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Matrizes do Pensamento em

Psicologia Existencial Humanista


Será que as ciências da natureza são suficientes
para explicar o mundo na sua totalidade?

Será que essas ciências são 100% neutras?


Toda consciência é consciência de alguma
coisa.
A consciência é uma atividade constituída
por atos (percepção, imaginação,
especulação, volição (poder de escolha),
paixão, etc.).

Noção de intencionalidade.

A consciência tende para fora de si.


Husserl (1859 – 1938)
Filósofo alemão, principal representante do
movimento fenomenológico.
Influenciado por Marx e Nietzsche.
Apresenta como ideia fundamental a
"intencionalidade da consciência",

Pragmático, Husserl teve como discípulos Martin


Heidegger, Sartre e outros.

Husserl: junta objetividade e subjetividade na ideia


da fenomenologia – perceber é pensar.
Afirma que o nosso conhecimento começa com a
experiência. Ex: fato (este som, esta cor) que se
apresenta
à consciência nele, captamos a essência (o som, a cor).
Em situações diversas ouvimos sons diferentes (clarim,
violino, piano), mas reconhecemos algo de comum.
Husserl (1859 – 1938)

• O que seria a consciência íntima do tempo?


• Como sentimos o passar do tempo?
Husserl (1859 – 1938)

• Cada vez que o tom alcança o ouvido, soa no contexto de uma expectativa
que o tom anterior deixou.
• É como se o primeiro som desencadeasse o próximo.
• O tom anterior, depois de deixar de soar, ainda fica presente no ouvido, e o
lugar que ele deixou de soar foi circunscrito pelo tom posterior.
Husserl (1859 – 1938)

• Quando ouvimos alguma coisa, podemos trazer à luz da


memória algo que faz parte daquele acervo de fantasmas,
que está lá atrás, ouvindo uma série de coisas que estão
sendo reativadas.

• Como o fenômeno temporal acontece para cada um de


nós?

• Vemos assim, um presente mais complicado, dotado de


fatos que nos afetam, que podem ser provenientes do
mundo interno ou externo e, nos afeta, no contexto dos
fantasmas do que foi e do que virá a ser.
Husserl (1859 – 1938)

• O PRESENTE TRAZ O PASSADO: O momento presente é estendido, contaminado


por tudo aquilo que o envolveu. O agora é extremamente complexo porque vem
carregado de histórias que estão para além do tempo do relógio, cuja regularidade
tem que ser colocada em suspenso, tem que ser quebrada para dar conta do tempo
intrínseco.
• O PRESENTE TRAZ O FUTURO: Ao ouvir uma palavra, a cada sílaba dela me lança
adiante a espera de uma nova sílaba. Husserl insiste nessa temporalidade que é
intrínseca ao material e, que, o que acabou de ser dito traz também a expectativa
de algo que virá.
Heidegger: coloca as
existências no mundo.

O tempo da
existência
Heidegger
Heidegger

• Um campo de possibilidades limitadas, no qual não escolhemos: onde


nascemos, quando, de quem e de que sexo; e nem mesmo a única possibilidade
que é certa, pode ser escolhida, que é a da morte.
• Ao ser lançado no mundo, estamos sendo lançados na direção da morte.
• Essa possibilidade de morrer é intransferível, sendo que outras pessoas podem
morrer por alguém, mas não em seu lugar.
• Pode-se adiar a morte, de forma limitada por algum tempo, mas ela é uma
possibilidade absolutamente certa.
Heidegger

• A morte está inscrita em cada momento da vida, mesmo que não se queira
pensar nela.
• Pode-se representá-la pelas oportunidades perdidas, pela lembrança das
pessoas que já se foram ou simplesmente esquecer tudo e viver o presente
como cada instante que se coloca, em cada hora e dia da semana.
• No presente pode-se tentar esquecer isso através de mecanismos de
continuidade: estabelecer dias da semana, escrever um livro, comprar uma
casa, fazer um financiamento, este é o tempo da repetição o tempo disfarçado.
• São expedientes defensivos para não se entrar em contato com a outra
temporalidade que faz com que cada presente se estabilize pelo
reconhecimento íntimo do não escolhido e do inevitável.
Heidegger

• Lutamos por um tempo social, previsível, contínuo, mas ele é ilusório, faz
parte das nossas defesas; há muito mais descontinuidade do que se imagina,
a qualquer momento; a morte, que não se anuncia, pode chegar, ela é
iminente, portanto devemos nos preparar para ela.
• A maior parte do tempo, vivemos como se fossemos seres imortais, da
eternidade.
Heidegger

• Estes momentos que estão fora de nosso controle, nos farão entrar em contato
com essa condição humana de finitude: acidentes, doenças graves, perda de
pessoas queridas, perdas significativas.
• Nesses momentos, angustiantes, fazemos o contato com a nossa mortalidade.
• A angústia, portanto, nos leva a refletir que o tempo, verdadeiramente existencial,
é submetido a essas quebras.
Heidegger

• Experimentar esse tempo existencial, contudo, é difícil. É o que


nos angustia; a angústia está neste ser para a morte, no fato de
não poder escolher e também na iminência do seu
desabamento.
• Quando isso se quebra, gerando angústia desesperadora, o
sujeito é levado a buscar algum tipo de proteção e fugir desse
afeto.
Heidegger

• Heidegger afirma que existe outra forma de lidar com a angústia, não no sentido de
evitá-la, mas de viver esse afeto de outra forma.
• E possível fazer contato com nossa efemeridade (breve), com essa característica de
tempo passageiro, com essa contingência, fazendo face a tudo isso serenamente.
• A serenidade é um modo de entrar em contato com a angustia.
• É um modo de lidar com a angústia, com o inesperado, com o que escapa ao
controle e com a falta de garantias
Heidegger

• Não há o estável, o presente é apenas a ocasião dos encontros inesperados e das


perdas.
• A serenidade é um modo de experimentar a angustia sem entrar em pânico, porque
quando se experimenta a angústia de maneira desesperada, temos o inevitável
retorno a uma condição mais defendida.
• A angustia é o resultado da dificuldade que a pessoa tem de entrar em contato com a
perda, com a quebra e com a finitude de si, dos outros e das coisas.
• Quando essa defesa normal da angustia não funciona para alguém, ele vai
desenvolver alguma coisa mais própria seja sintomas neuróticos, estados neuróticos
ou até mesmo uma psicotisacão que são defesas do sujeito diante do pior.
Obrigado!

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