PSD HPV 28082022

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Processo Saúde-Doença

(Maria Paula Maia)

Vírus do papiloma humano (HPV)


Infecção sexualmente transmissível viral.
Vírus não envelopado, DNA dupla fita circular.
Há 429 tipos de papilomavírus. 218 causam doenças em humanos, 173 doenças de pele e 45
no trato genital.
Os tipos mais comuns são o 6 e o 11, são 80% das lesões orais e 90% das lesões genitais.
Os tumores malignos são, principalmente, do tipo 16 e 18.
Fatores de risco para aparecimento de lesões: imunossupressão, outras ISTs, número de
parceiros.
O HPV está envolvido em aproximadamente 100% dos casos de câncer de colo de útero,
com percentual menor em outros locais: 85% dos casos de câncer de ânus, 50% dos
tumores penianos e de vulva.
Transmissão: conato direto com peleou mucosa infectada, via sexual, via transmissão
vertical.

a) Fisiopatologia
O papilomavírus humano são pequenos vírus encapsulados sem envelope com um genoma
circular de oito quilobases que codifica oito genes, incluindo duas proteínas estruturais
encapsulantes, L1 e L2.
A proteína L1, expressa de forma recombinante em um sistema de cultura de células, se
auto-monta na ausência do genoma viral para formar uma partícula semelhante a vírus
(PSV). Essa partícula é o imunógeno usado nas vacinas contra o HPV. L2 é a proteína menor
do capsídeo que, junto com L1, medeia a infectividade do HPV.
O ciclo de replicação do vírus está integralmente ligado à diferenciação epitelial (isto é, a
maturação do queratinócito). A infecção inicial da célula-tronco basal ocorre como
resultado de rupturas microscópicas no epitélio. O HPV têm predileção pela pele
queratinizada anogenital.

b) Quadro clínico
Apresentação latente: ocorre quando as pessoas infectadas por HPV não desenvolvem
qualquer lesão. Essa condição pode permanecer durante toda a vida. Apenas algumas
pessoas podem, anos mais tarde, vir a expressar a doença com condilomas ou alterações
celulares do colo uterino. Nessa situação, não existe manifestação clínica, citológica ou
histológica, apenas podendo a infecção ser demonstrada por meio de exames de biologia
molecular (detecção do DNA viral).
Apresentação subclínica: a lesão subclínica ocorre quando as micro lesões pelo HPV são
diagnosticadas por meio de exame de Papanicolaou (lesões acetobrancas), com ou sem
biópsia. A lesão intraepitelial escamosa de baixo ou alto risco é detectada com mais
frequência. Os tipos oncogênicos de HPV podem resultar em lesões precursoras do
carcinoma escamoso da cérvice uterina.

Apresentação clínica: a forma mais comum de apresentação é conhecida como verruga


genital ou condiloma acuminado. Manifesta-se pela presença de lesões exofíticas, com
superfície granulosa, únicas ou múltiplas, restritas ou disseminadas, da cor da pele,
eritematosas ou hiperpigmentadas e de tamanho variável. As lesões maiores assemelham-
se a “couve-flor” e as menores possuem aparência de pápula ou placa, podendo também ter
aspecto filiforme, sendo em geral resultantes de infecção por tipos não oncogênicos.

c) Diagnóstico
Exame clínico: presença de condiloma; Análise histopatológica das lesões; Papanicolau
(esfregaço cervicovaginal), indicado acima de 25 anos até 64 anos, de 3 em 3 anos caso de
dois resultados negativos; Biologia molecular: PCR (define genótipo), captura do hibrido
(avalia risco).

d) Prevenção
Exames periódicos, uso de preservativos, evitar quantidade exacerbada de parceiros
sexuais, vacinação.
Vacina quadrivalente (6,11,16,18) está presente no SUS e no Calendário Nacional de
Vacinação desde de 2014. Duas doses para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14
anos, soropositivos, mulheres e homens imunossuprimidos.

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