood recebe é captada e
absorvida por uma máquina de grande poder, que amplifica isso e serve para algum tipo de
uso. Eles fundaram tal rito com sacríficos humanos e sangue humano, e é sobre isso que o
filme fala. Eles sabem como captar energia sexual, e este é o motivo de terem perseguido
William Reich. A família Trump conhece os segredos de Tesla. Eles sabem muitas outras coisas:
ciência e racionalismo são a “religião pública” de nosso tempo, mas as elites acreditam em
algo bem diferente. As massas ficam deslumbradas com a geladeira, o secador de cabelo, o
telefone: vivem drogadas e hipnotizadas pela garantia de que os feiticeiros que produzem tal
coisas são engenheiros modestos que vivem de procedimentos conhecidos e verificados
publicamente, que são apenas homens quietos que dominam forças físicas não notáveis e
calmas. Tal conforto é uma garantia da fé na regularidade da natureza, que os afastou do
medo e temor divinos. Enquanto isso o mundo é governado por homens como Erik Jan
Hanussen, ou, quem sabe, ele era apenas um instrumento na mão de outros como ele, mas
não sabemos seus nomes, afinal, eles vivem no reino do poder e da liberdade.

42

A grande mentira de nossa era é de que ela consiste numa era de liberdade de sentidos, de
liberdade em relação ao controle moral e social. Na verdade, mesmo na Idade Média o homem
viveu com mais desejo pela vida, até mesmo com mais desejo sexual, do que em toda a
modernidade: e além disso, ele trabalhava menos. A maioria dos dias do ano eram dias
festivos. Havia apenas o mínimo de trabalho possível, destinado para as colheitas e para pagar
impostos, que também eram mínimos. A maioria na modernidade possui menos propriedades
do que o camponês medieval. Mas haviam problemas também: a higiene era ruim, as doenças
eram mortais e a mortalidade infantil era alta. Não é exatamente meu período histórico
favorito. Mas uma vez que você sobrevive à infância, o trabalho se torna o grande fardo de sua
vida, é a maldição de Adão: vá para uma pequena livraria na Tailândia e você encontrará o
caos completo nos livros lá vendidos. Se você perguntar para o dono da loja por que ele não
organiza alfabeticamente os livros, ele provavelmente responderá que isso seria muito
trabalhoso. “Merry Old England”, por exemplo, foi um período de alegria, bebedeira e farra. Se
bebia cerveja sem lúpulo, mas usavam gruit feito de urze e outras ervas: tomavam essa bebida
o dia inteiro, uma bebida que os enchia de paixão e amor pela vida... a cerveja naquela época
era um estimulante afrodisíaco. O bebedor de água era considerado tão patético e esquisito
quanto o hipster naturalista que toma café sem cafeína e com seu olhar débil. Foram os
puritanos que introduziram o lúpulo, precisamente para fazer da cerveja mais amarga e sem
gosto, para a estragar, transformando-a de um estimulante para um soporífero que mata o
instinto sexual do homem. Antes disso, as pessoas na Inglaterra possuíam uma vida sexual
mais intensa, se é que você mede as coisas. Uma grande questão é como se medir as coisas,
como se fazer juízos de valor. Uma vida de grande e intensa alegria ou paixão é uma vida
receptiva para outros instintos e desejos, que também provem da natureza, e que assusta os
modernos senhores da mentira. A irritação sexual sob a qual muitos são mantidos é diferente
do tipo despreocupado, apaixonado e demoníaco que se encontra nos tempos pré-modernos,
e que ainda existe em certa medida no Terceiro Mundo. A paródia moderna do desejo e
luxúria suga toda a energia, enquanto a antiga inflama as paixões e exalta a Vontade: Paglia
está errada, eles nunca irão permitir que seu “feminismo” floresça; isto seria deturpar o
propósito! O propósito da educação moderna é suprimir o entusiasmo, para lhe fazer
desacreditar a si mesmo quando as vozes de nossos velhos amigos começarem a sussurrar em
seu ouvido... e sim, eles fazem isso promovendo o tédio, a exaustão e a irritação sexual que se
encontra nos obesos, nos adeptos do “poli amor”, nos macacos tribais que se expõem
exageradamente às mulheres. Tal irritação cega muitos, confunde a receptibilidade a esses
outros desejos ao qual me refiro. “Telepatia” é a versão pública e mítica de alguma coisa real.
É deste mesmo jeito que muitos religiosos promovem a metempsicose, pois a verdade da
reencarnação é muito impessoal e difícil de se engolir. Não esqueceremos, também, do fato de
que estamos recebendo constantemente vibrações de muitos objetos inanimados, alguns
possivelmente do outro lado do universo conhecido, e outras vezes de pessoas que
conhecemos, ou de árvores e muitos outros objetos. Pode ser, também, que tenhamos um
vínculo estreito nesse nível com indivíduos relacionados a nós, mesmo no futuro, ou uma
intimidade intrínseca promovida pelo gênio de nossa espécie, pois ele quer a produção desta
ou daquela criança neste ou naquele momento. A mais significativa destas conexões
“telepáticas” talvez seja quando duas pessoas, se mostram surpreendentemente adequadas
uma para a outra em um sentido biológico, reconhecendo um no outro uma intenção interior
ou esforço da natureza para a produção de algo – é claro, eles pensam que se trata de algo
completamente diferente. Na maioria dos casos, isso se trata de um homem e uma mulher,
que se reproduzem para gerar uma criança, uma criança que a natureza deseja
desesperadamente gerar. Mas em alguns casos raros pode haver outras razões para tal
conexão entre duas Vontades, algo como dois amigos que decidem conquistar algo juntos.
“Nós estendemos nossos braços na expectativa de satisfazer nosso desejo ou ilusão, enquanto
a natureza realiza sua missão secreta”: isso acontece no nascimento de muitas crianças, mas
também em outras coisas. A suspeita na amizade que o “direito para homossexuais”
promoveu funcionou para destruir isso. Mulheres são suscetíveis a receber tais mensagens,
pois nelas o intelecto é mais fixo e sua Vontade inerente é mais forte. Muitas vezes isso
significa que elas são, mais do que outros, escravas da utilidade, mas também significa que
elas vivem mais o momento, menos preocupadas com conceitos e abstrações, tendo maior
acesso à percepção das coisas. Elas podem ver em meio as mentiras e sabem deduzir a
intenção das pessoas mesmo quando nem mesmo elas sabem o que querem. Saddam Hussein
foi assim: ele era um transsexual em seu espírito. Nem todas as mulheres são assim, mas há
casos em que uma transformação no espírito liberta o intelecto das confusões, de seus
impulsos e do caos de seus hormônios sem perder o enraizamento na natureza que
geralmente é mais difícil para os homens alcançarem. Por isso os gregos e muitos outros povos
da Antiguidade sabiam que as mulheres possuem uma tendência a serem oráculos, uma maior
tendência de conhecerem o futuro e saberem a intenção dos outros (elas “sabem” o futuro
por uma sensação inata das intenções no sangue de outros). Cassandra foi uma profetisa de tal
estirpe, e mesmo o grande vidente Tirésias transformou-se em mulher por um certo tempo.
Muitos xamãs praticavam o travestismo – tolos modernos enxergam nisso como tendências
homossexuais ligadas aos “direitos gays”, sequer tendo a capacidade de perceber o culto à
feminilidade. Pítia foi uma mulher, e os antigos germanos sempre consultavam uma mulher
antes de grandes decisões, pois ela poderia fornecer uma visão diferente e mais direta das
coisas. Os modernos senhores da mentira alienaram a mulher de seus talentos naturais ao
promover a super conscientizada e preocupada mulher moderna, com seu falatório, com sua
persona neurótica-compulsiva de mulher metropolitana. Uma paródia do pior tipo de homem.
Oráculos são raros por natureza, e quantos foram escondidos e tirados de nós por mentiras
sedutoras. (((Eles))) sabem o quanto nós somos vulneráveis sem sabermos o futuro e por isso
guardam tal conhecimento para si.

43

Muitas vezes quando estou em novos países me encontro tão inquieto e com tanto desejo de
fazer alguma coisa ao ponto que, se os bares estiverem fechados, eu vou até o hotel mais
próximo e começo a incomodar. Já fui expulso de um incontável número de hotéis e bares no
passado ao contar minhas teorias sobre controle mental, sobre números de telefone
sugestivos, sobre os hábitos dos cães de caça africanos e a força da mordida da hiena. As
pessoas geralmente gostam de minhas estórias, mas a gerência dos lugares me observa pelas
câmeras com grande desconfiança e ciúme e chamam a “segurança”. No shopping já fui
abordado por seguranças diversas vezes pois enquanto caminho em tais espaços, sou possuído
por um espírito livre e veloz, e acabo ejaculando todos os tipos de palavras como um Tourette.
Eu visito bares gays com um bigode de Hitler e começo a contar para todos no bar sobre como
os Nacional Socialistas foram os primeiros a lutar pelos direitos gays em Munique e como isso
é admirável. Fome por espaço, claustrofobia – a mais nobre fobia – não é “apenas espiritual”.
Nada sério é “apenas espiritual”. Espiritual significa algo falso e gay – todas as reais
orientações existem apenas no sangue e mostram-se não apenas em circunstâncias extremas e
espíritos específicos, mas na vida cotidiana e nas necessidades diárias. Eu sempre quero estar
no centro da sala em frente a um grande espelho quando devo trabalhar, o que odeio fazer.
Todos os pensamentos que importam só chegam à luz quando caminhamos ao ar livre: eu sei
disso mesmo antes de ler isto em Nietzsche, que nos aconselha a desconfiar de todos os
pensamentos que temos quando entre quatro paredes, enclausurados. Acrescente a isso
qualquer pensamento que vêm à sua cabeça no miasma fétido da maioria das cidades.
Acrescente a isso, quando o dia inteiro você é assediado e alfinetado pela maldade dos outros,
maldade que emana do desejo vulgar de poder exibido por secretárias, por prestadores de
serviço. Os prestadores de serviço muitas vezes tentaram me oprimir. Larry Davids entendeu
este problema; mas ele ainda tenta ser “legal”, ele apresenta sua luta contra a opressão da
indústria de serviços com autodepreciação, com demasiada autocrítica. Eles são os demônios
mais maliciosos e maldosos. Hoje uma garçonete tentou levar minha xícara de café, embora
ainda houvesse uma pequena camada de café no fundo, minha camada fria favorita de café...
eu disse a ela, não, eu bebo isso, sinalizei com minha mão e mesmo assim ela insistiu,
enquanto me olhava nos olhos tentando tirar a xícara, e eu podia ver em seu olhar uma
mistura de desafio, luxúria masoquista, um desejo de usurpar, um desejo de me comer vivo.
Tive de repetir três vezes. Uma vez tive de empurrar o serviço de atendimento ao cliente
contra a parede pois ele não parava de me seguir comentando sobre vinho. Não quero parecer
um Ajax ou Teseu renascido, mas se tal homem nascesse hoje, ele seria rapidamente posto em
um asilo mental ou morto. Apenas os pequenos em espírito conseguem prosperar nestes
tempos. Desta forma eles destroem seu espírito de mil formas diferentes. Luzes de semáforos
o ensinam a obedecer como um animal enjaulado, especialmente a noite quando não há
carros ao redor. Ter que estar no banco do passageiro enquanto algum idiota dirige, eu não
pude aguentar isso e perguntei se ele não se importaria se eu me masturbasse enquanto
dirigimos entre duas cidades. “Claro, cara, pode ser, vá em frente, sem problemas...” disse ele,
o idiota, concordando. É por isso que eu visito os bairros mais sujos das cidades e entro em
cinemas pornográficos: gosto de ver travecos injetando silicone industrial no peito, gosto de
ouvir prostitutas trocarem conversa sobre como a palavra “homossexual” vem de “um homem
sexual” e que os homossexuais são apenas machos hiper sexualizados. Eu acredito que isto
seja verdade.

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Havia uma boate em cima de um cinema estranho que durante o dia funcionava como um
centro pornográfico. Um dia decidi ir até lá com um amigo, um velho estava a frente de nós e
então se aproximou e agarrou minha virilha. Eu empurrei seu rosto contra a parede e tive de
abrir meu caminho em meio a segurança. Ao sair, do lado de fora, enquanto corria procurando
um táxi uma negra cagava no meio da rua. No cruzamento, um velho Volvo cinza pilotado por
um motorista sem cabeça me esperava, e ao ver isso fui tomado por uma vertigem e fugi.
Algumas pessoas falam sobre essa “loucura por detrás de todas as coisas”. O mundo real é
muito diferente do que nos é revelado, mas não estranho ao ponto de ser abstrato ou
“filosófico”, como se costuma pensar. Não é abstrato, ou feito de formas eternas e perfeitas, é
o que é: imanente e distorcido. Não há qualquer significado moral que possa ser
compreendido. Quando Heráclito fala de todas as coisas serem fogo, ele quer dizer isso:
quando a realidade se mostra a você, há uma loucura demoníaca e violenta subjacente às
coisas. O mundo é real é similar às aparências, mas é estranho, diabólico e desordenado à nós.
Sua ordem oculta, seu X por trás das coisas, alcança tudo e visa além do nosso escopo como
seres humanos: é por isso que Lovecraft sabia a verdade, sabia que nosso mundo é moldado
por um demiurgo cego, esquizofrênico e retardado. A origem, os acontecimentos e o destino
deste mundo são moldados pelo jogo de vontades de terríveis entidades cósmicas, pelo
resultado de guerras de facções de deuses esquecidos... para eles somos como ratos
clandestinos em um navio. Isso se mostra cada vez mais vividamente em alguns sonhos que, se
tivessem continuidade, seriam indistinguíveis da vida desperta. Alguns, mas não todos, dos
loucos e insanos, são capazes de ver partes deste mundo, mas são todos profetas
desconhecidos e ignorados, sem voz. A psiquiatria é uma fraude que enfraqueceu toda a fé nos
profetas. Em todos os lugares o sinal está bloqueado.

45

Sempre fui atraído pelas mais desprezíveis e sujas seitas gnósticas: os carpocracianos e seus
análogos na khlysts na Rússia. Eles formavam grupos de mulheres em volta de um grande
mentor ou sacerdote que os guiavam em uma loucura orgiástica: o renascimento das
Mênades! O homem que se envolve com isso e comete algum erro acaba por ser comido vivo
como Penteu de Eurípedes (caso contrário, se torna uma peça inadequada). Os judeus
possuem uma versão paralela, tal como os francos. Todos estes acreditam que dentro de nós
há um elo com o divino, um elo preso à carne, limitado pela matéria. Como a matéria e este
mundo são obras do Demiurgo, as leis que governam este mundo, a carne e a matéria como
aparecem na Bíblia são leis satânicas. Para atingir a libertação deve-se cometer todo tipo de
crime, todo tipo de maldade, todo tipo de atrocidade: só assim se abre a porta do reino das
sombras... somente desta maneira se acha o Paraíso e os anjos que guardam seu caminho. Eu
não recomendo tal escolha! Muitos dizem que a Esquerda se baseia nesta ideia, de uma forma
secular, mas com o mesmo fim. Existem algumas coincidências estranhas que reforçam isso:
muitos dos judeus mais influentes na Esquerda, fundadores do esquerdismo mais agressivo,
são considerados por alguns judeus ortodoxos como seguidores do franquismo (a seita judaica,
não o movimento nacional castelhano). O mesmo se diz sobre Brendeis; certamente o pior,
mas não o único. Eu pessoalmente não acredito muito nisso, mas acho que são casos a serem
estudados. Eu sinto uma afinidade com estas seitas, mas não de uma forma direta: deixe-me
explicar. Em geral, você pode entender o gnosticismo e suas variações desta forma: a fé
hebreia é baseada em “tudo que vejo é bom” ... uma afirmação que significa que a realidade
foi criada por um Deus benevolente e bom e que a matéria e o mundo são bons. Há apenas
mais algumas outras religiões que pensam assim: o islamismo, por exemplo, e segundo
Schopenhauer, o paganismo romano e grego também, embora isso não seja completamente
verdadeiro. O otimismo grego é diferente do otimismo bíblico. O hinduísmo e o budismo
enxergam o mundo como algo a se escapar, acreditam no nirvana ou moksa que o liberta do
ciclo de reencarnações. Isto é absolutamente normal e se repete constantemente ao longo da
história. E isso contém um traço de verdade, pois o sofrimento obviamente supera seu oposto:
em qualquer vida individual isso é verdadeiro, pois os momentos de felicidade são raros e
passam rapidamente. O mesmo vale para caso se pense no prazer de um animal ao se
alimentar versus a dor e a agonia do animal ao se alimentarem dele... não se engane, o
excesso de sofrimento superando o prazer e felicidade neste mundo é constante. Muitos
ursos, alguns caçadores africanos e cães mordem o animal antes mesmo dele estar morto.
Então é melhor ser morto por um jaguar que despedaçada seu crânio com uma única mordida!
As mandíbulas de um jaguar são fortes, crescidas para morder o casco de tartarugas. Eu
acredito que este seja o gato mais compassivo, embora a maioria dos assassinos na natureza
sejam assim. Houellebecq fala que, quando criança, ele não conseguia suportar a voz calma,
satisfeita e “racional” que os narradores da natureza costumam usar ao tentar esconder a
obscura agonia dos animais, dos assassinatos a sangue frio. De acordo com qualquer
pensamento racional, a vida não vale ser vivida, pois a dor supera o prazer. Os niilistas
altamente medicados pelas pílulas hormonais da indústria farmacêutica costumam pensar
assim – os normais e saudáveis sabem que isso é verdade... mas também sabem que a razão e
o racionalismo são falsos. O gnosticismo é guiado pelo problema do sofrimento, ou pela
compaixão por aqueles que sofrem, e tenta absolver Deus da responsabilidade por tal
sofrimento. Alguns gnósticos dizem que o Deus da bíblia foi posto para dormir, ou aprisionado
em si mesmo, ou que é mantido preso a uma jaula com correntes de adamante, com um
impostor usurpando seu lugar. Outros dizem que o Deus descrito no Gênesis não é o real Deus,
mas um demiurgo, e que o real Deus enviou Jesus para desafiar o reinado deste demiurgo. Há
muitas variações, algumas inserem um demiurgo na equação, outras não. Mas 99% delas
removem a responsabilidade de Deus sobre a criação deste mundo e de todos os seus males.
Eles deveriam apenas ter se tornado hindus ou budistas e parado de tentar salvar a mitologia
de Canaã! Talvez, em seus primórdios, o cristianismo tenha sido o mesmo que o budismo e tal
semelhança acabou se perdendo nas confusões sectárias odiosas que distorcem a história. É
fácil pensar que esta é a religião de uma era sem esperanças, que é o subproduto da
decadência do Império Romano e o sintoma de um desespero agonizante. Mas é muito pior
que isso! O problema do homem, assim como o de qualquer outro animal, não é o estresse ou
sofrimento, mas o sentimento de não pode escapar: o desespero e o pânico são exaustivos.
Além das bordas do mundo conhecido existiam oceanos intransponíveis, incluindo a grande
terra das estepes e o Saara. A China e Índia eram conhecidas e o comércio com elas existia,
mas este é apenas um conhecimento vago, que poderia, em teoria, estimular o sentimento de
conquista e aventura. Houve, em outras palavras, muitas fontes possíveis para a sensação de
que além do mundo conhecido havia bastante a ser explorado. O mesmo sentimento de busca
pelo desconhecido motivou os portugueses, espanhóis e outros povos europeus a lançarem-se
na missão colonial de navegação e conquista, tal atmosfera também existia em Roma. Mas a
Vontade ou espírito não. Só havia exaustão em todos os lugares, o mesmo tipo de exaustão
que explica a história sem sentido da China, Índia e de todas as regiões agrícolas-sedentárias
estabelecidas há muito tempo. Guerras civis e golpes palacianos sempre acontecerão, mas o
espírito do homem estará quebrado pela habituação à domesticação e nada genuinamente
grande em corpo ou espírito acontecerá por algum tempo. Tal “habituação” inclui, é claro, os
“hábitos de sangue” que leva a reprodução e superprodução do supérfluo. Quando um grande
poder impõe domesticação em seus vizinhos e depois a si mesmo, os confortos crescem, e
então todos os nascidos experimentam a vida em um estado exaustivo e clamam para si
mesmos governos e religiões exaustas e estressadas. Certamente os obstáculos que
enfrentamos hoje são difíceis: o espaço sideral nos é transitável, mesmo que em teoria, e não
sabemos nada do que há do outro lado... tudo que já conhecemos parece estéril. E ainda sim,
esse tipo de limitação física não é a causa real de uma exaustão espiritual que anseia por
algum tipo de escape. É próprio do caráter da vida domesticada apresentar o mundo como um
espaço já conquistado e tomado, embora a humanidade tenha se adaptado em conjunto para
essa condição, tanto biologicamente quanto culturalmente, embora tal afirmação continue a
aparecer nos de estirpe mais inferior e de menor ímpeto. Eles não conseguem experimentar
este novo desconhecido, esse novo estado de coisas nas civilizações tardias, sem sentir um
intenso medo e um humilhante pavor de que o mundo é artificial. Ele começa a sentir que esta
estufa em que ele vive é uma tortura, um malévolo da criação de um demiurgo que gosta de
observar nossos sofrimentos. Em um futuro remoto, caso a inovação humana continue sem
controle, nós realmente iremos viver no mundo que os gnósticos temiam, e nisto, a centelha
de vida e energia vital que é a dádiva da natureza a todos os jovens nascidos em seu ventre
permanecerá aprisionada na “matéria maligna”, uma matéria totalmente estranha aos desejos
e funcionamentos inatos, mas moldada em benefício de alguma outra coisa. De muitas
maneiras, o mundo que habitamos hoje já antecipa este inferno vivo dos gnósticos, e a
resposta daqueles em quem a dor da modernidade é mais avançada e insuportável, é o
transexualismo. O transexualismo involuntariamente ajuda a separar ainda mais a realidade da
natureza e torna nossa domesticação progressiva mais totalitária e agressiva. Há vocês, que
desejam lutar contra esta tirania invasiva, lembrem-se que em condições de crise a opção
“carpocraciana”, ou seja, a atração pelo crime e pela desordem, pode ser muito grande...
mas... lembre-se que você está a beira do abismo... e pergunte-se de que maneira você
interpretará tal chamado...

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Tenho interesse na falsificação da história e possivelmente da geografia. Creio que a


humanidade é excessivamente estúpida e fraca, não se pode confiar em uma única palavra do
que nos dizem ser verdade. Não tenho dúvida alguma de que suas religiões são verdadeiras,
mas podemos mesmo ter certeza que nenhuma facção ou seita perversa não corrompeu as
hierarquias sacerdotais ou as editoras de livros e inseriram coisas que não deviam estar ali?
Por exemplo, todas as cópias antigas da bíblia em eslavo costumavam ter traduções e
interpretações gnósticas. Isto explica todo o tipo de loucura religiosa que se espalham de
tempos em tempos, como aqueles que castram a si mesmos, ou como os Doukhobors que
zombam e proíbem a nudez altiva para promover a nudez dos deformados. No Ocidente há
coisas similares: como você acha que o catarismo alcançaram tanta influência no norte da
Itália e na Renânia? Porque não era algo novo, mas sim um novo sopro de vida de
ensinamentos antigos. Alguns eram ensinamentos pré-cristãos, outros se espalharam com os
primeiros anos da Igreja e preservaram elementos do cristianismo primitivo com
maniqueísmo, magismo e outras coisas estranhas. Então por que as religiões que existem hoje
não seria falsificações? O Islã pode muito bem ser uma falsificação: o alcorão é um amontoado
de coisas sem sentido e pode até mesmo ter surgido de um religioso católico sírio que foi
reeditado muito tempo depois. Maomé é análogo a Cristo e tal fé originalmente era uma
versão do nestorianismo que foi espalhada pelos persas, não pelos árabes. Toda a história de
Heráclito contra a Pérsia, assim como a queda da Pérsia para os árabes pode ter sido inventada
pelos dois lados, uma mentira obviamente esquecida e hoje interpretada como verdade. Que
evidência histórica ou arqueológica existe para comprovar a existência de Maomé? Mas, você
tem alguma ideia do quão presunçosas são as evidências arqueológicas? Leia, por exemplo, o
tipo de “evidência” usada para comprovar o domínio de cavalos nas estepes antes de 1000 A.C
– alguns, talvez cinco ou seis, ossos que parecem ser de cavalos. A vida é curta, a reencarnação
do homem é incerta e pode acontecer daqui a bilhões de anos: você irá confiar com sua vida
nestas mentiras asquerosas? Veja Tucídides, um grande homem e um gênio cujo legado ecoa
através das eras: ele procurou superar Heródoto, e este é o padrão por toda a Antiguidade.
Todo grande historiador procura superar seu antecessor. Você acha que eles não exageram e
inventam coisas? Quantas coisas foram exageradas e inventadas pelo escolar, pelo escriba,
pelo monge – o “nerd” clerical? Eles mentem muito mais do que você possa imaginar... o nerd,
mais do que Tucídides, é possuído por um espírito de mentira, vaidade, inveja e
ressentimento. Você não acha que tais pessoas, que, durante muito tempo sob o manto de
monges mantiveram todo o conhecimento somente para si e que “preservaram” as relíquias
da Antiguidade não acabaram por corromper tais livros, tal conhecimento? Não acha que
deliberadamente ocultaram termos e conceitos, reeditaram livros e apócrifos e até mesmo
criaram textos inteiramente novos apenas para seu próprio capricho? Corroborações de
“terceiras fontes” são facilmente manipuláveis também. Mas, de qualquer forma, Flávio Josefo
utilizava a rivalidade entre os historiadores gregos para colocar em dúvida todos os mitos e
histórias gregas em geral, e nisto ele não estava inteiramente errado. É claro, ele estava errado
em achar que nos arquivos igualmente controlados de outros povos, como os egípcios,
babilônicos e romanos, não havia tal perversão. Nietzsche se refere a falsificação da história de
Israel que ocorreu algum tempo após a morte de Josefo – e aqui acho que ele se refere a
Macabeus. Não há qualquer relato não-hebreu sobre judeus existindo antes do reinado de
Macabeus – Heródoto nunca os mencionou. Mas há evidências de que a falsificação ao qual
Nietzsche se refere ocorreu muito tempo depois. Muito da Antiguidade pode ter sido
inventado por sectos e ordens cristãs e até mesmo judaicas, manipulações para parecer que
suas religiões contraídas, utilitárias, artificiais e inventadas tenham alguma base na cultura e
natureza humanas ou que foram antecipadas pelos grandes sábios do passado. Quando, na
verdade, sua energia foi direcionada à suprimir o espírito natural do homem, a reverência
inata do homem pela magnificência dentro dos animais e das coisas. No fim, nada é confiável a
não ser o que se possa ver e sentir por si mesmo.

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Não sabemos se toda a Antiguidade, ou talvez uma grande parte dela, não foi simplesmente
inventada por monges medievais ou humanistas italianos na Renascença... ou se algum escolar
excêntrico de Constantinopla ou algum monge na Ibéria inseriu livros e diálogos novos nos
escritos platônicos e quiçá de outros autores. Nietzsche afirma que Platão “estudou com
judeus” no Egito... o que ele estava tentando dizer? Pode ser que, como alguns dizem, os
judeus sejam uma invenção relativamente nova, que eram uma seita de árabes em Cardoba,
um grupo que criou partes de Platão e Aristóteles... ou que corromperam os monges... talvez
trabalhando com grupos secretos de monges na Europa e posteriormente no Vaticano. O que
é o Vaticano – e se ele não existisse, vejamos, antes de 1200? Maquiavel menciona que São
Gregório queria destruir completamente toda a cultura pré-cristã e que estes homens
histéricos vestidos em negro destruíam estátuas e queimavam livros. Como você realmente
pode saber o alcance que eles tiveram ou a margem de sucesso de tais atos? Como você pode
saber se o legado da Antiguidade que Maquiavel diz ter sido preservado por estes mesmos
homens em negro – pois eles entendiam Latim – não foi quase que completamente
corrompido por suas “transcrições”? Toda nova forma de vida reescreve a história por vezes
de forma literal, corrompendo o texto original. Há alguma evidência de que os desafortunados
e inconstantes “Doutores da Igreja” sequer existiram? Agostinho é quase que certamente uma
ficção e tal homem não existiu – seu uso do grego é absurdo, um grego improvisado de monge
medieval, talvez morando em algum lugar na Borgonha. Não se precisa procurar tão longe. Já
ouvi outras teorias menos estranhas: de que o Novo Testamento foi escrito por uma judia,
como paródia de uma tragédia grega. Um esforço para superar a hegemonia romana, de
desmantelar o “privilégio romano” – utilizando a inversão do Mistério grego envolvendo o
culto de Dionísio. Isto não soa familiar com nossos tempos, com todas suas mentiras e
histórias inventadas... incluindo a assim chamada “Guerra Fria”, a qual os Estados Unidos
estavam financiando e armando a União Soviética desde o começo? Se Nietzsche acreditasse
em tais coisas, ele certamente não utilizaria seu nome ao concordar com elas ou as afirmaria
em público – mas, pode ser que quando ele afirma que Platão não é grego, ele realmente
queira dizer isso? Será Platão, ou pelo menos muitos de seus escritos, uma invenção de um
polimático bizantino ou de um monge beneditino? Tais especulações são o oposto do
conforto, especialmente em um mundo em que as consolações e certezas religiosas são raras.
A História de alguma forma tomou o lugar que a religião ocupava, tomou sua função de
promover a estabilidade do mundo completamente perdido em caos e incerteza. Eu desejo
esse caos, pois o que desejo trazer mora nele. A continuidade da História, se não seu
progresso, é o último fio secular, a última explicação do homem científico desencantado com o
universo nesta rocha flutuante, é o jogo titânico de forças alienígenas... é a última conexão que
temos com qualquer sanidade. Mas, e se não houver qualquer certeza do que consideramos
fatos históricos? E se o que temos não é na verdade uma bagunça desordenada e confusa do
que é considerado História – e se os eventos da Antiguidade foram confundidos com eventos
da Era Medieval, por exemplo? Fomenko sugere que as Cruzadas e a Guerra de Troia foram na
verdade a mesma coisa, uma sugestão tão desorientadora que me senti perdido no restante
do dia em que a li. No saguão, quando o segurança me perguntou se eu estava usando drogas
e me empurrou para fora em um gesto de majestade e poder, me vi sendo espancado por seus
capangas em um beco. As especulações de Anatol Fomenko, as assim chamadas “hipóteses do
tempo-fantasma”, clamam que ao menos três séculos foram completamente inventados e
colocados em nossa linha de tempo... o que em si é apenas uma especulação pequena. Há
especulações maiores e mais terríveis. Vivi uma vida errante e às vezes ficava confuso com
uma estranha semelhança entre certas esquinas, entre o cheiro deste e daquele prédio que eu
supunha serem diferentes, uma estranha semelhança entre duas ruas que, anos depois, não
sabia mais diferenciar. Creio que valha a pena se investigar, por exemplo, se a Cidade do
México não é exatamente a cidade de Bangkok, e se a assim chamada Península Baja e a
Malásia não são a mesma coisa. Há de se investigar, também, a semelhança entre pratos como
o mole e o curry tailandês, ou a semelhança entre as línguas kwak’ing dos Oaxacas e Chiapanes
e o idioma Laosiano. Ouvi rumores de que, à medida que você se aproxima de Porto Príncipe,
você começa a ver as luzes Manila, e que as ilhas caribenhas não são diferentes das Filipinas.
Ambos os povos apreciam a carne de porco grelhada, o arroz com queijo, delícias como
espaguete com katchup e o cachorro quente. As favelas de Bangkok não se diferem muito das
da Cidade do México, e o Camboja se parece muito com a Guatemala (Honduras é uma
invenção por completo). Dizem que em alguns lugares, quando Colombo chegou as Américas,
Cuba não se diferenciava muito de Cingapura ou do Japão, e que de fato ele realmente
descobriu a Ásia. Todo o Novo Mundo (e muitas outras áreas do mundo) é uma fraude. Pode-
se ir até Xangai a partir de Manhattan em apenas duas horas a partir de uma linha de trem
subterrânea. E se você se pergunta porquê então tantos viajam de avião, bem, não é tão difícil
haver algum tipo de acordo secreto entre os poucos pilotos de avião existentes para manter
isso em segredo e usar rotas tortuosas e longas para fazer o tempo de voo parecer mais longo.
Lembre-se, também, de como eles podem manter ilhas e até mesmo continentes inteiros em
segredo – poucos podem se aproximar dos polos Norte e Sul e talvez existam refúgios tropicais
nos dois. Há um estimado estudioso na Índia que aponta que o ano nos Vedas têm seis meses
de luz e seis meses de escuridão.
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Você acha que estou promovendo a ideia do “nobre selvagem”? Você entende que sua visão
de “nobre selvagem” é apenas uma miniatura da China, uma China espiritual em menor
escala? Não há algo como nobre selvagem por aí: Mark Twain ataca o Homem Vermelho (o
indígena nativo-americano) como um infiel mentiroso e desonesto. Ok, tudo bem. Isso não me
incomoda: minha ideia de nobreza e vitalidade é diferente. Mas... escolha qualquer visão de
nobreza que desejar pois não importa no final das contas, você não achará isso como regra
entre os primitivos. Você idolatra plebeus. Você admira selvagens em ilhas isoladas que
convivem como “um com a Natureza”, peço-lhe, então, que veja o que aconteceu com
Margaret Mead, veja como os polinésios a puniram – a maioria das coisas que ela escreveu
sobre suas visões acerca da vida, da liberdade sexual e etc, não passavam de mentiras
inventadas para fazê-la parecer uma idiota. Da mesma maneira tolos como Gimbutas e outros
que acreditam que a Humanidade em algum momento remoto viveu sob jugo de um
benevolente matriarcado, “unidos em um com a Natureza”, não passam de imbecis. Em todos
os lugares historiadores e arqueólogos descobrem que o que pensávamos ser matriarcado não
era nada disso. Você vê isso na Odisseia, em que o direito de sucessão ao trono pertence
àquele que é marido de Penélope, sendo o filho de Odisseu, Telêmaco, um pária. A sacerdotisa
local dos ritos de fertilidade, de floração e desabrochar das rosas e plantas, que faz as colheitas
serem bem-sucedidas, a sacerdotisa da terra e dos deuses locais ligados à ela – quem se
casasse com esta mulher teria o direito a um certo privilégio e até mesmo prestígio de rei. Isso
é verdade, mas eram os homens que decidiam com quem ela iria se casar, e eles decidiam
sobre a soberania do reino também. Em toda parte em que se procura uma espécie de
matriarcado formal, se vê na realidade o exato oposto. Quando se encontra poliandria entre
alguns habitantes do Himalaia, são os homens que compartilham uma mulher por falta de
recursos ou por alguma outra circunstância, nada mais que isso. Por qual outro mecanismo,
afinal, as mulheres governariam? Afinal, são muito mais fracas e fisicamente incapazes de se
organizar politicamente sem os homens. Mas... mas... há de haver alguma maneira para elas
governarem. E assim, os desmistificadores do matriarcado estão corretos, mas não conseguem
enxergar três palmos além disso, não veem o suficiente das relações sociais entre os
primitivos, e mesmo entre os civilizados, para perceber que o matriarcado é em certo sentido
uma realidade. Já falei um pouco disso anteriormente. Você acha traços do matriarcado entre
os chineses, os sicilianos, entre o clã governado pela velha avó. Quando muitos dos modernos
anseiam pela “vida em comunidade” e falam sobre famílias intergeracionais... eles esquecem
do dragão ou da Dama Górgona por trás disso. A garota moderna, quando anseia pela
comunidade da família pré-moderna estendida, imagina obter dela o apoio emocional e social
de suas primas, e uma equipe de servos nos avós, não a realidade...que é a sujeição total à
sogra. O moderno asiático do Sudoeste da Ásia, cujos ancestrais viveram em “cidades”
orientais por gerações está completamente em dívida com sua esposa... leia qualquer estudo
antropológico escrito antes de 1970 para ver a verdade sobre a vida social asiática. Na África,
os homens estão completamente derrotados e submissos ao matriarcado em todos os
sentidos: as mulheres comandam toda a produção de comida sem ajuda dos homens, que
dependem delas para a ração diária de sopa amassada em grãos. Às vezes, para quebrar a
monotonia, eles procuram carne de caça, mas vivem principalmente como fazendeiros
dependentes das mulheres que cuidam de um pedaço de raízes bagunçadas a qual chamam de
tribo. A vida social nestes lugares é gerenciada por sociedades secretas. O aparente poder
político é frágil e sem sentido: sociedades secretas interligadas, baseadas na manipulação
através da magia branca e negra, são a verdadeira fonte de todas as decisões tomadas na
aldeia e nas cidades. Mulheres possuem uma função proeminente nestas sociedades, e até
mesmo as governam: há uma longa tradição de respeito às mulheres por sua função de
oráculo, o que é até mesmo natural. A sacerdotisa Iorubá em êxtase na água recebendo visões
não é muito diferente de Pítia. Mas onde Pítia se submeteu à masculinidade viril, solar e
juvenil de Apolo, tal conquista jamais aconteceu na África, nem em muitos outros lugares. E
assim, uma espécie de matriarcado funciona secretamente, de modo que tanto a “Esquerda”
quanto a “Direita” são enganadas. No final das contas, a “Esquerda” está correta: a adoração
às forças titânicas da terra, da Grande Mãe, está ligada à uma espécie de matriarcado, mas
estão errados em imaginar que isso leva a qualquer tipo de liberdade, que representa uma
espécie de libertação das restrições da vida moderna, da dor da especialização, da submissão à
autoridade moral, à moderna alienação e todas as outras coisas que eles gostam de culpar. Na
verdade, tudo que é odiável na vida moderna e que a torna uma prisão – e eu concordo que é
uma prisão – representa o retorno à interminável noite do matriarcado. É um retorno em
todos os sentidos, você deve interpretar isto como literal! Nietzsche afirma que na moderna
Europa se vê a reafirmação dos valores pré-Arianos, o retorno ao socialismo, ao feminismo, e
que isso está acontecendo conosco também internamente, onde os instintos superiores do
espírito estão sendo ultrapassados fisiologicamente pelo retrógrado e pré-histórico. A vida da
aldeia e do primitivo é a total sujeição, total domesticação e total quebramento do homem. O
“matriarcado” que existe, e que exerce grande influência e poder na esfera social e moral, é
apenas a manifestação deste quebramento. A solidariedade comunal absorve e inibe a
distinção ou inteligência pessoais e tal tarefa é relativamente fácil quando diz respeito à
maioria das aldeias: o verdadeiro problema é o que fazer com os jovens do sexo masculino.
Eles representam uma ameaça aos costumes estabelecidos e ao torpor fisiológico que
beneficia os idosos e mulheres. O problema social nas tribos primitivas, bem como na maioria
das sociedades civilizadas e não livres tornar-se o que fazer com os jovens homens, com sua
agressividade, seus instintos sexuais: em todos os sentidos eles devem ser quebrados e
controlados para benefício da tribo. Isto é mais ou menos fácil para a maioria, que carecem de
força vital em qualquer quantidade significativa, porém, é mais difícil para o restante, e onde
for impossível é destinado o fardo de pária, ou, mais provavelmente, morte. Você se engana se
imagina que “os rapazes são necessários para proteção de perigos externos”, na verdade
muitas das sociedades sedentárias, tanto as primitivas quanto as civilizadas, estão mais
inclinadas a aceitar o risco de invasão e submissão à outras tribos do que permitir a livre
manifestação da Vontade juvenil e masculina. Em uma determinada área, se muitas tribos
seguirem o mesmo caminho de auto domesticação, o risco dificilmente é grande e alguns
“guerreiros” maltrapilhos são o suficiente para proteger a tribo de seus vizinhos. Mas nos
casos em que há uma grande ameaça externa de tribos mais vigorosas, tais sociedades, muitas
vezes governadas por mulheres, por velhos e imbecis, estão dispostas a aceitar a sujeição ao
estrangeiro do que permitir a liberdade e o florescimento de seus jovens. Eles estão certos
neste cálculo: sujeição à uma tribo estrangeira raramente significa o extermínio em suas mãos,
enquanto permitir que seus jovens exerçam toda sua liberdade e poder acabariam com seu
modo de vida deplorável para sempre. Mas a submissão muitas vezes significa uma tributação
esporádica que costumava ser realmente difícil de impor: os camponeses são ótimos em
esconder seus estoques de mercadorias e até mesmo de campos. A rotina de humilhações, de
sujeição, de perda de honra e ocasionalmente de estupros, assim como a perda de soberania,
pouco significam para tais pessoas. Desde que estejam autorizados a continuar sua vida
comunal inalterada sob a sujeição de outro, então está tudo bem e podem contentar-se com
tal submissão. Essa era a sina de muitas das assim chamadas “antigas civilizações” da
humanidade, especialmente China e Índia. Os Han sofreram as mais terríveis ameaças externas
dos povos das estepes e eram frequentemente conquistados por alguns pequenos exércitos de
cavaleiros que eram superados em número facilmente. Eles simplesmente não se importavam:
sua vida imutável de comunidade continuou, não importando se o suserano fosse jurchén,
mongol ou yi. Os indianos, quando atingiram o período de governo sacerdotal, também se
degeneraram: foram conquistados verão após verão por aventureiros e senhores da guerra
hindus e de além-terras. O Afeganistão governava a Índia. Mas a sujeição lhes convinha.
Lentamente, com paciência, o tempo estará do seu lado. Os chineses esperaram e esperaram...
“o dia virá quando o conquistador também estiver exausto, seu sangue gasto: então ele se
juntará a nós, o povo.” E eles estavam certos. Esta é a famosa assimilação chinesa, a
assimilação do esgotado e gasto. Não há nenhuma maneira mais exata de definir os chineses
do que como a redução do gênero humano à mera vida: eles não são o que normalmente se
entende como “civilização”, mas sim uma população uniforme, uma bolha indiferenciada de
servidão que busca sujeição e sobrevive através disso. Esta é a regra do matriarcado. O mesmo
vale para os indianos e muitos outros povos. Os chineses muitas vezes preferiram tal caminho
à liberdade de deixar seus próprios homens se afirmarem e ganharem soberania. Na breve
ocasião do século XV, quando começaram a construir uma marinha, com os vislumbres de
liberdade para os jovens veio o fermento para a desordem da ordem caduca, e assim a velha
sociedade rapidamente anulou tal projeto. Tais sociedades não podem mudar sua essência
mesmo que desejem ardentemente: os interesses da vida ao marasmo estão enraizados. A
vida domesticada é tudo que conhecem: o quebramento dos jovens desde cedo, a castração
física, espiritual e mental dos meninos desde cedo. Isso acontece até mesmo em tribos
menores. Quando se tornam civilizações, quase sempre se parecem com a China, ou com as
detestáveis cidades do Império Asteca, da Babilônia e outros deste tipo. Nota-se porque
pessoas como Evola, Guenon, Jung e todos seus seguidores trilham o caminho errado. A vida é
atrofiada e quebrada por uma “tradição”, com raras exceções permitindo a vida em ascensão.
Como uma regra, a vida é deformada e degenerada pelas hordas humanas. É por isso que os
humanos são animais nojentos e devem ser superados. Esta é a “vida livre e primitiva” do
nobre selvagem, este é o “matriarcado” que mantém sua fé na natureza de forma
“sustentável”. Na verdade, a vida na aldeia primitiva e naturalista dificilmente é sustentável:
tais lugares são vorazes de recursos, e muitas vezes cruéis com animais e pessoas. Uma
paródia de tal sociedade em pequena escala é o filme A Praia. O reinado do fraco nunca é bom
e sim algo incrivelmente cruel em que ocorre até mesmo o canibalismo. Canibalismo é o modo
de vida do inseto, ao qual o humano degenera nas condições de ginocracia. O canibalismo é o
eterno caminho dos humanos que se submetem à Vênus de Willendorf e à todas as “madres
da terra”, pois este é o caminho do mal pútrido que busca a dissolução de toda vida superior,
espiritual e biologicamente, para a lama amorfa do pântano. Se você viajasse para a Europa
por volta de 3000 A.C, você provavelmente encontraria habitantes do Neolítico de cabelos e
olhos negros vigiando aldeias decoradas com crânios humanos, com ovelhas e cabras
rastejando em merda enquanto os habitantes da aldeia se alimentavam daqueles “escolhidos
pelos deuses” – qualquer um, homem ou mulher, distinguido apenas pela sua vitalidade – e
provavelmente lhe bateriam com algum bastão rústico em forma de dildo questionando seu
privilégio como viajante.
Esta é a condição em que a maioria da humanidade viveu até recentemente, e é o sufocante
miasma ao qual o mundo moderno está voltando rapidamente, por dentro e por fora.

Chega desta prisão. Suponho que você queira saber uma saída, ou, pelo menos, ouvir falar
sobre um modo de vida diferente?
PARTE TRÊS: HOMENS DE PODER E A ASCENSÃO DA JUVENTUDE
49

A vida atinge seu auge não nas aldeia fétida governada pela grande mãe, mas sim no Estado
militarista. Na Grécia Antiga, na Itália Renascentista e do heroico Paleolítico até a metade da
Era de Bronze da alta cavalaria, viveram homens de grande poder e magnificência aos
milhares. Nós somos inferiores à eles de todas as formas. Fisicamente, espiritualmente e
intelectualmente eles nos superavam facilmente. Por exemplo: nossos atletas de alto nível,
nossos operadores militares de elite, são apenas macacos treinados comparados aos antigos
heróis. Nas ossadas do Paleolítico podemos encontrar fêmur tão robustos que nenhum
maratonista da modernidade seria capaz de igualar. Tais homens eram capazes de correr em
velocidade e constância hoje inimagináveis. Você sabe sobre a Batalha de Maratona, mas não
toda a estória. A verdadeira façanha não foi apenas um soldado ter corrido trinta e dois
quilômetros ou mais para avisar Atenas sobre a aproximação das hordas inimigas. As legiões
atenienses estavam cobertas por armaduras de bronze, esperando os persas na praia,
imponentes. Após os persas desembarcarem, tais legiões correram até eles por mais de um
quilômetro. Os persas ficaram maravilhados com a linha de bronze brilhante correndo em
direção à eles brandindo seu grito de batalha. Estes homens correram mais de um quilômetro
com uma armadura muito pesada e carregando uma lança de mais de um metro e oitenta de
comprimento. Eles empurraram os invasores de volta ao mar e logo após esse grande feito
marcharam sem descanso de volta à Atenas para evitar que os persas fizessem um ataque
oportuno. Não creio que nenhuma unidade militar especial moderna seria capaz de tal feito,
especialmente se você considerar que tais guerreiros eram o cidadão ateniense médio. Eles
também nos superaram em mente e espírito: seus sofistas lembravam-se de cinquenta coisas
e quiçá mais estudando-as apenas uma vez. Alguns tinham o dom da visão remota, dom
buscado futilmente pelos Rosacruz e cujas inteligências americanas e soviéticas buscaram em
vão redescobrir. Eis a vida em seu auge. Sabemos sobre a grande ciência, a grande arte e
literatura destes velhos tempos, ou ao menos achamos saber. Mas o verdadeiro gênio destes
homens era a aventura, a expansão, a conquista e a aventura. Ésquilo possuía em seu apócrifo
o reconhecimento e exaltação de sua morte durante a Batalha de Maratona, não suas grandes
obras. O homem livre é um guerreiro, e somente um homem forjado para a guerra é um
homem de verdade. Devemos olhar para suas vidas em busca de inspiração e antecipar com
grande entusiasmo o retorno de tal vida. Porém, receio que os exemplos antigos de força, de
homens de poder da Antiguidade, serão desanimadores a vocês. Desanimadores porque não
se pode reproduzir seus feitos e poder em nosso presente, e também, porque muitos de vocês
são frouxos quando comparados à eles, inferiores em sangue e espírito. Mas acho que é bom
nos lembrarmos de que somos maricas quando comparados com eles. Ademais, embora não
seja possível imitá-los em todos os sentidos, pois o presente que vivemos é uma era de total
repressão e degeneração, ainda se pode usa-los como inspiração e exemplo, e tentar viver
como eles de alguma forma... viver com um mindset da Era de Bronze, adotar o Bronze Age
Mindset. Não se engane. Este não é um livro de autoajuda, eu não estou interessado em lhe
ensinar como viver – ninguém está e nem pode. Estou interessado apenas na subjeção da vida
e a asfixia da vitalidade. Espero poder lhe mostrar que as coisas não precisam ser assim, e que
você não precisa se limitar às pequenas coisas. Acima de tudo, você deve alcançar a grande
potência, independência física e militar. Somente o guerreiro é um homem livre. O único
governo correto e justo é o governo militarista, e qualquer outra forma de governo é hipócrita
e destrutiva que leva ao enfraquecimento da verdadeira liberdade. Você deve mirar alto! Saiba
que quando você e seus amigos trilham o caminho do poder e ascensão nada tem o direito de
lhes parar, e nada pode lhes parar! Digo especificamente para o militar e para aqueles que irão
ser. Algum tempo atrás eu conversei com um fren sobre o Generalíssimo Alfredo Stroessner.
Ele foi ditador do Paraguai por quarenta anos. Ele deitava-se para dormir às 01h da manhã e
acordava às 04h, além disso ele fazia uma siesta de uma ou duas horas durante a tarde (isto foi
antes do ar condicionado, e a siesta é uma necessidade em lugares tropicais). Durante o dia
inteiro ele trabalhava implacavelmente pelo seu país e para combater a perversa e satânica
ameaça comunista que massacraria seu povo – mas também fazia isso pela glória! O fren em
questão me disse que eu deveria ser mais específico: você não pode encorajar as pessoas a
esforçarem-se assim para passar de nível no World of Warcraft, ou numa carreira no interior
de designer, não há qualquer honra nestas coisas. Eu concordo! Quando você olha para tais
eras em que a vida está ascendendo, a grande vitalidade em seu sangue é tão intensa quanto
os objetivos que alcançam. E embora nós vivamos na mais degradada das eras, ainda é
possível destruir esta Babilônia e fazer com que o fogo eterno da juventude o eleve às alturas
do poder. Em sua própria vida você pode libertar todo seu poder juvenil e ascender em um
caos de alegria e destruição. E eu já posso ver nosso futuro, consigo ver uma linha tênue
distante no horizonte do vasto oceano violeta – vejo as ilhas da Hiperbórea, na borda do
Leviatã, onde seremos capazes de estabelecer novos postos avançados e subjugar esta grande
fera.

50

Imagine Mitt Romney, mas diferente... um Romney realmente capaz de agir de acordo com
sua aparência, capaz de ser digno de si. Imagine um Romney mais novo que desperta a ira da
nação para uma nova guerra contra a Índia, utilizando apenas o poder de seu carisma e
oratória. Em seguida, ele parte com seus navios para liderar seus exércitos em direção à
conquista. Mas então surgem rumores de que Mitt organizou um jantar satanista em Nova
Iorque. Além disso, as pessoas descobrem que alguém vandalizou o Museu do Holocausto e o
Memorial Lincoln... espalham-se rumores de que Mitt e seus amigos planejam um golpe de
estado. Então ele é convocado para retornar de seu comando militar, para ser investigado e
julgado por seus supostos crimes. Mas ao invés de retornar, Mitt foge para a Rússia e se torna
o principal conselheiro de Putin, porém, pouco depois é descoberto que ele havia se tornado
amante da mulher de Putin. Ele então foge para a China, onde, milagrosamente, se torna uma
grande força política adotando os costumes e o idioma chinês com facilidade. Depois de algum
tempo ele sai da China e vai para o Afeganistão, vivendo em meio as tribos afegãs como um
deles, até ser finalmente encontrado pelas forças especiais americanas, mas ao invés de se
render, ele resiste e os ataca repetidamente com uma metralhadora e uma armadura dourada
e brilhante com um elmo como de Duna. Exatamente assim, e em detalhes muito melhores, foi
a vida de Alcebíades de Atenas. Quão inconcebível! Mesmo um homem versátil e chamativo
como Trump está muito longe de ser tão corajoso e inconstante quanto Alcebíades. Não há
nada como Alcebíades em praticamente qualquer era da humanidade. Talleyrand é famoso
por ter servido à Revolução Francesa, ao Império à Restauração e à Monarquia de Julho, sendo
de alguma forma bem sucedido em todos os eventos e formas de governo, o que é raro o
suficiente para faze-lo famoso e imortal. Mas isto tudo aconteceu em um único país. O mérito
de Alcebíades é ainda mais surpreendente pelo fato de que as culturas por onde ele passou
eram totalmente diferentes, realmente diferentes, com modos de vida totalmente estranhos
um ao outro, e mesmo assim ele conseguiu se destacar em todas. Acredito que isto se deve
porque em Atenas, onde cresceu, ele escolheu o deus do erotismo e da paixão como seu
patrono. Alcebíades era jovem, bonito e esbelto, admirado e desejado por muitas mulheres e
homens. Ele rejeitou os avanços do pedófilo Sócrates, uma história que Platão inverteu e
distorceu como o mentiroso e fenício lascivo que era. Alcebíades se destacou no atletismo e se
recusava a tocar flauta porque fazia suas bochechas parecerem inchadas e ridículas. Outros
jovens o seguiram e consideravam a harpia nobre, diferentemente da flauta, que era um
instrumento para escravos e chupadores de pau. Conforme seu poder crescia, ele adicionava
trovões ao Eros gravado em seu escudo, o que escandalizou os velhacos. Ele mostrou-se como
um discípulo da força vital irreprimível, um devoto do jovem deus da paixão sexual e
destruição total: mostrou que nenhuma lei ou palavra humana ficaria em seu caminho! No
começo havia a palavra? Não! No princípio havia o fogo demoníaco que irrompia em homens
como Alcebíades e derrubava as cidades dos homens expondo todas as suas tolices! Tais
homens são enviados pela natureza para nos castigar e ser nosso Nêmesis. Eles são a grande
chama da purificação. A história dele foi contada por Tucídides e Plutarco, embora devo avisar
que o último seja um mentiroso. Creio que deve haver dentre vocês alguém tão imponente e
tempestuoso quanto Alcebíades.

51

O mistério do rigor mortis é bastante revelador! Por que a carne morta é rígida? Foi feito um
estudo em que colocaram carne rígida morta em ATP, a principal das fontes de energia, e
então a célula morta “renasceu” e os músculos atrofiados relaxaram e amoleceram. O estado
fisiológico natural é o estado em relaxamento. A carne que é rígida ou solta está desgastada,
mas a biomatéria energética vibra em repouso: pode-se notar na pele brilhante de jovens
saudáveis como Pietro Boselli. Uma vez escrevi uma carta para ele, pedindo que ele permitisse
que dezenas de mulheres tocassem em público sua pele vibrante, macia, brilhante,
semelhante a uma borracha. O mundo moderno se exaure e torna tudo rígido ou em uma
bolha difusa. Fisiologicamente a modernidade promove o aumento do estresse, do estrogênio,
da serotonina, da hiperventilação, da superexcitação, marcas da exaustão de energia. Tudo
isto leva a perda da forma e da beleza, eis a intenção de tais estímulos. A isto também segue
uma rigidez espiritual e intelectual, a orientação à ideologia, ao ativismo social, males que
afligem até mesmo a classe média e os intelectuais de Direita e Esquerda, os trabalhadores do
mundo corporativo e até mesmo os militares. Aqueles que vivem nesse mundo são rígidos e
contidos porque, em suma, vivem em medo absoluto, medo de perder tudo. Eles têm pouco a
perder, mas vivem com um medo terrível e é por isso que passam por períodos de perda de
potencial, de desespero e inquietação. Nossos políticos agem de maneira semelhante. Todos
estavam cansados de chavões robóticos e sem graça repetidos incansavelmente com rigidez
pelos escravos engravatados; é por isso que um homem como Trump surgiu, alguém que
parece não se importar, que demonstra alegria no escárnio da miséria que é a nossa realidade
ultrajante – ele seduz. O mundo moderno é, em suma, um desmancha-prazeres. Mas a
Antiguidade grega era bem diferente, diferente também dos excessivamente sérios atores com
sotaque britânico que os interpretavam em dramas de época. O que eles admiravam era um
descuido e liberdade ao constrangimento que nos chocaria, especialmente ao esquerdista
austero e o conservador rigoroso. Havia um homem chamado Hipócrates de Atenas,
considerado um dos mais belos jovens: Heródoto conta que ele foi um dos homens mais
admirados do mundo. Hipócrates tentou, junto com dezenas de outros jovens de várias
cidades gregas, se casar com a filha de um autocrata muito rico e importante da Sicília. O
autocrata decidiu testar os pretendentes para descobrir qual seria o melhor par à sua filha: ele
os hospedou por algum tempo, divertindo-os com festas luxuosas à noite enquanto testava
suas habilidades no atletismo, inteligência e retórica durante o dia. É um sinal de grandeza
deste povo que seus casamentos não foram puramente concebidos para fins políticos e
financeiros, mas sim especialmente para a qualidade biológica de seus pares. Poucas nações
são livres desta forma: somente alguns povos tiveram o bom senso de levantar seus narizes do
chão, olhar para as estrelas e considerar algo diferente da utilidade imediata de casamento e
filhos. A maneira que nossa elite se casa e acasala é tudo, menos “eugênico”: duas pessoas na
casa dos trinta anos se casam por razões “práticas” ... isso não dá origem a proles fortes. O
corpo de pessoas de meia-idade são terrivelmente feios e me trazem náuseas, e eu garanto
que também trazem náuseas à natureza. De volta à estória... Hipócrates estava se tornando o
favorito do pai da noiva, por todas as suas grandes qualidades físicas, sua linhagem ilustre, sua
aparência, sua retórica e seu charme. Na última festa, porém, Hipócrates ficou bêbado e
decidiu dançar sobre a mesa. Ele começou a dançar de cabeça para baixo, com seus braços
movendo-se como pernas e suas pernas movendo-se ao redor! Bem, você certamente sabe
que os homens não usavam as roupas ridículas e constrangedoras que usamos hoje, como
calças, então o pai da noiva certamente ficou ofendido com o show. Ele então disse:
“Hipócrates, você acabou de dançar da mesma forma que jogou seu casamento fora” ... mas a
resposta foi “Hipócrates não se importa”. Nesta singela frase você tem toda a atitude deste
belo e imprudente pirata, deste aristocrata da espírito que colonizou e conquistou o mundo
conhecido. É uma atitude que perturba todos os frouxos moralistas de nosso tempo, seja de
Direita seja de Esquerda. Hipócrates foi para lá para se divertir, para exibir e usar seus poderes
excepcionais e demonstrar sua superioridade biológica – embora essas duas coisas sejam a
mesma coisa! Ele não se importou com o ganho ou a perda de uma esposa. Ele não agiu como
um macho manso e espancado, pronto para dançar ao som de algum esclerótico. Ele era tão
descuidado de sua própria propriedade quanto da propriedade de outros – é o que Tático diz
sobre os homens mais nobres das tribos germânicas, que viviam unicamente para a alegria da
guerra e da batalha. Isto é o que os gregos admiravam. Outra estória mostra a mesma coisa: a
atitude de Diógenes o Cínico. Quando Alexandre o Grande veio até ele e perguntou o que ele
mais desejaria no mundo, Diógenes disse-lhe para sair do caminho, para parar de bloquear seu
sol... ele estava tentando pegar um bronze! Agora compare isto com um de nossos modernos
intelectuais-escravos e fimósofos, como seus espíritos baixos bufam e estremecem até mesmo
com a abordagem de burocratas constipados de baixo nível – que distinção! Que honra!
Alexandre afirmou que se não fosse Alexandre certamente desejaria ser Diógenes. Não sei se
posso lhes recomendar ser Diógenes ou Hipócrates. É difícil, talvez você tenha que renascer
assim. Eu posso lhe dizer que é o melhor a se aspirar é ao descuido divino que vem ao abraçar
a força da vida, e que isto era o que este grande povo amava. Qualquer coisa realmente
grandiosa deve ter um pouco desse descuido divino. Os cristãos também não acreditam em
“dar a nós o pão nosso de cada dia” – implicando que isso é o suficiente e que você não deve
se preocupar com outra coisa? Nietzsche diz boas coisas sobre a pobreza, independência e
bom ânimo. E estes eram homens muito pobres: os filhos de Deus não precisam de mais nada!

52

Schopenhauer explica o descuido alegre e frívolo das mulheres pelo fato delas viverem pelo e
no gênio da espécie. Embora ainda que inconscientemente, elas estão cheias de objetivos
ilimitados que vão muito além do indivíduo e do agora repletos de ansiedades e preocupações
mesquinhas: a chegada da próxima geração é um assunto mais sério. Elas vivem para a
espécie. Nelas a espécie se rejuvenesce. Nisto, obviamente, me refiro a mulher na melhor das
hipóteses, embora certamente a maioria delas esteja em um grau deplorável de degeneração
e decadência. Mas, por que elas estão assim? Pois elas foram ensinadas a odiar sua própria
natureza e instintos, e em alguns casos estes instintos foram distorcidos e transformados em
alguma outra coisa. As mulheres modernas abriram mão da grande vantagem de seus instintos
para se transformarem em cópias neuróticas de trabalhadores de escritório gays. Elas
abandonaram o poder inerente ao sangue. Se você não acredita em mim, lembrem-se do
pombo-correio que conhece naturalmente o caminho... com certeza ele se perderia se
conferisse um mapa e tivesse que pensar sobre qual rota tomar. O que vem com o sangue é
sempre o melhor. É difícil ouvir o chamado do instinto hoje, porque somos ensinados a
desconfiar dele. Ao confiar em seus instintos, uma vez que se tem prática e disciplina através
do corpo, pode lhe levar a atravessar um abismo em uma corda bamba sem qualquer medo: a
Esquerda fala muito sobre se libertar, sobre não ser mais oprimido. Se ao menos eles
entendessem o que isso realmente significa! Vou mostrar-lhes homens que realmente eram
livres. Um deles se chamava Clearco de Esparta. Clearco fora enviado de Esparta até à cidade
de Bizâncio através do Mar Negro. Eles o haviam convocado como conselheiro militar, mas
logo ele deixou de responder à Esparta: ele usou seu poder e influência para convocar todos os
grandes mercadores, senadores e os ricos da cidade e então os enforcou. Ele tomou suas
propriedades e a soberania da cidade para si. Depois que Esparta enviou um exército para as
muralhas da cidade, afim de intimida-lo e derruba-lo, ele resistiu bravamente... mas foi
derrotado. Clearco então fugiu com um navio repleto de tesouros para uma cidade vizinha que
ele também havia tomado, e de lá fugiu para a Pérsia. Mas lá, ele não desfrutou de suas
riquezas, ao invés disso usou-as para erguer um grande exército de mercenários gregos e
combateu através das selvas de Trácia e pelo Império Persa onde foi traído e morto – ele
acabou ficando tão descuidado... você deve usar tanto a raposa quanto o leão que vivem
dentro de si! Falarei agora de outro homem, elogiado por Maquiavel como um grande guia
para a vida, um tipo de coach. Agátocles de Siracusa. Este homem surgiu dentre os mais
humildes, e através do exército, devido a sua astúcia e audácia, devido a seu talento tático
para emboscadas, ele acabou ascendendo à general-defensor da cidade. Ele então convocou o
Senado e os mais notáveis da cidade para uma reunião... e matou todos eles. Ele centralizou
todos os poderes e riquezas para si e então, após muita luta, expulsou as forças de Cartago
que perseguiam os gregos na Sicília, organizou um desembarque no Norte da África e levou a
guerra até os cartagineses. Ele governou com segurança e glória. Lhes contei estas estórias
pois elas mostram a vida de dois grandes homens parecidos que realmente libertam todo seu
potencial, que não foram retidos por inibições mesquinhas e patéticas. Estes grandes homens
realmente sabiam desfrutar de sua liberdade e não eram limitados por opiniões alheias. Qual
foi o slogan da América da última década? Sim, você pode! – não vejo motivos para não se
levar tal slogan até as últimas conclusões, afinal, os sábios moralistas decrépitos que governam
os EUA não viram nada de errado no slogan. Certamente eles querem que você tenha
“internalizado” isto. Por favor, lembre-se que pessoas pequenas como Bill Gates, Zuckerberg e
Bezos são homens dependentes. Eles realmente não podem usar a riqueza acumulada como
nós pensamos que podem... por exemplo, eles nunca poderiam simplesmente matar um
homem e tomar para si sua esposa e suas terras, mas um governante de um pequeno país
africano possui esse poder, e portanto, a verdadeira riqueza. Quando sua felicidade e fortuna
depende da força das armas de outro, você não é realmente um homem... tampouco livre.
Clearco e Agátocles sabiam disso: eles nos mostraram as saídas; eles são homens realmente
autênticos e livres que seguiram seu próprio caminho! Sim, você pode!

53

O pirata e a fortaleza – “O trabalho nunca foi um prazer para mim, nem a economia doméstica
que alimenta os filhos. Para mim, o prazer se encontrava nos navios a remo, na guerra, nas
lanças e flechas reluzentes.” Assim fala Ulisses. Este é o lema da vida pirata. Você entende o
que o pirata é? Muitas vezes me perguntam, por que a Idade do Bronze? Porque é neste
período heroico que se passa a Ilíada e a Odisseia, mas não esqueça o que o herói realmente
significa. Tucídides diz que os homens daquela era gostavam de pirataria e não viam nada de
errado nisso, o que é verdade. E o que é o pirata senão a forma original do homem livre e de
toda vida em ascensão! Nada é tão patético quanto como falam sobre “viver a vida” ou “ter
uma vida” – essas pessoas não sabem nada sobre o que é realmente viver e o que isto
significa. Compare a intensidade da vida de Alcebíades, por exemplo, do super-pirata, do herói,
com a vida que você é encorajado a ter hoje. Quão inútil é a vaidade das criaturas ansiosas
modernas que vivem de produtos farmacêuticos, vinho barato, fumaça, desejos patéticos por
status e aprovação que imploram um ao outro. Schopenhauer diz que em algum momento do
passado todos os animais foram herbívoros, mas então algumas espécies decidiram tirar a
própria vida com suas mandíbulas, e com grande ousadia, se tornaram rapinas e animais de
caça. O predador é sempre o animal mais inteligente. Em cada decisão de se tornar um
caçador ou um pirata reside um homem ou um povo que está demonstrando grande ousadia e
embarcando em uma grande jornada de liberdade. O herói não é escravo da maioria, não se
sacrifica por eles; o homem comum fica impressionado com o “sacrifício” do herói e ilude-se
achando que foi por ele. Tal sacrifício não é feito por si ou pelos outros, pensar assim é reduzir
o herói a um mero cão fiel. O lobo não busca se “sacrificar” por nada, mas sim exercer seus
poderes em um território. Nós tiramos os lobos, leões e leopardos entre nós ao quebrar suas
ideias, ao os condicionar ao vício, os intoxicar com ideais falsos... quantos Da Vinci, Alexandre
o Grande, Frederico o Grande, Napoleão Bonaparte, tiveram sua existência esmagada pela
condição moderna? Então a energia que lhes resta, que ainda insiste em fluir, é canalizada e
banalizada para o trabalho irracional por dinheiro. O trabalho e o comércio são maneiras de
submete-los à mera vida e sua preservação: quando os de estirpe superior são corrompidos
para uma vida de trabalho e finanças, eles movem-se lentamente para sua própria aniquilação
e declínio. Eu poderia dizer que o ócio é a fonte de coisas grandiosas. A preservação da vida é
tediosa; a liberdade das demandas da vida é necessária para toda grande cultura, para a alta
ciência, para a arte e literatura, e também para todas as vidas belas, para o desenvolvimento
pleno do corpo e da beleza. Uma das razões pela qual o mundo moderno não possui grande
cultura é o fato dos filhos dos ricos terem um peso na consciência por não trabalharem, todos
eles se esforçam para subir em cima uns dos outros em trabalhos entediantes e medíocres. Ao
menos até cinquenta anos atrás a maioria deseja a profissão de “esportista”, que durante
certo tempo possuiu sua beleza e vitalidade... mas... mas é errado olhar por esse aspecto, pois
presume que temos mais afinidade com essa vida do que realmente temos. Não é apenas que
não “merecemos” ter uma cultura superior, embora seja bom, mas sim que o propósito de tal
coisa é completamente estranho para nós. Do ponto de vista da verdadeira cultura e
refinamento somos tão bárbaros quanto um rebanho obscuro de cazares... somos apenas mais
mansos e frouxos que eles. Quando menciono ócio não imagine que me refiro ao senso
comum do que é ócio. Não é apenas o ócio, você não começará a produzir coisas superiores
simplesmente pelo ócio, mas sim especialmente para a preparação para a guerra. Para escapar
da subjetividade e sujeição da vida em nosso tempo. Não podemos mais realmente almejar a
ciência ou a arte: nós esquecemos do propósito delas. Elas foram esquecidas e proibida, sua
participação na vida moderna se resume a simulacros e cultos esquisitos. Quem pode pensar
em um verdadeiro artista ou cientista vivendo entre nós, nesta mesma era? Acho que talvez há
um século atrás existiria. Basta ver como Cellini criou Perseu, em qual estado de espírito ele se
encontrava e o quão estranho isto é para nossos “artistas”. Paglia diz que o artista é um
obsessivo, com uma mente próxima à um stalker ou um serial killer, e ela está certa: veja a
monomania de Newton, ou o caráter obsessivo e violento de Balzac e Baudelaire. Nossos
perturbados são perturbados porque carecem de intensidade e fé em si mesmos. Eles sequer
são niilistas, falta-lhes a motivação do niilismo: eles simplesmente não possuem intensidade,
estão totalmente derrotados. É por isto que neste livro não os incentivo a serem cientistas,
artistas ou escritores, porque nesta era estes estilos de vida se degeneraram em hobbies e
maneiras de passar o tempo, e não há valor nisso. Pessoas que promovem tais coisas sem
qualquer razão, estão apenas fazendo isto para incentiva-los a se tornarem inofensivos e
anunciar para tudo e todos que são igualmente inofensivos. O que se entendia em eras
passadas por ócio é muito diferente do que entendemos hoje. Mesmo se os robôs libertarem a
humanidade do trabalho, não haverá nenhum florescimento intelectual ou artístico. Não basta
ser livre do trabalho, pois aposentados e NEETs são assim, tal como muitos acadêmicos e
estudiosos, mas todos são patéticos, inofensivos e não produzem nada de grandioso e que
valha a pena prestar atenção. Eles se encontram meramente reduzidos a um estado limitado e
dependente. Este é o problema. Pessoas restritas e dependentes não tem pensamentos
grandiosos: pela mesma razão que nações sem manufatura não podem realmente entender o
que “inovação” e invenção significam. Nossa tecnologia e ciência são tão perturbadas e fúteis
quanto o resto. Cervantes escreveu Dom Quixote na prisão, Spinoza era um lixador de dentes,
Diógenes era um sem-teto, e muitos outros grandes feitos foram realizados por pessoas
pobres ou em dificuldades mais difíceis do que a maioria das pessoas de hoje. Não se pode
negar que a vida do americano médio é a de um escravo sobrecarregado de trabalho e
estresse: mas o descanso que o alivia se resume a apenas isto, simples descanso, quando não é
acompanhado por masculinidade e soberania. Não há substituto para a liberdade e poder –
nem mesmo o sentimento de liberdade de poder é um substituto da realidade. Somente o
pirata, somente o verdadeiro guerreiro – não o soldado moderno sujeito a um velhaco eunuco
– é livre, e é essa a liberdade existente na Idade do Bronze que deve ser recapturada a
qualquer custo. Ouça o que Tácito disse sobre os antigos germanos: eles preferiam vencer
através da batalha do que pelo método mesquinho do trabalho e do suor, da terra e da labuta.
Preferiam ganhar a vida com suas lanças e arriscando seu sangue e vida. Quando não em
batalha, dedicavam-se a festas e ociosidade. Os jovens mais nobres, quando sua tribo se
encontrava em paz, serviam à outras tribos em busca de guerras e aventuras, de tal forma que
era odioso para sua raça o tédio e a mansidão. Essa também era a atitude do cavaleiro
medieval, dos cavaleiros que consideravam a vida do servo, a vida em comunidade, mesquinha
e suja, digna apenas para escravos e mulheres: eles estavam prontos para cavalgar em direção
a novas aventuras repletas de glória e perigo. Então, veja bem, não é suficiente dizer que “as
pessoas quando libertadas de cuidar das necessidades da vida; tinham ócio e lazer.”, pois era
um tipo muito específico de ócio e lazer. Nietzsche disse que a aristocracia romana tinha como
lema otium et bellum, lazer e guerra, sendo estes os únicos modos de vida corretos para um
homem de poder e liberdade. Na Jornada ao Fim da Noite, de Celine, em certo momento diz
que uma senhora, de rosto muito modesto, tinha um desprezo aristocrático pelo trabalho: um
vestígio ocioso e uma zombaria. Os últimos resquícios da aristocracia ariana haviam se
extinguido com a Revolução Francesa: uma revolta de massa formada por escravos e raças
inferiores que levou a Europa para a decadência. Outra revolta periférica em 1917 mergulhou
a Europa em uma guerra civil ao qual ainda se notam as consequências. No livro de Celine o
protagonista parte em uma busca inalcançável em meio a este mundo de lixo... a procura de
uma chave escondida, da verdadeira liberdade e expansão. Onde encontrar a fronteira? Onde
libertar-se desta miséria, onde escapar da prisão?... Há muitos lugares, mas o caminho não é
fácil. Nas nações, o ócio deve ser libertado do Estado e da escravidão moderna, e
imediatamente convertido em uma preparação para a guerra. Na cidade grega o homem de
poder passava seu tempo livre caçando, ou no ginásio, no estudo da história e estratégia
militar, em todos os sentidos preparando-se para a guerra. Muitos pensam que na Antiguidade
grega, pensam em seu espírito, pensam em um tipo de solidariedade e ordem militar bem
diferente do que falarei aqui... pensam nas linhas dos hoplitas e em sua disciplina. Alguns
pensam nesta época como uma era em que o indivíduo se submeteu à cidade e suas leis, à
disciplina das fileiras: e conectam este aparente igualitarismo à prática da democracia em
nosso tempo. Desta forma, buscam parabenizar a si mesmos. O homem moderno é então
chamado a fazer um “sacrifício” semelhante e é culpado por seu egoísmo. Isto é confuso. Ao
ser iniciado à hoplita, o homem que lutou com um escudo pesado e redondo, com um espigão
pesado e longo e uma armadura pesada e reluzente, não é visto como uma “ferramenta” da
república ou da democracia, da forma como os soldados modernos são vistos no moderno
estado escravocrata. Se quiser saber qual o verdadeiro estado de espírito da Idade do Bronze,
deve-se olhar para a antiga canção de bebedeira, cantada nos refeitórios de Creta e Esparta:
“Esta é minha riqueza, esta é minha lança e este é meu escudo. Com isso piso no vinho doce da
videira. Com isto sou chamado de senhor pelos servos. Aqueles que não se atrevem a ter uma
lança e espada, um escudo e uma couraça para proteger sua pele acovardam diante de mim e
se submetem chamando-me de mestre, grande rei.” Esta era uma canção bela e verdadeira:
uma canção popular entre os homens livres, entre os senhores de si e das cidades. Tais
homens formavam pequenas companhias de aventureiros que se lançaram longe das
montanhas e da aristocracia montada e se tornaram eles próprios predadores, guerreiros
livres, piratas. Algum tempo após tomarem um Estado ou região e se estabelecerem como
seus governantes, tais homens se submetiam então aos rigores da disciplina e do treinamento.
No mesmo sentido ao qual um atleta ingressa em uma equipe, especificamente para se tornar
forte e pronto para uma competição, nunca perdendo de vista sua tarefa e deveres. Quando
observamos as cidades gregas em seu auge na Era Clássica, ao qual as vemos sendo
governadas por aristocracias e em alguns casos democracias, vemos cidades onde tais homens
assumiram e construíram um Estado para si e para a preparação para vitória, para o
treinamento tendo em vista a vitória. Essa mesma arrogância e desejo por aperfeiçoamento
físico que se nota na música, nunca os deixou. No caso da democracia a única diferença é a de
que os marinheiros são adicionados à assembleia governante de guerreiros. Assim, pode-se
entender o significado do antigo “espírito-público”, que consiste em homens livres aceitando
os rigores do treinamento juntos para que possam preservar sua liberdade pela força contra
estranhos igualmente arrogantes e hostis. Qualquer unidade “racial” entre os gregos era
apenas uma unidade orgânica de cultura ou linguagem, mas nunca política: tais pessoas jamais
tolerariam perder a soberania dos estados que eles e seus ancestrais construíram para
proteger sua liberdade e território. Mas traçar paralelos com estes tempos é absurdo: tais
homens jamais teriam se submetido a abstrações como “direitos”, ou “igualdade”, ou “o povo”
como algum tipo de entidade amórfica abrangendo os habitantes do território ou cidade. Eles
teriam corretamente visto isto como pura escravidão. Nenhum homem jamais aceitaria a
legitimidade de tal entidade, que para todos os aspectos práticos propostos significa que você
deve, por razões totalmente imaginárias, acatar à opinião e ordens de escravos, estrangeiros e
mulheres gordas sem filhos que possuem pouca ou nula preocupação pelo bem-estar físico.
Como é possível que todos tenham participação igualitária no Estado e uma demanda total de
recursos, quando na verdade não possuem os recursos físicos e nem força para tal: e se você
pensar bem nesta questão, certamente entenderá também a natureza de nossa era. Tais
pessoas não possuem culpa, o verdadeiro culpado é um poder oculto que as usa como
pretexto. A “democracia” moderna é totalitária e viciosa, tenta submeter o melhor ao domínio
da maioria medíocre. Os militares que constituem a defesa externa e os policiais que
constituem a defesa interna devem, em princípio, nunca aceitar tal condição. O que eles fazem
é um grande ponto de interrogação: como é possível? Por qual motivo e por que eles
concordam com isto? De que forma isto serve a eles? A vida ancestral e antiga que descrevo
aqui, o Bronze Age Mindset, constitui a total liberdade e poder.
Há um caminho oculto para você que continua aqui... atrás do mercado, começando nos
matagais dos pequenos bosques... no ar da montanha, em direção à vida em ascensão,
incorruptível ao miasma da vida moderna e da sujeira nos vales e rios... a vida de Jason e de
seus Argonautas... para alguns poucos escolhidos no mundo moderno, tal caminho é....

54

Amizade grega – Você talvez ache que eu esteja promovendo a crueldade do npc político com
casaco esporte marrom manchado de atum, ou trancado em um angustiado escritório, ou um
design de interiores descontente e amargurado que frequentemente trai seus colegas de
trabalho para obter contratos. Uma percepção imbecil, eu diria, não estou aqui para promover
nenhum “modo de vida” ou moralidade! Nenhum princípio ou ideais possuem qualquer
utilidade hoje em dia, e certamente serão deturpados pelos mais mesquinhos. Autoajuda é
completamente inútil, e não é sobre isso que este livro se trata: eu aconselharia seguir o
caminho da autodestruição, autoaperfeiçoamento não passa de masturbação. Eu me importo
e destino este livro somente àqueles que, ao despertar suas tendências predatórias, foram
reprimidos neste mundo decrépito, e então buscaram exemplos no passado, para saber o que
é possível. Quero encorajar aqueles que estão trilhando certo caminho, aqueles que seguem o
chamado em seu sangue, quero encoraja-los a se tornar a força purificadora da natureza.
Dentre seus instintos, você achará o instinto de criar amizades fortes e duradouras, algo que
os tempos modernos tentam apagar constantemente. E eles possuem boas razões para isso,
pois todas as grandes coisas no passado foram feitas por meio da amizade entre homens, de
duplas implacáveis e irmandades masculinas forjadas a fogo e sangue, e disto nasceram todos
os grandes atos políticos, toda a liberdade e todo o poder. O zoológico ao qual chamamos de
mundo moderno o quer sozinho e fraco, “individualista”. Na maioria das cidades gregas
haviam clubes aristocráticos e fraternidades, e nestes lugares eram traçados grandes planos
políticos, planos de colonização e exploração de novas terras e novas cidades, planos de ação e
conquista, de atos contra tiranos e plebeus. Onde está o baluarte da luta contra a Babilônia
hoje, quando tudo isto foi tornado ilegal? Na vida de Cellini se pode observar o quão diferente
é a vida do homem realmente livre: quando insultado, ou quando um de seus amigos ou
familiares foi ferido, ele reuniu cinquenta bravos e atacou seu inimigo, algo impossível em
nosso tempo, não apenas pelo imersivo poder maligno que nos sufoca, mas também porque
você provavelmente não possui amigos que podem ou querem ajuda-lo. Uma irmandade
masculina é a base de fundação de toda a altivez: há uma certa loucura, um certo entusiasmo,
que existe na comunidade de verdadeiros cientistas ou artistas, que segue o mesmo princípio.
Isto foi totalmente esquecido hoje: é completamente inalcançável nas universidades, onde a
ciência foi sequestrada. Que destino a ciência pode ter? Nos laboratórios corporativos, nas
universidades, nos laboratórios governamentais, e nas agências de inteligência militar e civil
que ainda possuem alguns traços científicos... se nota a destruição do espírito da ciência. A
dedicação, seriedade, foco e entusiasmo necessários para manter a verdadeira empreitada
científica foram esquecidos pois desconforta as mulheres e os mais fracos: a presença das
“salas de amamentação”, e um ambiente em que tais salas podem ser sequer construídas... a
supressão do debate vigoroso, a promoção de um “ambiente não-hostil e não-tóxico” repletos
de conversa fiada e falsa camaradagem, a sujeição dos cientistas aos seus administradores, os
recursos humanos com sua fibromialgia, a banalidade da vida cotidiana, são sintomas
deliberadamente feitos para desencorajar o jovem cientista, para esmagar suas aspirações e
Vontade. Tal perversão é bastante forte no Vale do Silício e outros centros de pesquisa, porém,
não houve nenhuma inovação séria recentemente: a tecnologia já está sendo reduzida
unicamente à criação de aplicativos de edição de paus para adolescentes. Há muito tempo a
ciência foi limitada e castrada... ela irá renascer novamente? A barbárie purificadora ao qual
me refiro deve varrer o mundo: nenhuma ciência é possível, nem qualquer outra coisa, em um
lugar onde todas as esferas da vida foram imersas no grande caldo confuso e sujo ao qual
chamamos de realidade. Mas isso não é realmente sobre ciência ou arte, você está muito
longe de entender o que deve ser feito em primeiro lugar. Você sabe o quão precioso para os
gregos era o laço de amizade entre dois homens que se dedicavam a uma grande tarefa? Em
Tebas, Epaminondas e Pelópidas reformaram o Estado e estabeleceram uma democracia
baseada no pitagorismo – esta última parte não é importante. Eles acreditavam em algumas
coisas específicas, como a reencarnação, a veneração da “via esquerda”, de feijões e outros
legumes, coisas que não entendo bem. O que é importante é que foram eles que
estabeleceram a famosa “Companhia Sagrada”, a unidade militar de elite que quebrou o poder
de Esparta. O grupo era formado por amigos próximos, e você sempre terá um grande amor e
compaixão por um amigo de verdade ao ponto de se encher de coragem para lutar por ele –
mas eu duvido que hoje se possa sequer entender o que essa amizade significa ou que você
teve tal tipo de amigos! Em Atenas os dois amigos Harmódio e Aristógio derrubaram a tirania
por meio de seus esquemas e coragem: é por isso que os tiranos sempre desconfiam de fortes
amizades entre homens. A maior parte deste temor vem de lésbicas de meia-idade que são
usadas como guardas em prisões. Sim, eu sei dos rumores de que estas amizades eram
também sexuais, mas acredito que este é um desentendimento e exagero promovido pelos
homonerds de nosso tempo, por razões que explicarei depois. O modelo de toda amizade deve
ser a amizade entre Aquiles e Pátroclo: Homero nunca cita tal amizade como sexual. Tal
interpretação vêm somente da pobreza mental e da imaginação moderna, pois não podemos
imaginar nem compreender o amor intenso que existe entre amigos sem qualquer correlação
carnal ou material. Foi devido a sua grande amizade com Pátroclo que Aquiles partiu em sua
mais audaciosa aventura: foi por causa de seu amigo que ele não tolerou viver uma vida longa
e inglória... foi por ele que preferiu uma vida curta e gloriosa, uma morte violenta cheia de
promessas e beleza. Somente amigos inspirar isso! Como é vergonhoso viver como um cão e
ter sua morte assistida por estranhos em um hospital, estranhos que o odeiam, ao invés de
morrer no auge de sua vitalidade e juventude, morrer pelo destino de seu amigo, deixar para
trás um corpo em esplêndida beleza! O modelo original de tudo isto era o divino par de
cocheiros: Castor e Pólux, ou para os arianos, os gêmeos Ashvin, para os saxões, Horst e
Hengisto, o par de cocheiro e de arqueiro – você entende que esses são os reais modelos de
toda grande aspiração na Europa? Os cocheiros que tomaram a Europa em 1500 AC
dependiam da proximidade dentre estes dois homens para sua organização e sucesso militar; e
provavelmente tais pessoas têm como origem a amizade aqui descrita. O Estado espartano
dependia totalmente da educação de sua juventude, uma educação baseada na relação entre
estes dois amigos, como entre o cavaleiro e o escudeiro. Foi essa aristocracia conquistadora
que realmente construiu e moldou a Europa, que a fez destacar-se em meio ao pântano em
que o resto do mundo esteve preso... e para os gregos, assim como para todos os povos da Era
de Bronze, a amizade não era apenas uma maneira de “temperar” o desejo por poder e
aventura que alguns de vocês certamente abraçarão, mas sim um pré-requisito absoluto para
tais feitos. Acima de tudo não é um dever. Amizade é uma relação social que está além de toda
“ética”, veja bem, se você sequer pensou nisto em termos éticos, então você certamente não
entendeu meu ponto. Se trata de um grande prazer entre duas pessoas, muito diferente do
prazer sexual entre um homem e uma mulher, um prazer entre dois de mesma espécie, na
medida em que é agradável e não é corrompido pela “ética”, o que entendemos por “ética”
serve apenas para vacas gordas e preguiçosas. Houve algumas tentativas em nossa era de
restabelecer esta forma de amizade, como por exemplo o famoso ensaio de Montaigne. Houve
outras tentativas, você pode achar bons textos sobre amizade em Assim Falou Zaratustra e na
maioria dos movimentos de escoteiros, que surgiram na Alemanha com este mesmo espírito.
O primeiro destes movimentos foi chamado de Wandervogel, mas houve muitos outros, todos
baseados na experiência da natureza, na promoção da camaradagem e no nacionalismo. Nisto
se inclui os movimentos da jovem guarda judaica que posteriormente se transformaram nos
movimentos sionistas, os Boy Scouts nos EUA também, é claro. Entre os judeus, a promoção
deste tipo de camaradagem e amizade foi um grande milagre do começo do século XX, pois
isto vai contra a sua cultura doente de shtetl, de nerds dominados por mulheres, velhotes
esclerosados e medo. Foi um grande ato de ascese para eles, de superação de si mesmos, e
muitos estão certos quando dizem que em certo sentido a criação do Estado de Israel foi o
maior ato “antissemita” já concebido. É, de qualquer forma, um grande exemplo de como o
reestabelecimento da Antiguidade é possível, embora não haja razão para que os americanos e
europeus tenham qualquer consideração pelo bem-estar da entidade sionista. Assim como
para nós os tempos do espírito de pirataria já se foram, para eles também se foram seus
tempos de glória e hoje nota-se em Tel’Aviv lojas de “judeus” iemenitas estilo rastafari
repletas de garotas ashkenazi e um grande cheiro de torpor e ópio. A condição de outras
nações modernas é ainda pior. Em nosso tempo a amizade entre garotos é proibida desde a
escola, fraternidades de todos os tipos foram banidas e os movimentos de escoteiros foram
forçados a aceitar mulheres – e a mulher é a fonte destruidora de qualquer tipo de amizade.
No âmbito privado, a amizade entre os isolados e derrotados homens modernos é
essencialmente rara. Homens são iludidos a achar que suas esposas podem ser também suas
melhores amigas (e isto, é claro, faz com que elas percam o respeito por eles). E muitos
temem, com razão, que da forma com que as relações entre homens foram sexualizadas acabe
por gerar uma incerteza se um amigo em potencial tem intenções sexuais... ao mesmo tempo
que isto acontece, os gays encenam uma vida domesticada e castrada, uma paródia da
amizade. Como recuperar a verdadeira amizade, então? Como eles poderiam detê-lo se você
apenas aprendesse a ouvir seus instintos e seguir o prazer de seus desejos? Não há nada que o
Estado possa fazer para detê-lo, se você se entregar à verdadeira amizade. Todas as coisas que
foram ditas aqui são uma espécie de condicionamento, um condicionamento muito forte, mas
também uma forma de controle psicológico que, em princípio, deveria ser facilmente
quebrável. Tudo que você precisa fazer é ceder ao desejo pelas grandes coisas. Eis o
verdadeiro fundamento da Idade do Bronze, da idade das grandes aventuras, da era dos
heróis... isto é uma questão de sangue e espírito para os poucos entre vocês que são
adequados para isso, deve ser algo tão fácil de se recuperar quanto o descuido que vem ao ser
tomado pela chama da vida. Você deve abraçar seus próprios instintos e parar de relega-los ao
abandono, deve entender a dedicação comum a uma causa maior, deve entender que um
grande amigo é inestimável porque vocês estimulam um ao outro e guardam um ao outro
durante a jornada.

55

Superman mindset – dentro de cada nobre grego havia um inquebrável desejo por poder,
poder para ser o senhor da vida e da morte em sua cidade. É difícil entender o que isso
significa para nós hoje, pois não há nada assim em nossa condição atual, nenhum grande
exemplo moderno disto. Muitos de vocês podem pensar nos ditadores da Coreia do Norte
como exemplo disto ou de algum outro lixão do Terceiro Mundo, ou nos Estados totalitários
do último século, mas você está errado, eles não eram livres ou poderosos, na maioria das
vezes eram reféns de seus próprios seguranças. Alguém como Stalin estava preso à uma trama
sem fim de assassinatos, conspirações e paranoia. Ideologia é cansativa! São “sistemas” de
controle que clamam pela mobilização de toda a sociedade; e as demandas deste controle vão
muito além da capacidade de qualquer homem sozinho. Na monarquia ele pode delegar
tarefas para seus ministros e se preocupar com outros projetos, mas alguém como Stalin ou
Mao não poderiam fazer tal coisa. Você deve entender que toda verdadeira grandiosidade é
essencialmente parasita, por exemplo, o cérebro e o sistema nervoso são parasitas do corpo:
para que qualquer coisa boa aconteça a capacidade de hegemonia deve exceder as demandas
por atenção, gerenciamento e controle. A analogia aqui seria a de um corpo com órgãos
inferiores tão grandes e poderosos, que suas demandas de controle seriam esmagadoras, um
corpo ao qual o cérebro mal está à altura das exigências e permaneceria inteiramente a
serviço do corpo, embora o governe ou tiranize. Este é o tipo de “ditador moderno” que
conhecemos. Os tipos de homens que compõem estes ditadores são igualmente diferentes dos
da Antiguidade, eles são o tipo de fantoche ideológico que se reúnem todos os dias com
aqueles que são de “espírito público” no “serviço público”. É um tipo de professor agressivo,
de escolástico lascivo. O tipo de criatura mais baixa. O que falo aqui é completamente
diferente do serviço público, embora busque viver como um parasita do Estado e de várias
facções, com o único fim de perseguir seus interesses e desejos. Eles possuem desejos bem
diferentes dos seus. No mundo moderno tal condição não é abordada por ditadores ou
Estados totalitários, mas sim por um outro tipo. Eu os descreverei em breve. Na verdade, os
Estados totalitários ao qual você ouve falar hoje não são tão diferentes do Estado ao qual você
pertence, ou das assim chamadas “democracias liberais”: nós vivemos no mesmo tipo de
Estado, com a diferença de prosperidade maior e que os mais vis e viciados por poder atuam
indiretamente e de forma oculta. Mas não se engane, isso não é menos monstruoso do que a
tirania declarada e aberta. Se alguém é livre, certamente é alguém que você não conhece ou
consegue saber algo sobre. Nenhum grego ao qual eu cito, não importa o caso, teria aprovado
o estado atual das coisas, o Estado industrializado e suas milhares de demandas. Tais homens
viam o prêmio da soberania como um meio... um poleiro da onde poderiam permanecer
vigilantes sobre o Estado e o território conquistados, de onde poderiam descer como uma
águia e tomar seu objetivo. Eram verdadeiros artistas; tome como exemplo Periandro de
Coríntio. O nome deste homem literalmente significa “super-homem”. Em nenhum momento
de sua vida como rei de Coríntios ele reprimiu quaisquer de seus desejos e luxúria, sempre
trilhou o caminho mais sombrio: dizem que ele copulou com sua própria mãe, que violou o
cadáver de sua esposa, que castrou todos os meninos da ilha Corfu e coisas muito piores. E,
mesmo assim, foi imortalizado como um dos sete Sages, um dos sete gênios da Antiguidade.
Este homem foi um filósofo e um poeta, escreveu um épico poema sobre os mistérios da
natureza... mistérios que se revelavam à ele nas tardes quando as longas sombras fazem a
costa azul-esverdeada sussurrarem mistérios e verdades para aqueles dispostos a ouvir. Ele
também apoiou a filosofia e a arte de outros em seus domínios, mas apenas por uma
generosidade descuidada: eu estava lá, no palácio dele, toquei harpia para sua corte uma vez e
ele jogou uma cortesã ao meu colo em um gesto de desdém. Tal homem estabeleceu sua
cidade como um grande e importante entreposto comercial e gerou uma enorme riqueza e
prosperidade com isto. Foi durante seu reinado que a primeira grande rodovia da história fora
construída – um tipo de caminho para transportar bens dentre os canais de Coríntio; uma
grande inovação naqueles tempos. Ele realizou muitos outros feitos... estabeleceu novas
colônias nas bordas do Mundo Conhecido, ergueu templos, castigou nobres e elevou a classe
média, mas você deve perdoar estes atos, não deve confundi-los. Ele não fez isso por
“bondade”, ou por dever ou necessidade, mas sim fluíram por seus desejos, pelo que
consideramos como necessidade. Tudo veio por seu instintos por poder e conquista. Destinado
ao poder em seu Estado, ele poderia ter escolhido um meio-termo. Poderia ter desfrutado
excessivamente de honras... ou de prestígios... de segurança. Coisas destinadas à ele, coisas
seguras. O grande perigo das Casas surge quando o filho está hábil para suceder o pai no
trono. Mas ele não se importou com isso, de forma alguma. Ele escolheu o caminho da
aventura, mas... também escolheu o caminho da tristeza. Em todos os seus atos havia um
toque artístico melancólico ou um infortúnio grotesco, uma desgraça que ele parecia
propositalmente trazer à si mesmo... para tornar a vida interessante, ou simplesmente para
poder superar todas as desgraças vindas. Ele matou sua própria esposa, e eu consigo imaginar
o motivo. Ela estava grávida, e embora ele tivesse copulado com ela, em um sonho foi lhe dito
que durante o ato uma pequena cobra enrolou-se em seu membro, e que daquela união um
monstro nasceria. Foi dito que seu filho foi assassinado pelos habitantes de Corfu, ao qual
Periandro tinha submetido a seus estranhos experimentos, mas que o fizeram porque ele
amava os jovens. Isto é absurdo. A verdadeira razão era que ele estava tentando engravidar
todas as mulheres da ilha, e por isto sonhou que se tornaria progenitor de uma “raça de
serpentes”. Ele enxergou o ofício político como um meio para se auto aperfeiçoar e superar a
si mesmo, para se transformar em uma obra de arte. Deste desejo pessoal veio para seus
cidadãos muitas coisas boas, e também muitas coisas ruins. Deve-se esperar que tais homens
soem como monstros para os demais. De qualquer forma as coisas que Periandro fez foram as
piores. Há um outro homem que consigo me lembrar, que talvez tenha realizado atos piores,
um rei ou tirano, chame como quiser, ele se casou com uma escrava: através desta
degeneração de valores, ao qual ele aprendeu com Platão, ele garantiu sua infâmia e poder.
Você entende o que a República de Platão realmente significa? É um manual de instruções
para tais homens descarregarem sua loucura ao mundo. Uma obra que ensina à eles certos
truques para expandir seus domínios e sua luta por autoaperfeiçoamento para todas as áreas
da vida social. O próprio Platão disse que o desejo secreto de todo grego era se tornar um
tirano, e Nietzsche entendia que toda a grandeza deste povo, todas as explorações pelos
mares e pelos limites do mundo, toda sua fundação de belas artes e das mais diversas
ciências... tudo isto não passava de extensões deste desejo oculto no coração de cada nobre
grego. Tal desejo secreto também existiu no coração dos artistas franceses, é um desejo
simplesmente inerente à certas coisas, um desejo inapreensível por trás de toda a grandeza.
Se você o tem, significa que não deve restringi-lo. Isso ocorre porque a natureza humana é
fraca e facilmente corrompível, e somente através da obsessão monstruosa e obstinada pelo
poder se pode encontrar a motivação para superar o macaco mentiroso e sujo que existe em
nós. Uma certa distância de si mesmo também é necessária. Um olhar “clínico” a si mesmo,
uma análise fria de seus erros, são requisitos básicos para tal mindset. Em nosso tempo isto
pode ser em parte alcançado através do uso da verdadeira ciência, enquanto que para o
homem da Idade do Bronze, podia-se facilmente abraçar isto, pois ele podia notar as coisas
que aconteciam com ele, podia notar os grandes movimentos do espírito, os sentimentos que
o perturbavam, como manifestações de vários deuses, aos quais ele não era responsável e
pelos quais poderia, portanto, julgar e avaliar externamente. Sua percepção era, no entanto,
correta. Por esta razão quando você ver homens como Periandro você deve entender que seu
objetivo pessoal não fora o “bem público”, nem o desejo insuficiente de dominar os outros ou
exercer sua satisfação pessoal: eles enxergavam os outros como ferramentas e peças utilizadas
em sua missão por autoaperfeiçoamento. Periandro estava tentando transformar a si mesmo
em uma obra de arte, sua vida em uma grande reprodução das grandes motivações das
estrelas, ou das paixões secretas dos deuses. Da mesma maneira, o Estado grego em geral era
concebido como uma obra de arte pelos seus cidadãos. Periandro entendeu sua posição de rei
como um meio para aperfeiçoar-se: aqui a ciência, tal como a arte, pôde estar livre e ser
exercida sem impedimentos, pôde embarcar em grandes experimentos e florescer. E apesar
disto tudo, você ainda nota algo estranho... o desejo secreto de todo grego... o bronze age
mindset... era de ser adorado como um deus! Este é o desejo secreto pelo qual o desejo sem
limite por poder busca! Há muitos outros exemplos a serem usados. Dentre os espartanos
podemos citar o exemplo do grande general Lisandro. Ele transformou os espartanos de uma
potência terrestre à uma grande potência marítima, derrotou os atenienses e acabou com a
Guerra do Peloponeso: então ele caminhou de cidade a cidade como libertador, em uma
grande marcha de autoglorificação. Ele foi o primeiro a ser adorado como um deus vivo nos
altares. Ele havia procurado isto sua vida inteira e este era o prêmio destinado somente aos
vencedores. Houve um outro homem, um homem sem igual, chamado Brásidas, um general
espartano anterior à Lisandro, de caráter incomparável. Ele libertou diversas cidades através
de sua personalidade e caráter mágicos. Apesar de ser um espartano e homem de ação,
mestre na arte da guerra, ele no entanto conseguiu vencer inúmeras batalhas pela persuasão e
discurso: somente tal homem, com desprezo pelas palavras, pode realmente entender para
que o discurso serve. Ele era o tipo de homem que, quando colocado contra a parede, é
possuído por um espírito forte e selvagem como de um javali enfurecido. De certa forma
Brásidas tinha grande desempenho em cercos à cidades. Sua morte foi gloriosa, morto em
meio a uma batalha vitoriosa, quando ele atacou as fileiras de seus inimigos acompanhado por
sua guarda de elite. Ele foi adorado como um deus pela cidade de Anfípolis. Não há surpresa
quando você nota que homens como ele eram frutos das estirpes de Esparta: os lugares com
as maiores exigências a si próprios produzem os mais brilhantes homens. Eles foram
implacáveis e facilmente impuseram a intensidade de seu carisma mágico aos estrangeiros. O
verdadeiro poder não precisa de esforço: ele atrai tudo ao seu redor como um campo de força.
O poder do caráter e do corpo atrai outros à sua volta como uma órbita.

56

Na Ilíada é mostrado grandes guerreiros que se levantam até mesmo contra os deuses.
Quando Diomedes está se preparando para partir para uma grande batalha, Atena aparece
para ele e sussurra em seu ouvido. Ela o lembra dos grandes feitos de seu pai e lhe da um
sopro de força e vitalidade: lhe encoraja a atacar sem medo na multidão de inimigos em sua
carruagem e remove o véu da realidade, permitindo-lhe ver os deuses. Ela lhe diz que caso a
prostituta Afrodite apareça, ele terá o poder de machuca-la. E Diomedes faz isso sem medo!
Mesmo a deusa do amor pode ser derrubada pelo guerreiro em frenesi. Aquiles em um de
seus grandes momentos é capaz de ferir e subjugar o deus dos rios. Isto reflete uma grande
verdade, que na condição de espírito desperto, o verdadeiro homem recebe o dom da
percepção elevada e pode ver as coisas como elas realmente são. Por esta razão o gênio vive
no mesmo que nós, e enxerga da mesma maneira que nós, mas percebe coisas que não
podemos, assim como vemos coisas que cachorros e formigas não conseguem ver. De fato, o
próprio tempo muda quando a Vontade é exaltada: pode-se dizer que o guerreiro se eleva
para acima e fora da corrente de eventos em que somos mantidos como prisioneiros. Nesta
condição o guerreiro é magnificado, ungido, glorificado, e outros que estão além do véu da
mediocridade do Real começam a orbitar em torno dele fisicamente e espiritualmente: na
Bíblia se têm o exemplo da Batalha de Jerusalém em que “a Casa de Davi será como Deus,
como o anjo do Senhor” diante de muitos que se submetem com admiração a este grande
dom. Da mesma forma Atenas acende uma grande chama de vida e força entre os guerreiros.
Ela faz isso com Diomedes e com Aquiles enquanto estes soltam-se em frenesi em meio a
batalha, despertos em tal fúria que um grande incêndio toma seus corpos e flui através deles.
Este grande incêndio é o poder avassalador do carisma, da força que atrai tudo como mágica:
para o homem, isso não é menos verdadeiro do que para as aves migratórios em voo, para
uma matilha de lobos à caça ou para uma colmeia de abelhas, em todos estes casos muitos
começam a orbitar em volta do ungido como uma numa espécie de magia. É uma compulsão
biológica, e um grande bem. Você deve entender uma coisa: o fim da jornada de Aquiles foi a
total destruição da cidade de Troia, as chamas consumindo seus salões, seus homens mortos e
suas mulheres e crianças reduzidas à escravidão. Este último item era especialmente reservado
como direito para os conquistadores na Antiguidade, ou pelo menos na era de ascensão. Até
mesmo o mais refinado dos povos antigos achava prudente libertar os instintos predatórios do
homem. A guerra traz o rejuvenescimento da natureza. Quando Alexandre arrastou os
cadáveres dos governantes de Tiro ao redor da cidade, por exemplo, foi um ato inspirado no
que Aquiles fez com Heitor quando a cidade de Troia foi aniquilada. Nietzsche via isto como
um excesso, um infortúnio... mas eu digo a você, ele queria dizer algo além. Quando a cidade é
destruída seus deuses são destruídos: você deve lembrar que cada cidade possuía suas
deidades e seus deuses protetores. Os romanos, antes de conquistarem uma cidade,
prometiam aos deuses que os honrariam e respeitariam com igual ou maior veneração que
seus habitantes. Quando uma cidade ou cultura é destruída, os deuses são destruídos com ela.
A destruição das cidades com o fogo desperto pelos maiores guerreiros da Antiguidade foi
uma forma de guerra divina. E isto só foi possível pois tais homens sabiam ouvir as vozes e os
chamados dos deuses, sabiam como permitir a si mesmos serem tomados pela loucura divina.
Tal sopro divino os encheu de coragem e com força sobre-humana e os permitiu serem
totalmente guiados pelos instintos. Este abandono às rédeas da natureza e do instinto – este é
o caminho da Idade do Bronze! E você pode aprender a cultivar esta mesma psicose dentro de
si.

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Não vejo razão para que, se houver epidemias de todo tipo de doenças, o mesmo também não
possa ser verdade para o que chamamos de “doenças mentais”. Nota-se repetições disto ao
longo da História: entre os primitivos do Sudão, por exemplo, quando eles foram tomados por
um grande medo de que os judeus errantes estivessem espalhando bananas que modificam o
pênis, ou que apertar as mãos pode destruir sua genitália, ou algo do tipo. Isso é engraçado,
mas em todas estas superstições vejo uma importância divina, um grande potencial. Na
Europa houve um surto psicótico chamado Dança de São Vito, e na Grécia antiga havia o culto
de Dionísio que espalhava a loucura através das Mênades que transformava as mulheres em
loucas, vadias canibais. E eu digo isto da forma “sexualmente positiva”! Acredito que qualquer
criança que nasça com tais excessos foi abençoada, pois nela o gênio da espécie é capaz de
fazer suas escolhas sem interferência. Isto, todavia, não deve ser interpretado como apoio a
qualquer coisa de nossa era: não há nada assim, é apenas LARP. Você foi abandonado pelos
deuses. Somente uma grande orgia global de chamas poderia trazer tais apetites de volta.

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Você acha engraçado os “decadentes” imperadores romanos? Nas histórias de terror de


Suetónio há o protótipo do “monarca enlouquecido”, dos imperadores loucos apenas para
satisfazer seus desejos arcanos e criminais. Não escreverei defesa a tais coisas, mas minha
condenação não é moral – como poderia ser, se minha reação ao ler os excessos de Calígula,
Nero ou Tibério é sentir um grande pesar, ou ciúmes por não ter sido eu a cometer tais atos?
Calígula teve a ideia genial de formar uma grande linha de navios no mar, colocar plataformas
neles e enche-los de terra, para que assim ele pudesse cumprir uma antiga profecia de andar
sob as águas. Ele reuniu as legiões em frente aos bretões e ordenou que ao invés de invadir,
começassem a recolher conchas. Ele então chamou isto de espólio de guerra para o povo
romano e o Senado e jogou alguns centavos para seus soldados, dizendo “Vão! Sejam felizes!
Fiquem ricos!”. Certa vez, capturou dois gauleses, mandou os vestir como selvagens para se
parecerem com teutões e então encenou uma “caçada” para fingir que havia os capturado na
frente de seus soldados. Todos riram, certamente. Ele foi pego por sua própria divindade. Em
Roma, costumava mandar trancar o Coliseu por horas durante os dias mais ensolarados, para
que o populacho sofresse de calor e grávidas desmaiassem. Às vezes, ele substituía o
gladiador por shows patéticos de aleijados e animais deformados; ele ordenava que fechassem
celeiros sem motivo algum, apenas para fazer a plebe passar fome. Ele foi o maior troll de
todos os tempos. Quando os judeus de Alexandria vieram aborrece-lo sobre a guerra civil que
tomava a cidade, ele ignorou seus apelos e perguntou-os por que não comiam carne de porco.
Quando se olha para Heliogábalo, você nota esta tendência em sua conclusão mais lógica: este
homem foi um imperador-traveco, e pediu a seus doutores para que o fizessem uma cirurgia
de mudança de sexo. Dizem que ele era um devoto de Cibele, e que assim como os sacerdotes
deste culto... ele queria castrar-se. Ao invés disso, ele se tornou uma prostituta em seu próprio
palácio, e costumava anunciar isto para todos os cantos. Cómodo se tornou gladiador e
encontrou nisto um grande prazer e orgulho, e tais coisas não são tão difíceis de serem
encontradas em nosso tempo: na verdade, elas são muito bem-vindas! Nero foi um pioneiro
do casamento gay. Na primeira vez, fez isto como noivo, na segunda vez, como noiva: ele fez
os velhos senadores ouvirem deflorar sua jovem esposa. De todas as suas façanhas, a que mais
me fascinou certamente foi o fato dele colocar uma máscara de leão e, tendo amarrado vários
homens e mulheres nus em sua mansão, veio até eles com uma fúria colossal de fera e mordeu
seus corpos e genitálias sem piedade. Eu não celebro nada disto, mas acho que quando nossas
elites são acusadas de tais coisas... bem, isso não faz sentido... acho que nós os lisonjeamos
quando os acusamos disso. Nós nos iludimos achando que eles são mais interessantes do que
realmente são... é mais fácil acreditar que somos governados por demônios do que por
degenerados que normalmente estão tomando barracas de peixe defumado ou salões de
vodca nos arredores de Minsk. Nós não queremos admitir que somos tão carentes de vícios e
desvios quanto de grandeza. Você vê velhotes acabados da “elite” sendo presos, e em quase
todos os casos é por alguma orgia animalesca em que os participantes se comportam como
bonobos, ou por se masturbarem em público no cinema, ou por exporem suas armas de
destruição em massa em frente à uma empregada dominicana. É difícil aceitar este tipo de
“decadência”, mas certamente é um tipo diferente dos excessos dos piores imperadores
romanos, que, mesmo quando pareciam travestis, ainda eram mais viris e corajosos do que
nossos pervertidos. Eu me pergunto se não é possível pensar na História de forma diferente,
quero dizer: tudo que pensamos até agora é do ponto de vista das massas, e a História é
julgada como progresso ou regressão de acordo com o que tal massa avalia; ou na melhor das
hipóteses como a ciência ou higiene avança, ou tecnologia, ou responsabilidade moral, ou
igualdade e desigualdade, ou seja lá o que você quiser... mas a História seria bem diferente se
analisada e julgada por um conhecedor das espécimes superiores, julgando-as como novilhos
ou garanhões. Neste caso, você precisaria dispensar as aberrações que são os imperadores
que mencionei, e julgá-los como defeituosos... mas por razões completamente diferentes.
Você aprenderia a enxergar a História do ponto de vista da vida e biologia...como um grande
bestiário...e aprender o que é necessário em nosso tempo para abrir caminho entre os
trópicos e selvas há muito perdidas...a morada dos deuses... que pode retornar... e retornar...
e retornar...........

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Sempre adorei as estátuas kouros. Eu posso dizer tranquilamente que ao observar tais estátuas
por três horas (uma vez me deixaram observa-las sozinho no museu), eu estava tão excitado
que poderia ejacular sem sequer me tocar. O mais estranho, era de que eu não estava
pensando em nada pervertido... isso me deixou bastante pensativo. Era quase como se as
estátuas estivessem me desafiando a as desejar. Se era possível ejacular sem se tocar, também
seria possível levar a si mesmo à morte apenas pela vontade? O kouros possuem uma grande
história, você deve conhecer. No começo, estas estátuas eram cópias das estátuas egípcias,
mas se tornaram muito mais realistas nas mãos dos artesãos da Grécia Antiga, e também mais
esbeltas e musculosas. As poses ainda hoje são estilosas e o sorriso em suas faces é bastante
enigmático, enigmáticos ao ponto de você poder imaginar que a qualquer momento eles
poderiam ataca-lo, quebrar seu crânio com uma pedra ou cortar sua barriga com uma espada,
e ainda sim manter aquele sorriso enquanto o observa diretamente nos olhos, agonizando.
Existiram dois irmãos que se encaixavam nesta descrição, seus nomes eram Cleobis e Bitão,
dois gêmeos. Eles carregaram sua mãe até uma festa religiosa, a levaram em uma espécie de
palanque, a carregando pelas escadas do templo. Eles a levaram até a procissão sacra, mas
ambos morreram devido a grande exaustão. Heródoto disse que Solón contou esta estória
para Creso da Lídia, que foi um dos primeiros autoproclamados reis da História. Creso
conquistou o Estado através da força, com o auxílio de uma companhia de mercenários. Ele foi
o primeiro governante a criar moedas, para pagar seus mercenários. Ele governou além dos
limites da época e sua vida foi devota à busca por poder, e graças a isso serviu de inspiração
para muitos cometerem semelhantes atos. Mas Solón, o sábio fundador de Atenas, um grande
legislador, resolveu visita-lo. Ele então pediu a Solón para que lhe contasse sobre a vida de
pessoas que viveram com felicidade e então Solón lhe contou a estória destes dois irmãos. A
estória completa diz que, após os gêmeos cometeram um grande ato de atletismo, ao carregar
sua mãe ao longo de toda a procissão, sem pestanejar nem descansar, ela então pediu à Hera
por uma grande recompensa. E então a deusa lhe recompensou, fez com que os irmãos
dormissem eternamente no templo, sem jamais acordar. Esta é a ideia que os gregos tinham
sobre o que é uma vida feliz. Tal estória confundiu o rei Creso, e provavelmente também é
confusa para você. É estranho ver o quão a sério os gregos levavam a concepção estética da
vida e do mundo. Não há nenhuma lição de moral nesta estória. Qualquer lição moral que se
poderia tirar disso, como por exemplo, o respeito aos pais ou à tradição, poderia ser feita de
outra forma. O que é estranho aqui é o final. Há somente biologia: é melhor que o fim e o
ápice coincidam. Uma morte bela em um momento perfeito é a única chave para entender a
vida, se trata de um “sentido” escondido. Não há nada mais belo do que morrer após realizar
um grande feito pela glória de sua cidade, família ou deuses, mas é ainda mais belo morrer em
seu auge, jovem e esbelto, no auge de sua força física e vitalidade. Uma bela morte na
juventude é uma coisa grandiosa, deixar para trás um belo corpo é imortalizar-se, e a melhor
exposição disto se encontra nas novelas e livros de Yukio Mishima, um homem único, um
gênio.

60

O mais belo príncipe cristão para mim sempre será o jovem Conradino, rei dos romanos e de
Jerusalém. Ele foi injustamente morto pelo usurpador Carlos de Anjou com a conveniência de
um Papa corrupto. Conradino era fruto de uma família ilustre. Seu avô foi o imperador
Frederico II de Hohenstaufen, chamado de Stupor Mundi e celebrado por Nietzsche. Sua beleza
era dita como esplêndida, tal como a de seu meio-irmão Manfredo, que conquistou boa parte
da Itália apenas com seu carisma enquanto Conradino era apenas um garoto. Ao atingir a
idade dos treze ou quinze anos, Conradino embarcou com seus poucos mas poderosos
cavaleiros ao sul para reclamar seu trono por direito à Roma. Ele derrotou o usurpador e
reconquistou a cidade. Adentrou a cidade liderando seus cavaleiros, portando bandeiras
imperiais orgulhosamente, um dia de glória, todos saíram às ruas para saudar seu príncipe
prometido, seu libertador. O amor pelo jovem príncipe era algo jamais visto desde a queda do
Império, e isto alarmou o Papa e seus prelados esclerosados. Conradino tinha apenas treze ou
quinze anos, mas recusou todas as ordens de esperar e jamais escutou nenhum de seus
tímidos conselheiros, que tentavam ofusca-lo e controla-lo. Ele adentrou Roma como
conquistador do mundo. Após isso houve uma série de desastres: seu exército perdeu uma
grande batalha ao sul, mesmo com uma vitória tática inicial, uma derrota causada pela
ineficiência de seus auxiliares. Ele foi traído e capturado e então Carlos de Anjou, com ajuda de
juristas corruptos, achou um pretexto legal para coloca-lo em julgamento e decapita-lo. Você
deve pensar que isto é péssimo, e que certamente seria melhor morrer no meio de uma
batalha, mas muito pode ser perdoado devido à sua pouca idade. E mesmo assim, ele jamais
implorou por misericórdia, aceitou bravamente seu destino. Sua execução foi tão absurda e
injusta que desacreditou permanentemente a reputação de Carlos de Anjou, o usurpador.
Também desacreditou o assim chamado “legalismo” Papal que deve soar familiar a você.
Desacreditou permanentemente o Papado agressivo que promoveu um homem visto pelo
povo da Sicília e da Itália como injusto, arrogante e louco à subir na vida. Este maldito, este
Carlos de Anjou, foi impulsionado a sua vida inteira pelo ódio de ser desprezado em sua
juventude por sua mãe e outros parentes. Ele era um homem tomado pelo desejo esclerosado
de poder e ambições grosseiras, onde Conradino chegou através de seu carisma, beleza e
honra, Carlos chegou através da traição e baixeza. Conradino estava caminhando para o trono
da Cidade Eterna puramente guiado através da confiança ingênua em seu próprio encanto.
Saiba que, apesar de toda traição e calúnia, todas as sanções e honras públicas, o povo não se
enganou: eles conhecem o verdadeiro homem de poder, sabem diferenciar um legítimo
aristocrata de um usurpador deformado. A execução de Conradino foi lamentada por toda a
Alemanha e por grande parte da Itália. Em nossos tempos, os frios e robóticos idiotas que nos
governam anseiam por ser temidos ou amados, mas surtam quando percebem que as pessoas
sequer os respeitam. As nações de nosso tempo anseiam pelo retorno da juventude
prometida, pelo retorno de um Conradino. Havia naquela época entre os povos uma
esperança da promessa da juventude, da beleza e da pureza de suas intenções, extirpadas pelo
velho e feio. De tal modo que no final das contas, a memória do jovem príncipe foi vitoriosa.
Não muito tempo depois, os povos da Sicília conspiraram com a Casa de Aragão, formada por
parentes de Conradino, uma conjuração formada para quebrar o domínio da Casa de Anjou.
Este foi o fim da ideia da “monarquia universal” através do Papado... e o começo da
consciência nacional na Europa. A memória de Conradino foi glorificada como sinônimo de
juventude e beleza, imortalizada em épicos e poesias, que rejuvenesceram os povos da Europa
e os despertaram. Apesar dele ter morrido sem alcançar seu objetivo, ele morreu como mártir
da Europa contra a Ásia, e inspirou o nascimento de um novo Estado – o desejo de busca e
ascensão que logo levaria à Era dos Descobrimentos. O Cristianismo é uma fé versátil, capaz de
várias interpretações. Acredito que Conradino foi o mais cristão dos príncipes da Europa, mas
também acredito que fora o avatar de Apollo, enviado para relembrar velhas memórias. Era o
espírito do fogo e da juventude renovando os povos com seu poder magnético e depois com
seu sacrifício de sangue. Nos momentos de horror e perdição podemos sempre regressar a
este espírito da Antiguidade como um tônico, um sopro de vida.

61
Cruzados como Cortes ou Pizarro, Fernando de Soto, Drake e Raleigh, Magellan e Balboa são
iguais em intelecto, inteligência, magnitude de espírito e conquista aos heróis gregos e
romanos da Antiguidade. A história heroica da Era dos Descobrimentos ainda será contada,
talvez em um grande filme ou livro. Eu lhes digo uma coisa: para aqueles que querem criar algo
grandioso e novo, os filmes são uma boa forma de se captar a mente das massas e ser
lembrado. Os filmes de Mel Gibson valem mais do que mil livros e “ativismo” feitos pelo nosso
lado. De qualquer forma, há uma grande obra épica que serve perfeitamente de exemplo para
nós, o grande poema Lusíadas de Camões, um homem nascido na pirataria e que participou de
grande aventuras. Camões perdeu um de seus olhos na Batalha de Ceuta, lutando contra os
mouros; ele então viveu como um vagabundo brigão pelas ruas de Lisboa, indo de um duelo ao
outro, escrevendo poemas, se embebedando constantemente. Sua mãe o salvou da prisão,
mas em troca ele fora forçado à servir na marinha colonial. Ele foi enviado até Goa e de lá
participou de grandes aventuras militares e diplomáticas, como um homem de baixa
hierarquia mas com grande espírito. Tudo isso enquanto compunha sua grande obra Lusíadas,
e quando ele naufragou em Nekong com sua namorada chinesa, ele carregou o texto de sua
obra acima da cabeça para salva-lo da água. Ninguém mais a lê, mas sua vida valeria um
grande filme. Camões estava certo quando comparou os horizontes destes grandes
exploradores com os mitos e lendas da Antiguidade. Nesta época podia-se ver vários Jasão e
seus Argonautas em cada nação europeia, inúmeros heróis partindo em sua jornada pelos
mares e pelo desconhecido. A glória da Inglaterra neste período era tamanha que dificilmente
qualquer nação moderna poderá equiparar-se. Até mesmo os reis de Portugal, que começaram
as Grandes Navegações, possuíam sangue inglês. A inquietação Gótica das estepes sacudiu e
energizou os senhores da Ibéria com uma energia titânica. Antes da grande navegação até o
Oriente feita por Vasco da Gama, espiões – e aqui quero dizer apenas um ou dois homens –
partiam sozinhos em expedições ao Egito e pelo Mar Vermelho, indo até mesmo ao coração da
Arábia, sem temores, incógnitos, para coletar informações cruciais para as explorações. Por
entre as praias da grande massa eurasiana, estes homens foram, em apenas cem anos, de
tímidas navegações de algumas jardas que mal sabiam navegar, para exploradores e
fundadores de novos mundos e impérios globais que duraram séculos. Você deve entender o
quão maravilhoso e grandioso foi: não havia tradição marítima em Portugal ou Espanha,
tampouco na França ou Inglaterra... tudo teve que ser feito do zero. Você sabe respeitar o
mar? Se já viajou de balsa em algum mar calmo, como o Adriático, mesmo uma balsa grande e
moderna irá balançar de um lado para o outro devido ao vento. Você certamente não vai se
acostumar com isto. O Atlântico é ainda pior, possui ondas de três metros ou mais em seu
clima natural, e esses homens viajavam por ele em navios de madeira com tecnologia do
século XV; você deve ser louco para não ter admiração por isso. Recomendo Melville como um
bom romance marítimo. Colombo deve ser lembrado, sim, mas houve outros que foram até
mesmo maiores que ele, ou ao menos tão grandiosos quanto, e poucos sabem sobre isso. Eles
não recebem a glória que deveriam porque, em primeiro lugar, muitos dos escritores que
poderiam ter feito tinham preconceitos contra a fé religiosa destes exploradores e seus feitos:
veja bem, a maioria dos modernos glorificadores da Antiguidade tinham um machado para
usar contra o cristianismo ou a Igreja, então não queriam promover estes homens, ou admitir
que os campeões da fé foram os mais brilhantes exemplares do homem clássico em nosso
tempo. Até mesmo Nietzsche cometeu este erro e, em um momento de fraqueza, elogiou a
“superioridade” dos Astecas apenas por birra. Por outro lado, a Igreja foi humilhada por estes
homens. Mais do que qualquer um, tais homens espalharam o poder do Evangelho pelo
mundo, e mesmo antes disso eles salvaram a Europa do domínio mouro e de outras ameaças.
Eles eram descendentes diretos dos cruzados que libertaram a Espanha e outras partes da
Europa. A Igreja não queria admitir que Fernando e Isabel libertaram a Espanha dos inimigos
de Cristo mais do que mil padres, e que Deus abençoou a nação com um século de
prosperidade por isso, lhes permitindo fundar um império mundial. A Igreja se sentia pequena
perante eles, os conquistadores, pela crueldade e paixão pela vitalidade e ação que emanava
de seus feitos, por isto tentou repudia-los. Por isso sua história permanece em grande parte
não contada, embora seja um dos maiores picos de desenvolvimento e realização viril dos
últimos séculos. Poucos conhecem as viagens, por exemplo, de homens como Vasco da Gama,
embora ele tenha seguido os mesmos passos de Colombo e até mesmo ido mais além. Este
homem circum-navegou a África e achou uma rota marítima ligando a Europa com as Índias –
o que Colombo havia se proposto a fazer (ou assim se diz a História... eu acredito que Colombo
tinha alguns mapas secretos...) Tal viagem havia sido tentada pelo fenício Hanão, mas ninguém
sabe o que aconteceu com ele. Foi uma viagem difícil. Quando você chega a certo ponto da
costa da África Ocidental você não pode simplesmente continuar navegando por ela... você
deve navegar para longe e então contornar – foi desta forma que a América do Sul foi
descoberta. Você tem alguma ideia do que é a fome e doença tropicais? Você entende o que é
o calor tropical? Certo, alguns podem até saber, mas na costa da África Ocidental isto significa
outra coisa. Até mesmo o vento soprando em seu rosto não é um alívio, é uma tortura: é como
um secador de cabelo queimando seu rosto com o ar quente sem parar. E mesmo assim, ele
chegou até a Índia, ele achou especiarias, ele descobriu o macaco, ele fez os Samorim se
ajoelharem com suas armas. Seus investidores obtiveram milhares de moedas de retorno.
Apenas sete anos depois, outro conquistador, Almeida, voltou à Índia com uma grande armada
e trouxe destruição e glória ao Índico. Ele destruiu a cidade de Mombasa, mesmo estando em
menor número, devido a arrogância de seus governantes árabes – imagina o fedor que deve
ter se espalhado até o Japão! Almeida derrotou uma enorme armada de otomanos, árabes e
mamelucos na Batalha de Diu, apenas para vingar a morte de seu filho: imagine o quão
memorável tal batalha foi. Isto mudou o mundo. As grandes rotas terrestres de comércio eram
agora superadas pelas nações marítimas do Ocidente. A Europa Ocidental passou a dominar os
oceanos Pacífico e Índico. Você entende que a América teve um pedaço nesta grandiosidade?
Quando os colonos fundaram Jamestown, digamos que em apenas duzentos ou duzentos e
cinquenta anos desde aquele ato fundou-se Comodoro Perry: o povo americano domou o
continente e abriu caminho para a Ásia através dos mares em pouco tempo. Teria acontecido
ainda mais rapidamente se não fossem prejudicados pela dominação inglesa... com a
independência sua expansão foi ainda mais rápida (a Constituição, sua ideologia, a doutrina
dos direitos, é tudo uma grande besteira que não tem nada a ver com isso... mal durou a vida
dos Pais Fundadores, eles buscavam meramente o domínio e liberdade para expansão). O
destino da América sempre foi o domínio sob o Extremo Oriente e a China, o que obcecou as
grandes mentes da época. Tudo isto agora foi esquecido e o grande destino da América foi
frustrado- ao menos por enquanto. O que se sabe de homens como Afonso de Albuquerque,
que seguiu Almeida, que capturou Ormuz e Mascate com apenas sete navios, que abriu
caminho para a Ilha das Especiarias? Eu prefiro não falar muito destes homens: eles estão
longe das possibilidades de nosso tempo, o que é deprimente. Eu quero encoraja-lo com outra
pessoa destes tempos, um homem mais ao meu gosto, e mais dentro do que é possível, do
que é possível tornar-se. Tal homem é o brilhante conselheiro de Cortes, Pedro de Alvarado.
Ele era de uma família de cavaleiros do sul da Espanha, tinha cabelos ruivos como o fogo, o
que surpreendeu e cativou os mexicas: eles acreditaram que ele era um filho do Sol, e o
chamaram de Tonatiuh, mane do sol. Era um homem de coragem sem limites, tomado por
descuido e crueldade. Cortes o deixou liderar brevemente em Tenochtitlan, e então Pedro
massacrou todos os nobres astecas no Grande Templo durante um banquete... sem motivo
algum. Durante as batalhas ele distinguiu-se por suas cargas insanas ao inimigo, ao qual ele
estava em desvantagem de cem para um: mas ele nunca desanimava, ia direto aos seus
tenentes com seus berrantes e os derrubava, lançando medo às hordas de inimigos. Não
acredite nas mentiras sobre a pólvora. As armas de fogo eram muito rústicas, e em muitas
ocasiões os espanhóis não as possuíam. A armadura, as lanças, a disciplina militar e o aço de
Toledo foram muito mais importantes. E acima de tudo, a bravura e ousadia. Tudo isto levou
Pizarro a derrubar um império com apenas treze homens. O que quero dizer sobre Alvarado é:
mesmo após as conquistas, ele não parava. Seu desejo por espaço, por novos mundos, por
novas conquistas, era infinito. Em suas cartas você nota que este era seu único interesse.
Mesmo após ser feito governador de uma grande faixa de terra – o que hoje é conhecido como
Guatemala, Honduras, são suas criações – ele nunca demonstrou interesse em governa-las,
mas somente em conquistadas. Ele buscou todo dinheiro que podia, nunca pagando imposto
algum à Espanha, e sempre planejou novas aventuras e conquistas. Este homem era um pirata
nato: pouco antes de sua morte, Alvarado estava planejando uma grande expedição para
conquistar a China e a Ilha das Especiarias. Pedro foi o nêmesis da civilização, e isso é ótimo.
Deus envia tais homens para castigar a humanidade. Eu quero que você seja assim: quero que
escute seus instintos. Quando foi alçado ao cargo de governador, Alvarado poderia ter se
contentado facilmente, a maioria dos homens faria isso. Seriam seduzidos por prestígio e
honra, desempenhariam bem seu papel: então sua vaidade os enganaria fazendo-os pensar
que governariam bem. Bom, talvez você possa governar bem, ou talvez não possa. Mas
Alvarado sabia o que ele realmente era. Ele não tentou ser mais de uma coisa. Seja uma coisa.
A pureza obstinada do propósito é a verdadeira masculinidade. Ele sabia que era um predador
nato, e nunca fingiu ser mais do que isso. Esse senso autoconfiante de quem ele era o
abençoava com uma atração demoníaca até mesmo aos nativos que ele oprimiu e massacrou:
apesar de sua crueldade, eles não deixavam de ser atraídos por seu charme, suas maneiras
altivas, sua ultrajante magnificência. Eles o adoravam como um deus. Os outros espanhóis o
admiravam, assim como nós. A natureza abençoa todos os homens que têm fé em seu próprio
sangue e em si mesmos, em seu instintos... a natureza os abençoa com um magnetismo
implacável. Alvarado é o avatar de nossa nova era, eu prevejo isso: dentro de cinquenta anos
centenas de Alvarados irão florescer das profundezas do espírito, serão bestas tropicais que
irão varrer a fraqueza deste mundo.

62

Bob Denard nos mostra que o espírito pirata da Era do Bronze pode existe em nossa era. Pode
florescer completamente e sem restrições. Você não tem desculpas! Este homem pode não ser
o que você espera. Quão diferente ele é dos presunçosos burocratas que nós vemos, os
políticos com seu vocabulário florido, com sua moral tediosa, com sua educação e
autopoliciamento, com sua timidez. Aqueles que adotam a moralidade em público geralmente
são degenerados na esfera privada, ou simplesmente ordinários. Denard começou como um
soldado regular do Exército Francês no Vietnã até ser preso pela corte marcial após incendiar
um bar – durante uma briga, veja bem. Alguns homens se queixam escrevendo uma
reclamação, outros entrando em uma briga de bar, outros queimando um prédio. Depois
disso, ele vagou pela África encontrando bicos e empregos temporários aos senhores da
guerra locais, todos corruptos e incompetentes. Ele uma vez disse algo como, “É importante
nunca ser ‘ambicioso’. Homens de ‘ambição’ são perdedores. Aja e se sinta como um vencedor
e então coisas boas, amigos e a vitória, irão aparecer.” Denard participou de aventuras por
toda a África: golpes no Benin, no Congo, movimentos separatistas como o de Biafra (uma
versão francesa da Nigéria) e além. Seu maior feito foi derrubar o governo de Camarões quatro
vezes. Todas as vezes a França teve de mandar um esquadrão de elite para tira-lo do país e
impedi-lo de se tornar uma espécie de governador hereditário. Ele teve muitas esposas e
muitas propriedades, todas conquistadas através da força. Ao fim de sua vida... bem... é o que
acontece quando se vive além do que se deve. Ele deveria ter morrido defendendo seu
território, jovem, sem ter ficado velho e feio, tomado pela demência e dor da velhice. A França
pagou por seus serviços com perseguição e traição; sem precisar mais lutar contra os
comunistas na África, sua ferocidade e violência se tornaram inaceitáveis. Se você precisa de
uma grande elevação moral, se a guerra deve estar a serviço de uma boa causa, então você
deve considerar o serviço de Denard no Congo, em Catanga e ao combater os rebeldes de
Simba. Em Stanleyville ele, junto de outros mercenários brancos, libertou vários reféns dos
estupros e massacres cometidos pelos rebeldes Simba. De diversas formas ele defendeu os
últimos resquícios de civilização na África pós-colonial. Em sua última aventura, ele se uniu a
um homem de temperamento similar chamado Coronel “Mad Mike” Hoare. Este é mais um
exemplo do moderno renascimento do vitalismo. E também outro exemplo de como você é
fresco. Um dândi irlandês-inglês, um cavalheiro entre os soldados, mas essencialmente um
homem: ele permaneceu ao longo de toda sua vida obstinado, brutal e de cabeça fria em meio
aos conflitos onde era superado em números facilmente, inundado pelas hordas de zumbis
dementes dos trópicos. Este homem entendeu o comunismo pelo que ele é realmente é: uma
infestação de vermes ao qual ele se dispôs a exterminar, um evento biológico, não ideológico,
político ou histórico. Após a guerra de Burma trabalhou como guia de safaris e então, como
Denard, ganhando experiência e dinheiro ao servir a vários governantes africanos. Ele liderou
uma unidade especial de mercenários no Congo, e na mesma operação com Denard, salvou
Stanleyville e um número considerável de freiras e missionários de barbáries indizíveis. Após
isso, ele liderou missões pela África. Mais tarde, se envolveu em um golpe prematuro nas Ilhas
Seychelles. O fracasso não é algo desonrado, desde que você esteja fazendo uma grande
aposta para grandes ganhos. Não é certo julgar as pessoas pela “justiça” em sua causa. Alguns
de vocês, aspergers, e boa parte da classe média educada acham que quando Nietzsche fala de
“além do bem e do mal” ele está querendo dizer que não é possível avaliar homens ou
eventos. Moralidade é absolutamente necessária para as massas. Existe outra moralidade, que
revela uma hierarquia biológica. Uma moralidade se aplica ao homem ordinário, e outra
totalmente diferente se aplica ao verdadeiro homem, àqueles dispostos a viver em perigo, e
que não se importam com suas vidas. Homens como Denard ou Hoare são uma grande
tentativa por parte da própria natureza: eles mostram que mesmo em nossa era há homens
que anseiam por exercer suas Vontades, que desejam que suas terríveis criações sobrevivam
através dos séculos, gravadas em bronze. Eles devem ser julgados pelo que estavam dispostos
a arriscar em seu espírito – e também pela pressa inigualável que devem ter tido, dentro de si,
enquanto perseguiam seus objetivos. Alguns anos atrás, o filho de Margaret Thatcher, Mark
Thatcher, foi julgado e condenado na África do Sul em 2005 por uma tentativa de golpe de
estado na Guiné Equatorial. Ele foi denunciado e preso no aeroporto. Você deve entender que
os cretinos intrometidos que governam o Ocidente sempre tentarão acabar com os grandes
planos e grandes ações. Eles terminaram muitas aventuras promissoras através de sua
bisbilhotice... são fofoqueiros, sempre observando, nunca dormindo, sempre sussurrando.
Homens grandiosos e orgulhosos como leões são impedidos antes mesmo de começar. É
necessário um caminho diferente, uma alternativa. Mas, não se engane: em nossa época ainda
existem homens de caráter, homens que lutam como Capaneu diante de Tebas, nus e prontos
com fogo em suas mãos para incendiar a cidade. Eles aparecem ora como vilões, ora como
heróis para o povo, mas você deve aprender a esquecer exatamente esse desejo do povo e
ansiar por viver perigosamente e realizar grandes feitos, para o bem ou para o mal. O perigo
em nosso tempo não é o que torna as pessoas más, mas sim o que torna tudo pequeno e
amedrontado, frouxo. Neil Ellis em seu fiel helicóptero Mi-24 Hind segurou os rebeldes de
Selva Leoa sozinho e salvou inúmeras vidas durante a guerra civil. Há pouco glamour em seu
trabalho, mas no final das contas, isso pouca importa: em seu fiel cavalo voador Hind deve ter
se sentido como um animal de rapina descendo sobre o inimigo. Ele trabalhou para uma
empresa, Executive Outcomes – um nome que mais parece de uma empresa de segunda
categoria. Mas esta foi a empresa mercenária que acabou com a guerra civil de Serra Leoa e
estabeleceu uma nova ordem na África. Por esta razão eles nunca foram parados pela ONU,
pelas gangues de juristas internacionais e pela elite financeira mundial que temem o poder dos
Povos do Mar. Por quanto tempo eles podem alienar tais homens de seu destino? Na Guerra
da Rodésia, houve companhias de fazendeiros brancos, criados nas estepes, que emboscaram
exércitos de Zâmbia e de Moçambique muito mais fortes do que eles. Eles atacavam
furtivamente, perseguindo-os, infligindo pesadas baixas e então sumindo assustadoramente,
ilesos. Há muitos exemplos disso: veja a Operação Eland. O potencial para aventuras e
conquistas que o homem europeu possui e experimentou no passado ainda existe, e eu não
tenho dúvidas de que nos próximos anos tais oportunidades se tornarão cada vez mais
frequentes. O grande Leviatã vacilará, cedo ou tarde. Os tempos de barbarismo que virão não
serão dominados, como os medrosos urbanos que vocês são, imaginam, não serão tomados
por gangues e hordas de criminosos mesquinhos, mas sim por veteranos de classe média e das
massas de trabalhadores industriais, homens de experiência militar, que sabem algo sobre
como atirar e como se organizar. Os tolos que acreditam que os oligarcas serão capazes de
controlar tais homens devem olhar para os Sforza e entender que nenhuma riqueza pode
superar a força das armas combinada com carisma.
Quando Theodore Roosevelt estava perto dos setenta anos, ele partiu para uma expedição na
Amazônia, uma área na época quase que inexplorada, um inferno verde. Ele chamou isto de “a
última chance de ser um garoto”. Tal expedição o levou à morte; e foi uma boa morte. Ele
seguiu o caminho de grandes homens como Lope de Aguirre... e jamais perdeu a cobiça em
seu coração por Eldorado.
PARTE QUATRO: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
63

Dar “liberdade” às mulheres – uma impossibilidade. Com a libertação das mulheres no século
XIX, o Ocidente levou a si mesmo à infecção de tal forma que será impossível se recuperar sem
terríveis convulsões e sem as mais dolorosas medidas. O que a “liberdade” da mulher significa
na prática é a dominação da humanidade por demagogos que podem espalhar as mais baixas
formas de espírito. Pois não há mundo algum em que “a mulher” possa agir com unidade
política. Libertação das mulheres significa liberdade e poder para os parasitas financeiros,
juristas e encostos inúteis dentro e fora do governo, empregadores que prostituem sua esposa
e filhas. Foi o maior ato de enfraquecimento auto infligido que uma civilização jamais realizou.
E não seria o mesmo quanto a democracia? Sim... pois a “libertação” da mulher leva a
democracia ao estado terminal... um estado que não leva ao fim de um governo em particular,
mas sim de toda a civilização.

64

Se você se pergunta como a humanidade decaiu dos tempos gloriosos da Renascença e da Era
dos Descobrimentos até os obscuros e medíocres dias atuais... eu posso apenas lhe dizer que,
apesar dos pesares, nossa era é a normalidade da História. Somente um grande esforço e uma
dose de sorte são capazes de superar o macaco indigente e o rato que vivem dentro de nós. A
maior parte da humanidade nunca se liberta da deformidade, e não é surpresa alguma que a
moral do deformado e do inferior esteja voltando. É apenas uma reversão à norma. Dizem que
nossa era é especial devido aos avanços tecnológicos, mas eis o seu real significado: a
onipresença do Leviatã e a impossibilidade de escapar dele. Em qualquer lugar você deve se
tornar um eremita, você é lembrado constantemente disso, o Leviatã se intromete em todos
os lugares. O sucesso dos grandes homens de quatro séculos atrás, sua fundação de um novo
mundo, a grande expansão do conhecimento humano e seu domínio... tudo isto acabou nos
levando ao lixo que é nosso mundo atual. Eles atingiram objetivos além de suas expectativas, e
tal sucesso foi o que permitiu a proliferação dos tipos mais baixos da humanidade. Na natureza
a parte vital da humanidade iria governar e no começo de muitas sociedades é o que acontece:
irmandades militares de homens governam, e a força física tal como a força da personalidade e
do carisma, desenham uma órbita em torno daqueles que possuem tais qualidades. Tudo isso
acontece de uma forma natural e secreta, por instinto. Há um carisma mágico nisso, e a
organização militar-monárquica, o governo do senhor da guerra, surge do desejo por isto na
natureza, não da reflexão ou da abstração. Infelizmente algumas coisas surgiram para
conspirar o fim desta condição original da humanidade, ao qual não é por si só um paraíso,
pelo contrário, é repleto de sofrimento e problemas. Tais coisas são, primeiro de tudo, o
próprio sucesso de tais homens em assegurar as condições de vida e conforto para o resto da
comunidade. Em segundo lugar, a ascensão, em tempos de paz, do padre, do xamã, do místico
e da matriarca, que lentamente usurpam o poder das irmandades de jovens guerreiros e
capitães. Spinoza explica a corrupção do povo judeu desta forma: a “república” hebraica era
um regime militar baseado no que falo aqui, em irmandades de guerreiros e seus capitães.
Então os rabinos tomaram o poder para si e corromperam a nação com sua fraqueza. Da
mesma forma, isto ocorreu com os Arianos na Índia e em outros povos. Este estado das coisas
não precisa ser assim: os homens de religião e os homens de poder possuem muito em
comum, e podem governar juntos. Mas o que se viu acontecer foi uma tendência aos homens
de poder se tornarem decadentes e acabarem por deixar o governo cair nas mãos daqueles
que não podem governar – e que começam a se ressentir por tal abdicação. A mulher também
se torna agressiva, ao notarem as irmandades masculinas cada vez mais raras e atrofiadas. Se
você imagina que as mulheres do Mundo Islâmico, por exemplo, são femininas e gentis... sinto
lhe dizer, mas elas são viragos famintos com uma vontade de ferro. A muçulmana feminista é
uma figura de grande importância entre elas. O homem da Arábia se tornará gay. A avó
vietnamita ou chinesa repousa confortavelmente seu joelho sob o pescoço de seu genro.
Notamos em todos os lugares a vitória do conforto e da segurança produzida pelos melhores
homens do passado, o que inevitavelmente levou à usurpação da sociedade pelas partes do
espírito humano que são orientadas à uma forma de vida diferente, mais baixa e opressiva,
notamos que o modo de vida do inseto uniforme e sem graça é o que floresce... e geralmente
se espalha rapidamente. No Ocidente, tal destino foi confundindo com o Progresso ou História
de toda a espécie, quando tal desenvolvimento teve seu curso traçado pela difusão do logos
ou da razão e todas suas manifestações: a adulação de palavras vazias, o legalismo como guia
social e da vida política, o culto à ciência que está longe de ser da real ciência. Tudo isto foi um
disfarce para a ascensão do Último Homem, das ordens mais baixas de espírito e está levando
não apenas o Ocidente, mas sim toda a humanidade, para uma condição de quebramento e
servidão. Pode-se notar o feminismo como um retorno ao matriarcado pré-Ariano. A grande
“Mãe Terra”, originalmente um tipo de criatura meio-humana meio-barata resplandecente
com ovos horríveis e uma aparência de centopeia humana... está retornando para absorver
você. De todas as coisas que você culpa como serem causas dos tempos decrépitos em que
estamos, o feminismo e a “libertação” da mulher é ao mesmo tempo a mais próxima e a mais
certa causa da miséria atual. Nada tão ridículo quanto a libertação da mulher foi sequer
tentado ao longo da história da humanidade. É um ato de completa loucura, disfarçada de
“lógica”, “razão”, apresentada nos legalismos mais absurdos, disfarçada em supostos
“direitos”. Os socialismos modernos, a expansão do poder do Estado que interfere em toda
vida e iniciativa, a hipocrisia de toda a vida política em nosso tempo – tudo isso é
consequência da participação da mulher na vida política. Não estou falando sobre “liberdade”
ou “degeneração” que suposta vem desse arranjo. Isso é desorientação e auto bajulação. O
Estado em que vivemos hoje é tão repressivo quanto qualquer tirania oriental. Mas sua
hipocrisia é que esconde sua força sob a ilusão de ideais igualitários e procedimentos legalistas
inconsistentemente aplicados. Não são as mulheres realmente livres, mas sim sua “liberdade
legal”, o que não passa de uma ficção prática, que são utilizados como poder secreto para
oprimir, para desapropriar, para intimidar e para extorquir. Bastou um século de mulheres na
vida pública para destruir quase que totalmente uma civilização.

Mas você deve ser um retardado para pensar que a solução é simplesmente retirar os direitos
de voto das mulheres, “força-las” a voltar à vida doméstica, ou algo do tipo. A presença da
mulher na vida pública é uma faca de dois gumes, que pode ser utilizada contra o inimigo com
certa facilidade. As mulheres podem, mesmo na mais degradada das condições, serem
utilizadas para invocar as mais ardentes paixões por um grande líder. Elas votaram por Hitler,
por Mussolini, e muitos outros, com grande entusiasmo. O inimigo que as “libertou” utilizou
uma grande arma: eles aumentaram o poder delas imensamente e introduziram a guerra à
casa e à vida de muitos homens. Mas esse mesmo inimigo também fez uma aposta, e acredito
eu, um erro... pois as mulheres, mais do que outros, incendiarão seus corpos com paixão por
um salvador e estarão dispostas a abandonar o medo e o amor ao conforto que o Estado
moderno depende... elas, mais do que qualquer outro, são facilmente tomadas por um
entusiasmo selvagem e estúpido.
65

Como foi possível a mulher ter se tornado “livre” durante algum ponto do século XIX... como
essa agitação surgiu? De onde advém a ginecocracia que governa não somente as sociedades
tribais mas também a administração pública e que pretende demandar “direitos”? Em
primeiro lugar, quem estava lá para dar tais direitos... e para que uso serve um direito senão
para ser um privilégio? A resposta para tudo isso é um pouco desconfortável. Tudo isto
somente aconteceu porque as mulheres perderam respeito pelos homens de seu tempo, o que
poderia ter acontecido sob qualquer pretexto, sendo utilizado o feminismo ou o “sufrágio
feminino” para isso. A perda de respeito em geral marca a era moderna desde os anos 1800: a
perda de respeito à autoridade, por exemplo, que surgiu após os industrialistas e banqueiros
substituírem a casta de guerreiros e nobres. Apesar de toda “decadência” que marcou o
processo de derrocada desta casta, ela jamais perdeu sua magnificência ou beleza: estas
qualidades faziam o homem comum ser mais tentado a se submeter, ou a aceitar tal liderança.
Mas quem poderia aceitar o governo da criatura econômica que tomou o controle dos Estados
a partir do século XVIII? Por isso Napoleão é um enigma para tantos: ele representou um
homem fora de seu tempo, algo totalmente inesperado na era da mediocridade da classe
média e da hipotética “democracia” que acabara de surgir. Por essa razão todos os grandes
espíritos do século XIX, todos os grandes artistas, escritores, todos os gênios, traçaram o
mesmo caminho que este grande homem: ele representava a possibilidade de grandes
aspirações em nosso tempo. Pode-se notar isto em Stendhal. Napoleão foi um escape ao
domínio do bugman que estava começando seu assalto ao domínio dos reinos. Não imagine
que irei atacar o “burguês” ... nós decaímos tanto que nem sequer estamos próximos do
domínio burguês... estamos muito abaixo, em nossa era a desolação está quase completa. É
por isso que os “conservadores” soam tão ridículos quando falam de honra, glória, sacrifício ou
qualquer uma dessas inutilidades. O respeito pelas instituições, pela liderança das classes
dominantes e por toda autoridade tradicional foi perdido há muito tempo, e por uma boa
razão. É impossível para o Último Homem inspirar qualquer aspiração ou sentimento de
liderança entre as pessoas... e menos ainda em suas mulheres. O feminismo é a revolta da
mulher contra o ultraje da democracia. Elas estão em revolta contra a inabilidade do bugman
em comandar autoridade ou respeito. E você deve entender que não existe nada além desta
“liberdade” ou revolução. Nunca haverá qualquer oportunidade de dizer “eu te avisei”: elas
nunca irão “aprender a lição” por sua tolice. Elas são ressentidas pela insegurança em que
foram colocadas. A calamidade que certamente surgirá não será um “momento educativo”.
Elas estão ressentidas pelo “beta”, mas você está errado se pensa que deveria ser diferente.
Não... grandes civilizações e culturas nunca foram fundadas ou mantidas vivas pelos “betas”.
Os nerdoides que assumiram grande parte da Direita fizeram lavagem cerebral em você para
condiciona-lo a esta visão. A mulher jamais amou o lojista, o tímido mercante com voz nasal, e
tampouco o relojeiro ou o ferreiro. Elas sempre amaram o cavaleiro, o marinheiro apaixonado
pelas selvagens ideias do mar, o aventureiro e o pirata. E elas estavam certas em amar tais
homens, e estão certas em se rebelar contra o domínio do bugman ao buscar sua “libertação”
destes homens desprezíveis e da sociedade entediante que construíram. O fato de que tal
libertação foi manipulada pelos poderes satânicos de nosso tempo, ou que através desse
processo de libertação a mulher tenha se tornado ainda mais escravizada do que jamais foi...
bem, isto está além do meu ponto. Você jamais será capaz de fazer com que a mulher “veja
razão” ou que ame uma “civilização beta” – uma consequência da massa de cornos mansos de
nosso tempo. Mulheres irão lhe amar se você for um guerreiro. E elas irão ajudar, através do
sistema imbecil que chamamos de democracia, à eleger homens de glamour e carisma que são
nossa única esperança imediata contra a máquina que governa nosso mundo decrépito.
Trump, apesar de todas suas hesitações, é apenas o começo. Ele mostrou o caminho no que
diz respeito à mulher. A massa também é feminina. Agora imagine um homem com o carisma
de Trump, mas que não está apenas atrás de seus generais, mas é também um deles, capaz de
os governar e intimidar mas também de conquista-los e inspirar lealdade. Até agora só tivemos
Graco... mas Césares e Napoleões certamente virão.

66

Um homem de grande carisma capaz de seduzir as massas com um espírito selvagem e de


quebrar o controle persuasivo do complexo midiático-burocrático é nossa melhor esperança
imediata... e talvez nossa única esperança. Tal homem deve estar entre vocês e, de qualquer
forma, ele precisará de ajuda. Nosso inimigo se espalhou: ele está em todos os lugares. Ele
está até mesmo em sua casa, ele pode até mesmo ser você. A luta se espalhou para todos os
lugares. Desta forma, qualquer resposta deve ser combatida em múltiplos frontes, e cada um
necessita de diferentes estratégias e diferentes talentos sendo liderado por diferentes
homens. Temo que muitos de vocês são não ironicamente autistas e aspergers e não querem
enxergar isso. Não há uma luta e não há uma solução, o que você deseja como final ou ideal
pode exigir um plano diferente do que simplesmente enfrentar a iminente ameaça. Para a
vitória, você pode ter de fazer alianças com pessoas que em outros contextos jamais seriam
suas aliadas. Eu acredito que a democracia é a causa final de todos os problemas políticos que
descrevi, mas a curto prazo a democracia – a vontade do povo – está do nosso lado, pois as
democracias foram sequestradas pela elite corrupta e estúpida. As nações enfrentam a
extinção e uma era de guerra civil permanente porque esta mesma elite só pensa em pilhar e
pilhar: quer inundar o mundo inteiro com merda. Esta é a ameaça imediata, e para enfrentar
isso você pode se aliar a pessoas que em outros contextos jamais buscariam o mesmo objetivo
que você. Se Ann Coulter ou Pat Buchanan estivessem no poder, você teria 99% do que quer.
Portanto, use-os como modelo para resolver seus problemas e não assuste a massa com
conversas malucas se você quiser mover as coisas politicamente. Deixe os normies terem suas
vidas normais e pinte seus inimigos como loucos... o que de fato são... e como os vermes
corruptos que são. Se você ainda não se comprometeu, então entre para a vida política e use
Trump como um modelo para si. Aqueles entre vocês que escolhem tal caminho, caso goste
desse livro ou de outras coisas que digo, deveriam me denunciar e me repudiar se alguma vez
perguntarem sobre mim, e devem denunciar também quaisquer ideias malucas. Você deve ter
um instinto de saber o quanto os normies podem ser capazes de receber. Deve acertar a dose
da redpill. Não se trata de leva-los aonde você quer “gradualmente” – não acho que as massas
são capazes de ir tão longe assim. Mas o normie pode certamente ser levado a se defender do
domínio do Estado escravista global, ao qual eu também odeio, embora por diferentes razões.
Se um etnoestado é o seu objetivo, ou a Suíça Renascentista ou o antigo Egito – ok. Se você
pretende ir à público e tentar algo politicamente, então trabalhe agora para que a América ou
a Europa não se torne a Bósnia ou a África do Sul. Pessoas tentarão enganá-lo e tentarão
incentivá-lo a falar em público sobre abstrações como “etnoestado”, construções ideológicas
idiotas como “eurasianismo”, slogans anacrônicos como “sangue e solo” e outras coisas que
nunca tiveram atração histórica para os anglos ou americanos... esses aspergers na maioria das
vezes são ratos ou manipulados por eles. Estude sobre as ideias mais esquizos que puder,
acredite nelas, faça algumas trollagens com elas, deixe que elas guiem seu objetivo final; mas
saiba o que é possível na esfera política normie e não se torne um bobo da corte para o ZOG
como Nehlen e outros se tornaram. Se eles fossem pessoas sérias jamais iriam vir à público e
encorajariam jovens a participarem de marchas onde podem ser facilmente identificados e
perseguidos por toda sua vida. Saiba quando a serpente está defendendo a si mesma – não
seja um pateta. Seus modelos devem ser aqueles que funcionaram: Trump, Orban, os
movimentos italianos em ascensão, Sebastian Kurz e seu partido na Áustria. Você não vê tais
pessoas e seus movimentos marchando ao redor de parques ou avenidas com um Sol Negro
estampado em seus uniformes falando sobre a “Questão Judaica” e outros tipos de role-play. É
verdade que meu objetivo final não é o mesmo de Orban e em certos casos pouco tem em
comum. Se os objetivos de homens como Orban forem alcançados, tudo que eles conseguirão
será trazer de volta a paz da ovelha que existia a cem ou duzentos anos atrás. De qualquer
forma, acredito que seja melhor para as nações serem compostas por ovelhas mansas e
alegres do que por pilhas de animais famintos e degradados, feios e deformados. Enfim, este é
meu conselho para aqueles que desejam adentrar a esfera política normie e ter uma vida
normie, e não há nada de errado em querer isso – na verdade, é uma grande necessidade.
Eu escrevi este livro porque sei que tal vida pode não satisfazer alguns de nós, e eu queria
descrever para estes anons o mundo que virá nas próximas décadas, e quais caminhos podem
ser abertos para um destino diferente.

67

Muito já foi dito sobre os males que residem nos subúrbios, mas penso que os males que tais
lugares causam ao homem moderno é tão grande que precisam ser lembrados. Por outro lado,
é importante não levar isso muito a sério: os europeus vivem no centro de suas cidades e
estão politicamente e socialmente em estados de degradação ainda piores. Mesmo assim,
penso que para eles há uma maior facilidade de resolver seus problemas. É mais fácil porque
nestes lugares os derradeiros cidadãos ainda dominam suas cidades. Não vejo qualquer
evidência que a base econômica da América se moveu para os subúrbios por escolha. Suas
cidades foram tomadas não pelos negros, como alguns imaginam, mas sim por políticos – e
seus mestres – que acharam mais vantajoso substituir a classe média pelas classes mais baixas.
O espaço em que foram segregados e forçados a “comutar” é uma forma de inferno absoluto,
um espaço difícil para criar filhos, especialmente garotos. Não há qualquer liberdade exceto
para os jogos de cartas marcadas, há sempre a vigilância constante de cuidadores de diversos
tipos. O ambiente é sempre repleto de incrível feiura, o que os aliena até mesmo de descobrir
coisas novas. Não há cantos e becos em que garotos possam formar gangues, em que possam
se afastar dos olhos vigilantes de seus pais e parentes, em que possam ter o sentimento de
estarem explorando e conquistando um território desconhecido. A América conseguiu com
sucesso sufocar e envenenar sua população original, seus derradeiros cidadãos, sua base
econômica, e segrega-los em campos e dormitórios. É isto o que a moderna “cidade”
americana é: uma zona econômica muito parecida com campos de concentração. Seria trivial
para os policiais franceses tomarem o acesso aos banlieues repletos de bosta da mesma forma
que seria tão trivial para os policiais americanos tomarem o acesso aos subúrbios e sufocarem
a classe média americana. Creio que a razão pela qual os subúrbios são tão terríveis para se
criar filhos homens é a mesma pela qual eles são mais censuráveis, ou seja, enquanto no
campo ou na cidade uma população inquieta seria capaz de manter seu território e desafiar o
poder caso seja necessário, tal coisa é impossível nos subúrbios. Os subúrbios foram feitos
para escravos. São grandes senzalas a céu aberto.

68
“Justiça social” – parasitismo repugnante, vestido com trapos de palavras tão desgastadas e
escrotas que até seus defensores se enojam... basta olhar para os comícios do Occupy, a forma
como gritavam por “justiça social” de forma desesperada, implorando por respeito. A
necessidade de ser respeitado é o sinal de uma forma baixa e mesquinha de espírito. Birras de
mimados e domesticados, dos fracos... nenhuma força por trás disso, apenas opiniões dos que
sobraram, a tagarelice do pedinte repleto de culpa: nem mesmo a retórica marxista do
proletariado. Que proletariado? Eles têm desprezo pelo trabalhador... a força e a confiança do
trabalhador para eles não passa de “fascismo”, no lugar do proletário o sujeito histórico da
Esquerda moderna passou a ser o lumpen usando sua linguagem sem convicção e aos berros.
Dependentes do Leviatã, e desta forma seus fantoches. Justiça “social” ... por que apenas
“social”?... por que ter expectativas tão baixas?... você almeja somente as opiniões que
agradem a maioria?... Quem se importa com a opinião da maioria. Eis a minha visão de
verdadeira justiça, a justiça da natureza: zoológicos abertos, predadores soltos às dezenas,
centenas... quatro mil lobos selvagens e famintos caçando em meio as ruas das cidades
modernas, elefantes e búfalos pisando e esmagando as cidades e seus edifícios, os gritos e
choros do bugman enquanto são massacrados em suas ruas pelo Senhor das Bestas.
Manhattan, Moscou e Pequim reduzidas a ruínas, cobertas por vinhas e florestas, assombradas
pelo lince e pelo coiote novamente. As grandes favelas e fossas a céu aberto como Calcutá,
Nairobi e demais latrinas abertas chamadas de “cidades” pelo Terceiro Mundo sendo cobertas
por deslizamentos de terra, tomadas por florestas de selva densa, isso é justiça. Lisboa sempre
me pareceu uma cidade habitada apenas por vaidade. Soltem centenas de tigres, rinocerontes
e outros animais orgulhosos tomados por um espírito indomável, que eles tragam a justiça
para este mundo repleto de lixo! Abençoem a passagem de Shoggoth!

69

Há uma estória do Período Heian no Japão que sempre achei interessante. O Japão ainda era
governado pela corte imperial e haviam administradores locais e assim por diante, como
acontece em todo despotismo oriental centralizado. Mas havia também a casta guerreira. Eles
surgiram como legado das invasões dos povos das estepes que aconteceram alguns séculos
antes. Como sempre acontece, a casta burocrática se tornou acomodada, fraca e medrosa e ao
fim deste Período, todo poder físico e beleza se concentrava no samurai. O que acho
interessante nisto é o tempo que eles demoraram para perceber que não precisavam mais
escutar as ordens e comandos dos fracos que compunham a hierarquia imperial, o quão
demoraram para perceber que eles eram os governos de fato. Palavras como “legitimidade”,
“soft power”, “direitos”, ou, naquele tempo, dever, direito divino, etc, não passam de delírios
criados para distrair e iludir homens de poder, para os alienar de sua própria força e destino,
para coloca-los a serviço de alguém mais fraco. Tais homens são mais propensos do que outros
a guiarem-se por noções de honra e responsabilidade. E tal senso é muito fácil de se
manipular. Porém, eventualmente tais homens percebem que não precisam escutar às ordens
dos cordeiros, percebem que eles devem ser aqueles que comandam. Este momento, o
momento em que “o jogo vai para outro nível”, o momento da revelação, é o que eu sempre
achei incrível. No mundo moderno tudo se move muito rápido... espero que daqui há não
muito tempo tais homens irão despertar no Ocidente e em outras partes do mundo, e se
perguntarão porquê durante muito tempo eles tiveram de se contentar com as ordens de
cretinos... e também por qual motivo tiveram de dar ordens sob pretextos tão falsos e
patéticos. Em Fiji, os nativos tornaram-se recentemente uma minoria porque cem anos atrás
os ingleses importaram sua mão de obra barata, os Tâmeis. Eventualmente eles superaram os
nativos e se tornaram a maioria. Sob a democracia, eles tomaram o Estado. Os nativos, no
entanto, ainda controlavam o exército. Eles não viram motivo pelo qual deveriam seguir essa
“democracia”, por que deveriam dar suas terras para invasores trazidos pelos seus opressores.
Então eles tomaram de assalto o Estado, e com facilidade, e assim asseguraram o país para si.
Creio que inevitavelmente isso irá acontecer ao redor do mundo, e não tardará. Democracia e
diversidade étnica não combinam, mas os nacionalistas étnicos estão errados quando pensam
que o resultado disso será a secessão. A guerra étnica de baixa intensidade é terrível, mas
quebrar nações inteiras em pequenas fatias, em formas de cidades-estados, como eu gostaria,
não é possível de acontecer. Você deve olhar para a África do Sul, onde os brancos ou negros
poderiam ter pedido por seu próprio Estado-Nação na Cidade do Cabo, poderiam ter feito
agitações e revoltas por isso, mas preferiram manter o país unido. A razão por trás disso é que
dar partes do país à secessão significaria abrir mão de partes ricas em ouro, diamantes,
petróleo e outros materiais preciosos. A África do Sul é um caso extremo e a secessão, onde a
minoria é composta por cinco ou dez por cento da população... pode acontecer. Mas é uma
perda para os bôeres terem de migrar de suas terras conquistadas por seus ancestrais através
de muito esforço, sangue e suor, assim como seria uma grande perda se a América tivesse de
ceder o Sudoeste para o México, ou qualquer outra estratagema que vocês queiram discutir.
Se de fato você conseguir obter uma população branca tão consciente e mobilizada quanto
você quer, eles certamente não acharão uma vitória abrir mão de terras e recursos que seus
ancestrais conquistaram com seu esforço e valor. O maior presidente foi miliciano. O que
aconteceria antes de qualquer mobilização das populações brancas em seus países seria o
governo militar: a democracia deverá ser extinta antes de etnoestados serem formados. Isto
aconteceu muitas vezes ao longo da História durante períodos de declínio nacional, não
apenas por razões de diversidade étnica e religiosa, mas por muitas outras, e quase sempre
porque o governo militar é a forma natural para a maioria das espécies. Os generais no poder
serão mais bem sucedidos ao misturarem poder com seu talento pessoal, como Duterte ou
Perón fizeram. Porém, isso é muito difícil na América, por causa dos homens que são
promovidos nas Forças Armadas. Alguns poderão, no entanto, ter o carisma austero dos velhos
romanos.

70

Dada a inevitabilidade do governo militar, eu consigo ver como os nacionalistas, e outros


homens similares, simpáticos a causa da liberdade e da vida em ascensão, irão se juntar às
forças armadas e ascender na hierarquia, e creio que muitos já estão fazendo isso. De certa
forma, isso já aconteceu, e nas baixas e médias patentes ainda há muitos homens tomados
pelo patriotismo. Na França os serviços militares e de segurança, incluindo o CRS, apoiaram em
peso a Frente Nacional de Le Pen. É apenas uma questão de tempo. No mundo anglo isso
parece ser mais complicado. As altas patentes há muito foram expurgadas e hoje não existem
homens capazes de resistir ao secreto domínio que nos oprime: começou com o “escândalo”
Tailhook, talvez até antes, e acelerou após isso. Mesmo nas patentes de capitão e major,
muitos são tradicionalmente conservadores, mas não nacionalistas. Creio que seja
desnecessário abordar tais homens diretamente: os eventos por si só irão convence-los. Mas
muitos estão sendo perseguidos por suas crenças, sendo expulsos ou tendo de sair do exército,
o mesmo acontece nos departamentos de polícia. Este é um processo lento. Porém, não irá
acabar bem para os senhores da mentira: toda tecnologia do mundo não irá salvar um exército
“diversificado” se estiverem em conflito: eles irão atirar mísseis contra si mesmos ou atracar
um submarino à praia por acidente, como já aconteceu na África do Sul. De qualquer forma, a
América está de certa forma segura, sem perigo, e você engana a si mesmo se pensa que eles
irão fazer uma “reforma” mesmo com a derrota ao horizonte. Eles temem homens de poder
em seu próprio país mais do que temem um exército estrangeiro. É um problema difícil de
resolver. Os militares estão repletos de viados frouxos e afeminados ao ponto que será
desconfortável para qualquer homem de verdade ter de juntar-se à tais fileiras. Ele pode ter
dificuldade em avançar na hierarquia, o que afetará até mesmo seu ponto de vista
conservador, religioso ou trumpista, que é, suponho, até onde você pode ir agora. Eu odiaria
ver qualquer homem livre ser morto ou mutilado a serviço destas forças que foram
transformadas em hordas mercenárias para os senhores do petróleo no golfo ou na Palestina
Ocupada, em carrascos para os ratos do sistema financeiro internacional, marcados para
sempre em nome do benefício aos políticos-oligarcas que procuram aumentar suas fortunas
no exterior. Além disso, há o extremo tédio que você deve esperar de qualquer tipo de vida
militar, que mesmo nas melhores circunstâncias consiste em trabalho engessado e
burocrático. Apesar disso, o treinamento militar é de grande valor. Mesmo em tal situação –
precisamente quando homens de valor terão dificuldade em se tornar generais... então terá
ainda maior valor e mérito. O treinamento militar e a irmandade com outros homens em
batalha são uma grande vantagem para a vida, e um grande benefício para qualquer causa.
Não posso dar conselhos sobre como viver, mas para aqueles dispostos a lidar com os males
das forças armadas modernas e que estão cientes de todas as desvantagens, mas que ainda
sim se acham aptos para tal, digo que fariam um grande bem para si e para seus irmãos de
causa. Enfatizo que tais homens deverão praticar o bom julgamento e discrição quando em
serviço; mas tal esforço é necessário, pois o exército não pode ser abandonado ou relegado
aos travecos latinxs ou aos ativistas neo-leninistas-sodomitas. Nacionalistas, e não tenho
qualquer dúvida disso, irão ascender e reformar a hierarquia militar e as academias do mundo
ocidental. Ainda há esperanças como a Legião Estrangeira Francesa, embora o treinamento
deles seja terrível. Dura sete anos, e eles reservam para si o direito de persegui-lo em qualquer
país se você desertar. Muitos ex-SS e veteranos alemães da Segunda Guerra Mundial lutaram
no Vietnã em nome da Legião, e alguns cometeram suicídio devido aos rigores desta unidade.
Embora seja possível que isso tenha mudado um pouco.

71
Tudo que é dito sobre a Rússia não passa de projeção. A América e o mundo ocidental são os
que de fato são controlados por centrais de Inteligência e plutocratas. É no Ocidente que os
Estados servem aos interesses financeiros e corporativos, assim como há organizações dentro
do próprio Estado. Muitos políticos, como Obama, não passam de criações de certas facções
de dentro do próprio Sistema. Estas facções são aliadas de oligarcas e servem à interesses e
poderes estrangeiros, dessa forma o Ocidente não possui nada além de paródias de liberdade
e soberania. “Democracia representativa” junto com a burocracia estatal é dito como o
principal perigo à liberdade e iniciativa segundo os conservadores, o que de fato é; mas dado o
fato de que a maioria das pessoas que servem à esfera pública são pobres e burras, isso
também significa que há o governo indireto de oligarcas, e qualquer nação estrangeira pode
comprar políticos aqui e ali. Muitos dos que choram sobre a Rússia são fantoches da China ou
da Arábia Saudita – mesmo quando não são diretamente compromissados, eles servem à eles
pois esperam uma grande pilha de dinheiro em troca. Boa parte da mídia é igualmente
compromissada com tais elementos, embora o jornalista médio seja alguém iludido por
conceitos de “liberdade de imprensa” e ideais humanitários. Não tenho dúvidas de que coisas
como o “pizzagate” sejam reais pois se eu fosse um homem rico com tempo e dinheiro
disponíveis eu certamente comprometeria o burocrata ocioso e sedento de status da mais
baixa estirpe que compõem a esfera pública com tal tipo de conteúdo. Tais pessoas chegam às
capitais com uma grande ganância nos olhos, crentes de que “estão por dentro das coisas”,
com bastante dificuldade em controlar seus apetites e impulsos. Muitos são escolhidos e
construídos essencialmente devido a essa ganância sem fim. Isso não quer dizer que não haja
frontes patriotas nas forças de segurança que governam o Ocidente, ou que não existam
oligarcas patriotas que gastam sua fortuna com o desenvolvimento de seu país e se importam
minimamente com seu povo. Eu consigo ver que eventualmente os nacionalistas irão se juntar
a tais serviços e tomar o controle para si. Eles farão a si mesmos, a seus amigos e ao seu país
um grande serviço ao fazer isto. Aqueles com afinidade com a matemática e tecnologia irão se
juntar aos serviços de Inteligência. Outros estão aprendendo línguas estrangeiras – tibetano
tem muitas utilidades! Mas há outras línguas e áreas de estudo para aqueles que vão à
universidade e que fazem bom uso disso. Árabe, russo, persa, mandarim, indonésio – tantas
oportunidades! Dada a baixa qualidade no serviço burocrático governamental e entre os
recrutas, eles certamente irão ser enviados para tipos especiais de serviço. Será preciso mais
do que tomar a estrutura militar para tomar o poder e para enfraquecer a influência da
Esquerda internacional. Qualquer nacionalista ou populista decente deveria seguir o exemplo
de Mueller, caso queira estar “à direita”. Nem todos são capazes disso, e creio que o esforço
seria considerável. Quem seguir tal caminho terá de trabalhar sozinho e se isolar por anos,
mantendo seus esforços e objetivo escondido e protegido como um bem precioso, e jamais
deve confundir as metas a curto prazo com o objetivo a longo prazo. Poucos terão a disposição
ou a capacidade de lidar com os absurdos que encontrarão... o problema dos conservadores
anglo-saxões sempre foi sua distração. Eles sempre preferiram bronzear-se, jogar tênis e
ganhar dinheiro. Desejam viver por si e para si, e assim deixam que o Estado seja tomado por
vermes. Espero que tais coisas mudem, independente do que eu ou qualquer um tenha a
dizer, simplesmente porque as pessoas querem sobreviver, e não morrer prematuramente.
Eles sem dúvida irão se juntar gradualmente às estruturas de poder e mudar as coisas. O poder
do mundo moderno continuará, ao menos até o futuro próximo, nas mãos das agências de
segurança e Inteligência. Um cometa de esperança como Napoleão ou César é algo difícil de se
esperar. E tais homens precisarão de aliados.

72
O trabalho governamental pode ser muito entediante para aventureiros. Alguns dizem que a
CIA, por exemplo, exagera suas incompetências em filmes, ou em eventos conhecidos – a falha
durante o 11 de Setembro, no Iraque, suas humilhações sem fim nas mãos dos soviéticos –
para esconder seu verdadeiro poder e parecer mais fraco do que realmente é. Mas não acho
que isso seja completamente verdadeiro, e se você conhecer algum ex-agente da CIA ou algo
do tipo, você certamente vai perceber que o despreparo deles é de certa forma real. Após
James Jesus Angleton eles foram fodidos de todas as formas possíveis pela KGB e outros
serviços de Inteligência. Todos os seus avisos se provaram verdadeiros. Ele foi um americano
único, de um raro caráter secreto e reservado em meio a pessoas que apreciam a fama e se
abrem facilmente; por isso ele é caluniado de forma tão mesquinha nos filmes. Ele não era
muito típico, não era o anglo-saxão padrão, creio que isso fosse devido ao seu sangue
espanhol que lhe dava ares das intrigas da corte dos Habsburgo ou algo do tipo. Os russos e
outros são muito bons em serviços de Inteligência e espionagem porque crescem em um
ambiente de segredos e aprendem a arte dos subterfúgios. Muitos dos americanos que tentam
isso apenas estão jogando jogos e se divertindo. Os serviços de inteligência americanos estão
cheios de mórmons pretensiosos e WASP aleijados, repletos de mães solteiras e homens
castrados, em resumo, incompetentes apesar de todo seu poder. Isto pode ser verdade, e você
nota isso nas tentativas de afetar a opinião pública dentro da América. Não irei falar sobre
especulações de false flags e coisas do tipo, as quais certamente acontecem. Mas não há
duvidas de que tais serviços estão tentando entrar na cultura do “meme”, e possuem unidades
destinadas à propaganda, especialmente durante a última eleição. Todos nós vimos seus
esforços e rimos deles. Creio que a maior resistência e ameaça a tal manipulação que a Direita
tem hoje é o 4chan, que se mostrou como um serviço de inteligência independente e
pertencente a nós, e muito superior aos serviços oficiais. A forma como podem localizar
objetos obscuros, locais e pessoas através de meras fotos é algo que nem mesmo os agentes
mais bem treinados são capazes de fazer. Os memes colocaram medo nos corações de todos
os ratos constipados do regime. Algumas imagens espalhadas por Ricky Vaughn ou por alguns
channers criam noticias e se popularizam com mais facilidade do que qualquer propaganda do
governo, e você pode ver, em shows como Homeland e outros, o ódio titânico que tais pessoas
sentem pelo exército direitista de autistas que frustram seus planos. Por essa razão eles se
esforçam tanto para localizar e doxxar. Você deve entender onde sua força reside. Se o
trabalho militar ou governamental não for para você, procure então se aprimorar nesse tipo de
arte de comunicação visual e compartilhe isso com seus amigos, trabalhe e coopere para
aprimorar isso. Não seja lesado. Aprenda a fazer vídeos e fotos – há várias ferramentas, vários
programas de edição. Você pode começar com uma câmera barata se precisar. Trabalhe em
grupos... em “laboratórios” para desenvolver, aprimorar e espalhar tais vídeos e imagens.
Garanto que isso os assusta, e é muito, muito mais eficaz do que marchar por aí e bancar o
palhaço que eles esperam que você seja. A batalha para persuadir as massas está longe de ser
vencida. Mantenha o foco no objetivo, mostre aos líderes do governo, da burocracia, das
finanças, das corporações, do big tech e da mídia o que de fato eles são: zumbis patéticos e
imbecis. Muitos ganhos têm sido feitos ultimamente, mas desonra desses vermes está longe
de ser completada aos olhos do normie. Quando eles tentam fazer você se expor e apresentar
suas reivindicações, eles ganham. Mantenha a pressão do verdadeiro samizdat.

73
Algumas pessoas gostam de se encontrar em público, e eu creio que isso possa ser feito, se
feito da maneira certa. Mas há poucos grupos que conseguem fazer isso. Eles existem ao redor
do mundo – alguns na América e Europa, outros na América do Sul e no Japão. As poucas
organizações nacionalistas que conseguem fazer isso direito tem bastante cuidado com
aparência e não se engajam em ideologias, símbolos ou comportamentos que são bizarros ou
hostis aos costumes e desejos do povo. Um nacionalista japonês pode invocar a imagem de do
xintoísmo e sua tendência nacionalista em oposição à religião “estrangeira” do budismo, mas
isso se deve ao fato de que estas duas religiões estão em conflito ao longo de toda a História
de seu país, desde os mais remotos tempos até os dias de hoje. Mas nenhuma tradição pagã
existe no mundo ocidental, e qualquer um que tente trilhar esse caminho certamente irá
falhar. Ofender cristãos em movimentos políticos é estupidez, quando eles são o último
bastião contra o inimigo em comum. Se suas crenças são corruptas, elas podem ser
reformadas. Acredito que qualquer movimento público pode ser bem sucedido se não for
completamente político. Acredito que muitas coisas boas podem ser feitas em público, mas
não como movimento político, e sim como social. Os nacionalistas devem se apresentar como
uma alternativa saudável ao domínio da feiura: devem promover a natureza, o belo, a força
física, o estilo de vida saudável, a preservação das altas formas de literatura e arte. Este último
ponto é até mesmo uma necessidade, já que não há escola ou universidade que lhe dê uma
educação valiosa. Há poucas formas de fazer isso, mas dado o colapso dos escoteiros, creio
que um movimento de exploração e de preservação da natureza e seus mistérios será um bom
começo. A valorização, proteção e admiração dos espaços públicos e dos parques nacionais
inspiraria nos jovens uma sensação de infinitude e dedicação. Melhoraria suas habilidades,
construiria camaradagem, e enfatizaria a conexão entre as pessoas e sua terra, assim como
melhoraria a imagem e o físico dos participantes. Não há dúvida de que qualquer organização
pública seria imediatamente infiltrada por feds e agentes provocadores, desta forma é vital
rejeitar publicamente qualquer imagem ou mensagem de violência, e ostracizar qualquer um
que exiba tais tendências ou que procure convencer outros a tais “ações” idiotas. Se pode
fazer isso ao mesmo tempo em que tal movimento se engaja em ações de “autodefesa” e artes
marciais e criações de espaços urbanos de treinamento. Os ricos são consideráveis, mas não
há duvida de que através da promoção da saúde e da beleza até mesmo os feds serão
persuadidos à sua causa. Este seria um movimento da paz. A Direita poderá, além disso,
facilmente assumir a doutrina da paz – da não-intervenção – e da proteção à natureza, tais
coisas seriam grandes conquistas... isso ajudaria a convencer os jovens a ficarem do nosso
lado. Eu também recomendo que não se engaje no racismo explícito e aberto, que não rompa
com amizades apenas por conta das diferenças de raças. Isso pode acontecer ao mesmo
tempo em que se fala abertamente aos jovens brancos e os defende de ataques raciais, ao
mesmo tempo em que os ensina a grandeza de sua História e de suas tradições literárias.
Mulheres, por outro lado, devem ser excluídas de tais movimentos e encorajadas a criarem
seu próprio movimento. A presença de qualquer mulher em grupos como esses iria causar sua
destruição e obscurecer seu propósito ao introduzir a competição sexual, e que está em seu
próprio sangue e instinto demandar cavalheirismo por parte dos homens para causar atritos e
conflitos apenas para benefício próprio. Tal movimento seria uma repreensão vívida à vida
constrangida e contida dos ansiosos aleijados que nos governam. Uma vez desenvolvido e com
certo alcance, tal movimento pode se envolver em projetos de bem-estar local de vários tipos,
como por exemplo a reabilitação de viciados fornecendo-lhes ginásios e os inspirando ao
desejo de viver, ajudando os idosos sozinhos pelas ruas, mantendo os parques limpos e coisas
do tipo. Também creio que reivindicar espaços públicos deve funcionar, da mesma forma que
os membros do Génération Identitaire costumam fazer, ao patrulhar metrôs e ruas para
mostrar que não podem ser intimidados. Mas para isso acontecer primeiro deve ser construída
uma boa relação com o público. Haverá, é claro, muitos ataques e calúnias à esses grupos, mas
o que importa é assegurar que a maioria das pessoas irão acreditar em tais movimentos. Se se
manterem firmes como um movimento social pacífico, focado em promover a beleza natural, a
forma de vida saudável e o nacionalismo, então todos os ataques feitos serão vistos como o
que realmente são, como o medo e as paranoias dos ressentidos e deformados.

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O equivalente ao “meme” na ação política é a trollagem. Você não pode subestimar o poder
de uma boa trollagem... isso pode ser tão fácil quanto usar um banner engraçado ou um
slogan transgressivo. Isso pode ser feito por você mesmo e por alguns amigos, não
necessariamente por um grupo político. A campanha de banimento aos pitbulls é um bom
exemplo de trollagem na vida real. O “It’s okay to be White” foi uma boa ideia, ao menos no
começo: aqueles que começaram a colocar símbolos e logos de organizações estranhas nos
memes o arruinaram. O propósito de toda essa “ação política” deve ser o mesmo do samizdat
memético, ou seja, fazer o inimigo parecer ridículo. Você deve mostrar eles como eles
realmente são: caretas, velhos, esclerosados, feios e entediantes; é bom também que você se
mostre como o exato oposto, embora não seja necessário. Na França, o Hommem, uma
resposta masculina e tradicionalista ao Femmen, mostrou um bom modelo de ação pública
desse tipo. Eles usam máscaras, e o anonimato é absolutamente necessário para esse tipo de
ação. Mas as possibilidades são limitadas e, mesmo casos como o “it’s okay to be White”, onde
a mensagem inicial não é engraçada, funciona porque o inimigo é forçado a assumir uma
posição pública amplamente reconhecida como má e ressentida. Trump é muito bom nisso,
apesar de não ser tão difícil; ele frequentemente força seus oponentes a tomar o lado dos
assassinos monstruosos, dos membros de gangue, dos viciados mais decrépitos e corruptos.
Tais ações devem ser executadas e planejadas em segredo e devem ser mantidas entre um
grupo seleto de amigos, para que o inimigo não possa se prevenir. Lembrem-se que eles ainda
detêm muitas cidades e as forças de segurança, que podem ser levadas a agir ilegalmente e
coloca-lo em perigo, por essa razão, e por muitas outras, marchas e convocações públicas são
inúteis, assim como discursos políticos públicos e outros tipos de imbecilidades. Você deve
evitar qualquer tipo de violência e qualquer discurso que clama por violência, deve evitar cair
na armadilha que eles querem que você caia. Em um grupo pequeno de amigos você pode
controlar melhor as coisas, pode controlar quem entra e quem sai, a quem contar e a quem
não contar. Lembre-se sempre de manter seus olhos no prêmio, no objetivo final, que é expor
todo autoritarismo do seu inimigo, toda sua estupidez, toda sua corrupção, toda sua futilidade.

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Os amigos que você faz são mais importantes, muito mais importantes, do que qualquer
namorada ou esposa que você tem ou terá. E certamente sua garota irá te admirar por isso –
embora você não deva reconhecer isso apenas porque uma mulher vai gostar, embora seja um
benefício: mulheres admiram homens com grandes projetos pessoais, e que não são ofuscados
por elas. Se ela é “tudo” pra você e sua “melhor amiga”, ela certamente irá perder o respeito
por você. O maior problema que os nacionalistas e seus aliados tem contra o inimigo é o fato
de que o inimigo destruiu o romance e instaurou o caos sexual. As gerações de nossos pais têm
grande culpa nisso, mas os senhores da mentira e a feiura que reinam em nosso tempo usam
isso como sua ferramenta de controle. Este é o melhor jeito de despertar os homens em nosso
tempo, e, diria eu, de despertar mulheres também, que estão bastante insatisfeitas. Por outro
lado, quem está motivado simplesmente por essa preocupação não é confiável. Não haverá
nenhuma “revolução beta” e betas não são dignos de confiança, pois eles podem facilmente
desertar por alguma buceta, ou até mesmo por um casamento medíocre com uma paródia de
vida doméstica. Conheci vários homens inteligentes e bem-educados sucumbirem às mulheres
e traírem a si mesmos e às suas aspirações por migalhas de buceta. É extremamente
perturbador que muitos pensem que a salvação para si ou para “sua raça” dependa disso. Isso
é ridículo. Tenha quantos filhos quiser e se case com quem quiser e quantas vezes quiser, isso
não importa, mas não torne isso um manifesto político ou uma forma de ação. Além do fato de
que você não pediu para nascer em meio a guerra demográfica, este não é o tipo de luta que
raças civilizadas, que clamam por espaço e ar fresco, é capaz de vencer. A ideia de que brancos
ou japoneses precisam vomitar cinco ou seis filhos como as hordas de escravos iletrados de
Bangladesh ou da Nigéria fazem é um absurdo. Isso nunca irá acontecer... e nem deve. Ao
longo da História quase sempre fomos superados em número, e isso nunca foi um problema.
Restrições imigratórias, controle sob as fronteiras e deportações graduais podem facilmente
resolver esse problema. Se a situação se agravar, ou chegar em um momento de crise, o
eventual abandono da democracia e outras medidas severas, incluindo, espero eu, a
intervenção militar, devem acontecer. Autistas tendo família ou não pouco importa em um
mundo de bilhões; as nações europeias possuem populações de centenas de milhões e não
estão em risco de “extinção”. Então, de qualquer forma, tenha namoradas ou case-se, o que
temo é que um foco demasiado nisso seja um erro. Geralmente a família é o fim do homem.
Isso pode ser tanto bom quanto ruim. As necessidades de cuidado da família, assim como as
demandas emocionais, costumam cegar o homem de seus objetivos. Em caso de você ter uma
família, tenha isso pois você tem grande amor e paixão por sua mulher – e eu recomendo o
mesmo para as mulheres. Escolha pela qualidade biológica e lembre-se que o intelecto é
herdado pela mãe e o caráter pelo pai. Mas quando você tiver uma família não pense que isso
é uma conquista “política”, ou que isso basta. Continue a missão que você definiu para si
mesmo, e continue acima de tudo todas as amizades que você formou a serviço das grandes
causas. As amizades que você construiu conhecendo um ao outro, online ou não, são as
grandes conquistas dos últimos anos e o gérmen da grande fortuna. Você jamais deve parar de
estudar ou trabalhar com seus amigos, e jamais deve esquecer o entusiasmo natural de
quando trabalham juntos. Uma amizade forjada na guerra e na luta por um grande ideal é algo
que, mais do que qualquer outra coisa, pode tira-lo deste terrível mundo de sombras.

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Se importar demais com comida, nutrição, e especialmente com a saúde pode ser considerado
algo feminino... um tipo de neurose hipocondríaca mais adequado à solteironas. Por outro
lado, no passado o mundo não era tão cheio de venenos como é hoje. Quase toda comida que
consumimos hoje, é produzida centralmente, guardada em estoques, e intoxicadas com todo
tipo de toxinas e agrotóxicos possíveis que lentamente destroem nossa essência. Desta forma
é importante tomar medidas para proteger-se disso o máximo possível. Embora custe caro, o
gastro probiótico é de grande utilidade para muitos de nós. Outra coisa que recomendo é o
óleo de coco, e tomar doses diárias de sol. Se você não é um brancoide cujos ancestrais
passaram boa parte do tempo cobertos por nuvens e neve no Norte da Europa, você
provavelmente será capaz de se bronzear, e os efeitos do sol são muito bons para nós. Você
não tem desculpa! (aqueles sensíveis ao sol devem tomar doses de vitamina D3, além de
outras coisas.) Você deve começar com doses de dez minutos no sol e ir aumentando
gradualmente. Geralmente trinta minutos é o suficiente. Há muita propaganda sobre isso, mas
se você morar em áreas tropicais, você irá notar que até mesmo os pardos e negros ficam com
uma aparência mais fraca e doentia quando evitam o sol. Você foi feito para louvar o sol.
Lembrem-se da canção de New Order! Não devo dizer o óbvio, que você deve levantar pesos,
e para isso há diferentes programas, cada um feito para um tipo de biologia diferente, para um
tipo de corpo diferente e para fins diferentes. No geral é melhor cortar gordura e peso antes
de começar a ganhar músculos, embora dependa de muitas coisas. Um regime de sol e aço é
absolutamente necessário para o seu temperamento, para sua estética, para ganhar atenção
de mulheres e respeito de homens, e acima de tudo como preparação para a luta e guerra. Nas
antigas cidades gregas, somente aos cidadãos era permitido levantar pesos e frequentar os
centros de musculação e atletismo: escravos eram proibidos. Não há duvidas de que os robôs
da Babilônia de nosso tempo anseiam por banir as academias. A patética tentativa de criar
uma “Esquerda maromba” não passa de uma construção artificial promovida, planejada e
coordenada por elementos formais da Esquerda, o que é bastante instrutivo: com exceção de
alguns casos, não é possível ser um “maromba esquerdista”. Qualquer homem que melhora
seu corpo através do sol e do aço irá afastar-se da Esquerda moderna, afastar-se de toda
decrepitude e ressentimento monstruoso. Eles sabem disso e estão com medo.

Devo fazer uma reafirmação agora no final deste breve manifesto: muitos vivem como animais
domésticos e estão felizes assim. Tudo que falei e ainda falarei será para os homens que se
sentem sufocados nesse mundo em ruínas.

As pessoas em qualquer era tentam domesticar umas as outras. A linguagem é usada para
conquistar e submeter outros à domesticação. Ideias, argumentos e estórias são fabricados
para o mesmo fim. O mundo moderno não é tão diferente de qualquer sociedade tribal.
Certamente a Europa antes da Era de Bronze, antes da chegada dos Arianos, era similar a
Europa atual. As pessoas viviam em aldeias comunais e eram intimidadas e governadas por
matriarcas obesas que as submetiam ao socialismo e ao feminismo.
Muitos dos assim chamados “homens” destes tempos comunais eram provavelmente similares
ao esquerdista moderno que não se exercita. E este foi o motivo de tais sociedades serem
facilmente conquistadas.

A Esquerda percebeu que é fraca e patética – o que é verdade. A Esquerda sabe que não têm
nada a oferecer aos jovens a não ser submissão e mansidão. Eles sabem que não são atraentes
nem sérios. Se os jovens esquerdistas começarem a exercitar-se e adorar a beleza, eles serão
forçados a deixar a Esquerda.

O verme moderno, o Último Homem, o bugman, finge ser guiado por compaixão, mas ao invés
disso é guiado por um ódio titânico pelo esbelto e belo. O bugman sente a necessidade de
enterrar toda a beleza em um mar de lama repleto de feiura e lixo. Por isso boa parte do
Pacífico hoje está tomado por plástico. Tal sujeira tomou até mesmo as cidades, as soterrou
com pilhas e pilhas de imundice. As águas estão poluídas com pílulas do dia seguinte e drogas
alucinógenas emitidas por bestas obesas e estúpidas. Há, é claro, a feiura das pessoas, do
excesso de biomassa humana. E essa feiura apenas aumenta, esse ódio ao belo e ao limpo, ao
sagrado e violento, espalhando-se como hordas deformadas e sem controle por entre as
modernas cidades de nosso tempo, pelas hostes importadas para o trabalho escravo e a
agitação política que escorre por entre as latrinas do mundo.

As pessoas sentem como se não pudessem escapar disso, elas sabem que esse é um método
agressivo criado para desmoralizar e oprimir. Quando posto minhas imagens de vitalidade em
um sol claro em pleno verão, elas sentem como se um peso saísse de suas costas. Muitos
sentem como se estivessem escapado da gravidade desse mundo podre e retornado a um
tempo em que a beleza natural do homem poderia ser exibida, indicando que esta é uma
forma de vida livre para desenvolver seus plenos poderes.
Acredito no direito da natureza. Estou cansado de ideologias e jogos de palavras. As imagens
que posto falam por si mesmas e apontam para a ordem primordial que é sentida por todos,
em um sentido físico.

Quando eu ou meus seguidores postamos imagens belas e poderosas de modelos masculinos


tomados por beleza e juventude, nossos inimigos rasgam seus dentes de inveja e ódio,
enquanto nós somos exaltados e inspirados.

O superior, como o magnífico Alexandre, exala um efeito mágico que guia os demais para ele.
Alguns são guiados para grandes ações, outros para tarefas, mas todas as preocupações
mesquinhas são esquecidas. Não há nada que precise ser dito ou elaborado, nada que precise
ser intelectualizado, nada além da atração natural dos lobos por seu rei, ou das abelhas por
sua rainha.

Quando posto imagens de deuses vivos como Pietro Boselli, muitos ficam admirados e
tentados a imita-lo. Eu inspirei muitos a desenvolver seus corpos e seu poder espiritual.

Não tenho nada a dizer aos frívolos que se encontram, talvez confusos, em posições de
influência na mídia ou no governo, ou aos supérfluos que os rodeiam. Nos próximos cem anos
ou até mesmo antes, irmandades bárbaras de piratas irão varrer toda corrupção de nossa
civilização, como fizeram no fim da Era de Bronze.
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A Estrela da Conjuração –

O que irá acontecer a longo prazo? Eu prevejo um tempo, não muito longe daqui, em que o
Leviatã não será capaz de manter a si mesmo. Espero que as pessoas sejam capazes de salvar a
si mesmas do projeto de escravidão global que está sendo promovido. Mas o que vem após
isso é tão desastroso quanto. As nações irão escapar do perigo, mas irão retornar à mansidão e
ao pacifismo. Elas precisarão ser protegidas de caírem no erro de retornar a condição em que
se encontram agora. Acredito que eventualmente, antes ou depois das convulsões, as
espécimes superiores irão encontrar umas às outras e abandonar a civilização. Irão formar
fortalezas nas bordas do mundo civilizado, nos trópicos, onde poderão vigiar os oceanos. A era
da pirataria irá retornar. Tais homens irão desenvolver seus corpos e poderes físicos e serão
mestres na arte da guerra. Eles irão oferecer defesa à nações em troca de dinheiro.
Ocasionalmente eles irão enviar grandes demagogos aos demais povos, quando isso se tornar
necessário. Tais homens, altivos como águias em seus ninhos, terão um território novo, uma
fronteira para si, e uma vida que lhes convém. A ciência será libertada dos grilhões de conforto
e entretenimento. Grandes projetos científicos, grandes projetos pessoais, serão novamente
alçados. Tais fortalezas possuirão as mais terríveis armas, e irão espalhar tanto medo nas
nações que os emissários e observadores chegarão aos montes.

Creio que seja um grande sonho, mas pode acontecer mais cedo do que você imagina. Com
exceção de alguns detalhes, é o que a Executive Outcomes se tornaria, ou o que Bob Denard se
tornaria, se os grandes Estados da Europa não os tivessem parado. E acredito que em breve
não poderão. Mas esta grande oportunidade ainda está longe. Antes disso, há bastante
trabalho a ser feito. Vejo um tempo próximo, em que alguns homens, talvez não mais do que
algumas centenas em toda uma nação, ou ao redor do mundo, irão embarcar em uma grande
missão. Eu louvei o instinto muitas vezes neste livro. A vida em ascensão pode seguir o
instinto, mas enquanto você se sentir decadente é muito importante resistir aos instintos que
levam à autodestruição. Disciplina e excelência são ótimas quando vêm de seus desejos, não
de seus repressões. Mas se seus instintos clamam por atos destrutivos que somente irão te
machucar, então resista. Entenda que esse caminho é quase que completamente improvisado.
Nós devemos criar seres capazes de seguir o caminho da altivez e da vida em ascensão como
um desejo inato ao seu sangue, não como dever. Gastar tempo e energia espiritual tentando
reprimir desejos destrutivos é difícil e desgastante. Disciplina é importante, mas importa de
onde ela vem. Infelizmente muitos não dão a atenção devida a esses dois tipos de “disciplina”,
estão mais preocupados com sua imagem pública de virtude e bondade. Não há qualquer bem
nisso. A Direita já causou mal suficiente para si mesma ao performar esse tipo de farisaísmo.
Eu lhe dou um exemplo do que quero dizer: muitas das agências de Inteligência são compostas
por mórmons. Estes homens são escolhidos por seu caráter moral implacável, pelo fato de que
eles passam nos detectores de mentira, que eles não são facilmente compromissados, etc...
todas qualidades que os fazem espiões ruins. Para ser efetivo neste mundo você deve ter um
bom conhecimento acerca do submundo, da vida criminosa, dos drogados, traficantes,
prostitutas, apostadores e dos mais pervertidos entre os pervertidos. E essa é a grande jornada
que almejo para vocês. Para ter uma verdadeira visão das fundações deste mundo imundo,
alguns setores da Direita terão de descer por este inferno. Eu estou convencido de que essa é
a única forma de ir além da corrupção moderna, e que este é o caminho para o grande
expurgo. Imagino uma rede de bordéis e casas de apostas ao redor do mundo, produção de
vídeos pornô, um completo entrismo neste mundo de vícios. Para transgredir, corromper, e
sobretudo para observar e conhecer seus segredos. Para descer à um mundo de vício
completo, de devassidão, e até mesmo se envolver nele – como deve ser caso queira
prosperar neste mundo – mantendo sua cabeça alta e concentrando-se no seu objetivo... isso
não é uma conquista grandiosa e difícil? Este é um caminho para poucos, muito poucos. Mas
estes poucos serão os mais gloriosos nos tempos que virão. Esta irmandade trabalhará para
espalhar e intensificar o vício, as paixões demoníacas, para fecundar com confusão e loucura o
coração da besta. O aumento do caos, da confusão e da tensão no Leviatã o levará a ruína:
imagine um mundo em que as pessoas, sob ataque total e contínuo de reivindicações e
tentações contraditórias e selvagens, perderão toda a fé na mídia e no governo e não
acreditarão em nada que ouvirem dos canais oficiais. Isto levaria a uma ordem de cavaleiros de
espírito que só existem a cada mil anos. Lentamente, talvez em duas gerações, eles
trabalharão lentamente e com paciência, explorando e reivindicando todos os esgotos do
submundo, toda a influência do Leviatã, todas as articulações do esqueleto que sustenta este
mundo. Eles irão tomar os clubes, os pubs, bares, bordéis, hotéis, cassinos, toda pornografia, e
coisas ainda piores, e ao invés de isolar-se dos vícios deste mundo, eles irão promove-lo e
aprender a manejá-lo como uma grande arma. Esta é a maior arma de nossa era. Saiba que o
Leviatã sustenta a si mesmo não pela promoção do vício, mas pela sua normalização. Mas em
cada normalização, um grande acordo deve ser feito; e essa é sua grande fraqueza. Esta ordem
de cavaleiros irá manter o vício para si. A partir do submundo surgem todos os poderes
satânicos da Babilônia ao qual estamos lutando contra. Alguns homens, cuja ligação entre eles
deve ser feita de titânio, certamente podem descer até este mundo... terão a capacidade de
descer até o Hades e voltar com o prêmio. Estou certo de que esta aliança, essa irmandade
maldita, essa conjuração profana... quando derem seus primeiros passos à descida... sentirá
que o mistério das coisas se revelará em sua plenitude para eles... não a resposta inapreensível
à mente, mas sim este X, a loucura inerente por trás das coisas se mostrará quando estiverem
prestes a descer... será uma corrida incrível, como quando o grande pterodátilo está prestes a
mergulhar para pegar sua presa. Eu sei que tais homens de bronze existem... eu sonho com
isso, sonho que, à medida que descem, seus olhos se mantém na grande Estrela do Norte, e
penso como eles irão se sentir... imagine como irão atravessar o grande labirinto de sombras
enquanto seu espírito fixa-se com grande foco e obsessão naquela estrela fatídica, e na outra...
na destruidora de nações... nunca esquecendo o caminho de volta... nunca esquecendo seu
chamado e a eterna tarefa que sussurra para aqueles dispostos a ouvir.

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