HINDUÍSMO

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HINDUÍSMO

(Adaptado por José Carlos Dias)

Professando que a humanidade, a sociedade e o mundo trazem em si a lei da ordem suprema, mas se
acham marcados por conflitos e desordens, o Hinduísmo, por caminhos de sabedoria busca a harmonia profunda
e permanente dos seres, unindo-se ao íntimo e à verdade do Ser. Aceita a reencarnação, pratica a ascese, tende
à mística, cultuando a Divindade, múltipla em suas manifestações, porém vislumbrada na unidade de seu mistério
de comunhão e transcendência.
(Frei Carlos Josaphat)

I. CONCEITO, ORIGEM E EXPANSÃO

O hinduísmo engloba um conjunto de tradições culturais e religiosas que se originaram no subcontinente Indiano;
é adequadamente chamado de bramanismo, a tradição e as práticas religiosas que se originaram do povo ariano, de cultura
Brahmacharya (seguidores de Brahma, o conceito criador da trindade hindu);
abrange várias crenças, práticas sociais, filosofias e denominações, algumas religiosas e outras não;
a yoga é a principal vertente prática deste rico manancial cultural, e originalmente não tinha relações com religião alguma;
 foi somente pelo séc. VIII d.C., com a grande difusão do Vedanta, através da Índia, por Shankara, com sua filosofia de caráter
espiritualista, que a yoga adquiriu caráter espiritualista.
O hinduísmo é considerado a mais antiga religião do mundo;
 ao contrário de outras grandes religiões, não possui nem fundador nem data de fundação;
 é baseado em textos religiosos desenvolvidos por vários séculos;
 literatura que contém insights espirituais e fornece guias práticos para a vida social e religiosa;
 entre tais textos, os antigos Vedas são normalmente considerados os de maior autoridade;
 as outras escrituras incluem os dezoito Puranas, e os épicos Mahabharata e Ramayana;
 o Bhagavad Gita, contido no Mahabharata é ensinado e estudado como portador das verdades superiores dos Vedas.
Não tem um “início” tal como as outras religiões;
 a expressão "hinduísmo", foi dada pelos ocidentais e muçulmanos;
 seus fundamentos são considerados eternos; advém, segundo os devotos, da suprema personalidade de deus;
 por isso, tais práticas religiosas são chamadas de Sanatana Dharma, ou “religião eterna”, uma vez que contém todo um conjunto
de princípios morais, que tornam as pessoas seres humanos, aqueles que seguem Manu, o primeiro preceptor que ditou as
normas éticas para a humanidade.
Surgiu na índia e se espalhou por Bangladesh, Sri Lanka, Paquistão, Malásia, Singapura, Ásia e, depois chegou ao Ocidente.

II. REFERÊNCIAS DOS INÍCIOS


Entre as pessoas consideradas como referências das práticas religiosas hindus mais antigas, figuram Mahavira e Siddhartha Gautama;
sendo, este, o fundador de uma importante tradição religiosa, o budismo, derivado do hinduísmo.

I. A BUSCA DO SENTIDO DA VIDA


A vida humana é vista como quatro Ashramas - fases ou estágios da vida:
 Brahmacharya, Grihasthya, Vanaprastha e Sanyasa.
 Brahmacharya - é vivido em celibato, sobriedade e pura contemplação dos segredos da vida, sob a orientação de um guru,
solidificando o corpo e a mente para as responsabilidades da vida.
 Guru - termo hindu que significa locus sagrado do conhecimento - jnana: sabedoria divina - ; aquele que confere o
conhecimento das realidades espirituais, sagradas.
 A palavra guru empregada como adjetivo: significa pesado, profundo - usada no sentido de repleto de conhecimento,
repleto de sabedoria espiritual;
 Outro sentido etimológico do termo guru baseia-se na metafórica representação da escuridão e da luz, na qual o guru é
visto como aquele que dissipa a escuridão.
 Grihastya é o estágio do chefe de família, alternativamente conhecido como Samsara, no qual o indivíduo se casa para
satisfazer kama e artha na vida conjugal e em uma carreira profissional.
 Vanaprastha é o gradual desapego do mundo material, ostensivamente entregando seus deveres aos filhos e filhas, e passando
mais tempo em contemplação da verdade, e em peregrinações santas.
 Finalmente, no Sanyasa, o indivíduo vai para a reclusão, geralmente em uma floresta, para encontrar deus através da
meditação e da yoga e pacificamente libertar-se de seu corpo para uma próxima vida.

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O hinduísmo é visto como a continuação histórica do bramanismo por conter suas origens doutrinárias nos textos sagrados dos
brâmanes.
 O Livro dos Vedas, que consiste em quatro coletâneas.

III. OS VEDAS
A palavra “vedas” em tradução primária é sabedoria, mas também significa livros.
 vem da raiz “vid”, que significa “conhecer, saber”; assim, a tradução mais usada é a de sabedoria.
São a base do Dharma – que significa conduta ou dever correto e preciso e, também são as escrituras mais antigas da Índia.
São compilações de vários mantras criados pelos antigos Rishis - sábios realizados - durante suas meditações e estados de êxtase e
comunhão divina (samadhi).
 Mantra (do sânscrito Man mente e Tra alavanca) é uma sílaba ou poema religioso normalmente em sânscrito.
 Os mantras originaram do hinduísmo, porém são utilizados também no budismo e jainismo.
 Segundo conta a tradição, os Rishis viram os mantras em estado de meditação profunda e, num trabalho árduo, transcreveram-
nos.
 Diz-se que toda a linguagem sânscrita advém desses estados de êxtase e comunhão divina;
 por isso, o seu alfabeto passou a ser chamado de Devanagari ou “Escrita Divina”.
 O termo Rishi pode ser traduzido como vidente da verdade ou também como mantra drastha ou aquele que vê o mantra.
 Pela antiguidade desses conhecimentos, é sabido que não havia papel ou qualquer outro meio de gravação disponível e por isso o
conhecimento era passado oralmente.
 Isso contribuiu imensamente para o aprimoramento da gramática e da fonética da Índia antiga.
Os Vedas podem ser separados em duas seções: Samhita e Brahmana.
 A união dessas duas seções constitui os Vedas.
 Os Samhitas compõem-se de orações e hinos escritos com métrica chamados “ mantra”, e por isso, muitas vezes são chamados de
seção mântrica dos Vedas.
 Os Brahmanas são comentários feitos sobre os hinos e geralmente estão em forma de prosa;
 essa seção é considerada como os ensinamentos sobre Karma, Upasana e Tattva-Gyana;
 Ação, Adoração e Autoconhecimento.
 Os Brahmanas são divididos em três seções: Brahmanas, Aranyakas e Upanishads.
 Os Upanishads são a contraparte filosófica dos Vedas e revelam a natureza do Ser.
 Muitos deles se encontram na parte final da seção Aranyaka, com algumas exceções.
No princípio, os Vedas eram um livro único, depois foram compilados e divididos em quatro livros pelo sábio Vyasa. 
 Ele dividiu os Vedas em: Rig Veda, Yajur Veda, Sama Veda e Atharva Veda .
Posteriormente deram continuidade ao trabalho dele, quatro de seus discípulos, a saber: Paeli (Rig Veda), Vaishampayan (Yajur Veda),
Jaimini (Sama Veda) e Sumantu (Atharva Veda).
 Rig Veda  - a palavra “rig” é derivada da raiz “ric” que literalmente significa “ode ou verso”, no sentido de ser um verso sagrado,
recitado em homenagem a um deus específico;
 Nele estão contidos hinos dispostos em métricas que devem ser cantados em voz alta;
 possui 10.552 mantras que foram percebidos por 403 Rishis.
 Yajur Veda: a palavra “Yajur” é derivada da palavra “yajus”, que tem como tradução “veneração ou sacrifício”.
 O Yajur Veda é composto de hinos em prosa e seus mantras são usados basicamente em sacrifícios.
 Ele é composto por dois Samhitas: o Krishna e o Shukla.
 O Yajur Veda e o menor dentre todos os Vedas.
 Sama Veda : é basicamente um compêndio de mantras para serem cantados.
 A tradição nos diz que em cada Yagna (ritual) o Sama Veda deve ser cantado.
 Muitos dos mantras contidos no Sama Veda foram retirados do Rig Veda.
 Ele é composto por 1875 mantras.
 Atharva Veda: nele existem mantras que podem ser usados com propósitos especiais. 
 O Arthava Veda possui 5977 mantras, dos quais alguns têm aplicações “leves” e outros, aplicações “pesadas”.
 Intimamente ligado ao Tattva-Gyana e a seção Brahmana desse Veda contém os Upanishads Mundaka e Manduky

IV. AS DIVINDADES CULTUADAS


Entre as milhares de antigas divindades cultuadas pelos hindus, podemos citar: agni, indra, varuna, vayu e outros.
Na visão antiga, cada divindade exerce uma função essencial (fogo, água, ar, sol, etc.) que apóia a vivência dos homens.
Deuses que
ou trindade védica que é composta por Brahma, o criador, Vishnu, o preservador ou conservador, e Shiva, o
destruidor ou transformador.

 O conceito da Trimurti tomou forma nos textos védicos, na época do chamado período Purânico.
 Ela significa o caminho cíclico do tempo Hindu.
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 Vishnu e Shiva continuam sendo muito cultuados, enquanto Brahma tende a arrastar-se para um plano secundário, como um
deus criador.
II. OS QUATRO OBJETIVOS ALMEJADOS NA VIDA DO HINDU SÃO:
kama, artha, dharma e moksha.
 Diz-se que todos os homens seguem o kama – prazer e conforto sensual, afetivo e emocional - e artha - poder, fama e riqueza -,
mas paulatinamente, com a chegada da maturidade, aprendem a controlar os desejos e a repulsa com o dharma, ou a harmonia
moral, presente em toda a natureza.
O objetivo maior é infinito, cujo resultado é a absoluta felicidade, moksha, (também conhecida como Mukti, Samadhi, Nirvana, etc.) ou
liberação do Samsara, o ciclo da vida, da morte, e da existência dual.

V. QUANTO AOS FUNDAMENTOS


Em sua maneira de conceber o ser humano, as pessoas possuem um espírito ( atman), que é uma força perene e indestrutível, cuja
trajetória depende de suas ações e posturas fundamentais – o karma, categoria teológica segundo a qual a toda ação corresponde
uma reação.
Enquanto o devoto não atingir a libertação final, chamada de moksha, irá passar, continuamente, por mortes e renascimentos.
 Este ciclo é denominado Roda de Samsara, de que o ser humano só se liberta após atingir a Iluminação – o moksha.

VI. QUANTO À FORMA DE CULTO - A LITURGIA


Cada manhã os devotos fazem suas abluções nas águas de rios considerados sagrados.
 Dentre eles, o rio Ganges que recebe também o nome de rio Benares;
 seu comprimento varia de 2500 a 3000 quilômetros; sua bacia hidrográfica cobre
cerca de 2165 mil quilômetros quadrados;
 situa-se ao norte da Índia e de Bangladesh e é um dos maiores rios da Ásia; a
nascente localiza-se no Himalaia;
 recebe onze afluentes até o encontro com o rio Brahmaputra, desaguando na baía
de Bengala, formando um grande delta;
 suas águas são produzidas pelo degelo das enormes montanhas do Himalaia;
 ele nasce no Tibet, atravessa o norte da índia, e por ultimo deságua no Oceano
Indico.
 tem um valor espiritual para as pessoas que seguem o hinduísmo;
 para a população que vive às suas margens, ele tem uma importância fundamental, pois é dele que retiram a água e os
alimentos que consomem;
 a alimentação é muito favorecida nos períodos das chuvas, pois as enchentes atingem uma área de mais de 150 quilômetros, e
com isso proporcionam uma ótima fertilização de suas margens, ideal para o plantio de alguns produtos, como: trigo, arroz,
algodão, açucares e vários outros gêneros agrícolas.
 O rio Ganges tem uma ligação muito forte com a cultura e a religião indiana, pois os indianos acreditam que suas águas têm a
origem dos céus, por vontade do deus Brahma, que para sua religião é o responsável pela criação do universo.
 Um ritual muito comum é a visita de milhares de devotos, que ao amanhecer bebem, banham-se e lançam nas águas as cinzas
de seus entes falecidos.
 Atualmente há devotos e outras pessoas, inclusive da OMS, Organização Mundial da Saúde, trabalhando para combater a
poluição do Ganges.
Os rituais hindus se compõem de dois elementos principais: o Darshan, que é a meditação e contemplação da divindade, e o Puja
(oferenda).
A alimentação vegetariana é um dos pontos essenciais da filosofia hindu, para que o devoto possa livrar-se da impureza;
 como todo alimento deve ser antes oferecido aos deuses, não se poderia ofertar algo que fosse "impuro, sujo".
As preces são entoadas como cânticos no idioma sânscrito, língua "morta" que deu origem ao hindi e a um grande número de dialetos
praticados na Índia.
 Essas preces recebem o nome de mantras que são dirigidos a diversas divindades, com a finalidade de estimular qualidades
pessoais.
 Em geral, são entoados 108 vezes, e para sua contagem utiliza-se o japa-mala (colar de contas), uma espécie de "rosário",
confeccionado em sândalo ou com sementes de rudraksha (árvores consideradas altamente auspiciosas pela tradição indiana).
 O mantra mais importante é o OM, "sílaba sagrada" que representa o próprio nome de Deus.
 OM é a semente de todos os mantras e princípio da criação.
 Foi dele que derivou toda a matéria

VII. CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO HINDUÍSMO


O Dharma refere-se, em termos gerais, a um sistema universal de valores.
 Esta palavra é derivada de “dhr”, que significa suporte ou sustento.

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 Assim, o significado da palavra é – aquilo que suporta. No entanto, com o decorrer do tempo e após muita evolução deste
sistema, agora abarca um sentido de dever e responsabilidade, que é baseado nas virtudes.
Samsara
 A palavra samsara do sânscrito Sam = próprio; com; junto com + sara = vagar; desviar; no Sanatana-dharma ou hinduísmo, tem um
significado de transmigração, curso, passagem, de ir numa sucessão de estados, etc., mas o seu sentido prático no Sanatana-
dharma, e nos Seus Darshanas ou visões, a exemplo do Yoga e do Vedanta, Samsara quer dizer ciclo da existência material, ou
reencarnação, por isso, é costume falar em Samsara Chakra, ou roda de nascimentos e mortes no mundo material.
 O conceito de Samsara está ligado, de modo inseparável, ao conceito de reencarnação da alma, na filosofia védica. Isso quer
dizer que não há como falarmos em reencarnação sem termos que falar do Samsara e do eterno-retorno, somente superado
uma vez alcançado o Moksha ou liberação, deste ciclo.
Moksha
 Moksha ou Mukti, vem do sânscrito - refere-se, em termos gerais, à libertação do ciclo de Samsara - nascimento, crescimento,
sofrimento e morte.
 Na mais alta filosofia Hindu, é visto como a transcendência do fenômeno de existir, de qualquer senso de consciência do tempo,
espaço e causa (karma).
 Significa a dissolução do senso do ser individual, ou ego, e a avaria total do nama-roopa (nome-forma).
 No Hinduísmo, é visto como uma analogia ao nirvana, embora o Budismo tenda a diferir uniformemente da leitura da libertação do
Vedantismo Advaita.
 O Jainismo também acredia no Moksha.
Karma
 Um fator importante, que devemos levar em conta no Samsara, é que ele está delimitado,
traçado, etc., através da própria vontade da pessoa.
 A reencarnação da alma está vinculada a outro conceito muito importante no vedismo, que é a
chamada lei do Karma, ou lei de causa e efeito das ações.
 Nossas ações, desejos e aspirações, são satisfeitos na integralidade por um arranjo
transcendental de Deus. Isso quer dizer que se algo não é alcançado numa vida, poderá sê-lo numa
outra.
 No Bhagavad-gita, verso 8.6, Krishna diz: "Aquilo que pensares na hora de abandonar o corpo
(morrer) será alcançado”, por conseguinte, tudo o que uma pessoa deseja será atingido,
segundo sua própria vontade, numa vida posterior.
 Por outro lado, este “desejo” de querer desfrutar do mundo material é a causa deste “eterno retorno”, por isso, o Samsara é
protagonizado pela própria pessoa, e é o resultado das suas posturas, atividades, ações ou Karma.
Reencarnação

 Os hindus acreditam que todos os indivíduos acumulam karma durante a vida.


 Boas ações geram bom karma, e más ações criam carma negativo que não é determinado ou
regulado por nenhum Deus; simplesmente é adquirido pelo indivíduo e passado para suas vidas
posteriores.
 À medida que os karmas positivos superam os negativos, a pessoa melhora sua posição no
sistema de castas em uma vida futura.
 O objetivo final do adepto do Hinduísmo é o moksha, ou a salvação do samsara que é o último dos
quatro principais objetivos hindus.
 Os três primeiros - carma, artha e dharma - dizem respeito às buscas terrenas, como prazer, poder ou
bem-estar e virtude.

 Ironicamente, para alcançar a moksha, deve-se fazer um esforço para não desejá-la. A salvação chega apenas quando a
pessoa abandona todas as buscas e desejos e aceita que a alma individual, o atmã é a mesma que Brahman, a alma
universal ou deus.
 Ao sair desse ciclo, um indivíduo não precisa mais suportar a dor e o sofrimento da existência terrena sucessivas vezes.
 A crença na reencarnação é predominante também em duas outras religiões na Índia: Jainismo e Sikhismo.
 Os adeptos do jainismo acreditam que a alma acumula o carma na forma de uma substância física, diferente da idéia
conceitual da lei cármica dos hindus.
 Se a alma estiver carregada de partículas cármicas, ela precisa estar ligada a um corpo, iniciando uma série de
renascimentos.
 Somente quando a alma estiver livre de todo o carma poderá sair do ciclo de reencarnação e juntar-se a outras almas
desencarnadas num estado de perfeição.
 No entanto, já que os seguidores do j ainismo acreditam que a libertação é impossível no presente, os adeptos mais fiéis
simplesmente buscam a purificação.
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Yoga é o caminho Hindu para quem quer chegar a Brahman, que providencia a eterna liberdade espiritual e a plenitude.
O desenvolvimento da yoga inclui os dois primeiros passos para atingir qualidades
humanas como não-violência, veracidade, etc.; os dois passos seguintes lidam a
manutenção de posturas firmes e a regulação da força vital (respiração); mais dois
passos seguintes lidam com o controle dos sentidos e o foco da mente em Brahman; os
dois últimos passos lidam com a introspecção ininterrupta da mente (a meditação) e
absorção espiritual por Brahman, experienciando plenitude Espiritual e liberdade.
Para além do referido processo de oito-passos, os métodos de devoção, conhecimento e
ação abnegada têm de ser seguidos para o desenvolvimento espiritual, intelectual e físico.

VIII. VARNA – O SISTEMA DE CASTAS


As castas são agrupadas, basicamente, desta forma:
 No topo estão os Brâmanes (Brahmins) ou sacerdotes do Hinduísmo;
 em seguida, vêm os guerreiros ou governantes (Kshatriyas);
 seguidos pelos mercadores e fazendeiros (Vaisyas);
 em baixo, na última “escala” encontram-se os trabalhadores simples ( Shudras).
 É um sistema profundamente injusto e uma excelente maneira para se controlar e explorar as massas.
 Combater o injusto sistema de castas, para os hindus, significaria combater a “lei do Karma” ensinada pelos Vedas do
Hinduísmo.
 Não é, pois, de se surpreender que o grande objetivo da vida de um hindu é ver-se livre desse terrível e macabro sistema de
castas-reencarnação, logo buscam sua liberação desses penosos ciclos ( Samsara).
A teologia hinduísta se fundamenta no culto aos avatares (manifestações corporais) da divindade suprema, Brahman.
Tradicionalmente o culto direto aos membros da Trimurti é relativamente raro - em vez disso, cultuam-se avatares mais específicos e
mais próximos da realidade cultural e psicológica dos praticantes, como, por exemplo, Krishna, avatar de Vixnu e personagem central
do Bagavad-guita.
O hinduísmo é uma corrente religiosa que evoluiu organicamente através dum grande território marcado por uma diversidade étnica e
cultural significativa.
Esta corrente evoluiu tanto através da inovação interior quanto pela assimilação de tradições ou cultos externos ao próprio hinduísmo.
O resultado foi uma variedade enorme de tradições religiosas, que vai de cultos pequenos e pouco sofisticados, aos principais
movimentos da religião, que contam com milhões de adeptos, espalhados por todo o subcontinente indiano e outras regiões do
mundo.
A identificação do hinduísmo como uma religião independente, separada do budismo e do jainismo, depende muitas vezes da
afirmação dos próprios fiéis de que ela o é.
O Hinduísmo não tem um fundador, ou qualquer doutrina central para onde as controvérsias possam se referir para uma resolução.
Nem há um tempo preciso que se possa ter como data de fundação.
Não é necessário que seus devotos aceitem qualquer idéia, e por isso é cultural, não doutrinário.
É também marcado por uma atitude que parece acomodar perspectivas religiosas e culturais em vez de perspectivas próprias, e por
isso é caracterizado por uma rica variedade de idéias e práticas, resultando no que parece ser uma multiplicidade de religiões sob o
termo ‘Hinduísmo’.
O hinduísmo é, talvez, a única tradição religiosa tão diversificada que é como uma compilação de religiões.
O hinduísmo nunca pode ser classificado em qualquer sistema de crença particular – monismo, teísmo, monoteísmo, politeísmo,
panteísmo, panenteísmo – já que todos esses sistemas estão refletidos em suas muitas facetas.

IX. AS DUAS IMPORTANTES VERTENTES DO HINDUÍSMO


No hinduísmo de vertente impersonalista crê-se que Brahman – a energia cósmica, não é um deus pessoal; ele está contido em tudo,
e todas as coisas o contêm; este ramo é, portanto, panteísta e politeísta.
Outra vertente é personalista, pois nela concebe-se a existência de um deus pessoal com quem o devoto estabelece uma relação de
dedicação amorosa e fidelidade.
 Este ramo das práticas religiosas hindus é henoteísta, pois crê que existe um deus supremo e divindades menores que
expressam para os homens os muitos atributos e bondade do deus maior.
 Acreditam em um deus criador, mantenedor, e destruidor, com sua personificação como homem entre os homens com muitos
nomes como Krishna, por exemplo.
 Acreditam em vários tipos de céus, e em reencarnação, até a união com Brahman.
 Praticam a Yoga e o vegetarianismo, porém consomem produtos animais como, por exemplo, o leite.

III. BIBLIOGRAFIA:
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5
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29-90.
3. SAMUEL, Albert. Hinduísmo. In: As religiões hoje. São Paulo: Paulus, 1997, pp.68- 103.
4. RAMPAZO, Lino. Hinduísmo. In: Antropologia – Religiões e valores. São Paulo: Loyola, 1996.
5. JOSAPHAT, Frei Carlos. Hinduísmo. In: Evangelho e diálogo inter-religioso. São Paulo, 2003, pp. 77-93.
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